Tumgik
aline-mc · 4 years
Text
Destino Adiado
Tumblr media
A História acontece na Segunda Guerra Mundial em junho de 1943 durante a ocupação da Alemanha na França, mas o cenário é uma cidade pequena, uma comuna, com um protagonista nem um pouco nobre.
Julien Sarlat pula do trem que o transportava para os campos de guerra da Alemanha e volta para o vilarejo onde morava com a tia. Se esconde em uma propriedade abandonada para esperar o término da Guerra. Ele se torna o espectador do cotidiano das pessoas da cidade. Assim, o que se vê são os moradores tentando manter seu cotidiano de cidadezinha.
Gibrat consegue conduzir perfeitamente o ritmo de leitura para acompanhar uma narrativa que, principalmente na primeira metade do quadrinho, se resume a observar (junto com Julian) o tempo passar. Um tempo vazio, parado, em espera, que ele não sabe o quanto vai durar.
Nessa primeira parte um dos artifícios usados para a história andar e fazer o desenvolvimento do personagem é o protagonista conversando com um manequim a quem ele chama Maginot. Julian anda de um lado para o outro no quartinho observando por trás das persianas a pequena praça, o bar, o ir e vir de velhos conhecidos... sendo seu maior interesse a bela Cécile com quem já tivera um pequeno romance. Julien dá umas escapadas durante a noite principalmente pra jantar na casa da tia... escapadas essas que com o avançar da guerra vão se tornando cada vez mais difíceis e perigosas.
A segunda metade do quadrinho é um pouco mais movimentada. O inverno chega (tornando tudo ainda mais difícil...). Mesmo numa cidade pequena a guerra se faz presente. Pessoas morrem.
Gibrat consegue contar a história e nos aproximar dos personagens de tal forma que ao final sinto que morei um tempo em Cambeyrac, convivi com Julian e Cécile, jantei na casa da tia Angèle, freqüentei a praça por vários dias... um período de tempo indefinido que não me lembro bem... parece que passei as férias lá em algum momento... Ao fim temos um acontecimento que dá todo um significado ao título. (E que pra mim teve um toque de... eu poderia chamar de humor negro talvez?...)
Este volume da editora Pipoca & Nanquim compila a obra completa, que foi originalmente lançada em duas partes, em 1997 e 1999, com formato grande, capa dura soft touch, lombada redonda e papel couché de alta gramatura, incluindo também uma galeria de extras com esboços e artes de produção.
Tumblr media
Sobre o Autor
Jean-Pierre Gibrat um dos quadrinistas franceses mais consagrados e premiados de todos os tempos, nasceu em Paris, em 1954, e estudou filosofia, arte publicitária e artes plásticas. Começou a produzir quadrinhos na metade dos anos 1970, destacando-se em revistas como Pilote, Charlie Mensuel e Fluide Glacial. No entanto, foi com Destino Adiado, lançado originalmente entre 1997 e 1999, que seu trabalho se tornou ainda mais reverenciado. Em 2004, com a obra Le Vol du Corbeau (em tradução direta, O Voo do Corvo), ganhou o Grande Prêmio do Festival de Quadrinhos de Saint-Malo e, em 2006, o Prêmio de Desenho no Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême.
O Voo do Corvo se passa no mesmo universo de Destino adiado. Espero que o Pipoca e Nanquim publique ele também por aqui algum dia.
6 notes · View notes
aline-mc · 4 years
Text
Diário de isolamento
 Parte 1
Um dos sites em que tenho acompanhado a quarentena alheia é o Jardim Bizarro, blog do escritor Santiago Nazarian.
Tumblr media
(A gente gosta de foto com taça na mão dentre outros gostos que temos em comum.)
Variando períodos de mais e de menos frequência tem muitos anos que acompanho o blog. Por agora tenho acompanhado o que ele está chamando de Notas do Apocalipse. Lá no começo Santiago disse que via “dois posicionamentos possíveis: histeria ou alienação.” Isso era 25 de março ainda... eu via o mesmo. Agora já não acho que a alienação seja possível e vejo a histeria cansada da própria repetição.
Meu posicionamento primeiro foi a alienação. “Não quero falar disso.” Eu faço muito isso com relação a política, feminismo, privilégios, assuntos polêmicos que acho super importantes. Acho ótimo e divulgo a militância alheia mas não milito muito eu mesma. Não me orgulho. Mas não consigo forçar um envolvimento muito grande... suga muito a minha energia e eu preciso dela pra sei lá... coisas básicas como sair da cama de manhã ou respirar. Não tenho saúde emocional pra lidar com a realidade.
Tumblr media
Mas como disse, não acho mais que a alienação seja possível... mas também não consigo ficar vendo notícia da forma convencional. Informação crua. Noticiário. Não me desce... minha solução é acompanhar através dos relatos pessoais (como os do Santiago), tem também os Diários de Isolamento da Companhia das Letras; o Diário da Pandemia - organizado pela Julia Dantas que publica um relato de uma pessoa diferente por dia; e textos da Revista Piauí ... todos eu acho que tem esse flerte com o estilo narrativo da ficção mesmo que sejam relatos de não ficção. Aliás era isso... era não... é. É isso que pretendo estudar no mestrado. Essa linha tênue entre ficção e realidade em relatos pessoais. O poder escrever ficção impregnada de realidade e poder escrever relato, autobiografia, sem se prender muito a fatos. Muitas vezes a ficção é instrumento pra você poder dizer a verdade ao contar uma história.
Dito isso. Onde estão os meus diários de isolamento? Pois é. Só ler não está mais dando conta e talvez eu comece a escrever. Quer dizer... escrever para além da falta de organização do meu caderno. Eu tenho sempre um caderno... mas os rabiscos são soltos, quase um fluxo de consciência... e anotações... trechos copiados ou mais ou menos copiados porque as vezes eu mudo um pouco e depois não sei dizer se fui eu que escrevi ou da onde eu plagiei... e... sinto que preciso organizar tudo isso num texto um pouquinho mais coerente (mesmo que não totalmente, já seria bom) ajudaria a organizar minha mente e até meus sentimentos.
Tumblr media
 Parte 2
Naquele mesmo post do dia 25/03 Santiago disse também: “Tô acostumado a ficar (...) sozinho, mas isso também significa que estou sozinho, trancado há tempo demais.” algo com o que me identifiquei muito. Eu meio que já estava de quarentena uns três meses antes da quarentena começar.
