Tumgik
oflaneur · 11 years
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Ars Longa, Vita Brevis
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A arte esta aí para nos lembrar de que algumas coisas são eternas e nós somos finitos. Olhando uma peça simples, no British Museum, entendo finalmente a ideia de que a Arte dura para sempre e a vida é breve, conforme disse in caput, não sei se posso dimensionar o que realmente sentir em uma peça tão comum de uma vida passada, não minhas pois não sou dos que crê em chances pregressas nem em novas chaces, a vida, para mim, é uma aventura, uma peça um jogo, no qual todos interpretamos papéis deferentes e somos, cada um em sua existência, um personagem dotado de capacidades diferentes, as três maiores delas é saber que se vai morrer, rir e amar (e claro, ser amado), mas, como humanos prepotentes que somos simplesmente esquecemos disso tudo, cada dia que passa e a cada nova forma de simulacro que nós criamos, nos tornamos menos afáveis e nossa vida deixa de ser a viagem maravilhosa que ela poderia ser, aí, vem a arte e nos dá um primeiro tapa na cara, como forma de desafio ou de humilhação.  A primeira destas, a forma de desafio é o dizer da arte "Olha, tu és vivo,olhe bem perto, vais morrer, vais morrer pois nasceste!" e em certo momento nos perdemos na ânsia de viver demais ou de viver pouco para economizar a vida, mas na verdade, vivendo como um trem em direção a parede ou como uma tartaruga em sua adorável marcha, vamos morrer e a arte diz isso sem nenhuma palavra dizer, sem nenhum estardalhaço, e quando isso faz, não é, geralmente conosco, e ainda que seja, ela pode falar hoje conosco, amanhã com nossos netos e muito mais tarde, com ninguém, mas sendo mais simplista e imediato, a arte faz um apontamento claro: "Tu que me olhas, lembra-te onde estás." sim, ó cruel e tão amada dama, estou aqui parado, apenas te olhando, olhando toda a tua dignidade de muitos e contáveis, mais ainda assim, muitos anos, estou aqui e estou te observado e tu, minha cara dama manchada de rouge, és uma velha velhaca que já se deitou com muitos outros, muitos já a viram, muitos hão de vê-la, mas não vês ninguém, não liga para nada, pois mesmo no nada, és arte, mesmo perdida faz parte e mesmo oculta, ainda que destarte, és arte. Apenas arte, toda a arte. Na guerra seria marte,  com sorte livra-nos da eterna morte! Amém! Nóa humanos, pobres de nós, rindo de nossas agonias, rindo sem saber que o apagar das luzes se aproxima desde o dia em que fomos gerados, nunca saberemos o que é ser eterno, ora, tu sabes, então mostre-nos, dê-nos um caminho para nos tornamos o que devemos ser, para que a vida seja mais significativa e ainda que por um minuto nesse pálido ponto azul de vida e morte, possamos ser mais do que meros espectadores e sejamos, todos ao seu tempo, artistas de um existir onde viver é tão eterna quanto a arte.
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oflaneur · 11 years
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Oh inglaterra!
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Alma de andarillho quando encontra uma cidade grande, mas realmente grande com espirito de grande, não para mais. é isso que eu, caros leitores, caros amigos e caros compatriotas que acompanham as aventuras desse Flâneur.  Eu, ciceronizado por amigos, fui levado a distantes terras onde há, para o meu agrado uma rainha. Mui velha e idosa, mas cheia de pompa e circunstâncias, tal qual fora o Brasil em tempos longínquos, porém agradáveis, mas para ser tal qual um saleiro chinês, curto e grosso, não posso deixar me levar pelos frutos políticos de meus pensamentos e falar o que quero - até posso mas no-lo farei. - assim sendo, que mais posso eu falar?
Pois bem, falo eu do que quiser, falo dos cosmopolitismo que essa maravilhosa urbe, em comparação com a Romana dos áureos tempos do Império, uma força estranha capaz de dar coesão a grupos diversificados e que - como devido perdão pelo uso do termo piegas - une e me uniu a essa grande taba global que abriga seres e não seres de todas as tribos do mundo é lindo ver todas as pessoas andando, sempre a direita - menos nos carros - numa ordem natural como se Deus, ou a rainha quem sabe, estivessem do alto de seus tronos, arrumando com suas mãos poderosas todas as peças desse maravilhoso tabuleiro dos mais divinos gamões, essa força, essa existência e esse atrativo cosmopolita muito me assusta, pois, vindo de uma cidade já muito agregadora de costumes em comum como o Rio de Janeiro, que teve suas portas abertas para o mundo e dessa abertura nasceu também as mil cores e misturas que ali existem, na terra da Rainha, em sua capital ao menos, tive a impressionante sensação de que mesmo num cenário onde não há mistura, como no Brasil, existe também a possibilidade de harmonia, dada, é claro, por esse Leviathan real que espalha milhares de câmeras a fim de ver de mais de perto seus súditos. Essa força da coesão gera um liberdade que nós brasileiros não podemos dimensionar, apenas vivendo. E tal qual um tatu me enterro nas profundezas do metrô em busca de boas e diferentes novas, aventuras e novos ares para que minha falãncia crônica seja alimentada.
