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#đ“„čæ–°đŸššÂ©ê“œluvielie𓈒♡
luvielie · 2 months
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eres mía, felipe otaño
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pairing: felipe otaño x fem!reader summary: vocĂȘ tinha o noivo dos sonhos, o vestido perfeito e a data marcada. mas Ă© claro que o seu ex-namorado precisava aparecer do nada para bagunçar toda a sua cabeça, de novo. warnings: SMUT!! cheating, era pra ser smut tapa na cara murro na costela mas acabou virando angst (sorry), remember com o ex, oneshot meio longa pq me empolguei, reader tchonga e pipe com 0 amor prĂłprio pro plot fazer sentido, p in v, dirty talk, manhandling, (um tiquinho de) dry humping, fingering, degrading beeeem levinho, dsclp eu sou perturbada e precisava compartilhar isso com o mundo. note: tava ouvindo eres mĂ­a do romeo santos (muito boa, recomendo!!!!) e o pipe numa pegada ex magoadinho que ainda nĂŁo aceitou direito o fim do namoro simplesmente DOMINOU minha mente. aĂ­ jĂĄ viu, nĂ©? tive que largar o bom senso e tudo que tava fazendo pra escrever.
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no te asombres si una noche entro a tu cuarto y nuevamente te hago mía bien conoces mis errores el egoísmo de ser dueño de tu vida
VOCÊ NÃO DEVERIA ter saído de casa naquela noite.
sinceramente, nem queria ter ido. o casamento seria amanhĂŁ e vocĂȘ estava uma pilha de nervos, pensando em tudo que poderia dar errado. apesar de ter uma cerimonialista e uma equipe inteira com mais de dez pessoas Ă  sua disposição — que seu noivo, gentilmente, contratou para te ajudar —, intencionava passar a noite toda checando, novamente, todos os mĂ­nimos detalhes porque nĂŁo confiava em mais ninguĂ©m alĂ©m de si mesma para garantir que seu dia fosse o mais perfeito possĂ­vel. isso, claro, atĂ© suas amigas invadirem sua casa, gritando e pulando igual crianças hiperativas, e te arrastarem para uma boate de quinta com a desculpa de que vocĂȘ tinha que sair para farrear com elas uma Ășltima vez antes de se entregar de corpo e alma para a vida de castidade do casamento.
e vocĂȘ, contrariando todas as suas ressalvas e o sexto sentido que implorava para que nĂŁo fosse, acabou aceitando. era sĂł uma despedida de solteira, afinal. usaria uma fantasia ridĂ­cula — um vĂ©u xexelento, um vestidinho branco curtĂ­ssimo que mais parecia ter saĂ­do de um catĂĄlogo da victoria’s secret e uma faixa rosa com “noiva do ano” escrito em letras douradas, garrafais —, beberia um pouco, dançaria atĂ© se acabar e aproveitaria uma Ășltima noite de extravasamento com as amigas de longa data. justamente o que precisava para desestressar um pouquinho antes do grande dia.
nada demais, certo?
seria se nĂŁo tivesse o visto. de costas sob a luz neon e encoberto pela nĂ©voa fina de gelo seco, ele parecia ter saĂ­do diretamente de um sonho — ou um pesadelo, se preferir — e vocĂȘ quase se convenceu de que realmente estava presa em algum tipo de alucinação causada pelo combo estresse prĂ©-cerimĂŽnia + ĂĄlcool. atĂ© faria sentido no momento mais delicado da sua noite ver em um estranho qualquer a figura do ex que vocĂȘ, apesar de jurar o contrĂĄrio, nunca conseguiu esquecer totalmente, numa pegadinha maldosa pregada por seu cĂ©rebro sacana, para tentar, aos quarenta e cinco do segundo tempo, te fazer duvidar das suas escolhas. entretanto, sabia que buscar se convencer daquilo seria, no mĂ­nimo, idiota e ilĂłgico e vocĂȘ, alĂ©m de nĂŁo ser nem uma idiota, tambĂ©m era uma pessoa muito lĂłgica.
nĂŁo tinha ĂĄlcool ou estresse no mundo que te fariam confundir aquela silhueta que conhecia mais do que a palma da prĂłpria mĂŁo. os ombros largos escondidos pela camiseta preta, que sempre foram sua obsessĂŁo secreta, os braços fortes que por tantas noites frias te aninharam, acalmaram e apertaram, servindo como um casulo para te proteger do mundo do lado de fora, e a cabeleira sedosa, significativamente mais longa desde a Ășltima vez que se viram, na qual amava afundar os dedos em afagos demorados, sĂł para sentir a textura dos fios castanhos deslizando sobre a pele. era capaz de reconhecer felipe otaño — ou pipe, como costumava chamĂĄ-lo quando ainda compartilhavam alguma intimidade — atĂ© de olhos fechados.
sentiu o mundo girar e o estĂŽmago contrair, enjoado, pronto para expelir todo o conteĂșdo de repente indesejado. havia perdido milhares de noite de sono pensando em como seria o momento que se reencontrariam, como agiria e reagiria ao vĂȘ-lo novamente depois de tanto tempo, todavia, em todos os cenĂĄrios que antecipou na sua cabeça sempre se imaginou fazendo algo muito mais maduro e racional do que simplesmente fugir covardemente igual uma gatinha apavorada. 
