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Casos de síndrome respiratória continuam crescendo em todo o país!
O novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (14) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sinaliza crescimento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na maior parte do país, em todas as faixas etárias analisadas. Segundo a Fiocruz, o atual quadro é decorrente dos diversos tipos de vírus que estão circulando no território nacional, entre os quais o Sars-CoV-2 (covid-19), influenza (gripe), vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus. 
Referente à Semana Epidemiológica (SE) 10 (de 3 a 9 de março), o estudo tem como base dados inseridos até 11 de março.
O boletim destaca que os casos de SRAG por covid-19 aumentaram nos estados do Centro-Sul. Em Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, a análise aponta desaceleração do crescimento de SRAG em idosos nas últimas semanas. Os casos de SRAG por influenza A (gripe) aumentaram em estados do Nordeste, Sudeste e Sul. Nessas duas últimas regiões (Sudeste e Sul), os casos ocorrem em combinação com o aumento por covid-19. Já em relação às ocorrências associadas ao VSR, verifica-se crescimento em estados de todas as regiões brasileiras.
Como foi ressaltado no boletim da semana passada, a SRAG segue impactando crianças de até dois anos de idade, tendo VSR como principal agente desse crescimento de casos. O vírus influenza vem aumentando a ocorrência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. A incidência de SRAG por covid-19 mantém maior impacto nas crianças pequenas e na população a partir de 65 anos de idade. Já a mortalidade da SRAG tem se mantido de forma significativa mais elevada nos idosos, com predomínio de covid-19.
O coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz), comentou que o aumento recente no grupo de 5 a 14 anos constatado na análise pode estar relacionado ao rinovírus, à influenza e ao Sars-CoV-2 (covid-19). Entre os casos positivos deste ano, 10,1% são influenza A; 0,3% são influenza B; 12,7% são VSR; e 65,4% são Sars-CoV-2 (covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 14,2% para influenza A, 0,3% para influenza B; 14,5% para VSR; e 61,1% para Sars-CoV-2 (covid-19).
Estados e capitais
O boletim divulgado hoje mostra que 24 estados apresentam indícios de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimos seis meses). São eles Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
Entre as capitais, 20 apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).
Em nível nacional, o cenário atual sugere sinal de expansão nas tendências tanto de longo prazo (últimas 6 semanas) como de curto prazo (últimas 3 semanas). No ano epidemiológico 2024, já foram notificados 16.550 casos de SRAG, sendo 6.639 (40,1%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 6.778 (41,0%) negativos, e pelo menos 2.183 (13,2%) aguardam resultado laboratorial.
Óbitos
Com relação aos casos de SRAG, já foram registrados este ano 1.218 óbitos, sendo 725 (59,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 400 (32,8%) negativos, e ao menos 54 (4,4%) estão aguardando resultado laboratorial.
Entre os positivos do ano corrente, 5,2% são influenza A; 0,3% são influenza B; 1,2% são VSR; e 90,9% são Sars-CoV-2 (covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, houve prevalência, entre os casos positivos, de 7,6% para influenza A; 0% para influenza B; 1,3% para VSR; e 89% para Sars-CoV-2 (covid-19), aponta o boletim.
Fonte: Agência Brasil.
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editoriadors-blog · 2 months
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Pesquisa identifica substituto de gorduras saturadas para a fabricação de pastas de chocolate mais saudáveis
Estudo formula pasta de chocolate com redução de gordura saturada
Tecnologia que fornece mais estrutura para óleos líquidos reduz o teor de gordura saturada em pastas de chocolate
Organogéis, materiais que ajudam a estabilizar líquidos, permitem o desenvolvimento de pastas de chocolate mais saudáveis
As pastas de chocolate formuladas com a substância exibiram estabilidade e consistência excelentes
Tecnologia dos organogéis pode ser usada na produção de alimentos para substituir gorduras saturadas
Um artigo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) indica o uso de organogéis, uma tecnologia que fornece mais estrutura para óleos líquidos, como uma alternativa inovadora para reduzir o teor de gorduras saturadas em pastas de chocolate. O estudo, publicado na revista científica “Brazilian Journal of Food Technology” nesta sexta (8), responde ao desafio da indústria alimentícia de formular alimentos mais saudáveis sem perdas na qualidade e consistência dos produtos.
