Tumgik
gabrielle-lawson · 10 years
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Deus sabia como Thomas preferia fazer um gargarejo com pregos enferrujados a ter de passar uma tarde na presença de Gabrielle Lawson. Infelizmente, não encontrara os tais pregos na garagem do pai, por isso restava apenas a opção de baixar a cabeça e resignar-se à juntar seus materiais para a porra do trabalho de Química. Quer dizer, qual era o problema daquela professora maldita? Não era segredo algum a implicância dos dois jovens. Ainda mais porque o garoto já fora à presença do diretor uma ou duas vezes por denúncias de algum bom samaritano padecido com as más atitudes dele em relação à garota. Claro, um sorriso de canto e os olhos azuis do atleta haviam resolvido tudo em questão de segundos. Não era difícil escapar de algum problema quando sua família era dona de metade de Los Angeles, mesmo que sua “família” se compusesse apenas por seu pai e sua madrasta, interessados demais em ver à si próprios como os novos reis-sol do Ocidente. Enquanto fitava inexpressivamente seu reflexo no espelho, perguntou-se se Amber sofria de falta de sexo, para condená-lo ao inferno daquele modo. Talvez precisasse ficar em recuperação novamente; de certo não se recusaria a dar um ou dois lembretes àquela mulher. Terminou de arrumar seu cabelo, ainda ocupado em praguejar contra a organização do universo, e largou o pote de gel sobre a cômoda. Era um garoto excepcionalmente vaidoso, levava muito a sério àquela história de manter-se bonito. Poderia ser considerado metrossexual ou qualquer rótulo o qual pudessem impôr-lhe; os únicos a preocupá-lo eram os de valentão e atleta do ano. Dois estereótipos, três, quatro, mil. Pouco se importava.
Enfiou o caderno e os livros de Química, antes espalhados por sua cama, dentro da mochila. Sim, passara a última hora a estudar as letras minúsculas com atenção, em busca de algo o qual pudesse salvar a nota daquele projeto. Sabia como Gabe era um prodígio em escrita, qualquer um com um par de olhos poderia comprovar o amor do professor de Inglês e Literatura pela pequena menina. Isso o enfurecia, quem aquele velho depravado pensava ser? Jogou a mochila por sobre o ombro, vestido na jaqueta de couro impecavelmente alinhada. Enquanto a temporada de jogos de futebol americano não começasse, os atletas não tinham direito de usar as jaquetas do time. Thomas fez uma nota mental sobre precisar preparar-se para os testes do time, na semana seguinte. Era óbvia a sua boa colocação na equipe, as provas eram mera formalidade do treinador. Sentia falta do tecido macio com o grande dez estampado nas costas; era como seu escudo. Aquele couro dava um aspecto sombrio ao loiro, quase como se ele realmente fosse um valentão e pudesse espancar qualquer um na rua. Sim, seu histórico de brigas era extenso - e muitas vezes, cruel -, porém só levava as coisas àquele ponto quando realmente necessário. Analisou-se mais uma vez no espelho: seu 1,85 m mostrava músculos bem desenvolvidos, e um rosto maravilhoso. Um tradicional sorriso de canto passava por seus lábios, e um brilho malicioso tomava lugar em seus olhos azuis. Um misto de desprezo, maldade e sex appeal cintilava no ar ao seu redor. Não diferente de qualquer dia nos últimos dezessete anos e onze meses de sua vida.
Desceu as escadas sem pressa, sem olhar duas vezes para a porta do escritório do pai. Já fazia muito desde a última vez na qual Michael Weaver preocupara-se com as idas e vindas do filho adotivo. A madrasta sequer estava em casa, provavelmente ocupava-se com ioga, bronzeamento artificial ou qualquer porra assim. Realmente, ela ficava maravilhosa com aquele tom de laranja na pele. Deixou para trás sua confortável sala de estar, e o sol do meio da tarde atingiu seus olhos de súbito. O apartamento das Lawson estava lá, como sempre estivera. A diferença era como o loiro se sentia à respeito de quem morava lá. Atravessou a avenida, com uma confiança recém-despertada em seu peito. Adentrou a portaria, e cumprimentou o senhor de idade sentade no balcão de informações. Tomou o primeiro elevador, e mais uma vez, distraiu-se da subida com seu reflexo no espelho. Odiava espaços apertados como aquele; era outro de seus segredos, a maldita claustrofobia. Sapateou no lugar, cada segundo era uma tortura. Até nisso Gabrielle conseguia irritá-lo. Não poderia ter escolhido um prédio com menos andares? Os números vermelhos no mostrador sobre a porta subiam lentamente, quase como se zombassem da face angustiada do menino. Por fim, um estalo soou pelo elevador, e as portas abriram-se. Saiu, uma ponta de alívio quebrando a fachada apática de seu rosto. Recompôs-se, e cruzou o corredor a passos largos. Era um edifíciozinho luxuoso, aquele. Encontrou a porta do apartamento dela, e tocou a campainha.
Tocou, tocou e tocou. Que diabos ela fazia para não atendê-lo? Estava prestes a esmurrar a porta de madeira, quando a garota atendeu-lhe de supetão. Os olhos azuis do menino imediatamente foram atraídos para os seios dela, apertados dentro de uma blusa. Jesus Cristo, ela tinha alguma noção dos efeitos os quais causava no corpo dele? A calça jeans do menino era um tanto justa, como todas as quais possuía, e não favorecia em nada sua situação. Claro, porque ter ereções na frente de uma garota a qual lhe odeia é sempre uma reação bem-vinda no corpo masculino. Aquela visão arrancou quaisquer palavras de sua boca, só pode assentir para ela com a cabeça ao ouvir a pergunta. Entrou na casa dela, um ambiente perfumado e organizado, cheio de detalhes femininos. Eram completos opostos, aqueles dois. Enquanto a casa dele era esterilizada, branca, sem afeto algum; a dela era como uma toca de hobbits, lindamente decorada. Revirou os olhos para o tapete, e largou-se no sofá. Deixou a mochila ao lado de seu corpo, como uma barreira entre ele e o corpo de Gabe. Não precisava de nenhum toque físico, a situação dentro de suas calças já era preocupante o suficiente, muito obrigado. Observou-a puxar um livro da mesa, e enfiar o nariz nele como sempre fizera desde quando criança. Gostava de fitá-la naqueles momentos, apreciar como os olhos avelã da menina corriam pelas páginas. Perdeu alguns segundos a admirá-la, como uma mecha do cabelo caía-lhe pelo rosto. Então, percebeu o quanto idiota deveria parecer naquele momento, e tratou de pegar um livro de sua mochila. As palavras pareciam morrer na ponta de sua língua, e logo suas íris encaravam sem expressão o texto nas páginas. Mas não era como se ali, no meio das fórmulas e teorias, estivesse escrita a solução de seus próprios problemas.
Deixava os olhos fitados no livro de Química, cheio de fórmulas e palavras enormes que confundiam sua cabeça naquele momento. Ninguém poderia dizer que Gabe não era inteligente, todos a admiravam, mesmo que secretamente, sua fácil compreensão daqueles conteúdos que assustavam muitos alunos. Entretanto, era Gabe quem estava completamente perdida no meio daqueles livros. Um momento pelo qual nunca imaginou-se vivenciar. O motivo era o silêncio de Weaver, sentado três metros longe de si. Sua mochila foi colocada entre ambos, como uma barreira anti-contato. O que Lawson realmente queria era pegar tal objeto e jogá-la contra a parede, e pular nos braços de Thomas. Claro que evitou qualquer segundos de pura coragem e ousadia, permanecendo quieta em seu lugar. Seus olhos mexiam incontáveis vezes para o lado, observando o garoto. Ele não só fitava os olhos igualmente a morena, como também parecia pensar em coisas distintas, coisas que não tinha nada a ver com Química. Aquilo estava acabando com o psicológico de Gabe e nem lembrara-se quem dos dois inúteis deu a ideia de continuar aquele maldito trabalho em sua casa. Ela poderia muito bem começa-lo e depois entregar para que Thomas continuasse, sem precisar estar passando por este incômodo momento.
Respirou fundo, lançando suas costas contra o estofado do sofá. Encarou o rapaz esperando dar de encontro com aqueles belos olhos azulados, porém nada houve. Era difícil para Gabe viver aquilo, já que sabia o quão dura tinha sido com as palavras na última aula de Química em que teve com o rapaz. Foi por pura pressão, se ele não tivesse provocado-a tanto, nada disso teria acontecido. E também, ela nem sabia se era mesmo por isso o motivo do seu silênico; Thomas é tão misterioso que você enlouquece tentando pensar no que ele fará a seguir. Porém, Gabe se importava demais com as pessoas, e mesmo Weaver sendo.. Weaver, ele continuava sendo uma pessoa, e infelizmente, Gabe se importava com o loiro Sua garganta coçava, devido a força que fazia para impedir que as palavras saíssem. Levantou mais uma vez, jogando o livro contra a mesa de centro e seguiu até a cozinha. Encheu um copo de água e bebeu-o rapidamente, quase afogando-se. Largou aquele recipiente de vidro novamente onde havia pegado, e voltou ao seu assento. Desta vez, porém, sentou-se, de frente para o loiro, em cima de uma das pernas e colocou uma almofada, para cobrir qualquer visão que Thomas pudesse ter de sua calcinha. Encarou-o e encarou-o até que seus olhos deram de encontro com os deles. Não podia evitar o frio na barriga, o arrepio na nuca, a tremedeira nas pernas que aqueles olhos misteriosos lhe causavam; sigilosamente, algumas vezes, Gabe amava aquelas sensações.
