Tumgik
tenasz · 15 days
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what would Rafe do if reader woke him up in the middle of the night bc she has to pee but she’s scared of the dark?!
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"rafe. rafe." you push your boyfriend's shoulder, hoping in earnest to wake him up, though he's pretty much a log when he sleeps.
he mumbles something, turning a little before pulling on your patchwork quilt. it's too small to fully cover you both, but the two of you still try every night.
you hover a little closer, pushing hard this time. rafe rolls slightly, and the jolt of feeling like he was falling wakes him up. he grunts, eyes opening.
"jesus. what? what's wrong?" he sits up—immediately worried something's happened. it's like waking up your dad.
"nothing's wrong," you whisper, staring back at him. the moonlight has made everything in your bedroom seem eerie, though you feel better now that rafe's awake.
"c'mon, kid, it's too late for that. give it a rest, it needs a break-"
"no! that's not why i woke you up."
"then what?" he glances over at your nightstand, the alarm clock reading 2:38. "jesus-"
"i need to pee. and i'm scared. come with me?"
"it's your house. how're you-"
"please? i heard a noise and when i tried to get up it was really-"
"alright, alright, c'mon." before he can get up, you lean over pressing a kiss to his cheek.
"thanks, rafe." even in the dim light, you see your boyfriend's cheeks color.
"yeah, whatever. let's go."
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tenasz · 2 months
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CAPÍTULO 3
Avisos: Violência
Contagem de palavras: 5,247k
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O dia estava muito ensolarado, o sol estava tão quente que se olhasse com atenção era possível ver o calor emanando do chão. O vento que batia era tão fraco que não ajudava a aliviar o calor, e para ajudar na sensação de quase inferno, eles nos vestiram com uma roupa que cobria todo o corpo. Acho que esse era o primeiro teste, ver quem aguentava o calor extremo. 
Várias pessoas estão enfileiradas em um grande campo de areia no centro de treinamento. Um superior estava responsável por nos treinar e formar, ele era um careca de cara feia. A sua áurea era de extrema rigidez e autoridade, eu nem me atrevi a olhá-lo. Do meu lado está a Annie, com a sua cara impassível de sempre eu tentava manter a mesma feição que ela, tentando esboçar nenhuma uma reação às abordagens dele aos outros cadetes, mas a Annie faz isso melhor que eu, sinceramente. Eu soltava uma revirada de olho aqui e ali com algumas respostas dos meus novos parceiros de treinamento e até quase ri quando uma garota estava comendo batata bem no meio do discurso do militar. A  Annie teve que me cutucar com o cotovelo para eu me recompor, no fundo eu sabia que ela achava tanta graça quanto eu mas ela preferiu não expor. 
Depois da cerimônia de iniciação, que mais parecia um teste para ver o quanto nós aguentamos os gritos do nosso superior, fomos liberados para as nossas instalações. Os lugares onde iriamos dormir era separado por sexo, eu e a Mikasa e a Annie ficamos no mesmo quarto junto com outras meninas que não me lembro os nomes. O quarto não estava na mais pura ordem, então tivemos que arrumá-lo, foi uma tarefa cansativa, mas nada que um banho não tirasse o cansaço do meu corpo. Além disso,  eles nos passaram o roteiro da nossa rotina aqui, parece mais uma sessão de tortura enumerada e catalogada em diferentes horários, mas eu não estava esperando que aqui fosse as mil maravilhas mesmo. Depois de terminarmos o trabalho nos quartos eu tomei um banho e estava conversando com a Mikasa um pouco, eu não fazia ideia de onde a Annie estava. Depois de alguns minutos conversando, Mikasa resolveu ir atrás do Armin e do Eren eu concordei e segui ela. Eu até pensei em ir procurar a Annie, mas desde que a gente se conheceu ela dá esses sumiços e nunca me diz onde esteve, presumi que ela devia estar tomando banho ou algo assim. Logo, logo ela se juntaria ao resto de nós. 