A pesquisa formulou pastas (spreads) de chocolate, que têm como exemplo os cremes de avelã, substituindo o óleo de palma, cuja concentração de gorduras saturadas é maior que 70%, pelo óleo de girassol alto oleico. Esta opção apresenta mais de 90% de ácidos graxos insaturados.
Segundo o estudo, a troca é motivada pela recomendação de órgãos de saúde mundiais de diminuir o consumo de alimentos ricos em gordura saturada pela sua relação direta com excesso de peso e doenças cardiovasculares. Por sua vez, o consumo moderado de alimentos fontes de ácidos graxos insaturados está relacionado com a diminuição dos níveis de colesterol e, consequentemente, com menor risco para doenças cardiovasculares.
“Retirar totalmente ou reduzir a quantidade de ácidos graxos saturados na produção dos alimentos é uma tendência mundial que leva as indústrias a se adequarem para o desenvolvimento de alimentos mais saudáveis para o consumidor”, afirma Kamila Ferreira Chaves, doutora em Tecnologia de Alimentos pela Unicamp e autora do artigo. “Mas isso é um desafio porque a gordura saturada é usada para dar estrutura e consistência ao alimento”, diz. Portanto, segundo o trabalho, o uso de organogéis, que promovem concentrações de óleo líquido dentro de estruturas químicas chamadas redes tridimensionais, pode ser uma alternativa para as formulações.
Os spreads de chocolate são produtos à base de gordura cujas propriedades físicas dependem de sua estrutura cristalina. Consequentemente, os óleos e gorduras utilizados na sua formulação têm um efeito significativo na qualidade do produto. Para possibilitar a substituição de um óleo mais estruturado, de palma, por um líquido, de girassol, sem que a consistência e a qualidade do produto fossem alteradas, a equipe de pesquisa adicionou baixas concentrações de estruturantes ao óleo de girassol a fim de formar os organogéis. O Centro de Tecnologia de Cereal e Chocolate do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), órgão do estado de São Paulo, colaborou na aplicação do organogel desenvolvido na formulação dos spreads.
“Foi possível notar uma concentração relativamente menor de gorduras saturadas na formulação que fizemos. Conseguimos substituir totalmente o óleo de palma pelo de girassol alto oleico sem que houvesse separação do óleo líquido na superfície, um produto com aspectos de consistência excelentes”, celebra Chaves.
Para a pesquisadora, além de gerar pastas de chocolate mais saudáveis para o consumidor, a tecnologia também pode ser aplicada na produção de outros alimentos. “Acredito que a tecnologia pode servir para a produção de alimentos à base de gorduras mais saudáveis, como pães, carnes e outros alimentos que tenham gorduras saturadas na composição sem comprometer a sua qualidade”, conclui.
Ficha técnica
Área do conhecimento: Engenharias
Categoria: Alimentos
Tipo de estudo: Artigo
Periódico: Brazilian Journal of Food Technology
Instituição: Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) / Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Fonte: Agência Bori
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Daniel " Jorinter " Lima
#chocolate
#pesquisa
# vida saudável
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editoriadors-blog · 2 months
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PL do licenciamento ambiental pode incluir mineração
O projeto que flexibiliza as regras do licenciamento ambiental pode também se debruçar sobre as regras acerca de autorizações para mineração.
Atualmente no Senado , a proposta busca alterar as regras para o processo de licenciamento ambiental em nível federal, mas também estadual e municipal.
Por exemplo, ele regulamenta para todo o país a LAC (Licença por Adesão e Compromisso), um termo autodeclaratório de que o empreendimento está de acordo com as regras exigidas, e estipula prazos máximos para esses processos.
Críticos afirmam que a LAC vai servir como um "autolicenciamento" e que o limite de tempo vai inviabilizar a análise de casos mais complexos. Defensores, por outro lado, dizem que a proposta vai desburocratizar os procedimentos e dará segurança jurídica para os empreendimentos.
