Tumgik
kingofthehistory · 2 years
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Roubo No Texas
—O que me diz?–Me perguntou com a sobrancelha esquerda arqueada,ele era muito convencido,chato e muito irritante,só era levemente atraente perto dos outros.
—Não Lúcio,eu não vou fazer isso e vê se para de me encher,que saco.–Falei me afastando mas cada vez mais que eu andava,ele vinha atrás com rapidez.
—Por favor Laura,vai ser só uma vez e ninguém precisa saber.
—O problema não é esse.
—Então qual é?–Me perguntou como se de fato não enxergasse a situação óbvia.
—Lúcio olha pra mim ou melhor,olha pra gente,isso que você tá me pedindo dá cadeia sabia?!
—Não pra quem não é pego.
Revirei meus olhos e continuei andando pelo calçadão procurando o bar mais próximo,primeiro que eu estava morta de fome e segundo?Precisava de um atalho para essa criatura parar de me encher.
Lúcio é o tipo de cara que me dá nos nervos,é aquela pessoa muito mais muito inteligente,ao ponto de pirar e pirar os outros.
Paramos em um bar e pedi uma coxinha sem me importar se Lúcio também queria,enquanto eu esperava ele continuava falando mais que o homem da cobra:
—Eu não entendo,quando a gente era adolescente você amava fazer isso.
—Porque eu não tinha ideia do que eu tava fazendo mas agora sou uma mulher e não sou nenhum pouco idiota de...–Parei para ver se tinha alguém nos observando e continuei em voz baixa.—Hackear mais um banco de novo.
—Mas só deu errado por causa do teu coração mole,decidiu voltar atrás do nada.
—Do nada coisa nenhuma,eu fiquei horas e horas pensando nas nossas vidas na cadeia.
—Eu tô bem,você tá bem e o pessoal também,eles estão quase prontos para hoje a noite,só falta você.
—Não vou.
—Deixa de frescura vai,você é a melhor hacker que a gente tem,pra não dizer a única!
—Tchau.–Falei após a chegada do garçom com a coxinha e um refrigerante enquanto Lúcio finalmente ia embora,comecei a comer aquela coxinha como uma condenada ao mesmo tempo em que me lembrava de como eu era em ação mas eram tempos que eu gostaria muito que não voltassem,terminei o meu lanche e voltei para o meu apartamento triste,medonho e bagunçado,do jeito que eu gosto,aqui existe mais computadores do que roupas ou uma geladeira.
Bom,o insuportável do Lúcio ele estava me pedindo basicamente isso aqui,tenho quase tudo guardado no meu notebook.Em 1973 no Texas,uma família alemã tinha acabado de se mudar para uma das melhores casas da cidade, suas riquezas eram absurdas e muito invejada ao mesmo tempo por nativos do Texas,o mais estranho era que os alemães não saiam de casa segundo os vizinhos,exceto os empregados para as compras dos mantimentos da casa,a família era composta por sete membros:
Beno-Advogado e chefe da família.
Martha-Dona de uma loja de doces,mulher de Beno.
Evelin-A filha mais velha do casal e com isso a mais inteligente e quieta.
Nórman-A filha do meio,segundo os vizinhos ela era muito esbaforida e vivia para cima e para baixo rabiscando em seu caderninho.
Elias-Apesar de não ser o mais velho,ele era homem e com isso,ficava a frente dos irmãos e ao lado do pai para tratar sobre os negócios da família que futuramente seriam seus.
Felix-Os vizinhos sempre diziam que ele era o mais alegre,o mais contente e também o mais fácil de enganar.
Leona-Irmã de Beno,segundo os vizinhos,a mais delicada e bondosa,sempre ajudava os outros.
Como eles não eram de sair muito,essas qualidades e traços foram retratados em eventos culturais que tinham na cidade,eram os únicos momentos em que a família saía.
