Tumgik
matakite · 4 years
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FLASHBACK
› A DOR QUE SE sucedeu imediatamente à penetração fez com que spencer arqueasse as costas e soltasse um gemido mais alto que o normal. os olhos se arregalaram por um instante, mas logo as pálpebras foram relaxadas pelo prazer que se sucedeu conforme a dor foi gradativamente se misturando a ondas de prazer absurdas. o toque em sua coxa, os gemidos alheios misturados com os seus (apesar dos seus serem muito mais contidos e baixos, sempre temendo pela própria segurança não importasse se estivessem no quarto trancados), o atrito das mãos amarradas com o cinto, o elogio dito de maneira que demonstrava tanta dominação... tudo aquilo estava compondo uma cena que spencer se perdia em meio ao tesão, intensificado muito mais por thomas obrigá-lo a implorar antes. a respiração já perdia o ritmo, a mão livre do mais velho agora percorrendo o seu corpo lhe causando arrepios e fazendo com que entrecortasse suspiros em meio aos gemidos. queria muito tocar em thomas, puxar os cabelos dele e arranhar suas costas, mas as mãos presas o frustravam (de maneira positiva, no entanto; a cada vez que o aperto o imobilizava, sentia ficar cada vez mais perdido na luxúria). quando thomas segurou seu membro e ordenou para que ele pedisse -- e, ah, sim, ele queria ser bom --, spencer não pode deixar de sorrir: um sorriso torto, assimétrico, ensandecido. ele estava nas palmas das mãos de thomas, e ele poderia fazer o que bem entedesse consigo, desde que mandasse.
‘ Não me deixa assim-- Me masturba, por favor-- ’ ›› pediu, os olhos semicerrados e mordendo o lábio inferior em seguida. queria sentir os dedos dele o estimulando como estava fazendo antes. algo, porém, interrompeu sua frase. claro, provavelmente fora mais um gemido e um arquear das costas, mas tinha algo a mais. algo nos olhos díspares que o atraíam, algo na vontade de querer tocá-lo e não poder. os orbes azulados não se desgrudavam dos heterocromáticos, o próximo pedido soando grave, urgente, quase como uma ordem em si, se ele não estivesse tão submisso.
‘ Thomas--- Me beija. ’
matakite‌:
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matakite · 4 years
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scarlett‌:
                         Escutava a cantada fajuta do nobre sem realmente ouvir, pois a mente da princesa estava no selecionado próximo a mesa de comida. Um de seus favoritos entre a lista divulgada. Spencer Quinzel. Bonito, doce e com uma qualidade que ela considerava importantíssima: beijava muito bem. Pois sim, muito antes daquela história toda se desenrolar, Spencer já havia viajado até Arquipélago. Não era absurdo dizer que haviam passado a noite juntos e Scarlett guardava boas memórias do momento. Acima de todas as coisas, no entanto, Spencer era um bom amigo e a loira gostava dele. Só tinha um único problema. O rapaz precisava se arriscar mais. E bom, Scarlett estava ali para ajudá-lo. Com um suspiro irritado voltou-se para o nobre que tomava sua cintura. “Não é elegante segurar uma princesa herdeira desta maneira sem a devida permissão, senhor. Desta forma eu gostaria de pedir que se afaste de mim antes que eu chame um dos guardas.” E antes que pudesse ter uma resposta, empurrou-o contra algum convidado próximo. Estando solta o encarou firmemente. “Caso faça isso com alguma outra garota, eu mesma irei colocá-lo para fora.” Dito aquilo, andou tranquilamente até Spencer. “Oh céus, como conseguem ser irritantes esses duques.” Rolou os olhos, parando ao lado de @matakite​. “Está bebendo, Spence, meu amor? Espero que sim, pois hoje você só deve sair deste evento bêbado!” Sorriu animadamente para o loiro, batendo palmas por dois segundos. “Infelizmente, diferente daquela vez, não vou poder te acompanhar e depois cair na sua cama pois está ‘comprometido’, não? Sad.” Fez aspas na palavra, fazendo um bico com os lábios. Em seguida, riu. “Mas vem aqui pertinho para eu arrumar sua roupa direito.” 
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                  › COM METADE DO ROSTO e os dois olhos cobertos pela máscara, spencer passeava com muito mais tranquilidade e confiança pelo salão -- os machucados causados no último feriado haviam sido graves demais, e ainda não havi sumido em sua totalidade; principalmente os internos. por mais que gostaria de ficar na enfermaria ou no próprio quarto, esperando que a dor passasse e continuando a ignorar qualquer contato de conhecidos, o baile mascarado era a oportunidsde perfeita para poder mostrar ao mundo que estava vivo, afinal. aparentemente, também era boa oportunidade para outras pessoas, que estavam se aproximando demais de quem não dava liberdade o suficiente. a cena com o duque chamou a atenção de spencer pelo canto dos olhos, e teria chamado a segurança se a mulher não tivesse lidado com a situação sozinha -- e, veja bem, destacando o timbre de voz extremamente conhecido. quando scarlett parou ao seu lado, xingando o duque, lançou-o um olhar cúmplice, as sombrancelhas erguidas, como quem compreendia a irritação (mas por outros motivos -- alianças politicas quando nem rei ele era? incrivelmente chato).
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                  ❛ Sair bêbado não seria uma                     má ideia. Me acompanha? ❜ ›› o sorriso maldoso apareceu pela metade do rosto não coberta pela máscara. claro, álcool doía a garganta ferida, mas também ajudaria a esquecer o recente e terrível último feriado, e ele estaria satisfeito com aquilo. a lembrança da noite onde os dois se envolveram trazida de forma tão rápida e direta fez com que spencer corasse levemente, apesar de logo rir junto da amiga de longa data e se aproximar dela, como ela havia sugerido fazer, colocando as mãos nas costas para que ela se aproximasse direito e pudesse arrumar o paletó como bem entendesse.
                  ❛ É uma pena. Se eu soubesse                     que seria selecionado, teria                     dado um telefonema. ❜ ›› brincou, dando uma piscadela com o olho que não fora acertado pelo soco. o olhar pousou no bar, onde se dispunham várias bebidas coloridas. ele mal sabia por onde começar -- ele era terrivelmente fraco para álcool. então, decidiu entregar nas mãos da amiga:
                 ❛ Vamos fazer o seguinte? Você                    escolhe tudo o que eu for beber                    hoje. Eu não vou recusar nada. ❜
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matakite · 4 years
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octavia‌:
                                        a máscara mantinha-se presa ao rosto da princesa, mas a obrigatoriedade de seus compromissos com a coroa não se mostravam muito efetivos em manter sua identidade em segredo. o evento mal havia começado, muito dos convidados nem haviam chego, ao menos isso. ela se encontrava parada em frente a uma das grandes janelas, segurando sua máscara, com um vestido esplêndido, que ressaltava tudo o que nunca pensou que estaria a mostrar. o fotógrafo logo gritou:  ❛ próximo! ❜ e octavia ficou a esperar o selecionado para mais fotos. logo, estariam estampando as páginas das revistas mais conceituadas, as de fofocas e quaisquer outras que existam em ocenli.
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                 › SPENCER CHEGOU AO EVENTO muito mais nervoso do que o normal. claro, sua máscara fazia um excelente trabalho em cobrir exatamente a metade do rosto que fora afetada durante o feriado, mas seu corte ainda não havia se fechado direito, muito menos o olho roxo havia se esvaído e ainda estava tossindo sangue. bem, talvez não fora muito inteligente vestir um terno branco, mas talvez seus estilistas estivesse fazendo graça consigo por causa do último evento, em que fora todo de preto. a ansiedade social borbulhava no peito, já que spencer havia se trancafiado no quarto e na enfermaria desde que voltara do feriado, e estaria revendo todos os seus conhecidos somente ali, agora. a sensação era por demais esquisita. ele era uma pessoa carismática e adorava conversar com quem quer que fosse. estar retraído, com a cabeça cheia de pensamentos, era algo novo e completamente não agradável. chegando ao local, e vendo octavia posando para os fotógrafos, no entanto, sentiu boa parte do peso diminuir. a presença dela o acalmava de uma forma que não conseguia explicar. aproximou-se a passos lentos, e, bem, a máscara escolhida cobria apenas metade do seu rosto, e, portanto, não era muito difícil reconhecê-lo. cruzou os olhos com um dos rapazes que estava trabalhando, e ele quem sinalizou-o (verbalmente e apontando para o lugar onde deveria ir) para se posicionar ao lado da princesa, o qual o fez sem demora. pousou uma das mãos ao redor da cintura da mulher, trazendo-a para perto de si, enquanto a outra mão ajustava uma mecha de cabelo atrás da orelha alheia, olhando demoradamente para a loira e permitindo que bastantes fotos fossem registradas.
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                 ❛ Cada vez que eu me aproximo                    de você eu me sinto mais                    sortudo. Você está deslumbrante. ❜ ›› sussurrou antes de se virar para os fotógrafos. propositalmente, deixou mais voltado às câmeras a parte do rosto descoberta, não querendo que os flashes acabassem captando alguma sombra de machucado do olho inchado e roxo que o plástico acobertava.
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matakite · 4 years
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thomas‌:
closed to @matakite​
ok. em algum momento ele teria que admitir que talvez Spencer Quinzel estivesse mesmo o ignorando. desde a volta de ambos para o palácio, não tinham trocado uma palavra sequer que não fosse por mensagens de texto -muito- mal respondidas pela parte alheia. além disso, todas as suas investidas (e não foram poucas) para arrancar qualquer informação sobre o seu bem-estar, ou arranjar um encontro escondido, não tinham sido ao menos consideradas pelo músico; e isso tudo somado à mensagem sobre não ‘chegar inteiro’.. Thommy se questionava sobre o que tinha acontecido naquele Natal na casa dos Quinzel, ou se ele próprio tinha feito algo de errado, ou até se o pai de Spencer tinha algo haver com aquilo. em resumo? Thomas McCarthy estava incomodado. e Thomas McCarthy nunca ficava incomodado, não por isso. não por outra pessoa. patético. mesmo que estivesse feliz com o tempo em família, e que talvez pudesse haver uma luz no fim do túnel para seus eventos com sua avó; estar em maus termos com Spencer.. ah! era irritante. o pior? ele já não sabia mais o que tentar. é claro que iria o encontrar no baile, como outro selecionado sua presença era obrigatória, mas e depois? Spencer não queria o ver, mal respondia suas mensagens. de qualquer forma não teve muito tempo para pensar, pois chegaram praticamente juntos nos jardins; e ver a figura tão bem vestida fez o coração palpitar num ritmo diferente em antecipação. o sangue fervia de tal forma, que sua vontade era a de caminhar até o meio do salão e começar a exigir as suas devidas explicações, mas um McCarthy jamais faria aquilo. então, demorou-se, conversando com várias pessoas, tirando fotos, cumprimentando nobres conhecidos (apesar dos olhos sempre procurarem o músico no meio da multidão), e só quando acalmou os nervos resolveu se aproximar do loiro. assim, com a confiança restaurada e paciência de volta, ele abriu um enorme e charmoso sorriso, mostrando os dentes e as covinhas. “sr. Quinzel.” os olhos díspares procuraram os dele– ele estava incrivelmente atraente. as mãos subiram involuntariamente as lapelas do paletó branco, ajeitando-o num ato despojado, casual, e inofensivo. como se eles fossem amigos. “me parece inteiro, até então. estava com medo de eu te morder?”
