Tumgik
#hobiecat 21
betopandiani-mar · 4 months
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Carta do Makoto.
Estávamos todos conversando num clima super gostoso. Boa comida e o aconchego do Restaurante Chez Manu com a vista para as luzes do Ushuaia refletindo nas águas do Canal de Beagle havia sido uma escolha perfeita para o jantar de encerramento da Expedição Travessia do Drake.
Depois de uma sobremesa maravilhosa o Betão, como não podia deixar de fazer, pediu a voz para fazer um discurso. Com uma extrema delicadeza e modéstia ele agradeceu a cada um de nós que fizemos parte do projeto, ao patrocinador e a todas as pessoas que em algum momento se envolveu com o desenvolvimento dos acontecimentos.
Para não quebrar o protocolo, o Afonso, no papel de presidente da empresa patrocinadora, também falou um pouco da história de como foi seduzido pela primeira vez por um projeto comandado pelo Betão a 10 anos atrás, e a evolução do relacionamento ao longo deste tempo.
Notei nele um envolvimento e uma paixão pelo projeto que nunca havia visto antes nos meus anos de estrada. Na maioria das vezes o fechamento de negócios de patrocínio na área de aventura e marketing esportivo é uma decisão corporativa. No entanto neste caso era evidente que antes de pensar no retorno real e imediato, a decisão foi uma questão quase pessoal do próprio Afonso. E se querem bem saber o que eu penso, essa decisão veio do coração e não da razão. Isso fazia com que, em termos de projeto, o papel dele como presidente da empresa patrocinadora perdesse um pouco de relevância e o colocasse na posição de mais um dos integrantes da expedição. Ainda que num papel de bastidores ele era o integrante viabilizador do projeto e devido a sua discrição eu vim perceber isso apenas no jantar de confraternização.
Em seguida era natural que o Duncan encerrasse a noite para todos podermos dormir felizes com a sensação de missão cumprida. Tudo indicava que estava caminhando nesta direção.
A minha surpresa foi ouvir logo em seguida a voz do Betão me chamando para também discursar. O magrelo sem-vergonha havia planejado tudo, até veio com o discurso escrito. O Afonso e Duncan, ainda que menos munidos, também vieram preparados para isso. E depois de ter se livrado da sua obrigação o desgraçado estava me botando na fogueira numa mesa de 30 pessoas para discursar de sopetão. O consolo foi que todos os participantes da expedição acabaram entrando na dança sem exceção. Como finalizou o Igor: Nóis derrapa, mas nóis acerela.
No decorrer do processo comecei a analisar os acontecimentos tentando dimensionar os detalhes e os resultados. Participação de cada um de nós e o sentido de cada coisa e de tudo que fizemos.
Foi uma satisfação imensa ter tido a oportunidade de participar de um projeto onde quase tudo foi novo para mim. Conheci locais maravilhosos, me emocionei e me diverti. E acima de tudo fiz novos amigos com os quais aprendi coisas e tenho certeza de que estarei no futuro executando projetos juntos de novo.
O Betão havia conseguido montar uma equipe fantástica. Individualmente nenhum de nós éramos o melhor da área – aliás longe disso. Mas acho que conseguimos neste caso um típico exemplo de uma matemática onde o conjunto é maior do que a soma dos fatores individuais.Os resultados, mesmo parciais, mostravam isso muito bem.
Depois de 45 dias de convivência de 12 pessoas no espaço de 60 m2 não havíamos conseguido registrar sequer um único momento de desentendimento ou discussão. E mesmo com a reconquista da liberdade espacial em Ushuaia continuávamos marcando hora para almoçarmos e jantarmos juntos.
Do ponto de vista do trabalho, além da realização do feito em si, havíamos cavado nada menos que 10 matérias em televisão e publicação de matérias com foto em revistas especializadas de cerca de 10 países mesmo antes de retornarmos para casa.
