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cansada de me sentir cansada.

hoje não vai rolar muita reclamação, até porque a única coisa que tá mais me incomodando é o cansaço mesmo, mas tô tentando ver pela perspectiva que por estar menstruada o cansaço me pegou de vez... a, e um leve resfriado veio junto também, então tô pondo nessa conta aí.

fora isso eu tô passando por um processo meio chato, não só eu, mas a família do lado do marido.

que o câncer é uma doença fodida, todo mundo sabe, o difícil é ver alguém sendo consumido por ela. estamos há uns dias acompanhando alguém querido da família passar por isso e tá sendo complicado. bem complicado

e isso acaba engatilhando muitas coisas em mim, como a perda, o medo, o luto... as coisas difíceis da vida, mas sei que o momento não é sobre o que isso trás de ruim, mas sim o apoio pra quem precisa.

por mais triste que seja, é algo que todos nós estamos sujeitos a passar e isso me amedronta, a fragilidade da vida, a rapidez com que a vida passa e como não somos nada diante do destino.

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sinto que existem duas pessoas vivendo em mim. de personalidades diferentes, tentando coexistir no mesmo espaço.

antes fosse uma gravidez, mas aparentemente existe algo dentro da minha cabeça que me faz pensar que existem duas versões de mim, uma que gosto e a outra que eu desgosto totalmente.

não sei se isso é coisa de ascendente e espero muito que não seja (gêmeos) mas essas duas personalidades dentro de mim se odeiam e sobra pro meu corpo lidar com isso.

existe um lado meu amoroso, colorido, animado, bem humorado, simpático que ama tudo e todos, que vê o lado bom da vida, que enxerga o bem no mundo. É meu lado criativo, meu lado romântico, amável, amigável. Um lado mais aceitável, mais passivo, mais equilibrado, porém não se impõe, aceita tudo e sofre depois sabe?

em contra partida existe um lado menos animado, mais isolado, mais melancólico. um lado que aprecia a solitude, desapegado, que enxerga o mundo de um jeito mais realista, mais racional. que sobrepõe a razão acima da emoção, mas que também é mais maldoso, conflitante e consequentemente mais estourado.

esses lados existem e tentam coexistir no meu espaço. não consigo enxergar quem eu sou, essa dualidade me confunde, quem eu sou de verdade? porque um lado insiste em tentar se adaptar ao mundo enquanto o outro só quer mandar todo mundo se ferrar.

é conflitante me enxergar como duas sendo que sou uma só.

queria fundir os dois, queria manter tudo equilibrado, deixar de ser ambígua de uma vez e me conhecer de verdade;

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viver é cansativo.

pelo jeito os dias bons passaram. ás vezes sinto que o único lugar que posso recorrer pra despejar esse monte de tristeza, frustração e raiva é aqui. é amargo demais sentir que escrever sentimentos e sensações é o único jeito de aliviar o peso da vida, que nem a terapia parece estar adiantando mais.

eu tô tão frustrada comigo, com os outros, com o mundo. tudo parece ficar tão sem graça e tão sem sentido do nada.

as vezes sinto que não consigo me agradar e que nada pode me agradar.

sinto que estou sendo chata, que não tô sendo o que as pessoas esperam que eu seja.

ao mesmo tempo to cansada de não conseguir falar não.

cansada de me culpar por coisas que não são minha culpa, mas não consigo desprender de jeito nenhum disso.

cansada de aceitar algumas coisas pq é isso que se tem que fazer.

cansada, exausta de tentar sair do lugar e não conseguir por medo.

e cansada de ver outras pessoas realizando meu sonho e eu não.

sentir é cansativo, viver é cansativo demais.

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criando culpas.

às vezes me culpo demais por achar que sou eu quem afasto as pessoas. tenho uma tendência de achar que, qualquer pessoa que se afaste de mim é por culpa minha. não sei o que tem na minha cabeça que me faz ficar pescando culpas por aí, enfeitando todas elas que mesmo que não sejam sobre mim, eu faço ser, como se já não bastasse as minhas próprias que tenho que carregar, invento outras também. cansativo só de pensar, mas creio que esse cansaço todo é de carregar culpas que não são minhas, sentimento que não são meus.

mania chata de me colocar o tempo todo no lugar dos outros, mesmo que não "mereçam" ou que não liguem.

empatia demais é destrutiva, te faz querer arrancar dores alheias pra inserir na sua própria vida. já pesado carregar nossos fardos, imagina carregar o fardo de todo mundo ao seu redor?

talvez seja isso que me faz cansar de pessoas, ao mesmo tempo, sinto que jamais vou conseguir sobreviver sozinha.