Moro em Belo Horizonte, mas minha quarentena está sendo em Bom Jesus do Itabapoana, cidadezinha do interior onde cresci e onde moram os meus pais. Antes disso tudo começar eu tinha vindo passar as férias de fim de ano aqui em Bom Jesus. Eu já estava aqui a três meses… passei três meses de férias aqui (dezembro, janeiro e fevereiro) e tinha acabado de voltar pra Belo Horizonte (onde faço faculdade de Letras - UFMG) a apenas 15 dias.
Ainda estava voltando a me acostumar com minha rotina, com a faculdade, as aulas, minha casa e a cidade. Tinha acabado de desfazer as malas. de modo algum estava pensando em voltar tão rápido assim pra BJI… 
2019 foi um ano estranho e conturbado. Passei pelo meu primeiro emprego. Me demiti e nos três meses de férias me preparei pra lidar com os problemas assim que voltasse.. mas não deu tempo. Passei por uma crise de identidade que ainda não resolvi. Está aqui guardada fermentando. O que é um problema. Vou deixar ali no cantinho sujo do quarto... depois eu mexo nisso. Tem problemas mais imediatos gritando atenção por agora.
Ninguém tá lidando muito bem com isso de quarentena. Quem no começo parecia que sim já parou de fingir.
Tumblr media
(Vou copiar um texto escrito a uns dias sei lá quantos atrás em que eu estava de TPM).
Não me sinto nem um pouco assim agora... mas sei que vou retornar a isso na próxima TPM e o tanto em que sou influenciada por hormônios sempre me surpreende e assusta:
Parte 3
>> O quanto essa quarentena mudou sua rotina?
Uns mais outros menos... a quarentena mudou a rotina de todo mundo. Porque por mais que não tenha mudado a SUA rotina mudou a de quem convive com você. Esse é o meu caso.
 Sei que não é algo a se reclamar diante dos acontecimentos atuais, mas cada um lida da forma que pode com as loucuras que tem não é mesmo? Então lá vai! Minha reclamação é: está faltando isolamento na minha quarentena.
O isolamento social destruiu o homem das multidões! Aquele que se afasta de todos estando no meio de todo mundo. Ser ignorado, ser invisível, desaparecer! É muito mais difícil quando se está entre quatro paredes com as mesmas pessoas por tempo demais. Eu estou me concentrando em não irritar ou magoar ninguém... mas realmente quero sumir! E não posso deixar esse sentimento ir pra frente porque é um daqueles sem volta... que não retrocede! A única opção é crescer até ser satisfeito ou explodir!
Não quero explodir. Como já disse não quero magoar ninguém. Mas o sentimento que se espera de mim é que eu esteja feliz de estar junto da família e sem que nos falte nada. No aconchego do lar. Tem comida, tem internet. Tá tudo ok. (???) Não é pra eu ficar irritada querendo meu espaço. Não é pra eu sentir falta de passar um dia inteiro sem ter que falar com ninguém! Pessoas até falam isso brincando... mas na real ninguém quer estar realmente só. Não totalmente. Errado. Eu quero MESMO a casa só pra mim. Nem que seja por algumas horas. Aaaaaahhhhhh e me acho a pior pessoa do mundo por conta disso...
Tumblr media
Me relacionar com pessoas... e aqui eu estou falando das interações mais bobas. Um bom dia que seja. Na maior parte das vezes me exige um esforço consciente... vai ficando cada vez mais e mais consciente a medida que vou ficando cansada.. porque me cansa... até que eu não esteja reagindo no tempo certo (uma pausa grande demais até eu conseguir responder, SE eu conseguir responder! Por conta de pensamentos/sentimentos se digladiando internamente na minha cabeça)  e aí começo a ficar irritada...
Vamos usar o ex do bom dia mesmo. Normalmente o pensamento desencadeado por alguém que me dá bom dia pela manhã é: ele/a quer que eu responda. E aí o bom dia me sai tranquilamente com um sorriso até.
Dia seguinte (se não descansei) Bom dia _ diz a pessoa.
Eu: ele/a quer que eu responda bom dia também. É um cumprimento comum. Bom dia (ainda sorrindo)
Dia seguinte: bom dia.
Eu: mas que coisa. Eu tenho que responder né? É sim. Responde... é só o cumprimento matutino normal. Bom dia (forçando o sorriso)
Dia seguinte: bom dia.
Eu: mas... mas... o que é mesmo que eu faço? Responder né? Eu tenho que responder. Cumprimento normal. Reponde. Vai lá. Responde. Bom dia (sorriso irritado)
Dia seguinte: bom dia.
Eu: não quero responder. Por que eu tenho que responder? Bom dia (sem sorriso)
Dia seguinte: bom dia.
Eu: não vou responder. Mas que bobagem! Por que eu não quero responder? Eu sou uma idiota! Qual o problema de responder? Se eu não responder vão achar que não está tudo bem. Mas ESTÁ TUDO BEM! Então responde droga! Responde! Bom dia (murmurado com olhar de raiva)
Dia seguinte: bom dia?
Eu: ódio ódio ódio. Minha boca não abre. Ahhhh respondeeeee. Dia (vontade de chorar.)
E é isso. Vou chorar uns dois dias até conseguir conversar de novo... mas com um período de recuperação sem qualidade... não vai durar muito até eu surtar de novo... e isso não é só com o bom dia... é pra maioria das conversas durante o dia. 99% das coisas que falam comigo e eu penso: você tem que responder porque ser sociável é isso. Interagir com as pessoas. Pergunta algo sobre o que elas falaram. Isso chama conversar. Se alguém te fala algo você tem que responder ou comentar. Mostrar que ouviu mesmo que não tenha nada a acrescentar. E se você está muito tempo perto de alguém sem falar esperasse que você fale alguma coisa... vai lá pergunta algo inútil que você não quer saber... mas tem que ser algo relacionado aquela pessoa... ninguém está interessado em saber da cor do olho do dragão do último anime que você viu. Por mais que isso seja só no que você quer pensar. Pessoas gostam de pensar na vida real. Notícias, política, coisas práticas. Atualmente só querem saber de pandemia... economia e desigualdade na pandemia. Por mais que você ache chato... é o assunto da vez... será que serve falar de outras pandemias na história...? isso é mais legal... porque já tem uma narrativa melhor construída... histórias. Que tal personagens conhecidos que passaram por situações de isolamento?! Tem um monte né? O próprio Jesus... os 40 dias no deserto! A quaresma vem daí não é? E Quarentena será que a palavra vem daí também? Porque se algum dia quarentena foi de quarenta dias hoje não é mais! Teve o Jonas na barriga da baleia... o Noé na arca durante o dilúvio. Aqui olhando pra estante tem o mangá Ayako do Osamu Tezuka! Tá vendo... isso meu cérebro não reclama de pensar sobre e me acalma... porque não tenho que forçar interesse. Cansa menos... Ahhh quem lembra do Jack de O Quarto? Amei tanto o livro quanto o filme. O lindinho do Jacob Tremblay.