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                  › SPENCER NÃO GOSTAVA DE mostrar vulnerabilidade. era por isso que spencer havia constantemente fugido de todos os conhecidos nos últimos dias, sem exceções. era um alívio as aulas folgarem entre os feriados, pois podia ficar sozinho ou na sala de música, ou na biblioteca, ou no próprio quarto, ou na enfermaria (muito mais nos dois últimos lugares), ocupado com os próprios pensamentos e tentando se recuperar sem a ajuda de outras pessoas. não queria preocupar ninguém, sequer contar sobre seus sentimentos e o que havia realmente acontecido com sua família (só de imaginar ficando sentimental demais, suas entranhas se reviravam). assim que soube do evento, tratou de pedir uma máscara que cobrisse com totalidade a parte do rosto que fora danificada pelos três socos. claro que isso não ajudava em nada o fato de ainda estar tossindo sangue, mesmo que em uma quantidade muito menor do que nos primeiros dias (mas, ainda assim, sua língua estava constantemente com gosto metálico). chegando ao evento, vestiu a máscara social que indicava que tudo estava em perfeita ordem consigo, cumprimentando conhecidos, conversando com políticos importantes que pareciam demonstrar apoio a si -- algo nunca antes pensado pelo burguês -- e provando de todas as bebidas caras que estavam exibidas lá, não importasse os ferimentos que haviam sido causados. havia acabado de se despedir de um conde, suspirando enquanto apreciava a pequena folga da fala (conversas longas estavam o desgastando demais, e não podia ficar pedindo licença para tossir sangue o tempo todo), até ouvir o sobrenome de uma voz conhecida até demais. virou-se nos calcanhares, dando de cara com thomas. oh, não.
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                  ❛ M-McCarthy. ❜ ›› a voz saiu quebrada, apesar do sorriso oferecer tranquilidade. spencer pigarreou (e torceu ligeiramente o rosto em dor porque sua garganta reclamou ao fazê-lo) enquanto sentia as mãos alheias ajeitando as lapelas brancas. não estava nervoso por ser thomas e por ele estar o tratando com tamanha casualidade, mas sim pelo fato de ele conseguir encontrá-lo sem que estivesse preparado para falar com ele. afinal, havia duplamente o evitado -- ele parecia extremamente insistente em vê-lo e saber sobre seu estado, pois o procurava até por mensagens. a frase dele referente aos textos que trocaram no feriado fez com que spencer arrumasse a máscara no rosto, em um impulso, como se ela pudesse cair a qualquer instante. não queria que ele percebesse que estava perturbado. percorreu o salão com os olhos, constatando que estavam socialmente isolados o suficiente para poder sussurrá-lo as próximas palavras:
                  ❛ Não, não. Eu gosto. ❜ ›› garantiu, referindo-se à mordida, e o sorriso pequeno que seguiu já demonstrava malícia o suficiente, mesmo que metade dele estivesse encoberto pela máscara. aproveitou o garçom que passara ao lado deles para pegar dois copos de champanhe e oferecer um deles ao mais velho. não sabia para qual assunto seguir agora. não queria perguntar sobre os últimos dias, o feriado -- bastava que a pergunta voltasse “e você?” para que ele começasse a agir esquisito; se conhecia muito bem, e sabia que não tinha muita capacidade em mentir quando sua mente estava tão transtornada.
                  ❛ Já tem suas resoluções de                     ano novo pensadas? ❜ ›› questionou, agora em um tom de voz normal, como se estivesse agindo normalmente, escondendo dos outros o caso que mantinham -- apesar disso, mal conseguia sustentar o contato visual por mais de cinco segundos. levou o champanhe aos lábios, odiando o modo como o álcool queimava a garganta machucada.
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matakite · 4 years
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kyia‌:
Já sentia a bebida fazendo um leve efeito em sua cabeça, Kiya realmente não conseguia se controlar muito em bailes e, bem, ela nem queria de fato. Depois da tristeza imensa que vinha sentindo, queria dar um jeito de aproveitar o último dia do ano da melhor forma possível. Acabou se enturmando com alguns convidados enquanto falavam de coisas sérias, ou de viagens e papos diplomáticos, a princesa estava tão aérea que cortou o assunto para que pudesse fazer uma revelação muito séria. “Gente, olha só. Eu sei fazer a dança do ventre com a minha língua.”
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or press ♥ for a closed starter
                  › UMA DAS DESVANTAGENS DE comparecer a eventos daquele porte como um selecionado era o de ter de aguentar conversas de nobres e políticos que já estavam interessados em demonstrar poder e conseguir alianças políticas com (uma chance em oito) do próximo governante de ocenli. cada vez que um deles se aproximava, com sorrisos e ofertas de bebidas caras, spencer agradecia aos pais por todo o “treinamento” durante grande parte de sua vida, levando-o a grandes eventos e mostrando como era barganhar com peixes grandes. isso não deixava a tarefa ser menos entediante, porém, principalmente quando spencer não poderia estar menos entretido e confiante com as políticas que o duque lhe oferecia, principalmente por agora saber que ele havia sido atrevido demais com uma de suas amigas. foi então que uma figura conhecida surgiu ao seu lado, com um assunto tão aleatório que fez com que o loiro risse, e o conde simplesmente pedisse licença e fosse importunar outras pessoas.
                  ❛ Obrigada, te devo uma. ❜ ›› sorriu, passando uma das mãos pelos ombros da princesa e a puxando para perto para sussurrá-la. deixou um beijo carinhoso na testa da melhor amiga antes de soltá-la, rindo.
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                  ❛ Isso é uma ótima forma de                     flertar. Já conseguiu ficar                     com alguém assim? Podia                     me ensinar para eu                     impressionar a princesa. ❜
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matakite · 4 years
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𝐒𝐎𝐅𝐓𝐋𝐘, 𝐃𝐄𝐅𝐓𝐋𝐘, 𝐌𝐔𝐒𝐈𝐂 𝐒𝐇𝐀𝐋𝐋 𝐂𝐀𝐑𝐄𝐒𝐒 𝐘𝐎𝐔. ん𝑒𝒶𝓇 𝒾𝓉, 𝒻𝑒𝑒𝓁 𝒾𝓉, 𝓈𝑒𝒸𝓇𝑒𝓉𝓁𝓎 𝓅𝑜𝓈𝓈𝑒𝓈𝓈 𝓎𝑜𝓊.
SPENCER QUINZEL AT NEW YEAR’S EVE – 𝔸ℕ𝔾𝔼𝕃 𝕆𝔽 𝕄𝕌𝕊𝕀ℂ
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matakite · 4 years
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𝐁𝐀𝐃 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 𝐅𝐑𝐎𝐌 𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐀𝐒𝐓. HOLIDAY!point of view
                 › SPENCER ESTAVA EXTREMAMENTE ALARMADO. como o gatinho assustado que era, arrumou a pouca bagagem que levaria para yaysht (não pensaria em levar de volta o saxofone ou o violino e a bússola recém-ganhados, pois os apreciava demais para ter o risco de esquecê-los ou de estragá-los) e entrou de cabeça baixa no carro, sentando-se ao lado de adaline de la croix, sua amiga de infância. sua cabeça estava tonta, revirando-se entre os acontecimentos passados, recentes e futuros. do passado, tinha toda a questão não resolvida com os pais (as cicatrizes da mão pareciam pulsar em dor a cada vez que se lembrava daquilo), o principal fato que repercutiria no futuro e que estava o deixando mal por si só (será que os pais ainda carregavam mágoas? será que estavam orgulhosos de si? será que tinham visto a entrevista, e não se abalado pela manchete sensacionalista?). do presente, bem, a dúvida que certas pessoas colocavam em sua cabeça faziam-no querer vomitar. o silêncio aterrador se estabeleceu no carro por tortuosos minutos enquanto o loiro normalmente tão carismático e alegre ficava encarando, paralisado e imerso em seus próprios pensamentos, a paisagem que passava tão rapidamente. apenas foi retirado dos devaneios quando sentiu a mão da amiga pousada sobre a sua, lhe chamando a atenção. ela não precisou dizer nada para além de mostrar, em expressões silenciosas, que estava lá por ele. bem, ela poderia não saber o motivo dos queloides na mão do músico, mas ela sabia da extrema rigidez de seus pais. não sabia do caso que estava sustentando, mas sabia, na própria pele, a pressão da seleção. spencer sorriu para ela, gostando do reconforto. deitou a cabeça no ombro da loira, aproveitando o resto da viagem (que nem era tão longa assim) até a casta dois, conversando sobre banalidades dos últimos dias (em francês, a língua materna da dupla) no que foi um dos últimos momentos de paz antes do feriado.
