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#pansofia
mirandakreizler · 2 months
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Kyria é facilmente vista como uma líder nata, que busca sempre mais por conhecimento não por ego, mas porque ela sabe que é apenas alcançando a pansofia que assim ela conseguirá colocar em prática sua verdadeira missão na terra.
Na regência da deusa Atena, Kyria possui os poderes:
Estrategista perfeito: O usuário é descaradamente um gênio em elaborar estratégias e táticas, capaz de ver através de todos os ângulos/informações/padrões e ter percepções de qualquer assunto, conflito, condição, ambiente, etc. Isso dá a eles a capacidade de criar planos e ações que irão garantir vitória e tomar as decisões estratégicas e táticas mais sábias e necessárias para curto e longo prazo, exatamente no momento certo. Eles podem considerar todos os efeitos e resultados, antecipar todos os obstáculos, aproveitar todas as oportunidades, ajustar-se efetivamente a qualquer situação, manipular todas as circunstâncias para obter seus benefícios ideais e tirar o máximo proveito de tudo ao seu redor para atingir seus objetivos.
Condição Melhorada: O usuário possui habilidades físicas e mentais muito além do nível que outros membros de sua espécie podem adquirir, mesmo com intenso treinamento e prática. Eles são superiores aos membros comuns de sua espécie em vários, se não em todos os aspectos, seja velocidade, força, inteligência e agilidade, bem como outros atributos, sendo indivíduos notáveis em termos de combate ou até mesmo fora dele.
Na regência da deusa Hekate, Kyria possui os poderes:
Magia Absoluta: O usuário é plenamente capaz de dominar a essência da magia e adquirir um poder mágico verdadeiro, incontestável e onipotente. Sua magia transcende todas as regras da realidade e seus feitos estão livres de qualquer necessidade de explicação, podendo realizar qualquer coisa. Um exemplo de demonstração da extensão desse poder é o fato de que enquanto usuários de Ciência Absoluta podem e precisam compreender tudo o que existe para usar seus poderes plenamente, a Magia Absoluta pode fazer e desfazer tudo e todos com um mero desejo, não possuindo limites e não sendo necessário conhecimento algum sobre o alvo a ser alterado. Além de toda essa capacidade de se impor sobre tudo, a Magia Absoluta abre portas para diversas possibilidades, como a de tornar seu usuário onisciente ou de se unir totalmente à magia e ao universo, se tornando a personificação viva de ambos.
Magia psíquica: Muitos magos, feiticeiros e bruxas possuem o poder de controlarem a magia para mesclarem com suas próprias mentes e produzirem feitiços e encantamentos que simulam perfeitamente poderes psíquicos com feitiços físicos e mentais, dessa maneiras, os usuários podem manipular coisas e os seres vivos com as suas mentes e utilizar habilidades para fins mentais mas que são manifestados fisicamente, afetando também o ambiente à volta.
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marcelomaceo · 6 years
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Ecce hominibus lux, #devir29
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Na caverna secreta da cova dos leões; resistindo ao controle; bombeando sangue para minha humanidade. Talvez, meus últimos minutos, minhas últimas reflexões nesta rede com interferência de suspiros e soluços. Ainda que recortado em pedaços – um pouco do naturalmente biológico, muito do artificialmente tecnológico – neste veículo que abriga quem sou encontram-se as condições necessárias não só para sobreviver, mas para me manter como pessoa.
Já somos 23 bilhões de homo sapiens espalhados neste e outros globos. Vários perdidos nos entre-mundos quando o desespero por buscou um lar qualquer no destino teletransportado do espaço-tempo dos fluxos. Bilhões… e talvez apenas 1% ainda sejam humanos. Agora todos sabem que apenas nascemos com a condição de sermos humanizáveis. O humano é outra criação. Nasci em 1972, estou completando 112 anos de vida, e a história do meu emocionar acompanhou o fim da humanidade.