“preciso ir”, avisou as amigas rapidamente, sequer dando tempo para que elas tentassem te convencer a ficar mais um pouco ou se oferecessem para ir junto, e literalmente saiu correndo, aos tropeços, da boate, desesperada para ficar o mais longe possível daquele fragmento do seu passado irresoluto.
jĂĄ de volta ao apartamento, que em poucas horas deixaria de ser seu, nĂŁo pĂŽde evitar de pensar em tudo que no Ășltimo ano tanto se esforçou para esquecer, hiperventilando com o turbilhĂŁo de sentimentos adormecidos que resolveram despertar todos de uma vez sĂł. a essa altura, felipe deveria ser uma pĂĄgina virada da sua histĂłria, algo distante e incapaz de perturbar a paz supostamente inabalĂĄvel que tanto lutou para estabelecer. nĂŁo conseguia entender o que tinha de errado consigo. nĂŁo era isso que vocĂȘ queria?! estava a um passo de alcançar a vida tranquila, monĂłtona e rotineira que sempre sonhou e, ainda assim, seu coração se retorcia dentro do peito como se vocĂȘ estivesse prestes a tomar a pior decisĂŁo de todas.
a campainha tocou, de sĂșbito, te afastando dos pensamentos indesejados. em uma noite normal, teria ficado com raiva da inconveniĂȘncia de quem resolveu ser sem noção para vir incomodar tĂŁo tarde, porĂ©m, o alĂ­vio de ter a possibilidade de ocupar a mente com qualquer outra coisa que nĂŁo fosse aquilo foi tĂŁo grande que atĂ© torceu para encontrar do outro lado da porta a senhorinha do apartamento trinta e dois, que adorava alugar seu ouvido por horas com as histĂłrias interminĂĄveis sobre a argentina dos anos setenta.
para a sua angĂșstia, nĂŁo era ela.
“vocĂȘ nĂŁo excluiu o meu cadastro da portaria”, a voz arrastada arranhou seu cĂ©rebro cansado e precisou de quase um minuto inteiro para que os neurĂŽnios raciocinassem a imagem que seus olhos enxergavam. “por que, hein? tava esperando a minha visita, nenita?”.
o apelido escorrendo pelos lĂĄbios carnudos e rosados com tanto escĂĄrnio enviou um choque diretamente para a parte de trĂĄs da sua cabeça, que instantaneamente se converteu em uma pontada azucrinante de dor. perdeu o ar, sentindo-se minĂșscula ante a presença asfixiante, enorme, despreocupadamente encostada no batente da sua porta, e o ruĂ­do em seus ouvidos triplicou de altura.
“felipe, por que vocĂȘ tĂĄ aqui?”, conseguiu, finalmente, balbuciar uma pergunta. 
ele sorriu abertamente, um pouco maldoso, bastante ferido, como se nĂŁo acreditasse que vocĂȘ estava mesmo perguntando aquilo — atĂ© porque nem ele saberia responder.
felipe, tambĂ©m, nĂŁo sabia o porquĂȘ de ter se dado o trabalho de ir atĂ© seu apartamento. ao ver um vislumbre do que pensou ser vocĂȘ, agiu no impulso, sem razĂŁo, e quando se deu conta estava na sua porta, tocando a campainha, tarde demais para dar meia-volta e desistir de sabe-se lĂĄ o quĂȘ. diria para si mesmo que sĂł queria confirmar que realmente tinha te visto na boate, que nĂŁo estava ficando louco, mas, no fundo, ele sabia que o que havia o levado para lĂĄ foi a descrença, alimentada pela esperança de ter se confundido e te encontrar de pijama, confusa de sono, sem um anel de compromisso reluzindo na canhota.
“uĂ©, vim dar os parabĂ©ns para a
”, esticou a mĂŁo e tocou a tira de cetim que ainda pairava sobre seu peito, resvalando suavemente os dedos na pele desprotegida do decote escandaloso. “noiva do ano!”.
a vontade de vomitar te invadiu novamente. nĂŁo tinha preparo para lidar com pipe, nunca teve. ele era inconstante, irregular, incontrolĂĄvel
 um furacĂŁo impossĂ­vel de prever, logo, impossĂ­vel de se preparar. passava truculento e imperdoĂĄvel, bagunçando tudo que encontrava pelo caminho e principalmente vocĂȘ, que inevitavelmente acabava com a vida virada de cabeça para baixo, completamente desarranjada. sentiu no fundo da garganta o gosto amargo daquele sentimento de vulnerabilidade que te acompanhou durante todo o tempo que passaram juntos, como namorados, causado justamente pela agonia de nĂŁo ter o controle da situação, de ter a existĂȘncia nas mĂŁos de outra pessoa, longe do seu alcance.
esse foi, aliĂĄs, o grande motivo para ter terminado com o otaño: a falta de controle. vocĂȘ, tĂŁo certinha e organizada, que desde criança gostava de planejar qualquer coisa minuciosamente, atĂ© as mais simples, porque ser pega de surpresa era enervante demais para vocĂȘ entĂŁo tinha uma necessidade quase fisiolĂłgica de estar sempre a um passo Ă  frente de tudo, mas que, no relacionamento de vocĂȘs, tinha justamente o contrĂĄrio; com pipe, seus dias eram um constante passeio de montanha-russa, impremeditĂĄvel: nĂŁo importava o quanto se preparasse para a descida, toda vez ela acharia um jeito novo para te aturdir.