Tumblr media
...
e por aí vai... essa sou eu na TPM... nem um pouco ponderada, chata, bem otaku, egoísta... juro que não sou assim o tempo todo... tenho pelo menos uma quatro ou cinco personalidades recorrentes.
o caos.
...
obs. não posso postar textos tão longos assim... mas ele já estava aqui encalhado no word.. vou aumentar a frequência e diminuir o tamanho.
1 note · View note
aline-mc · 4 years
Text
Diários, relatos, limbo e quarentena.
Tumblr media
Desde que tudo isso começou só saio de casa para levar minha cachorra para passear. Damos a volta no quarteirão. São quatro ruas apenas. Ela é cega e só sabe andar por essas quatro ruas então nem se eu quisesse poderia variar o caminho. Saimos duas vezes por dia. De manhã e a tarde.
O passeio da tarde costumava ter uma parada pra brincar com as crianças de uma das ruas. Ela ficava lá parada enquanto as crianças passavam a mão elogiando o pêlo macio. Ela passa bem rápido por essa rua agora que não tem mais criança. Não sei se sente falta.
Tumblr media
Tenho lido muitos relatos sobre a quarentena. Como está sendo pra cada um. Leio em blogs pessoais, no Instagram, em sites das editoras e em revistas (online). Leio direto no meu e-mail também. Nas newsletters que recebo. As fontes são muitas o conteúdo mais ou menos o mesmo. A sensação é parecida com a de quando tentei ler “A guerra não tem rosto de mulher”. Já comecei o livro da Svetlana Aleksiévitch umas três vezes e nunca terminei... não que eu não ache bom... mas me dá a sensação de que a cada novo relato estou lendo a mesma coisa num looping interminável. Um dos sites que estou acompanhando, o “Diários da Pandemia” em que a organizadora Julia Dantas posta a cada dia o texto de uma pessoa diferente me dá a exata mesma sensação do livro da Svetlana. Cada relato é bem diferente do outro mas é igual.
Estamos todos no mesmo limbo.
Tumblr media
imagem @daniel.bueno.180
Numa oficina de escrita que estou participando com a Flávia Peret ela nos pediu que escrevêssemos sobre >> exemplos de práticas de solidariedade entre vizinhos durante a pandemia.
Pessoas cantam juntas nas janelas, jovens oferecem fazer compras para pessoas mais velhas que não podem fazê-lo, e pessoas sob quarentena batem palmas para médicos que estão cuidando da população infectada.
Aqui na minha rua não vi nada do tipo. Mas como disse tenho lido muito na internet... agora tenho visto cada vez menos, mas as pessoas estavam otimistas no começo. A Flávia disse que podíamos inventar então... o que acabei escrevendo foi isso:
Oficina “Nenhuma casa é uma ilha”
Exercício 1.
Logo na primeira semana de quarentena surgiu no elevador aqui do prédio um bilhetinho (escrito a mão mesmo) anunciando que “Eu, Diego, morador do 603, me disponibilizo a fazer as compras dos moradores mais idosos que queiram se resguardar de ir ao mercado na atual situação. Basta interfonar. Fiquem bem.”
Achei fofo. Eu moro no 602 e mesmo assim não sabia o nome do rapaz do 603. Já nos falamos bom dia sorrindo uma vez ou outra no elevador. As vezes ele recebe alguma encomenda minha se não estou em casa. Eu agradeço, mas nunca perguntei o nome dele.
Depois do bilhete fiquei pensando o que eu poderia fazer pra ajudar também. Me veio a idéia de fazer uns biscoitos. Pouco útil, pouco prático... mas amo cozinhar... principalmente doces... é algo que me acalma e que achei que poderia acalmar mais alguém. Um pequeno agrado nesses dias de incerteza que não sabemos o quanto vão durar.
Fiz duas fornadas, dividi em vários saquinhos e levei uma cestinha que deixei junto com um vidro de álcool em gel na mesinha da portaria. Na cestinha meu bilhete dizia: “biscoitinhos da quarentena. Limpe as mãos e pegue um.” Meio brega eu sei. Mas foi tudo que consegui pensar diante do sentimento de impotência crescendo dentro de mim a cada noticiário da manhã. Os números de morte que só aumentam.
Só voltei a ir na portaria três dias depois. Precisei ir no mercado. Minha cestinha estava vazia de biscoitos e cheia de bilhetinhos de obrigada. Um desenho de criança com um monstro sendo derrotado por um arco-íris que cuspia corações. Vou fazer mais biscoitos.
Tumblr media
1 note · View note
aline-mc · 4 years
Text
Amabie
Tumblr media
Assemelhando-se a uma sereia um tanto rústica e pouco atraente com cabelos longos, na era Edo, dizia-se que o “yokai”, chamado “amabie”, protegia contra pestes semelhante à atual covid-19. Segundo uma lenda, ao desenhar um “amabie”, era possível evitar doenças.
4 notes · View notes
aline-mc · 4 years
Text
O Homem sem talento
Tumblr media
>> O homem sem talento” - Editora Veneta, 2019, 240 p.; tradução: Esther Sumi; R$ 64,90
Yoshiharu Tsuge é bastante influente e importante no Japão, por aqui quase não é conhecido. A edição da Veneta de O Homem Sem Talento é a primeira das Américas. Espero que mais obras do Tsuge sejam publicadas em breve. Lendo apenas o titulo e pequenos resumos de seus outros trabalhos me entusiasmei querendo conhecer mais!
Ele será o grande homenageado no Festival de Angoulême deste ano de 2020 (um dos mais importantes Festivais de quadrinho da Europa!). Será feita uma retrospectiva de toda sua carreira. Um reconhecimento tardio extremamente importante. Nos anos 60 Tsugi publicou muito na revista Garu influente revista japonesa de vanguarda pioneira do estilo gekiga - quadrinhos realistas para o público adulto. Sua linguagem é poética, cheia de subjetividade, apresentando até mesmo um ambiente onírico em alguns de seus mangás.
O Homem sem talento foi inicialmente publicado na revista Comic Baku entre 1985 e 1986. Faz parte de um gênero de mangás conhecido como watakushi (“quadrinhos do eu”). Não são exatamente auto-biográficos mas histórias em que a experiência pessoal está na base da narrativa.
