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#001.   |   𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐑𝐄𝐈𝐆𝐍𝐒 𝐈𝐍 𝐌𝐄  › pov
maximeloi · 3 months
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𝕵𝖚𝖘𝖙 𝖈𝖑𝖔𝖘𝖊 𝖞𝖔𝖚𝖗 𝖊𝖞𝖊𝖘, 𝖙𝖍𝖊 𝖘𝖚𝖓 𝖎𝖘 𝖌𝖔𝖎𝖓𝖌 𝖉𝖔𝖜𝖓...
ʿ                                     as noites inquietas às vezes cobravam demais de maxime que tentava a todo custo não deixar a mente vagar para um canto escuro cheio de fantasmas do passado que assombravam suas lembranças. vez ou outra, tentar dormir sem a poção era um tipo de tortura ao qual se permitia fazer. tentar significava ser arrastado de volta àquela fatídica noite, com o céu estrelado de testemunha e a lua de vigia para observar o acidente que aconteceria, lembranças pareciam tão vividas que podia sentir tudo novamente.
a escuridão se tornava mais densa ao redor dos três, as risadas dos monstros se tornavam um grunhido sinistro; as espadas e adagas refletiam a luz do luar. as Dracaenae surgiam das sombras como criaturas esguias, suas garras afiadas despertando o medo nos três semideuses escondidos. a fogueira deles agora apagada já não servia de nada, apenas para tornar o cenário mais aterrorizante.
o filho de Afrodite sentia a frieza do medo envolvendo seu coração. cada passo naquela noite parecia afundá-lo mais profundamente na escuridão, lutar contra as sombras que ameaçavam sufocá-lo era em vão.
os olhos azuis que costumavam refletir a beleza de sua mãe divina, agora espelhavam o horror do pesadelo. sage, apenas alguns passos ao seu lado, transformava-se em uma figura fantasmagórica, perdida na noite em uma postura defensiva. maxime tentava gritar, mas sua voz se perdia nas trevas, ecoando apenas como um sussurro fraco. parecia apenas um telespectador sem o poder de intervir por mais que soubesse o que aconteceria ali.
lutar contra as memórias, contra os fantasmas daquela noite esgotava o semideus que estava suando, eufórico, o coração batendo a mil. o suor frio escorria por sua testa enquanto ele se debatia no colchão, estava preso em um ciclo de desespero que parecia eterno.
num piscar de olhos, a cena do pesadelo mudava e envolviam maxime, prendendo-o de frente agora para a batalha. o cheiro de enxofre preenchia o ar enquanto o trio — seu eu mais jovem, sage e thabata —avançavam pelo denso bosque tentando correr das dracaenae. o céu, que antes era estrelado, parecia vazio sombrio, antecipando o destino inevitável.
o uivo distante de uma Dracaenae rasgou a quietude, alertando os semideuses para o perigo iminente. a emboscada havia começado, eles não tinham mais chance. mais uma vez elói tentava gritar, mas nada saia. com olhos ardentes e presas afiadas, as dracaenae apareciam famintas. thabata, a filha de morfeu, era a primeira a reagir, conjurando ilusões temporárias para confundir as dracaenae em um ato de coragem. seu eu mais novo também reagia em seguida, sage junto consigo. a batalha desenrolou-se em uma situação caótica de lâminas e garras.
no entanto, a astúcia das Dracaenae era implacável e eles estavam em vantagem, havia mais delas do que deles. uma delas emboscou thabata, quebrando a ilusão do poder da semideusa e tornando mortal a ação. maxime se viu diante de um dilema angustiante, enquanto sage, em apuros, gritava por auxílio em desespero contra duas criaturas e tão mais próxima de si, a filha de morfeu era atraída para mais perto de uma armadilha longe demais.
o filho de Afrodite hesitou por um instante, olhando para a aflição nos olhos de thabata e para sage, cujos gritos ecoavam em sua mente com um peso maior. o amor que sentia pela semideusa era grande, perdê-la seria um golpe que talvez não iria superar. sabia que não podia salvar ambas a tempo, sequer conseguia alcançar thabata, na verdade. a decisão pesou em seus ombros, o coração apertado pela cruel escolha que ficava em sua frente.