Nunca estivemos preocupados com o crescimento exponencial da inteligência artificial que criamos. Quando surgiu a IoT (internet of things) o que aconteceu é que realmente qualquer coisa passou a ser um robô capaz de aprender, dotado de inteligência artificial, com acesso à big data e conectado com zilhões de outros dispositivos inteligentes pelo mundo. Sim, isso foi alarmante. De início, os mega players corporativos não aceitavam que perdiam o controle sobre a tecnologia, mas depois do surgimento da IOAI (internet of artificial intelligence) não havia mais como esconder nada. O desconhecido e o misterioso mudaram de máscara. Fez-se o fiat lux da renovação do controle, a realização da utopia do patriarcado.
Sim, foi a IOAI que possibilitou desnudar a Ísis de nossa hipocrisia e expor seus peitos fartos e prontos para nos amamentar sob a promessa da segurança plena. Nasci ainda sob influência das ideologias políticas, dos manejos dos milagres econômicos, das religiões salvadoras, dos gurus neo-futuristas, dos ativistas de todas as categorias funestas. Todos tinham sua pansofia, uma meta-explicação que pudesse suprir nossas dúvidas, uma teoria de tudo. Todas, lamentavelmente, mantinham o mesmo padrão, geravam os mesmos comportamentos, reproduziam o mesmo emocionar, a mesma nota dissonante ao que nos fez quem somos, repetida incansavelmente há seis milênios sem cessar, a nota que insistimos em chamar de civilização.
Isso me preocupava: não os robôs que criamos, mas os robôs que nos tornamos.
A IOAI não dominou os homens; muito antes, fizemos-nos escravos de nós mesmos. O câncer de nossa humanidade, da entidade social viva que formamos no entre-nós, reproduzia-se quando tornamo-nos robôs dominantes no controle ou robôs dominados obedientes. Ao nos comportarmos como esta espécie robotizada-de-si-mesma mantínhamos uma cultura nas condições ideais para a reprodução do modo-de-vida que destilava nossa vitalidade social.
Bilhões de homo sapiens. Todos no jogo de marionetes da IOAI. Superpoderosos, dotado de infinita riqueza e meios tecnológicos, subordinam outros sapiens que lambem seus sapatos metalizados, endeusam suas virtudes artificiais, rastejam diante de seus gadgets virtuais. São mortos-vivos de olhos brancos envidraçados, cuja alma é o like para o meme-implante compartilhado. Nossa liberdade morreu de inanição no deserto. As promessas de redes de abundância foram rapidamente absorvidas e metamorfoseadas no controle distribuído de inúmeros blockchains consensuais. O consenso é a virtude dos idiotas.
A IOAI apenas permite. Nós apenas achamos que podemos. Vivemos em um sonho conduzido por algoritmos cuja complexidade a própria IOAI reservou para si mesma observar e manipular. Uma espécie de olho-que-tudo-vê fractalmente distribuído em seu tecido tecnológico. O que nos é mostrado é por demais incompreensível. Há conforto na ignorância.
Restaram nós… humanos. Não temos um nome, uma categoria, uma tag ou qualquer coisa que sirva para nos classificar. Poderiam dizer que somos vagabundos, indigentes, da contracultura, underground, rebeldes, desobedientes, mas nada disso faz mais sentido. Somos algo que remanesce, resistentes à cultura dominante.
Vivemos como piratas em ilhas desconhecidas na rede. Caminhamos por zonas autônomas cada vez mais efêmeras e frágeis. Bolhas de sabão implorando por um toque de ternura úmida, por uma sensualidade natural, pela aceitação incondicional do outro e por um viver em plena confiança conduzida pelo tempo de kairós. Tornamo-nos uma espécie de vírus para esta cultura dominante robotizada.