Esqueceu, por míseros minutos, todo o passado, todas as coisas que já haviam acontecido com ambos. Esqueceu todo o sofrimento que Thomas lhe causou, tornando-a seu rascunho de piadas; esqueceu a forma como havia lhe tratado naquela manhã. Deixou sua mente limpa e agiu como se fosse uma prima de Thomas ou alguma pessoa próxima à ele. Não queria viver naquela guerra com o loiro o tempo inteiro, sério, cansava. E era entediante ter de sempre se sobressair diante de suas provocações. Convenhamos, Gabe não era a pessoa mais competente para este cargo. - Por que esse silêncio todo, Thomas? - soltou, percebendo que havia fracassado em evitar os segundos de audácia. Não sabia se viria uma resposta alegre, sarcástica, rude ou gentil.. Mas em seu interior, sabia que havia feito a coisa certa; pelo menos havia tentado. - Você nunca fica quieto por tanto tempo, sempre tem uma piada na ponta da língua. O que foi? Perdeu a prática? - soltou um riso alegre tentando desmanchar a braveza do loiro, percebendo não ter muito êxito. Nem sabia direito o por quê de estar fazendo isso, afinal ele era Thomas Weaver, o mesmo babaca que conhecia sua vida inteira. Talvez seja por esse mesmo motivo, por ele ser Thomas Weaver, que tanta audácia havia surgido em seu peito. Às vezes é bom arriscar.. 
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gabrielle-lawson · 10 years
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You make me feel | @Weason
O espelho refletia uma imagem de si própria nada agradável. Justo naquele momento, cerca de duas acnes apareceram em seu rosto e seu cabelo parecia aço de lavar louça. Não estava em um dia aproveitoso. No começo daquela manhã, havia escorregado no corredor e sua bunda ainda doía com o impacto que teve com o chão. Respirou fundo e foi à procura de suas maquiagens. Aquelas acnes eram deprimentes, mas nada que uma boa maquiagem disfarçasse-as aos olhos dos outros. Prendeu seu cabelo e um rabo-de-cavalo alto e suspirou. Estava ansiosa e um tanto quanto nervosa. Thomas iria até sua casa para darem prosseguimento ao trabalho de Química, e ela precisava mostrar-se bela e atraente. Estariam os dois à sós, e não pretendia que algo acontecesse entre ambos, só queria ver o garoto perder o foco no decote exagerado de sua blusa. Não se importava em exibir-se dessa maneira, até fazia um bem para o seu ego. Escovou os dentes para finalizar a sua produção e desceu as escadas rumo à sala. Sentou-se no sofá, encarando a mesa de centro cheia de livros, cadernos e folhas. Esperou ansiosamente, irritando-se com o tique-taque incessante do relógio no alto da parede. Se sentia uma completa idiota quando percebia o quanto seu coração pulsava rapidamente. Tinha um balançar furioso de sua perna cruzada uma sobre a outra.
Suspirou pela milésima vez, seguindo para a cozinha limpar a garganta com um gole de água. Odiava qualquer tipo de sensação que Thomas fazia-a sentir. Ela desprezava, sentindo vontade de arrancar esses sentimentos de dentro de si. No passado era mais "aceitável" o modo como agia próximo ao moreno, mas hoje em dia era algo impensável. Não queria sentir aquilo; preferia ter ódio do garoto ao sentir-se pressionada pelo mesmo. Desde quando Gabrielle Lawson fica nervosa na presença de Thomas Weaver? Desde quando sua existência importa alguma coisa para a morena? Quem a conhece poderia responder tais perguntas com "sempre", mas não. Gabe sentia-se indisposta a deixar afeições por Tom despertarem - ou, simplesmente, voltarem a tona. Nem que para isso fosse necessário fugir para bem longe dele. Sentir aquele turbilhão de sentimentos lhe reviravam o estômago. Estava mais do que na hora de cessar essas coisas. Sentiu um tremor violento invadindo suas pernas e, por um momento, achou que iria de encontro ao chão. O soar repetitivo da campainha fez Gabe afogar-se com a água a qual bebia. Ajeitou pela última vez a sua roupa, certificando-se que seus peitos estavam bem à mostra. Seguiu rumo a porta, parou em frente e suspirou mais uma vez. Sentia seu corpo em uma pressão de outro mundo; estava nervosa e não havia como negar isso, Thomas logo perceberia se não tomasse alguma atitude. 
Ao abrir a porta, deu-se de encontro com o moreno de olhos azuis. Sua feição era desprezível, dando a entender a mínima vontade de estar ali. Não se importou, estufou o peito e encheu-se de confiança. Nem que ele não reparasse em seus peitos, faria daquela uma tarde tranquila. Se precisavam ficar até o fim do ano como colegas de Química, tudo bem, não havia problema nisso para Gabe. Trataria Thomas como trataria qualquer outro colega de aula - com indiferença. Era só questão de terminarem o maldito projeto. Deu espaço para que o moreno adentrasse em sua casa, e logo fechou a porta. Era inegável como o cheiro de seu perfume deixado no ar ao passar por Gabe, fazia suas pernas tremerem ainda mais. Em sua cabeça, passavam-se imagens dos dois aos beijos. Fez questão de expulsar o mais rápido possível, qualquer fantasia que tivesse com ele, para bem longe de sua mente. Deixou de fazer isso há muito tempo e não queria que retornasse para seus pensamentos. Mesmo não tendo mais controle sobre o seu corpo, sentindo suas pernas tremer e seus estômago revirar, pelo menos poderia controlar sua mente, ocupando-a com outras coisas que não sejam os dois dando um belo amasso. Deu uma voltinha no lugar, virando-se de frente para Tom. Encarou-o, dando-lhe um sorriso morno e seguindo em sua direção sentando-se no sofá para darem início ao trabalho.
Gabe se importava apenas com o trabalho. Sabia que quanto antes terminassem aquela merda, ele logo sairia dali. - Vamos começar então? - quebrou o silêncio que rodava os dois, tentando deixar uma simpatia tomar conta do clima. Lembrou-se o quanto pegou pesado com o garoto na última aula de Química, e até estava surpresa por ele estar ali. Queria pedir desculpas, queria mesmo, mas isso a mostraria fraca e como conhecia muito bem o garoto, com certeza, pouco tempo depois, isso daria impulso para que novas piadas acontecessem. E, definitivamente, não queria isso. Estava farta de passar a vida inteira sendo rascunho de piadas do moreno, estava muito melhor agora e faria com que as coisas fossem melhores - mesmo que só para o lado dela. Desistiu do pedido de desculpas e concentrou-se no trabalho. Pegou um dos livros em cima da mesa e começou a lê-lo. O silêncio de Thomas era mortífero. Sempre foi assim. Odiava todas as merdas que ele falava, ainda mais quando eram a seu respeito; mas seu silêncio parecia ter o dobro de força sobre ela. Porém, mesmo diante disso, focou-se no trabalho e esperou que ele tomasse um dos livros, mas demorou a fazer, começando a irritá-la. E Gabe não queria, logo agora, com cinco minutos desde que abriu a porta, começar a discutir com o garoto. Entretanto, se estivessem discutindo, pelo menos estariam falando um com o outro..
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gabrielle-lawson · 11 years
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Os olhos cor de avelã da garota encaravam-no com uma prepotência, um falso sentimento de superioridade. Naquele momento, achava-a mais atraente que nunca antes. E mais irritante, também. Ela extrapolara qualquer limite, visível ou invisível, imposto na relação deles. Thomas estava no comando daquele jogo, estivera desde o momento no qual ela decidira jogar com ele. Mais que um simples jogo de conquista, era uma disputa por poder, uma vingança de ambos os lados - da parte do garoto, por nunca a ter tido como queria; e da parte da garota, por ter passado um inferno nas mãos do outro. Enquanto dependesse dele, ela seria obrigada a aguentar muito mais. Um sentimento novo despertava no peito do menino, como uma fera tentando soltar-se da coleira. Uma mistura de desprezo, ódio e vontade de beijá-la ali mesmo. Sentia nojo de si mesmo por tais pensamentos, era ridículo. Ele, um Weaver, atrás de uma garota? Isso, certamente, era uma novidade. Não entendia porque ela atraía-lha como um ímã, uma força gravitacional a qual determinava sua órbita. Pegava-se pensando nela em momentos inapropriados. Deveria, há muito, ter desistido de qualquer intenção sua com a menina. Ela já deixara claro que não queria, então por que ele continuava insistindo?
A resposta era muito simples. Thomas não aceitava um não, muito menos da coitadinha filha da amiga de sua mãe. Era seu prêmio, seu troféu, e ele a teria de qualquer maneira. Jamais cruzara por sua cabeça fazer algo a força, mas não precisava realmente daquilo. Gabrielle acabaria rendendo-se mais cedo ou mais tarde. Erguendo uma bandeira branca, entregando os pontos e as cartas. Ansiava por aquilo, mas admirava a força de vontade da garota. Nenhuma, absolutamente nenhuma, das que cruzaram o caminho do moreno até aquele dia haviam resistido aos encantos dele. Ela não seria a primeira. Não Gabe, não aquela maldita menininha a qual conhecera ainda no primário. Tornou a olhar para ela com seus olhos azuis, a mão ainda acariciando ameaçadoramente o pulso dela. A tensão no ar era quase palpável, como uma parede sólida de vidro. A outra parecia tão desconfortável ali, e aquela sensação dava-lhe um prazer indescritível. Ela era sua submissa, ainda que por alguns segundos, estava entregue à Tom. Pensou quanto mais faltava para empurrá-la ao próprio limite, causar reações explosivas no corpo e na mente dela.
