Tumgik
#só lembro da música do mamute
rajabez · 10 months
Text
ʿ                                          written in these walls are the stories that I can't forget
flashback, início do primeiro período.
Tumblr media
                             Quem quer que tenha dito que o tempo cura tudo, cura até mesmo as feridas mais profundas, nunca teve a esperança esmagada e dilacerada diante de seus olhos. Entrar na academia foi como um sopro de liberdade, Gothel não conseguiria mais lhe prender na torre e lhe afastar de todo o resto do mundo. Os olhos curiosos cheios de uma nova esperança não se deixaram abalar nem mesmo quando escreveu com sua caligrafia no livro e embaixo do seu nome amaldiçoado, surgiu o papel de mocinho. A tristeza de ser mais uma vez uma decepção não chegava perto de ofuscar a felicidade de ganhar o ovo. O daemon que sairia dali seria seu companheiro.
Com cuidado e gentileza, o ovo foi levado para seu novo quarto. O ambiente era diferente de tudo o que Jabez teve a vida inteira. Amplo, limpo, tinha vozes diferentes soando nos corredores. Não estava mais tão sozinho e em breve essa solidão realmente ficaria para trás. Ora, o tanto que leu sobre os daemons, o que ouviu sobre eles e viu no aras as figuras gigantescas dos Dragões apenas alimentava essa certeza.
O sentimento de ansiedade apenas se aprofundava ao ver que as pessoas que entraram no mesmo dia que ele, algumas já tinham seus daemons em cima dos ombros. Os dragões pequeninos eram adoráveis, Jabez ansiava por ter um daqueles também. Todas as noites antes de dormir pegava o ovo em mãos para trazer até o peito, aconchegar na cama ou perto da janela e falar sobre seu dia. Os dígitos alisavam a superfície irregular alaranjada, as falanges distais contornando cada risco que sentia ali. O amor que já sentia pela criatura deveria ser sentido por ele… por que já não apenas eclodiu?
Foi numa manhã ensolarada que a resposta para sua ansiedade veio. E veio da pior forma. A cor alaranjada parecia… desbotada. Enfrentar as primeiras aulas do dia foi um tormento, estava nervoso, inquieto, olhando várias vezes para o relógio em seu pulso. O horário do almoço demorou mais do que o normal em sua opinião; mas assim que teve a chance, correr para a sua torre e entrar no quarto às pressas foi o que fez, mas caramba, a visão que contemplou pode ter partido seu coração em pedaços tão pequenos que suspeitava que a reparação era impossível.
A cor laranja do ovo já não existia mais. No lugar daquela cor vibrante agora estava o cinza tão escuro que se olhasse de relance, pareceria preto. Ao invés de eclodir, o ovo virou uma rocha.
Caminhar até o ovo foi uma das coisas mais difíceis que Jabez teve que fazer, tocá-lo e sentir a rocha fria sob seus dedos era… sufocante. A dor que sentia em seu interior se tornava a cada segundo menos suportável, seu coração acelerava e o peito doía. Com os olhos embaçados com as lágrimas que ele não conseguia derramar, pegou a rocha e correu para fora do quarto. O caminho da sala da direção foi tomado e embora no fundo soubesse que se arrependeria, naquele momento não estava pensando com clareza. Ao entrar na sala de Gothel, a mulher apenas encarou a figura do filho, o ovo… ou melhor, a pedra nas mãos dele e revirou os olhos. "Já matou o daemon como fazia com as plantas e os animais desavisados que chegavam perto?" a exasperação no tom alheio em nada era o que precisava naquele momento, mas claro, Gothel não se importava com suas necessidades. "Jogue isso fora, não tem salvação. É um tremendo mau presságio não eclodir o ovo, boa sorte nos próximos anos, vai precisar. Agora saia daqui, eu tenho papéis para assinar e você está me atrapalhando." a mulher declarou apesar de jabez sequer ter aberto a boca para dizer algo. Com vergonha de seu fracasso, sequer protestou, não tinha forças para bater de frente com a mãe nesse momento. Tinha ido em busca de uma solução, de um conforto, mas foi um erro achar que encontraria isso em sua mãe. O caminho de volta para o quarto foi massante. Os olhares debochados e os risos que ouvia certamente era um vislumbre de como seriam seus anos seguintes. Gothel estava certa, precisaria de sorte… mas o que fazer quando isso, aparentemente, não é algo que se tem? Apenas o tempo lhe mostraria o que seria preciso para sobreviver as intimidações que viriam pela frente.