                   … chegar na casta com o rosto completamente conhecido foi uma experiência estranha, porém divertida. a casta estava em fervorosa com os dois selecionados representantes estarem na elite. os três carros com símbolos reais (o primeiro estando os guardas que acompanharia adaline, o segundo o dos selecionados e o terceiro os guardas que acompanhariam spencer) eram recebidos com palmas, assovios, gritos de desejos de boa sorte. a cena deu mistas sensações no loiro – estava alegre e agradecido pelo reconhecimento, mas triste por estarem torcendo para se tornar rei, e não um músico conhecido; ali, via seu plano desmoronar cada vez mais. talvez ser músico não era o seu destino, não importasse o quanto estivesse tentando fazê-lo. os carros pararam primeiro na casa de adaline, e os dois amigos despediram-se com os casuais dois beijos no rosto – costume de yaysht. por fim, foram em direção à nada modesta residência dos quinzel, a qual, o loiro notou ao se aproximar, tinha na frente estacionado os comuns carros dos familiares que visitava todos os anos. bem, fazia sentido que as festas fossem na casa dele, mesmo, dada a seleção. entrando ao local, mesmo acompanhado dos quatro guardas, fora recebido com beijos, abraços e cumprimentos dos tios, primos e avós que haviam voltado para vê-lo depois de tanto tempo. “desistiu da perfumaria pra algo bem melhor, hein?!” um deles fez piada, ao que spencer sorriu sem humor. era claro que não sabiam do incidente do ano passado, do motivo das marcas. seus pais haviam acobertado tudo dizendo que acabou quebrando a mão em um acidente com vidro cortante no laboratório e teve de ser afastado. como poderiam suspeitar que o garoto queria ser músico antes de lerem a entrevista? “sem personalidade, hein? eu não concordo, olha só pra você, tão carismático!” uma tia puxou as bochechas do ex-químico, indicando que, sim, ao menos haviam lido a reportagem. “esses guardas estão com você porque você fez algo errado, não fez?” a avó lhe deu uma dura, fazendo todos rirem – ah, eles mal faziam ideia. demorou mais do que gostaria para que hector e alicia quinzel aparecessem na sala, impecavelmente bem vestidos e sem um fio de cabelo fora do lugar – tal pais, tal filho. inacreditavelmente, eles o receberam de braços abertos, sorrisos cheios de emoção. beijaram-lhe o rosto, falaram que sentiam saudades. spencer quase chorou ao ser tão bem recebido – o fazia se questionar o porquê teve tanto medo, assim. o jantar do primeiro dia correra normal, bem como a troca de presentes (havia trazido vinhos característicos de islay para os pais, como recomendação de um amigo, ganhara roupas e lembranças dos familiares). ao final, se levantou para procurar pelo tão querido piano de cauda, e tocar “inverno”, de vivaldi, como já era tradição. hector, claramente alarmado, seguiu o filho, tentando impedi-lo de entrar na segunda sala onde normalmente ficavam os instrumentos do mais novo, sem sucesso. o vazio onde antes ficava o piano repercutiu no próprio peito. olhou abismado para o pai, pedindo explicações. o progenitor suspirou, incomodado. – tivemos de vendê-lo. –, anunciou, a voz pesarosa, fazendo o mundo de spencer desabar. ele tinha aquele piano há mais de uma década. – você é um selecionado agora, filho. precisa ter outras prioridades. – naquele instante, agradeceu por não ter trazido consigo os instrumentos. não queria saber o que seu pai faria com um stradivarius legítimo.
                 … o almoço do dia seguinte correu igualmente normal, apesar de spencer já estar mais desanimado pela notícia do piano vendido. não deveria ser um músico, era um selecionado da elite, era quase um rei. aquilo lhe incomodava tremendamente. em dado momento da tarde, em que a avó já estava dormindo e os parentes estavam menos agitados, alicia resolveu que faria um doce para saborearem a noite – apesar de apoiar as ideias do marido e estar muitíssimo satisfeita que spencer estava se relacionando com a princesa, e não mais com um rapaz (há!), ela ainda era mais amável e tentava fazer o filho se sentir melhor, tentar enxergar o lado deles. pediu apenas para que quinn fosse até os vizinhos pedir um pouco de vinho branco, pois o seu estava no final, e, bem, não tinham lojas abertas àquele horário do feriado. tudo bem, então. avisou aos guardas que iria para a casa ao lado por menos de cinco minutos e estaria voltando. dois guardas ficaram na porta de madeira, acompanhando-o com os olhos e a postos caso acontecesse alguma coisa. que exagero, ele pensou, enquanto tocava a campainha de um de seus colegas de infância. ah, aquela janela fora pulado tantas vezes para assistirem filmes juntos que apenas a visão já era nostálgica. ao ver o rosto do garoto (bem mais crescido) saindo da porta, spencer acenou, animado, sendo recebido por uma carranca não comum. – o que você quer? – a pergunta grosseira o fez se retrair, assustado. pediu pelo vinho branco, ao qual o rapaz revirou os olhos e voltou para pegar o que havia pedido. o loiro não entrou, não fora convidado. ele voltou não muito tempo depois, entregando a garrafa. ele já ia fechar a porta na cara do selecionado quando spencer a parou com a ponta do pé.
                ❛ Doug. O que houve?                   Depois a gente pode– ❜ ›› a porta aberta de súbito e a mão no colarinho da blusa, o puxando para perto, fez com que o coração do loiro batesse forte em adrenalina. – cala a boca, seu viadinho. some daqui. – a palavra cuspida em ódio fez spencer se engagar, em completa confusão. doug sabia sobre seu namorado (doug e seu ex eram primos – provavelmente ele deveria estar em algum lugar dentro da casa agora) e todos os outros amantes que teve em yaysht – oras, eram amigos próximos demais, era claro que eventualmente saberia de tudo –, mas jamais lhe dirigiu a palavra daquela forma, com aquele tom. porém, os olhos cheios de raiva também lhe transmitiam também outro tom: amargor, inveja. demorou a lembrar, pelo choque: doug havia feito inscrição para selecionado, ele anunciara aos amigos com muito orgulho e certeza de que seria convocado. lembrou-se de ter falado que aquilo era besteira, já amargurado pela mão quebrada e, na época, pelo recém término do namoro. no final, spencer fora chamado, e ele não. spencer, que sequer havia se inscrito por vontade própria, em primeiro lugar. poderia ter desistido da posição, ter deixado outras pessoas terem outra oportunidade. mas não, ele havia se aproveitado da vaga para anunciar seu desejo como músico. sequer teve tempo para se despedir dos amigos. ele tinha noção da instabilidade emocional do amigo, que ele sofria de tantos problemas familiares quanto ele próprio – a seleção seria algo ótimo para doug, algo que faria os pais se orgulharem dele. spencer sabia de tudo, e sequer falara com ele antes de ir. engoliu em seco, a vergonha o contaminando junto ao medo.
                 ❛ Doug—- ❜ ›› a curta distância fez os socos serem certeiros. primeiro, um no olho, com os nós dos dedos acertando em cheio o supercílio e o fazendo sangrar, enquanto as juntas dos dedos acertavam o globo ocular em si. mal teve tempo para poder reagir, tentar se soltar, o segundo soco fora direto no maxilar, o terceiro na lateral da garganta. era claro que o rapaz estava atacando-lhe na base da emoção, cego pela fúria. os guardas rapidamente adiantaram-se para a casa, e, ao vê-los, o garoto empurrou o loiro para fora, trancando a porta em seguida. os guardas se juntaram ao redor de spencer, impedindo que caísse, por mais que sua cabeça girasse. pediu para que os guardas não fossem atrás do garoto – ele já tinha problemas demais. voltou para casa, entregando o vinho à mãe, que se desesperou ao ver o machucado no rosto do filho. spencer a ignorou, nervoso, chateado. não poderia deixar de culpá-la um pouco; ela quem fizera sua inscrição sem consultá-lo. limpou o próprio ferimento como havia aprendido com os primeiros-socorros (não gostava de admitir que algumas aulas de química e biologia realmente lhe seriam úteis para o resto da vida), e pegou um uísque caro para poder tomar sozinho, no quintal dos fundos, recebendo, surpreendentemente, privacidade da família (mas não dos guardas, que estavam o acompanhando bem mais de perto agora). percebeu que a bebida queimava a garganta mais do que o normal – ah, era claro que havia sido danificada, o sangue cuspido fora a comprovação disso. merda. tudo estava indo por água a baixo. tomou ainda outro gole da bebida forte, pouco se importando com a dor, até ver uma figura conhecida até demais atravessando a rua, chegando perto dele aos poucos. o sorriso afável e reconhecido mesmo com a visão turva pela dor dos machucados somada à leve embriaguez o fez estalar a língua no céu da boca. o ex-namorado era a última pessoa que queria ver agora, naquela situação tão patética, depois de um ano.
                 ❛ … Você. ❜ ›› a voz arrastada e amarga de spencer escapou mais grave do que o normal. cuspiu sangue na calçada conforme o outro rapaz se aproximava e se apoiava na cerca ao seu lado, sem se assustar. ele puxou a mão esquerda de spencer para si, contorcendo os lábios em empatia – ele não sabia do incidente, também, mas seria coincidência demais aquilo ter acontecido depois que se separaram. quinn tirou a mão da dele com rispidez, movimento ao qual o garoto não fez qualquer ato para impedir. – eu soube do que aconteceu. – apontou para o próprio rosto, no lugar onde o corte e o inchaço se faziam visíveis. bem, ele deveria mesmo estar na casa quando aconteceu; se perguntou se sua antiga professora de música também o acompanhava, mas não queria ver a mulher nunca mais. – spence. – o apelido o fez congelar, virar a cabeça para o rapaz imediatamente. ele soava tão diferente na boca de outras pessoas. – doug é um babaca. mau perdedor. você não tem culpa de ter ido pra seleção e ter aproveitado a oportunidade. – spencer ergueu uma sobrancelha, ao que o outro menino riu. – sua entrevista. tá é doido? no instante em que eu vi “só quer anunciar sua música” eu já sabia o que você ia querer fazer lá. – os dois riram, em uníssono, e só então o ex-químico notou o quanto a companhia do garoto lhe fez falta. ele havia sumido sem dar notícias, fazendo spencer passar por coisas horríveis até a seleção; mas ele também deveria ter tido sua própria dose de horrores com a mãe. conversaram por alguns instantes, dividindo o uísque. no entanto, bastou spencer tossir um pouco mais de sangue para a preocupação voltar. – spence, volta pra casa. seus pais já devem tar preocupados contigo. – o loiro tornou o olhar de volta para a porta, onde os guardas estavam parados, alertas à qualquer movimentação brusca que o garoto desconhecido pudesse fazer. tornou o olhar de volta para o ex, sentindo o sorriso nostálgico se formar nos lábios. antes de ter sido seu amante, ele fora um bom amigo, também. se despediram, por fim, e quando spencer se virou para casa, sentiu a manga da blusa sendo puxada pelo rapaz. – me promete. – semicerrou os olhos para ele. parecia que estava desatando um nó na garganta ao falar. – me promete… que se você não virar músico, vai ser o rei mais talentoso do mundo. – como sempre, lá estava ele, apoiando firmemente sua decisão de carreira, diferente de todos até então. spencer abriu um sorriso incrédulo, negando com a cabeça. desvencilhou-se do toque do garoto, bagunçando os cabelos alheios como fazia antigamente.
