tecitei

[tecitei]

“Eu passaria uma vida ao seu lado, mas não essa.”

I want to love you but i don’t know how.

Seus olhos me trazem paz, mas também uma devastadora vontade de chorar até virar qualquer coisa.

Você me entenderia se eu jogasse todo o meu desespero aqui?

Minhas emoções sobre você colidem e explodem, e eu só te conto sobre como me sinto pequena quando alguém parte e depois de algum tempo volta quebrando todas as minhas falsas barreiras.

Mas na verdade eu queria ter coragem pra te perguntar se você sente a minha falta mesmo eu estando aqui, porque eu sinto a sua.

O silêncio é tudo que temos de seguro em comum, porque algo entre nós quebrou, e a mesma física que não me deixa te tocar, me faz ter carinho pelo outro você que reside em um outro mundo;

Eu torço pra que nele a outra eu te encontre num tempo de paz e não se silencie.

Eu queria deitar do seu lado depois de um longo dia e poder me sentir em casa, sentir que você é minha casa. Te olhar dormir desejando ser seu melhor sonho, sua utopia. Queria ser a paz dentro do seu caos. Eu poderia ser, eu deveria ser, eu queria ser, eu quero ser, sua.

Eu poderia te abraçar a noite toda, sem exageros. Poderia te olhar dormir e brincar com seus cabelos até o dia amanhecer. Cuidaria de você sem pegar no sono, estaria sorrindo quando você acordasse. Eu te amaria por dez anos em apenas uma semana, adoraria abraçar você no final de cada briga besta, ouviria você contar seus medos e sonhos. Te aceitaria assim, exatamente como você é, sem reclamar do mau humor matinal ou dos dramas. Ficaria ao seu lado, mesmo quando o orgulho não me deixasse dizer nenhuma palavra. Pensaria em você várias vezes por dia, mas sempre te deixaria no meu coração.

Eu queria poder te tocar, sentir tua pele na minha pele, o seu cheiro, queria poder olhar nos seus olhos e sentir a imensidão repousar em mim, eu poderia te olhar por horas e ainda assim eu não me cansaria.

Eu poderia.

[tecitei]

Mas você quer mesmo saber qual é a verdade? A verdade é que eu não sabia o real significado de amar antes de conhecer você, pra mim o amor não existia, era como se fosse aquela combinação de manga com leite, coca com mentos, que todos afirmavam ser ruim, pois é. O amor não existia, mas aí eu conheci você e descobri que pra ser amor não precisa ter lá suas combinações perfeitas, ele só precisa ser verdadeiro.

[tecitei]

me perguntaram qual a cor exata dos meus olhos

e eu ri

sinto saudade de quando eles eram compreendidos nos teus

[tecitei]

eu ainda penso em você,

eu lembro da tua pintinha no teu rosto e dos seus olhos azuis

lembro do rouquinho da sua voz e do teu jeito sério de ser

eu amava as tuas chegadas mas agora eu já não te espero mais

porque a gente tá em outro tempo, outra vida

e talvez seja disso que se trata superar alguém;

ir pra outro tempo

sem rancor e com os cortes já tratados

e dos meus eu já tratei.

e agora eu quase não sei de você e nem você de mim

mas eu ainda tenho as lembranças

e eu sei que tu não mudou tanto assim

e nem eu mudei

mas o tempo mudou

e a estrutura da nossa antiga moradia que chamávamos de amor também mudou

e agora eu só te desejo toda paz e amor no teu tempo aí.

obrigada por tudo que tu sabe que me causou

e pelas outras milhões de coisas que eu nunca tive chance de te falar.

[tecitei]

E eu que nunca fui fã de clichês, hoje te digo um: nada foi tão teu do que eu. Tu sabes que é verdade, tu sabes que eu fui tua e que continuaria sendo apesar de todos os erros. Inclusive o erro de ser tua. Ninguém nunca viu meus medos, inseguranças e sonhos como tu viu. Deixei tu me conhecer inteira e como tola esperei amor e aceitação, mas você não quis dar. “a gente sempre deixa de cuidar do que já tem na mão”, como diz Cícero. E tu deixou e então, eu mudei de lugar algumas certezas, mas ao contrário do Cícero, foi pra não me magoar.