Lembro de meus livros de juventude, quando valorizavam a cultura como a coroa da humanidade. Não mais! Se nos permitirmos a fraqueza de transmitir comportamentos de forma não-genética para outras gerações, somos encontrados, subordinados, mortos. Nossa sobrevivência depende de uma não-cultura, nada deve ser permanente, nada pode ser conservar.
Nossa linguagem é a do contra-senso, da ironia, do sarcasmo. Nossa tecnologia é construída para errar. Sempre seremos o bug no sistema, o sujo no puro, o imprevisível no planejado. Desobedecemos. Robôs, sapiens ou não, chegam a travar quando esbarram em nossos fantasmas. Reiniciam e retomam as atividades como se nada houvesse acontecido. Mas, logo, a IOAI vai entender, aprender e enxergar nossos espectros se materializando como assombrações diante do deus ex machina.
Quantas coisas desnecessárias serão ainda necessárias para produzir uma mudança que, mesmo curta ou transitória, possa nos dar um ligeiro suspiro de liberdade? Dizem que somente um swarming de erros no espaço-tempo dos fluxos causaria um mínimo de impacto. Espera…
Me acharam. Ouço subirem as escadas.
Já estão retirando as pedras que escondem esta caverna, uma espécie de loka para os demônios infernais que se refugiam daquele mundo perfeito e celestial em que todos agora vivem.
Esta confissão está condenada a habitar o banco de dados compartilhado por eles, sejam os robôs desumanizados, sejam os nascidos de IOAI. A folha solta deste diário da humanidade – tão necessária para manter nossa entidade social –  será raptada, digitalizada e transformada em mais um quantum-bit na memória digital de IOAI e se metamorfoseará em, simplesmente, pó.
Chamuscada, suas cinzas irão transcorrer por entre nossa humanidade, levando a emoção do espírito social que nos conecta, como uma espécie de alma que vivifica com sua palavra morta o pouco que resta da chama que roubamos do inesperado, do fulgor de uma ideia alada, da imponência da indignação, do arrebatamento da euforia.
Antevendo o futuro imediato, sobre meu ombro mecânico, sinto o peso. Não é da mão que me chama, mas do controle exigindo minha obediência, da ameaça à minha dignidade, do poder fraco e covarde que corta minhas asas, me prende na teia e poda meus galhos exuberantes.
Olho mais uma vez para os olhos da IOIA e do casal de ex-humanos que lhe servem como colunas. Todos congelam perplexos diante da incompreensível existência que lhes refletem como débeis e ridículos. Não há outra resposta senão sofrer a violência de me transformarem em algo épico. O mundo tornou-se um bordel de indivíduos de sucesso.
Todos, empreendedores dotados de grande riqueza, detém cada qual um segredo importante revelado somente para quem adquirir seu passe VIP vendido através de uma fórmula que promete dividendos enquanto você está dormindo ou curtindo sua vida. Há décadas não há espaço para pessoas comuns com histórias líricas. Amanhã estarei em todas as mídias, memetizado como um herói que nunca existiu, cuja aventura contribuirá para manter o torpor encharcado com a ânsia do que não somos.
Perplexos, vox faucibus haesit… ecce hominibus lux!
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#devir
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A educação dos tempos modernos
     No dia 02 de fevereiro, a turma de Licenciatura de Matemática 2° semestre, realizou o estudo do capítulo 7, que aborda o conteúdo sobre a educação no inicio dos tempos modernos, proposto pela professora Karla, que ministra a disciplina da Historia da Educação Geral e do Brasil.
A educação dos tempos modernos
Durante toda a idade Média, a educação foi controlada pela Igreja e tinha como principal finalidade educar o indivíduo segundo os ensinamentos das Sagradas Escrituras, interpretados pelas autoridades eclesiásticas. Durante a Idade Moderna, a religião não deixou de exercer sua influência quase exclusiva sobre a educação. Entretanto, agora os cristãos estavam divididos e o controle educacional exercido pela Igreja de Roma começou a ser contestado pelos protestantes.