                ❛ Isso eu posso prometer. ❜ ›› e depois deu as costas ao rapaz, finalmente tendo uma despedida digna. no último ano, acumulou dúvidas sobre seu bem estar, e agora finalmente poderia descansar em paz, ou pensar nele sem ter toda a amargura de jamais terem dado um adeus próprio. “o rei mais talentoso do mundo”; aquele não era um título ruim, nem um pouco. por mais que a musculatura do rosto doesse, não conseguia deixar de sorrir igual a um idiota. o bom humor havia retornado, finalmente, e nada que seus pais o falassem agora poderia lhe abalar. enquanto a mãe servia a sobremesa que finalmente ficara pronta (percebeu que ficou muito tempo conversando com o outro rapaz), resolveu olhar para o celular. surpreendeu-se com as mensagens que recebera do mccarthy mais novo. como se aquele dia não podia ficar ainda mais esquisito.
spencer: haha
spencer: sua tia é incrível
spencer: e se sua mãe quiser eu levo um perfume pra ela, só falar
spencer: sobre o violino, ele esta bem, fica tranquilo
spencer: só não sei se posso prometer voltar inteiro
spencer: feliz natal, mccarthy.
@szlectionhq
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matakite · 4 years
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𝐁𝐀𝐃 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 𝐅𝐑𝐎𝐌 𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐀𝐒𝐓. HOLIDAY!point of view
                  › SPENCER ESTAVA EXTREMAMENTE ALARMADO. como o gatinho assustado que era, arrumou a pouca bagagem que levaria para yaysht (não pensaria em levar de volta o saxofone ou o violino e a bússola recém-ganhados, pois os apreciava demais para ter o risco de esquecê-los ou de estragá-los) e entrou de cabeça baixa no carro, sentando-se ao lado de adaline de la croix, sua amiga de infância. sua cabeça estava tonta, revirando-se entre os acontecimentos passados, recentes e futuros. do passado, tinha toda a questão não resolvida com os pais (as cicatrizes da mão pareciam pulsar em dor a cada vez que se lembrava daquilo), o principal fato que repercutiria no futuro e que estava o deixando mal por si só (será que os pais ainda carregavam mágoas? será que estavam orgulhosos de si? será que tinham visto a entrevista, e não se abalado pela manchete sensacionalista?). do presente, bem, a dúvida que certas pessoas colocavam em sua cabeça faziam-no querer vomitar. o silêncio aterrador se estabeleceu no carro por tortuosos minutos enquanto o loiro normalmente tão carismático e alegre ficava encarando, paralisado e imerso em seus próprios pensamentos, a paisagem que passava tão rapidamente. apenas foi retirado dos devaneios quando sentiu a mão da amiga pousada sobre a sua, lhe chamando a atenção. ela não precisou dizer nada para além de mostrar, em expressões silenciosas, que estava lá por ele. bem, ela poderia não saber o motivo dos queloides na mão do músico, mas ela sabia da extrema rigidez de seus pais. não sabia do caso que estava sustentando, mas sabia, na própria pele, a pressão da seleção. spencer sorriu para ela, gostando do reconforto. deitou a cabeça no ombro da loira, aproveitando o resto da viagem (que nem era tão longa assim) até a casta dois, conversando sobre banalidades dos últimos dias (em francês, a língua materna da dupla) no que foi um dos últimos momentos de paz antes do feriado.
                    … chegar na casta com o rosto completamente conhecido foi uma experiência estranha, porém divertida. a casta estava em fervorosa com os dois selecionados representantes estarem na elite. os três carros com símbolos reais (o primeiro estando os guardas que acompanharia adaline, o segundo o dos selecionados e o terceiro os guardas que acompanhariam spencer) eram recebidos com palmas, assovios, gritos de desejos de boa sorte. a cena deu mistas sensações no loiro – estava alegre e agradecido pelo reconhecimento, mas triste por estarem torcendo para se tornar rei, e não um músico conhecido; ali, via seu plano desmoronar cada vez mais. talvez ser músico não era o seu destino, não importasse o quanto estivesse tentando fazê-lo. os carros pararam primeiro na casa de adaline, e os dois amigos despediram-se com os casuais dois beijos no rosto – costume de yaysht. por fim, foram em direção à nada modesta residência dos quinzel, a qual, o loiro notou ao se aproximar, tinha na frente estacionado os comuns carros dos familiares que visitava todos os anos. bem, fazia sentido que as festas fossem na casa dele, mesmo, dada a seleção. entrando ao local, mesmo acompanhado dos quatro guardas, fora recebido com beijos, abraços e cumprimentos dos tios, primos e avós que haviam voltado para vê-lo depois de tanto tempo. “desistiu da perfumaria pra algo bem melhor, hein?!” um deles fez piada, ao que spencer sorriu sem humor. era claro que não sabiam do incidente do ano passado, do motivo das marcas. seus pais haviam acobertado tudo dizendo que acabou quebrando a mão em um acidente com vidro cortante no laboratório e teve de ser afastado. como poderiam suspeitar que o garoto queria ser músico antes de lerem a entrevista? “sem personalidade, hein? eu não concordo, olha só pra você, tão carismático!” uma tia puxou as bochechas do ex-químico, indicando que, sim, ao menos haviam lido a reportagem. “esses guardas estão com você porque você fez algo errado, não fez?” a avó lhe deu uma dura, fazendo todos rirem – ah, eles mal faziam ideia. demorou mais do que gostaria para que hector e alicia quinzel aparecessem na sala, impecavelmente bem vestidos e sem um fio de cabelo fora do lugar – tal pais, tal filho. inacreditavelmente, eles o receberam de braços abertos, sorrisos cheios de emoção. beijaram-lhe o rosto, falaram que sentiam saudades. spencer quase chorou ao ser tão bem recebido – o fazia se questionar o porquê teve tanto medo, assim. o jantar do primeiro dia correra normal, bem como a troca de presentes (havia trazido vinhos característicos de islay para os pais, como recomendação de um amigo, ganhara roupas e lembranças dos familiares). ao final, se levantou para procurar pelo tão querido piano de cauda, e tocar “inverno”, de vivaldi, como já era tradição. hector, claramente alarmado, seguiu o filho, tentando impedi-lo de entrar na segunda sala onde normalmente ficavam os instrumentos do mais novo, sem sucesso. o vazio onde antes ficava o piano repercutiu no próprio peito. olhou abismado para o pai, pedindo explicações. o progenitor suspirou, incomodado. – tivemos de vendê-lo. –, anunciou, a voz pesarosa, fazendo o mundo de spencer desabar. ele tinha aquele piano há mais de uma década. – você é um selecionado agora, filho. precisa ter outras prioridades. – naquele instante, agradeceu por não ter trazido consigo os instrumentos. não queria saber o que seu pai faria com um stradivarius legítimo.
                  … o almoço do dia seguinte correu igualmente normal, apesar de spencer já estar mais desanimado pela notícia do piano vendido. não deveria ser um músico, era um selecionado da elite, era quase um rei. aquilo lhe incomodava tremendamente. em dado momento da tarde, em que a avó já estava dormindo e os parentes estavam menos agitados, alicia resolveu que faria um doce para saborearem a noite – apesar de apoiar as ideias do marido e estar muitíssimo satisfeita que spencer estava se relacionando com a princesa, e não mais com um rapaz (há!), ela ainda era mais amável e tentava fazer o filho se sentir melhor, tentar enxergar o lado deles. pediu apenas para que quinn fosse até os vizinhos pedir um pouco de vinho branco, pois o seu estava no final, e, bem, não tinham lojas abertas àquele horário do feriado. tudo bem, então. avisou aos guardas que iria para a casa ao lado por menos de cinco minutos e estaria voltando. dois guardas ficaram na porta de madeira, acompanhando-o com os olhos e a postos caso acontecesse alguma coisa. que exagero, ele pensou, enquanto tocava a campainha de um de seus colegas de infância. ah, aquela janela fora pulado tantas vezes para assistirem filmes juntos que apenas a visão já era nostálgica. ao ver o rosto do garoto (bem mais crescido) saindo da porta, spencer acenou, animado, sendo recebido por uma carranca não comum. – o que você quer? – a pergunta grosseira o fez se retrair, assustado. pediu pelo vinho branco, ao qual o rapaz revirou os olhos e voltou para pegar o que havia pedido. o loiro não entrou, não fora convidado. ele voltou não muito tempo depois, entregando a garrafa. ele já ia fechar a porta na cara do selecionado quando spencer a parou com a ponta do pé.
                 ❛ Doug. O que houve?                    Depois a gente pode– ❜ ›› a porta aberta de súbito e a mão no colarinho da blusa, o puxando para perto, fez com que o coração do loiro batesse forte em adrenalina. – cala a boca, seu viadinho. some daqui. – a palavra cuspida em ódio fez spencer se engagar, em completa confusão. doug sabia sobre seu namorado (doug e seu ex eram primos – provavelmente ele deveria estar em algum lugar dentro da casa agora) e todos os outros amantes que teve em yaysht – oras, eram amigos próximos demais, era claro que eventualmente saberia de tudo –, mas jamais lhe dirigiu a palavra daquela forma, com aquele tom. porém, os olhos cheios de raiva também lhe transmitiam também outro tom: amargor, inveja. demorou a lembrar, pelo choque: doug havia feito inscrição para selecionado, ele anunciara aos amigos com muito orgulho e certeza de que seria convocado. lembrou-se de ter falado que aquilo era besteira, já amargurado pela mão quebrada e, na época, pelo recém término do namoro. no final, spencer fora chamado, e ele não. spencer, que sequer havia se inscrito por vontade própria, em primeiro lugar. poderia ter desistido da posição, ter deixado outras pessoas terem outra oportunidade. mas não, ele havia se aproveitado da vaga para anunciar seu desejo como músico. sequer teve tempo para se despedir dos amigos. ele tinha noção da instabilidade emocional do amigo, que ele sofria de tantos problemas familiares quanto ele próprio – a seleção seria algo ótimo para doug, algo que faria os pais se orgulharem dele. spencer sabia de tudo, e sequer falara com ele antes de ir. engoliu em seco, a vergonha o contaminando junto ao medo.
