Tumgik
#leilasilveira
leilanosul · 4 years
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O destino é artesão,
escreve com as mesmas letras vários caminhos.
Deixando soltos alguns fios
pra arrematar o desafio.
Leila
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entresorrisosesolucos · 11 years
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As boas meninas estão guardadas nos quartos pintados de rosa, entre cortinas de voal e almofadas de veludo. As “outras” andam pelas ruas comendo o cinza da cidade, bebem rock’n roll, se banham de madrugadas e estão sempre, vergonhosamente, felizes.
Leila Silveira
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leilanosul · 4 years
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O dia derreteu como sorvete na mão da criança.
Saiu todo mundo.
Menos as andorinhas, que brincam de se jogar do alto do prédio, em bandos.
Menos o catador que cantarolando, recolhe garrafas pet e colocou um laço de fita dourada, no pescoço do cachorro, quase cantam juntos.
Saíram muitos e aparecem os paralelepípedos desta rua, desde quando estão ali?
E aquela árvore magrinha, nunca percebida, é uma sobrevivente, bem na esquina, mas inteirinha.
Surgem tantos detalhes, quando se deixa a cidade respirar.
Na janela, única aberta, do velho sobrado em frente, balança uma cortina bem branca, estranhos seres invisíveis de uma cidade grande.
E o outdoor gigante, ilumina pisca sorri e promete felicidade, se entrar no shopping reluzente.
Ficou a pessoa, que adora ouvir o som do entardecer,
que toma chá gelado, que separa sete livros para ler e vai bordar uma borboleta, no tapete do gato.
Leila
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leilanosul · 4 years
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E assim vivo,
de braços abertos
não guardo nada,
tenho gavetas,
nas nuvens.
Leila
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leilanosul · 4 years
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A louca da torre
escreve lamentos
para um príncipe distante,
abraça o sapo
e não quer cair do sonho.
Pulou na vida
sem esperar acolhida,
foi cantar nas esquinas
sob a lua,
coreografa estrelas silenciosas.
Dançou com os cabelos
dos passantes
se entregou ao estranho
amante,
foi vadia dos desejos
vazios.
Leila Silveira
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leilanosul · 5 years
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Chamo uber, vem um carro esportivo com uma motorista madura, ouvindo música francesa, olho para os lados, algumas vezes meus desvarios se materializam... Educada, vocabulário primoroso, tenho vontade de sair direto com ela, esquecer o "local de desembarque". Conversamos, foi professora de francês, modista e orientadora de recepções em hotéis. Diz que como Manuel Bandeira transcendeu a vida e foi voar. Blusa de renda branca, gola alta, brinco de pingente verde, por vinte minutos sonhei que o mundo era culto, educado e cheirava lavanda.
Leila
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leilanosul · 6 years
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Pra que tanta palavra?
Bastava um pequeno verso sem muita definição, alguma rima colorida, uma boa intenção e tempo, para fazer das feridas, uma poesia.
Leila
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leilanosul · 6 years
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Nada lá fora, chuva escuridão a vida escorre, na gota que me olha do lado de dentro.
Leila
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leilanosul · 6 years
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Tem poesia, sim. Assustada, deste mundo e seus rojões.
Mais poesia feito café frio, cinzeiro cheio e janela fechada.
Tem livro de poesia caindo pelas estantes.
Um gato morno, adivinhando frio e eu, sendo nuvem passageira.
Arisca, cética e debochada, Bukowski? Será? Sou mais Quintana e suas alamedas floridas. 
Lavar meu cristal e voltar, é isso. Agradeço o grito.
Leila
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leilanosul · 6 years
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Escreva, Leila.
É um grito.
É um chamado.
É a ausência da poesia.
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leilanosul · 7 years
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O mundo ta louco mesmo, por isso, voltei.
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leilanosul · 4 years
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Chora comigo tua solidão, porque enfim é natal.
E passamos um ano inteiro sem abraços ou sorrisos e agora, as luzes piscam a cada palavra rebuscada, que não sentimos.
As risadas de ontem, seguiram outros caminhos, mas ainda ouvimos cada uma, sorrindo da esperança que a vida prometeu. Natal foi perdendo o sentido a medida que nossas roupas encolhiam e a insegurança aumentava.
É natal na playlist do almoço, com acordes suaves e cardápio agridoce.
Sobram intenções, nos corações e pressa para a selfie com o peru.
Meu melhor amigo, viajou, prefere o feliz natal de cartão postal, que o abraço meio sem jeito.
A mudança dos dias está no espelho, de olhos bem abertos, apontando o dedo, para o sonho desfeito, o laço mal amarrado, o presente não dado.
Enfim é natal e as lojas ainda estão abertas, engolindo pedaços de felicidades, nos cartões, nas lembranças, nos papéis coloridos.
Na vitrine o lindo presépio, aguarda o silencio, o diminuir de passos, o cair das luzes, para nascer de novo aquela luz dentro dos olhos fechados, cansados.
É natal no desejo profundo do amor e harmonia, que não alcançamos mais.
Leila Silveira
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leilanosul · 7 years
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Quisera não ter a quimera de só sonhar em verso e ter carnes para apalpar em sobreversos. Ver os poás da blusa se soltando de tanta rima, fingindo ser fiel até a próxima postagem. Fala de saudades e manda beijos sonhadores. Leila
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leilanosul · 7 years
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E a noite, toda escura é cega, surda e omissa, não vê a dor, não ouve o choro, não abriga ninguém. Ser linda infinita e misteriosa, é o preço eterno por nunca ser conquistada. Leila
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leilanosul · 7 years
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Observando os passos de ontem entregou a alma aos brincantes, nenhuma história é completa se perdeu a graça ou desbotou na praça, na palavra oculta, o corpo que só pedia abraços agora nem existe mais, a poesia virou quadrinha irônica verso delirante do passo em falso. Leila
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leilanosul · 7 years
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O direito de ter vontade de chorar e chorar muito, até navegar nas próprias lágrimas se afogar no sal da tristeza. Nem tudo que planejamos acontece, os atropelos que a vida impõe nem sempre são tão aceitos e fáceis, que uma hora de meditação ao dia, acalme, aclare, se resigne. Largar o comando, muitas vezes é solução, deixar de remar, soltar os freios. Deve ter um motivo para ser testado ao máximo, empurrado, forçado. O corpo reflete cada angústia engolida, dói e cada vez mais forte, quando a dor cansa de doer, começa a fraquejar; músculos, nervos, ligamentos, pele, órgãos parecendo um amontoado de folhas no chão, na estação sem direção. Tem dias que não precisa abrir as janelas, é preciso realinhar o equilíbrio interno, mergulhar bem fundo, tentar buscar a luz. O tempo não volta e não pára, nem se importa com quem desistiu na parte mais difícil da caminhada. Hoje os telhados cinza são tão apagados e desbotados, quanto a mala esquecida no porto e que ninguém volta para buscar. Leila
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