Revirou os olhos ao ouvir a tréplica da morena. Era um blefe descarado, uma mentira aberta. Gabe temia-o, e o erro dela fora deixá-lo saber disso. E, é claro, mentir sobre. O costumeiro sorriso de prepotência voltou aos lábios do garoto, o qual já endireitava-se em sua pose de cachorro. A arrogância tomava, mais uma vez, seu semblante. Ele era Thomas, afinal, indestrutível e invencível em seu trono de ouro. Desfez-se do toque dela, e cruzou os braços, confortavelmente acomodado em sua cadeira. A professora, mais uma vez, rondava pela sala, as curvas do corpo mal escondidas dentro da roupa. Deixou seus olhos acompanharem o rebolado da ex-amante por alguns segundos, até começar a articular as palavras lentamente, ainda com o olhar fixo nas formas arredondadas da outra - Pare de ser estúpida, garota. Você tem medo até da própria sombra, quem dirá de mim - riu, o desprezo evaporando de cada poro de seu ser - Vou ignorar o que você falou sobre a minha família, porque eu sou um cara muito legal e também sei que isso vai ficar entre nós - complementou, tamborilando com os dedos na classe - Você me diverte, Gabrielle - admitiu, risonho - Mas deveria baixar a bola, já que vamos passar o resto do ano juntos. Ninguém sabe o que pode acontecer, não é mesmo? - concluiu. Fora estúpido, um bastardo completo e desprezível. E adorava a porra daquela sensação.
Decidiu que, se iriam jogar aquela partida suicida de xadrez humano, Thomas venceria. Sempre vencia. Era um ganhador nato, e Gabrielle seria apenas mais uma de suas conquistas. Usaria ela como fizera com tantas outras garotas antes, mas teria um prazer sádico especial em fazer aquilo. Ela parecia querer mudá-lo, querer tocar o coração dele. Mal sabia a pobrezinha onde estava se metendo. O único amor do moreno ainda era seu reflexo no espelho, e isso não mudaria por nada. Gabe precisava descobrir isso por conta própria, e Tom não se importava em nada se precisasse destruir os sentimentos dela para isso. A garota tocara em um território sagrado de sua personalidade, e como sempre, ele revidaria com uma dor dez vezes maior. Agora, era uma questão de manter sua própria honra, torturando-a lentamente, dia após dia. Pensava, até mesmo, em espalhar boatos sobre os dois por aí. Boatos os quais tornariam-se realidade. Não decidira como o faria, mas sabia de uma coisa: a pequenina Lawson sofreria em suas mãos como nunca ninguém antes. Era sua nova meta para o último ano escolar. Além, é claro, de manter-se no topo da hierarquia social da Foxcroft Institute.
O desprezo na risada de Thomas irritava a pobre Gabe. O jeito como ele se pronunciava diante dela, mostrando ser superior, mostrando ter o poder em suas mãos, a tormentava, a fazia sair de seu casulo e tentar provar o contrário. Claro, não era uma tarefa fácil e nem ela mesma sabia qual o desfecho de tal fato. Mas estava disposta a ir até o fim - mesmo temendo. Não iria deixar que Thomas ganhasse novamente, não depois de ter perdido tanto. Poderia até sair perdendo, o que realmente estava acontecendo; o que Gabe realmente queria era deixar marcas em seu adversário nesse jogo. Queria fazê-lo ter lembranças daqueles momentos com ela, queria que aquilo lhe incomodasse. Gabe não queria uma vitória, só queria ter o gosto de ver Thomas sofrendo por lembrar-se dela. Queria ser um peso em sua consciência, como uma lembrança ruim que insiste em voltar. Não sabia como iria proceder com tal desejo, mas iria conseguir. Estava realmente pronta para isso.
Mas enquanto não tinha efeito algum sobre ele, Gabe era quem sofria. Thomas tinha uma facilidade em atingi-lá que até parecia brincadeira. E em meio à tudo isso, incluindo seus desejos, tentava achar uma força de ser imune ao garoto. E isso, ela realmente não tinha noção alguma de como iria ser capaz de realizar. Em certo momento, Gabe se via sem saída, querendo entregar-se completamente à ele. Acabar de uma vez por todas com essas provocações, aguçar ainda mais seu ego entregando-lhe a vitória sem um mero esforço. Contudo, era exatamente nesses momentos que a garota se lembrava do quanto já havia sofrido nas mãos de Thomas. E isso fazia com que ela o provocasse, mesmo não sendo uma boa escolha. Ninguém sabia qual seria o próximo passo de Thomas nessa aposta de quem será o vitorioso, Gabe nem imaginava qual seria a carta escondida que Thomas tinha sobre as mangas. Por isso tinha medo de arriscar. Mas não poderia viver com medo. Se não arriscasse, ela nunca desvendará o mistério na carta secreta dele.
Ouvia silenciosamente cada palavra que Thomas proferia. Segurou-se até o seu limite para não avançar no garoto e lhe enfiar a mão na cara. Estava em seu limite e Thomas apenas a provocava mais, levando-a além de seu próprio limite. Manteve-se quieta por o tempo máximo que pode, aquilo estava lhe cansando. Estava farta de todas aquelas provocações que, no entanto, não estavam levando ambos à lugar algum. Poderia ficar calada em seu canto, esperando o término da aula e se livrar do garoto pelo resto do dia. Mas, não. Como iria conviver com o fato de ter deixado o garoto sair totalmente impune dessa? O que iria imaginar sabendo que estava obedecendo seus pedidos de deixa-lo ganhar? Não poderia, iria contra seus princípios nesse jogo. - Você é engraçado, Tommy. - fez quentão de dar uma pequena ênfase no novo cognome que havia arrumado para o garoto. Não que fosse algo novo, todos sabiam a raiva que ele sentia por tal apelido. Seria tolo Gabe não usar isto contra o moreno. - Fico imaginando se o tamanho de seu pênis é satisfatório. Já ouvi dizer por aí que você usa o sexo como desculpa, você sabe, para o tamanho do rapaz aí embaixo. - apontou com os olhos para a região discreta de Thomas, e deixou que um sorriso debochado lhe invadisse a rosto com graça. 
Não sabia de onde havia tirado coragem para lhe falar aquelas coisas. Não passava de meras mentiras, nunca ouvira aquilo de ninguém. Pelo contrário, a maioria das garotas as quais Thomas levara para cama, sempre voltavam com um elogio entre os lábios. Muitos elogios; sempre os melhores que tinham. Era até enjoativo ficar ouvindo, pura puxação de saco do garoto. E como Gabe sabia que ele usava o sexo ao seu favor, preferiu achar uma maneira de inverter tal situação. Talvez teve um bom êxito, mas não estava totalmente satisfeita. Queria muito mais. Queria fazê-lo contorcer-se diante de seus ataques. - Será que deve ser por isso que sua "mãe" traiu o seu "pai"? Você sabe que existe aquela coisa de genética, não é? Ele pode ter passado as características para você, mesmo sem querer - jogou as palavras para cima do garoto, fazendo questão de fazer aspas no ar. - Ah não.. Droga. Me desculpa. Eu esqueci que você era adotado. - deixou a ironia tomar conta de sua gargalhada, e prosseguiu cochichando ao ouvido do garoto: - Se compararmos, será que podemos notar a diferença? - pensou um pouco, deixando transparecer toda a maldade que podia. Deixou a mostra novamente aquele seu sorriso sacana e sabia que, dessa vez, havia pegado pesado. Mas não se importava, a sensação era ótima. Contanto que estivesse satisfeita, era meio caminho andado rumo à vitória. 
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#er
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gabrielle-lawson · 11 years
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O sorriso de vitória no rosto de Thomas desapareceu tão rápido quanto havia ali surgido. Juntamente com a cor de suas bochechas e qualquer resquício de bom humor que ainda houvesse em seu âmago. Ao ouvir as palavras rudemente despejadas pela boca da garota, o tempo pareceu parar ao redor dos dois. Sentiu até mesmo dificuldade para respirar. Continuou com o olhar fixo ao carro, a alguns metros dali, no estacionamento. Caso se virasse para Gabrielle, faria algo tão estúpido e impensado o qual poderia colocá-lo em uma grande confusão. Não percebeu que tremia até levantar uma mão para coçar a nuca, em um gesto falsamente casual. Raiva ou mágoa, ambos disputavam espaço em uma luta injusta dentro de sua cabeça. Por um lado, queria regurgitar na garota todas ofensas as quais aprendera ao longo dos dezessete anos de sua vida. E, por outro, queria arremessar a carteira dos dois para o outro lado da sala e socar a cara de alguém até os dentes caírem. Respirou fundo algumas vezes, em uma tentativa vã de acalmar-se. Fora obrigado a frequentar um terapeuta, anos antes, durante o período de divórcio dos pais. O mesmo ensinara-o a controlar sua raiva, canalizá-la para outros fins. Imaginava a si mesmo em seu lugar feliz. Curiosamente, era uma praia. Mas não era Malibu. Era muito, muito longe dali. Desde que se entendia por gente, seu sonho era deixar Los Angeles. Recomeçar sua vida onde ninguém soubesse seu nome, onde não fosse filho de uma sub celebridade de quinta categoria.