                  ❛ Doug—- ❜ ›› a curta distância fez os socos serem certeiros. primeiro, um no olho, com os nós dos dedos acertando em cheio o supercílio e o fazendo sangrar, enquanto as juntas dos dedos acertavam o globo ocular em si. mal teve tempo para poder reagir, tentar se soltar, o segundo soco fora direto no maxilar, o terceiro na lateral da garganta. era claro que o rapaz estava atacando-lhe na base da emoção, cego pela fúria. os guardas rapidamente adiantaram-se para a casa, e, ao vê-los, o garoto empurrou o loiro para fora, trancando a porta em seguida. os guardas se juntaram ao redor de spencer, impedindo que caísse, por mais que sua cabeça girasse. pediu para que os guardas não fossem atrás do garoto – ele já tinha problemas demais. voltou para casa, entregando o vinho à mãe, que se desesperou ao ver o machucado no rosto do filho. spencer a ignorou, nervoso, chateado. não poderia deixar de culpá-la um pouco; ela quem fizera sua inscrição sem consultá-lo. limpou o próprio ferimento como havia aprendido com os primeiros-socorros (não gostava de admitir que algumas aulas de química e biologia realmente lhe seriam úteis para o resto da vida), e pegou um uísque caro para poder tomar sozinho, no quintal dos fundos, recebendo, surpreendentemente, privacidade da família (mas não dos guardas, que estavam o acompanhando bem mais de perto agora). percebeu que a bebida queimava a garganta mais do que o normal – ah, era claro que havia sido danificada, o sangue cuspido fora a comprovação disso. merda. tudo estava indo por água a baixo. tomou ainda outro gole da bebida forte, pouco se importando com a dor, até ver uma figura conhecida até demais atravessando a rua, chegando perto dele aos poucos. o sorriso afável e reconhecido mesmo com a visão turva pela dor dos machucados somada à leve embriaguez o fez estalar a língua no céu da boca. o ex-namorado era a última pessoa que queria ver agora, naquela situação tão patética, depois de um ano.
                  ❛ … Você. ❜ ›› a voz arrastada e amarga de spencer escapou mais grave do que o normal. cuspiu sangue na calçada conforme o outro rapaz se aproximava e se apoiava na cerca ao seu lado, sem se assustar. ele puxou a mão esquerda de spencer para si, contorcendo os lábios em empatia – ele não sabia do incidente, também, mas seria coincidência demais aquilo ter acontecido depois que se separaram. quinn tirou a mão da dele com rispidez, movimento ao qual o garoto não fez qualquer ato para impedir. – eu soube do que aconteceu. – apontou para o próprio rosto, no lugar onde o corte e o inchaço se faziam visíveis. bem, ele deveria mesmo estar na casa quando aconteceu; se perguntou se sua antiga professora de música também o acompanhava, mas não queria ver a mulher nunca mais. – spence. – o apelido o fez congelar, virar a cabeça para o rapaz imediatamente. ele soava tão diferente na boca de outras pessoas. – doug é um babaca. mau perdedor. você não tem culpa de ter ido pra seleção e ter aproveitado a oportunidade. – spencer ergueu uma sobrancelha, ao que o outro menino riu. – sua entrevista. tá é doido? no instante em que eu vi “só quer anunciar sua música” eu já sabia o que você ia querer fazer lá. – os dois riram, em uníssono, e só então o ex-químico notou o quanto a companhia do garoto lhe fez falta. ele havia sumido sem dar notícias, fazendo spencer passar por coisas horríveis até a seleção; mas ele também deveria ter tido sua própria dose de horrores com a mãe. conversaram por alguns instantes, dividindo o uísque. no entanto, bastou spencer tossir um pouco mais de sangue para a preocupação voltar. – spence, volta pra casa. seus pais já devem tar preocupados contigo. – o loiro tornou o olhar de volta para a porta, onde os guardas estavam parados, alertas à qualquer movimentação brusca que o garoto desconhecido pudesse fazer. tornou o olhar de volta para o ex, sentindo o sorriso nostálgico se formar nos lábios. antes de ter sido seu amante, ele fora um bom amigo, também. se despediram, por fim, e quando spencer se virou para casa, sentiu a manga da blusa sendo puxada pelo rapaz. – me promete. – semicerrou os olhos para ele. parecia que estava desatando um nó na garganta ao falar. – me promete… que se você não virar músico, vai ser o rei mais talentoso do mundo. – como sempre, lá estava ele, apoiando firmemente sua decisão de carreira, diferente de todos até então. spencer abriu um sorriso incrédulo, negando com a cabeça. desvencilhou-se do toque do garoto, bagunçando os cabelos alheios como fazia antigamente.
                 ❛ Isso eu posso prometer. ❜ ›› e depois deu as costas ao rapaz, finalmente tendo uma despedida digna. no último ano, acumulou dúvidas sobre seu bem estar, e agora finalmente poderia descansar em paz, ou pensar nele sem ter toda a amargura de jamais terem dado um adeus próprio. “o rei mais talentoso do mundo”; aquele não era um título ruim, nem um pouco. por mais que a musculatura do rosto doesse, não conseguia deixar de sorrir igual a um idiota. o bom humor havia retornado, finalmente, e nada que seus pais o falassem agora poderia lhe abalar. enquanto a mãe servia a sobremesa que finalmente ficara pronta (percebeu que ficou muito tempo conversando com o outro rapaz), resolveu olhar para o celular. surpreendeu-se com as mensagens que recebera do mccarthy mais novo. como se aquele dia não podia ficar ainda mais esquisito.
spencer: haha
spencer: sua tia é incrível
spencer: e se sua mãe quiser eu levo um perfume pra ela, só falar
spencer: sobre o violino, ele esta bem, fica tranquilo
spencer: só não sei se posso prometer voltar inteiro
spencer: feliz natal, mccarthy.
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matakite · 4 years
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thomas‌:
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                 › VER OS OLHOS ARREGALADOS de thomas foi um deleite único. claro, ele se recuperara rapidamente, o beijando da maneira intensa que tanto gostava, mas agora tinha um gosto ainda mais especial, de poder agora falar que havia conseguido provocá-lo com sucesso. ah, como fora uma cena agradável, e que o deixaria ainda mais excitado do que já estava. agora que estavam decididos que iriam continuar com aquela relação (poderia chamar assim?), talvez não fosse tão ruim entrar naquele jogo de provocações, se fosse ganhar uma reação parecida. quando o mccarthy se afastou, sussurrando a pequena ameaça por cima dos lábios do músico, lambendo-os em seguida, tudo o que ele fez foi rir, maldoso.
                 ❛ Faz eu me arrepender. ❜ ›› respondeu, o sorriso presunçoso e ainda ousado presente nos lábios, que não diminuiu quando thomas se sentou por cima de si com brutalidade, soltando o ar em um suspiro pelos lábios entreabertos. a maneira violenta com a qual o cinto fora apertado nos pulsos fez com que spencer soltasse um gemido de satisfação, agora a fricção muito mais intensa e estimulante. passou os olhos, descarados, pelo corpo de thomas conforme ele deixava os dois nus e se posicionava no meio de suas pernas, com o anúncio que queria fazer o quinzel implorar. spencer soltou uma risada anasalada, em desafio. ele, implorar? por mais que o pedido fosse sedutor, ainda tinha um resquício de coragem para poder provocá-lo e levá-lo ainda mais à loucura, da maneira que havia descoberto gostar. todavia, percebeu que quem o provocava agora era o próprio thomas, com aquelas malditas insinuações.
                 ❛ Thomas--- Para com isso,                     me fode de uma vez. ❜ ›› se viu pedindo, a voz rouca em tesão. o primeiro nome utilizado era a confirmação de que o mais velho necessitava para entender que o uso do apelido fora um acidente, havia escapado de forma natural (tão natural que spencer sequer havia pensado demais sobre ele; provavelmente se arrependeria quando thomas voltasse a lembrá-lo eventualmente). depois do pedido, o loiro tornou a provocá-lo, dando a entender que a penetração seria completada, mas retirando o membro da entrada do mais novo antes daquilo. qualquer resquício de sorriso no rosto do músico desapareceu, dando lugar a uma clara frustração.
                  ❛ Anda logo com isso-- ❜ ›› a frase foi interrompida novamente pela mesma provocação, fazendo com que spencer puxasse ar entredentes, claramente incomodado. queria poder puxá-lo para um beijo, ou então envolver o pescoço do mais velho com os braços e trazê-lo para perto de si, qualquer coisa que o fizesse andar logo -- mas aquelas tarefas demandavam que seus pulsos estivessem livres, e o leve debater dos braços já o lembrou do aperto, muito mais forte que antes. estalou a língua no céu da boca, sentindo o próprio membro latejando, demonstrando a ansiedade que estava em poder transar de uma vez. “implore, spencer”, a ordem foi como um último empurrão para quem já estava na beira de um precipício.
                 ❛ Me fode, Thomas... Por favor. ❜ ›› finalmente, havia cedido e feito a súplica, os olhos embaçados pela volúpia, esperando que aquilo fosse o suficiente.
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matakite · 4 years
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thomas‌:
tratá-lo de forma tão impecavelmente cortês era quase como uma piada interna para si. como se em outro momento não tão distante não estivesse puxando seus fios e sussurrando palavras galantes contra seu ouvido em prazer; como se em outro momento não estivesse o beijando fervorosamente, não estivesse percorrendo com os dedos cada centímetro de seu corpo– não estivesse se deleitando em ouvi-lo gemer seu nome. o sorriso aumentou ao ter a mão apertada com tanta firmeza, a qual ele devolveu em mesma intensidade. demorou-se um pouco no aperto, mas os olhos desiguais não vacilaram dos dele. ‘McCarthy’. ele teria respondido que preferiria que fosse chamado de Thommy, mas não era quele o momento certo para tal provocação. não ali, em um local tão público. aquilo fez com que seu sorriso antes tão retraído se tornasse malicioso, em entendimento de que eles guardavam um segredo.