Atualmente o projeto tramita em duas comissões concomitantemente, a de Agricultura e a de Meio Ambiente , sob relatoria de Tereza Cristina (PP-MS) e Confúcio Moura (MDB-RO), respectivamente.
A expectativa é que o tema seja pautado nas comissões nas próximas semanas, e a intenção é que seja construído um texto em comum, mas até agora os dois vêm divergindo sobre uma série de pontos.
O último relatório apresentado por Confúcio, por exemplo, agradou ambientalistas ao reduzir a flexibilização aos processos de licenciamento. Cristina, no entanto, quer um relatório com menos alterações possível.
Parlamentares e integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também veem a aprovação da proposta como importante para dar celeridade às obras do Novo PAC .
A tendência é que o texto se aproxime mais do que defende a ex-ministra da Agricultura do governo de Jair Bolsonaro (PL), que pretende que a proposta seja bastante semelhante à aprovada na Câmara dos Deputados em 2021 —alvo de críticas de ambientalistas.
Como o texto deve sofrer alterações, mesmo que pequenas, o projeto precisará passar novamente apreciação dos deputados caso seja aprovado no Senado.
Nos últimos debates, ganhou força a possibilidade de o texto passar a tratar também sobre mineração, ou pelo menos aplicar as regras gerais do licenciamento ao setor.
A inclusão, ou não, da mineração dentro das regras gerais do licenciamento ambiental é motivo de discussão desde que o projeto foi aprovado na Câmara.
Inicialmente, o texto não tinha termos relacionados a qualquer atividade. Ou seja, as regras seriam aplicadas a todos os setores.
Quando a proposta chegou ao plenário, no entanto, foi feito um acordo para incluir um dispositivo retirando "empreendimentos minerários de grande porte e/ou de alto risco". Esses deveriam seguir regras específicas, em razão de sua complexidade e especificidade.
O acordo, à época, foi que a atividade teria suas regras para autorização e estudos ambientais tratados em um projeto de lei específico.
Ainda não está certo como serão feitas as alterações no projeto do licenciamento ambiental que foi aprovado na Câmara, mas parlamentares já dão como certo que pelo menos o dispositivo excludente será retirado. Um grupo defende, sob reserva, que a proposta se debruce mais detalhadamente sobre o setor.
Procurados, nenhum dos dois relatores se manifestou até a publicação desta reportagem.
O Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) afirma que o dispositivo colocado pela Câmara fere a isonomia legislativa e cria insegurança jurídica.
"Essencial o retorno do setor ao texto considerando todo o seu potencial basilar para a promoção de políticas públicas voltadas à proteção do meio ambiente —incluindo a flora, a fauna, o clima e a cultura regional, à sustentabilidade social das comunidades próximas aos territórios minerados e ao desenvolvimento econômico das cadeias produtivas", afirma a entidade, em nota.
Mas a possibilidade segue contestada por ambientalistas.
Suely Araújo, ex-presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis), chama o projeto do licenciamento ambiental de a "mãe de todas as boiadas", por flexibilizar as regras que deveriam garantir a proteção ambiental.
"As regras mais flexíveis presentes na proposta da lei geral [do licenciamento] não são condizentes com os riscos associados aos empreendimentos minerários", afirma.
O licenciamento minerário hoje é atribuição federal apenas em casos específicos, por exemplo, quando é próximo à fronteiras estaduais ou nacionais, entre outros casos. Na maioria das vezes, são os estados que devem analisar a viabilidade desses empreendimentos.
Assim, há uma série de normas diferentes pelo Brasil para o funcionamento de minas.
Maurício Guetta, consultor jurídico do ISA (Instituto Socioambiental), entende que a inclusão da mineração pode causar novas tragédias como as de Mariana e Brumadinho , ambas em Minas Gerais.
"O projeto é a maior tragédia legislativa em curso contra o meio ambiente, pois resultará em descontrole generalizado da poluição e demais impactos ambientais causados por toda ordem de empreendimentos", afirma.
"A exclusão da mineração de grande porte ou alto risco feita na Câmara se deu justamente porque alertamos sobre o radicalismo antiambiental da proposta. Incluí-la novamente só vai ampliar ainda mais os riscos contra a saúde, a vida e a segurança da população", completa.