Focou toda a sua atenção em imaginar-se naquela praia. O cheiro de maresia, a areia em seus pés, o vento em suas costas nuas. O som dos pássaros, as ondas no mar, crianças correndo. Lentamente, o choque causado pela maldade de Gabe foi embora, levando consigo qualquer empatia  da parte do garoto. Suas mãos pararam de tremer, e foi como se seu coração congelasse no mesmo instante. Era sempre do mesmo jeito. Depois da raiva, o silêncio. O gelo. A crueldade. Tentara, com algum sucesso, não demonstrar o quanto ela havia afetado-o. Certamente, fora mais do que ela pensara, e menos do que ela quisera. No planeta inteiro, apenas um assunto era capaz de levar Thomas à seu limite - sua família. Ninguém, nem mesmo a mídia, sabia sobre sua história de adoção. Era um Weaver desde seus meros seis meses de idade. Haviam, é claro, as diferenças genotípicas entre ele e seus pais. Enquanto o garoto atingia praticamente 1,85 m de altura, seus guardiões eram dotados de uma estatura baixa e roliça, quase atarracados. Os olhos deles eram azuis. Já os outros, tinham olhos castanhos. Eram poucas diferenças, e apenas um observador atento poderia notá-las. Como era o caso de Gabrielle. Alguns jornais antigos haviam comentado sobre uma possível adoção, mas todos eles haviam sido devidamente processados.
Nunca conhecera seus pais biológicos, e os adotivos desviavam do assunto de maneira polida. Quando viera o divórcio, acabara por esquecer aquela fixação em encontrar seus progenitores, mas a dúvida remanescia ali. Por que o colocaram para a adoção? Por que, afinal de contas, abandonaram-no? Era uma filha da puta de uma injustiça. Maior que ela, apenas o monte de perguntas debaixo dos cachos castanhos do cabelo do garoto. Não teve certeza se Gabrielle falava sobre a adoção, ou se era apenas sobre sua mãe adotiva agora morar em alguma ilhazinha do Caribe. Conhecia-a bem o suficiente para saber que ela, sim, sabia sobre sua adoção. Apenas seus amigos mais próximos, Samuel e Dominic, detinham o conhecimento daquele fato. E eram inteligentes para ficarem quietos sobre aquilo. Quando sentiu sua pulsação desacelerar, e a raiva, lentamente, escoar para fora de sua mente como água, pousou os olhos no semblante angelical da garota ao seu lado. Se ela queria guerra, assim teria. O jogo agora empatava, ao menos naquela partida. Mas ele sabia muito bem dançar com aquela música. Ganhara o desprezo da garota nos últimos dez anos, e não perderia agora. Um sorriso de puro nojo tomou seus lábios - Uma ótima mãe que precisou receber ajuda da ex-colega rica para não morrer de fome - comentou, como se falasse do tempo lá fora.
Assim como as verdadeiras origens de Thomas, ninguém na Foxcroft Institute sabia sobre a estrita ligação dele com a menina. Theresa Weaver ajudara a mãe de Gabrielle anos antes, quando ambos estavam com quatro ou cinco anos. A socialite poderia, no fundo, ser uma cachorra e trair o marido sem o menor remorso. Mas mostrara ter um coração ao ajudar as duas Lawson sem futuro. Agora, se havia sido por bondade ou apenas para atrair a mídia, jamais saberiam. Tessa não fazia questão de contatar novamente Lawson, ou mesmo o próprio filho. Nunca tivera uma boa relação com ela, nem com o pai. Os dois eram um tanto ausentes, por isso, manifestações de afeto não eram vistas com bons olhos dentro das portas do lar. Criara, sim, um laço com a governanta fixa da casa, Mallorie. Uma senhora de pouco mais de um metro e meio de altura, já com seus sessenta anos. Cuidara do pequeno Weaver antes mesmo que ele se entendesse como gente. Gabrielle preferia manter aquele assunto longe de seus lábios, e Thomas concordava. Era uma espécie de acordo não-verbal. Parar e conversar sobre aquilo seria como parar e conversar sobre menstruação ou qualquer assunto tão vergonhoso quanto. Não esperou para ver a reação da garota para suas palavras. Apenas continuou a disparar mais e mais ofensas, como um revólver. Sua última preocupação agora eram os sentimentos preciosos da maldita Lawson.
- Vou te dar um conselho de amigo, e coloque toda a sua maldita atenção nisso, porque não vou repetir  - anunciou, em um silvo. Seu tom de voz não passava de um sussurro, uma ameaça explícita. Colocou sua mão direita sobre o braço esquerdo dela, apoiado sobre o tampo da carteira. Não fez pressão, apenas deixou-a sentir o toque. Acariciou a pele macia dela com o polegar. Parecia um gesto amigável, mas continha uma frieza perceptível atrás da fachada calma a qual Tom agora ostentava - Se essa história sobre minha família sair daqui, eu garanto que todos em Los Angeles ficarão sabendo sobre quando você e sua mãe passaram fome. Imagine só as manchetes. "Lawson pede esmola em casa de vizinhos". Destruiria qualquer reputação em segundos - pausou a frase, um sorriso estúpido estampado no rosto - Eu tenho contatos suficientes para isso, e você sabe muito bem. E, me desculpe se eu estiver enganado, mas sua mãe tem uma certa fama aqui na cidade, não é mesmo? Seja lá qual for a profissão que ela trabalhe - pensou por alguns instantes, mas não lembrava. Poderia ser tanto enfermeira quanto cozinheira, ele não saberia. Ao contrário, lembrava apenas de ter lido o nome dela nos jornais várias vezes. Fizesse o que fizesse, era boa naquilo. Sem mover um músculo de seu braço, retomou o fio de pensamento o qual perdera antes - E não queremos que ela seja demitida por causa da filha que meteu o nariz onde não foi chamada, certo? - concluiu, ainda brincando com a mão da garota. Ela não fazia ideia do jogo no qual havia entrado. Aquela brincadeira dava para dois, sempre dera. 
Após terminar sua frase rudemente, Gabrielle já se preparava para ouvir poucas e boas vindo de Thomas. Pensava, rapidamente, em quantos palavrões alguém poderia falar. Ou até mesmo, quantas ofensas existiam. Voltou a bater incessantemente seu lápis contra a carteira e num ritmo frenético, começou a balançar sua perna. Estava nervosa, ansiosa, irritada. Uma junção de sentimentos que a judiavam constantemente. E sentindo todos aqueles sentimentos jorrando sobre sua pele, ainda esperava uma resposta de Thomas. Olhou-o sem que percebesse e avistou o garoto com o olhar perdido sobre a janela da sala de aula. Não sabia se havia o atingido como previa ou se ele estava só tramando alguma coisa contra ela. Ele poderia fazer qualquer coisa. Afinal, ele sempre fazia. Ela já estava preparada para ouvir ofensas ou até mesmo para levar um soco no olho. Podia até ser exagero, mas Thomas sempre foi muito imprevisível, surpreendendo à todos. Parou com o balançar de sua perna e passou a ficar confusa. Ele ficou calado? Sem reação? Como sempre, Thomas surpreendia. Mas Gabe não estava feliz com isso. Ao primeiro momento, pulava em seu peito um ar de liberdade, de paz e sossego. Finalmente ele a deixaria quieta, isolada em seu cantinho, prestando atenção na aula de Química. Mas, não demorou muito para que esse tipo de sentimento se esvoace. Thomas podia matar qualquer pessoa de desgosto com suas palavras, mas seu silêncio era duas vezes mais cruel.
No peito de Gabe, começara a pulsar um sentimento de culpa. De piedade. Havia atingido um ponto fraquíssimo de Thomas. Acreditava que, em todos aqueles anos, ninguém havia feito isso com ele. Talvez agora, ele se sinta como ela se sentiu a vida toda. Sem saída, encarcerada por lembranças que as pessoas sentem prazer de jogar na cara, indefesa. Talvez, ela tenha feito ele sentir aquele sentimento de angústia, aquela ânsia de fugir para longe de todos. Viver totalmente isolada, longe de contato humano. Mas ela sabia que não deveria sentir piedade dele. Ele era frio, impiedoso, grosseiro e no lugar de seu coração pulsava uma rocha, dura e oca; impedindo-o de sentir qualquer remorso ou compaixão por quem quer que fosse. Uma pessoa que não tem sentimentos, não merece piedade de ninguém. E Thomas era essa pessoa. Pelo menos de Gabe, ele não merecia. Ela já havia dado muito de sua atenção naquele início de aula, e agora mais sua piedade? Era demais! Gabe endireitou-se em sua cadeira, expulsou de sua mente qualquer tipo de sentimento referente à Thomas e concentrou-se em outra coisa. Apenas queria ficar longe de confusões, longe de tudo aquilo que vivenciava. 
