Tumgik
under-changes · 1 year
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Talvez eu seja velho demais para amar. Moldado pela natureza selvagem dos meus próprios anseios passados. Hoje sou só.
Talvez nem o medo explique. Mas tudo foi se quebrando na medida em que o cuidado era tomado. Na ânsia de errar, errei.
Talvez o erro nem seja o problema. Dia após dia fui me tornando inapto na medida em que tentei mudar. Mudei, desnecessariamente?
Talvez realmente fosse necessário. Fico a pensar que deixar de sentir dor poder ser uma cura ou alerta. Mas agora dói, tenho certeza.
Talvez a dor de agora seja etérea. Mas afinal, o que é sofrer se não uma saudade escondia, uma ressaca ardida ou uma noite de recaída?
Talvez eu esteja pensando demais. Vou empurrar tudo para debaixo do tapete e seguir. Finjo que está tudo certo.
Talvez não esteja... Talvez... 
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under-changes · 3 years
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Espero que um dia você entenda sobre escolhas. Quando você cansar de trabalhar e estudar. Quando você tiver tempo livre pra pensar sobre o amor. Vai entender que na vida algumas escolhas nós não podemos fazer. Mas que toda bifurcação que encontramos, tem um significado importante. Ter que escolher ir ou ficar requer coragem. E essa decisão tem muito amor envolvido, apesar de você não perceber. Escolher deixar portas abertas ou janelas fechadas. Tudo isso requer muito mais do que um sim ou não. Ai a gente começa tomar proporção dos sentimentos. Entendemos que nossas funções vitais são mais abstratas. E que fomos criados para sentir. Sentir medo. Sentir saudade. Sentir afeição. E também somos transporte para levarmos isso para pessoas. Por isso estou aqui. Mas eu também entendo sobre prioridades. Sobre a importância de se ter casa, carro, dinheiro e currículo. Por isso eu continuo a esperar. Talvez não por tanto tempo. Mas espero que um dia você entenda.  
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under-changes · 4 years
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De atenção
A alguns versos que lhe fiz pra falar sobre a vida Onde temos o problema mas você não vê saída Parece que vivemos em constante despedida Aqui mesmo, onde vivemos um desencontro constante Enquanto eu vivo sentindo amor, você toda relutante Acabo aprendendo que o sentimento por si é o importante Já te disse sobre o tempo que passa, mas de que adianta? Já te disse sobre como sua presença me acalanta Já te disse sobre a importância de colher o que se planta Mas aí eu sento e paro. Pois não há o que eu possa fazer Pois de atenção eu não preciso. E amar é infinito prazer Talvez você não entenda. Ou estou novamente a me exceder E ficam aqui minhas rimas para alguém sem rumo Das nossas linhas tortas, minha vontade é ser prumo E lhe digo, te ver longe é trivial, mas eu não acostumo
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under-changes · 4 years
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Sobre as horas
Essa é uma história que o tempo me contou Sobre transformações e reconstruções Sobre atrasos e agendas Sobre destino e histórias Sobre escolhas e incerteza Uma hora é só um momento de um inteiro Onde a metade ainda está inteira Se você souber viver cada pequena parte do todo Buscamos sinais no mundo Sem olhar para as flores que nos brotam Buscamos respostas pra vida Sem dar ouvido as batidas de nosso coração O tempo é uma constante busca e espera A busca letárgica por autonomia de nossas emoções A espera constante pelo bem estar de nossa alma Abstrato, se não, utópico E o amanhã, que nem nos pertence Estamos tão presos ao nosso presente Que mal tomamos consciência de nossa maior limitação O tempo Ele também me contou sobre incertezas Sobre dúvidas, medos, receios e anseios Passo horas me questionando, mas... E se o tempo parar? E se o tempo acabar? Vivemos?
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under-changes · 4 years
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A parte mais fácil
Das muitas partes que fui Dos poucos pedaços que me fiz e desfiz Aos cacos que juntei Me fiz inteiro pela metade Inteiro aos olhos de quem me vê Polido aos olhos de quem me enxerga Um pequeno imã Que, por complexidade do destino, se quebrou E, em suas quebras Descobriu novos polos Que nunca mais se juntaram ao que era antes Mas juntaram E essa foi a parte fácil Mudar polos por fendas A parte difícil é a atração Isso nunca mudou É incessante a vontade De me encostar em tu Sim Você que meu polo repele Eu quebro E quebro Mas, juntos meus pedaços ainda são eu O mesmo de antes só que agora O que atraio, também afasto É tudo questão de perspectiva Só o magnetismo pra entender O quanto te afastei Por te querer demais
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under-changes · 4 years
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Dos mares que fui aos barcos que afundei...