Já o Ibram afirma que, desde as tragédias mencionadas, o setor passou por diversas melhorias, inclusive no que diz respeito à construç��o de barragens, e que tais atualizações estão contempladas, por exemplo, em normas da ANM (Agência Nacional de Mineração).
"A mineração passou por profundas transformações em níveis de gestão, segurança operacional, transparência, boas práticas internacionais", diz o instituto, em nota.
Fonte: Folha Express
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editoriadors-blog · 2 months
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Haddad defende, em discurso presencial no G20, a taxação dos mais ricos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participando presencialmente da reunião ministerial do G20 nesta quinta-feira, 29, após testar negativo para a covid-19, defendeu em discurso a taxação dos mais ricos, em toda a economia global. "Soluções efetivas para que os super-ricos paguem sua justa contribuição em impostos dependem de cooperação internacional."
"Essa cooperação já existe. Nos últimos dez anos, conseguimos avanços muito importantes em áreas como troca de informações, transparência, e níveis mínimos de tributação", disse Haddad, citando o trabalho do próprio G20 e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
"Apesar dos avanços recentes, é um fato inquestionável que os bilionários do mundo continuam evadindo nossos sistemas tributários por meio de uma série de estratégias", afirmou o ministro. Haddad citou o mais recente relatório do EU Tax Observatory sobre evasão fiscal, citando que o documento demonstrou que bilionários pagam uma alíquota efetiva de impostos equivalente a entre 0 e 0,5% de sua riqueza. "Colegas, eu sinceramente me pergunto como nós, ministros da Fazenda do G20, permitimos que uma situação como essa continue", questionou Haddad.
Haddad não participou das reuniões presenciais do G20 nem do lançamento do plano de proteção cambial do governo, pois testou positivo para a covid. Nesta quarta-feira, 28, ele disse que voltou a fazer teste e deu negativo e hoje novamente fez outro, também negativo. Por isso, resolveu comparecer à reunião.
"Tinha comprado um sapato novo, um terno novo para vir à reunião", disse o ministro. O Brasil é o atual presidente do G20 e Haddad falou que estava ansioso por participar do encontro pessoalmente.
Fonte: O Povo.
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Certamente.
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No Dia do Livro Didático, renovamos nosso compromisso com a educação e o aprendizado contínuo, inspirando gerações futuras.
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Não muito tempo atrás, funcionários de uma fazenda no interior de São Paulo pediram ao patrão para receber os salários em datas variadas. Era uma tentativa de driblar os supermercados, que sempre subiam os preços na véspera dos pagamentos. Assim era a vida no período da hiperinflação: uma corrida maluca entre salários e preços, na qual os trabalhadores sempre saíam perdendo.
Mal comparando, é a triste realidade vivida na Argentina nos dias de hoje. Enquanto aqui no Brasil a batalha é para colocar a inflação dentro da meta de 3% ao ano, lá a taxa chegou a 254% nos 12 meses encerrados em janeiro.
Porém, não é o caso de fazer como algumas torcidas de times brasileiros, que tripudiam dos hermanos queimando as desvalorizadas cédulas de peso. O Brasil passou por processo pior, com a taxa anual batendo nos 3.000%. Só se livrou da hiperinflação com a edição do Plano Real, em 1994, após uma sequência de seis tentativas fracassadas de estabilizar os preços (Cruzado, Cruzado II, Bresser, Verão, Collor I e Collor II) ao longo de cinco anos.
Na sexta-feira, 1º de março, completam-se 30 anos da entrada em vigor da Unidade Real de Valor (URV), uma “quase-moeda” que preparou o terreno para a chegada do real. Foi uma inovação que permitiu ao país migrar de uma economia com inflação muito alta, acima de 40% ao mês, para um cenário de taxas bem menores, sem choques nem congelamento de preços. Em julho de 1994, quando a URV deu lugar ao real, a taxa havia recuado para 6,84%. No mês seguinte, estava em 1,86%.