No entanto, independentemente do entrosamento, competência ou eficiência da equipe, apenas 3 + 1 pessoa foram essenciais neste projeto: O Betão como idealizador e administrador. O Duncam como executivo técnico. O Oleg como um mestre consultor e a voz da ponderação e da razão. E por fim porém não menos importante o Afonso como viabilizador. Tão diferentes entre si mas ao mesmo tempo compartilhando o fato de serem sonhadores e empreendedores.
Nas épocas passadas houve outros, como uns que se lançaram ao mar aberto nas suas caravelas em busca de novas terras ou, caras como Santos Dumont que tiveram o culhão de levantar vôo numa frágil estrutura que poderia ter sido construído em fundo de quintal qualquer.
Muitos daqueles homens até morreram tentando realizar o inútil. Foram chamados de aventureiros e loucos, mas hoje todos nós viajamos e voamos de avião.
Falando-se do mundo das montanhas e montanhistas, alguém que escale o Everest hoje teria sem dúvida um reconhecimento mesmo que o faça como um integrante de uma expedição comercial. Num país como o nosso poderia até ganhar um bom trocado escrevendo livro e ministrando palestras.
Mas estes 3+1 foram mais atrevidos do que isso. No universo dos eventos como Volvo Ocean Race, America´s Cup e VG, foram buscar um desafio além da imaginação ordinária. Para isso eles não necessitavam de milhões de dórales que se gasta numa campanha de vela mundial. Nem oponentes com nomes conhecidos como Helen Macarthur e Pipin. Muito menos uma data marcada ou um recorde a perseguir.
O Betão talvez tenha apenas fechado os olhos para deixar a sua imaginação vaguear entre a eira e a beira da consciência do seu desejo em busca de um objetivo que fosse resultado de um valor pessoal real. Se ele tivesse despertado a voz da razão para analisar esse objetivo, auto-censura teria feito ele desistir de uma loucura inconseqüente.
Mas ele não deu chance à verdades históricas. Não deu atenção ao que a humanidade define como factível ou infactível. Digeriu o assunto e analisou as possibilidades. Consultou o Duncan e o Oleg. E com a conclusão de que haveria uma chance real de executar o projeto de forma segura e mais, com certeza de que poderia estar 100% preparado para aproveitar essa chance – por menor que ela fosse – apresentou a idéia para o Afonso. E assim nasceu o Projeto Travessia do Drake.
Participando deste projeto tive o privilégio de acompanhar de camarote um feito inédito, uma página na história da navegação mundial. Muita gente chama a Passagem do Drake de O Everest dos Mares. E se isso corresponde a verdade, existe um outro conceito também verdadeiro que deve ser dito. No mundo das montanhas, o que conta não é apenas chegar ao cume. O que conta é COMO chegar ao cume. E é este processo estilo e forma da conquista que se define o divisor que separa os homens dos meninos.
Se me perguntarem hoje o que representa a realização destes 4 homens para a civilização eu não saberia responder. Mas também tenho a certeza de que os homens que viram o Santos Dumond voar não poderiam prever que no futuro a humanidade dependeria da aviação.
Não que ache que a sociedade deva se preocupar em preparar os homens para cruzar o Drake em Hobiecat. Mas acho sim que a sociedade deva se preocupar em criar homens que consigam não apenas de sonhar, mas também que tenham força e capacidade para realizar estes sonhos. E nisso o Betão, Duncan, Oleg e o Afonso podem ser citados como exemplo em qualquer lugar do mundo.
Makoto Ishibe.
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betopandiani-mar · 1 year
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O sucesso é uma experiencia coletiva.
Comecei a velejar exatamente a 40 anos atrás e inicialmente competindo na Classe Hobie Cat 16, um pequeno catamaran. Em 1993 interrompi a minha carreira na noite Paulistana (Singapore Sling, AeroAnta, Olivia) para me lançar em um projeto muito arrojado, velejar de Miami à Ilhabela em um barco a vela sem cabine, sem motor ou proteção (Hobiecat 21 pés).