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o coração batia um pouco mais rápido que o normal em arritmia, (deliberadamente autodiagnosticada) as mãos suavam discretamente, e se não fosse tão cheio de si, admitiria que a inquietação era proeminente da dúvida de se Spencer gostaria ou não de seu presente. claro, ele não tinha comentado nada com o loiro– e apenas se questionou por que é que estava comprando aquilo quando já no meio do ato. Brooklyn McCarthy, sábia como era, havia o provocado dizendo que se importava com o Quinzel. há. ele rira na cara da mulher, apesar de a fala ecoar em sua mente durante as noites que se seguiram à compra, perturbando-o. e agora, não sabia se ele iria para longe, ficar com aquele pai nada carinhoso; pegou-se ponderando, temendo o pior. “bom.” ele riu “tenho que ter um motivo? não posso só querer te ver?” ‘ou querer fazê-lo sorrir?’ completou mentalmente e arqueou uma sobrancelha num ato despojado ao abaixar-se para pegar o estojo com a mão. ofereceu-o ao homem com um sorriso verdadeiro “queria te entregar isso.. não sei se está indo ver a sua família– mas me lembro que na última conversa que tivemos você me disse que o seu violino tinha se quebrado em circunstâncias nada agradáveis..” umedeceu os lábios, os olhos vacilando da própria mão para os olhos alheios “talvez agora seja a hora da retaliação.”
                  › ERGUEU AS SOBRANCELHAS EM um claro desacreditar quando thomas lhe disse que estava somente “querendo vê-lo por ver”. ah, é claro. como se não suspeitasse de quaisquer segundas intenções quando o assunto era o neto de lady mccarthy. o sorriso malicioso e discreto apenas confirmava seus pensamentos iniciais, nada surpreso. o que realmente o surpreendeu foi a fala que se sucedeu. thomas mccarthy havia lhe comprado um violino novo? e estava lhe entregando dentro de um estojo tão belo daqueles?
                  ❛ Thomas, você não... ❜ ›› não conseguiu completar a frase, os olhos pousando sobre o objeto estendido para si. só madeira que era constituído o estojo deveria valer, ao menos, cem perfumes de sua marca. receoso, e um tanto descrente (poderia ser algo travesso; não duvidaria que a caixa estivesse vazia, por exemplo), tomou o estojo tão bonito em mãos, sentindo o peso do instrumento somado à madeira robusta, constatando que, ok, vazio ele não estava, menos mal. afastou as costas da cadeira, deslizando o quadril um pouco para frente para apoiar o objeto no próprio colo, as fivelas viradas para si. com certa ansiedade, postou as mãos nas trancas e as puxou para cima, por fim abrindo a caixa. quando a atenção pousou sobre o violino tão bonito, os olhos de spencer se arregalaram, brilhando. tomou o instrumento em mãos com cuidado, manuseando-o e sentindo a madeira, as cordas -- aquele era o melhor violino que já tinha encostado em toda a vida. curioso, olhou por entre as fendas por onde o som escapava, na esperança de ver a marca. quando notou a fonte específica que escrevia “antonius stradivarius cremonenfis”, sentiu o ar escapando dos pulmões em uma lufada de ar. guardou imediatamente o instrumento na caixa, a trancando em seguida, com um cuidado muito maior do que estava fazendo até então. um stradivarius. aquele violino custava milhões. ele deveria estar em um museu, e não com ele. cobriu a boca com uma das mãos, demonstrando a extrema surpresa. a felicidade por sequer ter segurado um daqueles podia ser vista pelo sorriso que spencer não conseguia controlar. pousou as duas mãos na caixa, o polegar da canhota acariciando o estojo agora extremamente precioso, conforme subia o olhar de volta para thomas.
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                  ❛ Eu... E-Eu nem sei o que                     dizer. Obrigado, Thomas,                     de verdade. ❜ ›› gaguejou, e não se importava em tê-lo feito. a emoção era grande demais. todavia, ter dito o nome do rapaz que lhe dera o presente fez com que quinn acordasse do êxtase que foi ter segurado o instrumento tão raro. thomas mccarthy havia lhe comprado um violino stradivarius. o sorriso escorregou um pouco, conforme negava com a cabeça ligeiramente -- não porque recusaria o presente (não era maluco ou burro), mas sim em confusão.
                  ❛ ... Por quê? ❜ ›› perguntou, em um sopro, o tom de voz agora se assemelhando muito mais ao carregado de emoção de quando discutiam. não conseguia mais manter o teatro impessoal que estabeleceram juntos ali, não depois do presente.
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matakite · 4 years
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@callie-s-callaway
𝐇𝐄𝐋𝐏 𝐂𝐎𝐌𝐄𝐒 𝐈𝐍 𝐔𝐍𝐔𝐒𝐔𝐀𝐋 𝐖𝐀𝐘𝐒. -- 𝐅𝐋𝐀𝐒𝐇𝐁𝐀𝐂𝐊
                  › HAVIA COMETIDO VÁRIOS ERROS desde que pisara em islay. um desses erros tinha nome, sobrenome, e um olho de cada cor. outro, tinha influência o suficiente para acabar com sua vida em segundos, mas não o fazia porque era muito mais divertido vê-lo sofrer aos poucos. a agonia crescente pelas duas pessoas que mais faziam de sua vida um completo inferno era quase insuportável -- quase, se a primeira não estivesse lhe fazendo se sentir tão bem debaixo dos lençóis. naquele dia, no entanto, se olhar no espelho logo depois de acordar o fizera entrar em pânico. marcas do pecado estavam pelo seu corpo -- e, veja bem: em partes nada discretas. o pescoço marcado a roxo e os pulsos vermelhos, com como se uma cobra o tivesse apertado ali, quase fez com que gritasse. ah, não. seria expulso-- pior, seria morto. se pelo menos estivesse voltaria para casa no dia seguinte ou no próximo, e lá poderia deixar as marcas escondidas, certo? mas o que faria até então? um selecionado não podia ficar o dia todo no quarto (não quando o fizera exatamente no dia anterior para completar o resumo de história-- ah, deus, o resumo! tinha de entregá-lo ainda hoje!). estava sem pensar direito, os dedos puxando os fios dourados. até o presente momento, o único que sabia da história e poderia ajudá-lo era khan, que logo se tornou uma opção descartável. não, o amigo entraria em pânico tanto quanto ele. então, a única opção, era... oh, não. não, não, não, não, não. tinha de ter outra saída, outra opção. não conseguiu pensar em mais nada, no entanto. quando deu por si, estava com um casaco longo e um cachecol, caminhando na direção do quarto da mulher. bateu na porta com certa urgência, olhando por cima dos ombros como se tivesse matado alguém e estivesse indo queimar o corpo. quando a porta abriu, as palavras saíram rápidas, mal dando chance para callisto poder rebater.
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                  ❛ Callie. Eu... Preciso de ajuda. ❜ ›› disse, em lamentação -- inclusive evitando de usar o nome completo da mulher, tendo plena consciência de que a incomodava. a pior coisa que poderia pensar em fazer era dar ainda mais munição para quem estava com uma arma apontada para sua cabeça, mas o que poderia fazer? sem dar muitas brechas, entrou no quarto da ible, obrigando-a a ir para trás, fechando a porta do quarto atrás de si com as costas. e então, tirou o cachecol e depois o casaco, revelando as marcas que falavam por elas próprias. suspirou, entristecido e envergonhado, já esperando o retaliamento.
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matakite · 4 years
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kiya:
Os dedos percorriam as teclas de marfim com uma delicadeza que não era do perfil de Kiya. Fazia um tempo desde que havia tocado a ultima vez, sentia falta de se concentrar em algo que gostava tanto quanto tocar ou cantar. Desde os últimos acontecimentos, resolveu que iria ficar um tempo reclusa consigo até conseguir assimilar tudo e começar a ver melhor o que faria dali em diante. Por isso o piano, tocar sempre a deixava mais calma e a fazia pensar melhor nas coisas. A melodia ecoava no ambiente de forma fluída, a princesa sabia o que fazia e por gostar de tocar se garantia com a mesma. Estava confortável sozinha na sala, mas quando estava no meio da música, notou um par de olhos a observando com certo afinco, o que não a deixava incomodada de forma alguma, ainda mais vendo o rosto conhecido de Spencer. “Gosta do que ouve?” perguntou rindo, ainda tocando. “Tem espaço no banquinho, caso queira.”
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@matakite​
                › AQUELA ÉPOCA DO ANO era sempre reconfortante para spencer, trazendo-lhe boas lembranças de toda a sua família reunida. era filho único, mas eram festas daquele naipe que faziam todos se reunirem na casa dos avós e poderem contar o que fizeram desde a última vez que se viram. também era naquele tipo de evento que spencer era convidado a tocar algumas obras, seja no piano, no violino ou no saxofone -- dependia da música, do “freguês”. quase nunca tocava músicas tipicamente natalinas, preferindo melodias que o remetessem da estação e do sentimento que era estar envolto às festividades em si. uma de suas favoritas, que tinha mais lembrança do natal que qualquer outro jingle batido, era a parte inverno, de vivaldi. o selecionado andava a passos largos para a sala de música, querendo treiná-la um pouco antes de voltar para a casa e apresentá-la mais uma vez aos familiares (queria, pelo menos, que a reconciliação o desse mais forças para continuar coma loucura que estava sendo a seleção, e portanto devia ser o mais perfeita possível), quando ouviu as mesmas notas vindas do local. riu para si mesmo, incrédulo com tamanha coincidência. quando abriu a porta robusta que em muito abafava o som, inconfundível aos ouvidos do quinzel, o sorriso se tornou ainda mais ameno e reconfortante ao perceber quem era a musicista da vez: kiya bashirr, uma das pessoas que mais havia se aproximado desde o início. a aura já reconfortante que a música trazia ficou ainda maior, e conforme ele fechava a porta atrás de si para poder admirar a melodia, kiya tornou os olhos dela para si, convidativos.
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                ❛ Gosto, bastante. ❜ ›› respondeu à amiga, conforme se adiantava logo para o espaço no banco indicado para ouvir a música que a princesa tocava com tanto afinco. acomodou-se ao lado da morena, sentindo a nostalgia atingi-lo com força. a familiaridade de cada nota se unia com a estranheza de ouvir a música tocada por alguém que não fosse ele próprio, mas não quis interromper a princesa. cerrou os punhos por cima das coxas, impedindo a si próprio de se juntar, a não ser que ela lhe desse brecha para tal.