O Plano Real não só estabilizou preços como também foi ponto de partida para uma série de reformas que estão até hoje na base da economia brasileira. Além disso, elegeu um presidente: Fernando Henrique Cardoso, senador eleito pelo PSDB de São Paulo e ministro da Fazenda na elaboração do plano
Nas palavras de um dos “pais” do Real, o economista Edmar Bacha, Fernando Henrique foi o “milagre” que viabilizou o plano. “Sem ele, nada disso teria acontecido”, afirmou, em entrevista ao Valor . Outro “pai”, Persio Arida, diz que a existência de uma liderança política capaz e de uma boa equipe técnica tornou possível o que parecia não ser.
O plano foi gestado no governo de Itamar Franco, que assumiu a Presidência da República em definitivo em dezembro de 1992, quando Fernando Collor de Mello renunciou ao cargo, às vésperas de o Congresso decidir seu impeachment. Itamar estava no cargo desde outubro daquele ano, quando Collor foi afastado em função do julgamento
De início, Fernando Henrique chefiou o Ministério das Relações Exteriores. Mas, em maio de 1993, ficou sabendo por seu secretário-geral, Luiz Felipe Lampreia, que Itamar o havia anunciado como ministro da Fazenda. Perplexo, telefonou para o presidente e ouviu como resposta: “Sua nomeação foi bem recebida”. A história está no livro de memórias do ex-presidente: “A Arte da Política - A História que Vivi” (Civilização Brasileira, 2015).
FHC seria o quarto ministro da Fazenda de Itamar em oito meses de governo. Sua equipe trabalhava apenas aguardando a próxima crise para ir para casa.
De início, conta Bacha, integrante da equipe, a ideia era fazer um ajuste fiscal, algo que faltara nos planos de estabilização anteriores, e esperar o fim do mandato de Itamar. O ajuste veio com o Plano de Ação Imediata (PAI), cujo foco foi atacar o excessivo “engessamento” do Orçamento brasileiro. Na época, o Congresso concordou que 20% das verbas com destino obrigatório fossem livremente alocadas pelo governo.
“O pessoal fala que o PAI foi a preparação do Real, não foi nada”, afirma Bacha. “O PAI era o que achávamos que dava para fazer, até que tivéssemos na Presidência alguém que entendesse do riscado, com quatro anos pela frente.”
Essa ideia de deixar a estabilização para depois foi abandonada porque Fernando Henrique percebeu que estava diante de uma oportunidade política única, revela Bacha. “Ele era muito respeitado no Congresso, na sociedade e tinha uma relação especial com o Itamar.”
[Plano Real] é um legado que nenhum governo teve a ousadia de mudar” — Joelson Sampaio
A equipe precisava ser reforçada. Isso, porém, pareceu desnecessário no início de setembro de 1993, quando Itamar demitiu o então presidente do Banco Central, Paulo César Ximenes, por divergência envolvendo uso de cheques pré-datados.
“Quando o Itamar demitiu o Ximenes, eu falei: ‘Bom, ok, vamos embora para casa. Acabou a brincadeira’”, conta Bacha. “E aí que aconteceu essa coisa maluca, inexplicável, um milagre.”
FHC foi conversar com o Itamar. “Deve ter dito que ia se demitir”, arrisca. Naquele momento, o risco que Itamar corria, caso perdesse seu ministro da Fazenda, era entrar em um processo de enfraquecimento político que poderia terminar em impeachment. Independentemente do diálogo que possa ter havido, o fato é que Fernando Henrique saiu da audiência com carta branca para tocar o plano.
Nessa condição, foi possível a ele trazer para seu time o economista Pedro Malan, então negociador da dívida externa brasileira, para comandar o Banco Central. E Persio Arida para a presidência do BNDES.
A URV foi inspirada em um paper que havia sido escrito dez anos antes, em 1984, pelos economistas Persio Arida e André Lara Resende. Eles propuseram um plano de estabilização que ficou conhecido como “Larida”. A ideia era romper a dinâmica de alta de preços criando um sistema com duas moedas: a antiga, inflacionada, e uma nova, que teria seu valor corrigido diariamente. No Plano Real, a moeda corrigida foi a URV, inicialmente, e depois o real.