[tecitei]

Sou as lembranças que me cortam o peito.

Te encontrar depois de te perder fez tudo colidir dentro de mim. No tempo sem te ver me questionava como seria te rever; bem, entre todas as opções possíveis escolhemos o silêncio. Ele sempre foi mais seguro pra você, mas pra mim ele não traz paz, mas deixa eu te confessar: nada anda trazendo paz. Eu odiava vírgulas e nunca entendi muito bem quando e como usar, sempre exagerei no uso ou no desuso da mesma, mas tu veio com um ponto e todo mundo sabe pra que serve o tal do ponto final. O fim das coisas sempre é triste demais pra mim. Não há final bonito. O nosso pelo menos não chegou nem perto disso. Dizem que sempre é mais fácil pra quem coloca o ponto final. Você me comprovou que sim. Mas deixa eu te falar que pra quem recebe o ponto é devastador ou pelo menos pra mim foi.

E por pura ironia, de tudo que você foi e nós fomos, você virou apenas uma letra nos meus textos e lembranças que me doem. Teu ponto final me tirou o direito de falar sobre você e até mesmo o direito de continuar amando você. Mas o que tu não sabe, é que meu coração tá quebrando a regra e me fazendo continuar te amando. Me falaram que escrever sobre alguém que se foi é desastroso porque é uma linha tênue entre eternizar o outro ou expulsar o sentimento de vez. Acho que involuntariamente te eternizei.

Começou a chover e se você olhasse pra janela agora, iria ver que o céu tá derramando as lágrimas que eu não posso derramar. Iria ver os meus olhos lá e saberia que tudo ainda é por você.

E eu continuo aqui, escrevendo pra você e te olhando por tempo demais, enquanto você já não tem motivos pra olhar pra trás e como numa zombação da vida, eu te vejo olhando pra frente e sorrindo. “não erra de novo, segue em frente, você merece mais que isso”, você me diria se pudesse (e se isso não fosse sobre um nós que nem existe mais).

E eu realmente queria seguir e não te escrever mais, mas eu sou só o que sobrou disso, sou só as lembranças, o que ficou daquilo que a tua ausência levou.

[tecitei]

Eu não tô sabendo lidar com o peso do tudo e do nada. Eu tô me esvaziando pelas beiradas e uma hora eu vou me esgotar ou o amor vai. Que seja, é tudo a mesma coisa. Todos os dias são iguais. Será que tá no meu dna ser dilacerada pela vida? Eu tô implodindo, tá indo tudo embora; eles, você, tudo, até eu. E o que eu faço? E essa angústia? Guardo no bolso? Eu não consigo. Não dá pra mim. Tô com medo e só queria poder descansar do mundo, mas tô desmoronando bem no meio dele. Ontem à noite chorei abraçando o travesseiro até pegar no sono, porque dói, tá difícil me auto carregar. Eu não quero conviver comigo porque eu tô desmoronando. Como faz pra se reerguer? Quando um prédio desmorona, não sobra nada a não ser ruína, caos e lembranças do que antes havia ali e certamente o local vai ser limpo e algo construído por cima, dependendo de como ficou o terreno. Mas eu não sou um prédio e ninguém vai reeguer algo por cima de mim e mesmo se eu fosse, o terreno seria impróprio demais pra qualquer outra coisa poder existir. Eu sou corrosiva. Eu quero gritar, mas não posso, não dá nem de brincadeira pra gritar suas dores pro mundo (obrigada por me ensinar isso) mas ficar calada e sentindo a dor da implosão é desesperador. Até as paredes brancas do meu quarto não me trazem mais conforto e eu te escrevo e escrevo e escrevo porque ainda é a única coisa que eu consigo fazer. A casa tá uma bagunça, será que tá desmoronando também? Provavelmente não. Eu não ligo mais pra nada e mesmo assim tudo anda me afetando. A guerra foi travada no meu peito. E é uma guerra onde tenho que lutar sozinha e sozinha eu não consigo e eu sei que vou perder; vou desmoronar. Já tô. Hoje tô com um gosto amargo na boca e nem é do café. Será que é o gosto da vida? Eu me perdi e me perdi e me perdi, mas ainda sinto as dores dos pedacinhos perdidos. Tava ouvindo Tavares todos esses dias, ele anda sendo a minha companhia dos domingos aos sábados. Lembra aquela parte de cigarros e capitais que tu odiava quando eu cantava? Sim, aquela mesmo que fala que você pode desmoronar, por isso não posso ficar contigo. Tu odiava o efeito que essa frase me causava e dizia que ninguém podia desmoronar tanto assim. Mas até quem desmorona só uma parte de si, acaba ficando feio, sem forma e com ruínas. Isso é caos. Tudo é caos. E agora? Eu não só posso desmoronar, como já tô. Me diz o que fazer! Eu tô com raiva. Raiva da vida e de mim. Raiva por ser tão pequena e ao mesmo tempo imensa, mas imensa de uma forma ruim, desagradável e indesejável pra mim e pro mundo. Tô evitando ver tv, já te contei isso? Não quero mais chorar com as notícias diárias dos jornais, elas me fazem achar que não sou eu que tô desmoronando, mas sim o mundo. E eu não aguento mais sentir as dores dos outros e não poder fazer nada além de chorar… essa empatia vai acabar me matando, o tempo entre a queda e o baque tá sendo tortuoso demais. Não dá pra ser tudo sendo só uma ruína.

