MAG063 — Fim do Túnel
Caso #0143103: Depoimento de Erin Gallagher-Nelson, a respeito de uma viagem de exploração urbana sob a Igreja de São Paulo, em West Hackney.
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Aviso de conteúdo: nictofobia, claustrofobia
Tradução: Lia
ARQUIVISTA
Depoimento de Erin Gallagher-Nelson, a respeito de uma viagem de exploração urbana sob a Igreja de São Paulo, em West Hackney. Depoimento original prestado em 31 de março de 2014. Gravação de áudio por Jonathan Sims, arquivista chefe do Instituto Magnus, Londres.
Início do depoimento.
ARQUIVISTA (DEPOIMENTO)
Imagino que você saiba o que é uma exploração urbana. Aposto que você já viu muitos amadores idiotas por aqui que dizem terem esbarrado num fantasma em alguma fábrica velha, então vou te poupar de explicar como funciona. E se você não sabe o que é, bom, a Internet existe. Pesquisa lá.
Eu sou o mais próximo do que você pode chamar de profissional nesse negócio, que é basicamente invadir lugares por esporte. Eu trabalho como fotógrafa, e se eu fizer tudo direitinho, consigo ganhar mais dinheiro com uma estação de bombeamento abandonada do que fotografando uma Barbie humana mimada pra "Revista Odeie-se" ou qualquer coisa assim. Sempre fomos eu e Luke Nelson. Ele era irmão da minha esposa e fazia toda a iluminação dos nossos ensaios. Pelo menos até ele ser... comido pela escuridão na semana passada.
É por isso que eu tô aqui: porque eu não sonhei com aquilo. Aconteceu. Eu não ligo pro que a Steph diz — eu não preciso falar com um psiquiatra, eu preciso falar com vocês.
Nós estávamos embaixo da Igreja de São Paulo, em West Hackney. Um edifício horrível e quadrado que realmente faz você pensar sobre os padrões dos templos de Deus. Quer dizer, só tô dizendo que se fosse minha casa eu ficaria bem irritada. Ainda assim, acho que se ele não quisesse aquilo, deveria ter protegido seu antecessor das bombas nazistas, porque a Igreja de São Paulo costumava ser de São Tiago antes de ser bombardeada até só sobrarem os escombros.
Todo mundo sempre esquece o quanto de Londres existe embaixo de Londres. Quer dizer, aqui não é tão ruim quanto em alguns outros lugares, tipo Edimburgo, onde literalmente enterraram metade da cidade e construíram uma nova em cima — mas alguns lugares não são tão diferentes disso. Eu andava fazendo várias pesquisas sobre a São Paulo que costumava ser a São Tiago, porque aparentemente poderia ser exatamente um desses lugares.
Os projetos de esgoto e subsolo do bairro pareciam indicar que havia uma grande área subterrânea diretamente abaixo da São Paulo que parecia ser evitada por todas as obras públicas — mas os projetos da igreja moderna não mostravam nada abaixo do nível do solo.
Isso queria dizer que a antiga Igreja de São Tiago provavelmente tinha uma presença considerável no subsolo que não tinha sido completamente destruída pelas bombas, e que sua herdeira não ocupou aquele espaço.
Abóbadas vitorianas de meados do século XIX, intactas por 70 anos? Era exatamente o tipo de coisa que tá na moda agora em certas revistas de arte, e eu tinha certeza de que poderia vender algumas para o Getty e vários outros sites de banco de imagens. E ei, não era como se eu já não tivesse invadido uma igreja antes.
Felizmente, a São Paulo de West Hackney era uma igreja anglicana, o que significa que eles não a trancavam tão bem quanto alguns outros lugares. As igrejas católicas podem ser uma verdadeira dor de cabeça, pois elas realmente têm alguns objetos de valor dentro que precisam ser protegidos. Mas essa, assim como a maioria das igrejas cristãs, era simples e sem adornos por dentro. Então, embora tomassem muito cuidado com os escritórios, eles não eram tão cuidadosos em trancar o prédio principal da igreja, porque, sinceramente, não tinha nada pra roubar lá — a menos que você gostasse de hinários.
Eu e o Luke levamos menos de um minuto pra conseguir entrar. Foi na última terça-feira, dia 25. Acho que tecnicamente era quarta-feira, dia 26, já que já tinha passado da meia-noite quando começamos a agir. Assim que entramos, mantivemos nossas lanternas baixas, guardamos nosso equipamento e fomos procurar qualquer coisa que pudesse nos levar pra mais baixo.
