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#geração marginal
poesiamaira · 2 years
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Print de uma página da revista de poesia experimental Bric a Brac, de Brasília. Exemplar "Tudo pode ser dito num poema". O poema e desenhos foram retirados de um dos 25 cadernos artesanais de poesias que fiz com caneta hidrocor. Na verdade os cadernos foram meu primeiro "livro", intitulado Mapa-múndi.
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amor-barato · 8 months
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Eu só enjôo quando olho o mar, me disse a comissária do sea-jet. Estou partindo com suspiro de alivio. A paixão, Reinaldo, é uma fera que hiberna precariamente. Esquece a paixão, meu bem; nesses campos ingleses, nesse lago com patos, atrás das altas vidraças de onde leio os metafísicos, meu bem. Não queira nada que perturbe este lago agora, bem. Não pega mais o meu corpo; não pega mais o seu Corpo. Não pega.
Ana Cristina Cesar - In: Luvas de Pelica (1980)
A paixão, Reinaldo, é uma fera que hiberna precariamente.
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athenadev · 6 months
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Por que transfóbicos falam tanto sobre crianças?
Eu cresci nos anos 00, uma criança bastante afeminada, apesar de não ter consciência disso. Sempre fui tratada como esquisita, inconveniente e bizarra. Eu só fui perceber como minha feminilidade era usada pra justificar violência anos mais tarde. Na minha adolescência, eu tinha bastante consciência da homofobia, principalmente entre adultos, mas tinha uma cultura L, G e B bastante rica entre meus colegas. Eu rejeitava bastante a heteronormatividade, mas ainda não entendia direito como. Uma colega me identificou como bi e por bastante tempo eu aceitei.
Gerações mais jovens são mais tolerantes com homorromanticidade do que os nossos pais, tios, avós. Crianças vêem adultos L, G e B tendo vidas saudáveis e normais tem mais chance de entender homofobia como arbitrária e sem sentido. Adolescentes descobrindo seus desejos tem mais chance de aceitar relacionamentos homoafetivos como uma possibilidade pra si.
Chegou a vez de pessoas trans.
Anedoticamente, a maior parte do meu círculo social transicionou na pandemia ou no pós-pandemia. Estamos no congresso, nas novelas e algumes des maiores nomes das animações infantis de hoje são trans.
Eu não tive exemplos de pessoas trans na minha adolescência. Ser trans nunca foi uma possibilidade pra mim naquela época. Era uma experiência marginal pra mim de uma forma que gay ou bissexual nunca foram. Hoje eu me tornei exemplo pras calouras da faculdade que eu prometi cuidar e proteger. Sou exemplo pra garotas de 14 ou 15 anos que me seguem no Tuiter. A geração atual de adolescentes tem uma cultura LGB e T que a minha geração jamais pôde. Nesse sentido, quem quiser dizer que existe um "contágio social" que diga. Eu concordo: existe e eu acho ótimo
É isso que está em jogo.
A ideia de que pessoas trans existem, merecem dignidade e respeito. A ideia de que é ok ser trans e que essa é uma possibilidade que você pode considerar pra você.
Crianças são centrais em todo discurso supremacista. Primeiro porque simbolicamente representam o futuro, visto que serão os adultos de amanhã. Em segundo lugar porquê são frágeis e servem de objeto a ser protegido e portanto podem justificar violência. Não é a toa que nazistas falam sobre o futuro de crianças brancas. Não é novidade acusarem pessoas LGBTs de serem pedófilas, o foco particular em pessoas trans é nada mais que homofobia reciclada.
O objetivo hoje é, como provavelmente também era lá atrás, manter a instituição da cisheteronormatividade. É afastar da geração mais nova a possibilidade de ter exemplos, referências, "representatividade". É tirar a chance de que possamos nos entender. Crianças não são só o futuro, mas também o presente. Crianças trans existem. Crianças LGBT são extremamente vulneráveis a familiares e ambientes escolares violentos. Precisamos proteger e acolher essas crianças.
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whileiamdying · 1 year
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Norma, sem normas
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Para a nova geração, ela foi a Deise Coturno no humorístico global “Toma lá, dá cá”. Para os mais velhos, com boa memória, ela foi vedete de Carlos Machado. Para os cinéfilos, uma das maiores atrizes do Cinema Novo. Para os cineastas, uma diretora de muita inspiração. Para os leitores de “Norma Bengell” (Editora nVersos, 352 páginas), a autobiografia póstuma da atriz, uma mulher vanguardista, que viveu sem receios. “Sou tão mortal quanto qualquer um, sou humana, da espécie dos que têm o dom de sorrir e chorar, muito além do meu dom de fazer rir e chorar. Sou invencivelmente frágil. Um sobrevivente que vive com intensidade”, escreveu ela, que não viu o livro pronto. Sua entrega a tudo e a todos não lhe permitiu que vivesse mais de 78 anos. Vitimada por um câncer de pulmão, em 2013, ela teve suas cinzas jogadas das pedras do Arpoador, em direção ao mar, logo depois de um velório esvaziado, sobrando apenas 15 pessoas no momento do fechamento de seu caixão.
Norma Bengell, a mulher que arrancou suspiros de toda uma geração, conheceu a pobreza e também as rodas mais luxuosas. Desfrutou das festas mais badaladas, mas também da casa vazia de amigos. Conquistou homens com o corpo escultural, as longas pernas, as mesmas que um dia paralisaram. “Certo dia, durante uma gravação do humorístico semanal da TV Globo, ‘Toma lá da cá’, com Miguel Falabella, ao ouvir a palavra ‘ação’ não consegui me levantar da cadeira. Não consegui mais andar. E passei a usar cadeiras de rodas. Mesmo assim, queria continuar trabalhando. E continuei gravando, mas só podia aparecer sentada. Eu ainda queria ser diretora. Afinal, poderia dirigir da cadeira. Mas todos sumiram. Todos sumiram”, conta, em tom bastante emocionado, sobre seu triste fim.
Redigido em sequência cronológica, e totalmente fragmentado, o relato de Norma segue fluido como as memórias a que ela escolheu se lembrar. Sem meias palavras, não abre mão dos autoelogios, mas também não enfeita para esconder seus fracassos. Com um curioso álbum fotográfico de mais de 90 páginas, o livro surpreende ao revelar a magnitude e amplidão de uma artista múltipla, que gravou quatro discos durante sua trajetória, entre eles “Ooooooh! Norma”, um precursor da bossa nova.
Na cama com Alain Delon Filha de uma família simples, com os pais vivendo intensa crise, aos 15 anos, Norma entrou para o teatro de revista. Autodidata, chamava atenção pela falta de pudores, num tempo em que às mulheres muito pouco era permitido. “As atrizes do rebolado, como eram chamadas as vedetes, foram o grande chamariz desses números musicais. Ser vedete era sinônimo de ser bonita, sensual e, em alguns casos, famosa. Ser vedete era a glória”, conta a atriz, que se inspirou nas “heroínas dos musicais da Metro” (atual MGM). O que a artista também se recorda é que ser vedete era ser marginal. Ainda assim, foi convidada para desfilar na Casa Canadá, uma das mais famosas lojas de moda do Rio de Janeiro. Foi aquela carreira de pequenas e elitizadas passarelas que lhe rendeu frutos nas artes dramáticas.
Elogiada como cantora, ela logo foi exaltada pela dramaticidade com que entoava as palavras. “Quando comecei a frequentar o grupo do Cinema Novo, me sentia muito burra. Quer dizer, eu sabia que era inteligente, ou, pelo menos, muito viva, mas não era um poço de cultura. Eu era uma moça que lutou muito e não teve tempo de estudar; tudo o que aprendi foi sozinha”, escreveu. Alçada à fama internacional por “O pagador de promessas”, de Anselmo Duarte, com quem namorou, ela foi para o Festival de Cannes, quando recebeu o prêmio principal, e demorou anos para voltar. Intérprete do primeiro nu frontal do cinema brasileiro, ela conheceu e trabalhou com cineastas do porte de Alberto Lattuada.