A melhor maneira de distração que a garota encontrou, foi retornar seus rabisco na contra-capa de seu caderno. Pensava em músicas - aquelas que passou horas escutando - e rabiscava trechos e mais trechos. Desenhava um coração aqui, uma carinha feliz ali e até mesmo praticava tentativas falhas de desenhar algum tipo de animal. Tudo para se livrar daquele mal-estar que Thomas à causava. Ou melhor, o silêncio do garoto. Ela poderia muito bem puxar o garoto pelo braço, levá-lo para o corredor e dar-lhe uma bronca ou até mesmo uma lição de moral, mas não adiantaria de nada. Ele menosprezaria e esqueceria num estalar de dedos. Ou ela poderia simplesmente jogar-lhe uma cadeira. Ou até mesmo poderia tentar acerta-lhe um soco no nariz. Nada disso adiantaria, ela sabia. Mas imaginar o sucesso de alguma dessas atitudes, era gratificante. Repousou suas costas no encosto da cadeira novamente e avistou a srta. Lewis dando sua aula. Era uma moça bonita, inteligente. Porém, vadia. O que reduzia sua inteligência. Mas, em uma escola onde a maioria das garotas eram assim, isso não tinha muita importância. Até Claire era assim. Uma garota bonita e inteligente, com o futuro colocado em suas próprias mãos. Mas era inocente demais. Foi só aparecer um garoto aparentemente bacana, porém, um tremendo filho da puta, que qualquer consideração de ter um futuro promissor, descia pelo ralo. No meio de toda aquela confusão, Gabe também associava o pensamento em encontrar alguma maneira de ajudar a amiga.
Todavia, a voz de Thomas percorreu seu corpo. Depois de uma longa e atormentadora espera por uma resposta, assim veio. Claro, nada muito agradável nem amigável, mas ali estava o que Gabe queria - uma resposta. Fosse ela engraçada, grosseira ou afetuosa. Sentiu o toque da pele macia de Thomas sobre seu braço e arrepiou-se. Tentou controlar-se para que o garoto não percebesse o que a causava. Logo depois, sentiu uma leve carícia sobre seu fino braço. Seu coração prontamente pôs-se a pulsar tão forte, que lhe causava dores. Sentia seu corpo entrando em uma luta, tentando evitar todas as sensações que Thomas à causava. Estava soando frio. Sua boca já secara e estava imóvel. Tentou lembrar-se de tudo o que já havia pensado sobre ele, mas não conseguia. Era mais forte que ela, Gabe não aguentaria tanto tempo. Explodiria de aflição se tudo aquilo permanecesse. Limpou a garganta percebendo que o garoto já terminava sua sequência de ameaças e tentou pensar em algo para respondê-lo. Estava pronta parar jogar branco, pedir uma folga, pedir arrego. Mas, ao mesmo tempo, não queria dar esse gosto à ele. - Saiba que deixei de ter medo de você há muito tempo, Weaver. Suas ameaças não me assustam mais. - soltou, sabe-se lá de onde tirando forças para deixar sua voz sair. Sentia suas pernas tremendo e sabia que se  levantasse, cairia dura no chão. Finalmente, virou seu rosto para o dele e encarou aqueles olhos azuis. - Você também não vai querer que todos descubram que Thomas Weaver é adotado. Não é mesmo? - articulou, sentindo que iria ter uma ataque cardíaco ali mesmo, na frente do garoto. Suas palavras foram duras e diretas, mas no fundo de seu peito, Gabrielle estava amedrontada. Morria de medo de Thomas e do que ele fosse capaz de fazer. E sabia que estava se arriscando demais. Gabe estava cavando a própria cova, e o pior de tudo, a garota tinha consciência disso. 
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gabrielle-lawson · 11 years
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Apesar de Gabrielle mal ter um metro e sessenta de altura, sua personalidade impetuosa fazia-a parecer maior. Secretamente, Thomas admirava aquilo na garota. E claro, sentia mais vontade ainda de provocá-la, empurrá-la ao próprio limite. Em momento algum queria fazê-la odiá-lo. Fazia aquilo apenas pela diversão, e por querer algumas visões bastante agradáveis da menina apenas em suas roupas íntimas. Era uma questão de tempo, ele sabia. Ninguém seria capaz de resistir ao seu sex appeal, muito menos uma isolada socialmente a qual nunca havia visto uma cueca em sua vida. O problema era o quão longe Gabe estava disposta a ir em sua teimosia. Ambos previam - se não esperam - o momento no qual ela estaria em sua cama, totalmente submissa ao seus próprios desejos. Não se orgulhava por ter aquele tipo de pensamento, mas também não estava com a menor vontade de mudar. Ser um babaca estava em sua natureza, praticamente escrito em seu DNA. Impossível encontrar uma pessoa naquela escola a qual não lhe dissesse exatamente isso. Tom não prestava, mas todo mundo gostava. Então não havia muito sentido em tentar ser alguém que não era. Desde o primário, era idolatrado por todos. Tinha seu séquito pessoal de fãs e tietes. Seu ego mal cabia dentro de si, não havia um pingo de insegurança naquele corpo de um metro e oitenta e cinco. Sabia de suas capacidades mentais e físicas. Resolvia contas de matemática em segundos sem hesitar, corria um campo de futebol americano sem perder um fôlego. Feitos admiráveis que tornavam o garoto em um projeto de perfeição. Quem via-no pelos corredores, chamando atenção para si, jamais diria a história da adoção do menino.
Voltou a prestar atenção no chamativo rebolado de Amber. Aquela era uma mulher gostosa, mas suas atitudes eram insuportáveis como o inferno. Ficara surpreso ao sair da recuperação e não acabar com ela atirada aos seus pés, chorosa. Sentira-se aliviado por não ter dado de cara com uma grudenta. Haviam várias daquelas à sua procura. Tanto por causa do dinheiro de sua família, quanto por seus próprios méritos. Não era um garotinho inexperiente na cama. Poderia ser capaz de colocar qualquer mulher de joelhos e fazê-la implorar por mais. Uma cena antiga para ele. Perdera a virgindade com uma garota de universidade, aos catorze anos. Certamente, não nutria nenhum arrependimento por aquele feito. Virara uma espécie de herói entre seus amigos, e desde então, sua reputação apenas melhorara. Faria Gabrielle feliz, ao menos por algumas horas. Mas sabia o que aconteceria depois: um vazio. Jamais seria capaz de dar o tipo de relação a qual ela queria, ou melhor, merecia. Provavelmente, a garota deveria encontrar algum imbecil o qual vivesse com a cara enfiada nos livros. Com alergia à poeira e coisas do tipo. Não alguém sem coração como Thomas. Porque era isso a verdade a seu respeito. Em seu peito não batia um coração, em seu âmago não havia uma alma. Sem sentimentos, sem dor. Era muito mais fácil, porém, também era solitário. Não poderia dizer que não gostaria de ter uma companheira, alguém para abraçar e proteger. Quase como a Felícia, do antigo desenho Pinky e Cérebro. Abraçar, amar, nunca mais largar.
Afastou aqueles estúpidos pensamentos de sua mente, a qual andava mais hiperativa que nunca. Ponderou por alguns segundos sobre a frase pronunciada pelos lábios de Gabe, e então replicou - Pois então faça. A fixação daqueles idiotas por mim apenas aumentaria, seria um favor que você me faria - indicou alguns membros do time de futebol americano, sentados a algumas mesas de distância, com um aceno da cabeça. Desviou novamente a atenção da menina. Odiava ficar parado. Ansiava pelo dia em que o time voltaria à ativa. Os testes seriam na quinta-feira, e ainda estavam em plena segunda. Queria correr, afastar-se naquela garota. Ela era como sua droga, seu vício mais secreto e particular. Jamais esqueceria do modo como a observara ir para a casa todos os dias quando ambos estavam com sete anos. Enfiara aquelas memórias no lugar mais inalcançável de seu cérebro, mas não podia impedi-las de saltarem para fora. O perfume doce de Gabrielle invadia suas narinas e o deixava tonto. A pontada de dor em sua cabeça apenas aumentava, e precisava desesperadamente sair dali. Para seu azar, a aula mal começara, e ainda precisaria passar pelo menos mais uma hora na companhia daquele desastre com uma vagina entre as pernas. Isso se não fossem colegas na próxima aula também, o que, considerando sua maldita sorte naquele ano, era bem possível. Suspirou entre os dentes, irritado, então voltou-se para sua parceira - E aí, Madre Teresa, o que fez neste verão? Abriu as pernas para os pobres, como caridade? Ah, não, eu esqueci. Quem precisa de caridade são você e a sua mãe, né? - perguntou, o desprezo saliente em sua voz.
Mesmo não querendo admitir, Gabe sabia que Thomas era diferente dos outros garotos. Ele poderia se rude e grosso na maior parte do tempo, ele pode até sentir somente amor próprio. Mesmo assim, Thomas tinha algo de diferente. Todos sabiam que não existia beleza alguma comparada à beleza do garoto, inclusive Gabe. A escola poderia ser cheia de filhinhos-de-papai que arrumam o cabelo, exageradamente, com gel e que usam perfume importado. Mas existem esses tipos de garotos e existe Thomas. Gabe não queria aumentar o ego do garoto, o que poderia explodir, de tão grande que já é. Mas ela admitia, mesmo que somente para si, que ele tinha algo de especial. Talvez sua inteligência, já que nenhum outro garoto consegue ser atraente e inteligente ao mesmo tempo. Ou poderia ser a sua capacidade física, que pode surpreender desde o treinador do time de futebol, até o padre da igreja budista. Sim, ele realmente era diferente dos demais. E ele fazia Gabe sentir estranhas sensações. Desde prazer, até um altíssimo nível de atração. Mas em momento algum, Gabe pensou em dividir tais pensamentos com alguém. Nem com Claire, sua melhor amiga. Preferia manter para si mesma, assim, teria certeza de que ninguém no mundo saberia. Ficava tranquila e longe, bem longe das piadinhas de Thomas. 