“Não se trata de relatar os fatos tal como ocorreram, mas sobretudo de introduzir na história elementos de sua própria experiência a fim de conferir realidade.”
O Homem sem talento traz vivencias reais, algumas inspiradas na vida do autor que também passou por uma época difícil de grande miséria em que, desiludido com o mercado de mangá, recorreu a diversos trabalhos (assim como o protagonista Tsuge também tentou vender pedras).
Na contracapa da edição da Veneta lemos que o protagonista “parece determinado a tornar sua vida uma estranha ode ao fracasso.” E é isso mesmo. O “homem sem talento” busca ganhar dinheiro de formas mirabolantes. Da vontade de sacudir o cara e falar “Acordaaaa! Olha pra realidade!” ele não consegue ver que os tempos mudam, que a visão de mundo que ele presa já passou... não se adapta.. insiste no fracasso...
O Homem sem talento foi adaptado para o cinema em 1991 pelo diretor Naoto Takenaka.
 .
Hoje é comum o uso dos quadrinhos para expor experiências cotidianas ou histórias de vida dos autores, no entanto o que Tsuge faz embora tenha uma base parecida é diferente. Ele busca para além de evocar as angustias da vida tratar da condição humana. Busca a visão de algum tipo de “verdade”, busca compreender ou ao menos vislumbrar o humano.
Tsuge parou de trabalhar em 1987, mas suas publicações seguem sendo reeditadas regularmente e continuam a exercer forte impacto, exprimindo temas universais que ultrapassam barreiras culturais.  
Tumblr media
0 notes
aline-mc · 4 years
Text
Dementia 21
Tumblr media
Dementia 21 de Shintaro Kago é o primeiro mangá da editora TODAVIA.
GÊNERO Ficção estrangeira
TRADUÇÃO Drik Sada
CAPA Flávia Castanheira
FORMATO 17,0 × 24,0 × 2,2 cm
PÁGINAS 280 PESO 0,750 kg
ISBN 978-65-80309-93-1
ANO DE LANÇAMENTO 2020
 “Um dos mais cultuados artistas do mangá da atualidade, Shintaro Kago é um dos expoentes do gênero ero guro nansensu, tradição nascida nos anos 1930 e que usa o humor, o grotesco e o nonsense para falar de forma ácida da sociedade japonesa e de suas normas e tabus.”
Yuki é uma cuidadora de idosos preocupada em receber uma boa avaliação de seus clientes. Ser muito boa no que faz acaba atraindo a inveja de uma outra cuidadora da mesma empresa que já está nesse serviço a mais tempo e não aceita ser desbancada do ranking pela novata. Até porque ser a melhor traz uma serie de benefícios. Inclusive bônus salarial. Essa rival tem um caso com o chefe e usa disso pra chatagia-lo e tentar prejudicar Yukie designando-a para os trabalhos mais difíceis. A partir dessa premissa o mangá segue uma linha narrativa principal que se sustenta através da protagonista ser sempre a mesma, mas que é também episódica com histórias que tem uma dinâmica conhecida em series de humor/irônico com critica social: muitas vezes o capitulo chega ao fim sem que seja possível uma continuação diante do cenário em que acabou, mas no capitulo seguinte está tudo ok. (pensei nos Simpsons ou em South Park...) É um mangá nonsense, bizarro e bastante criativo. Mas a critica social fica em segundo plano diante do humor. E talvez tenha sido isso que me incomodou um pouco... (que nem eu me incomodo com South Park às vezes...)
Gosto do bizarro, do gore, do grotesco. Mas tenho dificuldade com humor. Prefiro o Junji Ito que faz tudo isso voltado mais pro terror. Me incomodou a visão caractural do idoso que o Kago desenvolve. Uma visão “senso comum” do idoso como um estorvo, um problema. Estou ainda mais sensível a isso agora com a pandemia. eu não gostei disso... e se algumas histórias são uma critica social a essa visão a maioria se importa mesmo só em fazer piada... são 17 histórias humilhando velhinhos... e eu não acho engraçado apoiar o humor numa caracterização pejorativa de uma minoria. Vão falar que estou sendo chata... mas foi a sensação que ficou quando terminei de ler. Então... se eu fosse avaliar história por história eu ia gostar da maioria mas juntando tudo num volume destacou esse elemento de depreciação de um grupo... e acabei não gostando do volume como um todo.
Continuo gostando do traço, da edição e acho o autor incrivelmente criativo. Gosto do Surrealismo das imagens. Do nonsense das situações. Mas não funcionou comigo. Pelo menos não agora.
.
Um ponto que achei interessante é o autor usar o nome de pessoas reais para seus personagens. Kago mostrando sua criatividade cria suas histórias em aspectos reais de gente famosa de antigamente. Os velhinhos acabam sendo aquela modelo ou aquele cantor dos anos 60... O que aconteceu com eles? Uma modelo que era muito vaidosa por exemplo sofre uma reação colateral de um creme pra rugas acaba virando um monstro que se espalha pela cidade em busca de enrugar qualquer superfície lisa! Principalmente a pele de meninas novinhas.
Minha favorita é a dentadura com inteligência artificial que desenvolve consciência e tenta dominar o mundo.
Esse personagem da dentadura reaparece inclusive numa outra historia (a 8) em que vários velhinhos disputam um vaga num lar de idosos luxuoso. Para ganhar uma estadia de graça com toda assistência de saúde especializada eles entram numa competição mortal do estilo battle royale.
Dementia 21 tem sim um volume 2, mas por causa dessa estrutura das histórias isso não faz diferença. O volume um funciona muito bem sozinho. A Todavia nem marcou esse como vol.1. e acho que tem bastante gente achando que ele é vol. único. Você só vai atrás do vol.2 se gostar muito da Yukie.
10 notes · View notes
aline-mc · 5 years
Text
Esse não é um post sobre o filme do Coringa.
Começo esse texto com ressalvas... depois de escrever eu assisti o vídeo comentário do Pipoca e Nanquim sobre o filme. e eu super respeito a opinião dos caras. geralmente concordo com eles... e se a mensagem que o filme está passando for a que eles falaram... é mesmo uma merda... Esse é um texto bem genérico sobre serial killers, sobre aquela velha discussão genética x sociedade, doenças mentais, a origem do mal... e coisas que me vieram na cabeça ao ler aqui e ali coisas que estavam falando sobre o filme do Coringa... então vamos lá:
Tumblr media
O filme do Coringa conseguiu entrar para os assuntos mais comentados do momento! Eu ainda não fui assistir e nem pretendo fazer isso por agora porque não estou com meu emocional psicológico muito saudável no momento e a única coisa que todas as opiniões, boas e ruins sobre o filme concordam é ele ser perturbador.