Em sua estadia pela Itália, envolveu-se com o eterno galã Alain Delon. “Um romance clandestino e delirante. Não era só um caso, como com os que eu estava habituada. Era mais fresco e jovem. Nós ríamos muito de tudo, corríamos, olhávamos a lua, felizes. Tudo escondido, o que dava mais sabor. Tinha muita paixão, entrega e curtição, mas sem idealismos, sem romantismo. Amávamos um ao outro loucamente e apenas enquanto estávamos juntos. Alain era escorpiano, um amante inigualável, insaciável. Ele realmente gostava de mulher, apesar de seu comportamento ambíguo”, recorda-se a mulher que fez 16 abortos, todos declarados publicamente, e chegou a se casar com o ator italiano Gabriele Tinti.
Dias frios
Atriz de emblemáticas peças nacionais, Norma foi obrigada a depor para a ditadura militar em 1968, ano em que apresentou “Cordélia Brasil”, de Antônio Bivar, nos palcos paulistanos. Décadas mais tarde, voltaria a se desentender com o Governo, mas por conta do filme “O guarani”, que lhe custou um indiciamento pela Polícia Federal de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e apropriação indébita, já que nas prestações de contas feitas com o Ministério da Cultura foram encontrados diversos problemas. A carreira de diretora, elogiada por “Eternamente Pagu”, de 1988, estaria terminada, bem como a fama da atriz. Com a saúde debilitada e as finanças comprometidas, a estrela foi pouco a pouco se apagando.
“A partir dos anos 1960, Norma Bengell foi a cara, o corpo e a alma do cinema brasileiro”, comenta o diretor Daniel Filho, em apresentação do livro. “Em 2012, fui a um aniversário da Norma em que havia muitos lugares para convidados, mas muito poucos presentes. Ali entendia o significado da palavra solidão”, conta o documentarista Silvio Tendler. “O texto de Norma não é apenas a narrativa das aventuras artísticas de uma menina que conseguiu furar a barreira do anonimato e saltar o muro enganoso da fama: é uma narrativa cheia de lances humanos e, poderíamos chamar, de saudável caldo humanista, em que a emoção e os sentimentos mais profundos da alma estão à flor da pele”, conclui o produtor Luiz Carlos Barreto. Sem normas, a atriz mostra, com o livro, que, acima de tudo, morreu desconhecida de todos.
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blog-fitness4all · 4 months
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Holmes Place - Cascais
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Sobre Holmes Place em Cascais
Situado junto ao mar, este club Platinum dispõe dos melhores equipamentos, bem como de serviços de alta qualidade, proporcionando-lhe uma perfeita harmonia entre corpo e mente. O Holmes Place Cascais tem estúdio de pilates, equipado com a última geração de máquinas especializadas, reformer, cadillac etc… e os serviços mais completos de SPA – acessíveis a sócios e não sócios.
SERVIÇOS
FISIOTERAPIA APOIO PERSONALIZADO A nossa equipa de fisioterapeutas garante um serviço de alta qualidade na prevenção e tratamento de lesões, correção postural ou redução de dor. Garantindo assim uma vida melhor. TREINE SEM DOR Com a nossa equipa de fisioterapeutas, vai conseguir prevenir ou recuperar de lesões, assim como melhorar a sua postura e reduzir dor, conseguindo assim um maior bem-estar no seu dia a dia. MENTE SÃ, CORPO SÃO A nossa abordagem única não só trabalha o nosso corpo como também ajuda a que a nossa mente se acalme. Quando reduzimos o desconforto físico abrimos espaço a melhorar também o nosso estado de espírito. MANTENHA O MOVIMENTO É vital trabalhar todo o corpo, inclusive músculos que as nossas aulas e treino não trabalham. É por isso que este serviço complementa de forma exemplar toda a nossa oferta, para um treino realmente completo. NUTRIÇÃO ACOMPANHAMENTO Os nossos nutricionistas vão garantir-lhe um plano alimentar baseado na sua condição fisica, preferências e objetivos. Desta forma será simples viver de forma mais saudável com um acompanhamento garantido. PLANO PESSOAL Os nossos profissionais vão criar uma análise completa com base em medições e na sua idade metabólica, para criar o seu plano ideal de alimentação. APOIO PESSOAL O seu progresso será acompanhado com apoio e orientação, para que os seus objetivos se tornem uma realidade na sua vida e no seu corpo. GO PERSONAL Muito mais do que apenas mostrar o caminho, percorremos cada passo lado a lado, sempre focados no seu bem-estar. Connosco, vai investir o seu tempo e esforço de forma eficaz, encontrando uma opção segura e agradável de alcançar os seus objetivos. WELLNESS & SPA TERAPIAS E SERVIÇOS DE BELEZA Termine a sua rotina de treino e relaxe completamente com uma massagem. Vai encontrar nos nossos clubes o seu momento ideal de bem-estar. SPA Profissionais e terapeutas de excelência dentro do seu clube! Conte com uma vasta oferta de terapias e serviços que vão elevar a sua disposição e bem-estar. SAUNA & BANHO TURCO Oferecemos acesso livre a todas as nossas saunas e banhos turcos, para garantir o momento perfeito de desintoxicação e relaxamento. JACUZZI Não fique com dores musculares pós-treino! O jacuzzi é o local ideal para aliviar as dores e relaxar, sem nunca sair do clube. PLANT-BASED KITCHEN Bem-vindos à nossa cozinha do Palácio Sottomayor. Aqui, queremos partilhar e ensinar como podemos cozinhar de forma simples, criativa, saborosa e nutritiva alimentos que todos conhecemos, com o propósito de tornar os nossos hábitos alimentares mais saudáveis, ajustados às nossas necessidades diárias. Participe nos nossos workshops e bom apetite!
Modalidades
- Xpress classes - Cycle - Aqua - Kids - Dance Morada: Hotel Cascais Miragem Avenida Marginal, 2754-536 Cascais Telefone: 21 006 0600 E-mail: [email protected] Horário Segunda / Sexta: 07:00 - 22:00 Sábado: 08:00 – 19:00 Domingo: 10:00 – 18:00 Página Web| Facebook| Instagram| Mapa de Aulas
Fotos Holmes Place - Cascais
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Mapa Holmes Place - Cascais
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ambientalmercantil · 4 months
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mundo-sem-pirralhos · 6 months
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EGOÍSMO É SE REPRODUZIR NUM MUNDO DE CAOS SKSK.
Egoísmo. Falemos então sobre egoísmo.
Todos me dizem o seguinte: "se você não quer ter filhos tudo bem, mas deixa os outros terem, isto não interfere na sua vida". Vejamos, como assim não interfere? Interfere sendo mais um a usar fraldas que levarão 400 anos para se decompor, mais um a usar todos os recursos naturais do planeta, mais um pro consumismo, pro governo explorar mão de obra barata. Mais um pra disputar vaga em escolas, universidades, hospitais, mercado de trabalho. Mais um pra morrer na fila do SUS, mais um pra passar trabalho e ver o caos que está este mundo. Mais um que talvez vire um marginal, sim pq o seu filho tem muito mais probabilidade de ser um vagabundo do que algum doutor como vocês sonham. Será mais um no sistema, neste sistema em que a minha geração perdeu os direitos trabalhistas e provavelmente não vai se aposentar, pq tem gente demais no mundo, não é apenas por causa da corrupção, é também culpa da superpopulação. Então, cada ser humano que nasce, afeta indiretamente a minha vida sim. "Ah mas você está sendo egoísta". Egoísta com quem? Comigo? Jamais. Minha liberdade não tem preço. Com você? Menos ainda, não estou botando mais um ser neste mundo. Com a criança que ia nascer? Como assim? Como posso ser egoísta com um ser que não existe?! "Ah mas você nasceu". Sim. Nasci. Mas não pedi. Como eu queria não estar aqui. Nasci por irresponsabilidade dos meus pais, mas pelo menos eles me deram educação e minha mãe está comigo pra tudo até hoje, só que sabemos que quase nunca é assim.