9 notes · View notes
whenilovedyou · 10 months
Text
5 stages of grief
1. negação
negação, negação de que acabamos por completo. 10:50 save your tears. eu estou mal, muito mal com o descaso que eu tive com você que resultou no descaso que você ta tendo comigo. 
2. raiva
raiva, por mim um mamute de 270kg poderia passar com um caminhão em cima de você, e seria perfeito. tão perfeito quanto você quando me dizia coisas verdadeiras para eu me acalmar. você é ridículo. eu queria arrebentar todos os seus dentes lindos em pedacinhos, queria te dar tanta porrada até fazer você se sentir arrependido de me tratar assim. queria que você pulasse do décimo quinto andar. queria que você brochasse todas as vezes que estivesse com alguém, e que todas as pessoas da sua vida se virassem contra você. queria que o volante de formula 1 que você comprou por minha causa quebrasse misteriosamente e você falisse a sua familia inteira. 
eu queria que você apodrecesse sozinho na floresta em que morremos juntos.  por que eu acreditei, fortemente, que sairíamos pelo menos vivos, eu me lembro
é desconcentrante lembrar da sua existencia. você e ela ou qualquer outra pessoa que você quiser deveriam queimar até os ossos dentro da casa que criamos o nosso amor, e eu assistiria todas as madeiras caindo em cima de vocês enquanto uma música suave dos seus gritos de dor e asfixia entram pelos meus ouvidos me trazendo paz. 
3. barganha
perdão. eu não deveria ter pensado e nem escrito nada disso. eu não desejo nenhuma dessas coisas, eu não penso direito em momentos de raiva euforica. realmente, eu estou tendo um tempo muito dificil de entender que a sua cabeça não vai mais deitar no meu travesseiro, e que a sua risada não vai mais ecoar pelo corredor da minha casa. ou que nós não mais surtar por coisas que gostamos em comum. 
eu perdi meu melhor amigo. nunca existiu falta de amor por você, tem muita dependencia e facilidade, houveram faltas de respeito, mas nunca faltou amor. eu te amei desde a primeira vez que eu te vi. desde a primeira vez que eu reparei e prestei atenção em todos os seus detalhes. desde quando eu contei todas as pintinhas do seu ombro, e contei todos os seus cilios pra ver se não faltava nenhum.
desde quando eu vi o seu sorriso e a forma que você direcionava ele pra mim. 
desde quando você decorou todos os meus medos e jurou que onde fosse e como fosse você estaria comigo enquanto eles iam acontecendo. 
não tenho nem como te pedir desculpas por que não adianta, se fui ruim e má, melhorarei. você realmente não merece a minha mente.
4. depressão
sabe quando dizem, eu vou morrer sem essa pessoal? isso passa pela minha cabeça de dois em dois minutos, por que realmente, quem era eu antes de você? minhas fases mais pacificas e mais conturbadas foram ao seu lado. e não só ao seu lado, junto de você. 
0 notes
discutindoasseries · 3 years
Text
Carta para Veridiane
Oi, Verê...tudo bom? Desde a última vez que falei com você nunca mais vi ninguém. Pelo menos até o Randal me ligar certo dia. Eu já estava partindo para o Japão.
Em primeiro lugar, peço desculpas pelo bobo que nunca consegui deixar de ser. Falava um monte de coisas, contava piada, ria que nem um louco às vezes. Fazia o que não devia, mas bem...err...nós éramos realmente muito novos!
O fato de eu não confiar muito nas pessoas não anula o fato de que eu sempre tive amigos. Que se importavam comigo. E eu pouco fazia caso disso ou não sabia demonstrar gratidão.
Mas enfim...como você está? Tudo bem com você? Eu ando como sempre...a passos médios, não muito rápidos. Kkk!!
E você, como passa? Eu passo bem, que nem carne. Mas prefiro carne mal passada. Mahaaaiiii...hihihihihihihih!!! Deixa eu parar um pouco senão você vai pensar que o bobo do Edson não mudou nada em todos esses anos! Kkkk!!
Você tem visto a Andressa? Eu sempre contava umas coisas desse tipo a ela. Na verdade até passava dos limites.
A Samira sempre foi muito boa comigo, agradeço a ela por isso.
Se você ver a Miriam, diga a ela que mandei um abraço. E que não se preocupe em compreender muito alguém que segue seu caminho sozinho...eu às vezes passo lá no Troyano de Junkeira pra comprar alguma coisa.
Aliás, a Andressa era prima daquele mamute do Hércules, não era? E da Miriam também.
Eu tô devendo um almoço pro Hércules e pro Randal, acredita? Até hoje!