Eu e Mikasa saímos da nossa cabana e fomos procurar o loirinho e o desmiolado, eles provavelmente estavam na ala masculina dos dormitórios. Nós seguimos em silêncio até lá e achamos eles na varanda de uma das cabanas junto de outros cadetes. Nós nos aproximamos e eles notaram a nossa presença com um aceno. Ficamos os quatro ali trocando conversa fora até que um dos garotos que estava ali perguntou de onde nós éramos, a resposta Shiganshina espantou eles, como todos ficavam. Eu não estava afim de responder todas milhares de perguntas que as pessoas sempre faziam quando descobriram isso, então só concentrei a minha atenção em outro canto enquanto o Eren respondia com uma certa empolgação. Ele levou essa conversa para a hora do jantar também, nem fiz questão de me sentar perto dele, ou então ia jogar o meu prato de sopa quente na cara dele.
A  Annie finalmente apareceu e se sentou do meu lado com a sua comida e comeu em silêncio, a curiosidade de saber onde ela estava ainda me coçava a nuca. 
 — Se perdeu no caminho do banheiro? – perguntei com um tom irônico para ela. Annie nem desviou o olhar do seu prato. 
— Tipo isso. – as respostas vagas dela sempre me irritavam, então eu só revirei os olhos e voltei a comer. 
Eu estava comendo tranquilamente, a comida tinha mais gosto de água com sal do que qualquer coisa, acho que a terra do centro de treinamento tinha mais gosto que isso. Por um breve momento me lembrei da comida que a minha mãe fazia, sempre era tão saborosa que parecia uma explosão na boca. Como sinto saudades dela, e da comida, com certeza. Fui tirada dos meus pensamentos quando notei uma multidão ao redor da mesa onde o Eren estava sentado, provavelmente um bando de almas entusiasmadas querendo saber mais sobre os acontecimentos da queda da muralha. De longe os poucos rostos que estavam ao meu alcance estavam repletos de feições curiosas e até assustadas, aposto que Eren está adorando essa atenção. 
— Aqueles titãs nem são grande coisa. – eu ouvi uma frase solta e bufei pela prepotência dele. Ele começou a falar todo aquele papo de acabar com todos os titãs e que vai entrar para o reconhecimento. Eu, a Mikasa e o Armin tivemos que ouvir esse discursos várias vezes nesses anos, Armin e Mikasa foram bem mais pacientes que eu. Quando ele começava ou eu dava o fora ou jogava a coisa mais próxima de mim na cara dele pra ver se ele parava de falar. Nesse meio tempo um outro cara alto começou a puxar briga com o Eren, eu parei de prestar atenção quando a Annie me chamou. Eu olhei para ela esperando que ela falasse algo. Ela ainda estava com a mesma cara de sempre olhando para o seu copo quase vazio na sua frente. 
— Você ainda quer entrar no Reconhecimento? – ela me perguntou. Ela vai começar de novo. 
— Nem começa. – eu disse cruzando os meus braços. Nos últimos anos a Annie vem tentando me desencorajar a ir para o reconhecimento, um papo de que eu vou viver melhor na polícia do rei e que meus pais não iriam querer que a filha deles morresse depois de todo o esforço que eles fizeram para me manter viva. A gente brigou feio da vez que ela envolveu os meus pais no meio, ela implica tanto em me convencer a ir com ela para o interior e não para morte fora das muralhas que me dava dor de cabeça.
— Eu só… – eu interrompi ela descruzando um dos meus braços e levantando uma das minhas mãos na direção dela. 
— Olha eu não quero brigar com você de novo, nós já conversamos sobre isso. – eu disse dando um ponto final nessa conversa, ela suspirou e não falou mais nada. Eu agradeci mentalmente, não queria outra briga desnecessária que não nos levaria a lugar algum. Depois dessa confusão toda o sinal tocou para que todos se recolhessem, amanhã começam os treinamentos. Eu me levantei para voltar para as cabanas, hoje o dia foi pesado e eu só queria voltar para a cama e dormir, essa provavelmente vai ser a minha única noite bem dormida antes dos treinamentos começarem.