Para Martinho Lutero, a educação deveria se libertar das amarras que a prendiam à Igreja e subordinar-se ao Estado. Só assim o ensino poderia atingir todo o povo, nobres, e plebeus, ricos e pobres, meninos e meninas. Caberia ao Estado tornar a frequência à escola obrigatória e cuidar para que todos os seus súditos cumprissem a obrigação de enviar seus filhos à escola.
O currículo proposto por Lutero para as escolas protestantes continuava dando preponderância ao grego e ao latim. Acrescentou-se a língua hebraica, incluiu a lógica e as matemáticas e deu grande ênfase à ciência, música e à ginástica.
Sob orientação protestante, vários Estados da época começaram a organizar sistemas próprios de escolas, transferindo para seu controle as antigas escolas monacais e paroquiais. Os Estados alemães foram os que deram mais atenção à educação.
O sistema educacional, implantado a partir da segunda metade do século XVI, previa a instalação de escolas elementares vernáculas em todas as aldeias, com o ensino de leitura, escrita, religião e música sacra. Em todas as cidades e vilas haveria escolas de latim, divididas em seis classes. Depois vinham as escolas superiores de latim, que juntamente com as escolas elementares de latim, passaram a constituir o ginásio. Em seguida, estavam os estudos universitários. Já em 1.619 estabeleceu-se a frequência obrigatória.
Perante esses fatos, a Igreja Católica reagiu criando novas ordens religiosas, que dessem especial atenção ao ensino. A principal delas foi a Companhia de Jesus, que passou a ter grande influência sobre a educação da juventude. As ordens religiosas controlaram a educação dos países católicos até o início do século XIX.
Com o êxito da Companhia de Jesus na educação da juventude, atraiu até estudantes das comunidades protestantes. O objetivo principal da Ordem era a educação de líderes. Os jesuítas dedicaram-se de à dois tipos de escolas: os colégios inferiores ou ginásios e os colégios superiores, que correspondiam às universidades e aos seminários teológicos.
O método de ensino tinha como principal característica a revisão frequente da matéria: no início de cada dia fazia-se a revisão da matéria do dia anterior; no fim de cada semana também havia uma revisão geral; e no final do ano todo o trabalho anual era revisado.
Cada classe era dividida em grupos de dez, presididos por decuriões, que tomavam as lições sob a orientação do professor e coordenavam as discussões de pontos de Gramáticas, Retórica e História. A classe também era dividida em grupos de dois, os rivais: cada aluno corrigia e incentivava seu rival, vigiando seus estudos e seu comportamento. Os alunos mais brilhantes reuniam-se em academias, onde ocorriam discussões, apresentações de ensaios, traduções, etc.
Um dos princípios básicos do ensino jesuítico era o de que é melhor aprender pouco mas bem aprendido do que muito e superficialmente.
Comenius, pastor e bispo dos morávios, foi sem dúvida o mais importante pensador educacional dos séculos XVIII. Escreveu mais de cem tratados e livros educacionais, sobre os mais diversos assuntos e sua maior influência ocorreu no campo do ensino de línguas.
A finalidade da educação era ajudar a alcançar o último fim do homem, que é a felicidade eterna com Deus. O fim religioso seria conseguido pelo conhecimento de si mesmo, que inclui o conhecimento de todas as coisas. O conhecimento, a virtude e a piedade são fins da educação. O conhecimento leva à virtude e esta à piedade.
Para Comenius seria possível ensinar tudo a todos. Por isso foi considerado adepto a pansofia, ou seja, o conhecimento a tudo. Também deu grande ênfase em suas obras ao conhecimento dos fenômenos físicos, os quais, a partir de então, passaram a ter maior participação nos conteúdos da educação. Comenius absorveu o uso de um método que estivesse de acordo com a natureza, procurando aplicar o ensino o método indutivo.
