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medievocine-blog · 6 years
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Filme: Constantino e a cruz
Olá meus lindos e lindas, no Medievo cine de hoje iremos falar sobre o filme ‘Constantino e a cruz’ ainda não assistiu? (acesse )
Algumas curiosidades sobre o filme; filmado em  1962 na Itália, Constantino e a cruz conta a história da ascensão do imperador Constantino (Cornel Wilde) e a proclamação do Édito de Milão de uma maneira um tanto fantasiosa; o filme tem como diretor Lionello De Felice. Podemos observar que o objetivo do filme foi retratar o lado heroico como se Constantino fosse salvar a pátria, ou a cruz, dos cristãos.
‘aaa mais o filme fala de que exatamente?’ - pois bem, vem com a gente!
Pequena Sinopse: Em 303 d.c., Constantino proclama o Edito de Milão ao se tornar o imperador de Gaul. Comandando seus soldados, derrota as legiões romanas, assegurando liberdade de culto aos cristãos. Filme contém cenas épicas de batalhas e possui um excelente elenco (Cornel Wirde interpretando Constantino; Belinda Lee como Fausta; dentre tantos outros).
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 Retrataremos  aqui alguns ‘pecados’ que o filme teve para com a história, dentre elementos que ele deixou passar ou que tratou de forma distante do que realmente aconteceu. Sabe-se que filmes nunca são iguais a verdadeira história, por isso são chamados de adaptações; com a finalidade de adaptar trechos da verdadeira história com as ideias do roteirista, fugindo muitas vezes da essência do personagem em questão.
O que podemos ver no filme que não ficou entendido, em nenhum momento vimos qual o deus que ele idolatra e nem o seu adversário que é tão intolerante com os cristãos; no início, Constantino nem faz ideia do porquê do distanciamento entre sua mãe Helena (Elisa Cegani) e seu pai Constantius Chlorus (Carlo Ninchi) e só quando seu pai está à beira da morte (bem típico, não é mesmo!) é que o segredo é revelado.
Um filme tipicamente hollywoodiano com homens fortes e altos, mulheres lindas, paixões, batalhas, arena com leões e traições por sede de poder, Constantino e a cruz inicia-se com a reforma quanto a administração do império por Diocleciano que “julgava o império demasiado extenso para ser governado por um único imperador” (RUNCIMAN, p.17) é nesse momento que abdica de seu posto. Nessa passagem poderíamos citar que esperava-se mais, que o filme mostrasse as ideias de Diocleciano, como uma delas de ser semideus, já que o filme vem a retratar a religião.
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A relação de Constantino e seu sogro, ao que parece, é descrita no enredo muito próxima a realidade, já que seu sogro o faz casar com sua filha Fausta para executar seus planos contra Constantino e retomar o poder que havia perdido. E logo em seguida Maxêncio usa a morte de seu pai para ganhar apoio dos senadores na guerra contra Constantino. 
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Maxêncio em todo o filme tem uma forte política anticristã, jogando os cristãos na arena com os leões aqueles que não renunciaram a sua fé em Cristo. Já Constantino tem ideias de povos livres, que possam adorar a seus deuses em liberdade, chegando a enfrentar um leão que comeria uma criança cristã na arena. 
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Mas aqui temos um ponto que o filme deixou passar: Qual a religião de Constantino? Qual seu Deus? Segundo Runciman, Constantino era adepto do Mitraismo; religião ao qual só ingressavam homens, sobretudo militares e que cultuavam Apolo, o Sol Inconquistável, o qual adotando a ideia de semideus de Diocleciano intitulou-se descendente de Apolo.
 Foquemos então na guerra e o seu elemento chave:  A cruz no céu. Em seu acampamento na véspera da batalha contra Maxêncio, Constantino vê uma cruz no céu e ouve uma voz dizendo:“está em tempo. Ele virá”. Já em seguida ele reúne-se com seus soldados e faz um discurso sobre o que os espera nessa batalha, como por exemplo lutar com seus familiares. Já no texto de Runciman, além do sinal do céu Constantino tem um sonho confirmando a visão que tivera há pouco: "Uma cruz brilhante surgiu no céu, à frente deles, com a inscrição "Hoc vinces" e na mesma noite Cristo confirmou a visão num sonho do imperador". (RUNCIMAN, p.20)
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Assim  acontece a guerra que termina …. epa! Sem spoilers!