por isso, seu noivo era o homem perfeito para vocĂȘ. calmo, uniforme, corriqueiro, totalmente premeditĂĄvel e incapaz de agir pelo impulso, o que oferecia a segurança de uma rotina sĂłlida, sem imprevistos. isso deveria ter sido suficiente para vocĂȘ bater a porta na cara de felipe e deletĂĄ-lo completamente do seu sistema, porĂ©m, quando percebeu jĂĄ tinha permitido que ele entrasse novamente dentro da sua casa, e consequentemente da sua vida, sem oferecer a menor resistĂȘncia aos avanços das mĂŁos grandes que buscavam, ĂĄvidas, tocar cada centĂ­metro da sua pele gĂ©lida, te enclausurando entre aqueles braços fortes sĂł para garantir que vocĂȘ nĂŁo teria como fugir de novo.
“deixa eu te dar um presente de casamento”, pediu com aquele tom de voz baixo e servil, embebido de desejo, sabendo bem como só aquilo era suficiente para te deixar toda molinha, prontinha para ele. os olhos tremeram sobre as pálpebras e soltou um grunhido fraquinho, sentindo aquele calor conhecido envolver a sua pele arrepiada, fazendo seu sangue borbulhar dentro das veias.
“pipe, eu me caso em algumas horas
”, o restinho de consciĂȘncia que existia em vocĂȘ suspirou contra o rosto dele, tĂŁo prĂłximo, e nem sabia mais para quem exatamente estava dizendo aquilo: se era para ele ou para si mesma.
“mas agora vocĂȘ Ă© minha. pela Ășltima vez.”
pipe sempre te beijava com a fome de mil homens, querendo consumir o mĂĄximo de vocĂȘ, como se a vida dele dependesse daquilo. os lĂĄbios fartos envolviam os seus com urgĂȘncia, rĂĄpidos, vorazes, te dando tudo que tinha ao mesmo tempo que tirava tudo de vocĂȘ, numa troca contĂ­nua, e a lĂ­ngua quente e Ășmida invadia sua boca abruptamente, dominando a sua, ocupando cada espacinho da cavidade molhada. vocĂȘ nunca admitiria aquilo em voz alta, mas sentiu saudade de ser beijada de verdade, devorada por lĂĄbios sedentos e lascivos, capazes de demonstrar sĂł com aquele simples ato o quanto te desejava. gemeu ruidosamente quando ele te apertou contra a parede fria da cozinha e pĂŽde sentir cada mĂșsculo teso pesando sobre os seus, afundando-lhe no gesso claro. o homem avançou a perna um pouco para frente, invadindo com a coxa o espaço entre as suas, na intenção inicial de te dar algum tipo de apoio e garantir que vocĂȘ conseguiria se manter em pĂ© durante todo o ato; porĂ©m, vocĂȘ, inebriada, mal percebeu os movimentos desesperados do prĂłprio quadril, que se empurrava para frente e para trĂĄs, buscando qualquer tipo de fricção que aliviasse a tensĂŁo cruciante que jĂĄ estava completamente instalada no baixo-ventre.
“mira eso
 mal encostei em vocĂȘ e jĂĄ tĂĄ se esfregando em mim igual uma perrita no cio”, caçoou, estalando a lĂ­ngua em uma falsa desaprovação para esconder o ego masculino amaciado. “que foi, nenita? nĂŁo estĂŁo te comendo direito? ay, pobrecita
”
resmungou um palavrĂŁo baixinho, envergonhada, se contorcendo toda ao sentir ele erguer um pouquinho mais a perna e pressionar a intimidade sensĂ­vel bem de levinho, sĂł para te provocar e provar a prĂłpria teoria. e, para pontuar ainda mais a provocação, o homem deslizou a mĂŁo esquerda para o nĂșcleo incandescente e pressionou a palma contra intimidade dolorida, sentindo toda a umidade que jĂĄ escorria abundante pelas dobrinhas delicadas, encharcando a calcinha branca de algodĂŁo. balançou a cabeça para os lados, produzindo um tsc, tsc, tsc baixinho, fingindo estar decepcionado, todavia incapaz de disfarçar o sorriso vaidoso que se pintou na face extasiada ao constatar que, mesmo apĂłs tantos meses, vocĂȘ ainda reagia tĂŁo bem aos toques dele e que, pelo jeitinho entregue — o mesmo que ficava quando passavam um tempinho mais longo sem sexo, o que era raro na relação de vocĂȘs, mas vez ou outra acontecia —, nenhum outro foi capaz de te proporcionar o mesmo que ele.
arrastou a pontinha dos dedos pela carne coberta, alcançando o pontinho de nervos e o circulou com suavidade, os olhos vidrados na sua expressĂŁo sofrida e deleitosa, a boquinha entreaberta permitindo que os suspiros sĂŽfregos deslizassem dengosos pela sua lĂ­ngua. ele afastou o tecido branco para o lado, soltando um gemido deliciado ao ter o veludo avermelhado derretendo-se diretamente sobre os dĂ­gitos calejados, a entradinha negligenciada apertando-se ao redor de nada. “pipe
”, o chamou em sĂșplica, fincando as unhas nos ombros largos sob o tecido da camiseta preta, ensandecida com o tesĂŁo que queimava sob sua pele.