maxime correu em direção a sage, seu chicote cortando o ar, mas a dor o consumia por dentro. os grunhidos das dracaenae se misturavam aos murmúrios agonizantes de thabata, que se debatia contra as garras do monstro. a distância entre eles crescia, inalcançável.
ao escolher salvar sage, sentiu o peso da responsabilidade e da perda. cada golpe que em conjunto com a namorada era desferido contra as Dracaenae, parecia uma punição por não ter conseguido alcançar thabata a tempo. o gosto amargo da derrota e da morte da amiga inundava seus lábios, enquanto a escuridão daquela noite se dissipava e com um chacoalhar em seus ombros, elói despertava.
em sua frente não havia sage, não havia o corpo sem vida de tabby, mas sim devora, sua irmã. a respiração ofegante, as lágrimas grossas que molhavam a face de Elói, nada disso era novidade. não era a primeira vez que precisava ser acordado e também não seria a última. quando a culpa lhe pesasse mais nos ombros e sentisse que a face de thabata estava fugindo de sua memória, elói retornava ao mundo dos sonhos para lembrar da amiga que perdeu.
mencionados: @mortimersage e @krasivydevora
musiquinha de fundo: safe & sound
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maximeloi · 2 months
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                   𝕬𝖓 𝖚𝖓𝖚𝖘𝖚𝖆𝖑 𝖗𝖊𝖖𝖚𝖊𝖘𝖙.
˖ ࣪ ʿ                                      o chalé de afrodite andava com uma boa reparação, a parte das crianças era a área que recebia mais atenção antes mesmo até dos quartos dos mais velhos. o seu foi ficando para trás e voltava a ficar no seu antigo dormitório com devora; como não precisava dormir, não tinha tanta importância se arrumavam o seu ou não, aos poucos isso seria feito. a lista de prioridades era imensa. atualmente focava nisso de apertar parafusos dos beliches dos irmãos quando um deles entrou ali correndo. elliot, seis anos. deixado no acampamento verão passado e seus pais adotivos nunca mais apareceram para visitá-lo ou levá-lo para casa. sentia-se imensamente responsável por aquelas crianças que não tinham as famílias mortais e o fato do pequeno elliot ter um curativo na testa por causa do acidente no dia desta era algo que lhe atormentava. se tivesse ali, eles teriam se machucado? teria conseguido evitar os irmãos de se ferirem?
“elói, acho que você está em apuros.” a criança disse com os olhos castanhos arregalados para o mais velho. os cachos do pequeno estavam bagunçados, suas roupas manchadas de terra… e o chalé não consertou nada daquilo, a magia de afrodite ainda estava quebrada, pelo visto. “você está tão encrencado. o que fez dessa vez?” ele perguntou, a curiosidade vazando em seu tom infantil.
a confusão, porém, enfeitava o rosto do semideus mais velho que tinha também um quê de diversão em sua expressão pela forma como o irmão tinha entrado ali lhe acusando. largando as ferramentas, se agachou na frente do menino. “eu sinceramente não sei, elli, consegue me dizer o que está acontecendo? por que acha que eu estou encrencado?” perguntou, esticando a mão para tentar limpar o rosto dele e ajeitar os cachos, tirando um elástico do bolso para prender os cabelos do menino em um coquezinho minúsculo.
“eu tava brincando com os patos e quíron me pediu pra te chamar. bem rápido. então eu vim correndo!” contou, saltando no lugar assim que o irmão acabou de lhe arrumar. isso explicava tanto a sujeira quanto a presa da criança. teria sido mais fácil se ele tivesse começado com o recado do centauro, mas já conhecia a natureza enérgica dos irmãos. “seu cabelo ainda está preto.” o menino apontou, lhe deixando consciente de novo daquele fato que vinha lhe perturbando há alguns dias.
“eu sei, amigo. ainda não descobri como fazer voltar ao normal. e eu também não sei o que quíron quer comigo.” esclareceu, se levantando e oferecendo a mão para o menino para que pudessem sair dali juntos.