— Você não vem? – eu me virei para a Annie quando percebi que ela não me acompanhava. 
— Vai na frente. – ela me disse sem olhar na minha direção. Eu bufei e murmurei um "tanto faz" saindo do refeitório, lá fora eu encontrei a Mikasa e o Eren a alguns passos de distância então me aproximei deles e nós andamos juntos até o alojamento. Eu e o Eren trocamos farpas como sempre fazíamos e a Mikasa só revirava os olhos e nos repreendia de vez em quando, isso durou até que nós nos separamos e cada um fosse pro seus dormitórios. Eu segui a Mikasa até o nosso quarto em silêncio, eu olhei ao redor para ver se a Annie estava por perto mas nenhum sinal dela, eu suspirei.   
Eu e Annie acabamos desenvolvendo uma relação muito familiar, eu a via como minha irmã mais velha. Eu confiava muito nela, confiei tanto que até revelei coisas que meus pais me fizeram jurar nunca nem pensar em voz alta. Eu não falei muito, pois tinha medo dela me odiar pelo o que eu era, mas isso não aconteceu, o que me fez até questionar a versão dos meus pais. No segundo que eu disse, eu me arrependi um pouco, eu nunca tinha contado isso nem para a Mikasa que esteve comigo a muito mais tempo que a  Annie. 
Dois anos atrás
Eu estava correndo muito rápido, tão rápido que a visão minha frente ficava embaçada e um zumbido chato atormentava o meu ouvido. Meu cabelo escapou tantas vezes do capuz marrom que eu nem me preocupava em colocá-lo de volta, eu só tinha que sair daqui o mais rápido possível. Atrás de mim um velho que eu achei ser tão velho que não iria notar eu roubando alguns medicamentos e uns potes de tinta de cabelo, ou tão velho que não correria atrás de mim. Como eu estava enganada, ele estava na minha cola. Isso foi bem um tapa na cara para que eu julgasse melhor as pessoas, mas eu não tinha tempo para pensar nisso enquanto estava correndo do velho careca da barba branca. Não importava quantas esquinas eu dobrasse ou quão no escuro eu andasse ele não saia do meu pé. Eu já estava ficando desesperada. Minha raiz branca já estava ficando evidente e sem contar no mais importante, o Eren está doente. Com a chegada do inverno ele adoeceu, antes ele tinha o pai dele para cuidar dele, agora somos só nós. Até quando o avô do Armin ainda estava vivo ele conseguia arrumar os suprimentos que nós precisávamos, como remédios, comida e roupas. Mas quando o único adulto por perto se foi, as coisas ficaram mais difíceis. Os cidadãos quase não faziam comércio com os foragidos, as colheitas não iam muito bem, eu quase achei que nós iríamos morrer de fome. Mas eu não deixaria meus pais, os pais do Eren e da Mikasa terem morrido para nos salvar e a gente acabar morrendo de fome ou de doença. O jeito foi achar outras formas de adquirir, formas não muito legais, mas esse não era mais um mundo normal para seguirmos a legalidade. Ou roubava ou morria. Fim de papo. 
O Armin não foi muito adepto a essa ideia, ele achava que podia ter outro jeito, mas no fim ele percebeu essa era a única saída. Quando precisávamos de comida ou remédios ele sempre bolava um plano para conseguirmos roubar sem ser pegos. Geralmente a Mikasa, a Anne e eu que roubavam os suprimentos, Eren sempre quis participar mas a gente sempre colocava ele na distração. A Mikasa não deixava ele roubar por que não queria que ele se envolvesse em problemas, já eu achava ele um tapado que na primeira oportunidade ia deixar um frasco de vidro cair no chão e ser pego, e passaríamos dias sem comer. 
Infelizmente esse não foi um dia que eu tinha a  Anne, a Mikasa, o Armin ou até o desmiolado do Eren para me ajudar. Infelizmente Eren foi o primeiro a adoecer, mas logo a Mikasa e a Annie também ficaram doentes. O Armin ficou com eles para ficar vigiando e ajudando eles enquanto eu me virava para achar um remédio que melhorasse a febre deles. Acho que é por isso que eu estou nessa merda de situação, a gente sempre trabalhava bem juntos. 
