Tumgik
leilanosul · 4 years
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E as pessoas ficaram em casa
E leram livros e ouviram
E descansaram e se exercitaram
E fizeram arte e brincaram
E aprenderam novas maneiras de ser
E pararam
E ouviram fundo
Alguém meditou
Alguém orou
Alguém dançou
Alguém conheceu sua sombra
E as pessoas começaram a pensar de forma diferente
E pessoas se curaram
E na ausência de pessoas que viviam de maneiras ignorantes,
Perigosas, sem sentido e sem coração,
Até a Terra começou a se curar
E quando o perigo terminou
E as pessoas se encontraram
Lamentaram pelas pessoas mortas
E fizeram novas escolhas
E sonharam com novas visões
E criaram novos modos de vida
E curaram a Terra completamente.
Kathleen O'Meara (1839-1888)
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leilanosul · 4 years
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Notícias sobre os peitos da madame, estão valendo mais que o mundo pegando fogo, muito mais que criança com fome.
Parem as prensas, parem tudo, a insanidade é geral.
Tiros são negociados, aos quilos nos botecos, livros tem palavras demais.
Tio Sam jogou tudo pro alto, nem Tom Zé traduziria estes dias.
Leila Silveira
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leilanosul · 4 years
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O dia derreteu como sorvete na mão da criança.
Saiu todo mundo.
Menos as andorinhas, que brincam de se jogar do alto do prédio, em bandos.
Menos o catador que cantarolando, recolhe garrafas pet e colocou um laço de fita dourada, no pescoço do cachorro, quase cantam juntos.
Saíram muitos e aparecem os paralelepípedos desta rua, desde quando estão ali?
E aquela árvore magrinha, nunca percebida, é uma sobrevivente, bem na esquina, mas inteirinha.
Surgem tantos detalhes, quando se deixa a cidade respirar.
Na janela, única aberta, do velho sobrado em frente, balança uma cortina bem branca, estranhos seres invisíveis de uma cidade grande.
E o outdoor gigante, ilumina pisca sorri e promete felicidade, se entrar no shopping reluzente.
Ficou a pessoa, que adora ouvir o som do entardecer,
que toma chá gelado, que separa sete livros para ler e vai bordar uma borboleta, no tapete do gato.
Leila
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leilanosul · 4 years
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Somos tão modernos, só não somos sinceros.
Renato Russo
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leilanosul · 4 years
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leilanosul · 4 years
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Poesia é poesia.
Auto ajuda com imagem bonitinha é para quem tem preguiça, de ler, de escrever.
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leilanosul · 4 years
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Arte
Frida do Willi Carvalho
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leilanosul · 4 years
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leilanosul · 4 years
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Poesia não é a gente tentar em vão trepar pelas paredes,
como se ve em tanto louco por aí:
poesia é trepar mesmo pelas paredes.
M.Quintana
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leilanosul · 4 years
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O destino é artesão,
escreve com as mesmas letras vários caminhos.
Deixando soltos alguns fios
pra arrematar o desafio.
Leila
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leilanosul · 4 years
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Sobrevoa uma poesia sem asas,
leve como sonho de menina.
Subo, para balançar na mansidão,
do alto tudo é tão doce.
Entendo os passarinhos .
Leila
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leilanosul · 4 years
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E assim vivo,
de braços abertos
não guardo nada,
tenho gavetas,
nas nuvens.
Leila
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leilanosul · 4 years
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Chora comigo tua solidão, porque enfim é natal.
E passamos um ano inteiro sem abraços ou sorrisos e agora, as luzes piscam a cada palavra rebuscada, que não sentimos.
As risadas de ontem, seguiram outros caminhos, mas ainda ouvimos cada uma, sorrindo da esperança que a vida prometeu. Natal foi perdendo o sentido a medida que nossas roupas encolhiam e a insegurança aumentava.
É natal na playlist do almoço, com acordes suaves e cardápio agridoce.
Sobram intenções, nos corações e pressa para a selfie com o peru.
Meu melhor amigo, viajou, prefere o feliz natal de cartão postal, que o abraço meio sem jeito.
A mudança dos dias está no espelho, de olhos bem abertos, apontando o dedo, para o sonho desfeito, o laço mal amarrado, o presente não dado.
Enfim é natal e as lojas ainda estão abertas, engolindo pedaços de felicidades, nos cartões, nas lembranças, nos papéis coloridos.
Na vitrine o lindo presépio, aguarda o silencio, o diminuir de passos, o cair das luzes, para nascer de novo aquela luz dentro dos olhos fechados, cansados.
É natal no desejo profundo do amor e harmonia, que não alcançamos mais.
Leila Silveira
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leilanosul · 4 years
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💕💕💕💕💕💕
@leilanosul
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leilanosul · 5 years
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A louca da torre
escreve lamentos
para um príncipe distante,
abraça o sapo
e não quer cair do sonho.
Pulou na vida
sem esperar acolhida,
foi cantar nas esquinas
sob a lua,
coreografa estrelas silenciosas.
Dançou com os cabelos
dos passantes
se entregou ao estranho
amante,
foi vadia dos desejos
vazios.
Leila Silveira
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leilanosul · 5 years
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Nesta Porto dos amores,
queima o dezembro,
antes de findar o mundo
o sol casa com a lua,
meteoros em festa
iniciam o novo mundo.
E a cidade baixa, acalma
bebendo o Guaíba
que vai morrer rio
sem nunca ter sido.
Leila Silveira
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leilanosul · 5 years
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Chamo uber, vem um carro esportivo com uma motorista madura, ouvindo música francesa, olho para os lados, algumas vezes meus desvarios se materializam... Educada, vocabulário primoroso, tenho vontade de sair direto com ela, esquecer o "local de desembarque". Conversamos, foi professora de francês, modista e orientadora de recepções em hotéis. Diz que como Manuel Bandeira transcendeu a vida e foi voar. Blusa de renda branca, gola alta, brinco de pingente verde, por vinte minutos sonhei que o mundo era culto, educado e cheirava lavanda.
Leila
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