Velha história
Era uma vez um homem que estava pescando, Maria. Até que apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequenininho e inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena. E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do coitadinho. Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então ficaram inseparáveis. Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava, a trote que nem um cachorrinho. Pelas calçadas. Pelos elevadores. Pelos cafés. Como era tocante vê-los no “17”! – o homem, grave, de preto, com uma das mãos segurando a xícara de fumegante moca, com a outra lendo o jornal, com a outra fumando, com a outra cuidando do peixinho, enquanto este, silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por um canudinho especial… Ora,um dia o homem e o peixinho passeavam na margem do rio onde o segundo dos dois fora pescado e eis que os olhos do primeiro se encheram de lágrimas. E disse o homem ao peixinho: “Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terra sempre triste!…”. Dito isso, verteu copioso pranto e, desviando o rosto, atirou o peixinho n’água. E a água fez um redemoinho, que foi serenando, serenando… até que o peixinho morreu afogado…
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Roberto Ferri | Chloris, details | 2014
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Não se morre de dor, porque eu não morri esta noite!
José de Alencar, no livro “Lucíola”. São Paulo: Ática, 2000
(via temploculturaldelfos)
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A vida das coisas ficara estúpida diante do homem
-Brás Cubas.
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““O homem é um sistema de contrariedade.””
— Lucíola - José de Alencar
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"A arte consiste em inventar, e não em copiar"
Fernand Léger.
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E depois das memórias vem o tempo
Trazer novo sortimento de memórias,
até que, fatigado, te recuses
E não saibas se a vida é ou foi.
-Carlos Drummond de Andrade.
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E sou meu próprio frio que me fecho longe do amor desabitado e líquido, amor em que me amaram, me feriram sete vezes por dia em sete dias de sete vidas de ouro, amor, fonte de eterno frio, minha pena deserta, ao fim de março, amor, quem contaria? E já não sei se é jogo, ou se poesia.
Elegia de Carlos Drummond de Andrade.
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-haverá algum amor maior e mais vivo do que o amor físico?
-Não há - respondeu - nem tampouco nenhum que mais se pareça com a loucura.
A república, diálogos.
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“O início da salvação é o conhecimento da culpa.”
— Séneca
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Semeava amor
E colhia enganos;
(...)
Amor nunca vi
Que muito durasse,
Que não magoasse.
Camões, Lírica.
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Hands
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Sois anjo, que me tenta, e não que me guarda
-Gregório de Matos
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Foi-se gastando a esperança,
Fui entendendo os enganos;
Do mal ficaram meus danos
E do bem só a lembrança.
Camões, Lírica.
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O bem que amor me não deu,
No tempo que o desejei,
Quando dele me apartei,
Me confessou que era meu.
agora, que farei eu?
CAMÕES, LÍRICA.
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