É interessante como as vezes nos enchemos de compromissos pensando que só o fato de nos afastar momentaneamente daquilo que acreditamos que nos faz mal é critério o suficiente para manter-se todo o tempo ocupado. É assim que me vejo agora: muitos compromissos assumidos para não ficar a sós comigo mesma e para ocupar meu tempo com coisas que acreditava serem melhores do que me permitir preencher o tempo "livre" da minha própria e perversa maneira; mas outros compromissos surgiram para preencher o tempo que eu já não tenho mais, o tempo em que eu quis fugir de tudo e agora só quero esse tempo de volta para fazer o que eu deveria estar fazendo : o melhor, sendo quem realmente sou e quero ser.
E esta sou eu. Sem amarras,sem medo,só tão livre quanto se é permitido ser. Mas nem todo dia sou livre! Meus maiores cárceres são aqueles que crio para mim mesma, aqueles aos quais me imponho e sou imposta diariamente. Aquelas prisões com as quais me identifico ou simplesmente caio sem perceber e quando noto, há grades que encobrem minha visão e algemas das quais as chaves não há como ou não quero encontrar.
Provavelmente era hora de sair da cama, porém não podia me mover. Meu corpo inteiro doía com a dor de perder algo importante. Eu estava inconsciente. Esta foi a realidade de desenganar-se de uma pessoa que você amou por tanto tempo. Era uma luta impossível. Tudo o que eu queria era parar de chorar, todavia todos os dias eram os mesmos. Adormeci com a sensação de seus braços ao meu redor. E acordei sozinha.