A questão que o filme parece levantar (mas atenção! Eu não vi ainda! Só li comentários...) é sobre a responsabilidade da sociedade em criar os “monstros”, assassinos sádicos, aqueles que fazem coisas que chamamos de “imperdoáveis”. O quanto a sociedade é responsável por essas “pessoas más” existirem? Ou elas existiriam de qualquer forma porque “nasceram assim”?
De onde vem o mal que habita em nós? Todos o temos guardado? O “pecado original” ? nascemos maus? E se for assim... por que ele “floresce” em algumas pessoas e em outras não? Existem pessoas inerentemente boas ou inerentemente más?
Não me surpreende que Coringa esteja incomodando se estiver fazendo esse tipo de pergunta. É incomodo mesmo. Quando tentam nos fazer admitir que não somos tão bonzinhos assim... nenhum de nós.
O filme está sendo acusado de várias outras coisas também. De violência gratuita, boas atuações e qualidade técnica.
Pra quem acompanha o personagem a mais tempo e em outras mídias (como nos quadrinhos) o problema é que a imagem do vilão carismático que o Coringa é independente das interpretações que foram feitas até hoje foi desvirtuada. Tiraram o glamour da insanidade e colocaram na revolta violenta. No lugar da simpatia que sentíamos por um vilão f***! Surge uma empatia forçada (que não queremos reconhecer porque estaríamos admitindo coisas bem ruins sobre nós mesmos e a sociedade que construímos) e isso incomoda mesmo. Lembrando novamente: não vi o filme. Estou só divagando em cima de comentários...
Mas estou vendo American Horror Story (9°temporada. Na FOX. Meia noite de quinta!) que está satirizando os filmes de Massacre em acampamento (quer mais violência gratuita que isso?) e a mensagem que os três primeiros episódios me passaram até agora foi: somos todos assassinos de alguma forma. Querendo ou não... e não são só aqueles que estão em clinicas psiquiátricas  que tem problemas mentais, esses são só os que não conseguem fingir o suficiente diante da sociedade.
Tumblr media
Por que existem esses serial killers? Essas pessoas que parecem matar acima de tudo pelo prazer de matar?
Uma das personagens de AHS é uma psiquiatra que está fazendo uma pesquisa que trata justamente sobre ser a sociedade a transformar pessoas “normais” em assassinos... mas... os métodos dela são tão psicopatas quanto os do seu “objeto de estudo”.
(...)
No final das contas deveríamos todos ser mandados para casa verde.
Tumblr media
----------------
Obs. Aí como estou com isso de origem do mal na cabeça acabo vendo o tema em todo lugar. Inclusive no 2° episódio de This is Us! (estão vendo a 4° temporada? Na FOX terça-feira 22:30h) Num daqueles flashbacks de infância o Kevin pergunta pro Jack se ele (Kevin) é uma pessoa ruim (porque ele faz coisas más e fica feliz com isso). A resposta do Jack é que... bem... ele vem de uma família de homens bastante “complicados” mas que pode aprender a lidar com isso. Pra ele (Jack) o que estava dando certo nessa busca de “ser uma pessoa boa apesar de...” era sempre ter alguém que ele quisesse amar e proteger.
A historia de vida e a genética do Jack não são boas. A sociedade não o favoreceu. Mas mesmo que isso soe piegas... tenho a impressão que foi por ter outras pessoas com quem conseguia se relacionar, pessoas que ele amava e o amavam de volta, que ele não se tornou algum tipo de psicopata. Todos se lembram dele como bom pai e bom marido (o que ele não foi sempre o tempo todo, mas que ele se esforçava pra ser por ter relacionamentos que ele prezava.)
Tumblr media
Daí voltando pro Coringa... me falaram que dentre os muitos problemas dele um é que o personagem parece não ter ninguém.... ser o que se chama de incel. O termo anda surgindo aqui e ali e trata de homens que já passaram dos 30 e ainda são virgens sem terem conseguido mesmo querendo ter qualquer tipo de envolvimento amoroso ao longo da vida. * pipoca e nanquim lançou, não faz muito tempo um mangá documentário sobre o assunto que é grave no Japão. Enfim... me pareceu que um forte fator pra esse Coringa ser o assassino que se torna no fim é para além dos problemas mentais e a sociedade, o desamparo afetivo.
Triste.
Principalmente num mundo que estamos cada vez mais sozinhos. Em que nossa preocupação em cuidar do outro é cada vez mais um teatro para alimentar nosso ego (e postar nas redes! Nos exibir!) ...
Triste.
E aí o Coringa é só mais um. Não é um vilão. Difícil não se incomodar com isso. E mostrar a violência como solução, como salvação, (ainda mais no momento atual do mundo!) é MUITO equivocado. Fazer isso num filme “bom” dando a mensagem de violência como solução salvadora e redentora justificável o rosto de um personagem de quadrinhos que faz parte da cultura pop de massas e tem milhares de produtos por aí de bonequinho a lancheira escolar! cara... isso é MUITO IRRESPONSÁVEL...
mas dá dinheiro... sem dúvida...
--------------------------
Outras indicações...
Se você gosta de serial killers (ou vai passar a gostar! Eles estão bem na moda ultimamente) o que não falta é material por aí:
Dark Side Books tem todo tipo de livros relacionados! De livros documentário á HQs ficcionais ou não!
Na Netflix tem duas series que foram bem faladas quando lançadas e analisam a mente e comportamento de assassinos: UNA BOMBER e MindHunter.
Tem a edição nova de o Silencio dos inocentes também! O que nos leva a Hannibal que quando estamos falando de mentes assassinas complexas não pode ser esquecido! O filme e a série!
E mesmo com um x de sobrenatural... temos o Jack do Iluminado não é mesmo? Que também tem os fatores sociedade e genética aí pra garantir a presença na lista... que paro por aqui porque estou lembrando de mais um monte hahaha
0 notes
aline-mc · 5 years
Photo
Tumblr media
De tempos em tempos ressuscito esse blog... então oi, como vão? eu aqui de novo! Que seja eterno enquanto dure ^^
0 notes
aline-mc · 6 years
Photo
minha cena favorita do epi. 06 hahaha
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
1K notes · View notes
aline-mc · 6 years
Text
Black Sabbath - As Três Máscaras do Terror (1963)
Tumblr media
A lenda conta que Ozzy Osbourne e Tony Iommi andando pela cidade passaram por um cartaz publicitário que lhes chamou a atenção. O cartaz de Black Sabbath mostra Boris Karloff cavalgando alucinado com uma cabeça decepada nas mãos! Os dois pensaram: “- Se eles ganham dinheiro fazendo filmes que assustam as pessoas, nós ganharemos fazendo músicas que assustam as pessoas!” e mudaram o nome de sua banda de Earth para Black Sabbath.
