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#Jorge Sousa Braga
serdapoesia · 6 months
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Tu que tratas as estrelas por tu que conheces o início e o fim da estrada podes saber tudo sem o amor não sabes nada
Podes ter a efígie gravada numa moeda dourada Podes ter tudo sem o amor tu não tens nada Jorge Sousa Braga
In: A matéria escura e outros poemas (2020)
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QUE TEMPOS SÃO ESTES
Há um lugar entre dois renques de árvores onde a erva cresce colina acima
e a velha estrada revolucionária se desfaz em sombras
perto de uma capela abandonada pelos perseguidos
que desapareciam naquelas sombras.
Eu andei por lá colhendo cogumelos à beira do pavor, mas não se enganem
isto não é um poema russo, isto não está noutro lugar, mas aqui,
o nosso país aproximando-se da sua própria verdade e pavor,
as suas próprias maneiras de fazer as pessoas desaparecerem.
Não te vou dizer onde fica este lugar, onde a malha escura da floresta
encontra a súbita faixa de luz —
encruzilhada de fantasmas, paraíso de folhagem:
Já sei quem quer comprá-lo, vendê-lo, fazê-lo desaparecer.
E se não te vou dizer onde fica, porque estou então a falar
contigo? Porque tu ainda ouves, porque em tempos como estes
para que tu ouças, é necessário
falar de árvores.
Adrienne Rich, USA (1929-2012), Tr. Jorge Sousa Braga
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miedkha · 2 years
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Jorge Sousa Braga. O Poeta Nu
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hushhush-m · 10 months
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Mãe Não consigo adormecer Já experimentei tudo. Até contar carneirinhos Não consigo adormecer Nem chorar (Que maior tragédia poderá acontecer a um homem do que a de já não ser capaz de chorar?)
Mãe Sabias que o cordão umbilical pode funcionar como uma corda num enforcamento? — tenho aprendido coisas bem singulares neste convívio com os deuses — Um dia destes regressarei a Tebas para ser coroado Reservei hoje mesmo um lugar num avião das Linhas Aéreas Gregas Gostaria de brindar contigo com uma taça de orvalho antes de partir
Mãe Detesto coberturas de açúcar mesmo que levem limão Isto é tão certo como o é tu não me compreenderes Estava a sonhar que estava a sonhar e assim por aí adiante até ao infinito. Depois acordei. E fui descendo vertiginosamente de sonho para sonho Ainda não parei de acordar. E de sonhar
Mãe Tenho uma surpresa para ti um caramanchão para que te possas sentar todas as tardes a catar estrelas na minha cabeça
Mãe Abriu um concurso para preencher uma vaga de ascensorista no Paraíso e eu concorri Achas que tenho alguma hipótese de ser admitido? — tenho a boca cheia de formigas —
Mãe um dia hei-de subir contigo degrau a degrau o arco-íris
Jorge Sousa Braga, O Poeta Nu, (poesia reunida)
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nsantand · 1 year
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Jorge Sousa Braga - Fogo sobre fogo
(...) Este fogo / que só com fogo / se pode apagar (...)
O meu mamilono teumamilo Só tusabes sorrirna vertical Gotas de orvalholigeiramente tingidasde batom Nem todos os frutos vermelhosmerecem o céuda tua boca Mais do que uma vezatravessei a primaveracom os olhos fechados A borboleta que poisouno teu mamilo perdeuvontade de voar Vou ao céue venho--me Não possoamarmais claro Escrevocom os dedos ainda longosda carícia Ainda agora em ti entreie…
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vagarezas · 9 months
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Mãe
um dia hei de subir contigo
degrau
a degrau
o arco-íris
Jorge de Sousa Braga - Antologia Poética
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o-druida-ebrio · 3 months
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— Jorge Sousa Braga, no livro "Fogo sobre Fogo". (Ed. Fenda; 1.ª edição [1998]).