A princípio parecia que estávamos enganados e não tinha como descer. Mas aí o Luke avistou o que parecia ser um painel removível no chão, logo à direita do que parecia ser um pódio. Era mais pesado do que parecia, mas depois de um pouco de esforço com o pé de cabra, ele saiu.
Parecia que não era removido há décadas — talvez desde que a igreja nova foi construída. Mas o que me surpreendeu foi o ar que saiu lá de dentro quando abrimos. Ele sibilou, como um suspiro que estava preso há muito tempo, e o ar que subiu daquele buraco era gelado e úmido. Não foi inesperado, mas o que me surpreendeu foi como o cheiro era fresco. Como uma noite de outono depois da chuva.
Não tinha nenhuma escada pra baixo, mas trouxemos bastante corda, então descemos. A escuridão parecia nos engolir. Eu podia jurar que às vezes eu conseguia sentir ela se pressionando fisicamente contra o meu corpo.
No final das contas, faltavam só alguns metros até o chão do túnel subterrâneo, e nossas lanternas mostraram exatamente o que eu já esperava: uma antiga alvenaria vitoriana.
A passagem que se estendia à nossa frente em ambas as direções era absolutamente perfeita, e eu não perdi tempo pra tirar algumas fotos enquanto o Luke preparava os equipamentos de iluminação. Lá embaixo, os flashes eram ofuscantes, mas eu tinha certeza de que estava tirando umas fotos ótimas. Mas quando dei uma olhadinha rápida nelas pela tela da minha câmera, eu comecei a ficar irritada. O Luke estava claramente parado na frente da luz quando comecei a tirar as fotos.
Em cada foto onde a parede oposta estava iluminada pelas luzes fortes era possível ver a forma nítida da sombra de uma pessoa.
Tive uma baita discussão com o Luke sobre isso. Ele insistiu que nunca cometeria um erro tão amador. Eu respondi que ele até podia discutir comigo, mas não com a câmera. No fim, ele saiu furioso pra explorar mais adiante.
Tirei mais uma foto antes de começar a ir atrás dele. A sombra ainda tava lá e parecia estar um pouco mais perto.
Eu não sei por que ignorei aquilo. A mente humana é incrivelmente hábil em ignorar coisas que não fazem sentido — coisas que ela não quer ver. Eu convenci a mim mesma de que aquilo era uma peculiaridade dos ângulos daquele lugar. Eu nem me permiti pensar que poderia ser um problema com a minha câmera extremamente cara, então eu definitivamente não considerei a possibilidade de aquilo ter uma explicação sobrenatural.
Segui o Luke mais adiante até que, depois de mais ou menos uns 20 minutos, chegamos às ruínas de algum tipo de câmara. O telhado tinha desabada, provavelmente por causa do bombardeio que destruiu a Igreja de São Tiago, e os escombros bloqueavam a maior parte dela. Parecia que já tinha sido uma sala redonda, e de cada lado da entrada eu podia ver portas bloqueadas com pedras caídas.
Não tínhamos como mover os detritos suficientemente pra acessá-las, mas era estranho: enquanto as luzes das lanternas passavam por elas, mesmo com a maioria delas completamente cobertas pela alvenaria desmoronada, elas ainda não pareciam tão escuras quanto o corredor de onde nós viemos.
Eu tirei algumas fotos. A composição do lugar era excelente e as portas bloqueadas tinham um tipo estranho de grandeza absoluta. Elas com certeza seriam lindas se tivessem conseguido sobreviver ao que parecia ter sido um ataque direto de uma bomba alemã. Verifiquei as fotos e não tinha nenhuma sombra, o que foi um alívio.
Nós voltamos para o outro lado. Quando chegamos às cordas penduradas no buraco acima de nós, o Luke começou a ficar preocupado. Bom, com preocupado eu quero dizer: ele queria sair dali. Ele queria que guardássemos as coisas, subíssemos de volta e fossemos embora, me dizendo que estava sentindo umas vibes estranhas naquele lugar e tentava me convencer de que já tínhamos visto o suficiente. Olhando para aquele quadrado convidativamente iluminado pelo brilho da lua nas janelas da igreja, fiquei meio tentada a concordar com ele.
O problema era que, devido aos contratempos com as primeiras fotos, eu tinha uma, talvez duas fotos com uma qualidade que eu poderia usar, e isso não era o suficiente. Eu disse a ele sem rodeios que não tinha o suficiente e se eu não fosse paga, ele não seria pago. Eu vi o conflito estampado em seu rosto: ele queria sair de lá, claro, mas aparentemente não tanto quanto queria pagar o aluguel.