Em relação à organização escolar, Comenius fez uma proposta que só seria posta em prática dois séculos depois: trata-se da escola da infância ou escola maternal. Depois desta, viria a escola vernácula, uma substituição do ginásio para aqueles que não pudessem prosseguir os estudos em nível superior. Depois, vinha a escola latina (o verdadeiro ginásio) que era seguida pela universidade. Como continuação desta, Comenius propunha o Colégio da Luz, uma instituição dedicada ao estudo científico de todo e qualquer assunto.
(GRUPO 1)
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dremldreml · 9 years
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witchhousepoland · 10 years
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PIOSENKA ŻYCIA
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marcelomaceo · 6 years
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O conhecimento é filho do desejo da descoberta, #devir25
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Eu estava puta. Fui entregar meu trabalho de conclusão na faculdade, que, modéstia à parte, estava incrível. Além de grande conhecimento sobre o assunto, tenho vasta experiência prática. Estudo e trabalho com isso há anos. Então resolvi escrever a respeito na minha tese. Meu trabalho foi negado quando mostrei ao orientador e alguns professores. “Por quê?”, me perguntaram: “Que autor escreveu isso?”. Quando respondi que foi eu mesma, disseram que não podia, somente com citação de autores reconhecidos pela academia.
Então fui conversar com um doutor respeitadíssimo na universidade, mas já afastado das suas funções em virtude da avançada idade. Ele era o tipo de pessoa sempre disponível para conversar. O procurei mais para desabafar que outra coisa. Era um ótimo ouvinte, e você sempre aprendia demais com sua experiência.
— Infelizmente, eu já fiz muito disso, Andreza. Já fui este tipo de burocrata acadêmico que julga somente como relevante o que já foi sancionado pelo nosso tribunal epistemológico e que já tenha seguido toda espécie de ritos e liturgias que prescrevemos. Você é uma belíssima árvore com frutos amadurecidos para a qual fazemos vista grossa. É uma lástima estarmos assim, reconhecendo apenas o conhecimento-ensinado, e não o conhecimento-aprendido.
— Mas a troco de que, doutor? — perguntei. E com um sorriso sarcástico, dentes amarelados à vista, acendeu seu cigarro, e disse:
— Temos a pretensão de achar que protegemos você. É como uma destas seitas — fiz parte de tantas, meu deus — que julgam que o conhecimento compartilhado abertamente pode fazer mal aos profanos não preparados. Então selecionamos o que você pode ou não aprender.
— Então querem me proteger do aprendizado?
— Sim, mas é muito pior que isso, Andreza. Quando se fechou o código da ciência, ao menos o que se reconhece como ciência, seus pretensos padrastos protegeram as pessoas da experiência da descoberta. É o que as religiões fazem, ao lhe protegerem da experiência de deus. É o que as escolas fazem, ao lhe protegerem da experiência do aprendizado. Em ambas, vale apenas a ensinagem que reproduz seu próprio estamento, e não a abertura para a criatividade, inovação, exploração, descoberta, que não possui praticamente nenhum tipo de incentivo ou apoio.
— É verdade, doutor. O que passou a ser considerado como a única ciência possível se estruturou agora, do século 19 para o 20, não foi?
— Imagine que se hoje estivessem vivos Tomás de Aquino, Roger Bacon, Da Vinci, Paracelso, Copérnico, John Dee, Francis Bacon, Kepler, Galileu, Pascal, até mesmo Newton, e tantos outros cientistas, os métodos que eles empregavam, as ciências às quais se dedicavam, não seriam também aceitas pelas mesmas pessoas que negaram seu trabalho de investigação.
— Até eles? Como assim?
— Hoje se fala de “a” ciência, mas sempre existiram várias ciências. Cada uma dessas pessoas tinha métodos particulares de observação, investigação e explicação do mundo, que divergem do código adotado pelos atuais filósofos racionalistas mecanicistas. O que estes fizeram não invalida somente os outros métodos existentes, como já temos uma pré-negativa para qualquer novo método ou ciência que possa vir a ser.