Em 1º de março, uma URV valia 647,50 cruzeiros reais, equivalente à cotação de um dólar. Salários, benefícios previdenciários e contratos do setor público foram convertidos em URVs. Assim, ficaram com seu valor protegido contra a inflação, enquanto os preços seguiram na moeda antiga. Os assalariados perceberam vantagem com o plano. Frango e iogurte entraram no carrinho das famílias de baixa renda.
Bacha aponta para uma espécie de simbiose: o Plano Real pavimentou o caminho para que Fernando Henrique vencesse as eleições. Por outro lado, o plano não teria sobrevivido sem a vitória do tucano.
O Real escapou da sina dos planos anteriores, de funcionar por um tempo e depois naufragar, porque as circunstâncias políticas permitiram que fosse consolidado. Foi um trabalho que durou os oito anos dos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso. Envolveu uma série de medidas para modernizar a economia, como as privatizações, a criação das agências reguladoras e adoção do tripé macroeconômico que persiste até hoje: câmbio flutuante, o uso da taxa de juros para combater a inflação e superávit fiscal.
Nesse sentido, o Real foi uma política de Estado, avalia Joelson Sampaio, professor da Fundação Getulio Vargas. “É um legado que nenhum governo teve a ousadia de mudar”, afirma. O sistema de metas de inflação baseado na taxa de juros é alvo de críticas, diz, mas é algo que traz o benefício de controlar a inflação.
“A estabilidade não foi só da moeda em si, mas da economia”, comenta Sampaio. “A estabilidade criou um ambiente de previsibilidade.” Ele avalia também que a desigualdade desacelerou, embora o país ainda tenha muito a avançar nesse campo.
Fonte: Valor Econômico.
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Sem deixar nenhum brasileiro para trás: os desafios do saneamento básico no país.
Em 2022, 63% dos brasileiros tinham acesso a serviços de esgoto; número está aquém das metas do Novo Marco do Saneamento
Outro desafio é vencer as desigualdades regionais: enquanto as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste possuem os melhores índices, a região Norte é a que sofre as piores condições de acesso. Na Amazônia, os menores índices de saneamento, somados à crise ambiental de intensas secas e cheias que recentemente quebraram recordes históricos, dificultam o acesso das populações a melhores condições de vida nas áreas urbanas e rurais. Outras desigualdades são as etárias e raciais: pessoas mais jovens e pretas, pardas e indígenas são as que tem menor acesso ao saneamento no Brasil.
O crescimento do acesso ao saneamento básico representa mais a expansão de áreas em municípios já atendidos, do que o surgimento dos serviços em novas localidades. Os milhões de brasileiros ainda sem acesso a estes serviços se concentram principalmente em áreas rurais e/ou distantes dos grandes centros urbanos. Estas populações estão mais suscetíveis a doenças tropicais negligenciadas e de veiculação hídrica – como diarreias, cólera, hepatite A e leptospirose.
Segundo dados da OMS, para cada real investido em água e rede de esgoto sanitário no mundo se economizam quatro em saúde pública. No Brasil, chega a se economizar o dobro desse valor. Ou seja, mais do que apenas uma questão ambiental, o investimento em saneamento básico é uma questão integrada de saúde pública e economia.
Dezessete anos após o “Marco do Saneamento” e 14 após a Política Nacional de Resíduos Sólidos (que prevê o fim dos “lixões” até agosto de 2024), a regulação do setor ainda é considerada inadequada e dificilmente alcançará efetivamente todos municípios brasileiros nos prazos definidos.
Mesmo que não explicitados em nossa Constituição brasileira, o acesso à água e ao saneamento são direitos humanos reconhecidos pela Assembleia Geral da ONU. O alcance destes valores aproximaria, com certo atraso, a adesão brasileira as metas do ODS 6 da Agenda 2030 da ONU – que tem como mote ‘para nosso futuro comum, sem deixar ninguém para trás’. Em análise ampla, nenhum contexto diferente da universalização deve ser considerado adequado.
