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Se Jane pensava que ter que aturá-lo todos os dias nas mesmas aulas era insuportável, ela definitivamente nunca pensara num cenário como aquele que era a mais pura realidade do momento tão peculiar, por assim dizer. Estar perdida no meio de árvores que pareciam todas iguais junto de Haesoo era o pior dos piores pesadelos para a estadunidense, que o odiava com todas as forças que cabiam no pouco tamanho. Queria, mais do que qualquer coisa, gritar, fazer um escândalo, espernear e, se não se resolvesse, chorar - aquela situação estava longe de ser o que ela tinha planejado para aquele fim de semana longe da cidade.

O tom debochado dele a fez rolar os olhos, claramente sem paciência alguma para aquele jeito tão cheio de opiniões que ela conhecia bem. Na verdade, Jane o conhecia mais do que gostaria. “Eu adoraria ficar aqui esperando o meu Tarzan lindo e musculoso, mas eu tô aqui perdida e sozinha com você!” Esbravejou num piscar de olhos, cuspindo cada palavra sobre as dele como se fosse afetá-lo de alguma forma, coisa que ela sabia que não era o caso. Independentemente do que ela falasse ou do que fizesse, o Go nunca parecia afetado, talvez pela falta de certeza nos xingamentos tortos. “Você acha mesmo que eu daria o meu celular novinho na sua mão pra você deixar cair nessa terra nojenta? Nada disso!” Não obstante a fala, Jane tateava por dentro da bolsinha cor-de-rosa à procura do aparelho. A bolsa não era grande, o que só a assustava mais no que o celular não estava ali em ligar nenhum. “Bad news... Eu não sei cadê meu celular!” E era justamente o que faltava para que ela entrasse em pânico. “Eu não acredito! Eu tô no meio do mato sem celular! E ainda por cima com você, ew!” A proximidade dos dois era suficiente para que ela o empurrasse de leve.

Atravessando alguns metros de distância dele, Jane começou a andar de um lado para o outro, visivelmente inquieta. “É melhor você arrumar algum jeito pra gente sair daqui, Go Haesoo, ou eu juro por deus...” Cessou os passos apressados apenas para que pudesse olhá-lo mais uma vez, esmagando nada entre os dedos em forma de ameaça. “Meu deus, o que eu fiz pra merecer isso! Por que não o Harry Styles?” Ser dramática era o melhor talento da estadunidense, já que estar ali com Haesoo não era lá a pior coisa do mundo, não quando ele, num sopro de vento gelado entre as árvores altas, parecia atraente demais para escapar os olhos curiosos da Lee.

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#jane & haesoo #jaesoo: t01

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Eventos como aquele não eram lá a coisa preferida a se fazer, na opinião dele; não obstante a personalidade aberta que era característica nas transmissões ao vivo quase que diárias, o australiano é extremamente reservado no que tange à vida fora do trabalho e ter pessoas e mais pessoas a própria volta o elogiando das mais diversas maneiras ainda era um tanto desafiador para ele. Além dos fãs que o seguiam por todo o centro de convenções, as presenças que tinha que cumprir nos estandes e entrevistas breves para canais de jogos também eram, de certo modo, exaustivas. De fato, a tarde seria longa demais.

Um dos poucos - se não até o único - motivo pelo qual ele ainda insistia no evento imenso era aquela certeza de que a encontraria ao fim do dia. Apesar de separados por apenas alguns dias por motivos pessoais, já que o trabalho não era apenas a parte divertida de ficar stremando por horas, Caleb sentia falta da companhia mais do que conhecida; no fundo, era quase que assustador como eles se conheciam tanto a ponto de saber exatamente o que pediriam num restaurante ou as mínimas manias que passariam despercebido por qualquer um. A saudade com Jinah estampada não era um sentimento desconhecido por ele, já que bastavam apenas algumas horas para que ele, sem vergonha alguma, ligasse para ela até que o atendesse só para passarem horas no telefone, ou só confessar o que aperta-lhe o âmago; sinto sua falta.

Mesmo já sabendo que acabariam juntos depois de todo e qualquer compromisso, Caleb não deixou de se surpreender quando, em meio a uma entrevista, ouviu a voz conhecida ecoar ainda distante, mas não o suficiente para passar despercebido pela mente ocupada. Não tardou em virar-se na direção da voz, logo achando a figura tão conhecida com o olhar. O pedido de licença para o próprio assessor saiu na mesma pressa dos passos, quase que em corrida no que abria os braços na expectativa de um abraço apertado. “And make it double!” E com o mais largo e genuíno sorrisos delineado nos lábios, Caleb disse antes de abraçá-la apertado, deixando uma risada escapar no que a levantou do chão. “Ya, eu achei que a gente só fosse se encontrar mais tarde! Tá me seguindo, é? Ou você é uma fã também? Se quiser uma foto ou um autógrafo...” Uma vez desvencilhado da proximidade de antes, o australiano não deixou que o sarcasmo escapasse, sorrindo de canto ao dizer. 

team rocket.