Eu olhava para trás constantemente para ver o velho atrás de mim, mas dessa vez ele estava ficando mais lento. Eu agradeci mentalmente por a idade ainda ser um fator limitante para uma corrida tão rápida, embora ele tenha me surpreendido. Mas eu ainda não estava livre, ele estava ficando mais devagar mas ainda estava perto. Então em um momento eu vi um beco, se eu não estivesse desesperada para achar uma saída eu nunca teria encontrado ele. O beco era tão escuro e escondido que mais parecia só a sombra das casas ao lado. Eu não perdi tempo e entrei nele e me escondi atrás de um barril sentada no chão. O lugar não era muito limpo, eu sentia um cheiro um pouco desagradável e tinha água parada em poças.  
Eu coloquei as mãos na minha boca para me impedir de respirar alto, meus pulmões queimavam tanto que eu tive que colocar uma das mãos no peito, na ilusória teoria de aliviar., além disso, a súbita parada fez as minhas pernas doerem e latejar. O zumbido nos meus ouvidos era tão estridente que eu estava agoniada por não conseguir ouvir os passos do velho para saber se ele estava perto ou longe, meu coração ia pular para fora do meu peito. Um vento frio bateu em mim e eu lembrei de pôr o meu capuz, eu pensei em fechar os olhos e tentar me concentrar mas o medo de quando eu os abrisse o velho estivesse na minha frente me apavorou tanto que eu rapidamente desisti. Eu fiquei encarando o chão até ouvir os passos do velho correr para o final da rua, ignorando totalmente o beco escuro. 
Assim que eu vi que ele se foi eu me levantei do meu esconderijo e soltei uma respiração aliviada. Coloquei a minha cabeça para fora do beco só para avaliar se tinha rastros do meu perseguidor, mas nada dele. Eu decidi seguir o caminho do beco, pois eu sabia que ele ia dar em lugar longe daqui e não tinha probabilidade de esbarrar com ele. Com essa decisão tomada eu ajeitei o meu capuz e respirei fundo e assim que eu me virei todo o meu corpo gelou. Parecia que eu tinha desaprendido a falar, andar ou respirar. Um arrepio passou por toda a minha espinha quando eu olhei nos olhos do homem à minha frente. Ele não era muito grande, alguns centímetro maior que eu mas a sua presença era tão notória que eu suava frio. Seus olhos eram tão duros e sérios, e pareciam estar me julgando e me condenando até a alma. Eu dei um passo para trás prestes a correr mas o estranho segurou o meu braço com força e me trouxe novamente para as sombras. Eu me debati e tentei me soltar dele mas nada adiantava, seu aperto era tão forte que acredito que ficará roxo amanhã, se eu sobreviver. O estranho então cobriu a minha boca me jogando contra a parede. Meus olhos estavam tão arregalados e eu estava tão apavorada, meu coração martelava no meu peito com força. Assim que eu ia tomar uma ação eu ouvir a voz do velho que eu estava correndo minutos atrás. Mas ele não estava sozinho, dessa vez estava acompanhado de mais dois soldados da muralha. Eu soltei um xingamento contra a mão do estranho e estava prestes a pegar uma pequena faca que estava nas minhas costas e acertar o estranho e sair correndo. Mas ele pareceu notar os meus movimentos antes que eu os concluísse e me imobilizou completamente. Ele olhou nos meus olhos e colocou o dedo na frente dos lábios em forma de pedir silêncio, não acho que ele estava pedindo, era mais mandando. Eu não sabia se gritava para que alguém me ajudasse ou se ficava quieta e pensava no próximo plano para não morrer. Mas algo dentro de mim me fez confiar nesse estranho, uma sensação estranha no peito me fez depositar as minhas últimas esperanças de sair daqui viva nele. O estranho desviou o olhar do meu e olhou brevemente para fora do beco. Ele tinha me levado para mais fundo no pequeno corredor  mas dava para ver de longe os três homens passarem na frente do beco escuro e seguir em frente. O velho parecia estar dizendo as minhas descrições físicas para os dois soldados, conhecendo bem essa polícia, eu sei que eles só vão acenar com a cabeça e dizer que farão o possível, quando na verdade não moveram um dedo. Sorte minha. Quando eles estavam em uma distância segura, ao ponto de só conseguirmos escutar o barulho do vento gelado passando pelo telhado das casas, foi quando ele me soltou e eu pude respirar um pouco. 
