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Geoficção

Alguém já falou para você sobre o Outro Lado? É do outro lado que encontramos tudo e todos que deixaram de existir no nosso universo. O Outro Lado é como um espelho do Nosso Lado. Mesmos países, mesmos oceanos, mesmos locais históricos, a diferença é que tudo o que já foi destruído Aqui aparece Lá, intacto. Por exemplo, já ouviu falar nos Jardins Suspensos da Babilônia? No Outro Lado eles ainda existem na mesma localização, assim como todas as outras maravilhas do Mundo Antigo.  E a Biblioteca de Alexandria, que queimou durante o Império Romano? Ela só se perdeu para nós, do Outro Lado ela está de pé e com todo aquele conhecimento ainda guardado. A mesma regra se aplica a pessoas que nos deixaram Aqui. Eles estão Lá, felizes e sentindo falta de nós tanto quanto sentimos deles por aqui.

E a parte mais trágica é que assim como todo espelho, é impossível ver o que está do outro lado, e mais impossível ainda atravessar e visitar o Outro Lado, mesmo que a curiosidade por saber mais do que já não existe seja tanta que te apareça até nos sonhos, mesmo que a saudade de algumas pessoas coloque um peso gigante no seu peito, somos forçados a conviver com esses sentimentos. É um pouco triste pensar que estamos tão próximos e mesmo assim tão longe desse mundo, mas não é como se a realidade se importasse muito com o que pensamos ou sentimos, ela apenas faz o que julga ser lógico e correto, sentimentos não são nem nunca foram parte dessas tomadas de decisão.

Existem teorias de que as portas entre o Nosso Lado e o Outro Lado não são permanentes nem impermeáveis. Dizem que as portas existem em nossos espelhos comuns e em nossas janelas, que todas as vezes que achamos que algo passou atrás de nossos reflexos, é porque algo realmente passou por ali, só não no mesmo plano em que nos encontramos, estamos vendo de relance algo ou alguém passando pela mesma localização do Outro Lado. Essas janelas e espelhos são o meio que eles têm de continuar observando e cuidando de seus entes queridos mesmo estando longe - mesmo que muitas vezes ninguém nem note do Nosso Lado.

O Outro Lado é um lugar estranho e pouco conhecido, mas quando ouvir alguém falando sobre ele, escute. Escute porque não existe nada mais fantástico que ouvir sobre uma versão que não conhecemos do nosso próprio mundo.

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#16 Artists That Brazilians Would Love To See At Rock In Rio

Publicado em: https://www.hercampus.com/school/casper-libero/16-artists-brazilians-would-love-see-rock-rio

One of the best days of this year was the day we received the confirmation that Rock in Rio would happen in September of 2021. And along with that confirmation, come the expectations and speculations about who is going to be in the line-up of the most important music festival in Latin America. We don’t have that many confirmed attractions just yet, but that just means we get to dream a little and talk about artists we’d love to see on those stages. Here’s a few of the artists fans are dying to see in Rio next year.

1. Lady Gaga

Ever since the cancellation of Lady Gaga’s show in Rock in Rio 2017 due to health issues, her Little Monsters were left devastated (get it?) because it would’ve been her first time on a Brazilian stage since the Born This Way Ball Tour in 2012. Now, three years after that tragic moment, fans are still all over the Rock in Rio socials asking them to bring their Mother Monster to the festival, and I’m sure we can give you a million reasons why she should come.

2. Queen + Adam Lambert

The absolute living legends of Rock n’ Roll, the ones who helped make the first edition of the festival such a huge success all the way back in 1985 and who are still gathering fans to this day: Queen. This British band made history in its first trip to Brazil during the 80s and had a great - and very emotional - show back in Rock in Rio 2015 as well, and people can’t get enough of them, as has been the case for about six decades now. Their performances are always so powerful they can make the audience feel like we’re “the champions of the world” just for being there every single time. I don’t think we’ll be able to stop the tears as soon as the first notes to “Love Of My Life” start playing, but we all want to see it again on that stage. Definitely a favorite of many, the Aussie quartet was trending on Twitter a few weeks ago in Brazil with “5SOS no RiR” (5SOS on RiR), that’s how much we want them to be in the line-up. Their first time on Rock in Rio was back in 2017 and fans have been dying to see them again ever since. The energy during the whole performance is unmatched even by other 5SOS shows and if you watch any video of them playing at the festival you can hear how much the crowd loves them. And let’s be real, who doesn’t want to see another one of their guitar battles live on stage, maybe this time with a song off of their latest album? This band was made to perform live and we are all waiting anxiously for it, although I will say it’d be a lot easier to wait if Rock in Rio would just confirm their presence.

3. 5 Seconds Of Summer

Definitely a favorite of many, the Aussie quartet was trending on Twitter a few weeks ago in Brazil with “5SOS no RiR” (5SOS on RiR), that’s how much we want them to be in the line-up. Their first time on Rock in Rio was back in 2017 and fans have been dying to see them again ever since. The energy during the whole performance is unmatched even by other 5SOS shows and if you watch any video of them playing at the festival you can hear how much the crowd loves them. And let’s be real, who doesn’t want to see another one of their guitar battles live on stage, maybe this time with a song off of their latest album? This band was made to perform live and we are all waiting anxiously for it, although I will say it’d be a lot easier to wait if Rock in Rio would just confirm their presence.