Saudades de tomar uma cachaça, não? Eu não bebo mais por causa dos remédios. Só voltei a beber nos tempos em que estive sem apoio dos medicamentos, procurando um médico novo.
Esses dias eu vi uma garrafa de 51 Ouro, aquela cachaça dourada, na casa de um amigo meu. Só não falei pra mãe dele que queria um golinho por causa dos garotos que andavam comigo, na época menores de idade.
Alguns tempos atrás, comprei uma garrafa daquele Rum, “Montilla”, Carta Ouro. Menina do céu...precisa ver que delícia é esse rum. Eu bebia pra afogar as mágoas no tempo em que a turma tinha se desfeito.
Quando voltei a circular por Dracena em 2012, não raro meus amigos faziam a tal brincadeira do Mississípi. Na moral, aquilo era desculpa pra quem quer beber! Ou a gente virava uma tequila com sal juntos.
Uma outra coisa que eu adoro é vinho branco. Suave! Dependendo do caso, bebo até mesmo o seco.
Que coisa, não? A gente quando é adolescente bebe pelo mesmo motivo. Embora o modo de sentir a vida, as reações e os prazeres em grupo são relativamente diferentes. Eu hoje sei como é tomar uma dose dessas de outra maneira.
E você? Continua ouvindo pagode? Eu deixei um pouco de lado o rock pra curtir mais música dos anos 80. Mas continuo sendo rockeiro, de certa forma. Hoje em dia, eles fazem música dos anos 80 estilo aqueles anos dourados. Precisa ver que coisa de outro mundo! O pessoal consegue captar o espírito daquela época de maneira impressionante. Chama “New Retro Wave” o estilo de música. Se você quiser, dá uma procurada no Youtube depois.
Eu lembro de uma música que as meninas sempre tiravam sarro de boa, dizendo que você ouvia...seria essa música por acaso “France Gall - Ella, elle l'a“? Eu conheci a música faz pouco tempo, muito boa!
E quando você disse que a Lyara dançava pagode de saia curta, aparecendo tudinho? Aí as meninas falaram dando risada...O EDSON QUE IA GOSTAR!!!! Kkkkkkkk!!!
Ai, ai...até hoje eu não desisti dessa mania!
Lembra do Bini? Eu procurei o bicho no Facebook, até enviei uma solicitação de amizade pra ele. Mas ele não respondeu. Deixei tudo na boa mesmo, não tenho pressa e nem quero incomodar mais do que já dei trabalho pra ele. Kkkk!!
Os conselhos que o Bini dava pra gente, ele fazia mais do que ser um simples professor. Eu nunca fui muito aberto a essa questão de me relacionar pessoalmente com os professores, e até mesmo com o pessoal da nossa classe. Mas confesso...gostava muito quando um professor quebrava essa barreira e conversava comigo. Os conselhos dele estão presentes na minha vida até hoje, acredita?
O Itamar, quando dizia para entrar debaixo do chuveiro logo após às refeições...e não meia hora depois! Faço isso até hoje e nunca me aconteceu nada. Dizia o Itamar que o perigo maior estava em pular na piscina ou no mar mesmo. Mesmo assim, é bom evitar um chuveiro meia-hora depois da janta. Ou entrar duas horas depois!
A Suzana...eu sempre gostei muito dela e tenho respeito até hoje. Só sinto tanto...que coisas daquele tempo tenham vindo a afetar o presente.
O Fernando, bem...ele sempre foi um bom cara. Até me desculpou quando dei uma mancada feia dia de prova. Eu conversava com ele junto com os meninos. Era uns papo de Carry On, Angra, Bee Gees. Eu nunca pude contar a ele o quanto minha parte pessoal estava sendo afetada. E isso prejudicava meu rendimento na escola, gerava brigas em casa. Na verdade, nunca tive coragem...
Esses dias falei com o Carlão. Tá grande e forte como sempre. Tá certo que com o tempo ele deve ter ficado mais cansado, mas o respeito é o mesmo. Como sempre foi e sempre será.
Lembra da Noemi? Eu me recordo de quando ela contava que ia viajar. Eu sempre quis provar um acarajé, mas nunca tive chance. Na verdade, foi falta de empenho mesmo. Kkkkkkkk!!!! E vou pedir FRIO! Porque você deve se lembrar do que aconteceu com a Noemi quando ela disse: Vou querer um QUENTE! A boca dela parecia que ia soltar fogo! Kkkkk!!!
Bem...eu me despeço de você por aqui. Um dia a gente se tromba. E quem sabe o tempo não esclareça muita coisa.
Edson
0 notes