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o peso das escolhas.

olá.

faz um tempinho que não do ar da graça, mas é só porque a tempestade passou e as coisas voltaram ao normal por aqui... ou pelo menos quase tudo.

entre vazios que ainda me cercam, que vez ou outra costumam se expandir aqui dentro, tenho focado muito em tentar melhorar o ser humano que sou. e tentar entender que nem tudo depende exclusivamente de mim.

o fato de poder controlar pouquíssimas coisas ao meu redor me assusta muito por que é no controle que eu me acalmo, é saber o que posso, quando posso e quando quero e tudo o que foge disso me assusta, porque muitas das vezes, querer não é poder.

e nada, nem dinheiro, nem choro, nem vela e nem toda a vontade do mundo tem o poder de fazer as coisas acontecerem do jeito que a gente quer que elas acontençam.

isso tem um lado bom, porque imagina a zona que o mundo seria se todo mundo tivesse o que quisesse (tirando bilionários né, esses tem tudo o que querem, o que podem na hora que quiserem).

mas enfim, divaguei demais do objetivo desse texto reflexivo.

voltando.

o fato de a maioria das coisas ao meu redor não seguir o script da minha cabeça me frustra muito. a ponto de colocar em dúvida todas as certezas que eu geralmente tenho sobre a vida.

será que eu sou uma boa pessoa? será que eu gosto tanto assim de conviver em sociedade? será que preciso estar sempre presente em lugares onde nem sempre estão presentes pra mim? será que devo ser menos expansiva? será que cobro muito e faço pouco? será que deveria criar menos expectativas sobre os outros em relação a mim? será que devo ser mais na minha? será se sou chata? será? e será?

muitos pontos de interrogação e nenhuma resposta da minha querida mente, a vida seria tão mais fácil se eu não ligasse pra metade das coisas que eu ligo, mas também penso que se eu fosse assim, talvez eu não seria eu e sim outra e pessoa.

oloco, papo de doido.

voltando

me peguei pensando em várias perguntas que não tive resposta e a única coisa que consegui pensar foi "quando é que a gente na vida adulta fica bem resolvido consigo mesmo?"

enfim

continuo aqui pensando e pensando se eu deveria ser uma pessoa melhor pra quem não se cobra pra ser melhor pra mim.

nem tudo precisa ser uma troca, tudo acaba em um momento mesmo as vezes a gente só precisa entender que certas pessoas estão se pendurando por um fio na nossa vida

agora a gente larga? ou a gente tenta? eu, que sempre me cobrei tanto em relação a amizades, fico pensando se eu sou o problema, se eu não sei ser amiga o suficiente, se tudo que eu faço e espero que façam por mim é errado, se eu pensar que só o fato de esperar já não é algo a se pensar a respeito?

eu fico tão chateada que por mais que eu esteja ali segurando, tentando e insistindo, talvez o barco friendship never ends já tenha zarpado a um tempo, só eu que não percebi.

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dia 04

querido diário

ontem tive minha sessão de terapia e vomitei tanta coisa entalada na minha garganta que eu nem sabia que existia.

chorei até arder os olhos e minha cabeça doer.

acho que tirei 76 toneladas de sentimentos enterrados em mim mas ainda sinto o peso de tudo nas minhas costas, tô mais leve, mas ainda tem coisa aqui.

acho que minha maior tristeza é não saber lidar com a tristeza em si,

é não conseguir sentir esse sentimento de maneira normal, tudo se intensifica quando eu fico triste, tudo transborda demais, é um tsunami de sentimentos tristes caindo na minha cabeça.

o fato de não saber lidar com o fracasso é algo que me mantem acorrentada com a insegurança. é uma âncora que me afunda cada dia um pouquinho mais.

tudo isso sempre esteve aqui, de uma maneira ou de outra, por mais que eu tentasse esconder aqui dentro essa versão minha triste, ela sempre esteve aqui, sempre querendo sair, sempre pedindo espaço e eu sempre sufocando ela.

afinal, pra mim tristeza é algo a ser escondido.

passei minha vida toda escondendo que na verdade uma parte de mim é triste. a parte que eu não consigo enfeitar é triste, a parte que eu sou insegura é triste, a parte dos meus defeitos é triste, mas isso é n o r m a l.

vi um vídeo da laura seraphim falando sobre as sessões de terapia dela e apesar do apelo cômico uma frase me marcou muito, que é basicamente "todo mundo ta na merda".

a verdade é que a vida que a gente inveja ou tenta mostrar ter é uma vida irreal. ninguém é feliz todos os dias, todo mundo chora, todo mundo sente

sentir é humano e ponto.

a tristeza é um sentimento humano e senti-la faz parte da vida

talvez meu maior problema seja justamente isso, aprender a conviver com um sentimento que me faz humana. compreender que se sentir triste é natural (obvio que não todo dia né) mas é descobrir de onde vem e tentar lidar com isso de uma maneira menos intensa.

o mais difícil é que não tem maneira certa de aprender a lidar com sentimentos, não é pratica, não tem manual e nem tutorial feito por uma criança de 12 anos no youtube, é algo que não se aprende, é algo que se vive.

e viver é sentir.

talvez eu deva me deixar sentir.