4. Harry Styles

It’s no secret that we all adore Mr. Harry Styles and he’s made it clear he loves Brazil as well (remember that tattoo on his thigh?). Then, saying Brazilians would love to see him on the Rock in Rio stages is an understatement. Can you imagine what a version of Kiwi or Watermelon Sugar live at Rock in Rio would look and sound like? I’m sure we would all go crazy if it happened, I mean, who doesn’t want to see Harry’s face when one of the largest crowds in the world sings his lyrics back to him? Can this happen, please?

5. Little Mix

Mixers everywhere are crazy over their new album, Confetti, there’s no doubt about that. And a new album usually means new live performances from the group, which is making Brazilian fans more and more hopeful about seeing their faves at Rock in Rio, especially after they had to cancel their stop in the festival back in 2019. For now, let us hope we’ll hear them sing some sweet melodies in Rio in a few months.

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"Vender livro nesse país é uma resistência", diz Odete Machado, idealizadora da Via Libris

Videoreportagem para a Faculdade Cásper Líbero. O professor Marcio Rodrigo deu um prazo de 24h para produzir uma matéria em qualquer lugar da Avenida Paulista e escolhemos a Passagem Literária da Consolação. Nossa ideia foi desvendar esse espaço fixo de cultura em pleno cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, que hospeda a associação Via Libris, mas é mais conhecida como “A Passagem”.  O lugar é mantido por Odete Machado, nossa entrevistada. Produzi a reportagem em grupo, fizemos a entrevista e eu editei o vídeo. Entrevistamos Odete Machado, a idealizadora da Via Libris.

https://youtu.be/FKWTuO9VeiY

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Eliza

Eliza está sentada à minha frente na mesa de sua sala com uma xícara de chá na mão direita. Olhando agora, ela não lembra nada a mulher fechada e aparentemente sem emoções que conheci há 5 anos, ela está sorrindo, relaxada e sem os círculos escuros embaixo dos olhos azuis — resultado de longas noites em claro. Diferente de quando a vi pela primeira vez — de blusa social e uma calça de alfaiataria –, dessa vez ela está de legging, uma camiseta velha do Queen e chinelo.Quando a vi pela primeira vez, admito que tive um certo medo de me aproximar, isto é, até descobrir que por trás da “megera” existia na verdade uma verdadeira heroína do mundo moderno. É irônico pensar que já tive medo daquela que hoje só consigo ver como uma das pessoas mais doces e amorosas que já conheci. 

Ao longo dos anos ficou mais fácil entender essa máscara de Rainha do Gelo que ela preferia usar na frente de pessoas que não conhecia. Anos ouvindo desaforos de colegas de escola por ser “muito sensível” e se emocionar fácil a fizeram optar por não demonstrar o que pensava e sentia a menos que confiasse muito em quem estava a sua frente. Isso sem mencionar todas as vezes em que seus irmãos ouviram do pai que deveriam parar de chorar porque “estão parecendo meninas”, então quer dizer que ser menina e demonstrar emoção eram coisas ruins? Em um ambiente dominado por homens que claramente precisam urgentemente de um psicólogo, sim. E isso se tornou mais um incentivo para que Eliza se fechasse para o mundo, por mais que ela não tivesse notado até anos mais tarde quando finalmente se afastou dessa realidade de mentes fechadas do bairro onde cresceu.

Falando assim até parece que foi simples, sair do buraco negro do machismo e pronto, ela voltaria a ser aquela menina sorridente e sem medo de demonstrar sentimentos, mas não. Afinal, quase 20 anos de convivência com esses ideais equivocados não são apagados em uma semana. Mas já se passou muito mais que uma semana, e todo dia Eliza mostra um novo lado de si. Seja aquela que canta One Direction comigo no carro aos fins de semana, seja aquela que superou o medo de enfrentar o chefe de igual para igual quando sabe que está certa, seja a que ainda não fez as pazes com a família após diversas discussões ideológicas e/ou pessoais ou mesmo a que sonha em um dia ter a própria família e ser a melhor mãe do mundo e ensinar aos filhos que tudo bem ser exatamente como eles são. É tão bom ver que ela está aos poucos fazendo as pazes com seu lado mais sensível e não mais sentindo que deve escondê-lo do mundo. E uma coisa é certa — todas essas faces contribuem para torná-la essa mulher incrível e complexa que há 5 anos tenho orgulho de chamar de amiga, e agora, de personagem desse texto.

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Relembrando a infância

Quando ouço essa palavra, não importa onde, não importa o contexto, a mesma imagem vem à minha cabeça — vó Edi e vô Dito. Meus avós maternos que estiveram presentes em todos os momentos. Passei infância e adolescência na casa deles — fosse jogando bola com meu avô no quintal lá pelos cinco anos, jogando conversa fora com minha avó na cozinha aos 15, não há como pensar em memória boa da minha vida até os 18 anos sem pensar neles.

Talvez minhas melhores memórias sejam das incontáveis noites que dormi na casa deles, no bairro do Imirim, em São Paulo, e ficávamos até tarde da noite vendo televisão, só nós três, a televisão e o barulho ocasional de pessoas e carros passando na rua.

Até hoje posso ouvir meu avô me falando “já tá tarde, você precisa dormir” e minha avó mandando ele parar de ser chato. Mais de dez anos se passaram e ainda lembro a ordem exata em que ficávamos nos sofás — minha avó em um canto do sofá da parede com o crochê na mão e eu deitada no colo dela, meu avô no sofá de frente para a TV, fazendo massagem nos pés da minha vó.

A TV estava ligada sempre em canais como Disney Channel e Nickelodeon nos primeiros anos, mas com o tempo passou a ser Sony, Warner, qualquer coisa que nos desse motivos para ficar conversando (e muitas vezes julgando as ações dos personagens) até o sono não deixar mais.