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[euempalavra]

Quando se comprometer é tudo que você fez durante a vida, parece um surto ouvir dizer que pra algumas pessoas isso é “opcional”.

Me comprometi com minha sobrevivência familiar, depois dentro de um casamento; Me comprometi com uma faculdade, com a responsabilidade de ter um cachorro; Me comprometi a ser fiel, não só aos outros mas principalmente a mim mesma. Era opcional? Será que teria fugido dessas escolhas? Sinceramente, não sei.

Eu sempre pensei que do comprometimento vem a força, o caráter e talvez até a personalidade. Me parece um sinal de fraqueza fugir justamente daquilo que nos dá a possibilidade de sermos únicos.

Inclusive é o comprometimento que me segurou até aqui no assunto em questão, porque eu estabeleci um prazo e vou honrá-lo graças a essa minha capacidade de me amarrar as minhas decisões… Já você, eu pagaria pra saber o que você ainda espera, visto que não foi por comprometimento que seguiu apostando nessa ideia utópica que chamamos de: nós.

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Nunca entendi porque as pessoas escolhem ser cruéis em situações que poderiam ser gentis ou pelo menos empáticas… A intimidade é antes de tudo uma arma, sabendo onde dói fica sempre mais fácil machucar alguém.

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Eu poderia revidar, fazer birra, bico, qualquer atitude notoriamente imatura… Poderia pedir, implorar pra que mudasse de ideia, de opinião.

Poderia ter brigado na frente dos seus amigos, chorado, te mandado ir a merda ou tomar no cu… talvez eu até devesse ter feito algo assim.

Mas estamos falando de mim e ambos sabemos que eu sou quase sempre pacífica/racional… O que inclusive não me faz ter orgulho nenhum, afinal todo esse controle emocional vem de uma infância tendo que esconder o que eu sinto e minhas insatisfações.

A verdade é que isso me frustra mas não me surpreende, infelizmente. Você desde sempre não quer casar, desde sempre não quer filhos, desde sempre teve a ideia de que divertir é despirocar por aí… Como eu já disse em outros textos, eu aceitei e continuei porque quis, esse peso não é seu.

Independente disso… Eu ainda tenho a certeza de que vou me casar, em uma chácara cheia de luzes e vinho…

Ainda tenho certeza que sou ser pedida em casamento com todo o romantismo que mereço: flores, anel, música, vídeo, choro…

Ainda tenho certeza que vou pensar melhor sobre ter filhos porque não tenho uma decisão final por agora.

Isso são fatos, vão acontecer, agora ou depois. Com ou sem você.

Mas Eu torço pra que você venha, no ritmo do mar subindo a maré, alegre como um samba tocado em fevereiro, sem medos, como um leão encarando a zebra.

Porque embora eu seja pacífica, eu sou feroz e tenho fome de vida.

Cabe a você pensar sobre as suas certezas e ver se elas de alguma forma conseguem se encaixar as minhas…

Cabe a você ser sincero, primeiramente consigo mesmo e depois comigo, porque eu te amo e mereço também uma resposta amável de você, nem sempre positiva, mas respeitosa.

🌻

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- “Passarinho não nada, filha”

- Mas pai, e eu?

- “você é peixe, nasceu pra nadar muito, pra longe, pra todo lugar que quiser ir”

- Mas e se eu quiser que mais gente nade comigo? Eu tenho medo de ir sozinha, pai…

- “Aí filha, você tem que chamar outro peixinho pra te acompanhar, passarinho vai voar, é a lei da vida”

- Eu queria o passarinho…

- “Eu sei, querida e sinto muito… fica no raso mais um pouquinho e peça pro passarinho esperar também, aproveitem a despedida.”

- E depois, pai?

- “Depois o passarinho voa e você mergulha nesse mundão lindo que te espera. Vai ficar tudo bem.”

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Sabe quando do nada, você toma consciência de algo que na verdade sempre esteve ali?

Quinta-feira estávamos tendo uma conversa qualquer quando você soltou a seguinte frase “eu peço desculpa pra evitar a fadiga, a maioria das vezes da boca pra fora mesmo, porque tenho preguiça de discutir.” Na hora não dei tanta importância até porque eu já tinha ouvido isso outras vezes, mas depois parando pra pensar sobre tudo, muita coisa fez sentido pra mim.