Revejam seu conceito de egoísmo. Childfree não é egoísta. Muito pelo contrário, você que põe filho neste mundo do jeito que está, é que o verdadeiro egoísta.
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petrosolgas · 1 year
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Governo quer transformar o Brasil no quarto maior produtor de petróleo do mundo e gerar novos empregos
O governo está implementando um programa para impulsionar os investimentos na exploração de petróleo e gás natural, visando promover o desenvolvimento regional e estimular a produção nacional. O objetivo é posicionar o Brasil como o quarto maior produtor de petróleo do mundo, além de gerar novos investimentos e empregos. O programa, denominado “Potencializa E&P”, será lançado pelo ministro de Minas e Energia em uma futura reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), cuja data ainda não foi definida.
Programa do governo tem como meta chegar a 5,4 milhões de barris de petróleo até 2029
Após as importantes descobertas de reservas de petróleo no pré-sal durante o governo do presidente Lula, houve um grande aumento nos investimentos em exploração e produção de petróleo e gás natural, principalmente pela Petrobras. Atualmente, o Brasil produz três milhões de barris de petróleo por dia e tem como meta chegar a 5,4 milhões de barris até 2029, para se tornar o quarto maior produtor de petróleo do mundo, sendo que 80% dessa produção virá do pré-sal.
O programa Potencializa E&P tem como um de seus principais enfoques o potencial da Margem Equatorial, uma nova fronteira exploratória brasileira localizada em águas profundas e ultraprofundas, ao longo da costa entre os Estados do Amapá e Rio Grande do Norte. O programa também promoverá o desenvolvimento regional, incentivando a participação de produtores independentes, que geralmente têm interesse em campos maduros ou de viabilidade econômica marginal.
Projeto do governo irá desenvolver novas fronteiras exploratórias
O governo ressaltou a importância de dar continuidade às ações dos governos Lula e Dilma, que resultaram em avanços significativos na exploração de petróleo e gás natural, a fim de reabastecer as reservas de recursos energéticos. Isso se torna ainda mais urgente, uma vez que o indicador R/P (relação entre as reservas provadas e a produção) está em 12,5 anos.
As áreas restantes do pré-sal para exploração apresentam um alto risco geológico e um potencial limitado para novas descobertas de grandes volumes de petróleo e gás natural. Por essa razão, é crucial desenvolver novas fronteiras exploratórias, como a margem equatorial brasileira, que se estende desde o litoral do Rio Grande do Norte até o Oiapoque (AP), no extremo norte do país.
Fortalecimento da indústria de petróleo e gás irá trazer oportunidades de emprego
O setor de petróleo e gás natural é visto pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, como um importante impulsionador do desenvolvimento do Brasil. Com participação de 15% no PIB industrial do país, responsável por 48% da oferta interna de energia e gerando mais de 1,6 milhão de empregos diretos e indiretos, o setor se mostra crucial para a economia brasileira.
O ministro também destacou que países como Guiana e Suriname estão atraindo investimentos e gerando riqueza com a exploração de petróleo, enquanto o Brasil não tem avançado devido à inércia do governo anterior.
Para Silveira, é importante promover o fortalecimento da indústria de petróleo e gás, visando a geração de oportunidades no Norte e Nordeste do país. Segundo ele, isso pode ser feito por meio da qualificação técnica dos jovens e pela abertura de novas vagas de emprego na indústria do petróleo. O ministro enfatiza que o pré-sal da margem equatorial tem o potencial de revolucionar a economia dessas regiões, gerando empregos, renda e oportunidades para jovens em busca de uma carreira melhor.
Ministro acredita que o programa pode trazer avanços significativos para o setor de óleo e gás
Em sua declaração, Silveira também destaca que a gestão anterior não concedeu licenciamentos ambientais seguros e responsáveis para a exploração de petróleo, prejudicando ainda mais o desenvolvimento do setor. Ele ressalta que o último poço licenciado na região foi em 2015, durante o governo Dilma, e desde então nada foi feito para melhorar o processo de licenciamento ambiental.
O ministro acredita que o programa Potencializa E&P pode trazer avanços significativos para o setor, transformando o Brasil no quarto maior produtor de petróleo do mundo, incentivando investimentos e gerando oportunidades para o desenvolvimento econômico e social de regiões menos desenvolvidas.
O post Governo quer transformar o Brasil no quarto maior produtor de petróleo do mundo e gerar novos empregos apareceu primeiro em Petrosolgas.
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Click Moçambique
Andar por Moçambique e… fotografar. Uma combinação inevitável, quase obrigatória e viciante. Aqui colocaremos os nossos cliques por terras e gentes de Moçambique. A foto foi tirada na Marginal de Maputo, praia da Costa do Sol. Há uma geração nova de moçambicanos que, vencidas as dificuldades que o país atravessou nas últimas décadas, começa a ter tempo e condições para usufruir do seu país. A…
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terreirodequimbanda · 2 years
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Nossa Quimbanda Uma Quimbanda Ancestral
Nossa Quimbanda – Uma Quimbanda Ancestral https://www.tradicaodassombras.com.br/nossa-quimbanda-uma-quimbanda-ancestral/ Nossa Quimbanda - Uma Quimbanda Ancestral De forma recorrente somos indagados aqui no terreiro, geralmente por pessoas NÃO iniciadas em quimbanda, sobre qual a nossa quimbanda, qual a nossa “””vertente”””. Pois bem. Hoje vamos esclarecer isso de uma vez por todas. Lá nos idos dos anos 90 os então praticantes de quimbanda não eram associados a “vertentes” mas sim a “ciclano, filho de fulano, neto de beltrano” e assim por diante. O quimbandeiro, na época, era suficiente por si só, ou seja, ou sabia fazer feitiçaria e “fazia acontecer” ou não. Com esse contexto, ao longo de minha trajetória junto a minha falecia iyalorixá, ela sempre falava que aquilo que praticávamos, se queriam tanto rotular, poderiam chamar de “quimbanda nagô”, uma quimbanda ANCESTRAL. E nem por isso ELA assim chamava de algo além de quimbanda e ponto, pra ela e para os seus iguais que iniciaram lá nos anos 1920~1930 no culto (os quais eu tive grande prazer em sentar no banquinho e ouvir suas histórias, aprender suas mirongas e feitiçarias), quimbanda era só quimbanda, vinda dos antigos feiticeiros Kimbanda que passavam de geração a geração suas práticas e conhecimentos. Quimbanda Ancestral E por minha trajetória, por minha história, que foi construída ao longo de literalmente DÉCADAS de caminhada e aprendizagem com diversos outros mais velhos e mais novos na quimbanda, nas mais diversas famílias e “”””vertentes”””” é que nos encaixamos melhor no que chamamos de QUIMBANDA ANCESTRAL. Chamamos então de Quimbanda Ancestral nossa própria visão de quimbanda e feitiçaria afro-brasileira onde praticamos aquilo que os mais velhos nos ensinaram, aquelas práticas que nos foram passadas nos idos dos anos 1990 por pessoas que então tinham mais de 50~60 (alguns bem mais, na verdade) anos de práticas de quimbanda e feitiçaria. Claro, com acréscimos trazidos pelos ensinamentos ao longo do tempo dados pelos mestres exus e pombagiras que acompanham nossa família a gerações. Uma quimbanda única, praticada por nós da família Tradição das Sombras e por alguns quimbandeiros mais antigos como nós que buscam sair desse “oba oba” de hoje em dia. Cada Terreiro é Único Acredito firmemente na individualidade de cada prática, de cada ensinamento trazido pelos compadres e comadres, pelos espíritos ancestrais que foram outrora magistas e feiticeiros das mais variadas práticas e que hoje atendem o nosso chamado sob a alcunha de Exu e Pombagira (e demais espíritos quimbandeiros). Se ninguém é igual a ninguém, como podem querer colocar práticas individuais em “caixinhas” chamadas vertentes criando padrões e organizações em um culto verdadeiro caótico, volúvel e desconstruídor? Não gosto disso e não irei ditar regras em outros terreiros, outras famílias e nem nada do tipo. Essa apenas é minha história, minha trajetória, é o como tudo me foi ensinado. Respeito a todos os demais terreiros de quimbanda pois sabemos na pele como é difícil ser de um culto marginal, um culto dos excluídos e rejeitados. E como tal, podemos não pensar 100% igual e aí que mora a beleza do culto a exu e pombogira: na pluralidade de caminhos pavimentado em puro enxofre, sangue e dendê! Este conteúdo apareceu primeiro em Tradição das Sombras através do link Nossa Quimbanda – Uma Quimbanda Ancestral.