— Sabia que é feio roubar? - A voz do homem à minha frente chegou aos meus ouvidos e com ela um arrepio na minha espinha. A voz dele era tão única, tão grave que me fez arrepiar. Seu tom tinha um deboche tão sofisticado que se eu não prestasse atenção até acharia que ele estava realmente me alertando e se preocupando 
— Sabia que é feio arrastar garotas por um beco escuro. - eu falei no mesmo tom. Assim que me recuperei olhei para ele. O homem tinha os braços cruzados na frente do peito e um rosto passível a nenhuma emoção, eu não queria admitir, mas ele realmente tinha uma aparência muito interessante. Ele me olhou alguns segundos em silêncio e estreitou os olhos na minha direção. 
— As pessoas não agradecem mais quando são salvas? Essa geração de vocês. - ele terminou revirando os olhos e se escorando na parede à minha frente. 
— Eu estava muito bem antes de você chegar. - ele não disse nada e apenas levantou uma sobrancelha questionando a minha versão. — Eu já vou indo. 
— Não tão rápido, ladrãozinha. - Eu estava prestes a me virar e ir embora mas a voz dele me impediu. Ele olhou bem nos meus olhos mas o capuz que ainda estava na minha cabeça cobria um pouco do meu rosto. — Tira isso. - Ele apontou para o meu capuz. Eu engoli em seco, por que ele quer ver o meu rosto? Eu estava quase tirando quando me lembrei da minha raiz branca crescendo. Ela já estava bem aparente não podia me arriscar assim. 
Cuidadosamente eu olhei ao redor buscando uma saída, a única era no final do beco. Por um momento eu até pensei em tirar o capuz, pois estava escuro no beco, mas assim que eu pensei nisso, a lua que estava coberta por nuvens resolveu aparecer e iluminar o pequeno beco onde eu e o estranho estávamos. Por um momento eu me deixei levar pela profundeza dos olhos azuis escuro dele, mas logo voltei a realidade quando ele mandou rudemente eu tirar o capuz novamente.  Eu tinha que ser rápida. 
Então em um piscar de olhos eu agarrei o barril que estava perto da parede e joguei na direção dele e sai correndo beco adentro em direção a saída. Eu nem perdi tempo em olhar para trás eu só pensava em correr e me esconder desse estranho. E novamente eu me encontrava correndo pelas ruas, mas dessa vez segurando fortemente o meu capuz para ele não sair da minha cabeça. Minhas pernas estavam queimando, a exaustão da antiga corrida se fazia presente em cada passo apressado que eu dava, por algum motivo eu sentia que aquele cara estava me procurando, eu não sei explicar o por quê dessa sensação. Era como se ele soubesse quem eu era, qual era o meu sobrenome, qual era a minha história e os segredos que eu guardava. Então em pura agonia sem saber se ele estava muito perto eu olhei rapidamente para trás, mas não tinha uma alma viva atrás de mim. Por um momento eu não parei de correr tremendo que ele aparecesse magicamente por trás de mim e me pegasse. Mas quando eu notei que não havia nada mesmo me perseguindo eu finalmente parei. 
Eu olhei para todas as direções em busca de algum vulto, alguma sombra, um passo, qualquer coisa. Mas a única coisa que eu escutava era o som da minha respiração pesada e o barulho de animais noturnos. Será que ele não me seguiu? Eu juro que ouvir os passos dele atrás de mim. Eu respirei aliviada, finalmente estava livre de perseguições, posso finalmente voltar para onde os outros estão e ajudar eles. A essa altura o Arnim já deve estar em pânico pela minha demora e a Annie já deve estar enchendo o saco para ir atrás de mim. Eu respirei fundo e finalmente me virei para ir em direção ao lugar onde os refugiados estão, mas como sempre algo tinha que acontecer. 