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oflaneur · 11 years
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En Travel
A Vida é tão curta E tão confusa Que ela passa Sem se sentir Dias São horas Horas Minutos o tempo é curto Vamos viver " A vida é uma viagem com viagens dentro.  Este pobre ser que vos apresenta como portador de uma capacidade de, senão, falar, falar e falar. Este mago das palavras mil e da milenar arte de encantar  - ou irritar - corações quietos, ou não, vai falar de suas aventuras, desventuras no velho mundo. Mas antes disso, um pedido de desculpas:
 - Meu Caro, querido e mui amado leitor, meus amantes de noites não vividas, meus pares na festa da vida, estive quieto durante todas as manifestações, na verdade, estive basbaque com todo o movimento e como a minha alma vive na história, me faltaram as palavras para definir o que  se passa e ainda não as tenho nas minhas longas mangas. Mas, de facto, vejo que o erro foi meu, por muitas vezes eu, apaixonado ´pela vida, vi-me apegado pela beleza, pela vida e pelos mais altos céus e acabei me afastando do mundo dicotômico em que vivemos e me tornando apenas um fingidor basbaque e não um basbaque fingidor, como deveria ser, mas não percam a fé, a paixão nem o tesão em minhas nobres, pobres palavras, assim que minha condição de bestializado passar, assim que eu for acordado de meu sonho doutrinário, espero que não por Hume, voltarei a falar da rua, mas por hora, aproveitando das chances que a vida me empresta, falarei da minha primeira experiências de viagem.
Eu, enquanto homem preso a terra pela maldição, já amaldiçoada por Ícaro e seu nobre Pai, Dédalo, nunca havia voado, nem mesmo de avião para a metrópole paulista, visto que as vezes em que fui para qualquer lugar desse Brasil, fui pelas estradas, assim posso dizer que voar é a experiência  - primeira - verdadeiramente libertadora de todas as viagens, e tomando um ônibus aéreo para a terra da rainha, me senti impressionantemente pequeno num mundo de vasta imensidão, sabia que era pequeno pela incapacidade de resolver qualquer tipo de problema que estivesse a minha volta, afinal, estava preso dentro de uma caixa metálica a 5000 metros acima do meu caminhar, nada que eu fizesse adiantaria, meus olhos viam apenas dentro e mesmo que eu olhasse para as luzes pulsantes da cidade viva, eu veria apenas um coração e não um ser completo, deve ser mais ou menos dessa forma que Deus, os Deuses e Nenhum Deus nos enxergam, como nada misturado a uma confusão de nuvens num vasto planeta minúsculo de grandeza inexistente, flutuando, tal qual uma poeira azul na infinidade do espaço. É isso, resta-me então aproveita essa viagem que é a vida, não por me reconhecer pequeno, um nada, incapaz de mudar, mas para ter a certeza de que por mais ínfima, a vida vale apena ser vivida, observando as luzes da cidade, se vendo como uma pequena personagem de uma peça muito maior e mais antiga que você e por fim, amando cada dia, mesmo que a saudades se faça maior que a força para superá-la.
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oflaneur · 11 years
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To This Day - Por Shane Koyczan
To This Day When I was a kid
I used to think that pork chops and karate chops were the same thing I thought they were both pork chops and because my grandmother thought it was cute and because they were my favourite she let me keep doing it
not really a big deal
one day before I realized fat kids are not designed to climb trees I fell out of a tree and bruised the right side of my body
I didn’t want to tell my grandmother about it because I was afraid I’d get in trouble for playing somewhere that I shouldn’t have been
a few days later the gym teacher noticed the bruise and I got sent to the principal’s office from there I was sent to another small room with a really nice lady who asked me all kinds of questions about my life at home
I saw no reason to lie as far as I was concerned life was pretty good I told her “whenever I’m sad my grandmother gives me karate chops”
this led to a full scale investigation and I was removed from the house for three days until they finally decided to ask how I got the bruises
news of this silly little story quickly spread through the school and I earned my first nickname
pork chop
to this day I hate pork chops
I’m not the only kid who grew up this way surrounded by people who used to say that rhyme about sticks and stones as if broken bones hurt more than the names we got called and we got called them all so we grew up believing no one would ever fall in love with us that we’d be lonely forever that we’d never meet someone to make us feel like the sun was something they built for us in their tool shed so broken heart strings bled the blues as we tried to empty ourselves so we would feel nothing don’t tell me that hurts less than a broken bone that an ingrown life is something surgeons can cut away that there’s no way for it to metastasize
it does
she was eight years old our first day of grade three when she got called ugly we both got moved to the back of the class so we would stop get bombarded by spit balls but the school halls were a battleground where we found ourselves outnumbered day after wretched day we used to stay inside for recess because outside was worse outside we’d have to rehearse running away or learn to stay still like statues giving no clues that we were there in grade five they taped a sign to her desk that read beware of dog
to this day despite a loving husband she doesn’t think she’s beautiful because of a birthmark that takes up a little less than half of her face kids used to say she looks like a wrong answer that someone tried to erase but couldn’t quite get the job done and they’ll never understand that she’s raising two kids whose definition of beauty begins with the word mom because they see her heart before they see her skin that she’s only ever always been amazing
he was a broken branch grafted onto a different family tree adopted but not because his parents opted for a different destiny he was three when he became a mixed drink of one part left alone and two parts tragedy started therapy in 8th grade had a personality made up of tests and pills lived like the uphills were mountains and the downhills were cliffs four fifths suicidal a tidal wave of anti depressants and an adolescence of being called popper one part because of the pills and ninety nine parts because of the cruelty he tried to kill himself in grade ten when a kid who still had his mom and dad had the audacity to tell him “get over it” as if depression is something that can be remedied by any of the contents found in a first aid kit
to this day he is a stick on TNT lit from both ends could describe to you in detail the way the sky bends in the moments before it’s about to fall and despite an army of friends who all call him an inspiration he remains a conversation piece between people who can’t understand sometimes becoming drug free has less to do with addiction and more to do with sanity
we weren’t the only kids who grew up this way to this day kids are still being called names the classics were hey stupid hey spaz seems like each school has an arsenal of names getting updated every year and if a kid breaks in a school and no one around chooses to hear do they make a sound? are they just the background noise of a soundtrack stuck on repeat when people say things like kids can be cruel? every school was a big top circus tent and the pecking order went from acrobats to lion tamers from clowns to carnies all of these were miles ahead of who we were we were freaks lobster claw boys and bearded ladies oddities juggling depression and loneliness playing solitaire spin the bottle trying to kiss the wounded parts of ourselves and heal but at night while the others slept we kept walking the tightrope it was practice and yeah some of us fell
but I want to tell them that all of this shit is just debris leftover when we finally decide to smash all the things we thought we used to be and if you can’t see anything beautiful about yourself get a better mirror look a little closer stare a little longer because there’s something inside you that made you keep trying despite everyone who told you to quit you built a cast around your broken heart and signed it yourself you signed it “they were wrong” because maybe you didn’t belong to a group or a click maybe they decided to pick you last for basketball or everything maybe you used to bring bruises and broken teeth to show and tell but never told because how can you hold your ground if everyone around you wants to bury you beneath it you have to believe that they were wrong
they have to be wrong
why else would we still be here? we grew up learning to cheer on the underdog because we see ourselves in them we stem from a root planted in the belief that we are not what we were called we are not abandoned cars stalled out and sitting empty on a highway and if in some way we are don’t worry we only got out to walk and get gas we are graduating members from the class of fuck off we made it not the faded echoes of voices crying out names will never hurt me
of course they did
but our lives will only ever always continue to be a balancing act that has less to do with pain and more to do with beauty.