                  ❛ Eu adoro “Inverno”. ❜ ›› murmurou, mais para si próprio do que para kiya, o olhar pousado nos dedos ágeis da mulher.
                 ❛ Você toca muito bem. ❜ ›› elogiou, conforme a melodia dava seus devidos intervalos, a voz ficando mais audível do que o comentário anterior.   
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matakite · 4 years
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josephine‌:
Josephine havia passado mais uma noite na cozinha, os cozinheiros estavam a testar algumas receitas, outros já em preparações para os banquetes e isso aumentava o trabalho na cozinha. A ajudante cozinhou alguns cupcakes, gingerbread cookies, e alguns bolinhos de canela e outros de chocolate. Durante a manhã teve a oportunidade de dormir durante três horas e foi o suficiente para que se sentisse novamente ativa para o resto do dia. Estava a caminho da cozinha quando viu @matakite​ nos jardins, sentado num dos bancos enquanto caíam alguns flocos de neve e Josephine tratou de ir até há cozinha e levou alguns biscoitinhos de gingerbread que havia feito durante a madrugada, vestindo um casaco mais quente e um gorro e foi até ao selecionado. - Olá Spencer. - Cumprimentou-o, se sentando ao lado do jovem. - Posso-te fazer companhia? Achei que estava a precisar de algo para adoçar o seu dia. - Mostrou para ele os biscoitinhos que havia trazido com ela. - O que está a fazer aqui fora no frio? Gosta de observar a neve? Eu também… 
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               › TER A CHANCE DE reencontrar sua família depois de tanto tempo (ou, ao menos, era o que parecia, já que sua vida dera um giro extremo dentro do palácio) era uma notícia agridoce para spencer. afinal, saíra de casa brigado com os pais, e até então não tivera qualquer notícia deles. claro, eles devem ter ficado irritados com a sua entrevista que deixara tão claro (e o título tão sensacionalista) sua vontade em seguir com a nova carreira. não tinha sequer a menor ideia de como estava o seu progresso com o objetivo inicial, tão perdido. pobre quinzel. agora sentado em um dos bancos dos jardins, deixando os flocos de neve tingirem de branco o casaco denso preto e o cachecol azul escuro, suas expressões preocupadas refletiam a indecisão interna e o misto de sentimentos para com os progenitores. poderia até sentir as cicatrizes na mão esquerda latejando, como se anunciassem tempos ruins. suspirou, o ar frio escapando dos lábios com uma fumaça branca a qual gostava de se divertir quando menor. estava tão absorto que sequer notou a aproximação de josephine, abrindo um sorriso assim que ela o chamou e se acomodou ao seu lado.
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                  ❛ Josephine! ❜ ›› exclamou, o tom mil vezes mais alegre que as feições entristecidas de antes. adoraria uma boa companhia para relaxar agora. baixou o olhar para os biscoitos que estavam tão bem decorados. spencer não era o maior fã de doces, mas naquele momento bem podia aceitar algo que o deixasse menos amargo. pegou um do pote, conforme a morena continuava com as perguntas.
                  ❛ Gosto, bastante. Parece que                     meus pensamentos fluem um                     pouco melhor. ❜ ›› explicou. não era mentira; a sensação fria que queimava as bochechas e a ponta do nariz o traziam de volta à realidade e colocavam seus pés no chão, por vezes cortando uma linha de pensamento que poderia facilmente afundá-lo em melancolia se estivesse dentro de casa, olhando para o teto. mordeu o biscoito em seguida, ficando surpreso ao gostar do sabor que veio junto.
                  ❛ Nossa, isso aqui está uma delícia. ❜ ›› murmurou, em um misto de satisfação e incredulidade.
☃ Have yourself a Merry little Christmas
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matakite · 4 years
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thomas‌:
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o Natal era uma das épocas mais deliciosas para Thomas (apesar de ele nunca ajudar no preparo de nada, e detestar a necessidade incontrolável de Sienna McCarthy para decorações festivas). a família sempre fazia um grande evento, com muita comida, bebidas à vontade e presentes– a última parte ele não se importava muito, não, pelo menos em receber. então, a notícia de ir visitar os parentes na residência dos McCarthy era simplesmente demais, ainda que acompanhado de quatro guardas. poderia, em breve, matar a saudade da mãe, dar um abraço no pai, beber uns bons goles com a tia– e ah. a imagem amarga de Lady McCarthy o assombrava; muito provavelmente ele teria de encará-la. Thommy estremeceu, observando o quase vazio do aposento na ala leste do segundo andar. com a mais -im-pura das naturalidades havia combinado de se encontrar com o Quinzel na biblioteca antes de ir– não sabia se ele visitaria, ou não sua própria família, e tinha preparado algo para entregá-lo, de qualquer forma. estava no chão ao lado de si, um robusto estojo de couro com fivelas douradas contendo um violino, o qual havia sido escolhido juntamente com a ajuda de Brooklyn ‘não é nada demais’, tentava se convencer enquanto os dedos tamborilavam impacientes no apoio da poltrona na qual se sentava, e a outra mão dava suporte ao queixo; pose que assumia quando estava imerso nos próprios pensamentos. as pernas se descruzaram saindo do transe apenas quando ouviu o barulho da porta de madeira se abrindo, revelando a figura de Spencer. imediatamente um pequeno e contido sorriso (diferentemente das outras vezes) se formou no rosto do McCarthy, que se levantou e enfiou uma mão no bolso da calça social, enquanto estendia cordialmente a outra para o músico. “sr. Quinzel.”
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                  › SPENCER ESTAVA NERVOSO. AQUELA seria a primeira vez que teria qualquer contato com alguém de sua família depois de ter entrado na seleção -- porque hector e alicia quinzel estavam muito ocupados com os próprios empregos para enviar cartas de apoio ao filho, provavelmente. não era como se acabasse se importando, ao final, pois não esperava nada diferente. saíra de casa em maus termos, também, tinha uma parcela de culpa naquilo. aquela era a primeira chance que teria de se reconectar com os mais velhos. a ansiedade pela situação não diminuiu depois do encontro com a princesa e muito menos após thomas mccarthy, o protagonista de seus piores pesadelos (normalmente não tão terríveis assim), chamá-lo para conversar no salão dos homens antes de enfim se despedirem para seus respectivos feriados. foi encontrá-lo como sempre -- cabelo perfeitamente arrumado, bem como as roupas sociais, sempre bem passadas e estilosas; se havia aprendido algo com o casal quinzel, fora que a aparência importava sim, e spencer deveria construir uma boa impressão de si a todo instante. era daquilo que tentava se convencer, no final. abriu a porta da sala no horário combinado, pontual como um relógio, e adiantou-se para onde thomas oferecia a própria mão e um sorriso discreto.
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                  ❛ McCarthy. ❜ ›› comentou, a impessoalidade presente como se jamais tivessem trocado mais de duas palavras antes. tomou a mão do mais velho na sua, a chacolhando com firmeza, outra coisa que os comerciantes de sua família o haviam ensinado a fazer. quando desfez o toque, ficou alguns segundos em silêncio, apenas olhando para o rosto de thomas. fingir que eram apenas conhecidos, competidores saudáveis, era esquisito e desconfortável. logo mais não conseguiu sustentar o olhar, baixando-o rapidamente enquanto tomava lugar na poltrona à frente do mais velho. durante o movimento, notou o robusto estojo de fivelas douradas aos pés dele, mas não fez qualquer comentário sobre (ao menos, por enquanto). subiu a atenção para ele outra vez, sério.
                 ❛ Do que queria tratar comigo? ❜
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matakite · 4 years
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octavia‌:
                                        era incrível como o sorriso de spencer podia resultar em uma imensa sensação de felicidade e tranquilidade em octavia. isso somente podia significar coisas boas, e lhe dar mais chances em tudo o que estava ocorrendo. ele seria um ótimo marido, pensava, ficavam bem juntos, se sentia bem ao lado dele e poderia ver lindas e talentosas crianças em seu futuro com o selecionado a sua frente. pensamentos premeditados? sim, mas necessários. afinal, tinha que escolher um entre os quatro rapazes da elite. apesar de não haver tempo para sua escolha, sabia que não esperariam anos, muito menos mais de uma meia dúzia de meses. e isso lhe incomodava demais. com o beijo em sua maçã do rosto, rapidamente pensou se ele um dia lhe beijaria nos lábios por espontânea vontade, sem que ela desse as primeiras incentivadas. na verdade, não sabia se era isso que realmente queria, pois também respeitava as regras indicadas no regulamento da seleção.  ❛ não mais que você. ❜ respondeu ao elogio, ajeitando as dobras que se formavam em seu vestido.  ❛ pertencia à minha mãe. ❜ murmurou, com um certo pesar em sua voz, apesar de seus olhos mostrarem imensa gratidão.  ❛ ficou lindo, não? ❜ olhou em volta, de forma lenta, com um sorriso bobo formando em seus lábios.  ❛ romântico, aconchegante… ❜ sussurrava octavia, levando seus olhos de volta aos de spencer.  ❛ espero que esse encontro seja assim também. ❜ 
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                  › O ELOGIO DISCRETO FEZ com que spencer olhasse para baixo, passando a mão cicatrizada pelo próprio torso, gostando da sensação macia do tecido do colete, e depois subindo o olhar para a princesa novamente, sorrindo, em um agradecimento silencioso. e então, o comentário murmurado sobre o pertencimento do vestido o tomou de surpresa. o músico sabia da conexão forte que octavia tinha com a mãe -- ela a expressou no observatório, apesar de jamais ter entrado em profundidade no assunto, a deixando falar sobre o assunto de forma natural (como era o caso da fala de agora, somado ao olhar repleto de gratidão, tão bem iluminado à luz de velas). quinn umedeceu o lábio inferior, mordendo-o por dentro. o luto e a perca de alguém importante eram sentimentos desconhecidos para ele, não tendo absolutamente nada para se relacionar sobre. todavia, era um ótimo ouvinte, e gostava de demonstrar como estaria ao lado da princesa para o que ela precisasse. aproveitando que octavia havia ajeitado o próprio vestido, spencer repousou a canhota sobre uma das mãos da mulher, o polegar fazendo um rápido carinho nas costas da palma, chamando a atenção dela para si.