Um barulho de alguém correndo chegou aos meus ouvidos e assim que eu me preparei para correr novamente fui derrubada no chão gelado e sujo da rua. Eu deixei um gemido de dor escapar quando as minhas costas colidiram com a superfície dura, fazendo meus ossos estalarem. Quando recobrei a consciência da situação percebi que eu estava deitada no chão com o mesmo estranho que encontrei no corredor em cima de mim segurando os meus braços, me imobilizando. De onde esse cara saiu? Eu tentei a todo custo me soltar mas o aperto dele era muito forte e estava começando a doer os meus pulsos. Ele passou a segurar as minhas duas mãos com apenas uma das suas e com a outra segurou o meu capuz para o remover, quando eu notei as suas intenções eu me desesperei e sacudi a minha cabeça e o meu corpo ainda mais para me soltar.
— Fica quieta se não quer que eu te machuque. - A voz fria dele chegou até os meus ouvidos e o mesmo arrepio passou pela minha espinha. Eu estava ferrada. E com um movimento rápido ele retirou o meu capuz e seus olhos correram para para o meu cabelo. Ele estreitou os olhos e se aproximou mais do meu rosto analisando com cuidado a parte de cima dos meus fios que estava desbotando, não demorou muito para ele arregalar os olhos. — Te achei. - ele disse e por fim eu tive a certeza, ele realmente estava me procurando. — Você foi bem difícil de encontrar, já estava desistindo e voltando para o Erwin com mãos vazias. - ele continuou a analisar o meu rosto. — Eu achava que você era um mito, um historinha para assustar as crianças, mas aqui está você. O Erwin estava certo, mais uma vez. - ele resmungou a última parte. 
Eu olhei desesperadamente ao redor para encontrar algum meio de escapar disso, se é que tinha. Então meus olhos focaram eu pedra bem perto do meu corpo, ela não era muito grande então não causaria muito efeito, mas já era um distração enquanto eu recuperava a minha pequena adaga que estava escondida nas minhas costas. E sem pensar duas vezes eu aproveitei que ele ainda estava segurando as minhas mãos com apenas uma das suas e pus em prática o que meu pai me ensinava quando eu era mais nova. Com um movimento rápido e estratégico eu me soltei dele e peguei a pedra acertando na lateral do seu rosto com toda a força que eu tinha, ele saiu de cima de mim e caiu atordoado do meu lado colocando a mão no local onde eu o acertei. Eu recuperei a pequena adaga nas minhas costas e o atingi bem na coxa e me levantei pronta para correr novamente e assim eu fiz.
Eu o deixei agonizando no chão enquanto corria, agora pela terceira vez, de volta para o lugar que eu deveria ter chegado há muito tempo. Eu olhava para trás para ver se ele me seguia, mas nenhuma visão dele. Mas para não cometer o mesmo erro que me levou a esfaquear ele eu não parei de correr. Por um momento eu pensei que deveria ter matado ele, o homem parecia saber quem eu era. Parecia estar me caçando. Um arrepio passou pela minha espinha com a possibilidade dele se recuperar da facada e me caçar nessa cidade. Eu fiquei projetando todos os cenários possíveis que poderiam acontecer, e isso só me deixava mais ansiosa. Em certo ponto eu realmente me questionei se não dava meia volta e cravava aquela adaga no peito dele. Se tivesse feito isso, com toda certeza estaria mais tranquila, mas no momento de desespero só pensei em fugir. 