felipe aproveitou a mĂŁo livre para segurar seu pescoço delicadamente, acariciando a extensĂŁo macia e buscando entalhar na memĂłria, novamente, todos os detalhezinhos que ele jĂĄ conhecia tĂŁo bem e que, depois daquela noite, nĂŁo veria mais. os pares de olhos, amantes de uma vida passada, enlaçaram-se e pipe se dissolveu em emoçÔes indesejadas, desnecessĂĄrias, que fizeram a boca trabalhar mais rĂĄpido que o cĂ©rebro: “vocĂȘ nĂŁo tem ideia de como eu senti falta dessa carinha que vocĂȘ faz quando tĂĄ assim, toda desesperada, doidinha pelo meu pau”, confessou sentimental, mas se arrependeu logo em seguida. nĂŁo queria, nem deveria, falar de sentimentos e do passado, tampouco sobre como vocĂȘ o destruiu quando foi embora sem explicação e como o destruiu, mais uma vez, quando reapareceu vestida daquele jeito, esfregando na cara dele a felicidade de estar se casando com outro homem.
entĂŁo, empurrou aqueles pensamentos para o fundo da mente, de onde nunca deveriam ter saĂ­do, e deixou que os dedos fossem engolidos pelo buraquinho necessitado, junto com o ressentimento, torcendo para que seus fluĂ­dos lavassem o sentimento amargo do sistema dele.
lentamente, ele movimentou os dĂ­gitos largos para dentro e para fora, curvando-os para atingir o pontinho mais doce dentro de vocĂȘ, o polegar subindo para estimular o clitĂłris inchadinho. vocĂȘ revirou os olhos, e tinha certeza que os vizinhos jĂĄ conseguiam ouvir seus lamentos exasperados, repetindo o nome de felipe como uma prece sofrida, pedindo por mais e mais, tĂŁo carente por toques mais expressivos que te libertassem da agonia insuportĂĄvel que maltratava o baixo-ventre. o homem conhecia todos seus pontos mais fracos e sabia exatamente como usĂĄ-los para, com o mĂ­nimo contato possĂ­vel, te quebrar inteira e te deixar assim, inconsistente, enlouquecida, implorando por ele em uma insanidade avassaladora, assustadora, desconhecida atĂ© mesmo para si. ele te desmontava e remontava a bel-prazer, transformando-lhe no que quisesse, como se vocĂȘ fosse a bonequinha favorita dele.
“vocĂȘ vai pensar em mim amanhĂŁ, na sua noite de nĂșpcias”, prometeu ao pĂ© do seu ouvido, deixando uma mordida suave na derme sensĂ­vel da lateral do seu pescoço. “quando ele te tocar, quando te beijar
 vocĂȘ sĂł vai conseguir pensar em como ele nunca vai ser capaz de te dar metade do que eu te dou”.
pipe te deixou por um segundo para se desfazer da calça e da sua calcinha, ouvindo seu chorinho magoado, mas nĂŁo demorou em arrastar as mĂŁos para sua bunda, apertando a carne macia com força antes de te alçar e carregar seu corpo trĂȘmulo atĂ© a estrutura de madeira presente no centro do cĂŽmodo. te foderia primeiro ali, sobre a mesa da cozinha que conhecia tĂŁo bem o Ă­ntimo de vocĂȘs, mas jĂĄ planejava depois te levar para o quarto, para a cama que tantas vezes compartilharam, onde afundaria o rosto em sua buceta sensibilizada e faria questĂŁo de limpar cada gota do prazer que estavam prestes a compartilhar, do jeitinho despudorado que ele sabia vocĂȘ amava, apesar de fingir que nĂŁo. naquela noite, ele queria muito mais que gravar sua pele: queria se gravar na sua alma, garantir que cada nervo do seu corpo lembrasse dele por toda a eternidade, para que vocĂȘ, assim como ele, fosse condenada a pensar todo santo dia pelo resto da sua vida no que abriu mĂŁo.
esfregou a cabecinha dolorida do pau nos lĂĄbios encharcados, embebedando-se com a sua essĂȘncia, misturando-a a dele, e vocĂȘ gemeu audivelmente em resposta, ansiosa, arqueando-se para ficar o mais perto possĂ­vel de pipe, numa vontade louca de fundir os dois corpos em um sĂł. o argentino franziu o cenho, um misto de mĂĄgoa e tesĂŁo o atingindo como um soco na boca do estĂŽmago. nĂŁo conseguia nĂŁo devanear com uma circunstĂąncia diferente, em que o vestido branco embolado na cintura seria um de noiva de verdade e o anel brilhando no seu dedo seria uma aliança dourada com o nome dele gravado na parte interna. 
vocĂȘ seria a mais bela das noivas, disso ele tinha certeza.
incapaz de conter o sentimentalismo, se viu entrelaçando os dedos aos seus, puxando-os de encontro a face e depositando um beijo delicado no diamante solitĂĄrio, assim como faria se a ilusĂŁo fosse verdadeira, antes de empurrar o membro endurecido profundamente dentro de vocĂȘ, sentindo suas paredes o apertando numa pressĂŁo semelhante a que fazia o coração dele, estilhaçado, dentro do peito.
aquela era a terceira destruição que vocĂȘ causava na vida de pipe, entretanto, dessa vez, ele iria garantir que fosse a Ășltima.