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oflaneur · 11 years
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oflaneur · 11 years
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Vem, meu bem
                                                                                            Por MS. Tannis Veio como Vento Forte em pleno mar Como soco que se dá, esses de perder o ar O que ela quer? Ela me quer? O que ela fará? Ela me Amará? Seu rosto é branco como luz do farol Sorriso Languido Como o arrebol me encanta me levanta me venta Senta do meu lado, meu bem Diz o que quiser, meu bem Mas pelo amor de Deus, deixa eu te amar, e me ama também!
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oflaneur · 11 years
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Incertezas de Hoje, Catastrofes de Amanhã
Tropeçamos no futuro brumado por não confiarmos nos nossos pés. Essa é a sensação que nos permeia e invade. Nossos tempos, nossas vidas, são lotadas de uma sensação de vazio embaixo dos pés e dentro do coração, Dentro da própria alma. E no que agarramos? Alguns de nós preferem segurar em anteparos extremos, que dão vozes a minorias e transformam essas em grandes potências de opressão. Ou aquelas que querem diluir a única vantagem dos tempos de hoje, a individualidade, no mar do coletivismo como se fossemos necessariamente iguais, não no sentido social, mas iguais em nossa individualidade, Estranho como falar nisso me joga em tempos passados, tempos de assassínio e mortandade, onde bigodes e saudações violentas abriam as portas da percepção para um mundo sem ternura, carinho e amor. Essas incertezas, esses medos, essas mortes de si, são as pedras de tropeço, não somente nossas, mas de nós enquanto humanidade. Ao ver isso meu oração se enche de um sentimento que só faz gritar - Parem o Mundo, eu quero descer! - Mas na verdade eu deveria estar gritando ao lado de todos vocês, caros leitores hipócritas, meus irmãos - Parem o mundo, eu quero subir,  - subir e viver a vida sem que as incertezas sejam pedras de tropeço, Um mundo onde não precisemos nos apegar a polos extremados para garantir o amanhã. um mundo menos preto e branco e mais cinza.
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oflaneur · 11 years
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Aqui Estou!
                                                                                       Por L'lune
Aqui estou eu! Aqui, de frente para meu ser, Tentando desvendar os mistérios bem guardados! Tentando decifrar a beleza do querer, Do desejar, e não poder ter ao lado! Aqui estou eu! Aqui, fitando meu próprio olhar, Tentando compreender o brilho da esperança Enquanto o coração não para de sangrar, Lamentando a mais terrível das lembranças! Aqui estou eu! Aqui, esbanjando um sorriso Que muitos podem achar que é de mentira, Mas não é, é real, é do que realmente preciso, Necessito, depois que meu mundo decaíra! Aqui estou eu! Aqui, tentando descrever Sentimentos indescritíveis, amores impossíveis; Querendo lembrar enquanto tento esquecer! Tentando transformar em nada dias inesquecíveis! Aqui estou eu! Aqui, perdida em meus devaneios... Enquanto a vida passa e o tempo corre! Tentando enfrentar meus mais profundos anseios, Tentando viver enquanto minha alma morre! Aqui estou eu! Aqui, tentando expressar Toda a confusão, a paixão, a melancolia, Tentando algo completamente destrutível consagrar, Tentando compreender porque vosso amor acabaria! Aqui estou eu! Aqui, escrevendo sobre o fim! Sobre uma certa fé, talvez... Tentando entender porque terminou assim, Tentando entender minha irracional lucidez! Aqui estou eu! Aqui, tentando encontrar uma saída, Tentando criar mil amores, mil alegrias! Tentando continuar a levar a minha vida Expressando-me através de minhas poesias!
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oflaneur · 11 years
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Sobre as novas coisas
O que dizer das novas coisas? São novas. São alegres e cheias de vida. Isso tudo para o bem ou para o mal. Tempos novos, vida nova. O que esperar dela? Tudo. É com o novo que os sonhos e desejos de uma vida menos miserável onde, como já disse inúmeras vezes, o ódio, o negativismo e a morte banal sejam substituídos por uma era de ternura, amor e verdade. Que nesse amanhã, nesse novo ano que aos poucos se torna cônscio de si mesmo e das suas possibilidades e nós que vamos avançando nesses primeiros 21 dias, possamos ser estrelas de um palco brilhante. Engraçado como resistimos ao novo e preferimos dar uma versão atual do velho. Preferimos o espaço de conforto, as zonas onde não temos de nos esforçar, mas até o belo precisa ser lapidado e a vida é assim, uma diamante a ser lapidado. - Bom, mais uma ano que começa, as vidas são as mesmas, as chances, são como vozes que que clamam. Consegue ouvir?