Sobre os autores
Leonardo Capeleto de Andrade e Maria Cecilia Rosinski Lima Gomes são pesquisadores na área de Água e Saneamento do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
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editoriadors-blog · 2 months
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editoriadors-blog · 2 months
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Estreia, segunda-feira, dia 26, o novo #SemCensura com Cissa Guimarães. Neste primeiro programa os convidados são a atriz Claudia Raia, que está em cartaz com o musical "Tarsila, a Brasileira"; Miguel Falabella, que está dirigindo um musical sobre Nara Leão; a jornalista e âncora do telejornal Repórter Brasil Tarde, Luciana Barreto, que está retornando à emissora; cantor e compositor Xande de Pilares. E o jornalista e influencer digital Muka.
Com um quinteto eclético em falas, histórias, curiosidades e personalidades. Há Reestréia em alto estilo do programa com conversas que fluem, desde gravidez, passando por músicos brasileiros, apatia cultural em uma conversa de mesa redonda com leveza, sem perder há seriedade de cada tema e assunto abordado.
Por: Daniel Lima "Jorinter "
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Notícias locais
Surto: dengue mata no Brasil; 740.000 Casos, 171 Óbitos; Apresenta Sintomas de COVID-19; Governo Declara Estado de Emergência.
Notícias locais
Surto: dengue e febre quebra-ossos matam no Brasil; 740.000 Casos, 171 Óbitos; Apresenta Sintomas de COVID-19; Governo Declara Estado de Emergência
Em 2024, o Brasil enfrenta uma emergência crítica de saúde pública, já que os casos de dengue e febre quebra-ossos ultrapassam 740.000, acompanhados por 151 mortes relatadas. Essa situação urgente levou seis estados e o Distrito Federal a declarar estado de emergência, sinalizando a gravidade do surto. Notavelmente, em meio a esses desenvolvimentos alarmantes, o Rio de Janeiro recebeu sua remessa inaugural da vacina Qdenga, oferecendo um vislumbre de esperança na batalha contra o vírus.
A dengue é uma doença tropical transmitida por mosquitos e causada pelo vírus da dengue. É frequentemente assintomático; se os sintomas aparecerem, eles geralmente começam 3 a 14 dias após a infecção. Eles podem incluir febre alta, dor de cabeça, vômitos, dores musculares e articulares e coceira e erupção cutânea características. A recuperação geralmente leva de dois a sete dias. Numa pequena proporção de casos, a doença evolui para uma dengue hemorrágica mais grave,
resultando em sangramento, níveis baixos de plaquetas sanguíneas e vazamento de plasma sanguíneo, ou na síndrome do choque da dengue, onde ocorre pressão arterial perigosamente baixa.
Os dados mais recentes do Ministério da Saúde revelam a terrível situação no Brasil. Com 151 mortes confirmadas atribuídas à dengue este ano e surpreendentes 740.942 casos prováveis notificados em todo o país, a taxa de incidência é de 364,9 casos por 100.000 pessoas. Além disso, mais 501 mortes estão atualmente sob investigação para determinar a sua associação com a doença. Entre as regiões mais afetadas, Minas Gerais lidera a contagem com 258.194 casos prováveis, seguida de perto por São Paulo, Distrito Federal, Paraná e Rio de Janeiro.
Uma análise mais aprofundada dos dados sublinha a gravidade da situação, com seis estados em alerta máximo, uma vez que as taxas de incidência ultrapassam os 500 casos por 100.000 habitantes. O Distrito Federal surge como o mais impactado, com uma taxa impressionante de 2.956,4 casos por 100 mil habitantes. Seguindo de perto estão Minas Gerais, Acre, Paraná, Goiás e Espírito Santo, com taxas notáveis também registradas no Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
A demografia da população afectada revela tendências preocupantes, sendo as mulheres a maioria, representando 55,1% dos casos prováveis. Entre grupos etários específicos, os adultos com idades compreendidas entre os 30 e os 39 anos suportam o peso da doença, com 65.305 casos notificados entre homens e 79.083 entre mulheres.
Em resposta à escalada da crise, seis estados e o Distrito Federal ativaram protocolos de emergência para reforçar os esforços de resposta. Santa Catarina emitiu seu decreto na quinta-feira, enfatizando a urgência da situação e a necessidade de ações rápidas para mitigar o surto.