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livrosnaoedicoes · 1 year
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COLECÇÃO VÁRIA, #3 Florilégio
organização:  Maria Sequeira Mendes, Joana Meirim, Nuno Amado leituras/ensaios por:  Akihiko Shimizu, Alberto Manguel, Alda Rodrigues, Alex Wong, Amândio Reis, Ana Cláudia Santos, Ana Maria Pereirinha, Ana Matoso, Ana Sofia Couto, António J. Ramalho, Bernardo Palmeirim, Clara Rowland, Diogo Martins, Fernando Cabral Martins, Frederico Pedreira, Golgona Anghel, Gustavo Rubim, Helder Gomes Cancela, Helena Carneiro, Inês Rosa, Joana Matos Frias, Joana Meirim, João Dionísio, Jorge Almeida, Lawrence Rhu, Lúcia Evangelista, Madalena Quintela, Madalena Tamen, Margarida Vale de Gato, Maria Rita Furtado, Maria Sequeira Mendes, Miguel Tamen, Nuno Amado, Pedro Serra, Pedro Sobrado, Rita Faria, Rosa Maria Martelo, Sara Campino, Sara de Almeida Leite, Silvina Rodrigues Lopes, Tatiana Faia, Telmo Rodrigues, Teresa Bartolomei poemas de:  Abade de Jazente, Adélia Prado, Adília Lopes, Alberto Pimenta, Alice Oswald, Ana Hatherly, Anna Akhmátova, Anthony Hecht, António Franco Alexandre, António Gedeão, Arthur Rimbaud, Bernardim Ribeiro, Carlos de Oliveira, Charlotte Smith, Christopher Middleton, Elizabeth Bishop, Ellen Davies, Emily Dickinson, Fernando Assis Pacheco, Florbela Espanca, Frances Leviston, Francisco Alvim, G. E. Patterson, Golgona Anghel, Ian MacMillan, João Miguel Fernandes Jorge, John Betjeman, Jorge Sousa Braga, José Afonso, José Miguel Silva, Kenneth Goldsmith, Kudo Naoko, Leopoldo María Panero, Luís de Camões, Luiza Neto Jorge, Manuel Bandeira, Manuel Gusmão, Margarida Vale de Gato, María Elena Walsh, Maria Velho da Costa, Raymond Carver, Raul de Carvalho, Ricardo Tiago Moura, Rosa Maria Martelo, Tonia Tzirita Zacharatou, Wilfred Owen capa e ilustrações:  João Concha ISBN:  978-989-53985-1-5 n.º de páginas:  232 tiragem:  350 exemplares 1.ª edição:  Março, 2023 Recomendado no Plano Nacional de Leitura LER+ PVP  20,00 euros | ensaio |
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china-blue · 2 years
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Jorge de Sousa Braga, Plano para Salvar Veneza, 1981
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carmecourson · 5 months
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Me flipa
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(Jorge Sousa Braga)
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serdapoesia · 3 months
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Essa flauta toca quer alguém a escute ou não Quando falamos de amor é dessa música que falamos Penetra a espessura dos corpos atravessa as paredes É como se fosse uma teia com milhões de sóis Kabir
In: O nome daquele que não tem nome (2018), versões de Jorge Sousa Braga
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QUE TEMPOS SÃO ESTES
Há um lugar entre dois renques de árvores onde a erva cresce colina acima
e a velha estrada revolucionária se desfaz em sombras
perto de uma capela abandonada pelos perseguidos
que desapareciam naquelas sombras.
Eu andei por lá colhendo cogumelos à beira do pavor, mas não se enganem
isto não é um poema russo, isto não está noutro lugar, mas aqui,
o nosso país aproximando-se da sua própria verdade e pavor,
as suas próprias maneiras de fazer as pessoas desaparecerem.
Não te vou dizer onde fica este lugar, onde a malha escura da floresta
encontra a súbita faixa de luz —
encruzilhada de fantasmas, paraíso de folhagem:
Já sei quem quer comprá-lo, vendê-lo, fazê-lo desaparecer.
E se não te vou dizer onde fica, porque estou então a falar
contigo? Porque tu ainda ouves, porque em tempos como estes
para que tu ouças, é necessário
falar de árvores.
Adrienne Rich, Tr. Jorge Sousa Braga
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mycristinafeliciano · 9 months
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Agora escrevo pássaros.
Não os vejo chegar, não escolho,
de repente estão aí,
um bando de palavras
a pousar
uma
por
uma
nos arames da página,
entre chilreios e bicadas, chuva de asas,
e eu sem pão para dar, tão somente
deixo-os vir. Talvez
seja isto uma
árvore
ou, quem sabe,
o amor.
Júlio Cortázar
In: "Quince Poemas de Amor a Cris".
Tradução de Jorge Sousa Braga.
(Embaixada da Argentina em Ixelles, 26 de Agosto 1914 – Paris, 12 de Fevereiro 1984).
Foto: de Alberto Jonquiéres
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venenogarcia · 11 months
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cuando el mundo duerme yo permanezco despierto en un glorioso palacio de placer me siento un vigilante y veo a una chica abandonada con una guirlanda de lágrimas que pasa la noche contando las estrellas contando las horas que la separan de la felicidad si yo hubiera sabido que el amor y la desesperación andan siempre de la mano habría agarrado un tambor y estaría proclamando por la ciudad que el amor fue prohibido para siempre
Jorge Sousa Braga
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anisioluiz · 1 year
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Jorge de Sousa Braga
Publicado originalmente em POESIA Y OTRAS LETRAS: Créditos: https://www.blogletras.com Um certo gosto pela profanação de ascendência surrealista que confia à palavra poética a desconstrução do mito salazarista como arquivo cultural de todos os fantasmas que arriscaram falhar sua suposta incorruptibilidade moral, bem como a dos círculos viciosos do ensino católico, envolto nas suas…
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o-druida-ebrio · 12 days
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— Jorge Sousa Braga, no livro "O Poeta Nu". (Ed. Fenda; 1.ª edição [1991]).
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