[tecitei]

Escuta aí baixinho porque o amor é leve e não precisa de eco: eu amo você com toda a sua inconstância e sentir atemporal porque você é todo esse amor que eu vejo brotar aqui silenciando minhas guerras e meu medo do mundo. Eu aceito você com todos teus erros e danço com eles porque tuas crateras fazem parte da arte que você é. Eu vejo um futuro com você onde eu ainda vou te olhar em silêncio e agradecer ao universo por você existir. Eu cuido de você e quero ser o teu local azul de paz onde você possa descansar seus olhos e tatear toda a esperança de uma vida melhor. Eu agradeço a você pelos girassóis na alma e outras mil coisas que você nunca irá saber. Obrigada.

[tecitei]

Eu quis te escrever ontem, sobre tudo o que eu sou e sobre tudo que deveria ser e acabei não sendo. Eu ia te falar ontem, L de toda essa dor que eu carrego por não ser de ninguém. De todas as minhas faltas e ausências que mastigam quem eu sou sem dó. Eu ia te contar dos meus pesadelos de não me achar nunca e ficar perdida pra sempre vagando por aí. Arrumando trabalhos temporários que não me preenchem mais, esperando o fim do dia com toda a minha alma pra poder ir embora. Beijando lábios vazios de qualquer sentimento na esperança de te achar em algum toque frio. Eu juro que eu quis te contar ontem, L. Eu queria te falar de toda essa correnteza insana e sem precedentes que eu sou. Mas o mundo ontem pesou nos meus ombros e me fez chorar, mais uma vez. Existir ontem teve um gosto amargo na minha boca e eu quis te pedir pra ficar. Eu saí de casa e a poeira soprou severa nos meus olhos, arranhando a minha retina e me tirando tudo de bonito que eu já vi. Eu me vi de pé no deserto sem ter pra onde correr e você não estava aqui, L. Você não estava lá, comigo, segurando as minhas mãos. Tudo que era sobre você ardeu dentro de mim e eu virei pó. Eu cheguei em casa e me abarrotaram de perguntas sobre como foi o meu dia, mas o meu ar cansado os detiveram. Eu li um livro que dizia que quem não abandona a zona de conforto nunca descobre o que é felicidade e eu lembrei de você. O vizinho escolheu logo ontem pra ter um maldito bom gosto musical e colocou coldplay pra tocar. Eu quis bater na porta dele e implorar que ele colocasse aquelas músicas estranhas dele de volta no repertório, mas eu não fiz, porque foi tudo em ordem cronológica e eu chorei mais uma vez. Tocou yellow, depois the scientist e por último fix you, e eu desmoronei no meu quarto olhando uma foto sua. Como se conserta um coração quebrado? Como se conserta a minha falta de você? Eu quis as tuas estrelas bordando a minha paranoia outra vez, L. Eu sonhei que você era um planeta que eu podia habitar sem medo de me partir. Sem medo que algum big bang maluco te implodisse e te levasse de mim. Eu sonhei com você, L. Eu me vi correndo pros teus braços mas você se foi, e eu chorei pela terceira vez no dia. Eu acordei com a bochecha vermelha e os olhos úmidos, mas você não estava aqui. Você não volta, L. Mesmo que seja eu quem me afaste. Mesmo que o meu orgulho não te grite um "eu preciso de você", quando no fundo você sabe que eu preciso. A gente joga esse jogo infeliz de não se apaixonar quando eu só me sinto completa com você. Quando eu digo brincando que até que eu gosto um pouco de você, quando na verdade eu gosto muito.. quando você é minha única certeza nesse meu mundo caindo aos pedaços. Me diz, como se conserta o amor? Como se conserta isso que a gente tem?