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dia 03

querido diário

depois de dias turbulentos, uma melhora.

acho que o fato de ter chorado tudo que precisava chorar realmente ajudou a tirar um pouco da tristeza. ontem acordei melhor, consegui socializar, consegui rir e fui pro pilates bem.

teve choro? teve sim, mas menos do que dia 02. (lembrando que a contagem de dias que escrevo, não os dias que estava ruim)

mas receio tanto que essa seja uma melhora pra depois ficar mal tudo de novo e eu tô tentando tanto, mas tanto, ficar bem.

alguns sentimentos ruins ainda estão aqui, mas hoje tem terapia então acho que já vai me ajudar a tentar lidar com eles.

tô tentando focar nas coisas boas, por mais difícil que seja, mas ando tão preocupada, tão exausta de me preocupar.

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dia 02

querido diário.

ontem foi mais um dia ruim, acordei bem (como escrevi no dia anterior) mas ao longo do dia as coisas foram ficando pesadas demais e difíceis demais pra lidar.

enfim

aguentei onde pude no trabalho, o restante das forças que eu tinha usei pra ir no mercado, afinal a vida adulta tem dessas né, engoli o choro e fui.

mas cheguei em casa e aí foi só ladeira a baixo.

comecei a chorar no momento em que pisei em casa, guardei as compras chorando, fui tomar banho chorando, fumei chorando, fui me trocar pra ir na academia chorando pq eu não queria ir e chorando por chorar. marido chegou continuei chorando, concluímos que era inviável ir na academia pq malhar chorando ia ser demais.

deitei e chorei, chorei, chorei e chorei mais um pouco.

meu marido me perguntando "o que aconteceu? pq vc ta assim?" e eu só chorava, não sabia nem falar, só chorei por que não sei explicar, por que tô cansada de me sentir assim, porque estou triste sem motivo aparente, chorei porque é o único jeito que tô conseguindo tirar essa tristeza toda de mim.

chorei até minha cabeça doer, até toda a reserva de lágrimas secar, chorei até meus olhos fecharem e aí parei.

comi um pedaço de pão, tomei água, joguei 10 min e fui dormir.

acordei me sentindo um pouco melhor.

mas acordei introspectiva e sem vontade de conversar, mas pelo menos sem vontade de chorar

devo considerar isso como uma melhora?

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dia 01

querido diário.

ontem foi um dia difícil, pensei que poderia melhorar, mas foi cansativo demais, sinto que isso esta afetando as pessoas que amo, detesto isso. o dia no trabalho foi entediante, mas tentei o tempo todo me distrair com coisas diferentes pois a vontade de chorar era grande, então tive que recorrer a vídeos no youtube pra tentar me acalmar, funcionou por um tempo, depois só fiquei entediada mesmo, mas pelo menos a vontade de chorar passou. tive que dirigir. nesses momentos mais complicados em que eu simplesmente quero sumir, dirigir é um fardo pra mim, porém fodase sou adulta e tenho que lidar com meus problemas. lidei, mas quase tive crises de ansiedade durante o caminho todo, mesmo o meu pai junto comigo. mas pelo menos meu orgulho foi tão grande que não quis pedir ajuda. infelizmente meu pai ficou mto preocupado comigo, perdeu a noite de sono

meu marido me arrastou pro pilates, disse que poderia melhorar, fui contra vontade, mas no final ele estava certo, não me concentrei nem me esforcei do jeito que deveria e que sempre fiz, mas pelo menos fui. eu to tentando muito melhorar por ele, que ta fazendo mundos e fundos pra me fazer me sentir melhor. minhas amigas meio que me mandaram mensagem perguntando se estava bem, eu não queria falar que não estava, mas fui sincera. não gosto nenhum de admitir que não to bem (tirando aqui, mas ngm lê então tudo bem) piorou pois queria desabafar mas ao mesmo tempo pensei que nada do que eu falasse iria me ajudar, então fiquei quieta. os outros já tem problemas o suficiente pra lidar, não serei mais um deles.

e também não quero ser o "ai lá vem a yasmin, com mais um drama pra variar" então poupei o resto da sanidade e me mantive quieta.

doeu, mas passou.

a noite consegui organizar umas coisas em casa, isso tem ajudado a me distrair.

e foi isso. hoje está sendo melhor, apesar de já ter ido chorar no banheiro e estar chorando agora de novo, mas tudo bem.