Como cobrar, debater e exigir coisas e atitudes que nem fazem sentido pra você? Desde o início, todos esses textos e brigas… Acho que foram apenas uma sucessão de expectativas mal alinhadas e finalmente isso faz sentido pra mim.

Eu sofri muito! Me sentia invalidada e ignorada sempre que tentava te mostrar algo que me machuca e depois de todo o desgaste você concordava em “tentar parar de fazer”…

Me desculpa pelo egoísmo, eu sempre fui muito didática e achei que falando, mostrando e escrevendo, você eventualmente entenderia o meu pedido e faria conforme o combinado. Muitas vezes até fez e ainda faz, mas quando a gente não concorda com uma ideia é impossível executa-la com o coração pleno e isso vai nos consumindo pouco a pouco.

Me lembro que quando te conheci, você me pareceu a melhor pessoa do mundo, a minha pessoa ideal, nem sei te explicar. Eu achava lindo sua maneira de me incluir, se preocupar, ser presente e carinhoso. Até quando você estava trabalhando, sempre tinha um dedinho apontado cantando algo pra mim, ou me mandando horas iguais quando estávamos longe, só pra me fazer sorrir. É impossível não sentir culpa, pensando que eu fui massacrando tudo isso com as ideias que projetei em você.

Amor, nós realmente somos completamente diferentes, dos gostos, aos hábitos, aos sonhos, à educação e em praticamente tudo… Mas surpreendentemente nós nos amamos e talvez seja nossa única semelhança.

Hoje, diferente do que sempre fiz ao escrever, quero dizer que eu entendo onde errei… Errei em ter depositado em você a necessidade de mudança desde o comecinho, ao invés de decidir por mim (te aceitando ou não como você é). Quando eu quis um pedido de namoro normal e fiquei martelando isso em você, hoje eu entendo que o erro foi meu, porque você não me obrigou a ficar e aceitar do jeito que foi.

Quando briguei pelos likes, comentários e por seguir meninas aleatórias, você novamente não me obrigou a continuar, foi uma decisão minha e eu poderia ter partido ou ter aceitado como você é, sem impor nada. E com isso começaram os pedidos de desculpa, onde você mesmo discordando, falava pra não brigar.

Notei que nesse quase um ano, essas coisas foram nos afastando de tal forma, que não conseguimos mais conversar a dois… Tem meses que não temos sequer um assunto sem celular ou tv, nem mesmo besteiras aleatórias que sempre conversamos.

Não sorrimos mais um para o outro, não temos mais a senha do celular um do outro, quase não nos tocamos, chegamos ao ponto de não nos cumprimentarmos ao sair e chegar, perdemos a intimidade, a cumplicidade, nem sei…

Eu sinto muita falta de nós dois, de como era leve e divertido, da nossa alegria ao ficar juntos, dos beijos no meio de uma música qualquer no seu set… Saudade de falar sobre futuro, sobre casar, sobre nosso filho que ia se chamar Jorge, jogar futebol e ser pegador.

Eu sinto muito por ter te podado tanto ao ponto de te deixar infeliz e sinto muito por mim também, que me exauri tanto nesse processo que até meu semblante mudou… Quantas vezes só nesse final de semana seus amigos falaram sobre eu parecer estar brava, ou triste, ou cansada?

Eu acho que ambos estamos, tristes e cansados, amarrados ao nosso passado, fazendo as mesmas coisas esperando que algo mude para aquele tempo voltar.

Nada volta, né? O que foi agora é só uma boa memória e não sei se temos forças pra mudar tudo e recomeçar. Porque iniciar algo é mais fácil do que recomeçar! No início tem o desafio, o desejo, a curiosidade da descoberta (você é muito bom nessa parte, qualquer pessoa gostaria do seu início). No recomeço você se esforça por algo que já não é mais novidade, você já sabe o cheiro, o gosto, a sensação da presença, exige muito mais… você estaria disposto?

Quando te encontrei, amor (engraçado te chamar assim, visto que ultimamente só nos chamamos pelo nome) eu achei de verdade que você seria o amor da minha vida, que iríamos casar e ser o equilíbrio perfeito entre a loucura e a calma e que seríamos imensamente felizes juntos. É muito ruim perceber que existe um “elefante branco” pairando entre nós, um desconforto, não sei direito explicar… Quando foi que você começou a andar na frente e não me esperar pra atravessar? Quando foi que comecei a ter vergonha de tomar banho com você? Quando foi que você decidiu que estava tudo bem alterar o tom da voz comigo? Quando foi que decidimos estar ok perder todas as noites juntos mexendo no celular? Quando foi que ficamos tristes e mesmo tristes decidimos continuar juntos?