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brunomarra · 7 years
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Guilherme Mandaro (1952 – 1979)
novamente é verão abaixo do equador novamente veremos debaixo do sol as variedades dos filmes antigos saberemos o nome dos ventos sorrisos muito brancos dores coloridas amores impossíveis segundo os almanaques olhem-se feijão milho abóbora e manga não se cortam madeiras nem se deitam galinhas ou outras aves as ruas avenidas e ônibus tornam-se insuportáveis como já sabiam os índios daqui que não faziam cidades * tô saturado de todos códigos de linguagem de linhagem tô com a língua seca pra lá da cerca enquanto o futuro do trabalho continua sendo o salário micha arrocho sufoco insegurança nacional o fim da miséria não é o fim da miséria na calçada um lenço vermelho nega o cimento * meu amigo de infância continua emagrecendo fala depressa diz que a vida tá difícil que mário continua exagerando que ele vai à praia ali mesmo enquanto a cerveja sobra no copo alguma coisa sobra no papo a noite apenas começa
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adeuspassado · 3 years
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Hipster
O que é um Hipster? Nessa questão entramos no território da Língua inglesa tal como é falada nos EUA (lembrar da distinção feita por Barthes entre langue e parole), especialmente as "gírias" faladas pelos músicos negros de jazz na década de 1940. O termo hipster se refere a toda uma "subcultura dos anos 1940", ou seja, uma cultura underground, porque diretamente associada à comunidade negra dos EUA numa época em que ser negro era realmente estar numa posição social marginal, uma época em que era inimaginável um "presidente preto" na Casa Branca. No início dos anos 1940, o termo "hipster" ou "hepcat" referia-se aos aficionados do jazz, em particular do bebop, que se popularizou nessa década. O hipster adotou o estilo de vida do músico de jazz, incluindo alguns ou todos os seguintes modos: as roupas, a gíria, o uso de maconha e outras drogas, uma atitude relaxada, humilde e às vezes sarcástica, pobreza auto-imposta e costumes sexuais liberais ou desinibidos. Essa é a definição primária: o hipster é um indivíduo artístico, boêmio, que adora jazz ou mesmo toca algum instrumento, e adota o estilo de vida dos músicos de jazz.
O hipster padrão era o cara branco que ia até o bairro negro (o Harlem era o paradigma) para ouvir Charlie Parker ou Thelonius Monk. Contudo, originalmente se referia a qualquer um "ligado" no jazz. Nos primeiros dias do jazz, os músicos usavam a variante hep para descrever qualquer pessoa "por dentro" do mundo que girava em torno do jazz. Eles e seus fãs eram conhecidos como hepcats. Em 1938, a palavra hepster foi usada pelo músico Cab Calloway no título de seu dicionário, Cab Calloway's Catologue: A "Hepster's" Dictionary , que define hepat cat como "um cara que sabe todas as respostas, entende jive ". O que é jive? Jive talk ou Harlem jive era o jargão do jazz, a gíria do jazz, o "vernáculo do mundo do jazz" ou "linguagem hip", um dialeto inglês afro-americano desenvolvido no Harlem, onde "jive" ( jazz ) foi tocado e amplamente adotado na comunidade afro-americana, com seu pico na década de 1940. O jornalista e ensaísta H. L. Mencken definiu jive como "um amálgama de gírias negras do Harlem e as gírias de viciados em drogas e criminosos mesquinhos, com acréscimos ocasionais das colunas de fofoca da Broadway e do campus do colégio (high school campus)". Esse foi o contexto lingüístico de onde surgiu o vocábulo hipster. Como vemos, um contexto marginal ou fora de qualquer padrão acadêmico...
No transcurso da década de 1940, o termo hip ganhou popularidade entre os músicos de jazz, para substituir o hepcat. Em 1944, o pianista Harry Gibson modificou hepcat para hipster em seu breve glossário "For Characters Who Don't Dig Jive Talk", publicado em 1944 com o álbum Boogie Woogie In Blue , apresentando o sucesso autointitulado "Handsome Harry the Hipster". Os hipsters ou descolados foram definidos como "personagens que gostam de jazz quente." Em 1947, Gibson procurou esclarecer a mudança no disco "It Ain't Hep", que descreve musicalmente a diferença entre os dois termos. A questão Hip vs. Hep é hoje datada e só interessa aos historiadores da cultura. O mais importante, sociologicamente, é compreender a extensão do "modo de vida hipster" na sociedade afluente norte-americana.
Nos anos 50, os hipsters eram geralmente jovens brancos de classe média que buscavam imitar o estilo de vida dos músicos de jazz negros que admiravam. Foram esses jovens que Kerouac, ele mesmo um aficcionado do jazz, idealizou como a Beat Generation (sendo que o próprio termo Beat também fazia parte do vernáculo ou jargão jazz). Em The Jazz Scene (1959), o historiador Eric Hobsbawm descreveu a linguagem hipster, ou seja, "jive-talk ou hipster-talk", a "conversa hipster" como "um jargão ou cant projetado para definir o grupo separado dos estranhos". Um cant é o jargão ou linguagem de um grupo, muitas vezes empregado para excluir ou enganar pessoas de fora do grupo (um tipo de linguagem secreta com elementos de hipocrisia). Nessa época, "hipster" já era um termo na moda, usado para designar um grupo social específico. Este grupo inclui artistas, escritores e músicos de jazz, além de seus fãs ou epígonos, formando um típico "círculo boêmio". Nesse grupo já figuram os "poetas beats", certos artistas que popularizaram o "estilo de vida hipster" e os músicos de jazz brancos, como Benny Goodman, Al Cohn, Gerry Mulligan, Stan Getz, Mezz Mezzrow, Barney Kessel, Doc Pomus, Bing Crosby, Frank Sinatra, Dean Martin, Jerry Lewis, Joey Bishop, Chet Baker, Gene Krupa, Jack Kerouac & Cia., que deveriam ser considerados alguns dos verdadeiros hipsters originais, ao lado dos negros. Os hipsters foram fundamentais para transformar o "mundo branco" ou WASP e sua cultura nas décadas de 1940 e 1950. O clarinetista Artie Shaw descreveu o cantor Bing Crosby como "o primeiro branco descolado (hip white person) nascido nos Estados Unidos". 