Thomas também fazia Gabe sentir vontade de descobrir o que todos sabem, praticamente, de cor: Sexo. Sim, a pequena e inocente Gabrielle sente desejo sexual por Thomas. Mas como uma boa puritana, Gabe mantinhas sua pernas bem fechadas e longe de qualquer toque excêntrico de Thomas. Ela sabia que, se ele pudesse, ele faria. Qualquer cidadão sabe que o garoto não tem coração, muito menos uma alma dentro de si. Thomas vive por garotas. Não que seja totalmente dependentes delas, ele as usá. Quando quer, quando deseja. E o melhor, com quem quiser. E isso irritava Gabe. Como que alguém pode se jogar aos pés dele? Se ele fosse considerado um rei divino, aí tudo bem. Mas ele é apenas um garoto atraente, com carro bonito e um corpo atlético. Nada demais. Encontra-se muitos assim por aí, e com um ego bem menor. Afinal, Gabe só queria ficar longe de suas garras predadoras, pronta para arrancar-lhe qualquer pingo de inocência que exista em si. 
Enquanto tinha vários pensamentos sobre a atração excessiva que sentia por ele, percebeu que ele havia falado algo, mas apenas entendeu as últimas palavras. Ficou na dúvida de pedir educadamente para o garoto repetir, mas não demorou muito para ouvir novamente sua voz. Gabe batia incessantemente a ponta de seu lápis contra a carteira, e parou repentinamente quando Thomas disse suas últimas palavras. Qualquer tipo de pensamento positivo que ela já havia pensado sobre o garoto, acabara por ir para o fundo mais frio de sua mente. Gabe odiava quando, qualquer pessoa, falasse na ajuda que receberam dos Weaver. Não que ela se envergonhasse, quer dizer, um pouco. Quando se é ridicularizada, como foi, por simplesmente ter passado momentos difíceis em sua vida, incomoda quando o assunto volta à tona. Foi uma graça divina a ajuda que ela e sua mãe receberam dos Weaver, mas por conta disso, Gabe já sofrera muito. E ser ainda mais maltratada por aquele assunto, à chateava demais. 
Gabe encarou-o com fogos nos olhos. Não sabia o que falar. Apenas o encarava tentando achar um explicação para alguém ser tão sujo. Sujo no sentido de não medir as palavras, não se importar nem um pouco com o sentimento dos outros. Olhou, de canto, o relógio posicionado em cima do quadro negro. Era apenas o começo da aula e aquilo já estava irritante. - Pelo menos, eu recebo amor dentro de casa, vindo da minha mãe. Aliás, pelo menos eu tenho uma mãe. Uma ótima mãe! - bufou, querendo avançar no garoto. Dessa vez, quem não mediu as palavras foram Gabe. Sabia que nada afetava Thomas, a não ser o fato de ser adotado. Ele pode nunca ter falado pra ninguém, mas todos percebem a grande diferença entre ele e o resto da família. Recompusera-se, tentando prestar atenção em qualquer coisa, só não queria ouvir mais a voz de Thomas, não queria mais estar tão próximo dele. Não queria mais ser parceira dele. Não queria mais nada daquilo. Só queria que ele parasse de ser tão imbecil!
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gabrielle-lawson · 11 years
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A vã tentativa de provocação de Gabrielle não passou despercebida à Thomas. Sua primeira reação foi abafar uma gargalhada para não ser repreendido pela srta. Lewis novamente. Em sua mente, comparava as palavras da menina com um mosquito a picar um elefante. Inútil e desnecessário, mas ainda assim bastante engraçado de observar. Sem responder, virou-se para trás e fez um sinal para um colega agora sentado na cadeira antes ocupada pelo moreno. O garoto logo entendeu e arremessou-lhe a mochila pelo chão do corredor. Abaixou-se para pegá-la, mas logo deu de cara com um par de sapatos de salto pretos. Ergueu os olhos e aprumou-se na cadeira. Contemplou a estonteante visão da professora em um vestido obscenamente pornográfico. Os hormônios já desenfreados de Thomas animaram-se mais uma vez ao lembrar das aulas particulares do ano anterior. Não demorara muito para conquistar aquela jovem loira a qual parecia contente em dar aulas de Química. A mesa daquela mesma sala na qual agora encontravam-se jamais teria o mesmos significado para o garoto. Adoraria, inclusive, repetir a experiência de ver aquela maldita peça justa amarrotada no chão, junto à sua própria jaqueta de couro. Infelizmente, sua recuperação por faltas logo terminara, e não tivera mais aquele tipo de contato com Amber. Isso, é claro, não o impedia de provocá-la nas aulas. Quando notou os olhos verdes no rosto angelical da mestra, sorriu de canto. Ela apenas revirou-lhe o olhar e virou as costas. Torceu para Gabe, sentada ao seu lado, não notar o constrangedor volume acumulado entre suas pernas.
Lembrou, então, de não ter respondido a estupida réplica da garota. Voltou-se para ela com sua maior expressão de sacana e mordeu os lábios antes de sussurrar em sua direção - Vão muito bem, obrigado. Acho que estão até melhores que as suas. A menos que você tenha dormido com a professora também - concluiu com um sorriso falsamente animado. A simples presença de Gabrielle revirara seu estômago. A bondade da outra instigava-o a mentir. Nunca havia tocado sequer um dedo na professora de História, a qual era tão sedutora quanto a própria srta. Lewis. Na verdade, suas notas iam de mal a pior. Se Dominic, seu melhor amigo, não fosse uma espécie de prodígio na disciplina, provavelmente teria pego recuperação também. Não seria de todo tão mal, se as aulas tomassem o mesmo rumo o qual haviam tido com Amber. Soprou um beijo para a garota antes de retomar sua fascinante ocupação em observar os maconheiros fumarem no estacionamento da escola. Consultou o grande relógio de ponteiros sobre o quadro-negro; mal haviam passado dez minutos desde o início da classe. Notou, então, a concentração de sua parceira em escrever furiosamente na contra-capa de um de seus cadernos. Ergueu uma sobrancelha, vendo uma brecha na suposta armadura de ferro contra suas piadas - Vai tentar o jornal da escola esse ano, Lawson? Isso seria suicídio social. Faria você parecer mais ridícula do que já é - comentou, como se estivesse a falar do clima e não a criticar duramente a menina sem o menor motivo.
"Queira por favor fazer silêncio quando eu estou falando, Weaver" ordenou a srta. Lewis, espalmando a mão com um baque surdo sobre o tampo da carteira do garoto. Thomas ergueu o olhar, o coração disparado pelo susto. Ouviu Gabe abafar um riso imprudente nas mangas de seu casaco, e lançou-lhe um olhar gélido. A garota não sabia onde estava se metendo. Em partes, aquela parceria seria como brincar com fogo. Qualquer um dos dois poderia queimar-se. Porém o moreno tinha experiência o suficiente para livrar-se apenas com algumas queimaduras leves. Já a outra… Apostava seu carro como ela ainda mantinha sua virgindade, à espera do príncipe encantado o qual viesse em um cavalo branco, pronto para deflorara depois de uma grande cerimônia de casamento. Mais de uma vez, pegara-se a imaginar como seria ter algo assim com alguma garota. Meninas como Gabe queriam algo o qual ele não podia dar, ainda não. Queriam um relacionamento em bases sólidas, e como poderia dar segurança à alguém quando sabia sobre seus limites? Tinha plena consciência do quão longe podia chegar ao envolver-se emocionalmente com alguém. Aquele era seu verdadeiro calcanhar de Aquiles, seu ponto fraco. Ninguém além de si mesmo sabia, e o plano A era manter a situação deste jeito. Temia, no fundo de sua alma, acabar como o pai. Magoado por uma mulher. De certas maneiras, era machista. Não aceitaria, jamais, a possibilidade de ser ferido tão profundamente por um ser frágil.
Apoiou o queixo na mão, distraído. Amber retomara seu monólogo, mas Tom não poderia estar mais desinteressado. Sua companheira, ao contrário, anotava tudo com voraz interesse. "Este ano, farão um projeto a nível nacional" explicava Lewis. Aquilo foi o suficiente para atrair uma fração da atenção do moreno, o qual ergueu a cabeça para a professora enquanto ela continuava "Precisarão ter conhecimentos em tecnologias e redação. E claro, em Química. Por isso, recomendo que não matem seu parceiro de laboratório. Pode ser que precisem dele em um futuro próximo", olhou ardentemente para ele ao dizer aquilo. Assentiu com a cabeça, sem jeito, com um sorriso atravessado. Matar Gabrielle? Só se fosse de prazer com o Thomas Jr., muito bem escondido dentro de uma boxer vermelha. Lewis explicava os pormenores do trabalho, o qual valeria 80% da nota semestral e teria bons prêmios se conseguissem chegar à final, em Washington D. C. Era algum projeto clichê para desenvolverem algo novo, como uma estúpida feira de ciências. Dariam-se bem naquilo. Era um prodígio em qualquer setor relativo à mecânica ou micro tecnologia. Poderia construir do nada, se assim desejasse. E, pelo visto, a menina escondia um dom para a escrita. Eram quase um par perfeito, mais uma piada irônica do destino. Suspirou, já ponderando algumas possibilidades para projetar. Um gerador de energia sustentável poderia ser a melhor aposta. Não faria aquilo pelo prêmio, e sim pela diversão. Isso se não acabasse por explodir algo ao lado da insuportável garota com quem fora obrigado a partilhar a mesa até o fim do ano.