Eu sei da minha metade, continuei pelo meu amor, continuei pela memória do fomos, continuei por ser romântica e acreditar que era possível voltamos atrás… Hoje olho pra você e sinto que você não me deseja mais, não me elogia (no casamento mesmo, me arrumei, me senti bonita e você não falou nada e ao ver a Bruna elogiou muito. Eu não tenho ciúme dela, considero ela minha amiga e ela estava realmente linda!! Mas ficou claro como não olha mais pra mim), não me procura, não me toca e eu sei que você tá vivo, que dentro de você ainda tem uma chama e vontades e que infelizmente essa chama agora esta ardendo por algo de fora… outras possibilidades e pessoas. Eu não te julgo, eu entendo. O processo todo caminhou até aqui, era uma questão de tempo. Meu único pedido é, não me traia! E isso não é sobre beijar e dormir com alguém necessariamente, é sobre sentimento, sobre se abrir, sobre mandar horas iguais, sabe? Leia o texto que postou pra mim no seu outro Instagram, se lembra daquilo…

Mas se você olhar pra si e ver que não dá mais pra resgatarmos o que fomos e viver bem comigo, não me machuque com mentiras e traição, porque eu não mereço ter meu “amor da vida” manchado por memórias assim… Que você seja honesto, carinhoso e vá por amor e respeito a mim também, viver sua vida. Eu vou sofrer, mas prometo entender e respeitar. Prometo torcer e vibrar pela sua vida mesmo não estando perto mais.

Eu acho que esse é o grande ponto da nossa fase atual, a gente se esqueceu que não precisávamos aceitar, nem eu ao sei jeito e conceitos, nem você as minhas imposições.

Eu saí de alguém que fazia pasta no Pinterest com ideia de Fotos pra nós tirarmos juntos e postar, pra alguém que nem foto quero mais tirar e tô cansada que seja assim, quero não ter paranóias, quero confiar e amar você sabendo que estamos juntos não só para os outros. Quero que quando estejamos só nós dois, seja melhor do que já foi.

Enfim, esse é um pedido de desculpa por achar que você poderia caber no molde que eu acho correto. E que fique claro, eu acredito que em muitos pontos pensaremos parecido daqui alguns anos, quando você amadurecer e tiver certas vivências, mas aí você mudaria por si mesmo e não por alguém!

Bom, pra resumir: não sei exatamente a conclusão disso tudo que tô falando, mas eu realmente precisava compartilhar com alguém, dê preferência, você.

Quero dizer que te amo muito, te admiro, te acho lindo, que tenho tesão em você, que sinto muito orgulho da sua dedicação agora produzindo sozinho, tento ao máximo ser companheira e incentivadora, mas eu entendo que talvez isso não seja mais o suficiente… Você anda triste e eu quero que seja feliz. Porque a gente merece o melhor da vida.

Com muito amor, um pouco de choro e respeito. Da sua namorada idosa, apaixonada pelas nossas filhas e que gosta muito de comer. ❤️

Aguardo sua responda (quando puder e souber responder) e não precisa ser com texto ou palavras necessariamente.

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“Acorda pra vida, reage, faz alguma coisa, um erro, um movimento qualquer, grita, xinga, chora… se precisar chora perto de mim, eu te cuido. Mas faz alguma coisa.”

Eu tentei fazer, ainda tento, mas eu me saboto e você sabe como é. Me acostumei tanto a fingir ser feliz que realmente ser me parece mais difícil…

As vezes eu tenho momentos de lucidez como esse agora, mas a maior parte do tempo eu vivo no automático e tudo passa mais rápido ainda quando estou assim, voando. Eu pisquei e estamos em setembro, tenho medo de piscar e não abrir os olhos de uma próxima vez…

Lamentável, eu deveria fazer mais por mim.

Mas se serve de algo, não vou parar de tentar, de me descobrir e me amar como você me pediu tantas vezes pra fazer, acordar dessa realidade paralela e encarar a vida real, mesmo sabendo o baque que isso vai causar. Prometo!