Então... continuamos, mais pra dentro do túnel. Não sei o quão longe fomos. Eu parava a cada 10 metros ou mais pra me preparar e tentar tirar uma foto boa, mas as sombras estavam de volta e piores do que antes. Agora apareciam duas ou três sombras em algumas fotos. Não parecia ser tão claramente uma silhueta humana, então eu consegui dizer a mim mesma que devia ser uma peculiaridade de como o túnel refletia a luz — mas, pensando agora, isso não fazia o menor sentido.
Mesmo assim, eu continuava — na esperança de encontrar algum lugar onde conseguisse tirar algumas fotos daquele túnel austero e sombrio, com tijolos tão pretos que quase pareciam carvão. Nós avançávamos, montávamos os equipamentos, tirávamos as fotos, verificávamos e aí eu xingava minha câmera. Não sei quantas vezes fizemos isso. Luke ficava cada vez mais nervoso o caminho todo.
Parecia que não estávamos muito mais do que 10 minutos fazendo aquilo, mas quando olhei meu relógio, estávamos lá embaixo há quase duas horas. A gente tinha finalmente chegado no fim do caminho, e era só isso: um fim. Uma parede de tijolos vazia indicando a parada do túnel que parecia passar por baixo de uma boa parte de Hackney.
Nesse ponto, eu finalmente decidi deixar tudo de lado e voltar. Quando virei pro Luke pra dizer isso, minha lanterna apagou. Ela não fez alarde, só piscou por um segundo e depois apagou com um leve estalo. Olhei pro Luke prestes a pedir pra ele me passar as pilhas reservas... até ver seu rosto. Acho que nunca vi ninguém tão assustado quanto ele naquele momento. Aí a lanterna dele também apagou e não sobrou nada além da escuridão.
Eu podia ouvir ele tateando por alguma coisa que eu presumi ser as luzes da câmera, e um segundo depois ouvi o clique... clique... clique dele tentando ligá-las. Nada aconteceu. Ele continuou apertando os botões, de novo e de novo, e eu conseguia sentir o desespero dele, mas ainda estávamos presos na escuridão total.
Eventualmente, ele parou, e nós só ficamos lá. Eu queria dizer alguma coisa tranquilizadora, estender a mão e avisar que eu ainda tava lá, mas eu tava com medo de quebrar o silêncio. Eu ouvia só a respiração dele, pesada e assustada. Eu percebi a minha própria respiração: rápida e entregando o pânico que tentava fingir que não tava sentindo.
E aí eu ouvi: a terceira respiração. Era baixa no começo — longa e lenta e muito deliberada. Quanto mais eu ouvia, mais alta ela parecia ficar, como se quem quer que estivesse lá com a gente fizesse questão de que pudéssemos ouvi-la. E aí uma quarta respiração se juntou a ela, profunda e gutural. E uma quinta, uma sexta, e depois mais. Estávamos cercados por todos os lados pelos sons das respirações, ficando mais altas, mais próximas.
Luke soltou um pequeno gemido e, ao mesmo tempo, todas pararam. No lugar delas veio um barulho de raspagem, algo de metal que parecia estar sendo arrastado pelos tijolos bem atrás de nós, mas chegando mais perto, e rápido. Então, vieram passos pesados e fortes — passos vindo em nossa direção, rítmicos e sem pressa.
Quase pensei que poderiam ser as batidas do meu coração latejando nos meus ouvidos — mas o eco me garantiu que vinha do fundo do túnel. Aí o raspar começou de novo, agora vindo da outra direção, e eu caí no chão, apertando minha câmera contra o peito como uma espécie de talismã protetor.
Aí, o silêncio, mais uma vez.
O barulho que quebrou o silêncio dessa vez é o que ainda ressoa em meus ouvidos. Foi muito mais horrível do que os outros por conta do quão familiar era — embora eu nunca tivesse o ouvido daquele jeito antes. Era a voz do Luke, e ele gritava de agonia — um grito estridente e angustiante de dor e medo que varreu todos os meus pensamentos em um segundo e os substituiu por puro pânico. Eu queria correr, mas minhas pernas estavam paralisadas.
Em algum lugar da minha mente eu lembrei do flash da minha câmera e meus dedos instintivamente apertaram o botão.
Quando apertei o botão a gritaria parou com um estalo molhado, e no pior segundo da minha vida, uma explosão de luz atravessou a escuridão.