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oflaneur · 11 years
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Um Homem que cai
                                                            "Vidas que se apagam a sorrir,                                                              luzes que se apagam nada mais..."
Eis que o homem não tinha mais escolhas. A vida se tornara um inferno dos mais tenebrosos. As possibilidades eram diminutas. E como numa sala provida de uma armadilha onde o teto cai e esmaga aqueles que ousam profanar seus segredos, o homem sentia o peso do mundo, dos seus problemas, do seu divórcio iminente, da falta de dinheiro que viria após a sua iminente demissão, dos agiotas que bateriam, em bem mais que em sua porta para receberem a sua paga carregada de uma usura torpe. Tudo isso, o puxava para baixo, mais para baixo do que pensas, caro leitor. Quem poderia salvá-lo? Seus irmãos que mal o olhavam na face? Seus pais que muito o amavam mas não podiam fazer muito de dentro do asilo? Seus amigos? Estes poderiam até ajudar durante um tempo, mas por quanto tempo? Nenhum. Nada. Fim. Fim era uma palavra engraçada. Tão pequena e que podia significar tanto. Ainda mais se precedida pelo verbo ser na terceira pessoa do singular no tempo presente: é o fim... E admitindo para si mesmo que a frase se tornara um axioma em sua vida, o homem decidiu dar o primeiro passo rumo ao fim tão sonhado. E dando o primeiro passo viu tudo se mover mais depressa... mais e mais depressa e eis que sua vida passou por seus olhos em meio ao turbilhão de cores e de som, em usa maioria de vozes misturadas ao vento. Nascimento, primeiros passos, primeiro riso, primeiro choro, primeiras palavras, primeiro dia na escola, primeira na namorada, primeira volta de carro sozinho, primeira vez, primeira desilusão, primeiro emprego, primeiro casamento, primeiro... primeiros... primeiros... o homem sorriu diante aos seus vários começos, notou ele que a vida era feita mais de começos e recomeços do que de fins e por um breve instante, onde reaproveitava a sua vida, ainda que numa velocidade vertiginosa, vu que havia vivido muitos começos e isso era bom, sentiu todas as alegrias, e mesmo as tristezas eram alegrias, afinal eram partes da vida também, e por fim conseguiu sorrir novamente, minutos antes do seu fim num baque surdo seguidos de gritos, nenhum deles seu. E com um sorriso saiu da vida... Fim... ainda era uma palavra engraçada, muito provavelmente era disso que o morto, suicida, enfim, chame como quiser, ria em seu ultimo momento. Fim... ainda era e sempre seria uma palavra engraçada. Dedico esta cronica em memória aos suicidas da UERJ. Rogando a Deus pelas suas almas e pelo seu descanso eterno.
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oflaneur · 12 years
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You Sexy Thing
                                                                                      Hot Chocolate
I believe in miracles
Where are you from you sexy thing (sexy thing you)
I believe in miracles
Since you came along you sexy thing
Where did you come from baby
How did you know i needed you
How did you know i needed you so badly
How did you know i'd give my heart gladly
Yesterday i was one of a lonely people
Now you're lying close to me making love to me
I believe in miracles
Where are you from you sexy thing (sexy thing you)
I believe in miracles
Since you came along you sexy thing
Where did you come from angel
How did you know i'll be the one
Did you know you're everything i prayed for
Did you know every night and day for
Everyday your love has satisfaction
Now you're lying next to me giving it to me
I believe in miracles
Where are you from you sexy thing (sexy thing you)
I believe in miracles
Since you came along you sexy thing
Kiss me (you sexy thing)
Touch me baby (you sexy thing)
I love the way you touch me darlin' (you sexy thing)
You're sexy (you sexy thing)
Yesterday i was one of a lonely people
Now you're lying close to me giving it to me
I believe in miracles
Where are you from you sexy thing (sexy thing you)
I believe in miracles
Since you came along you sexy thing
Touch me
Kiss me darlin'
I love the way you hold me baby
You're sexy
You're sexy (sexy thing you, sexy thing you)
Kiss me baby (sexy thing you, sexy thing you)
I love the way you kiss me darling
(sexy thing you, sexy thing you)
I love the way you hold me
(sexy thing you, sexy thing you)
Keep on loving me darling(sexy thing you, sexy thing you)
Keep on loving me baby
(sexy thing you, sexy thing you)
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oflaneur · 12 years
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A Relatividade do Erro
                                                                               Por Isaac Asimov
Outro dia eu recebi uma carta. Estava escrita à mão em uma letra ruim, tornando a leitura muito difícil. Não obstante, eu tentei devido à possibilidade de que fosse alguma coisa importante. Na primeira frase, o escritor me disse que estava se formando em literatura Inglesa, mas que sentia que precisava me ensinar ci