[tecitei]

Eu tô enlouquecendo com a minha lucidez quando eu queria era tá entorpecida de você.

Quem sabe em outra dimensão eu esteja, e pensar isso só me faz questionar porque diabos a outra eu pode ter essa sorte e eu não.

[tecitei]

Eu tinha medo de gostar dele, porque eu sabia que em algum momento eu teria que parar de gostar. Às vezes eu sinto como se sempre soubesse que uma hora ele iria embora.

Ele não tinha motivos pra ficar.

[tecitei]

eu morria em você

e você vivia em mim.

acontece.

[tecitei]

Era amor, era apego, era ciúmes, era tudo. Agora é saudade.

[tecitei]

você lambeu minhas feridas e disse que tudo bem

e eu ri por não sentir leveza alguma

tudo bem

tudo bem

tudo bem

você não sabe do medo e da minha vontade de desistir

e eu não te conto

porque você ainda é toda luz que repousa sob mim

mas quanto falta para chegarmos ao inferno se não dermos adeus?

[tecitei]

1, 2, 3

hoje eu vi a tua foto com ela,

você parece feliz.

4, 5, 6

sua barba tá menor e o seu cabelo devidamente aparado

e eu sempre te achei mais lindo do outro modo

mas também te achei lindo ali.

7, 8, 9

lembrei das tuas manias, teorias e monólogos

e de como eu te ensinei a não me amar

porque amor não é algo que se ensine.

10, 11, 12

fazem 12 meses que não dissemos adeus mas partimos

e hoje eu vi a tua foto com ela e voltei a te achar lindo, mas lindo com ela.

porque o nosso fim serviu de recomeço para você finalmente amar alguém

e eu finalmente sentir paz.

[tecitei]

você me contava das estrelas e das leis que regem o universo e de como viver é algo incrível e bonito

mas meu coração sempre foi cheio de depois

outra hora

outro tempo

amanhã

porque eu tenho medo do hoje

porque eu não sei de nada e o nada me engole.

e por isso eu sumo.

lembra quando assistimos into the wild e você recitou a minha frase favorita?

mas eu não sou forte

eu não me sinto forte

e eu não posso tornar você fraco.

semana passada eu te liguei chorando porque eu não aguentava o tamanho da perda que tava sentindo e você tocou e cantou Dylan e eu acabei adormecendo e quando eu acordei a ligação ainda tava lá

e por um momento eu pensei que talvez eu pudesse dançar sobre o caos do mundo com você

e que tudo podia ser bonito

mas na minha mente é sempre

depois

outra hora

outro tempo

amanhã

e não há nada de bonito nisso.

minha vida é um eterno depois que nunca chega

mas você chegou

por isso eu tô indo embora.

você abraçou meus medos

e a minha paz adormeceu no teu peito

e isso me assusta

porque eu ainda não sou um bom lugar pra você

porque eu ainda não tô pronta

porque talvez eu nunca consiga ficar pronta pra alguém como você

e nem mesmo as tuas mãos tocando minha pele e indo além iriam conseguir me trazer a sensação de estar no tempo certo porque eu não sei de mim.

e eu não posso estragar você

eu não posso te pedir pra lutar quando eu mesmo jogo as munições fora

porque a guerra é em vão e a paz já é você.

porque as ruínas feitas por mim não são bonitas

e você me fez sentir amor

e por isso não quero ser a base do teu desmoronamento

e por isso o fim chega sempre antes do tempo.

[tecitei]

Em algum momento tu sentiu como se eu corresse pelas tuas artérias?

[eu fui real?]