Eu vi o Luke pairando no ar. Não tinha ninguém ao redor dele, mas na parede, em contornos escuros e nítidos, vi duas sombras longas e finas paradas ao seu lado. Uma delas segurava, com braços esguios, a sombra dele pelos ombros, enquanto a outra segurava a sombra de sua cabeça decepada.
Na minha frente, a verdadeira cabeça pairava ali, suspensa como se estivesse pendurada por algum fio invisível, o sangue escorrendo pelo corpo abaixo dela. Os olhos dele me olhavam como se estivessem implorando para que o flash da minha câmera frágil o salvasse. Eu gritei.
A próxima coisa que eu me lembro foi da luz dolorosamente brilhante de uma dúzia de lanternas no meu rosto. Era o reitor da Igreja de São Paulo e um pequeno grupo do que presumi serem paroquianos. Ele não disse uma palavra enquanto gentilmente me levava de volta pra entrada. Olhei em volta para ver se o corpo do Luke tava lá, mas no fundo eu sabia que a escuridão tinha engolido ele. Ele se foi.
O reitor foi muito compreensivo, apesar de eu não estar falando nada com nada. Ele me tranquilizou com palavras suaves, me trouxe pro azul pálido do amanhecer e chamou uma ambulância pra me examinar. Eu não sei o nome dele, e foi só depois de chegar ao hospital que percebi que ele tinha levado minha câmera.
Desde então, estou sob observação do hospital. Ninguém ouve minha história e o Luke foi oficialmente dado como desaparecido. A Steph tem me apoiado muito, mas consigo ver a dor nos olhos dela. Ela sabe que eu fui a última pessoa a ver o irmão dela e isso tá consumindo ela. Eu realmente não sei o que fazer agora... além de deixar as luzes acesas.
ARQUIVISTA
Fim do depoimento.
Não deveria ser surpresa pra mim, nessa altura do campeonato, que a pedra fundamental da Igreja original de São Tiago, em West Hackney, foi colocada em 17 de novembro de 1821 por Sir Robert Smirke. Mesmo assim, eu esperava encontrar pelo menos uma esquisitice arquitetônica escondida sob as ruas de Londres que não carregasse a marca dele ou de seus alunos.
Esse encontro em particular não parece ter muito em comum com outras manifestações em prédios semelhantes. Nós vemos uma espécie de padrão dele e da laia dele: sepultamentos com teias de aranha, dificuldade de navegação e agora uma escuridão violenta e assassina. Meu primeiro pensamento foi a Igreja do Povo da Hóstia Divina, já que eles parecem ter uma afinidade com a escuridão, mas não consigo encontrar nenhuma conexão de qualquer tipo entre eles e a Igreja de West Hackney.
Não que algum dos funcionários de lá tenha sido muito útil. Cada um deles afirma não se lembrar de ter encontrado a senhorita Gallagher-Nelson, apesar dos registros de internação hospitalar mostrarem claramente que ela foi resgatada de lá na manhã de 26 de março de 2014. O Tim tem certeza de que pelo menos alguns deles estão mentindo, mas não tem muito que possamos fazer pra conseguir qualquer informação que eles não queiram nos dar voluntariamente.
Não conseguimos falar com a Srta. Gallagher-Nelson. Todas as tentativas de entrar em contato foram impedidas por sua esposa, Stephanie Gallagher-Nelson, que deixou bem claro que não somos bem-vindos e não devemos tentar mais nenhum contato.
Luke Nelson continua desaparecido.
Fim da gravação.
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ARQUIVISTA
Complemento.
Estou tentando acessar o laptop da Gertrude, mas até agora não tive sorte. Nenhuma das senhas óbvias que eu tentei deram certo e eu não sei quem consegue me ajudar e ser discreto. Pode ser que tenham mais pistas nas outras fitas, mas até agora não tive nenhuma notícia da Basira. Eu tô tão perto de encontrar alguma coisa, talvez eu devesse só ir até lá—
MELANIE
Com licença, você tem um minuto?
Arquivista: Srta. King, uh, como você entrou aqui...?
Melanie: A garota nova me deixou entrar. Você tá bem?
Arquivista: Hum? Como?
Melanie: Você tá horrível.
Arquivista: Tem sido meses difíceis. Olha, posso te ajudar? Porque se você só tá aqui atrás de outra discussão—
Melanie: Não! Eu, hum... eu realmente preciso da sua ajuda.
Arquivista: Hum. Interessante.
Melanie: Tá, será que você pode não ser um babaca sobre isso? Eu só preciso de acesso à sua biblioteca.
Arquivista: Então fale com a Diana, ela que administra o lugar.