Apesar dos desafios, o recebimento da vacina Qdenga no Rio de Janeiro representa um marco significativo na luta contra a dengue. Ao todo, 231.928 doses chegaram ao Centro de Armazenamento Geral da Secretaria de Estado de Saúde, em Niterói, com distribuição prevista para início imediato. Destas, 141.710 doses foram alocadas para a cidade do Rio de Janeiro, sinalizando um esforço conjunto para priorizar áreas de alto risco. Além disso, vários outros municípios receberam doses da vacina, ressaltando os esforços nacionais para conter a propagação da dengue.
A secretária estadual de Saúde, Claudia Mello, elogiou o eficiente sistema de distribuição de vacinas do Rio de Janeiro, que foi inicialmente desenvolvido durante a pandemia de COVID-19. Desde então, este quadro simplificado emergiu como uma pedra angular da sua estratégia de resposta, facilitando a rápida disseminação de vacinas nas regiões afectadas.
Numa revelação surpreendente, a COVID-19 ceifou mais vidas do que a dengue na cidade de São Paulo em 2024. Pelo menos 25 mortes foram atribuídas ao vírus, em comparação com apenas um caso de dengue. Os dados mais recentes, atualizados na quarta-feira (21), revelam um total de 17.413 casos de COVID-19 desde o início do ano, com picos significativos em fevereiro, após as festividades de fim de ano e as comemorações do Carnaval.
Apesar de suas etiologias distintas, a COVID-19 e a dengue compartilham sintomas sobrepostos, incluindo dor de cabeça, febre, dores musculares e diarreia. Porém, a dengue apresenta sintomas adicionais, como dor atrás dos olhos, necessitando de diagnóstico diferencial por meio de exames. A automedicação apresenta riscos significativos, sendo certos medicamentos contra-indicados para a dengue, pois podem exacerbar os sintomas ou aumentar tendências hemorrágicas.
Embora a vacina contra a dengue esteja disponível através do Sistema Único de Saúde para faixas etárias específicas, incluindo crianças de 10 a 14 anos, a vacina contra a COVID-19 é amplamente acessível através da rede pública. A importância da vacinação como medida fundamental de saúde pública não pode ser exagerada, especialmente face a surtos duplos.
O Brasil encontra-se num momento crítico na sua batalha contra a dengue, sendo necessários esforços concertados para mitigar o impacto do surto e salvaguardar a saúde pública. A urgência da situação exige ação rápida e colaboração entre as autoridades federais, estaduais e municipais para conter a maré da epidemia e proteger as populações vulneráveis.
Por: Daniel Lima " Jorinter"
Fotos: Dominio Público
Fontes: Anvisa, Secretarias de Estado da Saúde, Dados Demográficos e Ministério da Saúde
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editoriadors-blog · 2 months
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Olhando para o Odù, Èjìogbè lançado para o Ọ̀sẹ̀ Ifá de hoje, domingo, Ọjọ́ Àìkú/Dia da imortalidade, o que mais podemos pedir senão a preservação da nossa alma?
Láìsí ẹ̀mí kò sénìyàn
Ènìyànòfo lásán ni
Sem a alma não há seres humanos
Os corpos humanos são apenas figuras comuns
Ouça o verso do Odù
Àfín ló fi gbogbo ara hewú
Arọ ni ò na'wọ́ kó gbé gbá Òòṣà l'ájà
Adífá fun Ẹ̀mí tí ńṣọmọ Olódùmarè
Òrìṣà, t'Ẹ̀mí ló ṣòro
Tí Ẹ̀mí ò bá bọ́ iré kù lẹ́hìn
Òrìṣà, tíẸ̀mí ló ṣòro
Kí a má tètè kú da ire ọlà yí nù
Albino é aquele que tem cabelos grisalhos por todo o corpo
Um aleijado não pode simplesmente esticar as mãos para carregar a cabaça de Òòṣà do telhado
Elenco de adivinhação para a Alma, a criação de Olódùmarè
Salve Òrìṣà, a alma importa
Se a Alma não estiver perdida, o bem está garantido
Salve Òrìṣà, a alma importa
Oramos para que não morramos jovens, para não perdermos nossa riqueza arduamente conquistada.
Fique abençoado
De Araba de Oworonsoki terra Lagos
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