quando o sol chegasse ao ponto mais alto do cĂ©u, vocĂȘ estaria caminhando pela igreja decorada para jurar amor eterno ao homem que era perfeito para o que havia planejado para a vida, mas naquele momento, com o vĂ©u noturno os escondendo, toda sua existĂȘncia pertencia unicamente ao homem imperfeito, de quem seu coração jamais seria capaz de se recuperar.
si tĂș te casas, el dĂ­a de tu boda le digo a tu esposo con risas que solo es prestada la mujer que ama porque sigues siendo mĂ­a
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luvielie · 2 months
Note
ok agora mandando o link certo đŸ™đŸ» pfvrrrrr divinha, se possĂ­vel e se for do seu agrado, eu iria amar ouvir seus pensamentos pensantes sobre esses dois đŸ„ș
releva o errado eu sou meio lesa às vezes SHDSJSOSBAOABSOSNB um beijo pra ti mwah mwah 🎀💋
KKKKKKKKKKKKKKK sem problemas, bestie, eu dou vĂĄrias dessa tbm
warnings: corruption kink (kinda?), dubcon, double penetration, nipple play, oral [f and m receiving], face sitting, dirty talk etc etc etc (nĂŁo tenho controle sobre o que isso se tornou)
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ok, para esse cenĂĄrio eu imaginei a reader sendo uma garotinha bem bobinha, um pouco ingĂȘnua, ali no comecinho dos seus vinte anos e recĂ©m-completados. eles trĂȘs se conheceram em uma peça que estavam fazendo juntos, seu primeiro grande papel, e acabaram ficando bem amigos, do tipo prĂłximos mesmo, porque os dois te acolheram como se vocĂȘ fosse uma gatinha perdida, cuidando de vocĂȘ, te ajudando em tudo que vocĂȘ precisasse e, por serem atores mais experientes, te dando vĂĄrios conselhos e dicas muito Ășteis para usar no palco, bem como fora dele.
enfim. em uma noite qualquer, apĂłs o ensaio, todo o elenco e a equipe de produção se juntam numa conversa descontraĂ­da enquanto arrumam a bagunça e se preparam para ir embora. vocĂȘ nĂŁo saberia dizer como, mas o assunto acabou chegando no tĂłpico sexo, mais especificamente algo que nunca fizeram na cama (ou fora dela) e morrem de vontade de experimentar. vocĂȘ fica sĂł ouvindo as libertinagens quietinha, meio que no cantinho do camarim compartilhado, escondidinha, torcendo para ninguĂ©m te perceber, porĂ©m, nĂŁo consegue escapar por muito tempo: uma das atrizes leva a atenção para vocĂȘ, perguntando o seu fetiche, e ficam todos os pares de olhos assim 👀👀👀 esperando pela sua resposta.
vocĂȘ fica morrendo de vergonha, toda coradinha e nervosa, sem saber o que falar, suando frio, e demorando horrores pra conseguir soltar um "acho que threesome" num gaguejo fraquinho, quase inaudĂ­vel, mas que atingiu os ouvidos certos. quase que imediatamente ao te ouvir, enzo e fernando se encaram, num misto de surpresa e cumplicidade, sĂł para confirmar que as duas cabeças (ou, melhor, as quatro) estavam maquinando sobre a mesma coisa.
conversa vai, conversa vem, vocĂȘs trĂȘs finalmente vĂŁo embora juntos, no carro de fernando (nĂŁo sei se ele dirige, vamos imaginar que sim), porque moram todos no mesmo prĂ©dio. a viagem quase toda foi um completo silĂȘncio, exceto pela mĂșsica baixinha que tocava no rĂĄdio, atĂ© o argentino soltar uma risadinha de escĂĄrnio, balançando a cabeça para os dois lados. "threesome, hm? quem imaginaria...", fala, descrente, fazendo enzo rir junto, mais suave. e vocĂȘ, uma pobre coitada, jĂĄ quer morrer de constrangimento, o rostinho queimando e o corpo se afundando no estofado de couro, praticamente se fundindo ao material negro, e chega a cogitar se seria muito dramĂĄtico se atirar do carro em movimento, igual aquela cena de lady bird.
"me pergunto de onde ela tira essas ideias", o uruguaio suspira, num tom de pai decepcionado. "Ă© isso que vocĂȘ faz, nena, trancada no seu quarto? fica assistindo desconhecidas sendo comidas por dois caras ao mesmo tempo, imaginando que Ă© vocĂȘ no lugar delas?”, eles te olham pelo retrovisor, achando a coisinha mais fofa vocĂȘ toda encolhidinha e tĂ­mida, se negando a responder a pergunta.
jĂĄ no elevador, vocĂȘ, na frente pois desce primeiro, sente o ar pesando dentro do cubĂ­culo metĂĄlico, te envolvendo em uma tensĂŁo tĂŁo palpĂĄvel que poderia ser cortada a faca. sabia que os pares de olhos estavam cravados nas suas costas, queimando a pele coberta, e se pega praticamente rezando pro seu andar chegar logo e poder respirar livremente. porĂ©m, tĂŁo focada nos nĂșmeros brilhando no visor que indica o andar, mal notou os dois homens se aproximando, sorrateiros igual dois leĂ”es cercando uma presa, reduzindo seu espaço pessoal a nada ao te empurrar delicadamente de encontro a parede gĂ©lida.