Os descolados ou hipsters estavam mais interessados ​​no bebop e no jazz "quente" do que no blues ou folk-music. Os jovens brancos começaram a frequentar as comunidades afro-americanas (os "bairros de preto") por causa de sua música e dança, mas também por um desejo de fugir das regras e normas convencionais. Esses primeiros jovens divergiram do mainstream devido às suas novas filosofias de vida, uma espécie de "existencialismo americano" que valorizava a diversidade racial, uma natureza sexual exploratória (o modo de vida hipster foi o início da "revolução sexual") e o hábito de usar drogas. A droga de escolha era a maconha, e muitos termos de gíria hipster eram dedicados à substância. Esse estilo de vida se expandiu rapidamente no final dos anos 50, com uma florescente cena literária desenvolvida pelos beats (o vocábulo beat é outro termo de origem afro-americana). Em 1958, Jack Kerouac descreveu a geração beat como loucos hipsters iluminados "vagando pela América, vagabundeando e pegando carona em todos os lugares". Perto do início de seu poema Howl, publicado em 1956, Allen Ginsberg mencionou "hipsters com cabeça de anjo queimando pela antiga conexão celestial com o dínamo estrelado na maquinaria da noite". Em seu ensaio de 1957 The White Negro, Norman Mailer caracterizou os hipsters como existencialistas americanos, vivendo uma vida cercada pela morte - seja aniquilada pela possível guerra atômica ou estrangulada pela conformidade social - e optando por "divorciar-se da sociedade", para existir sem raízes ou partir naquela jornada desconhecida para satisfazer os "imperativos rebeldes do eu".
Jack Kerouac e Norman Mailer foram provavelmente os dois autores que mais contribuíram para criar uma mitologia do hipster. O ensaio de Norman Mailer de 1957, intitulado "The White Negro", tornou-se para muitos o exemplo paradigmático da ideologia hipster. Mailer descreve os hipsters como indivíduos "com origem de classe média", que tentam "diminuir sua brancura" e adotar o que acreditam ser "o estilo de vida despreocupado, espontâneo e descolado dos hipsters negros": sua maneira de falar e linguagem, seu uso de drogas, sua apreciação do jazz e do blues, e sua forma supostamente mais livre de procurar o bom orgasmo (há no texto de Mailer uma forte influência da psicanálise de Wilhelm Reich). Em um aceno para a discussão de Mailer sobre hipsterismo, outros autores trataram do fenômeno durante todo o período da "contracultura dos anos 60".
Jack Kerouac, que se tornou um símbolo da contracultura, uma espécie de avô dos hippies, em um pequeno artigo publicado como "Aftermath: The Philosophy of the Beat Generation" na revista Esquire, em março de 1958, afirma que a "Geração Beat" foi uma visão que ele e John Clellon Holmes tiveram, no final dos anos 40, sobre "uma geração de hipsters loucos e iluminados aparecendo de repente e vagando pela América, sérios, vagabundos e pedindo carona em todos os lugares, esfarrapados, beatíficos, belos de uma nova maneira graciosa e feia". Era uma visão que parecia confirmar a profecia de Arthur Rimbaud, o poeta simbolista francês, a respeito de uma "revolução de costumes".
De fato, Rimbaud, esse genial poeta que abandonou tudo e foi viver na África, no meio dos pretos, pode ser considerado o primeiro Hipster da cultura ocidental.
No clássico Uma Temporada no Inferno, lemos o seguinte: "Sonhava cruzadas, viagens de descobertas das quais não existem notícias, repúblicas sem história, guerras de religião sufocadas, revolução de costumes, deslocamento de raças e continentes: eu acreditava em tudo quanto era encantamento" - Rimbaud. Foi esse o imaginário que influenciou toda a literatura ocidental posterior, todos os movimentos de vanguarda derivados do simbolismo e mesmo todo o "espírito" da contracultura. A figura de Rimbaud é absolutamente central e paradigmática para se entender como o mundo moderno "liberal" se transformou na pós-modernidade. O mito Rimbaud, explorado por sucessivas gerações, deu ao Ocidente uma fórmula de evasão e de "alquimia do verbo" que funde o "desregramento dos sentidos" ao sentimento do sagrado. Foi o próprio poeta francês que tornou isso possível ou que sugeriu essa possibilidade: "Acabei considerando sagrada a desordem de meu espírito" - Rimbaud.
Na obra poética de Rimbaud encontramos já plenamente desenvolvida uma característica típica do hipster: a sensação de estar "fora do mundo", de viver à margem das coisas ou na periferia do sistema social. "A verdadeira vida está ausente. Não estamos no mundo" - Rimbaud. Essa afirmação se repete outras vezes: "Ah! o relógio da vida parou neste instante. Já não estou no mundo" - Rimbaud. Essa impressão é acompanhada por certa melancolia ou exaustão... "Minha vida foi somente doces loucuras, é lamentável. (...). Decididamente, estamos fora do mundo. (...) Estou exausto!" - Rimbaud. Exausto! Derrubado! Vencido! Era exatamente assim que os negros se sentiam quando usavam o termo "beat", colhido por Kerouac. E Rimbaud chegou mesmo a escrever: "Sou um animal, um negro".
L' Eternité c'est la mer mêlée au soleil. A poesia de Rimbaud é tão rica visualmente que parece antecipar as explorações cognitivas com drogas psicodélicas. Em sua origem, esse tipo de experiência estava associado a uma busca legítima de conhecimento, como podemos ver no ensaio de Aldous Huxley, As Portas da Percepção. O título da obra alude a essa passagem: "Se as portas da percepção fossem purificadas, todas as coisas surgiriam diante do homem como verdadeiramente são, infinitas" - William Blake (um autor muito influente na contracultura americana). Toda a espiritualidade da contracultura foi uma tentativa de captar esse Infinito. Vivemos simultaneamente em dois mundos: um é material - ar, fogo, água e terra - e limitado por leis do espaço/tempo; o outro, o universo espiritual, é infinito. Que o infinito possa ser "tocado" por meio de drogas é algo já sugerido pelo "pai do simbolismo", Charles Baudelaire, na obra Paraísos Artificiais, de imensa influência no contexto da contracultura. Talvez o próprio termo "alucinógenos" tenha sido popularizado pela influência dos autores simbolistas. "As alucinações são inumeráveis" - Rimbaud.
Os poetas loucos, os poetas rebeldes, são a origem das rebeliões juvenis em massa que transformaram o Ocidente. A tal "revolução de costumes" é hoje um fato consumado. E nessa revolução é notável destacar que o lugar do negro, do homossexual e da mulher na sociedade foi alterado. O homem branco, diante dessa revolução, pode sentir tanto simpatia como antipatia (e talvez a principal diferença entre liberais e conservadores seja uma diferença de afetos). De acordo com o estoicismo grego, tais são as influências que os seres humanos exercem entre si: atrativa, que provoca simpatia; repulsiva, que provoca antipatia; e neutra, que resulta na indiferença.
Em meio a esse pathos ambivalente, o macho branco que curte jazz e marihuana e cerveja artesanal e comida vegetariana e poesia francesa, pode ver a si mesmo numa linhagem de estranhos cavaleiros... Os "Delicados cavaleiros da tempestade" (Hart Crane). Um verso que serviu para Jim Morrison, um dos artistas mais conscientes da evolução poética que ia dos simbolistas aos beats, compor uma de suas canções mais conhecidas... estou falando, é óbvio, de Riders on the Storm...