ência. (Eu suspirei levemente, pois conhecia muito poucos bacharéis em literatura inglesa equipados para me ensinar ciência, mas sou perfeitamente ciente do meu estado de vasta ignorância e estou preparado para aprender tanto quanto possa de qualquer um, então continuei lendo.) Parece que em um de meus inúmeros ensaios, eu expressei certa felicidade em viver em um século em que finalmente entendemos o básico sobre o universo. Eu não entrei em detalhes, mas o que eu queria dizer era que agora nós sabemos as regras básicas que governam o universo, assim como as inter-relações gravitacionais de seus grandes componentes, como mostrado na teoria da relatividade elaborada entre 1905 e 1916. Também conhecemos as regras básicas que governam as partículas subatômicas e suas inter-relações, pois elas foram descritas muito ordenadamente pela teoria quântica elaborada entre 1900 e 1930. E mais, nós descobrimos que as galáxias e os aglomerados de galáxias são as unidades básicas do universo físico, como descoberto entre 1920 e 1930. Veja, essas são todas descobertas do século vinte. O jovem especialista em literatura inglesa, depois de me citar, continuou me dando uma severa bronca a respeito do fato de que em todos os séculos as pessoas pensaram que finalmente haviam compreendido o universo, e em todos os séculos se provou que elas estavam erradas. Segue que a única coisa que nós podemos dizer sobre nosso “conhecimento” moderno é que está errado. O jovem citou então com aprovação o que Sócrates disse ao saber que o oráculo de Delfos o tinha proclamado o homem o mais sábio da Grécia: “se eu sou o homem o mais sábio”, disse Sócrates, “é porque só eu sei que nada sei”. A conseqüência era que eu era muito tolo porque tinha a impressão de saber bastante. Minha resposta a ele foi esta: “John, quando as pessoas pensavam que a Terra era plana, elas estavam erradas. Quando pensaram que a Terra era esférica, elas estavam erradas. Mas se você acha que pensar que a Terra é esférica é tão errado quanto pensar que a Terra é plana, então sua visão é mais errada do que as duas juntas”. O problema básico é que as pessoas pensam que “certo” e “errado” são absolutos; que tudo que não é perfeitamente e completamente certo é totalmente e igualmente errado. Entretanto, eu penso que não é assim. Parece-me que certo e errado são conceitos nebulosos, e eu devotarei este ensaio a explicar por que eu penso assim. … Quando meu amigo, o perito em literatura inglesa, me disse que em todos os séculos os cientistas pensaram ter entendido o universo e estavam sempre errados, o que eu quero saber é quão errados estavam eles? Todos estão errados no mesmo grau? Vamos dar um exemplo. Nos primeiros dias da civilização, a sensação geral era que a Terra era plana. Não porque as pessoas eram estúpidas, ou porque queriam acreditar em coisas estúpidas. Achavam que era plana por evidências sólidas. Não era só uma questão de “parece que é”, porque a Terra não parece plana. Ela é caoticamente irregular, com montes, vales, ravinas, penhascos, e assim por diante. Naturalmente há planícies onde, em áreas limitadas, a superfície da Terra parece relativamente plana. Uma dessas planícies está na área do Tigre/Eufrates, onde a primeira civilização histórica (com escrita) se desenvolveu, a dos Sumérios. Talvez tenha sido a aparência da planície que convenceu os Sumérios inteligentes a aceitar a generalização de que a Terra era plana; que se você nivelasse de algum modo todas as elevações e depressões, sobraria uma superfície plana. Talvez tenha contribuído com essa noção o fato que as superfícies d’água (reservatórios e lagos) parecem bem planas em dias calmos. Uma outra maneira de olhar é perguntar qual é a “curvatura” da superfície da terra ao longo de uma distância considerável, quanto a superfície se desvia (em média) do plano perfeito. A teoria da Terra plana diria que a superfície não se desvia em nada de uma forma chata, ou seja, que a curvatura é 0 (zero) por milha. É claro que hoje em dia aprendemos que a teoria da Terra plana está errada; que está tudo errado, enormemente errado, certamente. Mas não está. A curvatura da terra é quase 0 (zero) por milha, de modo que embora a teoria da Terra plana esteja errada, está quase certa. É por isso que a teoria durou tanto tempo. Havia razões, com certeza, para julgar insatisfatória a teoria da Terra plana e, por volta de 350 A.C., o filósofo grego Aristóteles as resumiu. Primeiro, algumas estrelas desapareciam para o hemisfério do sul quando se viajava para o norte, e desapareciam para o hemisfério norte quando se viajava para o sul. Segundo, a sombra da Terra na Lua durante um eclipse lunar era sempre o arco de um círculo. Em terceiro lugar, aqui na própria Terra, é sempre o casco dos navios que desaparece primeiro no horizonte, em quaisquer direções que viajem. Todas as três observações não poderiam ser razoavelmente explicadas se a superfície da Terra fosse plana, mas poderiam ser explicadas supondo que a Terra fosse uma esfera. E mais, Aristóteles acreditava que toda matéria sólida tendia a se mover para o centro comum, e se a matéria sólida fizesse isso, acabaria como uma esfera. Qualquer volume dado de matéria está, em média, mais perto de um centro comum se for uma esfera do que se for qualquer outra forma. Cerca de um século após Aristóteles, o filósofo grego Eratóstenes notou que o Sol lançava sombras de comprimentos diferentes em latitudes diferentes (todas as sombras teriam o mesmo comprimento se a superfície da Terra fosse plana). Pela diferença no comprimento da sombra, calculou o tamanho da esfera terrestre, que teria 25.000 milhas (cerca de 40.000 km) de circunferência. Tal esfera se encurva aproximadamente 0,000126 milhas por milha, uma quantidade muito perto de 0, como você pode ver, e que não seria facilmente mensurável pelas técnicas à disposição dos antigos. A minúscula diferença