                  ❛ Sua mãe ficaria muito                     feliz em te ver assim. ❜ ›› comentou, um sorriso morno e gentil nos lábios, combinando perfeitamente com o ambiente em que estavam -- o qual, inclusive, fora o próximo tópico da conversa. o quinzel esticou o olhar para o ambiente, concordando com as palavras da princesa. romântico, aconchegante. não poderia ser descrito de outra melhor maneira. quando os olhos dos dois se encontraram outra vez, e octavia comentou que gostaria que o encontro fosse da mesma maneira que o lugar, spencer notou que sua mão ainda estava sobre a dela, e não conseguiu evitar um leve corar das bochechas, seguido de uma risada constrangida. todavia, não tirou a mão da dela; muito pelo contrário, aproveitou o toque para poder pegar o presente que a havia trazido com a mão livre e a entregue, para então enfim se afastar.
                   ❛ Espero que goste, alteza.                       É algo bem particular meu. ❜ ›› e o era, de fato. dentro da caixa havia um perfume da marca de sua família, já bastante conhecida e requisitada entre a nobreza de ocenli. mas não era qualquer um -- era da linha que ele próprio havia designado por si próprio, a única em seus dez anos de pesquisa e comércio, e que levava o seu próprio nome. os dois frascos ovais que continha a espuma para apertar e sair o líquido cheiroso tinham cravado a assinatura do loiro, com sua caligrafia perfeita, um em letras douradas (com um líquido azulado) e outro em prateadas (com o líquido rosado). aquela coleção era seu motivo de maior orgulho dentro da empresa dos pais, a única coisa que evitava os próprios pensamentos de inutilidade durante a última década.
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                  ❛ Feliz natal. ❜ ›› sussurrou-a, olhando ansioso para saber se ela havia gostado.
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matakite · 4 years
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FLASHBACK
thomas‌:
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                  › SPENCER TINHA NOÇÃO QUE thomas provavelmente pararia os movimentos assim que ouvisse seu tom de voz aumentando, mas aquilo não impediu que um suspiro de frustração saísse pelos lábios entreabertos quando ele se afastou, desfazendo o aperto na ereção e o estímulo nos testículos. os olhos acompanharam o mais velho ficando de joelhos, abaixando a própria calça revelando a cueca vermelha e, postumamente, o próprio membro ereto, o qual thomas tocou com os dedos indicador e médio. o músico umedeceu os lábios pela cena, engolindo em seco, como se já antecipasse a situação. sequer notou que sua atenção se mantinha sobre o corpo do mais velho até que ele se abaixou sobre si e ordenou que olhasse para ele, o que foi prontamente obedecido. a proximidade fazia spencer querer tocá-lo, e por um impulso tentou mexer as mãos, apenas para ter o cinto impedindo os pulsos de irem mais além -- nossa, aquilo estava muitíssimo bem amarrado; provavelmente acabaria com marcas na região também. o falso tom de desapontamento na voz alheia fez com que soltasse um gemido entristecido, praticamente suplicante -- o ex-químico gostava de elogios, e de saber que havia obedecido às regras como o mccarthy queria, e não o contrário; não que aquilo o fizera sentir menos tesão, é claro, muito pelo contrário (valia como uma provocação a mais, o que era igualmente extasiante). chupou o dedo quando ordenado, sentindo o gosto delicioso de thomas na língua, ouvindo o gemido de satisfação dele ao fazê-lo (quase em uníssono com o seu próprio, adorando a sensação de dar prazer ao loiro). quando ele encostou a boca em seu ouvido para sussurrar-lhe o que planejava, logo voltando a estimulá-lo, novamente spencer não conseguiu conter os gemidos que sucederam, os pulsos voltando a se atritar contra o material maleável do cinto. 
                  ❛ Você quer... Que eu te peça? ❜ ›› perguntou, em retórica. puxou um dos cantos da boca, formando um sorriso assimétrico enquanto soltava um riso maldoso e gutural. a respiração pesada atrapalhava a sua fala, e interrompeu a risada mais cedo do que deveria, já que os movimentos em sua intimidade eram tão bons que fazia o perder a linha do raciocínio -- mas não era o suficiente para spencer parar de tentar provocar o mccarthy. tombou a cabeça para o lado, o suficiente para deixar os rostos dos dois praticamente colados, para que pudesse sussurrar, audacioso, os olhos azuis brilhando em malícia:
                  ❛ Ah, Thommy--... Você vai                      precisar fazer melhor do                     que isso. Se você só acha                     que pode ir forte, é bom                     treinar mais um pouco antes                     de voltar aqui. ❜ ›› e por fim desfez a distância entre eles, ligeiramente desajeitado por conta dos braços amarrados, buscando a boca de thomas para um beijo rápido e suave, seguido de uma mordida forte no lábio inferior. no entanto, por mais provocativo que spencer estivesse sendo, o apelido nunca antes utilizado antes daquela situação já denunciava o seu limite, tão imerso na volúpia que era o envolvimento com thomas que sequer se importou em chamá-lo pelo nome ou o sobrenome, trazendo a impessoalidade e a distância, como sempre fazia em todas as interações até então.
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matakite · 4 years
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                 › ESTAVA ANSIOSO NAQUELA NOITE. o embrulho por cima da cama tão cuidadosamente dobrado o preocupava, os pensamentos frequentes em torno de ter feito ou não uma boa escolha para presentear a princesa. porque, bem, ela era uma princesa, e o que poderia se dar para alguém que aparentemente já tinha tudo? o loiro ficou devaneando desde quando octavia confirmara o jantar, pensando em algo para presenteá-la, até ter uma ideia simples, mas que poderia bem funcionar. se olhou uma última vez no grande espelho do banheiro, notando que os cabelos estavam na mais perfeita ordem, e o colete esverdeado por cima da blusa branca e em conjunto com a calça preta dava destaque aos olhos claros -- detalhe, não traria blazer algum, pois ainda se lembrava da promessa feita no encontro anterior. estava confiante com a própria aparência, mas algo ainda lhe deixava nervoso. talvez por este ser o primeiro encontro com octavia, e spencer queria que tudo corresse perfeitamente bem, sem caos, para variar um pouco. quando saiu do quarto com a caixa cor de pêssego, andando a passos rápidos até o observatório, não pôde deixar de notar as luzes natalinas que iluminavam os corredores, carregando o ar da festividade por todo o palácio. o músico sorriu, imerso em lembranças positivas com sua família. normalmente iam para a casa de seus tios, e lá ficava horas conversando e trocando notícias com seus primos e sobrinhos. se pegou se questionando o que eles estavam achando dele, agora que era um selecionado da elite -- mal teve tempo para se despedir dos familiares antes de ir para islay, tamanha a pressa que se sucedeu depois da notícia. os pensamentos voaram longe quando quinn pousou os olhos no observatório, rodeado por guardas. engoliu em seco, sabendo que aquilo significava que estariam sozinhos, o nervosismo voltando a martelar a mente. cumprimentou os guardas que estavam perto da porta com um aceno de cabeça antes de por fim bater na madeira com os nós dos dedos. foi atendido por uma criada, à qual desejou um boa noite muitíssimo educado, antes de enfim entrar e ter a porta fechada atrás de si. a voz já conhecida chamando por seu nome captou sua atenção, e não precisou varrer o local, todo muitíssimo bem decorado, para poder encontrar a princesa, sentada sobre o tapete felpudo.
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                ❛ Alteza...! ❜ ›› a cumprimentou, conforme se aproximava, a voz se perdendo ao final da palavra. octavia estava lindíssima, o vestido com a fenda marcando suas silhuetas de forma que prendeu o olhar do selecionado por alguns instantes antes de enfim subi-los e continuar a admirar a figura que era a princesa thariana. os olhos brilhantes da mais nova fizeram com que spencer sorrisse involuntariamente, conforme todo o nervosismo que sentia antes se esvaía a cada passo. abaixou-se na frente dela para, com a destra, tocar levemente o rosto da princesa, o apoiando contra a palma para depositar um beijo singelo na maçã do rosto.
                 ❛ Você está linda. ❜ ›› disse, a voz grossa baixa pela rápida proximidade, o sorriso involuntário tornando-se tranquilo e sereno. por fim, deixou o próprio presente ao lado do da loira, enquanto se acomodava no tapete perto dela. os olhos se perderam por dentre as velas por mais um segundo antes de voltá-los para o rosto de octavia.
                 ❛ Quem diria que o observatório ficaria tão bonito com as velas? ❜ ›› elogiou, gostando como a baixa iluminação dava um tom agradável e aconchegante à cena.
spencer quinzel.
                                                   natal. comemorações natalinas. tudo que envolvesse esta data, octavia adorava. há alguns anos, não diria a mesma coisa. a falta da mãe e do irmão mais novo ainda doíam em seu coração. seu pai e sua avó, no entanto, lutaram para que a data voltassem a ser especial para a princesa e o príncipe de port thar, mesmo sem a mãe, mesmo sem o irmão. o falecimento dos dois fora próximo do natal e, por isso, era uma época de agradecer por deus ter deixado-a no mundo para não deixar que a população de seu país esquecesse de quem havia falecido com a peste que infestara o país. por isto, para àquele encontro com spencer, utilizava um vestido que havia pertencido à sua mãe, assim como as jóias. quem havia conhecido a mulher, diria que estavam idênticas, mesmo que octavia tivesse adicionado um toque seu ao vestido: uma grande fenda, dando-lhe um ar mais sensual. as jóias de prata combinavam perfeitamente com o sapato de mesmo tom, e com o adereço de cabelo, prendendo os fios loiros num rabo de cavalo. estava extremamente arrumada? sim, e não se arrependia de nenhuma escolha para aquele encontro. havia fechado o observatório para eles e, depois de implorar para o responsável pela guarda, os soldados ficariam posicionados em volta do local, para que ela e spencer tivessem privacidade. estava ansiosa para aquele encontro, até demais. já se encontrava sentada no tapete felpudo que colocaram no chão do local, enquanto observava uma criada acender todas as velas. estavam usando algumas elétricas, para dar volume e iluminação, e poucas eram de verdade, para a proteção e segurança do casal. quando ela terminou de acendê-las, manteve seus olhos no embrulho à sua frente, que entregaria ao rapaz. a mesma criada que acendera as velas foi a que abriu a porta para o rapaz, e o sorriso de octavia aumentou significativamente ao vê-lo.  ❛ spencer! ❜ ela cumprimentou, com um tom de voz gracioso e animado, sabendo que seus olhos estavam brilhando de felicidade em vê-lo.
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