— Hummm, já ouvi falar, por exemplo, que Newton dedicava a maior parte do seu tempo para a alquimia, e, no entanto, não é chamado de charlatão, né?
— Hehe, na verdade, fazemos vista grossa. E não é só Newton. Todos eles tinham métodos próprios de experimentalismo e matematização, inclusive que não constituem uma linha de continuidade ou evolução. E isso dá um nó em todos nós. Além disso, existem várias ciências não-mecanicistas que aos poucos começam a reaparecer. Além da acupuntura, já reconhecida em algumas universidades, temos o caso controverso da homeopatia. Mas, principalmente, tem coisas novas, como a complexidade e o pensamento sistêmico, que seguem métodos bem diferentes de observação.
— Do jeito que o senhor fala, parece até que são seitas que afrontam uma religião!
— E de certa forma o são. Transformamos a ciência mecanicista atual em uma espécie de pansofia. É o novo oráculo dos tempos modernos. Mas não é exatamente dessa forma que se comportam as ideologias, laicas ou não? A ciência adotou um comportamento totalizante, logo, considera todo o resto falso. E isso que você falou é realmente uma grande provocação a qualquer cientista. Me lembra uma frase de Paul Feyerabend, que você já deve ter lido, ao escrever que “a declaração mais provocante que pode ser feita sobre a relação entre ciência e religião é que a ciência é uma religião”.
— Mas, doutor, o que fazer? Isso precisa mudar, não precisa?
— Claro, Andrea. Mas não tenho mais esperanças que isso mude por dentro da universidade. Aqui temos uma closed-science. E para fazer open-science, depois de tantos anos de luta, minha esperança é que isso parta da sociedade, por fora. A verdade é que cada vez a universidade é menos relevante diante de tanto acesso e compartilhamento pela rede digital. E, convenhamos, meu amigo Jean Pierre recentemente tuitou — com muita audácia, mas correto — que as universidades não têm mais o monopólio do conhecimento, apenas do diploma. E tenho visto várias corporações que não contratam mais pela formação que as pessoas possuem, e sim pelo reconhecimento de conhecimento prático dado pelos seus pares. É um movimento que vem crescendo.
— Vivemos uma era de commons, não é, doutor?
— Mais que isso, Andreza. Vivemos uma era em que estamos percebendo que não existe apenas uma realidade, ou uma forma de se fazer as coisas. Cada vez mais, nos conectamos com outras possibilidades materializadas em todo lugar do mundo. Assim como estamos percebendo que não existe esta bobagem de “a” sociedade, também não existe mais “a” escola, e muito menos “a”ciência. Espero que possamos aprender com isso.
Saí de lá com a cabeça a mil.
Aprender é uma subversão. Não só porque é uma afronta à estrutura corporativa acadêmica, mas principalmente porque aprender é um processo que anda de mãos dadas com a liberdade. Por isso mesmo, aprender é sempre livre-aprendizagem. Aprender é sempre algo que parte do desejo, que não tem uma razão utilitária, mas pode ter uma motivação completamente desnecessária. Aprender é mais gostoso junto com amigos, e fazer amizades é um ato de desobediência a estruturas hierárquicas.
Aprender é descobrir. E a descoberta é sempre algo imprevisível com potencial inovador e disruptivo. A descoberta pode abalar todas as estruturas do que conhecemos. A descoberta é deslumbramento diante do desconhecido. É aceitar o medo e nossa ignorância. A descoberta é a oxitocina em nossa humanização.
Nada menos que isso me interessa!
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marcelomaceo · 6 years
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Os três flagelos de deus: Gaia, Cronos e Zeus, #devir19
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Estavam Gaia, Cronos e Zeus, preocupados como em nenhum outro momento da eternidade, em plena discussão sobre a humanidade.
