"O último brinde
Bebo à casa arruinada,
às dores de minha vida,
à solidão lado a lado
e à ti também eu bebo –
aos lábios que me mentiram,
ao frio mortal nos olhos,
ao mundo rude e brutal
e a Deus que não nos salvou."
Anna Akhmatova
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Uma boca bovina me diz
Que tudo pasta
Macarração com cebola e ovos
O mundo sempre começando
E fermentando
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Você foi a bóia que eu furei
Em plena oceana atlântica
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Eramos um sonho, mas você acordou
Eramos o tempo, mas agora já é meia-noite
Eu era a rainha do gelo
E você um coração em busca de um cesto
Dentro do teu peito
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"Depois de ler um livro sobre aprender a se amar e a se dar valor
me odeio às segundas
porque não sou magra
e me odeio às quartas
porque nunca tem
dinheiro para o aluguel
aos domingos me odeio
porque tenho preguiça
posso me odiar
nas noites de sábado
por muitos motivos
me odeio dormindo
me odeio desperta
me odeio tomando café
me odeio enquanto escovo
dentes cabelos pelos
da minha gata
me odeio muito
quando tenho cólica
me odeio na sala
na cozinha no quarto
já me odiei na cama
no sofá em cima da mesa
no lustre eu já me odiei
em todos os cantos da casa
às vezes me odeio por ler
livros sobre aprender
a se amar e se dar
valor se eu soubesse
me amar e me dar
valor eu não lia
eu me amava
eu me dava valor"
*Lucas Matos
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overflowing with feelings of nostalgia
the incipient future
the sound of future lingering in the shadow
of my body
like if there was an invisible light
shifting space
shiting time
making time tremble
as everything that was
and everything that is yet to come
was here
right now
in a petal
in a leaf
at my
feet
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testemunhar comigo
nossa história
quem viu?
se eu conto interrompo
não consigo mais ver as estrelas
se eu narrar como elas caíram
minha tristeza vira um travo na boca
e não lágrima nos meus olhos
eu ainda gosto de ver essa estrela cantar
caindo
eu ainda gosto de ver
lacrimosa imagem
eu gosto de ver você indo embora
porque ainda é você
ainda é memória
ainda é agora
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a primavera está vindo com um caju na boca
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imaginary map by juru
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like ashes
kiss the fire
after 4 days of bonfire
eu brilho
ainda do carnaval
na quarta-feira de cinzas
sombra de brilho no resto dos dias
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mapa da mina
para onde eu vou estando parado aqui
meu coração está sempre na sua direção
para onde eu vou estando parado aqui
você correndo feito um ladrão
berrando assalto tão silencioso
para onde eu estou indo parado aqui
castelo de cartas imóvel no vento
gaiola de ouro sem bicho dentro
para onde eu vou estando parado aqui
livre do meu pensamento
para onde eu vou estando parado aqui
costurando meu peito
bofes pra fora
língua no alto da boca
olhos revirados pra dentro
unhas de pássaro aceso
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o sol espreitando as nuvens
você coloca as cartas na mesa
e me faz um desafio doce
sorte da nuvem no seu céu
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burning heart
onde houve fogo
sempre haverá cinza
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Watch the first light kiss the new world
Like the rainbow colors
Going somewhere
Else
A chuva vindo com um morango na boca
Uma chuva nem feliz, nem muda
Vindo com cheiro de caju
E um morango na boca
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marasmus
murchar
waste of the body
desnutrição crônica
período em que nada acontece
sempre pensei que fosse sobre um momento em que o mar não se move, ausência de correnteza.
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