entre 0 e 0,000126 responde pelo fato de que passou tanto tempo para passar da Terra plana à Terra esférica. Note que mesmo uma diferença minúscula, como aquela entre 0 e 0,000126, pode ser extremamente importante. Essa diferença vai se acumulando. A Terra não pode ser mapeada em grandes extensões com nenhuma exatidão se a diferença não for levada em conta e se a Terra não for considerada uma esfera e não uma superfície plana. Viagens longas pelo mar não podem ser empreendidas com alguma maneira razoável de encontrar sua própria posição no oceano a menos que a Terra seja considerada esférica e não plana. Além disso, a Terra plana pressupõe a possibilidade de uma terra infinita, ou da existência de um “fim” da superfície. A Terra esférica, entretanto, postula que a Terra seja tanto sem fim como no entanto finita, e é este postulado que é consistente com todas as últimas descobertas. Assim, embora a teoria da Terra plana esteja somente ligeiramente errada e seja um crédito a seus inventores, uma vez que se considere o quadro todo, é errada o suficiente para ser rejeitada em favor da teoria da Terra esférica. Mas a Terra é uma esfera? Não, ela não é uma esfera; não no sentido matemático estrito. Uma esfera tem determinadas propriedades matemáticas — por exemplo, todos os diâmetros (isto é, todas as linhas retas que passam de um ponto em sua superfície, através do centro, a um outro ponto em sua superfície) têm o mesmo comprimento. Entretanto, isso não é verdadeiro na Terra. Diferentes diâmetros da Terra possuem comprimentos diferentes. O que forneceu a ideia de que a Terra não era uma esfera verdadeira? Para começar, o Sol e a Lua têm formas que são círculos perfeitos dentro dos limites de medida nos primeiros dias do telescópio. Isso é consistente com a suposição de que o Sol e a Lua são perfeitamente esféricos. Entretanto, quando Júpiter e Saturno foram observados por telescópio pela primeira vez, logo ficou claro que as formas daqueles planetas não eram círculos, mas claras elipses. Isso significava que Júpiter e Saturno não eram esferas de fato. Isaac Newton, no fim do século dezessete, mostrou que um corpo de grande massa formaria uma esfera sob atração de forças gravitacionais (exatamente como Aristóteles tinha proposto), mas somente se não estivesse girando. Se girasse, aconteceria um efeito centrífugo que ergueria a massa do corpo contra a gravidade, e esse efeito seria tão maior quanto mais perto do equador. O efeito seria tão maior quanto mais rapidamente o objeto esférico girasse, e Júpiter e Saturno certamente giravam bem rapidamente. A Terra gira muito mais lentamente do que Júpiter ou Saturno, portanto o efeito deveria ser menor, mas deveria estar lá. Medidas de fato da curvatura da Terra foram realizadas no século dezoito e provaram que Newton estava correto. Em outras palavras, a Terra tem uma protuberância equatorial. É achatada nos pólos. É um “esferoide oblato” e não uma esfera. Isto significa que os vários diâmetros da terra diferem em comprimento. Os diâmetros mais longos são os que vão de um ponto no equador a outro ponto oposto no equador. Esse “diâmetro equatorial” é de 12.755 quilômetros (7.927 milhas). O diâmetro mais curto é do pólo norte ao pólo sul e este “diâmetro polar” é de 12.711 quilômetros (7.900 milhas). A diferença entre o maior e o menor diâmetro é de 44 quilômetros (27 milhas), e isso significa que a “oblacidade” da Terra (sua diferença em relação à esfericidade verdadeira) é 44/12755, ou 0,0034. Isto dá 1/3 de 1%. Em outras palavras, em uma superfície plana, a curvatura é 0 em todos os lugares. Na superfície esférica da Terra, a curvatura é de 0,000126 milhas por milha todos os lugares [ou 8 polegadas por milha (12,63cm/km)]. Na superfície esferoide oblata da Terra, a curvatura varia de 7,973 polegadas por milha (12,59cm/km) a 8,027 polegadas por milha (12,67cm/km). A correção de esférico a esferoide oblato é muito menor do que de plano a esférico. Consequentemente, embora a noção da Terra como uma esfera seja errada, estritamente falando, não é tão errada quanto a noção da Terra plana. Mesmo a noção esferoide oblata da Terra é errada, estritamente falando. Em 1958, quando o satélite Vanguard I foi posto em órbita sobre a Terra, ele mediu a força gravitacional local da Terra — e consequentemente sua forma — com precisão sem precedentes. No fim das contas, descobriu-se que a protuberância equatorial ao sul do equador era ligeiramente mais protuberante do que a protuberância ao norte do equador, e que o nível do mar do pólo sul estava ligeiramente mais próximo o centro da terra do que o nível do mar do pólo norte. Não parecia haver nenhuma outra maneira de descrever isso senão que dizendo a Terra tinha o formato de uma pêra, e muitas pessoas decidiram que a Terra não se parecia em nada com uma esfera mas tinha a forma de uma pêra Bartlett dançando no espaço. Na verdade, o desvio do formato de pêra em relação ao esferoide oblato perfeito era uma questão de jardas e não de milhas, e o ajuste da curvatura estava na casa dos milionésimos de polegada por milha. Em suma, meu amigo literado em inglês, viver em um mundo mental de certos e errados absolutos pode significar imaginar que uma vez que todas as teorias são erradas, podemos pensar que a Terra seja esférica hoje, cúbica no século seguinte, um icosaedro oco no seguinte e com formato de rosquinha no seguinte. O que acontece na verdade é que uma vez os cientistas tomam um bom conceito, eles o refinam gradualmente e o estendem com