O filme é uma coletânea de três contos. O primeiro “O Telefone”, conta a história de uma bela mulher que recebe ligações ameaçando-a de morte. Impossível não lembrar da cena inicial de Pânico (1996).
A história é filmada num único ambiente (o quarto) e lembra um pouco os episódios da série de TV Além da Imaginação.
O episódio tem alguns pontos polêmicos. Cenas de nudez que eram ousadas pra época e dá a entender que a relação de Rosy, a protagonista ameaçada de morte, e sua amiga Mary, que ela convida ao quarto por medo de ficar sozinha, vai além da simples amizade.
No segundo conto “O Wordulak”, uma família tem o patriarca transformado numa criatura sedenta pelo sangue daqueles que amou em vida.
É o conto mais longo dos três e tem como protagonista um dos grandes nomes do Terror: Boris Karloff. É também Boris que faz no começo do filme uma introdução (ao estilo das que Hitchcock fazia na sua série de TV) conversando com o público.
A história desse segundo conto tem todos os elementos e características que fazem lembrar o estilo dos filmes de terror do estúdio Hammer! A floresta com árvores fantasmagóricas, a constante neblina sinistra, uivos de cães e ruínas ameaçadoras.
O terceiro e último episódio (que seria na minha opinião o mais assustador se não fosse a morta ter um aspecto tão falso de boneca de plástico!) chama-se “A gota d’água” e explora com sucesso o efeito perturbador que esses ruídos aparentemente inofensivos das gotas caindo podem causar sobre o psicológico da protagonista, uma enfermeira que está assombrada pela culpa (ok. Não só pela culpa...) após ter roubado um anel valioso da mão do cadáver de uma velha enquanto preparava o corpo para o funeral!
Black Sabbath faz parte dos primórdios do que se tornaria um gênero: o Giallo Italino. Giallo é “amarelo” em referência aos livros de suspense e terror muito populares na Itália que tinham como característica capas amarelas.
Algumas outras curiosidades sobre o filme:
- A segunda história é uma adaptação de um conto de Aleksei Tolstói, primo do nosso conhecido Leon Tolstói.
- A versão americana modificou bastante o filme tendo inclusive um final diferente (mais sobrenatural) para o conto “O Telefone”
- O título original italiano I Tre Volti de La Paura
Onde baixar: http://terrortorrent.blogspot.com.br/2017/11/black-sabbath-as-tres-mascaras-do.html
Onde comprar: http://www.dvdversatil.com.br/black-sabbath-as-tres-mascaras-do-terror/
Porque comprar: Os DVDs da Versátil são incríveis! Esse vem com mais dois filmes do Mario Bava : OS HORRORES DO CASTELO DE NUREMBERG e OS VAMPIROS. Vem também com a raríssima versão americana alterada. E extras como trailer e entrevista com Bava. Está imperdível.
Outras indicações de compra: http://www.dvdversatil.com.br/a-arte-de-mario-bava/ (A arte de Mario Bava) e http://www.dvdversatil.com.br/giallo/ (Giallo – vol.01)
*obs: Queria muito... mas a Versátil não me patrocina ok... é só porque gosto dos produtos deles mesmo...
Tumblr media
1 note · View note
aline-mc · 7 years
Text
25° MIX Brasil! Gus Van Sant
Tumblr media
Já faz algum tempo que acompanho de longe (pela internet) o MIX Brasil. Gostaria muito de ir conferir o festival pessoalmente, mas ainda não surgiu a oportunidade.
Este ano em sua 25°edição a programação conta com 159 filmes! Um recorde! Ano passado foram 113! Além disso há algumas ótimas novidades! A programação será toda gratuita e contará também com peças de teatro, palestras e shows!
O diretor homenageado será Gus Van Sant. Hoje com 65 anos, Van Sant despontou no circuito independente nos anos 80. O olhar do diretor está sempre interessado em personagens marginais principalmente os jovens a margem da sociedade americana com suas vidas errantes e de alta voltagem sexual, seus filmes são “povoados de gente muito jovem e perdida”.
O mix Brasil fará uma retrospectiva de sua obra. Serão exibidos seis de seus filmes, começando por seu primeiro longa-metragem “Mala Noche”. O mais comercial e conhecido deles é com certeza  Milk: A voz da igualdade. Foi o único que vi da lista. Vou fazer minha própria sessão Van Sant aqui em casa e ver os que faltam! ^^
Tumblr media
LINKS uteis:
Lista dos filmes do Gus que serão exibidos no festival
Site do Festival Mix Brasil!
Gus Van Sant no Filmow
 Assista os filmes: FILMES CULT
0 notes
aline-mc · 7 years
Text
Uma coisa leva a outra que leva a outra...
O vencedor da categoria romance do prêmio Jabuti deste ano de 2017 é o livro ‘Machado’ de Silviano Santiago onde o autor conta de forma romanceada os últimos anos da vida de Machado de Assis.
Tumblr media
Silviano já ganhou o Jabuti antes em 1982 com o livro ‘Em liberdade’ que faz algo parecido com Graciliano Ramos: uma espécie de diário que se passa logo depois do narrado em ‘Memórias do Carcere’ quase como uma continuação.
Tumblr media
Fiquei com muita vontade de ler ‘Em liberdade’, mas de Graciliano só li Vidas Secas e acho que perderia muito da leitura do livro de Silviano se não ler antes o Memórias do Carcere. (já providenciei, logo chega)
Como fui olhar os vencedores antigos do Jabuti acabei me deparando logo alí no ano seguinte 1983 com um livro de José J. Veiga que eu não conhecia! ‘Aquele mundo de Vasabarros’.
Já tem algum tempo que venho cultivando a vontade de ler toda a obra do Veiga... Resultado foi que comprei não só uma edição antiga de Vasabarros pela Estante Virtual (que já estou na metade da leitura e adorando!) como três das edições em capa dura em que a Companhia das Letras está relançando a obra do autor no Brasil (já são 4 atualmente.. ficou me faltando Sombras de reis barbudos) (já estão a caminho. Obrigada pessoas que me deram dinheiro de aniversário.) A listinha com os outros livros do Veiga já está colada na parede do meu quarto ^^ iniciando assim pelo menos um propósito de projeto de leitura da obra dele agora em Novembro.