“achei que a gente tinha te dito que vocĂȘ poderia nos pedir ajuda pra qualquer coisa que precisasse”, enzo diz, ressentido, a mĂŁo virando seu rostinho nervoso para que o olhasse nos olhos.
“e, quando dissemos qualquer coisa, era qualquer coisa mesmo.”, fer pontua, firme.
quando viu, estava sendo amassada em um sanduíche apertado, fer na frente e enzo atrås, te fazendo sentir cada pedacinho dos corpos robustos, fortes, te tocando, pressionando, te jogando para lå e para cå igual uma bonequinha de pano. o argentino, mais novo, era mais ansioso, pouco delicado, marcava a clavícula com mordidas e chupÔes, enquanto o uruguaio, por ser mais velho e experiente, era mais calmo, tranquilo, beijava e lambia carinhosamente a nuca, fazendo sua cabecinha girar com as dinùmicas completamente opostas, sem saber no que se concentrar direito.
suspirou afetada com os pares de mĂŁo percorrendo todo seu corpinho arrepiado, duas se concentrando nos peitos cobertos pelo cropped, sem sutiĂŁ, alcançando os biquinhos tesos, e duas invadindo sua saia jeans, apertando energeticamente sua bunda, praticamente toda descoberta pela calcinha minĂșscula. vocĂȘ fechou os olhinhos, fraca, a mente enuviada com tantas sensaçÔes novas criando um caos em seus neurĂŽnios.
(vamos fingir que tem uma baita transição aqui, eles levando ela pro apartamento do enzo, tirando a roupa e blablabla pq jå tå enorme e ainda tem mais coisa pra desenvolver)
enzo deitou recostado na cabeceira da cama e bateu nas pernas, te chamando para sentar ali. puxou a face vermelhinha com delicadeza, te beijando com amor e desejo, e vocĂȘ gemeu contra a boca dele ao perceber a cabecinha do pau de fernando batendo na sua entradinha apertada, penetrando-lhe firmemente, nem precisando de muito para que vocĂȘ alcançasse o primeiro orgasmo da noite, e despejando-se em vocĂȘ logo em seguida.
sem nem ter tempo de respirar direito ou se recuperar da onda de prazer, jĂĄ se vĂȘ sendo girada em cima do corpo de enzo, ficando de quatro, os joelhos abertos para comportar o tronco amplo do uruguaio entre eles e as mĂŁozinhas apoiadas nas coxas grossas dele.
tomou um susto ao sentir as palmas grandes do homem abaixo na sua barriga, te puxando mais para trĂĄs. buscou os olhos enegrecidos de luxĂșria do contigiani, que pacientemente bombeava o membro ainda teso com a destra. ele sorriu para vocĂȘ, “seja boazinha e fica paradinha, ok?”, pediu.
o que seria impossĂ­vel, principalmente quando a lĂ­ngua quente de enzo percorreu toda a extensĂŁo da sua bucetinha recheada, lambendo cada dobrinha sensĂ­vel, sugando gotinha por gotinha dos fluĂ­dos misturados e afundando o nariz grande em toda sua umidade. vocĂȘ fincou as unhas curtas nos mĂșsculos sobre as palmas, apertando com força para tentar sustentar o peso nos braços trĂȘmulos e quase gritou ao sentir o rosto masculino se prensando ainda mais fundo no seu sexo, mordiscando levemente o pontinho de nervos inchado e pulsante, todavia, foi imediatamente calada pelo falo latejante do argentino, que aproveitou a deixa para se empurrar por inteiro para dentro da cavidade molhada, te causando um engasgo, os olhos ardendo com as lĂĄgrimas que embaçavam a vista.
o quarto virou uma desordem de sons: os gemidos altos de fernando, seus grunhidos abafados pelo pau que pulsava sobre sua língua e o barulho indecente que enzo produzia ao chupar com força seus låbios sensibilizados.
“vocĂȘ quer o cuzinho?”, a voz melodiosa de fernando soou abafada em seus tĂ­mpanos, mas ele nĂŁo falava com vocĂȘ. arregalou os olhinhos, assustada, ouvindo a confirmação de enzo com um desespero queimando no peito, misturado a falta de ar. o argentino te encarou com deboche: “nĂŁo vai ficar medrosinha agora, nĂ©?”, provocou, movendo o quadril para frente para que vocĂȘ o engolisse mais fundo, calando sua insegurança com uma jatada volumosa de gozo.
agora deitadinha com as costas apoiadas no peito de enzo, nĂŁo conseguia mais pronunciar um som que nĂŁo fossem os gemidinhos incoerentes que vez ou outra soprava entre os dentes, convertida em uma bagunça de suor, lĂĄgrimas e porra, que escorria em gotas grossas pelos cantinhos da sua boca escancarada. observou fernando vasculhar as gavetas da cĂŽmoda ao lado da cama atĂ© encontrar um tubinho branco e azul, que vocĂȘ reconheceu de cara. se arrepiou ao sentir o fio gosmento e gĂ©lido escorrer por todo seu sexo, o homem esfregando os dĂ­gitos longos para espalhar o lĂ­quido transparente pelas suas duas entradinhas. o argentino nĂŁo esperou para se afundar, novamente, na bucetinha agora jĂĄ acostumada a recebĂȘ-lo, mas enzo te deu um tempinho para respirar, acariciando sua cintura e beijando a pele delicada do seu ombro.