Jim Morrison foi um assíduo leitor de Rimbaud, Kerouac e Blake, ele largou o curso de cinema na UCLA (foi colega de classe de Coppola) e tornou-se o vocalista do The Doors. O nome da banda The Doors, aliás, veio de um verso de William Blake: "There are things that are known and things that are unknown; in between are doors". A crítica na época não viu o The Doors simplesmente como mais uma banda de rock. "A música do The Doors é uma música de revolta. Ela fala da loucura que existe em todos nós. É mais surreal que psicodélica..." (Gene Youngblood, Los Angeles Free Press, 1967). As canções compostas por Morrison tinham relação com elementos profundos do psiquismo... Não era simplesmente "diversão".
Blake, Rimbaud, Kerouac e Morrison foram profundamente ligados a temas místicos ou sagrados, em geral confrontados com o "problema do mal" ou vistos sob um pano de fundo de desolação e loucura. A revolta, a loucura e a violência são a marca do século XX. Há sangue nas ruas de Chicago. Sangue nas ruas de Paris. Sangue nas ruas da cidade de San Paolo del Brasile. There's danger on the edge of town... (The Doors). É nesse cenário violento que aparece o hipster, no ocaso do sol... O hipster ou beatnick dos anos 50 está em busca de sentido, não só gozo e aventuras. O vagabundo errante é o mesmo beatnik que segue viagem até o retorno ao estado primitivo de filho do Sol. "Por sete anos vivi no lasso palacete do exílio... Amanhã entramos em minha cidade natal" - Jim Morrison. Sete anos é apenas um símbolo. Toda essa vida é um exílio, e a nossa "cidade natal" fica no Além. Essa foi a "mística beat" que tantos jovens seguiram...
Mas agora me parece necessário fazer uma digressão. Kerouac tínha ouvido a palavra 'beat' ser falada nas esquinas da Times Square e no Village, e em outras cidades na América do pós-guerra. Beat é um estado de espírito, significando "para baixo" (derrubado) e "para fora" (marginal), mas cheio de convicção ou fé intensa. Em seu contexto original, o termo beat nunca significava delinquentes juvenis, "significava personagens de uma espiritualidade especial que não se uniam, mas eram Bartlebies solitários olhando pela janela morta de nossa civilização" - os heróis subterrâneos que finalmente abandonaram a falsa liberdade do Ocidente e estavam tomando drogas, ouvindo bebop, tendo lampejos de percepção, experimentando a "perturbação dos sentidos", falando estranho, sendo pobre e feliz, profetizando um novo estilo para a cultura americana, um novo estilo de vida, um novo encantamento... (assim pensava Kerouac). "Mas quanto à existência real de uma geração Beat, provavelmente era apenas uma ideia em nossas mentes". Kerouac se recorda de ficar acordado 24 horas, na companhia de amigos, bebendo xícara após xícara de café preto, tocando disco após disco de Wardell Gray, Lester Young, Dexter Gordon, Willie Jackson, Lennie Tristano etc., e "falando loucamente sobre aquele novo sentimento sagrado lá fora nas ruas". Kerouac imaginava "histórias sobre algum estranho e beatífico negro hepcat santo com cavanhaque pegando carona em Iowa com uma trompa nas costas e trazendo a mensagem secreta de fluir para outras costas, outras cidades, como um verdadeiro Walter, o Sem dinheiro, liderando uma invisível Primeira Cruzada...". Para Kerouac, a Geração Beat tinha como herói o homem negro pobre de espírito livre e coração musical. "Nós tivemos nossos heróis místicos e escrevemos, ou melhor, cantamos romances sobre eles, erguemos longos poemas celebrando os novos 'anjos' do underground americano". Na realidade, porém, havia apenas um punhado de hepcats reais que vagavam pela América, e o que havia desapareceu rapidamente durante a Guerra da Coréia, diz Kerouac, quando (e depois que) "um novo tipo de eficiência sinistra apareceu na América", e talvez isso tenha sido o resultado da universalização da televisão e nada mais... Muitos personagens da cena hip depois de 1950 desapareceram em prisões e manicômios, ou foram humilhados em conformidade silenciosa, e assim "a própria geração teve vida curta e foi pequena em número" (Kerouac).
Kerouac parece oscilar entre duas concepções ou imagens da Geração Beat, uma real (ligada ao mundo do jazz dos anos 40) e outra ideal (aquilo que a sua própria geração deveria ter sido). O significado da palavra beat, segundo John Clellon Holmes, envolve "uma espécie de nudez de espírito", e o "sentimento de estar reduzido à primitividade da consciência". Essa primitividade não quer dizer idealizar a natureza, o que poderia ser ironizado: "E a primavera trouxe-me o horrível gargalhar do idiota" - Rimbaud. O "primitivo" do beatnik ou do hipster não é o "primitivo" do romantismo. É algo muito mais selvagem e perigoso, pois envolve uma descida aos aspectos sombrios da existência, tal como se pode ver em Baudelaire ou Céline, e mesmo Dante.
A busca do sentido da vida é uma questão espiritual, e esse é o tema de fundo de toda a "mística beat" ou de toda espiritualidade que possa haver no existencialismo americano ou modo de vida hipster. "(...) o problema da vida moderna é essencialmente um problema espiritual" - John Clellon Holmes. O que está em questão é conhecer a Verdade. On the Road, de Jack Kerouac, 'Um Bárbaro na Ásia', de Henri Michaux, 'O Coração das Trevas', de Joseph Conrad, 'Marcas Marinhas', de Saint-John Perse, representam uma espécie de "épico moderno" da exploração interior. São viagens de psiconautas pelos abismos da alma...
O problema é que conhecer a verdade pode ser impossível para quem vive em um estado de alienação. "Nossos corações encontram-se poluídos demais para conhecer aquilo que chamamos verdade" (Wallace Fowlie). Mas os poetas, os maiores poetas, conseguem furar essa barreira e ver o maravilhoso, testemunhar o real. Walt Whitman acreditava, no dizer de Gay Wilson Allen, "que Deus encarnou a Si mesmo em Sua criação, e que, para compreender Deus, o homem deve simplesmente comungar com a Natureza visível". O panteísmo de um poeta, de um grande poeta, porém, não reduz o sagrado ao dado material. Um poeta, um verdadeiro poeta, está sempre ao lado de Dante e Homero, e não pode ter uma visão materialista das coisas. Natureza é matéria (terra, água, fogo, ar), vida (vegetal, animal, fungi, monera, protista) e Noosfera (as leis naturais, a ordem cósmica, e a esfera da consciência ou espírito - Nous). O mundo da vida é mundo da consciência, isto é, do Espírito.
Poetas não fazem profissão de ceticismo. Um poeta não pode negar o Espírito sem matar o coração do lirismo. Crisipo, o estóico, afirmava que "não há movimento sem causa" e que "toda proposição é verdadeira ou falsa". Nenhum ceticismo é capaz de refutar o princípio de causalidade ou o princípio lógico do "terceiro excluído". Um poeta sente a mesma convicção a respeito das "verdades do coração". Poetas acreditam na verdade, acreditam que é possível acessar o real, o real profundo do Espírito, contudo não se ocupam em descrever o real com "linguagem ordinária" e fazem da linguagem um uso não-convencional.
Não existe vida experimental sem linguagem experimental. Um poeta explora a linguagem para representar o Mundus Imaginabilis. É a consciência do possível que nos faz sair do fatalismo. Nem tudo o que se realizou no passado era necessário. E nada do que será feito tem uma consistência imutável. A civilização é um castelo de areia ou um "jogo de linguagem". O estilo de vida hipster é puro "jogo de linguagem".
Uma enorme pedra caiu do céu. Uma pedra negra de Baal. Um clarão de meteoros rasgou o véu. Estrelas transcendentais despertaram na noite. A consciência gira em êxtase. A roda de Duchamp gira. A terra gira. A menina negra brincando no pátio gira. E o tempo é mais doce que uma sinfonia...