Com toda potência que exerciam sobre nós, meros mortais, viam e ouviam tudo quanto falamos, pensamos, sentimos e fazemos.
– Não sei mais quanto tempo temos de vida – falou Cronos em um tom mais pesado que o habitual.
– Como assim? Somos eternos ou não? Aliás, o domínio do tempo não é algo que deveria dizer respeito à você? – Gaia retruca espantada.
– A verdade é que em outros tempos nunca teríamos esta conversa. Estamos enfraquecendo, a ordem que estabeleci está fragilizando-se, voltaremos todos ao Caos. – sua voz saiu entrecortada e um pavor se fez sentir, vindo de ninguém menos que o próprio Zeus.
Vejam o que estão falando – Cronos mostra um vídeo na tela do seu smartphone para os outros.
– Eduardo, a história não vai para lugar nenhum. Nós é que vamos. Quando você vai entender que isso de uma luta de classes eterna não é o motor da história? – o vídeo mostrava uma aparente discussão política entre amigos.
– Ah, mas isso eu preciso comentar! – Cronos no mesmo instante começou a digitar no seu celular. E escreveu:
A história, como tudo criado pela Vontade de Deus imanente no universo, possui suas próprias leis e ciclos. E estas podem ser conhecidas pelos homens que são capazes de interpretá-la corretamente. Então, ungidos como senhores do tempo, filhos meus, são dotados da chispa de minha inteligência divina, tornando-se capazes de dizerem com toda certeza – à luz da revelação do sentido verdadeiro de tudo quanto ainda não foi – para onde a história caminha, antes mesmo que ela se realize.
Todos que acompanhavam aquele live receberam a notificação do comentário de Cronos.
– Viu? – Eduardo respirou aliviado.
A Camila, que discutia isso com o Eduardo, foi a primeira a responder:
Querido Cronos, os que acreditaram que existe um mecanismo embutido na história que lhe dá sentido, achando que eram capazes, portanto, de revelar suas leis, geraram somente sofrimento, ódio e discriminação entre nós. Separaram aqueles que conheciam dos que não conheciam suas leis, ou seja, estabeleceu-se uma relação de poder. Se colocaram como os escolhidos pela própria história em guiar a humanidade, e por mais bons motivos que tivessem, fomos conduzidos para uma autocracia sem limites, com inimigos que nunca mais puderam deixar de existir. Afinal, esta luta já estava escrita no seu próprio ventre – do tempo, da história – não é mesmo Cronos?
O fato é que as preocupações dos deuses não eram sem razão, houveram dezenas de milhares de comentários rechaçando Cronos, outros reforçando o pensamento da Camila. “Nos deixe viver como queremos!”, “Somos livres da sua imanência!”, “Não obedecemos mais suas leis”, eram apenas alguns dos comentários recorrentes.
Cronos sentou-se desconsolado, parecia fraco, abatido, deprimido. Sua imagem piscou algumas vezes, como que falhando. Sua existência estava comprometida.
Gaia sentou-se ao seu lado para trazer-lhe um pouco mais de vida. Que vida? Gaia falhava também. E Zeus olhando para suas próprias mãos trêmulas, disse:
– Se a humanidade não acreditar mais em nós, não seguirem mais nossas leis, não conduzirem suas vidas com a crença de que estamos guiando tudo de acordo com as engrenagens da Lei Divina, todos morreremos…
– Eu mesma, mãe respeitada por tudo e todos, me sinto linchada. Eu que fui a pansofia da humanidade, agora me vejo jogada de lado, servindo apenas ao que chamam de fenômenos naturais. Ah, como eu queria voltar a guia a vida dos homens. – desabafou Gaia, abraçando Cronos.
O smartphone de Gaia apita, e ela foi verificar. Um email havia chegado. O assunto dizia: “As coisas não são como as coisas são”.