Foi uma viagem de 289 dias, onde fizemos mais de 100 paradas em ilhas do Caribe, Floresta Amazônica e praias da costa brasileira.
Depois desta primeira viagem a minha vida mudou muito, pois comecei a perceber que estas jangadas modernas com toda a sua limitação estavam abrindo um universo de aprendizados imensos.
Vieram mais 7 viagens e resumindo velejamos da Antártica a Groenlândia, cruzamos o Oceano Pacífico, o Oceano Atlântico e no ano passado velejamos ao Norte do Canadá pela Passagem Noroeste com o objetivo de produzirmos um filme sobre mudanças climáticas no Ártico.
Possivelmente eu sou o velejador que mais navegou em um barco aberto pelo planeta, e o que eu aprendi ao longo destas jornadas.
Um dos grandes aprendizados foi sobre gestão de riscos, e todos os seus desdobramentos, inclusive de como lidar com a carga emocional para tomada de decisão sobre pressão.
Porque alguém aceita iniciar um projeto de uma travessia sabendo que as chances de sucesso estão em torno de 5%?
Um exemplo prático foi quando o mundo foi pego de surpresa com a pandemia e o lockdown, onde pude observar como a maior parte das pessoas lidaram muito mal. Este foi outro aprendizado que estes pequenos barcos impuseram a nós; como lidar bem com o confinamento por longos períodos sabendo que os recursos eram escassos, os riscos altos e tínhamos que chegar com saúde do outro lado do oceano.
Quando você se propõe a fazer algo nunca realizado, e tem poucas referências para iniciar um estudo, o seu trabalho necessariamente terá que visitar a autoconfiança. Inicialmente a confiança em montar uma equipe de alta performance, e a partir deste ponto definir claramente as metas do projeto, e contaminá-los com o seu entusiasmo. Todas as oito viagens terminaram com êxito, mesmo contrariando as chances de dar certo.
O SUCESSO É UMA EXPERIÊNCIA COLETIVA. Nunca fui eu, sempre fomos nós. Nunca fomos somente os dois tripulantes, fomos uma grande equipe. Quando um membro da equipe contribui de forma positiva ele teve êxito, mas quando a equipe leva o barco para o seu destino, ela teve sucesso.
O sucesso não tem relação com a fama e o reconhecimento público. O sucesso é uma construção constante da consciência de um grupo que reconhece que o trabalho de cada membro da equipe é um ponto de observação relevante, pois ele traz um olhar diferente de como lidar com a mesma situação.
Não creio que devamos aceitar a diversidade simplesmente. Devemos compreendê-la e dentro deste entendimento é possível ter um rendimento muito alto
É possível ir muito mais longe do que imaginamos com muito menos do que sonhamos
Beto Pandiani
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betopandiani-mar · 4 years
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Hobie Alter, o pai dos catamarans.
Minha vida como velejador começou em 1982 quando juntamente com o Mauricio, um grande amigo de adolescência. Juntos, compramos um catamaran de praia da marca Hobiecat 16. Antes disso meu primeiro contato foi com um Hobiecat 14 do Lucas em Ubatuba, outro grande amigo. Isso aconteceu em 1975. Quando subi pela primeira vez no HC 16 e senti a aceleração em cima das ondas do mar de Ilhabela, sabia pela primeira vez na vida o que eu queria. Queria viver em cima daquele barco, mas isso parecia um sonho distante ou mesmo um desejo impossível de realizar, pois como eu viveria de vento?
Mas as coisas foram se estabelecendo e três meses depois eu estava na represa de Guarapiranga aqui em São Paulo iniciando minha carreira de velejador dentro das competições. Na época eu estudava na PUC, e era o barmen do restaurante Ritz nos Jardins. Praticamente todo o meu salário ia para as competições e assim comecei a viajar pelo Brasil e depois para a Europa e USA competindo.