“você não sabe de nada.” elliot debochou com uma risada, acabando por arrancar uma de elói também. “eu vou brincar de novo com os patos, mas boa sorte. depois você tem que me contar o que ele queria, tá bom?” o pequeno pediu, erguendo a mãozinha direita com o mindinho esticado para o irmão que não teve escolha a não ser prometer, enrolando os dedos juntos. satisfeito com a promessa, elliot saiu apressado de volta para o lago.
elói, por sua vez, seguiu o caminho para a casa grande. raramente o centauro lhe chamava para algo, apesar de sua proximidade com o chalé de Hermes, não tinha feito nenhuma pegadinha recentemente netwo não fazia sentido ser repreendido. repassava a mente todas as suas ações para ver se havia algo fora do comum que esqueceu e merecia bronca… mas nada vinha. o trajeto todo foi apreensivo, mas ao atingir o local e receber um sorriso gentil do diretor, relaxou um pouco.
“vejo que elliot dessa vez não se desviou da missão.” quíron brincou pela rapidez que o filho de afrodite tinha chegado ali, as crianças costumavam se distrair com facilidade e às vezes os recados atrasavam um pouco. “venha, entre, tenho um pedido para fazer.” elói não hesitou em aceitar o convite, entrando no local conhecido. o centauro ocupou a cadeira à mesa de escritório que tinha no canto da sala bem debaixo da cabeça de leopardo; o semideus acabou por ocupar a cadeira à frente dele, a perna mexendo nervosamente. “tenho uma missão para você.” apenas aquela palavra já era o suficiente para lhe fazer congelar, a tensão sendo tão visível que quíron rapidamente continuou. “aqui dentro, maxime. uma missão interna.” as palavras serviram para lhe tranquilizar um pouco mas não teve tempo de perguntar algo porque logo ele continuava. “preciso que colete informações sobre a fenda, que tipo de rochas formam a parte interna, fotos, tudo o que você puder coletar sem descer muito profundo.”
talvez não devesse ter se acalmado antes porque a tal missão era tão ruim quanto qualquer outra que tivesse que sair. a fenda era um grande mistério no acampamento, as vozes que ouviram no primeiro dia foram perturbadoras. “isso… é uma boa ideia? pra eu entrar tem que tirar a barreira, não? isso é seguro?” perguntou com uma certa apreensão.
“Não será retirada por completo. você pode pedir que abram apenas uma parte para que entre. minha única recomendação é que você não deve descer sozinho.” informou. O centauro mexeu na mesa e tirou da gaveta um caderno, fazendo-o deslizar na superfície até o rapaz. “escreva aqui seus progressos e me entregue quando terminar as análises. precisamos disso com urgência, maxime. você conhece o laboratório da arena, sabe lidar com a tecnologia para estudos então é nossa melhor opção. posso contar com você? ” a seriedade no tom alheio fez com que automaticamente concordasse com a cabeça em um movimento positivo. conhecia uma ordem quando ouvia e o tom dele não deixava dúvidas: aquela era uma.
ao invés de ganhar uma reclamação e uma punição saia dali da casa grande com um caderno em mãos e uma missão que não sabia se era segura para ser cumprida já que não perdeu o fato do centauro ignorar sua pergunta sobre isso… mas que pelo visto não tinha escolhas a não ser obedecer.
brevemente citado: @krasivydevora
@silencehq
prompt da fenda, pov 1. #fendap
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maximeloi · 3 months
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𝕹𝖔 𝖑𝖔𝖓𝖌𝖊𝖗 𝖜𝖆𝖎𝖙 𝖋𝖔𝖗 𝖘𝖑𝖊𝖊𝖕, 𝖈𝖗𝖆𝖜𝖑 𝖔𝖓 𝖙𝖍𝖊 𝖌𝖗𝖔𝖚𝖓𝖉 𝖔𝖓 𝖇𝖔𝖙𝖍 𝖞𝖔𝖚𝖗 𝖍𝖆𝖓𝖉𝖘 𝖆𝖓𝖉 𝖐𝖓𝖊𝖊𝖘...