Para finalizar;  o autor do texto que temos por base refere-se a guerra como “uma rápida e brilhante campanha em 312, de Colmar ao campo de Saxa Rubra pela ponte de Milvius, fez de Constantino o senhor do Ocidente”.(RUNCIMAN, p.20)
* todas as imagens foram tiradas do filme, exceto a primeira que foi encontrada no google imagens. 
Referências bibliográficas:
CONSTANTINO E A CRUZ (1961). Canal G ary Barnett. disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cJBqfW3E9yw >. Acesso em: 06 de Maio de 2018
RUNCIMAN, Steven. A civilização bizantina. 2° ed. Editores Zahar. p. 09 - 23
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medievocine-blog · 6 years
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Os grandes Reis do Cinema.
Quem nunca ouviu fala na figura ilustre de Carlos magno....
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Como vemos na imagem a cima, a referencia iconográfica marca bem a tentativa de uma construção Histórica, a qual, magno aparece segurando uma espada simbolizando um Rei guerreiro, e na outra mão, um globo com uma cruz, o que demonstra o poder da igreja sobre a Terra.
A serie “os Vikings” da História Channel, em algumas cenas, o nome de Carlos Magno, é citado como “o grande Carlos magno” , principalmente quando o Rei de Frankia, Carlos II, a qual se apresenta como neto do grande Rei, e como tal é dotado de toda a sabedoria, para se legitima, e derrota os terríveis bárbaros invasores vikings. veja a imagem do personagem Carlo II, em os vikings.
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No cinema, os Reis medievais foram na maioria das vezes, retratados como homens divinos, fortes e de grandes feitos, Carlos Magno é um bom exemplo, ele que reinou de 774 a 814 d.C. É apontado em produções, como o “fundador do Ocidente”, depois de suas grandes batalhas, ao cominar todo o império Carolíngio.
Ao longo da história do cinema, essas construções personificas se formaram como um todo, podemos citar vários nomes, como “Rei Arthur” que teve varias filmes em volta do mesmo Romance, Hamlet(1991), ARN- o cavaleiro Templário (2007), Cruzada (2005), Henrique V (1989), entre muitos outros.
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Em nossa perspectiva, a esse contrançado em torno do figura do Rei Medieval, é fruto de um processo histórico que envolve vários fatores, que o autor Le Goff, aponta: 
“ O rei medieval reúne heranças desde da Antiguidade, da Índia e do Oriente Médio à monarquia helenista, do antigo Testamento ao Império Romano, ao mundo céltico e ao mundo Germânico pré-medievais.”
Entretanto, em nossa analise a construção do Rei Medieval, sobretudo, no cinema, é fruto de uma ligação marcante entre o movimento romancista do Séc: XVII, e o mundo contemporâneo atual, tendo em vista, que o ponto chave para explica essa ligação, é entender que na literatura Renascentista, os reis eram caracterizados como no cinema atual, fortes, valentes e defensores de uma pátria, hoje, entendemos se tratar de uma relação muito presente da herança, desse momento importante para história da humanidade. 
O ponto essencial, é observar que na maioria das vezes as construções cinematográficas, se apropriam e ultilazam de romances do Renascimento, como fontes incontestáveis, ao remonta o passado, o que sabemos não ser bem assim.
Referencias Bibliográficas 
 Rei. In: LE GOFF, J. & SCHMITT, J. C. (ed.). Dicionário Temático do Ocidente Medieval II. Bauru/SP: EDUSC, 2002. v.2, p. 395 - 414.
LE GOFF, J. A civilização do Ocidente Medieval. v. 2. Lisboa: Editorial Estampa, 1995. [original: 1964].
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