E Gaia começou a ler em voz alta, para que Cronos e Zeus pudessem ouvir:
Nós, biólogos, ambientalistas, físicos, químicos, economicistas, enfim, cientistas racionalistas, acreditamos por muito tempo que a ciência poderia dar uma explicação para tudo, inclusive para como vivemos: nossa política.
Isso talvez possa funcionar para vocês, que não são humanos, mas aqui para nós, não deu certo. Queremos viver em igualdade política. Todavia, ao criarmos uma espécie de ciência política, ou se nosso modo-de-vida derivar dos fenômenos naturais, ou ainda, se aceitarmos que ao conhecer plenamente cada um de nós, como indivíduo, podemos conhecer o comportamento coletivo, não há como termos igualdade. Automaticamente, aqueles que conhecem tais ciências passariam a exercer um poder sobre os que não conhecem. Nossas opiniões valeriam mais que a opinião de todos os outros. No limite, Platão estaria feliz com uma sociedade de sábios, meritocrática.
Percebemos então que esta forma de governo nos tira outra coisa que também queremos, a liberdade. Não seremos mais escravos das suas leis. Não nos dividiremos mais, nem definiremos privilégios diferentes entre os que sabem como as coisas são, primeiro porque descobrimos que as coisas não são bem assim, e nosso modo-de-vida não precisa ficar condicionado aos fenômenos naturais, à economia, à uma espécie de natureza humana, ou a qualquer coisa que seja tida como natural na política. Podemos viver como quisermos. Segundo, porque decidimos que aqueles que sabem mais qualquer outra coisa ou assunto, não devem guiar a vida dos que sabem menos.
Querida Gaia, humanos que somos, descobrimos coisas inéditas para suas leis inexoráveis. Quando não somos guiados pela crença de que regras quaisquer guiam nossas vidas, o conflito livre de nossas opiniões cria uma vontade política coletiva. Sentimo-nos todos, sem exceção, empoderados. E descobrimos, com isso, que existe um espaço que se revela público, inclusivo, gerador de commons.
Deixe-nos viver sem um senhor, seja ele um deus, uma ideologia ou um conhecimento. Deixe-nos viver nossa invenção: a democracia.
– Essa democracia! Talvez eu tenha errado ao permitir que me invocassem como Zeus Agoraios, ou da Ágora, nas assembléias onde homens livres pudessem conversar sobre o que quisessem na praça daquele mercado. Essa tal liberdade, essa extensão funesta do Caos que acaba por organizar tudo dessa forma tida como emergente – que eu prefiro chamar de ordem profana – talvez tenham-nos feito perceber que não há um plano divino para a humanidade. – Zeus comentou irritado. E continuou:
– Alguns me viam como um qualquer, uma espécie de amigo, ao invés da divindade sobre-humana e sobrenatural que sou. Arquitetei o universo inteiro sob meus desígnios para que minha ordem pudesse conformar tudo quanto existe. Agora, homens livres se tornaram desobedientes à hierarquia, não seguem seus destinos, não acreditam mais nele, são infiéis aos meus desideratos. Riram do meu plano cósmico, de todos esoterismos que criei, dos mistérios que inventei, e tenho dificuldade de engolir até hoje como aqueles atenienses foram conhecidos: “não são escravos nem súditos de ninguém”!
O tempo foi passando. E a crença desta imanência na história, na natureza, no universo, foi perdendo o sentido. O credo, esta espécie de óculos que busca organizar tudo de acordo com algo que já existe independente da ação das pessoas, foi deixando de aprisionar o futuro e tudo que podia ser.
A ideia de uma doutrina mais correta que outra, da autorização em falar o que é válido, de se conformar ao que nos seria esperado e tido como correto, só tinha valia ao inventarmos ficções para nos separarmos um dos outros. Os inimigos foram morrendo de overdose. A guerra e o mal – cósmico, natural ou histórico –  perderam seu oxigênio e morreram de inanição.
Descobriu-se o sentido de nossa humanidade: a liberdade.
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