sutileza crescente à medida que seus instrumentos de medida melhoram. As teorias não são tão erradas quanto incompletas. Isto pode ser dito em muitos casos além da forma da Terra. Mesmo quando uma nova teoria parece representar uma revolução, ela geralmente surge de pequenos refinamentos. Se algo mais do que um pequeno refinamento fosse necessário, então a teoria anterior não teria resistido. Copérnico mudou de um sistema planetário centrado na Terra para um centrado no Sol. Ao fazer isso, mudou de algo que era óbvio para algo que era aparentemente ridículo. Entretanto, era uma questão de encontrar melhores maneiras de calcular o movimento dos planetas no céu, e a teoria geocêntrica acabou sendo deixada para trás. Foi exatamente porque a teoria antiga dava resultados razoavelmente bons pelos padrões de medida da época que ela se manteve por tanto tempo. Novamente, foi porque as formações geológicas da Terra mudam tão lentamente e as coisas vivas sobre ela evoluem tão lentamente que parecia razoável no início supor que não havia nenhuma mudança e que a Terra e a vida sempre existiram como hoje. Se isso fosse assim, não faria nenhuma diferença se a Terra e a vida tinham bilhões ou milhares de anos. Milhares eram mais fáceis de se entender. Mas quando cuidadosas observações mostraram que a Terra e a vida estavam mudando a uma taxa que era minúscula mas não nula, a seguir tornou-se claro que a Terra e a vida tinham que ser muito antigas. A geologia moderna surgiu, e também a noção de evolução biológica. Se a taxa de mudança fosse maior, a geologia e a evolução alcançariam seu estado moderno na Antiguidade. É somente porque a diferença entre as taxas de mudança em um universo estático e em um evolutivo estão entre zero e quase zero que os criacionistas continuam propagando suas loucuras. Uma vez que os refinamentos na teoria ficam cada vez menores, mesmo teorias bem antigas devem ter estado suficientemente certas para permitir que avanços fossem feitos; avanços que não foram anulados por refinamentos subsequentes. Os Gregos introduziram a noção de latitude e longitude, por exemplo, e fizeram mapas razoáveis da bacia mediterrânea mesmo sem levar em conta a esfericidade, e nós usamos ainda hoje latitude e longitude. Os Sumérios provavelmente foram os primeiros a estabelecer o princípio de que os movimentos planetários no céu são regulares e podem ser previstos, e tentaram achar maneiras de fazê-lo mesmo assumindo a Terra como o centro do universo. Suas medidas foram enormemente refinadas mas o princípio permanece. Naturalmente, as teorias que temos hoje podem ser consideradas erradas no sentido simplista do meu correspondente bacharel em literatura inglesa, mas em um sentido muito mais verdadeiro e mais sutil, elas precisam somente ser consideradas incompletas.
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oflaneur · 12 years
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A AURORA ESPIRITUAL
Entre os devassos, quando a branca e rubra aurora Faz mútua sociedade com o Ideal roedor, Por obra e graça de um mistério vingador Na entorpecida besta fera um anjo aflora. Dos céus espirituais o azul inacessível, Para o homem que padece e sonha em paroxismo, Se entreabre e se aprofunda em fascinante abismo. Assim, graciosa Deusa, lúcida e sensível, Sobre os despojos fumegantes das orgias Tua imagem mais clara, mais rósea, mais cheia, Ante meus olhos pasmos sem cessar volteia. O sol crestou nos castiçais as chamas frias; Assim, triunfante, o teu fantasma se parece, Alma radiosa, ao sol que eterno resplandece!
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oflaneur · 12 years
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Momento
                                                                                        Por L' Amie
Duas pessoas, de repente, o olhar, a aproximação, o toque... Há a possibilidade de reprimir os desejos latentes, mas porque desperdiçá-los? Os corpos se fundindo (eu disse "fundindo") por um sentimento que os tira de sua rota normal, transcendendo o físico e atingindo o espiritual. Beijos, carícias, sussurros, tudo se intensifica em meio à atração, esta que provoca arrepios, tremores, excitações. O deitar-se com o outro, deleitando-se sobre o ato, seja qual for sua motivação, amor, amizade, tesão, todas visam neste momento apenas uma sensação: o prazer. E no bailar dos movimentos a dança da sedução dita seu ritmo, revelando a melodia da intimidade e gozo... da realização.
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oflaneur · 12 years
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Caderno de Viagem #4
Volta para Casa
A parte mais dolorosa. Você fica entre dois pontos. Primeiro, você está a tanto tempo fora de casa que tudo, problemas, frustrações, dores, tudo, está fora de você e essa calmaria gerou um clima quase familiar entre você e o seu abrigo temporário. Nessa última nota sobre a viagem deste Flâneur, não falarei muito. Apenas deixarei que acompanhes meu relato.
“Mariana - MG Dia 23/08/2012  - 09:55 H
Enfim, é dada a hora de voltar para casa. Estranhamente a minha única vontade de voltar reside na distância entre eu e a minha amada. Se pudesse, e devo dizer que planejei em inúmeras oportunidades a vida aqui, traria ela. Parcifal está triste, mas não acho que há muito o que fazer. Quanto a mim, não sei bem para onde estou indo, não me refiro ao meu destino, mas à minha destinação. Será que eu voltarei, ou o eu que partiu está definitivamente morto. Espero que morto."