ʿ                                     a primeira noite que passou no acampamento não foi tão tranquila quanto maxime desejava. a chegada dos dois semideuses com a equipe de resgate os trazendo de volta chamou atenção dos campistas. devora tinha sido uma peça chave para manter a mente de elói sã, tinha restaurado sua força, curado parte de suas feridas ainda em campo e ter um rosto conhecido serviu para que tentassem ficar alerta para não serem emboscados de novo.
mas que dera fosse isso que lhe perturbou, quem dera tivesse sido o julgamento e a pena no olhar dos colegas. não. no momento em que deitou para dormir, tudo piorou.
o corpo começou a formigar e ao invés de mergulhar em um sono profundo, maxime viu-se… de pé na floresta de novo. bem na sua frente podia ver o corpo sem vida de thabata. o susto que tomou com isso lhe fez dar passos apressados para trás, tropeçando em uma raiz grossa que o levou para o chão. o semideus caiu sentado, os olhos arregalados presos na figura da amiga. a semideusa tinha a camisa laranja manchada de sangue, os olhos verdes pálidos, sem toda aquela animação e felicidade que ele adorava. a pele estava pálida, os lábios meio azulados. Elói sentia-se começar a tremer mas foi quase que automático se aproximar da garota para checar se aquilo era real.
mas não podia ser, certo? a namorada não estava ali presente, apenas a menina o chão. de repente, os olhos opacos se mexeram e focaram em si, a boca de tabby começou a mexer e a voz que saiu dali não era conhecida, não era dela.
“suas ações tiveram consequências pesadas demais para seus ombros, filho de afrodite.” as palavras eram entoadas com pesar, podia jurar sentir a dor que pingava de cada som que ouvia. “vê o que fez? escolher o amor nunca o levará a lugar algum. você apenas irá perder tudo no fim.” thabata continuava falando com a voz masculina, porém isso não demorou muito pois uma névoa cinza saiu de seus lábios fazendo elói se arrastar no chão para longe do local.
na sua frente, a figura de um homem de pele tão pálida quanto a da menina, com os lábios tão azuis também quanto os dela… mas ali estava os olhos verdes que encarou por anos. “escolher o amor tirou de thabata a chance de viver. você escolheu o amor ao invés de minha filha.”
ah, morfeu.
se antes a ideia de conhecer um deus parecia irreal, quase sem sentido já que não tinha cabimento achar que algum iria prestar atenção em si. mas agora, diante a figura sombria de morfeu, maxime desejava ter continuado nas sombras. “essa será a sua desgraça, filho de afrodite. você estará fadado a reviver essa noite todas as vezes que tentar dormir. tente vir para meu reino e será saudado por essa visão, pelas lembranças de suas ações.” o deus deu um passo a frente fazendo elói engolir em seco os olhos azuis refletindo a sombra do medo que fazia seu coração acelerar no peito. “todas as vezes, você lembrará a dor que trouxe a mim ao escolher o amor.”
a mão esguia e ossuda foi esticada em sua direção e a névoa cinza que antes saiu do corpo de tabby e formou o deus agora era enviada para si, entrava em suas narinas e parecia sufocar seus pulmões. eloi tentou gritar mas sua voz não saia, apenas quando despertou com os olhos bem abertos e no chão do quarto que percebeu que tudo não passava de um sonho. tentar dormir depois disso foi algo que não conseguiu. o dia se arrastou com uma nuvem sombria em seu humor e a noite, a tentativa fracassada de dormir mais uma vez lhe frustrou e na terceira manhã após sua chegada, o semideus foi até quíron falar sobre o sonho misterioso.
o olhar de pena e tristeza do centauro lhe disse tudo o que elói precisava saber. não foi apenas um sonho, não foi só um pesadelo. foi uma visita de morfeu. a névoa que ele lançou para si nada mais era que uma maldição e, a partir daquele momento, estava impedindo de dormir. ir ao reino do deus lhe levaria para a noite que tanto desejava esquecer.