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vanessando.

minha cabeça anda tão confusa. sinto que tô perdendo a lucidez, tudo dói demais numa intensidade que eu nunca senti. sinto que as pessoas estão cansando de mim, cada vez mas e que eu não farei falta se sumir um dia do ~nada~.

e sei que é perigoso demais pensar assim, mas não consigo evitar.

ontem, domingo, foi o primeiro dia que consegui ficar sem chorar o dia todo, hoje acordei pensado que o dia seria bom

mas 10 min que cheguei no trabalho e tentei ser social já acabou com o restante de felicidade que tinha em mim. sinto que sou um desperdício de espaço, e tempo. sinto que as coisas não funcionam perto de mim.

sinto tanto, penso tanto

dói, machuca é pesado respirar. não consigo me imaginar sendo interessante ou relevante na vida das pessoas e sei que isso é mentira, mas todo dia parece mais e mais que não existe nenhuma diferença entre mim e uma pedra.

tô exausta de tristeza, exausta de sentir.

na minha cabeça fico martelando que preciso melhorar rápido, pq tem pessoas que dependem de mim pra certas coisas e eu simplesmente não consigo ficar bem, não consigo raciocinar, não consigo me sentir feliz por ninguém, nem por mim.

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a chata monotemática voltou.

eu cheguei no fundo do poço. ou já estava aqui e só percebi agora. pode ser exagero, não sei, mas sinto que a gota d'água bateu, o copo transbordou, alegria acabou e bla bla bla

me sinto cansada, cansada de todo mundo a minha volta, cansada das mesmas coisas, das mesmas pessoas, da minha vida, queria gritar na cara de cada um que eu conheço só pra que a raiva escape de mim e eu consiga respirar aliviada de novo. esse negócio da gente não resolver os problemas e fugir de conflitos tem um preço alto, acho que guardei raiva e tristeza tantos anos que agora eu simplesmente quero que o mundo inteiro se exploda em 45 trilhões de pedaços só pra que tudo acabe logo de uma vez. apesar que me sentir assim não tem sentido nenhum. eu tenho uma vida boa, apesar de sempre reclamar aqui

tenho uma família estruturada, tenho um emprego bom, uma vida estável, tenho amigos, tenho carro, tenho casa, tenho saúde, tenho gatos, tenho posses, tenho muitos privilégios.

e não me sinto merecedora de nada.

e me sinto ridícula de estar escrevendo isso aqui e lendo que os meus problemas inúteis não são nada comparado a quem sofre de verdade, mas ainda assim me pergunto " por quê é tão pesado sentir e viver?" sentir é humano, eu sei, mas é pesado, dolorido e te faz sentir uma merda por reclamar de coisas idiotas.

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bora reclamar ?

voltei e voltei querendo desabafar.

talvez esse aqui não seja o melhor lugar, mas ainda sim me sinto confortável o suficiente pra gritar pro mundo (mesmo que ninguém além de mim leia isso aqui) que as coisas na minha cabeça talvez não andem tão bem assim.

quando passo um bom tempo bem sei que a tempestade vem logo, que é só uma questão de tempo pra eu mesma querer me derrubar de novo.

então não é nenhuma surpresa eu estar assim, a tempestade chegou e eu tenho que esperar passar.

o que mais me da medo é as consequências que elas podem deixar em mim.

eu to me sentindo mentalmente esgotada, estou fazendo um esforço sobre-humano pra conseguir socializar o mínimo para que eu consiga trabalhar, as vezes vai bem, mas hoje particularmente está sendo bem difícil.

sobre estar mentalmente esgotada, sinto que meu cérebro não para de pensar 1 min se quer. eu tô pensando em mil coisas enquanto eu estou aqui escrevendo e reescrevendo esse texto, não consigo me concentrar em nada. (já reescrevi esse texto 3x)

e talvez a falta de esforço pra socializar com minhas amizades pode ter dado entrada pra um pensamento meio novo, a questão de que talvez eu não me sinta tão "encaixada" como eu achei que estava.

e isso tem crescido dentro de mim, por diversos fatores que eu SEI de onde vem tá? mas que eu não queria ter dado voz a eles.

eu sinto que não consigo me abrir com minhas amigas e não sinto o mínimo de vontade pra isso. já um esforço enorme que faço pra contar quando eu não estou bem mentalmente, deve ser por isso que adoeço sempre quando preciso desabafar, pq só ai eu consigo dizer que não tô legal.