Esse é um texto pra mim.

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Sábado à noite, um bom vinho naquele restaurante novo que abriu na cidade, muitas gargalhadas… Você elogiou meu novo colar, segurou na minha mão despretensiosamente enquanto eu comia e sorria com malícia, os minutos se arrastaram até a conta chegar. Meu salto dificultou um pouco mais o caminho até o carro, você beijou meu pescoço enquanto murmurava algo sobre meu perfume, eu te suplicando pra beijar minha boca também enquanto tentava preguiçosamente abrir a porta do carro. Silêncio… minha mão escorrega pelo seu braço sentindo todas as veias pulsando em baixo dos meus dedos, seu beijo me fazendo esquecer que na rua Goiânia é cheia de perigos. O carro dando partida, uma música tocando ao fundo, você concentrado olhando pra frente e eu ainda estática, amando você. Amor é tesão, não sabia? Finalmente estamos aqui, nosso quarto, uma música de fundo (bossa nova), seu cheiro como uma droga preenchendo meu peito, minha mente, tudo. O melhor amor do mundo, um banho juntinhos só pra completar. Assistir algumas coisas inúteis no Instagram, eu deitada no seu peito, dormir.

(Um sonho com seu nome.)

Ps: Poderia ser a gente, mas estamos aqui, bebados, muitos amigos, numa casa qualquer, brincadeiras sem graça, você não me olha, eu não te desejo, volto a pé e sozinha, só pra variar… você fica frustrado, eu já estou mais pro estágio da aceitação. Eu durmo, você chega e gasta os últimos minutos do nosso tempo no Instagram, você dorme. Estranho amor. Não tem toque, nem restaurante, nem vinho, nem paixão, mas tem amor e assim segue tudo normal. Acabou o sábado, amanhã tentamos outra vez, ou semana que vem, enquanto der, talvez sejamos pra sempre tentantes… Citando Comer, Rezar e Amar “infelizes, mas juntos, porque nos amamos.”

Essa é só mais uma carta para você.

[euempalavra]

Você ficaria surpreso com a minha capacidade de reorganizar tudo dentro de mim, mudando prioridades, entendendo melhor as dores, os amores, decidindo pelo que realmente vale me expor.

Você talvez nem sequer me reconheça após esse processo, quando notar que coisas que antes me surtavam agora na verdade só me broxam e afastam de você. Que brigas pelas quais entrei milhares de vezes, instantaneamente perderam o meu interesse.

Aposto que ficaria curioso sobre o que ficou… Louco pra saborear, sentir o que restou do amor, ver se ele ainda te serve e te agrada, afinal você é tão egocêntrico que até isso seria sobre você…

Mas dissipando qualquer mistério, eu amo o que eu amo e isso não é fácil de negociar dentro de mim, ainda sonho com seu cheiro, vibro com seu toque, me acendo com seu beijo, me paraliso por você. Mas não pense que por ainda ser bom, será eterno.

Mudei meus prazos, minha tolerâncias e cobranças. Daqui pra frente quero tudo leve!!! Não se fala de rede social (quer deixar sem foto no perfil por mais um ano!? Tudo bem) (quer curtir e seguir garota de programa, lindo, continue)… sobre sexo, se você me procura responderei feliz ao seu chamado, se não me procurar mais, dormiremos como almas que se amam e só. Se não tiver postura e me desrespeitar por aí quando estivermos longe de casa, não vai ter xilique nem show, está tudo bem também. Mas dessa vez eu não tento mais segurar a admiração que ainda tenho por você, vou deixar as coisas correrem como tem que ser e se uma hora a régua marcar que “já deu” eu vou sofrer outra vez, chorar… Mas só por tristeza mesmo, porque essa culpa eu nunca carreguei!

Que se culpe você, que por ego e orgulho não se permite amar de verdade: que mente, manipula, promete e não cumpre, que trai e permanece onde o amor é medíocre… Deixei meu travesseiro aí, espero que ele também te guie às melhores escolhas, assim como sempre fez comigo. Boa sorte meu amor! Quando pensar o que quer, descer do muro, descobrir o que ama e o que quer fazer sobre nós, me chama, vamos conversar.

Com todo meu coração, que ainda ama voce.

[euempalavra]

Lembra.