Era de fato notável que qualquer garoto daquela escola estava com os hormônios à flor da pele e, assim, era impossível não olhar como aquele vestido preto deixava o corpo da srta. Lewis bem definido. Isso não seria exceção com Thomas. Mas o garoto era tão pervertido que nem se importava de lançar seus olhares sedutores para a moça no meio da sala de aula, e nem pensava em disfarçar seu sorriso sacana. Observou a situação com certo desprezo e assim que voltara a atenção aos seus rabiscos, a voz de Thomas percorreu sua cabeça novamente. Tudo o que saía da boca do garoto à incomodava. Não conseguia reaproveitar uma única palavra que fosse. Após a breve confissão de Thomas, inúmeras imagens de o garoto praticando qualquer tipo de ato com a professora de História, percorreu por sua cabeça. Aquilo a enojou e ela logou mandou para longe. Não queria ter esse tipo de pensamento. Ignorou o garoto sem gastar suas salivas para respondê-lo, voltou a atenção aos seus rabiscos. Para esquecer por alguns segundos de que toda a perturbação que Tom à causava, cantava, sem emitir qualquer som, alguns trechos de alguma música de sua banda preferida, Maroon 5. Mas não demorou muito até ouvir novamente o tom rouco da voz de Thomas. Estava pronta para dar uma resposta, porém foi interrompida por uma bronca da srta. Lewis. Deixou que um riso abafado escapasse de sua boca, e sem olhar para o garoto, aproximou-se dele e sussurrou: - Se eu fizer parte do jornal, pode ter certeza que farei algumas matérias sobre você e seus casos com as professoras. - deixou que um riso debochado formar em seu rosto, sem que ele percebesse.
Ter Thomas tão próximo de si e com todas aquelas provocações vindas dele, deixavam Gabe assustava. Já conheci o garoto há muito tempo e sabia que provocá-lo daquela maneira poderia ser perigoso. Mas Gabe, por um lado, não se importava. Provocá-lo a fazia se sentir melhor e sabia que, se quisesse, poderia provocá-lo ainda mais. Entretanto, não iria fazer isso. Estava acomodada e já sofrera o bastante nas mãos de Thomas. Não queria sofrer tanto quanto já havia sofrido, e sabia que se ele quisesse, poderia transformar sua vida em um inferno, como já havia feito isso. Thomas não hesitaria em fazer novamente. Deixando de lado qualquer tipo de pensamento que envolvia-o, passou a anotar tudo o que a professora falava. Ate ouvir sofre o projeto. Sim, já não bastasse conviver com Thomas nas aulas de Química, teriam que conviver em harmônia para tirarem uma boa nota e chegarem à final do projeto. O que seria uma tarefa nada fácil - para ambos. Gabrielle teria que ser muito mais paciente e torcer para que o nervosismo que Thomas à causava, não a fizesse explodir a escola inteira. Quando ouviu a professora falar em redação, sabia que por esse lado, o projeto já estava ganho. Escrever, para Gabe, era mais fácil do que trocar de roupa. Tinha muito técnica e as palavras pareciam sair facilmente de seus dedos.
Mordeu a ponta de sua caneta, tentando pensar em algo para criarem. Não sabia se Thomas, com todo seu jeito de badboy, realmente entendia algo sobre mecânica ou tecnologia. Ele não poderia ser tão fútil assim. Olhou-o de canto e conseguiu ver algum traço de empolgação em relação ao projeto. Percorreu seu olhar pelo corpo de Thomas. Não sabia por que estava fazendo aquilo, mas foi inevitável. Ajeitou-se rapidamente em sua cadeira e esperou que ninguém, principalmente Thomas, tivesse visto tal fato. Preferia esconder sua pequena atração para si mesma. Até porque, se qualquer pessoa soubesse, não a deixariam em paz. E Thomas, iria gabar-se ainda mais de toda aquela situação. O importante, daqui para frente, era se manter calma e tranquila. Só precisaria se encontrar com ele nas aulas de Química, poderia superar aquilo. Claro, esquecendo-se que teria que vê-lo em todas as aulas de Química, até o final do ano. Porém, Gabe estava disposta a suportar isso. Estava ainda mais disposta à mostrar à Thomas como havia mudado, e que viver do lado dele seria como viver com qualquer outra pessoa. Não iria deixar que ele a fizesse de isca para piadas e divertimento. Mesmo sabendo que não precisava provar nada ao garoto, queria aquilo. Queria mostrar à ele como mudou, mostrar que não é mais a mesma garota indefesa de antes. Poderia enfrentá-lo, retrucá-lo, irritá-lo, e sabia que depois de sua transformação, era mais fácil o garoto jogá-la em sua cama do que em uma lata de lixo.
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gabrielle-lawson · 11 years
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Adentrando a sala já era possível ouvir a exaltação das pessoas. Gabrielle ignorou a presença de todos e se dirigiu ao primeiro acento que viu. Não queria saber quem seriam seus colegas pelo resto do semestre - ou do ano. Depois de se ajeitar na desconfortável madeira e de arrumar sua saia, abriu seu caderno e começou a escrever resenhas de livros na contra-capa do mesmo, com frases chamativas e impactantes. Sempre que lia um livro, passava semanas comentando e relembrando sua história. Alguns a cativavam tanto que obrigava suas amigas à lerem, apenas para debaterem sobre o livro. Com os pensamentos em seus livros, já sentia a ansiosidade pelas aulas de Literatura percorrendo seu corpo. Acreditava que ninguém, além dela, tinha tanto conhecimentos sobre livros. Uma vez, em meio a reviravolta de sua vida, trocando de escola à cada ano, encontrou uma menina com o mesmo interesse que o seu. Mas não chegaram a serem amigas. Ela então, passava a se contentar com suas amigas, as quais gostavam de festas, garotos e moda. Não que ela não gostasse de uma festa ou até mesmo de garotos, só achava mais interessante adentrar em uma história fictícia, onde o clichê predominada e a mocinha sempre acabava com o vilão. 
Ainda concentrada em suas resenhas, percebeu duas mãos chocando-se contra a madeira de sua carteira. Já imaginando o pior, levantou os olhos sem muita rapidez e encontrou-se com os olhos azuis de Thomas Weaver. - Santo Deus.. - grunhiu, mostrando como sua presença não a agradava. Thomas não era a primeira pessoa com quem gostaria de ter o primeiro contato do ano letivo, mas não conseguia negar, aqueles olhos azuis a instigavam. Mesmo virgem, faziam-na ter os piores tipos de pensamentos, caso os dois estivessem sozinhos em algum lugar onde o ato de fazer sexo pudesse ser praticado. Isso a incomodava, já que odiava o garoto. Não demorou muito para que ele abrisse sua boca e falasse merda. Aquelas palavras invadiram seus tímpanos e causaram-lhe um revertério no estômago. Soltou um sorriso forçado, mostrando toda a perturbação que sua presença causava. Ele sabia disso, ela bem sabia que ele queria apenas provocar. Não iria dar esse gosto à ele, não depois de tudo o que já sofreu em suas mãos. 
Não levou muito tempo até que ele a fizesse lembrar de seus momentos difíceis. Os mesmo em que ela fora obrigada a usar óculos de fundo de garrafa e quando tinha o cabelo que mais parecia uma esponja de aço. O ódio de Gabe por Thomas era devido à atitude grosseira que o garota sempre teve com a ela. Sempre quis se mostrar superior à ela, por isso fora necessário causar seu sofrimento para se promover. Estava pronta para lhe dar uma resposta à altura, mas foi surpreendida por seus movimentos inesperados. Sentiu aquela mão tocar a pele de seu rosto e sentiu-se arrepiar-se. Não queria ter aquelas sensações, ainda mais sendo provocadas por ele. Mas, logo quando sentiu a respiração de Thomas próximo ao seu ouvi, sentiu-se que iria cair daquela cadeira rumo ao paraíso. Aquelas palavras, o toque de sua mão em seu rosto.. Estava entrando em um colapso nervoso quando sentiu a mesma mão sendo afastada de si. Sacudiu a cabeça tentando não mostrar o que aquilo havia lhe causado. 