Tumblr media
Então... veja como são as coisas... de alguma forma o livro de Silviano sobre Machado de Assis me fez iniciar uma leitura não só da obra de Graciliano Ramos como da obra de José J. Veiga. Serão eles os dois focos da minha TBR de Novembro! Ah... e claro... terminar Dom Quixote que tá parado a um tempo... e começar Proust.
Alguns LINKS:
JABUTI 2017
José J. Veiga (Cia das Letras)
0 notes
aline-mc · 7 years
Text
Fui alí em SP mas já voltei...
Tumblr media
Anime Friends. Fui de caravana na sexta-feira. Saímos de Juiz de Fora mais ou menos umas 23h. Quando chegamos em SP no sábado só passamos pelo hotel para deixar as malas e fomos direto pro evento.
A verdade é que não estou muito afim de falar da Friends... Porque como bem me ensinou o pai do Tambor: “Se não tem nada de bom a dizer então não diga nada.” Foi melhor que a do ano passado? Foi. Mas simplesmente porque não tinha como ser pior... O local em que estava sendo o AF nos últimos anos não tinha estrutura nenhuma. Dessa vez o local foi incrivelmente bom! Mas mesmo assim... Na minha opinião fizeram tudo muito porcamente... Eu só animei de ir depois que divulgaram esse novo local. Pensei que num lugar tão bom fossem fazer direito. Mas pra mim tudo lá continuou com o mesmo ar de “improviso” que antes... Os palcos pequenos, quase sem lugar pra sentar e o som péssimo em todos eles.
Meu irmão disse que estou reclamando demais. Que fico querendo comparar com as primeiras edições do AF... Que eu sou saudosista. Que o público agora é outro e que esse público tem o evento que merece. (tinha muita coisa pra comprar e pra comer.) pois é... Acho que ele tá certo.
O AF sempre foi principalmente o público e o fato é que eu deixei de gostar do público... muita gente lá nem assisti/lê anime/mangá de verdade...
Repetindo a pergunta então: Foi melhor que no ano passado? Pra mim não. Por que? Bem... Todos os meus amigos do ano passado desistiram de ir esse ano. Eu também tinha desistido, mas decidi dar uma última chance. E foi a última mesmo. Chega de Anime Friends pra mim. O que não quer dizer que eu goste menos de anime/mangá! Talvez na verdade seja exatamente o contrário! Talvez eu goste DEMAIS de anime/mangá para continuar indo na Friends.
1 note · View note
aline-mc · 7 years
Text
A prova do dia 8
No post de retrospectiva que fiz do mês de Março e Abril falei que ia começar o mês de Maio fazendo uma prova de proficiência em inglês no dia 8. Prova essa que preciso para futuras inscrições em mestrado. Enfim... Programei tudinho! Como a prova era em BH e terminaria as 17h ia ficar muito tarde (e cansativo) voltar nesse mesmo dia. Com Ouro Preto tão perto por que não aproveitar para pegar meu diploma (que até hoje não tinha pegado!) e matar saudades da cidade?! Decidi dormir em OP e ir embora no outro dia depois do almoço. Fiz reserva numa posada, chamei um amigo pra ir comigo passear... por que não?! Tudo certo. Dia oito. Foi no dia seis quase 21h quando por algum motivo conversando com a minha mãe ela queria saber do endereço da faculdade... olhei, anotei pra ela, aproveitando anotei a sala que eu ia fazer a prova e... olhei a data: dia sete. Olhei de novo DIA SETE DE MAIO ! Comoassimdiasete?! Tive um pequeno surto de pânico. Olhei de novo. Dia sete. SETE e não oito. No dia seguinte e não no dia depois do dia seguinte. Pqp. Sim. Por algum motivo eu errei a data. Eu programei tudo pensando que a prova seria dia oito e na verdade era dia sete. Passado o susto inicial. Hora de ligar pra pousada e ver se eles podiam mudar a data da reserva (ok eles podiam) ligar pro A que eu tinha convidado pra passear, mas ele não poderia sendo no dia seguinte... então minha mãe é que foi.. meu pai dirigindo. Foi uma sorte ter visto o erro a tempo. Ter dado pra ir. Nossa! Agora que passou (e acho que fui bem) fico pensando como seria chegar lá na UFMG um dia depois da prova! O mínimo seria o encarregado da portaria rindo da minha cara. Mas como disse minha mãe meu anjo da guarda é forte e fico devendo mais essa pra ele. De resto o passeio foi ótimo. Em BH enquanto eu fazia a prova meus pais foram me esperar num shopping e acabaram comprando uma cafeteira kkkk (daquelas de cápsulas. Vermelha) e depois fomos pra pousada em OP. Ouro Preto ainda me é tão familiar... a sensação... parecia que não fazia nem uma semana que eu tinha estado lá pela última vez... e no entanto, tinha um ano e meio! As construções... As ruas... me sinto tão à vontade. O clima! Como sinto falta do clima! Dormi de coberta! Daquela de pelos! A comida! Tudo lá é mais gostoso. De noite quando chegamos fomos primeiro no Escadabaixo (tomei um drink delicioso de tequila com morango e comemos pasteizinhos de angú!) e depois fomos ao O Passo - jazz e pizza. Muzarella de búfala, molho pesto e presunto de parma. Preciso dizer que estava tudo perfeito?! No outro dia de manhã voltei a UFOP (como disse a sensação era de ter ido a aula na semana anterior!) e consegui muito mais fácil que pensei, pegar meu diploma. Ok. Tudo certo. Almocei. E voltei. Voltei pra Bom Jesus. Voltei pro... o que eu estou fazendo... voltei.
0 notes
aline-mc · 7 years
Text
Os Sete Samurais
Tumblr media
O primeiro filme de Maio! E não poderia ter sido melhor! *_* Entrou para os favoritos da vida! São 3 horas e meia de filme em Preto e Branco e já quero ver de novo. Pode me chamar que vejo quantas vezes me chamarem.
Não consigo apontar um defeito em qualquer cena que seja. É surpreendente a imersão na história que Os Sete Samurais consegue proporcionar! Tem humor, tem ação, tem drama! E não parece datado. É atemporal. dificilmente um filme consegue me passar essa sensação: de que é um ótimo filme mesmo que você tenha assistido a 50 anos atrás ou que vá assistir daqui a 50 anos! Um filme de 1954 que não perdeu o tom.