Das vezes que fui barco, cais...
Das minhas inundações por chuvas torrenciais...
Das ressacas que me espancaram por tempestades tropicais...
Ser e estar é questão de opinião...
O mundo te engole, te cospe...
O mar te leva, te traz...
A chuva te molha, te refresca...
A vida sendo um eterno “bem vindo, até logo”.
Não é sobre se encaixar...
Nunca foi sobre se moldar...
Mas respeitar nossos tempos...
Como quando cais, mar, chuva ou barco...
Um dia a gente se afunda...
Outro dia somos nós que afundamos...
E assim a vida segue...
Na dinâmica da vida...
De quem vem e, logo, vai...
Passageiros que somos...
Estendemos nossa ajuda até onde o braço alcança...
Até que o braço cansa...
E, como a maré durante a noite, nos recolhemos sob a areia...
Lá, onde pisamos com firmeza...
Lá, longe de maresia...
Lá, onde está nossa segurança...
Não encaixe mais duradouro que nosso próprio contorno.
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under-changes · 4 years
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Estou fadado a prisão que carrego em meu corpo... 
De que adianta, então, sentir o amor e transbordar a alma se não posso vivenciar esse sentimento da forma mais pura?
Carrego dentro de mim toda força para subir em um arranha-céus... Toda resistência de um quebra-mar... Toda lucidez de um farol de praia... 
Mas não serve. 
Não tem uso. 
Não posso me permitir... 
A vontade que sinto é como uma vela que apenas o tempo pode derreter em parafina aos poucos, até fingirmos que a luz nunca existiu...
E por que? 
Por desarranjo de nossos ideais... 
Por descuido de nossos sentimentos... 
Pela relutância em se permitir... 
Não sabemos...
Não fomos bons o suficientes? Eu quis muito? Você quis pouco? 
Todo dia eu acordo aprisionando meus sentimentos. Por não querer te machucar... Por não querer sentir mais culpa... Por não te encontrar... Por me perder... 
Todo dia eu acordo na prisão de meus pensamentos... Eu não tenho certeza de minha pena, mas me tortura sentir tanto e ser impotente de expressar... 
Devo respeitar minha razão de amor, te buscar e lutar pelo que acredito? Ou devo me entregar as minhas correntes mentais até que essa vontade seja apenas um devaneio?
Eu sou um corpo com vigor sem refúgio mental. Estou saboreando a morte lenta da minha essência sem saber o que fazer, repreendendo meus sentimentos...
Amando em vão... Será se, então, tão errado e imperfeito o amor? 
Existe tragédia maior para um romântico que morrer estando vivo?
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under-changes · 4 years
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Seu bem estar custa a paz de alguém?
Pensamentos de chuveiro
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under-changes · 4 years
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As pedras que não peneirei
Não sei se sinto menos dor... Não sei se acostumei a dor... Sei que eu voltei a caminhar... Já tem algum tempo... Sob meus pés eu ainda sinto tensão... O medo de pisar e a queda eminente... Os calos feitos sob as rochas pontiagudas de outrora... Tudo parece o mesmo, porém, diferente... O receio, o medo, a insegurança... Não remoo o passado... Talvez um pouco... Devo (quero) estar perdido no futuro... Pois ainda não me concentro no presente... Aprendi, duramente, a não esperar de ninguém... Porém, me limito a não oferecer demais... De pontos fechados, hoje sou apenas os hematomas... Com uma boa dose de diclofenaco pela manhã... Com uma boa dose de Whisky pela noite... Dizem que estou vivo, e eu acredito... Dizem que estou bem, e eu também acredito... Dizem que estou certo, dizem que estou indo bem... Dizem isso, dizem aquilo... Eu sorrio e aceno, feito Miss Universo no palco... Sobre meus prédios desabados: voltei a me reconstruir... E hoje estou e sou... As pedras que peneirei de minhas areias... Duro e sólido...