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O fato de ser uma grande fã daquelas competições estava longe de ser por conta do dinheiro que ganhava - mesmo que isso fosse um GRANDE bônus - mas por conseguir encontrar amigos que nem sempre era possível, além de alguns que sempre estava vendo porém de todo modo sentia falta; nenhum dos amigos porém a deixava tão animada quanto ficava ao encontrar Caleb, seu melhor amigo a alguns anos, por isso que enquanto ia passear pelo local falando com fãs, amigos e patrocinadores não podia evitar procurar na multidão pelo menino fazendo de seu maior objetivo encontra-lo. 

Para o maior azar de seu agente, quando estava conversando com um dos possíveis patrocinadores que avistou o outro logo abrindo um sorriso enorme e pedindo licença para o homem que falava com ela sobre uma parceria antes de correr para perto de onde estava quem tanto procurava até estar perto o suficiente para saber que seria ouvida quando gritasse o motto que tanto gostava. “Prepare for trouble!” O grito foi seguido de um sorriso enquanto esperava o menino se virar para entrar na brincadeira com ela.

#caleb & jinah #jileb: t01

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O fim do ensino médio fora como uma benção para Jane, aluna extremamente dedicada e com quase toda a vida já moldada pelos pais extremamente rígidos e exigentes. Ela não reclamava - muito pelo contrário, a estadunidense sempre soube o próprio valor, sendo a autoconfiança em excesso quase que uma marca registrada dos anos e mais anos de pura popularidade na instituição de ensino local que frequentava. Os meses de férias passaram num suspiro apesar de repletos das mais chiques viagens que se podia realizar em cem dias, tornando-se apenas memórias no fundo da mente cor de rosa dela. Apesar da vontade imensa de curtir a vida sem rumo nem roteiro, a curiosidade sobre o que o destino a guardava era maior, e a ansiedade, inegável. Se tinha coisa que a Lee estava era preparada para ingressar o semestre na mais renomada universidade da cidade e seria provavelmente a caloura mais nova da turma daquele ano. O estudo árduo finalmente a fez alcançar aquele sonho que sempre pareceu tão distante e ela estava mais do que pronta para abrir novas portas e seguir novos caminhos por si só, finalmente fora daquele colégio que servia mais de castigo para ela e as futilidades reservadas ao pensamento julgador, silencioso.

O que Jane não poderia esperar, no entanto, era esbarrar nele logo no primeiro dia de aula. Só podia ser brincadeira. Se já desprezível na época da escola, a companhia de Haesoo naquele ambiente totalmente diferente só tornava a ainda tão nova experiência um tormento recém nascido. Ele fora motivo de muitas das dores de cabeça dela meses antes, ou até anos nos tempos de colégio. Eles se odeiam desde que ela pode se lembrar, e os três últimos anos do ensino médio não foram nada diferentes - ele, poucas carteiras atrás dela, fazia questão de perturba-la como ninguém. Sempre se envolvendo em problemas e mais problemas que acabavam sobrando para a Lee, Haesoo era como uma pulga atrás da orelha, um problema que ela apenas ignorava até que escorresse entre os dedos quando se envolviam num mal entendido. Realmente, só podia ser brincadeira.

As coisas começaram a piorar quando o grupo de amigos dos dois, conhecidos distantes, decidiram acampar para comemorar o ótimo desempenho na última prova do primeiro semestre do curso. Àquela altura, por mais que ainda se odiassem profundamente e incondicionalmente, o que era até um tanto infantil, Jane e Haesoo conviviam mais uma vez juntos, em parte por obrigação devido aos amigos em comum, em parte pelas aulas que tinham juntos. Apesar da convivência nas mesmas características de antes, a estadunidense não aguentava os comentários espertos, a risada logo atrás de si e as provocações - definitivamente, ele era um castigo, e ela estava pagando caro pelos pecados que cometeu.

Jane teve certeza de que o destino estava rolando de rir quando se deparou com a situação em que se encontrava: perdida entre as árvores altas daquela floresta desconhecida e com ele como única companhia. Depois de uma caminhada breve procurando por alguns pedaços de madeira soltos no chão, a dupla infalível ao menos sabia de onde tinham saído. “Ah não, pelo amor de Deus, você trata de achar o caminho de volta que eu não vou aguentar ficar contigo aqui não, viu, Haesoo?” O comentário dramático fora a primeira coisa que ela fez assim que se deu conta da situação na qual estavam. Apesar das expressões exageradas, o tom tinha notas de preocupação, ou até medo. “Você realmente não lembra de onde a gente veio? Vamos, tenta lembrar de qualquer coisinha... Pensa pelo lado bom... Se você lembrar antes de escurecer eu não vou ficar te enchendo o saco a noite todinha!” A animação no dizer não se passava de um sarcasmo bem executado procurando não só incentivá-lo, mas também, ao contrário da fala, já começar a perturbar o juízo dele. 

@lovewpami

#jane & haesoo #jaesoo: t01