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oflaneur · 12 years
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Um conto de Ju Maciel
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              Resolveu que iria comprar um livro, acanhada como de costume passou primeiro pelos mais vendidos, depois foi olhar os de fotografia, fitou os de psicologia e lá começou a de fato olhar alguns títulos. Sabia exatamente o que procurava, porém algo por dentro a deixava tão acanhada que sequer folhear os títulos que poderiam interessa-la o fazia. Desistiu e mais uma vez ficou sem poder namorar as palavras que falariam com ela através das páginas do livro. A leitura, pensava ela, era uma forma segura, ponderada e mais que tudo privada de desbravar tudo aquilo que tanto queria conhecer. O assunto muito lhe despertava curiosidade e o recente relacionamento a deixava ainda mais inquieta sobre todo um mundo de descobertas que estavam a sua espera. Com as amigas não discutia o assunto, sua falta de experiência lhe causava vergonha, suas questões lhe pareciam bobas e tudo aquilo que desejava e esperava poderia ser uma grande ilusão.Sentia-se boba pelos sentimentos que corriam sua mente a cada novo toque, pelas sensações que cada beijo despertava. Achava irônico em sua mente o quão erotizado era o mundo, porém ainda sim explorar e falar sobre isso eram tabus. Sozinha em seu quarto explorava os mais diversos cenários em sua mente, todos vibrantes uns mais vulgares outros que pareciam ter saído das fantasias das moças mais bobas e inocentes. O que mais a inquietava é que já havia experimentado aquilo que para ela parecia agora desconhecido, porém sua mente se abriu para novas possibilidades, novas cores, novas sensações que, suspeitava ela, poderiam lhe render surpreendentes experiências. Nunca conseguiu encarar aquilo como chulo e mundano, olhava para o ato todo como uma grande dança, uma provocação contínua que criava uma ligação deliciosamente momentânea e única entre seres. Não que não pudesse ser algo intenso e quente, se repreendia e ria um sorriso amarelo quando pensava nisso. Era piegas, era cliché a forma como encarava aquilo, mas não ligava, era a sua maneira, o seu olhar e como ao final das contas era o seu corpo, o seu ângulo é o que importava. Parou de pensar naquilo tudo, ligou para aquele que amava e para ele abriu todos os seus pensamentos dos mais doces passando por declarações de amor aos mais constrangedores e percebeu que na realidade com aquele que estava do outro lado da linha eles não pareciam ser tão embaraçosos, ambos riram, revelaram alguns pensamentos ocultos ,se redescobriram e gostaram da sensação. Ele falou de prazeres, ela de desejos, ele falou de olhares, ela de carícias e a conversa varou a madrugada. Terminaram o longo papo pois ela já estava sonolenta; desligaram com um carinhoso e quiçá aliviado “te amo” e foram dormir. Antes de adormecer de fato, ela se percebeu livre pois ao se permitir descobrir novos horizontes sozinha e decidir dividi-los com quem confiava um sorriso delicado surgiu em seu rosto enquanto seus olhos se fechavam para dormir. E mais uma vez no dia seguinte ela se dirigiu a livraria, porém dessa vez foi direto aos livros que queria. Ju Maciel é a mente por tras deste conto e responde, pergunta e fala pelo Twitter @uterologia (https://twitter.com/uterologia), além de ser convidada Illustríssima (e Espero que recorrente) deste blog e amida deste Flâneur.
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oflaneur · 12 years
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Caderno de Viagem #3
Céu Estrelado
Quando se olha para o céu longe das luzes da cidade vemos o óbvio, o mesmo óbvio que não vemos todas as noites. Estrelas. nada mais. Pontos brilhantes no céu, quebrando com seu brilho frio a mesmice obscura do silêncio espacial. Sendo ousados ou não, nada nos impede de pensar que todos nós somos agraciados com o brilho de uma. Podemos apontar e escolher uma estrela, que ela seja nossa guia com seu brilho azul cintilante e que mesmo pálida e com aparência de fria, possa nos dar um tantinho a mais de esperança em nossas vidas. Penso nas estrelas como uma bela metáfora para a vida. Somos bem parecidos com elas. Brilhantes, mas só conseguimos ver o brilho de outras, e mesmo em meio a várias outras estrelas, constelações e brilhos do infinito espaço que nos cerca, não vemos ninguém, somos sozinhos em nossas revoluções. Devemos ser estrelas, devemos mesmo brilhar e mais ainda, devemos mesmo acreditar nesse brilho, devemos também, ver e admirar o brilho dos outros, pois mesmo sendo a menor estrela do céu, o brilho e o calor viajam por muito tempo para chegar até os nossos olhos, então, não tomem pois o brilho das estrelas como um nada. Se acreditamos que o brilho nos é dado por algo superior ou ainda por um feliz  - muito feliz  - coincidência da natureza, ao menos valorizemos esse brilho, bem como o brilho de nossas vidas, e não há melhor atitude para mostrar isso do que olhar para o céu, reconhecendo uma dádiva ou nossa pequenez, e esboçar um belo e feliz sorriso. “Mariana - MG Dia 18/08/2012  - 03:27 H
Cometi o erro de olhar para o céu. Quando digo erro, me refiro ao fato de que ao ver um céu como esse me bate uma vontade terrível de nunca mais voltar para a cidade onde não posso ver metade dessas estrelas. Ao mesmo tempo vejo o dom que é o brilho de cada uma delas e minha pequenez perante ao Universo. Talvez daí venha a minha sede de conhecer o infinito particular das pessoas, pois, mesmo clamando e gritando ao cosmos, não recebo resposta alguma. Mas ao contemplar o brilho dessas estrelas, não me sinto tão sozinho. Apenas sorrio de volta para elas. P.S.: Espero não acordar meu amigo Parcifal (Nome Fictício)"
As estrelas podem ser bons pontos de orientação, não para os que velejam e desbravam, mas principalmente para aqueles que caminham e se sentem, por vezes, perdidos, solitários e sem rumo, para estes, sempre haverá um brilho fulgurante, um azul-pálido e tímido, mas que nunca para de brilhar, ao sorrir vais perceber que o brilho é um sorriso na sua direção... então, sorria de volta.
                                         Vi uma estrela tão alta,                                          Vi uma estrela tão fria!                                          Vi uma estrela luzindo                                          Na minha vida vazia.                                          Era uma estrela tão alta!                                          Era uma estrela tão fria!                                          Era uma estrela sozinha                                          Luzindo no fim do dia.                                          Por que da sua distância                                          Para a minha companhia                                          Não baixava aquela estrela?                                          Por que tão alto luzia?
                                         E ouvi-a na sombra funda                                          Responder que assim fazia                                          Para dar uma esperança                                          Mais triste ao fim do meu dia.
                                                                  - A Estrela, Manuel Bandeira
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