Agora que vocês conheceram o ponto central,vamos pular para cinco anos depois,1978,a família rica começou a deixar escapar algumas coisas como compras esquisitas segundo os mercenários que atendiam os empregados da casa,mal cheiro pelo bairro e no dia seguinte era confirmado morte de homens, mulheres e até mesmo crianças e o mais estanho de tudo era que nenhum membro da família saia de casa ou queriam que pensassem assim mas foi em 1982 que as compras,a riqueza,as mortes e os mistérios acabaram,a casa havia pegado fogo com toda a família e todos os empregados dentro no dia 29 de junho de 1982,é bem triste mas a onde entro nessa história?
Em 2006 nos meus quatorze anos fiquei sabendo dessa tal história nos livros de história e não contei a ninguém pois não acrescentaria em nada,com muita pesquisa também fiquei sabendo sobre o destino das riquezas daquela família,não viraram cinzas como eles e sim foram guardadas e privadas no banco do Texas mas a mídia mantém isso em segredo e o motivo é que os responsáveis pelo banco querem preservar toda a riqueza para eles mesmos mas acontece que uma praga chamada Lúcio resolveu fazer faculdade de Engenharia no Texas e adivinha?Descobriu essa história e não perdeu tempo em chamar os amigos dele e eu para roubarmos tudo aquilo e o mais engraçado,sou uma mera camponesa hacker de Itapeva,uma cidadezinha no interior se São Paulo que é meia vida longe do nosso objetivo,eu falei nosso objetivo?
Ah sim,eu aceitei entrar nessa,estamos falando de ouro meus amores:
—Então você aceita?–Disse o insuportável super empolgado pegando uma garrafa de vinho na MINHA geladeira.
—Sim mas eu tenho dúvidas.
—Quais?
—Estamos aqui em Itapeva,vamos entrar para outro país de forma ilegal?
Eu não quero saber de estar em uma das listas de babacas que morreram por querer uma vida melhor em outro país achando que tudo é conto de fadas.
—Cara,você pensa tão pequeno.
—Você que é burro demais,só pensa em piscina,andar de carrão e...
—Já terminou?
—Já sim.
—Não vamos estar na lista de pessoas que tentaram entrar para outro país através de fronteiras,eu já pensei em tudo...como sempre!
—Gente,pra que essa tralha toda hein?–Perguntou uma menina que ao meu ver,não deveria existir,deve ser porque é a minha prima segurando uma das minhas coleções de quadrinhos da Marvel.
—Tralha é o que você tem no lugar da língua,me devolve esses quadrinhos!!
—Ain tá bom,já devolvi olha mas então como vai ser?
—Trouxe o que te pedi?–Perguntou Lúcio enquanto minha prima Joyce abria uma mala nada discreta(rosa) revelando algumas peças de roupas.
—Até o atrasadinho chegar vai dar tempo de retocar algumas coisas mas aqui se encontra as minhas melhores criações até agora,Laura nós vamos fugir do país bem gostosas e Lúcio...ah ele vai tentar né,eu vou trocar de roupa.
Joyce foi até o banheiro com sua peça de roupa e nesse meio tempo,o atrasadinho do Bruno havia chegado:
—Porque demorou tanto?!–Disse Lúcio enquanto eu já previa um chilique da princesa.
—E esse pano no seu ombro?–Perguntei e Bruno claramente não havia percebido que estava com um pano rasgado no ombro direito.
—Gente,é a fralda do meu filho,eu tenho que voltar.
—Voltar coisa nenhuma,vai pro banheiro se trocar porque até chegar em São Paulo,temos pouco tempo.–Falou Lúcio e de fato o tempo era curto mas a vantagem é que ninguém gosta de viajar de madrugada e assim sobra mais passagens,eu organizo as viagens e prefiro comprar as passagens na hora pois como podem ver, ninguém aqui é pontual.
Após todos nós trocarmos de roupa,descemos do meu apartamento e me deparei com um jipe que Bruno havia alugado.
—Um jipe?–Disse Joyce boquiaberta e eu tive a mesma reação.
—Ah qual é?
É um sonho de infância galerinha!–Falou Bruno entrando no carro.
—Que lindinho.–Debochou a minha prima irritante.—Só faltou o Celso Portiolli aqui agora.
—Vamo logo!–Disse Lúcio e entramos no carro inciando a viagem até São Paulo mas sinceramente,eu não faço ideia do que estou fazendo.
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