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maximeloi · 10 hours
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𝕾𝖊𝖎 𝖖𝖚𝖊 𝖊𝖚 𝖙𝖊𝖓𝖍𝖔 𝖔𝖘 𝖒𝖊𝖚𝖘 𝖒𝖔𝖓𝖘𝖙𝖗𝖔𝖘 𝖒𝖆𝖘 𝖈𝖔𝖓𝖙𝖎𝖓𝖚𝖔 𝖆 𝖈𝖆𝖒𝖎𝖓𝖍𝖆𝖗...
TASK #02. tw: ataque de pânico, menção de crise de ansiedade, morte (violenta).
isso não vai dar certo.
começar a fazer algo e já ter o pessimismo entrelaçado com seus pensamentos não era bem o melhor dos caminhos. elói estava na caverna dos deuses sentado em um canto afastado escondido atrás de uma rocha. o único barulho no local era da água que sempre apresentava aquele movimento fluído mesmo sem ter vento ou correnteza.
os olhos azuis focavam a folha de louro, o caderno laranja e a caneta. mexia nervosamente com a barra da saia e tentava não ter uma crise de ansiedade antes mesmo de começar a fazer a tarefa. não havia como negar que estava com medo de mexer no passado, havia apenas uma missão na mente que lhe assombrava… e o semideus não sabia bem se desejava ter mais um lembrete daquela situação. carregar a maldição já não era o suficiente? uma conta no pescoço parecia mais uma forma de se punir, mas não era como se pudesse levar a mente para outro local, aquela tinha sido a maior e mais importante missão de sua vida.
alegria, diversão, determinação… desconfiança, surpresa, medo, dor, luto. com pesar, escrevia cada sentimento que recordava de ter sentido naquela noite fatídica, sequer precisava pensar muito, já era bem recorrente sentir tudo aquilo quando pensava na tal missão.
respirando fundo, pegou o isqueiro e acendeu a folha de louro. o cheiro era suave, parecia uma erva simples que não tinha tanto poder… mas assim que fechou os olhos e se concentrou no cheiro… sentiu os pés tocarem o chão. impossível, estava sentado!
mas não, não mais.
diante de si, três pessoas riam no meio da floresta, duas garotas e um rapaz: ele, veronica e thabata. tão jovens, tão ingênuos, nenhum dos três sabiam o que estava por vir. falavam baixinho, riam baixinho, eram discretos… ou ao menos era o pensavam. o pequeno acampamento montado ao redor da fogueira de repente era desmontado às pressas, a fogueira apagada e a brasa pisoteada para que o fogo se extinguisse. escondidos atrás de uma grande rocha, os três traçaram um plano que resultaria na morte de um deles. ao longe, elói ouvia o riso das dracaenaes. a desconfiança assolava seu peito com tudo, estariam elas mais perto do que previram? o mapa não indicava que o ninho estava tão próximo, eles ainda teriam um dia de caminhada até encontrar o local. a surpresa vinha então se fazer presente quando avistou a primeira criatura.
cinco. cinco dracaenaes.
mas como assim cinco? sua lembrança lhe mostrava sempre apenas quatro. algo estava errado ou o trauma era tão profundo que isso tinha alterado sua memória?
observando apenas como um espectador, elói encontrava-se paralisado. a cena diante de si era aterrorizante, eles começavam a correr para longe ao verem a clara desvantagem… mas não havia escape. foram avistados. o medo fazia com que suasse, com que sentisse o estômago embrulhar. a lutava começava e elas conseguiam separar os semideuses com eficácia. quatro delas contra três deles. onde estava a quinta? olhou assustado ao redor para ver se conseguia encontrá-la… mas não, estava fora de vista. por isso não lembrava?