Melanie: Sim, eu não tenho exatamente as credenciais acadêmicas que vocês exigem, então aparentemente eu preciso de alguém para atestar em meu nome e você é basicamente a coisa mais próxima que eu tenho de um amigo aqui.
Arquivista: Nós conversamos uma vez e acabamos gritando um com o outro.
Melanie: Sim. E isso é mais do que eu tenho com qualquer outra pessoa daqui. Além disso, a Georgie me falou algumas coisas boas sobre você. Isso foi uma surpresa. Você nem me disse que conhecia ela.
Arquivista: Eu... isso foi muito tempo atrás. Antes de ela começar a fazer o "What the Ghost". É uma surpresa pra mim também, pra ser sincero. Nós não terminamos exatamente nos melhores termos... Pra quê exatamente você precisa de nós, afinal? Seus amigos de espetáculo não podem te ajudar?
Melanie: Não, eu, hum... a maioria deles não fala mais comigo.
Arquivista: O que aconteceu? Correu a notícia de que você prestou um depoimento pra gente? Como era mesmo? “Idiotas ingênuos?”
Melanie: Não exatamente. Olha, no meu negócio, sua reputação é tudo o que você tem. A indústria é praticamente composta por céticos que fingem acreditar, que fingem ser céticos—
Arquivista: Acho que a palavra que você tá procurando é "charlatões".
Melanie: Dá pra você parar? Por favor? Eu tô tentando... olha, os Caça Fantasmas de UK se separaram. Quer dizer, não formalmente, mas bom, você sabe, o Pete sempre foi um idiota pra começar e os outros simplesmente se afastaram...
Arquivista: Sinto muito por isso. Eu percebi que vocês não estavam postando mais nada.
Melanie: Eu tentei arrumar uma equipe nova, mas foi difícil. Eu comecei a fazer expedições sozinha, mas eu realmente não tenho habilidade pra gravação. Eu vi umas coisas estranhas. Aí eu... aí eu fui presa.
Arquivista: Continue.
Melanie: Sim, eu... eu invadi o cemitério de trens perto de Rotherham. Fui pega pelos seguranças, e eu... eu não tava muito bem. Quando eu tava sendo expulsa, um cara passeando com o cachorro de noite gravou um vídeo meu gritando com eles sobre fantasmas. Quando aquilo foi parar na internet...
Arquivista: Sua super importante reputação profissional foi junto.
Melanie: Sim. Olha, eu tenho pistas que realmente preciso seguir, mas, no que diz respeito aos meus colegas, hoje em dia o fantasma sou eu.
Arquivista: Bom, se serve de consolo, eu sinto muito. Eu sei o que é não ter o respeito dos seus colegas. Vou falar com a Diana, vejo se consigo te deixar entrar na biblioteca.
Melanie: Obrigada. De verdade. Enfim, como eu saio desse lugar?
Arquivista: Ah. A Sasha pode te mostrar a saída.
Melanie: A Sasha?
Arquivista: Sim. Ela deve estar em algum lugar por aqui.
Melanie: Ah. Certo... Bom, me avisa sobre a biblioteca, ok?
Arquivista: Pode deixar.
...Que mulher esquisita.
Fim do complemento.
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Quando você enfim descobre que as coisas que você gosta tem nome - por menos gostadas que elas sejam!
Achei que eu NUNCA IRIA SABER DE NADA DISSO. N-U-N-C-A.
"É para isso que eu pago a Internet."
Uma empresa brasileira acabou dando a cara das cidades do Brasil com os seus produtos. Cidades mesmo, daquelas que tem cruzamentos, ruas e avenidas. A Peterco (que nem sei como se pronuncia, Píderco, Petérco?) fabricava semáforos e iluminação pública, além de outras coisas, como iluminação de pista de aeroporto e até luminárias domésticas, segundo o que se consegue pesquisar deles na Internet. Lamentavelmente, são poucos os que se importam com o que eles fizeram e o legado deles. Alô Deep Web, como é que é?...
Queria saber quem era o designer dessas coisas, porquê não tem NADA que a Peterco não tenha feito que eu torça o nariz e ache feio (por mais sujeira que as luminárias possam pegar, ficando a 20 metros do chão).
Nem mesmo uma imagem meio grotesca vista em um anúncio, que mostra luminárias de lâmpada fluorescente tubular.
"Ah, aquelas retangulares que ficavam embaixo dos viadutos?"
Não, compridas e na ponta de postes curvos! O que devia balançar, não está no gibi - e iluminava alguma coisa?...
A Peterco, aliás, anunciava em revistas - só não sei exatamente quais, só me vem a cabeça "Dirigente Municipal", editada por Henry Maksoud.