Fazer poesia é inventar a si mesmo. É a auto-afirmação da personalidade. Indivíduo humano, pessoa, sujeito: corpo, mente, espírito. Tudo interligado. O corpo com a Matéria, a mente com a Cultura, o espírito com o Universo ou a Verdade do Ser.
Ser indivíduo é ser parte do Universo. Marco Túlio Cícero, em um tratado sobre o destino, escreve "Duo indiuidua" querendo dizer "dois átomos". A questão é que Átomo significa propriamente "indivisível", e Cícero traduz literalmente por indiuiduum (indivíduo) essa palavra grega. O hipster é um indivíduo, um "átomo" do Todo. E se o Universo é sagrado, o hipster é sagrado. Tudo o que vive é sagrado, dizia Wlliam Blake. Esse é o significado da Nota de rodapé para Uivo, a ultima parte do famoso poema de Allen Ginsberg.
O poeta, esse ser individual, está enamorado do Caos. O Caos primordial transcende o Tempo. O Caos é a Origem. A Origem é o Destino. O importante é aceitar o Destino.
A fuga que o poeta louco empreende do mundo convencional do mercado, indo na direção do mundo interior, é uma busca pela pureza original da Idade de Ouro... Cair no centro azul de uma visão solar e perder todas as antigas referências inúteis é o princípio da poesia. Recomeçar a partir da verdadeira Origem, o fim.
A finalidade da vida sempre tem relação com o descobrimento do indizível. "A Essência da Existência é o estado de Buda" - Jack Kerouac (Mexico City Blues). Mas, para descobrir a verdade interior, pode ser preciso ocultar a verdade exterior. I must find a place to hide... (The Doors). Esse mundo de juros e ganância não é uma comunidade de "vagabundos do dharma". O fantasma da guerra nunca tira férias... No one here gets out alive and it's all over for the unknown soldier. O que fazer antes do derradeiro fim? Music is your only friend until the end (The Doors). Assim é no Ocidente... quando tudo termina... ah Ocidente... "Os pântanos ocidentais!" (Rimbaud).
"Interesso-me por tudo que diz respeito à revolta, à desordem e ao caos" - Jim Morrison, o "xamã elétrico". Sentimentos são reais. "A vida é um Domingo" - Vassili Kamiênski. Ensolarado é o meu sonho. "O mundo do espírito é o mundo verdadeiro - os raios do espírito, os raios reais" (Jack Kerouac). Ainda resta o Livro das Mil e Uma Noites para a nossa consolação...
La Liberté revit (Rimbaud). Estamos salvos! Nunca mais serei ateu! "Horror de minha idiotice" - Rimbaud. Estamos salvos! Mas o capitalismo é o inferno... "Acredito-me no inferno, logo estou nele. (...) O inferno nada pode contra os pagãos" - Rimbaud. Estamos salvos! Estamos loucos! Estamos drogados! "Bebi um grande gole de veneno" - Rimbaud.
A práxis poética de Rimbaud está associada ao tópos da evasão, da vagabundagem e da aventura. Rimbaud criou a ponte entre o sobrenatural e o surreal. O hipster, o fascista, o clown, o asceta, o anarquista, o aristocrata serão as faces do Novo Século Dadaísta.
A Uniao Europeia, a França especialmente, está fadada ao espetáculo de ver seus filhos fugindo para o Oriente ou para alguma floresta tropical. "Agora estou amaldiçoado, horroriza-me a pátria. O melhor é um sono, completamente bêbado, na praia" - Rimbaud. Nas florestas e desertos inóspitos a juventude européia irá encontrar aquela velha sabedoria dos almanaques escritos em javanês: "Tenho vivido mais ocioso que um sapo" (Jarbas, o bárbaro). Então, todo o esforço para realizar a Grande Obra será abandonado... "Detesto todas as profissões" - Rimbaud. Esse é o futuro da cultura ocidental?
Napoleão IV será muçulmano, pró-Eurásia e nacional-socialista.
Nossa era é uma era de revoltas e loucuras. "Pois o Imperador está bêbado de seus vinte anos de orgia!" (Rimbaud).
Rimbaud e Jim Morrison deram voz à postura de rejeição e desprezo da juventude contra a sociedade capitalista moderna, ou sociedade de massa, sociedade de consumo, sociedade do espetáculo etc. Contudo, essa atitude cínica não significa "resolver" os problemas sociais... "A contracultura foi uma forma de radicalismo que rejeitava os valores da classe média americana, abraçando um novo hedonismo que incluía sexo, drogas e rock and roll" (Wallace Fowlie). Esse novo hedonismo hoje já não tem nada de novo e é parte integrante da sociedade de consumo.
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amor-barato · 6 months
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I. Vamos fazer alguma coisa: escreva cartas doces e azedas Abre a boca, deusa Aquela solenidade destransando leve Linhas cruzando: as mulheres gostam de provocação Saboreando o privilégio Seu livro solta as folhas Aí então ela percebeu que seu olho corria veloz pelo museu e só parava em três, desprezando como uma ignorante os outros grandes. E ficou feliz e muito certa com a volúpia da sua ignorância. Só e sempre procura essas frases soltas no seu livro que conta história que não pode ser contada. Só tem caprichos. É mais e mais diária – e não se perde no meio de tanta e tamanha companhia.
II. Eu também, não resisto. Dans mon île, vendo a barca e as gaivotinhas passarem. Sua resposta vem de barca e passa por aqui, muito rara. Quando tenho insônia me lembro sempre de uma gaffe e de um anúncio do museu: “to see all these works together is an experience not to be missed”. E eu nem nada. Fiz misérias nos caminhos do conhecer. Mas hoje estou doente de tanta estupidez porque espero ardentemente que alguma coisa… divina aconteça. F for fake. Os horóscopos também erram. Me escreve mais, manda um postal do azul (eu não me espanto). O lugar do passado? Na próxima te digo quem são os 3, mas os outros grandes… eu resisto. Não fica aborrecida: beijo político nos lábios de cada amor que tenho.
Ana Cristina Cesar – Duas Antigas
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miguelitogarcia · 3 years
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O real significado do nome do Rio Tietê é em tupi “rio verdadeiro”, o mesmo tem mais de 1100 quilômetros de extensão. A nascente está na cidade paulista de Salesópolis e deságua na barragem do Jupiá, no rio Paraná, no município de Três Lagoas, estado do Mato Grosso do Sul. O rio cruza a região metropolitana de São Paulo e às suas margens corre o grande fluxo de tráfego da região pela Marginal Tietê. O rio Tietê tem a fama de ser sujo e poluído, mas na verdade isso só ocorre na região metropolitana onde os centros urbanos acabaram por invadir o que antes era tomado pela natureza. É um dos rios mais conhecidos do Brasil. Possui uma rede hidrográfica considerável e é aproveitado para agricultura, pecuária e geração de energia. ⠀ A fama de poluído se deu pelo fato de o rio receber toneladas de entulhos e despejos de resíduos, além do esgoto da cidade de São Paulo. O rio possui trechos considerados mortos. ⠀ Na altura do município de Santana de Parnaíba encontramos a usina hidrelétrica Edgar de Souza, que foi a primeira construída ao longo do rio Tietê. Existe ainda a Usina do Rasgão. Esses pontos contribuíram para a geração de grande parte da energia elétrica da Capital. O rio tem um trecho navegável e em sua maioria é limpo e com águas mais próximas do natural. O leito do rio Tietê abrange seis sub-bacias hidrográficas, que são: Alto Tietê; Sorocaba/Médio Tietê; Piracicaba-Capivari-Jundiaí; Tietê/Batalha; Tietê/Jacaré e Baixo Tietê. No total são 62 municípios que são banhados pelo rio. Foto by @db_drone 🚩 #saopaulocity #EuVivoSP #riotiete — view on Instagram https://ift.tt/3x9Qrn9
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reversenoise · 4 years
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Reverse Noise
por bruno
24/02/2020
“Só me interessa o que não é meu. Lei do Homem. Lei do antropófago”. Assim Oswaldo de Andrade descreve seu trabalho no início do que seria um dos projetos culturais mais importantes da história do Brasil na busca por uma identidade artística, linguística e originária. Superado o período de autodescoberta da Antropofagia de Andrade e de Tarsila, pode-se considerar que houve o desenvolvimento de uma produção artística autenticamente brasileira com a absorção da cultura estrangeira e sua reestruturação, que começa timidamente pelos instrumentos elétricos dos Tropicalistas e depois atinge seu ápice de originalidade criativa quase que simultaneamente, no Cinema e no Teatro Marginal, nas poesias da Geração Mimeógrafo e nos vanguardistas “Malditos da MPB”. Surgindo também como produto, produto de um mundo conectado e sem fronteiras, a Reverse Noise visa interligar o consumo, criação e a discussão acerca da produção visual, sonora, audiovisual e escrita feita pelo homem, oferecendo uma leitura crítica, clara e interpessoal, transmitida pela ótica de seus idealizadores.