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under-changes · 4 years
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Como poderia não me permitir? Essa febre do desapego... Essa cólica de desamor... Essa asma de viver... Nunca tive. Nunca vou ter.
Meus sentimentos... São grandes demais para gaiolas... São selvagens demais para domesticar... São intensos demais para ser unicamente meus...
Não vou mais polarizar minha teimosia em dias bons e ruins... Me permito, a partir desses dias, ver o fogo tomando conta de minha relva...
Também não vou mais fazer caridade de meu passado. Se passou e errei, que amanhã eu possa acordar me sentindo mais certo...
Meu coração não erra batida... 
Minha vista não confunde miragem... 
Meus passos são contínuos e firmes...
Porém, imperfeito que sou, permito-me,
Sem banalizar o que sangrei,
Sem vulgarizar o que senti,
Sem esquecer o que passei,
Viver em paz, independente de quem fui.
Não vou mais prostituir meus sentimentos por pouco amor.
Porém, por hoje, vou sentar ao meu lado e celebrar quem me tornei.
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under-changes · 4 years
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Do caminho que passou... Das flores que levou... De tudo o que ficou...
Das sementes que plantou... Das rosas que regou... De tudo o que trouxe...
A respiração pesada pelo tempo carregado...
Em passos curtos, da cozinha pro quarto...
Em dedos rápidos de mãos leves...
Da ponta de sua agulha até o fim da linha, hoje permanece a costura de suas histórias e o bardado que enfeitam pessoas... 
Dando as melhores cores... Dando os melhores caprichos...
Da ponta de sua colher de pau até o fim do tempero, hoje permanece a ternura de seus afagos a nossa fome...
Mas também toda sua doçura recebida em forma de educação...
E aqui ficamos...
Versos de alguém que não quer se acostumar a despedidas...
Mas de quem mantém a boa lembrança de todas suas chegadas...
Hoje engano minha tristeza com paz e conforto...
De quem compreende a necessidade do descanso de um corpo...
De quem compreende que não há fim para quem ensinou lições eternas...
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under-changes · 4 years
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É nessa queima de arquivo que despeço, com pouco pesar, do que fui...
Do mostro que me fiz nascer aos demônios que não se desprendem de minhas paredes mentais...
Talvez eu queira ser o monstro que você mostrou que sou...
Talvez eu queira sentir menos vexame por ter feito meu melhor...
Olhar para trás e ver meus tantos corpos estendidos foi um massacre...
Todo esse crime feito contra minha saúde já não me entristece como antes...
De tanto chorar, hoje tenho a licença poética para sentir raiva. E sinto...
Queimo numa vala a céu aberto tudo o que fui e o que me fiz sentir...
Das dores que passei, quero apenas o aprendizado...
Das lágrimas que chorei, quero apenas a re-hidratação...
Das feridas que sangrei, quero apenas cicatrizes...
Leve tudo o que sobrou de mim, pois o que ficar estará fadado ao calor do fogo.
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under-changes · 4 years
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Não é sobre o contínuo do tempo em que passamos vivos nos dedicando a não morrer...
Não é sobre a vida que passamos tentando buscar soluções práticas para problemas abstratos...
Não é sobre o que acontece após a morte e os sonhos incompletos que não realizamos...
É sobre a exaustiva rotina que vivemos ao tentar explicar caminhos, destinos, dores e horrores...
Sim a vida é um sopro. 
Talvez a morte seja o consolo de uma alma cansada ou de um corpo saturado... 
Talvez ela seja tão surpreendente quanto uma decepção amorosa ou elogio inesperado...
Talvez ela seja e sempre tenha sido a verdadeira metade da nossa laranja que, amargamente, nos completa ao fim da jornada...
Talvez devêssemos atribuir outros sentimentos a morta, porém, humanos que somos, sofremos...
E depois ressignificamos nosso sofrimento, agradecendo o caminho compartilhado e a companhia retribuída...
A partida não é obra do destino. A obra do destino é o legado...
Por vezes nos impressionamos pela velocidade em que a obra é criada...
Outras vezes é nos dado tempo suficiente para entender a obra...
Escolhas boas e ruins nos moldam e nosso caráter se forma, mas o que é viver afinal?
Não é o certo ou o errado que nos faz mais vivos... Mas a falta de viver a vida que nos deixa mais mortos...