Vamos agora, especificamente, aos monstrengos que espantavam a escuridão das noites brasileiras:
Marginal Tietê, Av. Tiradentes (ex-Carnaval de SP), Parque do Ibirapuera, Parque da Independência, CERET, Cidade Universitária, Rua Major Natanael (acesso ao Pacaembu), Av. Prefeito Passos (ao lado da Igreja Deus é Amor, um dos últimos lugares a manter essas luminárias), Igreja O Brasil para Cristo (Barra Funda-SP), Praça Ibrahim Nobre (São Bernardo do Campo), Av. Brasil (Suzano), Quadra da Mangueira (Rio de Janeiro, até 2011) mais aparições em Santos; Curitiba, perto do Moinho Anaconda e Porto Alegre, no bairro Anchieta:
Peterco X-90 - Nos anos 80 tinha MUITO MAIS luminárias na cidade (estradas, parques, etc.) do que as que chegaram nos anos 2000. Muitas de 3 pétalas foram substituídas por de 4 já nos anos 80.
Infelizmente as da Marginal Tietê começaram a ser furtadas por um catador de materiais que dava um jeito de subir nos postes (!), e foi aí que elas começaram a ser substituídas T-T e foram as primeiras a nos deixar desta turma, sei lá em 2024 onde tem mais alguma que se preze.
Uma delas aparece, sem vidros, no vídeo do Manual do Mundo, do começo de 2024, onde eles montam uma torre de palitos de madeira na Cidade Universitária.
Esta luminária tem um pequeno problema: tem vários tipos e clones bastante parecidos uns com os outros - alguns fabricados pela própria Peterco - como duas versões diferentes que também se chamam X90 - e outros fabricados pelas empresas Metal Arte e Jabaquara (associada à Peterco).
Nas luminárias mais antigas da Peterco, do final dos anos 60, o centro tem forma de cruz de malta (quando em 4 pétalas), e nas que vieram depois o centro é um quadrado mesmo, e as partes ficam bem juntas. Metal Arte e Jabaquara tem diferenças mínimas para um leigo (tipo 6 cachorros idênticos que só o dono sabe quem é quem), e o a prefeitura usava todas essas marcas.
Acho que devia dar problema na hora de trocar os "vidros" (refrator seria o termo mais correto, mas eu sou nerd de Humanas), o pessoal tinha que ser nerd (desta vez de Exatas) pra acertar qual dos fabricantes/ modelos era.
E não importa se tem 3 ou 2 pétalas, o nome continua o mesmo.
Mas, na frente do Mercado Municipal de Pinheiros...
... durante muito tempo houve, não sei por quê, a única X-90 de uma só pétala da cidade.
Se eu com as perguntas que eu fazia pros meus pais (por quê alguns semáforos são redondos, e outros, quadrados?...) já deixava eles loucos, imagine se eu tivesse conhecido isto na minha infância.
Aliás, porquê não existem luminárias assim no exterior? Desconfio que é pela ausência de terremotos no Brasil. Imagina 100 quilos de alumínio caindo na sua cabeça, de 20 metros?.....
Próximo, vamos todos iluminar de coração:
Av. Paulista, Praça da Bandeira, Viaduto do Chá, Praça Roosevelt, Parque Dom Pedro II (até 2024), Av. Prestes Maia, Praça Charles Miller, Ginásio do Mineirinho em Belo Horizonte: Peterco X-250 (várias delas foram para aquele depósito que eu falei em outra postagem - e esta aqui foi parar no MASP !!)
E tem uma X-250 isolada na fábrica abandonada da própria Peterco.
Curiosamente, esta luminária é pintada de preto. Será que ela não esquentava muito, não?... E preto fosco, ainda por cima!
Não tem clones, então as que estavam funcionando até há pouco, em 2023, costumavam estar completas, com os vidros e tudo.
O grande lance da X-250 é que ela tem um cabo de aço dentro dela que faz as pétalas descerem até o nível do chão, facilitando a manutenção. Vi em uma raríssima foto no Estadão um operário de pé, na calçada da Paulista... trocando as lâmpadas. Daí ter um cilindro na parte de cima, que seria onde a luminária se encaixa - e juro que eu já vi postes vazios na Paulista, só com o cilindro (foram os primeiros a colocarem os maledettos "Hzinhos" no lugar).
A desgraça é que eu não consigo comprovar isso em nenhum lugar na Internet, e pra piorar, quando a prefeitura removeu as X-250 da Paulista, eles arrancaram com guindaste, pela parte de cima!