Aos poucos eu fui chegando perto do local onde meus amigos estavam, a paisagem familiar das barracas no meio da rua, o cheiro da água do rio e de chão sujo invadia as minhas narinas à medida que a lua e as poucas tochas iluminavam a rua à minha frente. Finalmente me aproximando do local onde todos estavam, um pequeno armazém que nós dividimos com outros refugiados, notei o olhar apreensivo do Armin andando de um lado para o outro. Os outros estavam deitados no chão cobertos com cobertores velhos, ainda de longe eu podia ouvir os grunhidos de exaustão e dor que eles sentiam, com isso me apressei e fui notada pelo Armin.
— Onde você esteve? - Ele me perguntou assustado, seu tom ainda baixo mais carregado de preocupação, seus olhos também estavam transbordando de receio. 
— Eu tive alguns…- eu hesitei em falar  — Problemas… - eu contei sobre quase ser pega pelo dono da farmácia, oculteI a minha outra perseguição, para não o preocupar ainda mais. Ele não me perguntou mais nada, mas pude ver nos seus olhos que ele notou o meu comportamento estranho. Entretanto ele resolveu ignorar isso, temos assuntos mais sérios para tratar no momento. Nós medicamos cegamente os três doentes, não tínhamos a sorte de ter uma bula ou um médico para nos ajudar com a dosagem certa. Armin deu a quantidade que ele achou que daria algum efeito sobre eles, a esperança que eles poderiam se recuperar com essa medicação me dava um pouco de ânimo, eu não saberia como viver se perdesse um deles.  Agora só temos que esperar, eu disse ao meu amigo loiro para ele descansar que eu ficaria de olho nos outros, meio relutante ele aceitou. O coitado estava acabado de cansaço. 
A noite se passou e eu não consegui pregar o olho, mesmo que estivesse morrendo de sono, qualquer barulho me assustava, o simples som das janelas batendo com o vento me deixava alerta. Se aquele aquele homem me achasse eu estava acabada, os pensamentos de ele não ser o único invadiam a minha cabeça me fazendo imaginar milhões de cenários e fins diferentes. Se eles estiverem me caçando nesse momento? Olhando em cada bueiro, cada beco em cada esquina. Eu mantive com força a minha adaga na mão pronta para agir se fosse necessário. Eu repassava tudo o que aconteceu para tentar reter alguma informação importante que me ajudasse a compreender como sabiam da minha existência ou como sabiam onde eu estava. Erwin. Foi esse o nome que aquele homem disse. Esse nome me é familiar, já o ouvi em algum canto. Tentando resgatar o mais profundo na minha memória de onde eu conhecia esse nome não percebi uma movimentação do meu lado, só me toquei disso quando senti um aperto no meu ombro. Assustada, apontei a adaga na direção da pessoa, pronta para perfurar, rasgar e machucar o que quer que fosse necessário para que eu sobrevivesse. 
— Ei, vai com calma. - era a Annie, ela estava com as mãos levantadas mostrando que não estava armada ou que não tinha intenção de me machucar. Eu respirei aliviada e afastei a adaga da direção dela. Antes que eu pudesse desviar os olhos dela, notei os seus olhos cansados e seus ombros relaxados, embora parecia com uma aparência melhor que mais cedo, o remédio parece estra dando efeito.
— Me… me desculpa. - eu gaguejei, minha voz estava um pouco embargada. Eu sentia um nó estranho na garganta como se me impedisse de falar e apertava o meu pescoço, uma dor aguda no peito me fazia esfregar o local para passar, sem muito efeito. Eu nunca senti isso antes, e a sensação de tudo junto me dava uma agonia enorme, era como se eu fosse explodir a qualquer momento. Eu acabei soltando o instrumento afiado do meu lado e coloquei as mãos na cabeça sobre os meus olhos. Eu esfreguei com força as minhas pálpebras, sentindo a dor das lágrimas prontas para descer. Minha respiração falhava à medida que se tornava mais rápida e desesperada, eu balançava a cabeça de um lado para o outro tentando afastar todos pensamentos, mas eles não iam embora.  
— O que aconteceu, Diana? – Annie perguntou ao meu lado. Eu não podia ver o seu rosto, mas sabia que estava preocupada, podia sentir na sua voz. 
— Eles… eles me acharam… – eu disse querendo apenas liberar todo o choro que estava preso na minha garganta. 