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under-changes · 4 years
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Se sou copo cheio, por que tenho que te nutrir com conta-gotas? tua boca é pequena ou teu estômago que é frágil?
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under-changes · 4 years
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Catarse
Entre as muitas peles que eu me vesti, tirei do varal uma delas e, enquanto a esperava secar, desnudo das esperanças do sol por entre nuvens, percebi o diacho de vida que me submeti...
Hoje percebo seu contorno e nem é tão belo assim. Mas passei tanto tempo lustrando que inflamou. O desespero pra te descobrir me fez, em arranhões, abrir feridas no inchaço. 
Minha agonia ao ver sangue escorrendo entre meus dedos me impediu de saber quem era você. Aos poucos notei que a carne rasgada não era minha... Não era sua... Era de algo que criei de você... 
Quem é você afinal? Quem foi você afinal? Você nem sabe quem é, por que eu deveria saber? Eu, nu no frio a tanto tempo em troca de que? Tentar enxergar você e você nem sequer sabe quem é... 
Olha o tempo que me fiz parado aqui... Olha o tanto de roupa suja que me fiz lavar... Eu tentei te enxergar mais que você, e das muitas visões que tive, nenhuma era a que se apresentou, muito menos a que se despediu...
Você não acha injusto usar outra pessoa pra tentar se enxergar? Mas veja bem... Eu não te culpo pelo frio que passei, pelos calos que fiz ou por qualquer desgraça que me submeti...
Hoje eu me conheço bem e isso é tão rico pra mim. Eu posso ser mil, mas serão mil que conheço... Sei quem fui ontem, sei quem acordei hoje e também sei quem esperar ser amanhã. E você? 
Além do agradecimento por ter tornado minha vida uma desgraça construtiva, também venho te alertar... Pois não são todos que estão prontos pra passar por essa catarse. Para um próximo alguém, ao menos se apresente. Passar bem.
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under-changes · 4 years
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Pessoas que sangram e seguem
Sangram por feridas abertas enquanto as evidências são encobertas...
Por traz de cada  sorriso também verbera uma placa de aviso...
“Cuidado, estou quebrado”
Pois sim, sabemos que a dor tem fim
Mas pontos fechados também sangram como novos machucados
Não olhar de onde vim não resolve enfim...
Pois independente de onde eu vago meu caminho eu alago
Me anestesio a não sentir, sem querer, começo me redefinir
Com o sangue me desenho em arte em um destino que já fez sua parte
Nunca imaginei que minha metade seria inteira, que o limpo seria poeira
O que você vê afinal? Um corpo sangrando ou uma rima final?
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under-changes · 4 years
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Essa fixação no tempo contínuo é o que tem nos levado a óbito. Não na falência funcional do nosso corpo e de nossas funções vitais, mas na decomposição de nossas razões e emoções. Passamos uma infância valorizando finais felizes sem perceber que a facilidade não é um ponto de chegada ou um final. 
Agora que crescemos e temos que lidar com nossos medos do desconhecido, da falta de emprego, da falta de saúde, da saudade, da morte, de ficar só, começamos a nos dar conta de que a batalha não era para chegar em algum lugar. Como se a felicidade fosse um pódio por trás de uma linha de chegada. 
A felicidade é pouco complexa, por isso ela é tão difícil de ser encontrada quando mais a procuramos. Ela está presente durante toda nossa volta. Ela responde pelas nossas emoções e as vezes nos da um patamar diferente do que podemos enxergar da situação. Cada um tira dela o caminho que se sente mais confortável.
Pode-se, por essa lógica, pensar em como deveríamos valorizar nossas lágrimas, seja de saudade, seja pela dor física ou até por excesso de ócio, tudo está ligado e talvez até tenha um bom equilíbrio... Sofre mais quem sente mais... Isso me tranquiliza, principalmente quando percebemos que quem sente mais é geralmente quem mais valoriza o caminho e as pequenas felicidades colhidas durante a jornada.
Percebendo que a vida é, na verdade, uma corrida contra o tempo e não em favor dele, que tenhamos prudência e sanidade para desembaçar nossa vista para as felicidades cotidianas, para sorrisos retribuídos, para abraços recebidos e, principalmente, para o amor em sua mais simples (completa) manifestação.
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