/é o corpo falando o que eu não consigo falar/

e tudo isso me faz sentir raiva, muita raiva e eu não sei o pq.

e estar assim nessa tormenta constante me faz descontar essa raiva em pessoas que não tem absolutamente nada a ver com isso. e tenho tentado muito me controlar, mas cada vez me sinto mais e mais cansada e tenho medo de surtar de vez.

por isso tô me afastando pq não quero ser cruel com ninguém, porque ninguém merece essa tormenta que vive na minha cabeça.

nem chorar eu tô conseguindo.

tá difícil pra caralho

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feliz ano novo.

post apenas pra registrar que 2023 foi um ano que me superei.

apesar de ter mil e um posts reclamando sobre minha vida, apesar dos pesares, o final do ano fez valer cada segundo ruim de 2023 por que eu consegui finalmente me sentir corajosa.

realizei dois grandes sonhos que estavam na minha lista de coisas a se fazer antes de morrer.

primeiro foi finalmente ter a coragem de ir em um festival de música e curtir o show do the killers. que foi uma das bandas que mais curti na minha adolescência e o outro sonho foi conhecer um deserto do Atacama.

em nenhum momento desses dois acontecimentos me senti com medo e isso foi uma das coisas mais libertadoras da minha vida.

sou medrosa, vivo com medo e finalmente pude me sentir uma pessoa normal, sem receios, que poderia VIVER e SENTIR tranquilamente pois está tudo bem e vai ficar tudo bem, mesmo que no fundo a gente nunca saiba se vai ficar realmente tudo ok, ,mas só o fato de poder viver sem me sentir sufocada vale... e vale muito.

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tirando a poeira.

esqueci que isso aqui existia, até por que só uso aqui pra reclamar da vida hahaha não que não tô tendo problemas, porque acho meio impossível viver meses na perfeita harmonia e alinhamento dos planetas, mas acho que tô aprendendo a lidar mais com meus problemas sozinha, sem precisar ficar externalizando tanto assim o que tô sentindo.

mas lembrei da existência desse canto empoeirado e resolvi dar uma breve atualizada de como anda a vida em dezembro de 2023.

bem, ando muito cansada.

finais de ano tendem a ser corridos, inúmeros compromissos, todo mundo contando os dias para pelo menos 5 dias de descanso, então acho que é meio natural a gente sentir que o peso nas costas aumenta, a paciência diminui e a gente passa a empurrar com a barriga, tanto os problemas, quanto com os dias. e me sinto exatamente assim, cansada demais e sem paciência alguma pra lidar com qualquer tipo de problema, apenas empurrando tudo para que a yasmin de 2024 lide com isso.

então acho que esse cansaço todo me faz enxergar problemas que até então eu não enxergava. mas aparentemente tô me cansando das pessoas no geral.

meu maior medo sempre foi ficar sozinha, sem ninguém, mas ultimamente me sinto tão esgotada de ter que lidar com o outro, com a dor do outro, com os problemas do outro, que sinto que eu já não to querendo me importar mais. tô cansada de lidar com meus problemas e ainda ter que fingir que me importo com os dos outros, consome minha mente e me faz me sentir mais cansada ainda.

sei o quanto isso soa egoísta, mas chega alguns momentos do meu dia, que meus piores pesadelos solitários acabam se tornando o lugar que eu gostaria de estar.

sozinha.

obviamente não quero ser uma pessoa solitária. quero pessoas perto de mim, acredito que isso seja apenas pelo cansaço mesmo, até porque nos momentos mais de boas me gela a espinha pensar num mundo onde eu seja e esteja sozinha.

talvez não esteja lidando tão bem assim com meus problemas, né?

pode ser que eu na verdade só precise desabafar essa fadiga do mundo, do cansaço de ser eu. de ter que forçar na minha cabeça que tenho que ser grata por tudo (e sou grata por tudo) mas que não posso abrir minha boca pra reclamar de como tudo anda tão pesado ultimamente, mas que meus problemas e pensamentos não são tão relevantes ou graves assim. e que devo ser grata apesar dos pesares da vida.

odeio a palavra gratidão, inclusive.

bom, mas cansada ou não, exausta ou não, a gente segue e engole seco, porque sou adulta e tenho uma vida pra lidar e pessoas pra lidar também.

e seguimos.