Segundo matéria dessa ocasião, feita pela prefeitura de São Paulo, o conjunto pesa cerca de 100 quilos. E isso porquê, ao contrário da X-90, de alumínio fundido, a X-250 e a do tópico seguionte são de chapas de alumínio parafusadas, formando caixas. Deu MUITO certo, até hoje não vi ao vivo ou pelo Street View nenhuma luminária com paredes faltando.
Ao que tudo indica, neste modelo não há versões de 3 ou 2 pétalas. Ou eu que saio de casa muito pouco, vai se saber.
Me lembro de ver, em um local isolado no interior de São Paulo, que o meu pai só foi uma única vez - provavelmente em uma subestação de energia - dois postes da X-90 só que pintados de preto e com um cilindro em cima igual ao da X-250, é claro que eu fiquei maluco.
A próxima foi projetada por um fã de Minecraft? Mais de 30 anos antes, não tem como...
Via Anchieta (São Bernardo do Campo), Av. Brasil (Rio de Janeiro), diversas estações de trem do Rio de Janeiro até alguns anos atrás (ao que tudo indica estão removendo), e estacionamentos dos supermercados Záffari (Porto Alegre, até hoje): Peterco X-100.
Outra com detalhes em preto fosco, totalmente quadrilátera (diferente da X-90, que irônicamente não tem um único ângulo de 90 graus no design) e com refratores embaixo e dos lados, com um Fresnel horizontal - ou esse plástico estranho da imagem acima.
Essa eu nem imaginava que era deles!
(EDIT: Depois de muito pensar, acho que esse plástico com duas barras horizontais dentro - que eu só vejo no Rio de Janeiro - deve ser um acessório opcional para a luz só ser refletida pra baixo, em vez de pra baixo e pros lados como na Anchieta ou na foto abaixo, que tem um Fresnel igual ao de baixo também na lateral, onde cada pétala é praticamente um refletor open face.)
Um dos raros vídeos sobre o assunto no YouTube diz que a X-100 foi pouco usada. Acho que seu maior uso foi mesmo nas estações de trem da SuperVia (antes desse nome surgir), com mais de 100 unidades ao todo, que lamentavelmente, com a Peterco não existindo mais, estão sendo retiradas. Várias capturas desta página são da década passada.
Ah, menção honrosa:
Essa eu conheci pessoalmente, eu frequentava esse supermercado Záffari em Porto Alegre. Em cada pétala da X-100 vai apenas uma lâmpada na horizontal, o que significa que essa luminária é menor do que as outras, não parece tanto por ser mais alta.
O Rio de Janeiro conheceu essa luminária azulada, com lâmpadas de mercúrio (ou vapor metálico?) já São Paulo e Porto Alegre, amarela, com lâmpadas de sódio. (Até hoje não acredito que no cursinho de vestibular, eu era o único da sala que sabia a diferença entre as duas na aula de química!!!)
Ah: Nas minhas andanças de Google Street View pelas estações de trem do Rio, temos uma... menção desonrosa?
Um gravador em cima do poste, ou uma caixa de sapato? :P É que esse poste está em um canto da rua, onde seria totalmente inútil iluminar para os lados e para trás (pra um lado é em cima de uma casa, e pros outros é só o leito da ferrovia).
É claro que 1 pétala não era opção do original, e sim, removeram as outras três (nem tem acabamento nas laterais ausentes - e aqui se vê que é enorme a parte central da luminária, diferente do que acontece com todos os outros modelos, com uma parte central bastante pequena.
Acho que em 2 pétalas a X-100 também ficaria muito estranha.
Rodovia Régis Bittencourt, Av. Celso Garcia, Elevado Costa e Silva, Rua 13 de maio: Peterco X-89 - BEM QUE EU DESCONFIAVA que ela era "parente" da X-90, até os números são consecutivos!!! Esta sim, vai de 1 a 4 pétalas, e eu juro que eu já vi ainda mais (8, se eu não me engano, na Redenção, em Porto Alegre).
Milhares de ruas Brasil afora (como esta em Santa Maria-RS) : Peterco X-19.
(Mais prints em breve - )
Outras zilhares de ruas: Peterco X-58 (parece um bico de pena, sei lá, é uma das mais antigas)
Rua São Domingos, que tem luminárias penduradas em cabos de aço: Peterco X-11 (esta também ficava embaixo dos viadutos do Complexo Viário Evaristo Comolatti)
Agradecimentos à essa página aqui !! E uma página no Facebook que enfim vai me fazer ressuscitar a monha conta por lá.