uma delas atingiu com as garras o lado direito de seu torso, elói sentiu a dor imensa, a cicatriz tinha quase desaparecido mas às vezes podia sentir o local doer. como agora. a dor aguda lhe fez se curvar para frente, o cheiro de sangue e enxofre inundava o ar, não era apenas ele machucado mas as garotas também. seu chicote conseguiu finalmente ceifar a vida da dracaenae que lhe perturbava, havia duas encurralando veronica e uma com thabata. o olhar assustado do semideus que perdia sangue vagou de uma para outra. a filha de hécate estava mais perto, a de hipnos estava mais longe. por um lado, matar uma dracaenae seria mais fácil, mas a distância não ajudaria, não conseguiria chegar a tempo. por outro lado… era veronica encurralada. enfrentar duas dracaenaes não era nada em comparação ao medo de perder a namorada. o grito da garota que amava ecoou em seus ouvidos e a dor pareceu sumir pois, no momento, tinha apenas que ajudar a semideusa.
salve as duas. tente salvar as duas.
o elói espectador gritou para o ferido que vivia a cena. como se o ouvisse, o semideus parou no meio do caminho e mudou de tática, se fosse correndo até a dracaenae que ameaçava thabata e usasse o charme da voz para parar as duas que a namorada enfrentava… dava tempo. tinha que dar. “parem agora! eu ordeno que parem!” o grito foi forte, firme, carregado de charme. para os monstros o poder pareceu funcionar, atordoadas, as dracaenaes pararam o ataque… mas as garotas também. ao invés de reagirem, veronica e thabata também permaneceram quietas. “não ouçam o babaca, façam algo! matem as semideusas!” a quinta dracaenae saía das sombras. pelas roupas mais elegantes, era alguém de alta patente no exército daquelas criaturas. e a ordem direta dela serviu para que os monstros se recuperassem, grunhindo irritadas por terem sido enganadas. o próximo grito que ouvia era de thabata sendo erguida pelo pescoço e atirada no chão… antes que a dracaenae esmagasse a cabeça dela com uma pedra. elói tentou gritar para veronica se defender mas foi puxado pelos cabelos pela quinta maldita dracaenae que segurou-o no ar, virando-lhe para encarar o que os outros monstros faziam com sua namorada. cada uma puxava um braço da semideusa… e não demorou muito para que a garota fosse partida ao meio. o olhar vazio da menina encarava-lhe quando ela caiu no chão sem vida, havia um corte profundo em sua garganta e a risada vitoriosa dos monstros era o que preenchia o local. vê-la morrer foi como se seu coração se despedaçasse, não apenas daquele que vivia, mas o que assistia impotente também.
restava apenas ele assistindo… e sua versão machucada tendo em seguida a cabeça arrancada para fora do corpo. um massacre. um massacre completo. todos mortos.
o cheiro de queimado entrava em suas narinas e elói era trazido de volta para a realidade. uma simples mudança na escolha e todos eles teriam morrido.
de volta a caverna, não conseguia respirar. podia sentir as mãos daquela maldita criatura em seu pescoço apertando para impedir seu fôlego; podia sentir a dor ainda do ferimento mais uma vez lhe assolando. com as mãos pressionadas contra o chão, a face começando a ficar roxa por causa da incapacidade de respirar, o semideus começou a tossir desesperado, a garganta parecia ter se fechado e nem mesmo quando vomitou... conseguiu puxar o ar para os pulmões. aos poucos ao invés de roxa, a face ficava vermelha e a falta de oxigênio fez com que ficasse tonto, a visão começando a escurecer até que desmaiasse. não era incomum ter crises de ansiedade ou ataques de pânico que lhe deixasse afetado, mas dessa vez foi diferente. em sua mão, quando despertasse, estaria a pequena conta pintada agora. a argila não mais seca, lisa, agora tinha sido toda pintada de preta e havia um crânio cinza pintado representando o massacre que teria ocorrido se tivesse tentado não salvar apenas veronica como o fez no passado, mas thabata também.
no fim tinha razão, aquilo não acabou bem.
como ele lembrava que tinha sido.
semideusa citada: @mcronnie
@silencehq
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maximeloi · 5 months
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𝕿𝖍𝖊 𝔩𝔬𝔳𝔢 𝖗𝖊𝖎𝖌𝖓𝖘 𝖎𝖓 𝖒𝖊
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