“tudo bem?”, quis confirmar, a cabecinha do pau, atĂ© entĂŁo negligenciado, se posicionando no buraquinho rugoso. vocĂȘ balançou a cabeça em uma afirmação ainda incerta, se arqueando toda com o membro grosso se enfiando dentro da entrada virgem, esticando-a lentamente, o rosto todo contorcendo-se em uma expressĂŁo incomodada. fer se abaixou o pouquinho e abocanhou seu seio direito, chupando a aurĂ©ola sensĂ­vel com gana, e arrastou a mĂŁo grande para o outro, massageando-o, prendendo o biquinho entre o polegar e o indicador e girando-o suavemente, numa tentativa de te distrair do desconforto.
quando vocĂȘ se acostumasse com a sensação, te comeriam daquele jeitinho, com força, ritmando as estocadas para vocĂȘ senti-los direitinho na mesma intensidade, atĂ© que se esvaziassem completamente dentro de vocĂȘ, te preenchendo inteira.
alĂ©m disso, antes de te deixarem descansar, vĂŁo fazer questĂŁo de te comer mais uma vezinha daquele jeito, mais lentinho, invertendo as posiçÔes: dessa vez, o vogrincic virĂĄ por baixo, descansando seu rostinho suado no peito dele, e fernando virĂĄ por cima, fazendo questĂŁo de desferir alguns tapas na sua bundinha empinada e rindo, divertindo-se ao ver vocĂȘ se tremer todinha com o contato mais agressivo. eles se posicionariam novamente nas suas entradinhas doloridas, entrando devagarzinho pra nĂŁo te machucar muito, e empurrando o gozo um do outro bem fundinho dentro de vocĂȘ, garantindo que as essĂȘncias ficassem marcadas em seu interior por dias.
â€œĂ© realmente impossĂ­vel conhecer as pessoas totalmente, nĂ©?”, fer ri, cansado, no fio de voz que restou.
enzo concorda, “vocĂȘ olha esse rostinho de garotinha inocente e nem imagina que por baixo tem uma putinha suja que ama ficar toda entupidinha de porra.”
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luvielie · 2 months
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sweet dreams, esteban kukuriczka
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pairing: esteban kukuriczka x fem!reader summary: vocĂȘ descobriu da maneira mais deliciosa possĂ­vel que esteban era uma pessoa muito dedicada. warnings: SMUT!!, oral (f!receiving), overstimulation. note: nĂŁo sei se tem alguĂ©m aĂ­, mas se tiver: OIIII!!!!! essa Ă© minha primeira oneshot postada nesse tumblr e faz um tempĂŁo que eu nĂŁo escrevo (principalmente smut), entĂŁo provavelmente tĂĄ beeeem ruinzinho. peguem leve cmg, ok?
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NÃO SABERIA EXPLICAR como chegaram àquela situação, tampouco narrar cronologicamente a sucessão de eventos que trouxeram o quieto e evasivo esteban kukuriczka para o seu quarto, para a sua cama e, principalmente, para o meio das suas pernas.
“esteban, por favor
”, vocĂȘ suspirou, fraca, impotente, desesperada demais para formular mais que um pensamento minimamente coerente. “eu nĂŁo aguento mais”. o sentiu sorrir sobre sua pele jĂĄ bastante sensibilizada, tremendo em um risinho abafado, safado. podia notar em cada nervo do seu ser o quanto ele estava amando cada segundo da lenta e interminĂĄvel tortura a qual contentemente te subjugava, e, para o seu desespero, ele nĂŁo parecia nem um pouco disposto a terminar tĂŁo cedo. o argentino tinha total consciĂȘncia do quanto vocĂȘ desejou e esperou por aquilo, portanto nĂŁo tinha pressa alguma, determinado a ficar ali o tempo que fosse necessĂĄrio para tomar tudo que estava guardado hĂĄ semanas dentro de vocĂȘ: cada gemido, cada sensação, cada tremor, cada gota, atĂ© que vocĂȘ, de fato, nĂŁo aguentasse mais.
“sĂł mais um, mi amor
”, ele sussurrou, o hĂĄlito quente se chocando contra seu pontinho sensĂ­vel e dolorido, quase te fazendo gritar com a corrente elĂ©trica que percorreu a sua coluna vertebral. “me dĂĄ mais um unzinho e eu prometo que vou te comer do jeitinho que vocĂȘ tanto quer”. esteban ergueu um pouco a cabeça, apenas o suficiente para te encarar com aqueles olhos amendoados, afiados e dissimulados iguais aos de um gato, parcialmente escondidos pelos cachos grossos e loiros de cabelo que caĂ­am sobre eles. o homem te olhava como se vocĂȘ fosse a sobremesa mais saborosa que ele jĂĄ provou na vida, ao mesmo tempo dominante e submisso, ansiando te levar ao limite e destruir o pouquinho de sanidade que ainda restava na sua mente para que nĂŁo sobrasse nada de vocĂȘ alĂ©m de uma bagunça de suor e gemidos, completamente derretida e incoerente.
esticou a mĂŁo trĂȘmula para tocĂĄ-lo, deslizando os dedos pelos fios macios e por todo o rosto atĂ© alcançar os lĂĄbios finos, vermelhos e inchados, que brilhavam com a mistura de saliva e prazer que escorria pela barba rala, resultado do seu orgasmo anterior. a visĂŁo era insanamente indecente, e vocĂȘ soube de imediato que daria toda e qualquer coisa que ele pedisse sem resistĂȘncia, porque tudo que tinha pertencia a ele.