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moraes2k9 · 5 years
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E POR FALAR EM JUSTIÇA...
Desde muito pequeno fui aprendendo coisas que o mundo julgava que seriam necessárias para que nele eu vivesse. E vivesse em harmonia...
E assim as “noções de sociedade” foram priorizadas.
Justamente a menor delas - a sociedade chamada família - serviu de palco para as minhas primeiras lições.
Lições que me ensinavam a como me comportar para ser aceito nesta (e depois nas demais) “sociedades” da vida.
Valores que não dependem do tempo, lugar ou cultura, recebem em todas as partes do mundo a ênfase necessária para que as crianças (como eu era) venham a tornar-se um cidadão (como agora eu sou) e possam, portanto, viver em qualquer tempo, em qualquer lugar, em qualquer cultura. Traduzindo: viver em qualquer “sociedade”.
Neste kit-cidadão, alguns valores são básicos: não-violência, respeito, liberdade religiosa, dentre outros.
Creio que o principal, o mais importante valor a ser transmitido de geração em geração, seja o absoluto, o irrestrito, o incondicionável amor à verdade.
A verdade e tão somente ela sustenta todos os outros valores.
Se assim não fosse, nada seria crível. Nem isto que escrevo.
Por isso, independente de tempo, lugar ou cultura, é preciso admitir a primazia da Verdade sobre os demais valores.
Sociedades são organismos dinâmicos, que são contextualizados num determinado tempo e evoluem junto com este tal de tempo.
Para que estas sociedades sejam além de dinâmicas, harmônicas, faz-se necessário a criação de “ordens”, sejam elas procedimentos familiares, regulamentos de escola, normas de empresa, condutas sociais, decretos e leis municipais/estaduais e por fim a Constituição do país.
Todos estes instrumentos se não estiverem atrelados à verdade, não tem valor nenhum.
É apenas lixo convertido em papel e tinta.
Mas se forem reais, verdadeiros, então podemos nos balizar por eles. Guiar por eles. Deixar que conduzam a nossa vida.
Mas o que acontece quando alguém, um membro de uma sociedade qualquer, por qualquer razão, resolve descumprir qualquer destas “ordens”?
Neste momento temos um procedimento marginal (de alguém que se coloca à margem, desta sociedade).
Como então conciliar o grupo social (que continua submetendo-se às “ordens” acordadas) com este cidadão-marginal?
Entra em cena a figura da Justiça.
É dela a incumbência de ver (apesar da venda) o que está errado, julgar e decidir.
Este processo em seu extremo pode até concluir que o procedimento do marginal é que está certo, sendo então necessário mudar o procedimento grupal.
Para isto as normas, regulamentos, decretos, leis, etc, mudam-se. Aperfeiçoam-se.
Mas esta é a exceção e não a regra.
Normalmente o processo de confronto faz-se a partir da premissa de que “vale o que está escrito” (a ordem estabelecida – por exemplo: não matar) versus o que for constatado como o procedimento do marginal (sem ofensa) em questão.
Para sustentar a verdade dos fatos, este processo exige de ambas as partes (sociedade versus réu) um momento da mais absoluta constrição a ela: o do juramento à Verdade.
Dizer a Verdade, somente a Verdade, nada mais que a Verdade.
De um lado (da sociedade) o promotor. Do outro (do réu) o advogado da defesa.
Ambos jurados a manter a virtude-Mãe, a Verdade, acima de tudo.
Até da Justiça.
Senão que justiça seria esta que calcada no lixo da mentira, submete uma sociedade, seja ela qual for, ao reino do faz-de-conta?
É neste confronto da busca da Verdade, que surge então a grande dúvida que me assalta.
Que me perturba.
Que me atormenta e me faz curioso.
- “Ele matou”, afirma um.
- “Ele não matou”, retruca o outro.
Ambos independentes do julgamento a que isto vier a ter, neste momento estão vivendo o seu momento-verdade.
Ambos estão a “serviço da Verdade”, sustentando a sua tese, reafirmando a sua verdade.
Ocorre que a Verdade não tem dois lados.
Apenas um é “Verdade”.
O outro é apenas prestação de serviço. Mera troca de competências por honorários.
E a busca da verdade, vai envolver o chamado rito das provas.
Esforço de ambas as partes para provar que o que foi dito é realmente a tal da Verdade.
Verdade esta muitas vezes desqualificada pela metodologia da sua busca.
É humilhante admitir que a verdade tem que ser consentida, porque se for extraída contra a vontade do mentiroso, então não vale!
Num grande cenário, envolvendo magistrados, jurados, togados, todos estão buscando (se houver) o tal do culpado (aquele que não diz a verdade).
Neste momento, eu paro e me pergunto.
Todos estão acreditando, mesmo, no que estão fazendo?
Todos estariam, mesmo, cônscios de que acima de tudo a Verdade deve ser preservada?
Ou vale o zelo pelo seu papel?
Pelo destaque que a mídia pode dar?
Pela fama que a sua atuação, possa proporcionar?
Até que ponto um destes “defensores” da verdade (que qualquer lado) submete-se à Verdade?
Quando foi que um destes “representantes da Justiça” ao descobrir ao longo do processo que estava errado, admitiu não poder sustentar sua tese (seja de acusação ou pior, de defesa) porque esta estava apoiada na mentira?
Poucas.
Como se a Justiça não falhasse (lembrem-se: não estamos no Olimpo !!)
Normalmente, vemos estes “guardiões da vetusta senhora vendada” com a cara mais lavada do mundo, usar todas as mídias possíveis, para nos impingirem “realidades” que só servem ao seu Cliente em primeira instância e a seguir ao seu próprio bolso.
Todos merecem o beneplácito de uma defesa, é verdade.
Mas antes de um tudo, todos, absolutamente todos, não precisam abdicar da Verdade, para viverem na tal sociedade.
Até que ponto uma acusação ou uma defesa, sustentada na Mentira, ainda é um processo de Justiça?  
Esta é a minha grande dúvida.
Triste papel o daqueles que em nome das “práticas de justiça” tornam-se cúmplices destes marginais.
Deve ser esta conivência, que tanto entristece a tal da Justiça.
A razão da tal venda nos olhos.
Esta parte suja, ela não queria ter que ver.
Pobre Têmis.
Esta filha de Urano e de Gaia, esposa divina de Zeus, merecia melhor sorte.
 Mor@es/Agosto 2019  
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