Não só do sexo apaixonado, como também dos banhos falando sobre a vida.

Lembra dos jantares regados a álcool, bem como das tardes lavando a área.

Lembra de dias badalados e também dos dias de tédio.

Lembra das descobertas do começo, bem como do conforto da intimidade.

Lembra do primeiro eu te amo, mas também de todas as vezes que não dissemos porque era óbvio.

Lembra do conforto das minhas mãos segurando as suas na rua, mas não esquece do acolhimento das mesmas nos dias que não foram bons.

Lembra das promessas, dos beijos, da alegria, da paz… mas não esquece da saudade, porque essa parece que vai demorar por aqui.

#love

[euempalavra]

Esperei o dia inteiro pra dissesse algo (posso dizer que quase a noite toda também)… Esperei qualquer justificativa, um pedido de desculpa talvez.

Acordei como quem foi atropelado no sonho e não sabia se tinha realmente acordado, se ainda estava dormindo ou se na verdade nem sonho teve.

Agonia.

Agonia é gastar súplicas, textos, energia, amor, carinho afeto e ainda assim você errar comigo. E mais forte que errar é fingir que nada aconteceu, que está tudo lindo e que eu sou uma mimada fazendo drama por uma coisa que você finge não saber o que é.

Culpa.

Culpa é o sentimento que vira e mexe você tenta transferir pra mim, mostrando que você está sempre bem e tranquilo e quem apressa/bagunça tudo sou eu.

Dor.

Dor é o que sinto tentando administrar esse mix de frustrações, enquanto sentimentos como: desprezo, amor, desleixo, mazela, tristeza permeiam minha mente até atingir meu corpo e doer.

Maturidade.

Maturidade é falar sobre o que dói, sobre o que incomoda, de maneira clara, sem mentiras, simplesmente por ser o mais justo a se fazer.

Justiça.

Justo é que você comece a me reconhecer como igual a você e que por isso mereço no mínimo seu respeito e sua verdade.

Respeito.

Respeitar é entender que somos diferentes, mas que precisamos ser sinceros sobre isso, sem esconder o que realmente que sente ou pensa.

Exaustão.

Exaustão é como me sinto depois de tanto tempo remoendo os mesmos conflitos sozinha, quando deveríamos compartilhar as partes ruins tbm.

Medo.

Medo é o que acompanha a insegurança de estar com alguém que mente, que jura e volta atrás, que muda como um camaleão, que tem opinões pesadas sobre assuntos que tbm nos cercam, mas ri e empurra tudo com a barriga no final.

Fim.

No final, quero saber quem de verdade você é? Amei um desconhecido, amei metade de você? Quero que seja sincero, pra que eu finalmente consiga, lidar com o medo, parar de me exaurir, respeitar tbm o seu jeito e vontades, ser justa conosco, usando minha maturidade pra entender esse processo de amenizar a dor, pra que a culpa pare de existir, para que eu não durma mais em agonia continuando a te esperar.

Eu preciso de paz.

[euempalavra]

É claro que te amo, que me dói, que a saudade me adoece… Queria que fosse mais simples, queria não lembrar tanto do que me machuca. Na verdade eu queria que você tivesse feito mais por mim. Suas palavras me afetam, mas não me convencem. Se ao menos você tivesse me pedido, se desculpado, me amado com mais vontade. Tentar não é suficiente, mudar é.

[euempalavra]

Quero contar pra vocês que fatalmente descobri que nem sempre um cavalo vai conseguir te curar… Antes do momento da foto, preciso admitir que tentei de tudo: chorei, usei o colo da minha melhor amiga, bebi, escrevi, chorei mais. Nada adiantou, nem sequer amenizou a bagunça que estava aqui dentro. Liguei pro meu amigo quase que num ato de desespero “oi, eu preciso montar” “mas e o seu joelho criatura?” “Fodasse meu joelho” (e só quem conviveu comigo sabe a que ponto chegamos pra eu não ligar pra dor insuportável do meu joelho.)

Montei como um usuário de drogas a meses em abstinência, fui pra longe, rápido, muito rápido… Quando o espaço acabou, o sol começou a se pôr me veio a consciência que nem mesmo isso consegue expurgar os sentimentos que estão em mim.