Como comecei a velejar tarde, com 24 anos, eu tinha que competir contra velejadores muito melhores e mais experientes do que eu. Isto talvez tenha sido responsável pelo meu desenvolvimento rápido. Poucos anos depois comecei a me arriscar nas raias de regata fora do Brasil, pois eu tinha curiosidade de saber como era o nível da classe Hobiecat no mundo. Vivia lendo a revista internacional da classe, a Hotline e nela via as fotos dos campeonatos, os campeões do mundo nas diversas classes da Hobiecat. Havia um filme que circulava de mão em mão em vídeo cassete muito famoso na época que mostrava o primeiro campeonato mundial no Hawaii em Waikiki Beach. O nome do filme era Moment’s of glory. Junto havia outro filme, o Sharing the Wind com os melhores velejadores do mundo saltando ondas no Hawaii, e imagens que até hoje impressionam. Deam Froome and John Driscoll povoavam meus sonhos, pois eram meus heróis. Um dia eu os encontraria novamente e assim tudo começou para mim. Tudo que acabou acontecendo na minha vida teve a ver com este filme.
Fui para a França correr o Europeu em 1987. Eram 83 barcos velejando na mesma raia, muito mais do que eu já havia visto aqui no Brasil. Uma experiência transformadora, pois voltei de lá com um oitavo lugar inesperado e isso para mim gerou muita confiança no meu desenvolvimento.
Nos anos seguintes a ideia era velejar na terra dos Hobiecats, onde o barco nasceu e eu queria aprender com os melhores do mundo. No primeiro ano que fui ao campeonato Nacional americano, que foi realizado no Golfo do México, e de 96 equipes me classifiquei em 18 lugar. Para mim foi excelente. Nunca um estrangeiro havia ganhado um campeonato nacional dentro dos EUA e tão pouco nenhum brasileiro havia ganhado um título internacional para a classe. Não seria uma surpresa se alguém ganhasse, pois havia excelentes velejadores aqui.
No ano seguinte me preparei mais e treinei em Ilhabela com a Uli Heuchert, minha proeira. Fomos para Chicago sem expectativas nenhuma, e a ideia era ganhar mais experiência.
Ao chegar a Chicago reencontrei Paul Ulibari que era o diretor de regatas, um sujeito muito simpático que conheci no ano anterior no Texas.
Depois de nos inscrevermos fomos a praia para ver os barcos e no elevador do hotel onde todos estavam hospedados, esta ao meu lado Deam Froome, o meu maior herói, aquele que durante anos vi saltando ondas no Hawaii e me levou a sonhar ser um dia talvez um bom velejador. Pensei comigo; que chances vou ter no campeonato ao velejar contra um cara deste? Mas havia outros, dentre eles Jeff Alter.
A classe tem um sistema interessante. Todos os barcos do campeonato são novos e cada regata os barcos são sorteados, ou seja, cada velejador corre com um barco diferente a cada regata. O que iguala o material e vence quem veleja melhor. Tivemos um começo excelente mantendo sempre uma média de resultados sempre entre os sete primeiros no total de setenta e duas tripulações.
Enfim chega o dia da final, e ainda faltavam três regatas no total de 10 para saber quem seria o campeão Norte Americano de 1989 no Lago Michigan. A Uli e eu estávamos em quinto lugar e já estávamos felizes com a nossa colocação. A ideia era manter e velejar da maneira mais conservadora possível para não cair na classificação.
O dia começou, e depois de regular o nosso barco sorteado no dia fomos comer um sanduiche na praia. A Uli me deu um cutucão e me mostrou os cinco melhores velejadores do campeonato olhando a regulagem que eu estava usando para aquele dia. Inclusive o Deam e o Jeff Alter, filho do Hobie Alter, o inventor do barco.
Aquela cena foi definitiva na minha vida, e em um segundo desmistifiquei tudo que havia criado na minha mente em torno dos meus heróis. Não perdi o respeito e nem a admiração por eles, mas naquela hora vi que nós tínhamos chances de fazer melhor, e me perguntei; porque não tentarmos andar na frente deles?