Tumblr media
Eu já amava o Akira Kurosawa por causa de Rashomon e agora quero ver todos os outros filmes dele!
Estava lendo aqui na minha edição de 1001 Filmes para ver antes de morrer que os filmes de Samurais do Kurosawa inspiraram vários filmes Hollywoodianos de faroeste. Os Sete Samurais é “Sete homens e um destino” (1960) e “Quatro Confissões” (1964) é uma releitura de Rashomon (1950). Yojimbo (1961) na versão western é “Por um punhado de dollares” (1964).
Os filmes japoneses tem um gênero chamado JIDAI-GEKI que são filmes históricos com ênfase em lutas de espadas em um Japão medieval retratado como uma terra de fantasia. Os filmes de samurais do Kurosawa também são filmes históricos mas rompem com as tradições limitadas desse gênero inovando de diversas maneiras. Lutas e personagens mais reais. O desenvolvimento dos personagens principalmente é o que mais me encanta!
Se gosta de Japão e de Samurais kurosawa é imperdível! Assista!
Tumblr media
0 notes
aline-mc · 7 years
Text
Segunda Opening de Little Witch (episódios 14 a 17)
Tumblr media
Assisti hoje os episódios 14 a 17 de Little Witch Academia e posso dizer que agora sim o anime está tomando o rumo que eu esperava dele desde o começo!
No episódio 14 temos uma nova opening e uma nova personagem. (finalmente alguém que podemos chamar de antagonista?)
O que mais gosto em Little Witch é a construção de mundo que conseguimos vislumbrar entre as aventuras da Akko na escola.
É um cenário interessante. um mundo em que a magia está acabando... se tornando obsoleta e inútil diante da evolução da tecnologia...
Vejo a Magia como os recursos naturais da Terra. (que estão acabando) O anime tem uma visão um tanto negativa quanto a evolução da tecnologia. Facilita muito sim o uso dos recursos que restam, mas não é a solução. Temos que nos empenhar em descobrir uma maneira de voltarmos a utilizar os recursos da Terra (a magia) de forma sustentável. de forma a recupera-los.
Não consigo assistir Little Witch sem fazer esse tipo de comparações.
O problema é que até agora tínhamos mais episódios aleatórios (muito engraçados, mas que diziam pouco) que episódios que realmente falassem claramente sobre a trama maior que foi ganhando espaço aos poucos e me parece que agora finalmente irá assumir o papel central. mas não muito.. continuamos tendo “as aventuras da Akko” nesse modelinho uma por episódio... no 14 foi a greve dos seres mágicos.
O 15 é fora do padrão justamente por ser um episódio concentrado na história principal. Finalmente a Akko fica sabendo que ela já está fazendo alguma coisa! Ela não está só passando seus dias alegremente com as coleguinhas. e podemos ver com mais clareza do que se trata a real trama da série.
O 16 temos uma visita a casa da Lotte (e uma lição quase didática sobre a importância da paciência) e no 17 uma visita ao colégio do Andrew junto com a Amanda. Como eu disse todas essas “aventuras” servem para ir tendo uma ideia do funcionamento do mundo.
As vezes fico pensando que ia gostar muito mais do anime sem a Akko. Acho ela uma escolha narrativa boba pra uma história incrível.
Mas ao mesmo tempo penso que talvez não... japoneses são espertos.. a Akko leva os episódios de maneira tão leviana e deixa tudo tão leve e despretensioso que quando termina o episódio me esforço pensando nas mensagens subliminares alí. Reflito muito mais do que se fosse algo mais direto. Me esforço pra entender o que a Akko está “deixando passar” com a sua burrice. Muito mais eficiente para interiorizar a mensagem em mim do que se ela fosse uma personagem séria e inteligente e me entregasse tudo mastigado. Neste caso eu me lembraria de um anime épico mas pouca coisa das ideias que ele tenta passar.
ou talvez não seja nada disso e seja só um anime colorido e bobo sobre bruxinhas mesmo... hahaha eu posso estar supervalorizando as coisas. haha mas sempre gostei de teorias da conspiração. (e tenho me divertido imaginando significados ocultos nesse anime)
Tumblr media
6 notes · View notes
aline-mc · 7 years
Text
Retrospectiva março/abril
Então aqui estamos: Maio. E eu não fiz a retrospectiva nem de Março nem de Abril... Gosto de fazer essas retrospectivas justamente para perceber o quão drasticamente as coisas mudam (EU mudo! A VIDA muda!) em tão pouco tempo! Eu não sou sequer parecida com quem eu era em março!
A Aline de Março estava com o propósito de não viver antes de passar num concurso público (para técnico ou analista no TRT ou no TRF...). A Aline de Março ainda estava tomando remédio para ansiedade... no processo de parar... (e como qualquer viciado estava bem surtada! Instável.) Aí quando o mês foi acabando o remédio acabou, as provas acabaram (e eu fui mal em todas elas..) e fui ficando meio perdida.. meio sem certezas... Fui passar uma semana longe... Na casa do meu irmão em Alegre. Passar uns dias fora pra pensar no que eu quero mesmo... mas quando voltei continuei pensando... e pensando.. e quando vi o mês de Abril TODO já tinha passado. Abril foi um mês sem propósito que passou rápido demais... eu não fiz nada em Abril... Mas nem poderia... não vi Abril passar! Não fiz nada, não escrevi nada... mas no fim tomei uma decisão: mudar de rumo. Ou pelo menos trocar de prioridades. Quero mesmo fazer mestrado. Quero mesmo fazer Letras. Não vou parar de estudar pra concurso... mas vou dar uma diminuída pra escrever um projeto e tentar umas opções de mestrado em Minas. Sim. Quero voltar pra Minas. Não tem jeito. É lá que está meu coração. Começo Maio então fazendo uma prova de proficiência em inglês lá na UFMG agora no dia 8/05. Preciso disso para poder fazer inscrição nos mestrados (os editais costumam sair em agosto/setembro). Na UFMG vou tentar mestrado em Literatura e não em Direito... e vou fazer o ENEM de novo também... me inscrever em Letras lá... fazer os dois juntos quem sabe...
E é isso. Abril merece um desconto por ter sido um mês de adaptação a voltar a ser totalmente eu sem remédio. Mas agora já deu. Vamos levantar, sacudir a poeira e voltar a funcionar. Não vou dizer que “já estou no meu normal” porque eu nem sei o que é isso. Estou voltando a aprender quem sou eu de verdade. As vezes eu fico em dúvida.
0 notes