Entendi que um cavalo pode não tirar a dor de mim, a ansiedade… Mas ele silenciou o mundo pra que eu pudesse pensar com calma, ele me cobrou atenção quando minha mente já estava perambulando a dias, ele sincronizou meu coração com o ritmo perfeito de cada passada, ele não me curou, mas eu acho que nunca tomei analgésico mais eficaz.

É óbvio que eu preferia aquele sorriso, o cheiro que ficava na nuca do perfume que ele usou na noite anterior, a textura da pele em relevo de cada tatuagem, mas eu espero que com o tempo, isso se analgesie também. Até lá, vou ligar pros amigos, vou emagrecer os cavalos, acabar com as doses de cachaça de um bar, vou amaldiçoar todos os santos e ainda sim lembrar dele com amor.

Ah, e meu joelho? Ainda dói menos que meu coração.

[euempalavra]

Não sei te explicar, mas acho que cansei de viver um monólogo dentro de uma relação.

[euempalavra]

Eu sonhei com meu anjo da guarda. Não sei exatamente o que fiz pra merecer a visita dele, talvez tenha sido porque eu estava exausta, a beira de um desmoronamento emocional, pronta pra matar um, nem que fosse eu mesma. De toda forma, ele apareceu e naquele segundo (ou deveria dizer sonho?) tudo fez sentido, tudo tinha paz e cheiro de suco de amora. Acho que foi uma das melhores sensações da minha vida, eu não queria ter acordado, se pelo menos tivesse recebido um convite pra ficar lá… Mas o que eu quero dizer pra você que talvez não tenha recebido essa visita ilustre nos seus sonhos ainda, é que isso tudo, na verdade não é porra nenhuma. Nós somos um monte de átomos agrupados ocupando um milésimo de segundo da eternidade e se nós somos tão insignificantes, imagine então o tamanho dos nossos problemas? Antônio (o anjo) não me falou quase nada, ele sorria pacífico enquanto eu chorava e esperneava tentando desesperadamente entrar no jardim (imaginem aqui algo bem parecido com branca de neve e Alice no país das maravilhas). Depois de toda minha birra ele me convidou pra entrar, eu não cheguei nessa parte porque infelizmente acordei antes, inclusive estou pensando em processar os fabricantes de zolpiden, afinal era pra isso me fazer dormir a noite toda, né? Mas a moral da história, ou melhor, do sonho: Antônio falou pouquíssimas coisas, mas tirou grande parte da angústia do meu peito me mostrando que por certas coisas não adianta a gente sofrer, gritar, xingar… Você só tenta se acalmar, faz as pazes consigo mesmo e espera (ou reza) pra dar certo e se não der, (lembrando que acordei antes de entrar no jardim) você fica feliz por pelo menos ter visto, sentido o cheiro das flores, um vislumbre de alegria naquilo, fica feliz por ter tido esperança porque isso significa estar vivo. Eu tenho a péssima mania de sofrer por tudo antes da hora, me culpo demais, me comparo, mas agora eu tenho tentado lembrar que na minha insignificância, eu tenho que buscar estar em paz comigo, com o que eu falo, com o meu tratamento com os outros, com a minha honra e conduta, porque a dos outros pertence somente a insignificância deles também. E no final talvez seja menos doloroso assim. Eu queria que Antônio me desse a oportunidade de um diálogo menos subjetivo, porque tenho muitas perguntas ainda, ou pelo menos que ele me esperasse entrar no jardim dessa vez antes de acordar, mas caso eu esteja pedindo demais, eu já sou grata pelo que senti. Decidi que vou tentar amar as pessoas, as situações e tudo que Deus criou como uma borboleta que pousa na flor, de leve, colorida, em paz. Estava cansada de sentir tanto, por mim, pelo outro, pela falta de carinho, por tudo que a gente coloca expectativa e talvez se eu começar a olhar mais pra mim como uma borboleta, eu consiga ver tudo como um grande jardim e saia voando por aí. Aproveitando o finalzinho do texto, quero te convidar a respirar bem fundo perto de algo que você ama o cheiro e enquanto fizer isso, sinta-se cheio de vida, de amor, de possibilidades. E se ninguém tem te dado o amor que você merece, tente se ver borboleta também e voa!

Esse texto é pra você, seja quem você for.

[euempalavra]

Essa minha coragem de me jogar de corpo e alma em tudo ainda vai acabar me matando: de solidão, de decepção ou qualquer coisa parecida.