As regatas começaram e o vento estava aumentando, era uma entrada de frente fria em Chicago, cidade conhecida por Wind City. Para resumir, velejamos muito concentrados e com muita velocidade no contra vento. Fomos ousados onde deveríamos ser, fomos conservadores onde tivemos que ser e os resultados do dia foram 4, 3 e 2. Chegando à praia não sabíamos o resultado final, pois não sabíamos os resultados dos nossos adversários. Jeff veio correndo para mim e me perguntou quais eram as nossas colocações no dia. Respondi e ele foi até um trailer da comissão de regatas conferir os outros resultados. Logo em seguida ele voltou para mim e disse: “Roberto, você tem certeza? Eu disse, sim tenho”. Ele estendeu a mão para mim e disse: “Parabéns vocês são os novos campeões norte americanos”. Não tive forças, minhas pernas dobraram e eu me ajoelhei na areia. Cai em um choro profundo, e se não me engano a Uli também. Senti neste instante a forte presença do meu pai que já havia falecido há muitos anos e lembrei-me da minha inspiração em começar a velejar, pois ele havia sido um velejador italiano da classe Star no final dos anos 20 em Lago de Como perto de Milão.  
À noite tivemos a entrega de prêmios no hotel juntamente com um jantar e todos os competidores do campeonato. Lá na frente o Paul Ulibari fez o seu discurso e quando se referiu a mim ele disse exatamente isso: “Tem uma coisa que mais me impressionou no Roberto. Eles são muito rápidos no contra vento, por isso todos estão os chamando de Mr. Up Wind. Eles ganharam o campeonato americano e isso nunca havia acontecido antes. Nunca um estrangeiro venceu aqui dentro. Mas isso não foi o que me chamou mais a atenção. O mais importante para mim foi como o Roberto conquistou o coração dos americanos”.
Bom, não preciso contar como isso me emocionou e para fechar com chave de ouro, quem estava lá para entregar o premio era o próprio Hobie Alter, o pai do Hobiecat. Ganhar aquele elogio e o abraço do Hobie foi para mim o maior prêmio.
Este homem inventou o catamaran de praia, os beach cats e estes barcos viraram os ícones dos barcos esportivos no mundo todo. Hoje muito se deve a esta invenção, pois a ideia dele era fabricar um barco que pudesse sair e entrar de qualquer praia no mundo. Um barco para surfar ondas, um barco para andar rápido com apenas um casco na água e o outro voando. Este homem ensinou muita gente a voar e sonhar. Eu nem imaginava na época que iria viajar neste barco e fazer o que fiz.
Mas não foi só isso que ele fez. No inicio do surf na Califórnia as pranchas ainda eram de madeira, e foi ele que fez as primeiras pranchas de surf de fibra de vidro. Hobie foi um visionário, um homem de invenções e a sua invenção me inspirou a inventar uma vida diferente. Viajar pelo mundo em pequenos catamarans sem cabine. Gostaria de poder ter vivido um pouco ao lado dele, mas espero que eu tenha ajudado a expandir a cultura dos beach cats pelo mundo.
Muita gente me pergunta por que eu escolhi um barco tão exposto e frágil para viajar. Para quem nunca subiu em um barco como este é difícil entender o que se sente, por isso nunca sei o que dizer. Pergunto-me que outro barco poderia me levar para as praias mais desertas do mundo? Como posso explicar o que é viver 289 dias em cima de um barco deste entre Miami e Ilhabela (sul do Brasil) vivendo apenas com três shorts, três camisetas e um casaco de chuva?
Como posso explicar o que é dobrar o Cabo Horn a bordo de um Hobiecat 21 pés? Não sei responder objetivamente, mas sei que o meu jeito de entender a vida mudou a partir da experiência de velejar um Hobiecat.
Sempre que sentir o vento na cara, vou me lembrar de você Hobie Alter.
Obrigado Hobie, bons ventos!
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