Momentos depois, apareceu a despercebida professora Lewis na sala. Assim que ela mandou Tom sentar ao seu lado, pressentia que o pior estava por vir. Tentava ao máximo evitar o contato visual com ele, mas seu braço insistia em roçar no dele, mesmo puxando-o de volta. Voltou sua atenção às resenhas, um pouco mais encolhia, sem deixar que Thomas percebesse, evitando o fato de se tornar um alvo de piadinhas - outra vez. Como se não bastasse usar um vestido de couro para dar aula para um bando de adolescentes hormonais, a professora ainda teve a graça de colocar Thomas Weaver para ser seu parceiro de laboratório. Ouviu alguns resmungos vindos dele, mas não deixou que aquilo a torturasse. Para ser sincera, Gabrielle nem se importava com aquilo, até se sentiu contente. Pelo menos seu parceiro esse ano não seria Greenberg, o esquisitão da sala, como havia ocorrido no ano passado. Sentiu as palavras de Thomas a perturbando novamente, sentiu seu rosto corando. - Não tenho problemas com provas. Matérias exatas, matérias humanas.. Não são problemas. Ah sim, como vai suas notas em Histórias, Tom? - deixou a provocação usufruir de suas palavras e deu uma longa encarada no garoto. Não queria provocá-lo, poderia deixar a situação pior, mas também não podeira deixar que ele escapasse inatingido de toda essa história.
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gabrielle-lawson · 11 years
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O despertador soar uma vez foi o suficiente para Gabrielle levantar de sua cama. Preparou um banho gelado para começar aquele dia, aproveitando para refrescar a cabeça, já que logo a seguir, iria enfrentar mais um ano letivo. Ir à escola não era uma tarefa agradável, assim como todos os adolescentes, Gabrielle preferia ir à qualquer lugar ao invés da escola. Ainda mais com a recepção que as pessoas tinham com ela. Mas, apesar de tudo, era uma boa aluna. Tirava notas boas o suficiente, proporcionando-a a gratidão de nunca ter passado por uma recuperação. Começar mais um ano letivo também tinha seus pontos positivos. Iria reencontrar seu grupo de amigas, já que nas férias era difícil vê-las, o que as deixavam com diversos assuntos para conversar durante a manhã.
Logo que terminou seu banho, vestiu uma roupa de acordo com a temperatura daquela manhã de Los Angeles. Desceu para tomar um café da manhã caprichado, feito com muita dedicação por sua mãe. Gabrielle morava só com ela, já que seu pai preferiu quebrar a confiança da mesma, a traindo com uma mulher que, na opinião de Gabe, não alcançava a beleza de sua mãe nem com ajuda de forças maiores. Mas isso não vinha mais ao caso, depois do ocorrido, nunca mais teve contato com seu pai, o que a levou a deixar qualquer tipo de lembrança bem guardado no fundo de sua mente. Deixou para lá todo tipo de preocupações passadas. Morar com sua mãe era esplêndido, ainda mais depois da ajuda que recebeu dos Weaver. Tal ajuda, favoreceu - e muito - Gabrielle em um todo. Desfrutou de uma transformação radical em sua aparência, aumentando sua auto-estima. Foi como um milagre em sua vida. 
Logo após terminar seu café da manhã, pegou seu material escolar e se dirigiu à escola. Não queria chegar atrasada logo no primeiro dia. Na portaria do prédio, Claire a esperava. As duas eram amigas já havia muito tempo e o pavor do término do colegial não as assustavam, já haviam combinado de fazer a mesma faculdade. Ao sair do prédio, não teve como fugir sua atenção da mansão dos Weaver, a qual exalava luxo e poder a quem quisesse ver. Ignorou tal fato, dirigindo toda sua carisma à amiga. Seguiram a escola já comentando os ocorridos das férias. Com tamanha distração, a caminhava parecia mais curta e o tempo insuficiente para tanta conversa. Logo estavam na escola e nem terminaram o primeiro assunto.
O sinal logo tocou e, encontrando uma amiga aqui e outra ali, adentraram, seguindo cada uma à sua devia sala. Era difícil quando Gabe tinha uma amiga com o mesmo cronograma que o seu, trazendo à tona aquela sensação de solidão, de que muito já usufruiu tempos atrás. Pegou seu cronograma o qual, na noite anterior, lembrou-se de colocar em meio ao seus cadernos, e tomou conhecimento de sua primeira aula. Química. Uma de suas favoritas, mas a escolha de seu parceiro de laboratório, a chateava. Não se recordava de um ano que seu parceiro tinha sido alguém carismático ou até mesmo inteligente. Sempre a colocavam com os piores da turma. Mas sentia que esse ano seria diferente. Esperava que sua professora escolhesse um aluno que fosse, consideravelmente, normal. Tomou um acento em uma das primeiras classes da sala e esperou pela professora, a qual daria uma resposta à ela que mudaria totalmente seu ano letivo.
Explosive reactions | @Weason
Thomas lançou um último olhar para o espelho antes de sair do quarto. Não estava ansioso para o primeiro dia de aula, até mesmo porque estava prestes a começar seu último ano na Foxcroft Institute. Tinha mais 365 para fazer-se lembrar naquela escola. Andaria pela última vez naqueles corredores sujos, com sua típica pose de herói. Deixaria para trás os professores, os colegas, as paredes cor de vômito. Mas também afastaria-se de seus amigos, e não simpatizava com aquela ideia. Amigos de verdade, aquele aos quais chamava de irmãos, eram dois ou três. E tinha certeza de que nenhum deles seguiria-o para a universidade a qual escolhera. Eles, ao contrário do garoto, aceitariam a bolsa de futebol americano. Adorava o jogo, a sensação de adrenalina em suas veias enquanto corria pelo campo, a popularidade que o jogo proporcionava-lhe. Apenas era incapaz de ver um futuro naquilo. Preferia batalhar por uma aceitação em Harvard para Ciências da Computação ou Engenharia Mecânica. Passava horas fascinado com o funcionamento das coisas, e sempre fora bastante seguro de que aquela era sua futura carreira. O pai mostrara-se aliviado ao saber que o filho não desperdiçaria os últimos anos de sua adolescência com o sonho de ganhar dinheiro por correr atrás de uma bola.
Ajeitou o colarinho da jaqueta de couro e jogou a mochila por sobre o ombro. O sol brilhava alto do outro lado da janela de seu quarto, mas não trocaria sua costumeira vestimenta por nada naquele mundo. Exceto, talvez, pela jaqueta do time, quando a recebesse no começo da temporada. Até lá, permaneceria envolto em seu típico couro. Desceu as escadas da mansão onde vivia com seu pai e a madrasta. Jennifer não era muito mais velha que o enteado, e havia uma espécie de atrito entre os dois. Thomas nunca fora fã do cabelo loiro-platinado da mulher, preferia seu pai solteiro e longe das garras de outra mulher. Não queria correr o risco de as coisas terminarem como o primeiro casamento. Fora um desastre, as notícias ainda circulavam na mídia. Do alto de sua pré-adolescência, assistira a tudo como um filme: sua mãe arrancava o coração do marido de seu peito e o destroçava como uma produção de zumbis de baixa classe. Não admitia, mas aquele acontecimento afetara-o tanto quanto ao pai. Seus relacionamentos duravam, no máximo, duas noites. Temia acabar como o progenitor, e ficar preso em um escritório dezoito horas por dia estava longe de estar em sua lista de desejos.
Saiu de casa com uma maçã nas mãos. Fugira de um café-da-manhã balanceado para não dar de cara com a madrasta. Estava com a leve impressão de que ela tinha desejos nada inocentes para com ele, e a simples ideia enojava-o. Acomodou-se em seu Maserati preto. Ganhara-o da mãe quando completara dezesseis anos, em uma patética tentativa de reconciliação. Dispensara o drama, porém, tomara o cuidado de manter as chaves do carro para si. As ruas de Los Angeles já estavam movimentadas, pessoas andavam para lá e para cá sem notar umas às outras. O colégio não era muito longe de sua casa, e o estacionamento já estava praticamente lotado. Sua vaga, próxima da porta de entrada, estava vazia, é claro. Não tinha seu nome escrito nela, mas todos sabiam que estacionar no lugar de Thomas Weaver seria suicídio social. Alguns de seus amigos, Samuel e Dominic, estavam sentados no capô do Porsche prateado de Dom. Estacionou o carro ao lado dos colegas e saiu. Logo os atletas cumprimentaram-no com tapinhas nas costas e risadas. Ergueu os óculos de sol e colocou-os no topo da cabeça. O tempo parecia passar mais rápido que o normal. Não prestou atenção em metade da ladainha de início de ano letivo dos garotos, apenas ficou ali de corpo presente.
O sinal tocou, e logo, uma multidão de alunos jorrou pelos corredores da Foxcroft Institute. Com a chave do Maserati girando em seus dedos, adentrou a escola. Garotas lançaram-lhe olhares desejosos, mesmo as novatas no ensino médio. Ignorou-as, poderia dar-lhes toda a atenção do mundo depois de sua primeira aula. Conferiu seu cronograma, retirado alguns dias antes de as aulas começarem. Era Química. Tom era inegavelmente bom em Química, apesar de preferir matérias menos orgânicas. A professora era gostosa, e, bom, ele havia tido algumas ajudas extra-curriculares com ela no ano anterior. Ponderou por alguns instantes antes de entrar na sala, sobre quem poderia ser seu parceiro. Todo ano, a professora fazia um sorteio para os pares de laboratório. Não havia choro, muito menos vela: ficavam com aquele colega pelo resto do semestre. Caíra com um amigo no ano anterior, mas não sabia se daria a mesma sorte naquele ano. Sentiu os olhares sobre si quando cruzou a sala para sentar-se em uma das carteiras no fundo. Estava mais que acostumado com aquele comportamento. Largou a mochila sobre o tampo de madeira da classe e esperou, enquanto os colegas entravam na sala.
#er
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