e, quando esteban fez questĂŁo de manter os olhos fincados aos seus enquanto deslizava a lĂ­ngua por toda a extensĂŁo da carne delicada, lambendo cada dobrinha torturada e sugando cada gotinha de excitação que fluĂ­a abundantemente, vocĂȘ sentiu que poderia explodir com a tensĂŁo que se alastrava por baixo da sua pele aquecida, tĂŁo perto, mas ainda tĂŁo distante, do clĂ­max que tanto precisava alcançar.
entĂŁo, acordar sozinha naquela cama grande demais para uma pessoa sĂł foi, no mĂ­nimo, frustrante. afundou o rosto molhado de suor nas mĂŁos e quis morrer, em parte pela vergonha que pintava suas bochechas, em parte pela sensação febril que dominava seu corpo, deixando suas pernas moles e seu nĂșcleo deploravelmente molhado. ainda que a parte racional de seu cĂ©rebro tivesse total consciĂȘncia de que tudo aquilo nĂŁo passara de um sonho bobo, seu corpo continuava reagindo aos estĂ­mulos calorosos da sua imaginação, como se tudo fosse real.
meu deus, pensou, assustada, ao se dar conta do que acabou de acontecer: vocĂȘ simplesmente teve um sonho erĂłtico — MUITO erĂłtico — com um colega de trabalho, alguĂ©m que via toda santo dia e que, atĂ© entĂŁo, nĂŁo havia nada alĂ©m de uma relação mĂștua de respeito e, no melhor dos cenĂĄrios, companheirismo. de onde aquela porra de sonho tinha saĂ­do? sabia que nĂŁo existia a menor chance de esteban tomar conhecimento daquela alucinação, mas como o encararia depois daquilo?! estava muito fodida — no pior sentido da palavra. 
claro que, minutos depois de um banho bem gelado e todas as tentativas do mundo de espairecer, vocĂȘ nĂŁo esperava que ele seria justamente a primeira pessoa que encontraria naquela manhĂŁ, sentado ïżœïżœ mesa, tranquilo, com uma xĂ­cara de cafĂ© preto pendendo em uma mĂŁo e um cigarro quase apagado na outra.
“bom dia!”, cumprimentou, em um fio de voz, buscando soar o mais natural possĂ­vel, embora as imagens sĂłrdidas que insistiam em invadir sua mente fizessem esse ato simples especialmente dificil. esteban te encarou por alguns segundos, aqueles olhos felinos e dĂłceis que minutos antes te devoraram com tanta luxĂșria, mas que, de volta Ă  vida real, pareciam serenos e impertubĂĄveis, como sempre. cogitou por um instante dar meia-volta e fugir, desaparecer por algumas horas, dias ou semanas — atĂ© que sua mente esquecesse completamente daquele maldito sonho —, porĂ©m, sabia que nĂŁo poderia nem se quisesse muito, entĂŁo apenas ficou parada, em pĂ©, sob a mira penetrante daquelas Ă­ris castanhas que te observavam com tanto afinco, capturando atĂ© o menor dos seus movimentos, como se desvendasse todos os segredos obscuros escondidos no fundo de sua alma.
“bom dia”, ele finalmente respondeu, simples, na mesma normalidade diária, como se toda aquela tensão existisse apenas dentro da sua cabeça.
e, talvez, seja isso mesmo, pensou, enquanto atravessava a cozinha para preparar o próprio café da manhã. talvez esteja ficando oficialmente maluca, pirada, lelé da cuca, e aquele sonho tenha bagunçado permanentemente seus sentidos e sua noção de realidade. sentiu vontade de rir, mas se conteve para não chamar ainda mais atenção. esteban não era nenhum telepata para descobrir o que se passava na sua cabecinha fértil, e só de ter considerado essa possibilidade, mesmo que por um breve momento, jå mostrava o quão insana era sua atual situação.
eventualmente, se esqueceria de tudo aquilo e aquele segredo morreria com vocĂȘ. nĂŁo havia motivos para se preocupar tanto.
comeram em silĂȘncio, igual sempre faziam quando estavam sozinhos, jĂĄ que nĂŁo tinham muitos assuntos em comum para compartilhar, cada um entretido com o prĂłprio celular — vocĂȘ, nem tanto assim, visto que era quase impossĂ­vel deixar de pensar nas visĂ”es libidinosas de outrora, principalmente com a segunda parte envolvida sentada a menos de dois metros de distĂąncia.
esteban terminou primeiro, todavia se manteve ali, sentado e praticamente imĂłvel, como se esperasse alguma coisa de vocĂȘ, algo que nĂŁo saberia dizer o que, mas que jamais teria a coragem para perguntar. quando vocĂȘ acabou de comer, levantou-se em silĂȘncio para organizar a prĂłpria bagunça, lavando calmamente a louça que sujou e tentando, inutilmente, pensar em qualquer outra coisa que nĂŁo fosse o olhar inquisidor queimando em suas costas.
“entĂŁo
”, a voz dele soou, quase num sussurro, perto demais. com as mĂŁos cobertas de espuma, a esponja amarela imĂłvel sobre o prato que segundos antes esfregava, se recusou a virar para ver quĂŁo perto. “vocĂȘ vai me contar o sonho que teve comigo ou nĂŁo?”.
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