Eu já fiz a Peterco X-90 em computação gráfica (sonho em colocá-la no Garry's Mod), e a X-90 até já me apareceu em sonhos, com uma versão de 5 pétalas, e também sonhei com uma dessas caindo...
(E eu acho que qualquer um de vocês faria a X-100, rsrs.)
Embora estes sejam produtos nacionais e jabuticabas, alguma coisa disso foi pro exterior: a Peterco chegou a fabricar semáforos convencionais e de pedestres escrito "Walk/ Don't Walk" para Nova Iorque. E a comunidade do Facebook disse que as X-250 já foram vistas no Uruguai, só não sabemos aonde.
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O Governo está querendo nós Censurar, com a PL da Censura, com a desculpa que é por causa dos Ataques de 8 de Janeiro e também daquele ataque que houve em uma Escola, mas que engraçado, já houve outros ataques e não criaram nada na época, porque será? 🤔
A já sei, porque na Época à População não era tão conectada como é hoje em dia, a 10 anos atrás à População não ficava tanto na Internet, como ficam hoje em dia, não tinha tantos Influenciadores Digitais como tem hoje em dia, o YouTube, Twitter, Instagram, TikTok, Kwai, Koo, Facebook, WhatsApp, Etc, Etc, não tinham a força que tem hoje em dia, de poder mudar a opinião de alguém sobre um Candidato de uma Eleição.
Há 10 anos atrás, 70% das Pessoas se Informavam através da Televisão, Rádio ou Jornais Impressos, que eram Manipulados pelo governo, dizem que a Censura caiu quando caiu a Ditadura Militar aqui no país no Final dos Anos 80, mas é mentira, eles continuam Censurando o que vai para a Televisão, Rádio ou Jornais Impressos, os Únicos Lugares aonde não há uma Censura é nas Redes Sociais através dos Influenciadores, que por enquanto conseguem Exercer os seus Direitos Constitucionais a Liberdade de Expressão.
Sabe quais Países tem Leis Parecidas?
Coréia do Norte, Venezuela, Cuba, China, Rússia, Etc, Etc.
Sabe aquela Repreensão Policial, aquele Abuso de Autoridade, Violência Policial, que a gente Filma e Joga nas Redes Sociais, esquece você não poderá mais fazer isso, que se você fizer o Censor irá Censurar a sua Denúncia.
Sabe aquele Nude que você gosta de Trocar com o Crush? Esquece também pois o Governo terá acesso aos seus Vídeos e Fotos trocadas com o Crush, consultas Psicológicas e Psiquiátricas não serão mais Sigilosas, só entre o Profissional e o Paciente, Sigilo entre Médicos e Pacientes este é outro que irá cair por terra, o Governo saberá de tudo, não haverá mais Privacidade na Internet.
E se você tentar ir em alguma Rede Social, para Reclamar esqueça também, pois além de o seu Post provavelmente não ser Publicado, você será Banido da Rede Social, isso se você não for Multado ou Preso, e se isso acontecer, quem irá poder chegar na Internet e falar que uma Prisão foi Ilegal? NINGUÉM, POIS SERÁ CENSURADO.
Você não poderá mais Cobrar, aquele Vereador, Governador, Prefeito, Etc. Sobre uma Obra, sobre um Buraco na Via, Falta de Iluminação Pública, Má Gestão Hospitalar, entre outras coisas, pois você será CENSURADO.
Então vamos Fazer Barulho nas Redes Sociais, contra a PL da Censura, pois nós temos o poder nas Mãos, e é disso que eles tem medo, deste Poder que nós temos, se for o caso vamos fazer Manifestações nas Ruas, e mostrar que nós não iremos Aceitar perder os Nossos Direitos Constitucionais, a Liberdade de Expressão, o Direito de Ir e Vir.
Hoje eles estão querendo Censurar as Redes Sociais, amanhã eles irão querer Censurar a Nossa voz.
Aquele Choppinho de final de semana no Bar e aquela conversa com os Amigos, esquece pois se você falar algo que o Governo não goste você poderá ser Preso, que nem na Época da Ditadura Militar.
Pensem bem antes de serem a Favor da PL da Censura.
Compartilhem para o maior número de Pessoas Possível, pois só assim mostraremos a Nossa Força e Mostraremos que nós não Seremos Calados.
Vou deixar um Link para vocês acompanharem, as notícias da Votação da PL da Censura.
O povo não deve temer o Estado, o Estado é que deve temer o seu Povo.
CENSURA NUNCA MAIS
CENSURA NÃO
DITADURA NUNCA MAIS
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