— Eles quem? – Annie perguntou novamente, dessa vez ela estava mais perto de mim com uma mão no meu ombro. 
— Eles vão me matar…vão colocar minha cabeça em uma estaca… Eles vão…– eu fiquei divagando sobre tudo que eles iam fazer comigo, minhas mãos foram ate o meu cabelo os apertando com força. Eu sentia a dor ardida no meu couro cabeludo, mas isso não era uma prioridade no momento. 
— Diana, se acalma. Respira fundo… – eu mal podia ouvir a voz dela em meio ao zumbido que fazia nas minhas orelhas. — Quem quer te machucar? — Eu neguei com a cabeça voltando a cobrir os meus olhos quando senti as lágrimas molharem o meu rosto. Eu não posso falar, não posso falar a verdade. Ela me odiaria. 
— Eu não posso…não posso - eu disse várias vezes com meio aos soluços. 
— Eu não tenho como te ajudar se você não me disser o que está acontecendo. – eu senti o seu tom firme, mas ao mesmo tempo sentia uma hesitação na sua voz. 
— Você vai me odiar Annie, vai me entregar para eles. –  as lágrimas mancharam as minhas roupas agora, não eram mais apenas gotinhas de água, parecia um enorme rio saindo dos meus olhos. 
— Eu não vou fazer nada disso, você é a única pessoa que eu tenho, não vou te fazer mal algum. – ouvir ela dizer isso aqueceu o meu coração, ela era uma boa amiga, uma que eu confiava a minha vida. Mas eu ainda tinha medo, ela foi programada para me odiar e repudiar, assim como todos os outros. 
— Annie você não pode dizer isso a ninguém, por favor. – eu me virei na direção dela segurando as suas mãos implorando com mais lagrimas derramando. Seus olhos estavam arregalados e a testa franzida. Ela acenou positivamente com a cabeça. — Você tem que jurar! – eu apertei com mais força as suas mãos. 
— Eu juro. – ela disse com os olhos expressivos. Eu hesitei, pensando uma ultima vez se realmente ia dizer, respirei o mais fundo que eu podia. 
— Eu sou uma Targaryen. 
Presente
Eu lembro que assim que essas palavras saíram da minha boca uma ansiedade e arrependimento se instauraram no meu corpo. Mas lá no fundo eu sabia que não tinha feito a coisa errada, e isso se comprova até hoje pois desde aquele dia a Annie tenta me proteger a todo o custo, me fez jurar que nunca mais eu diria isso em voz alta. Essa atitude me lembrou um pouco dos meus pais. Eu não entendia como ela não me odiava, meus pais sempre me disseram que apenas falar o meu sobrenome já gerava repulsa e ódio nas pessoas, por que ela não teve essa reação? Eu lembro de ter perguntado isso para ela, mas Annie nunca me respondeu. Eu desisti de perguntar. 
Bocejando eu me deitei e me preparei para dormir, as velas foram desligadas e o escuro tomou conta do quarto. Lá fora dava para ouvir o vento nas janelas, os insetos fazendo barulho e alguns passos. A porta do nosso dormitório se abriu e vi a Annie entrando. Não me virei para falar com ela, não estava no clima, eu só queria dormir, e assim eu fiz.
Amanhã será um novo dia
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Nossa, quem será que era??😱
Espero que tenham gostado!!
Curtam e compartilhe para me motivar, não vou continuar se ninguém está lendo :(
Beijos amores, até o próximo
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tenasz · 2 months
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CAPÍTULO 2
Avisos: Violência
Contagem de palavras: 4,611k
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Acordei assustada, minha testa suava muito e minha respiração estava acelerada, fazendo o meu peitosubir e descer rapidamente. Sonhei o mesmo sonho essa noite, não sei se devo chamar de sonho, pesadelo é o mais adequado. Os gritos da minha mãe, o cheiro de sangue e fumaça ainda estavam frescos na minha memória, era muita coisa para uma criança passar. Tentando acalmar a minha respiração, fechei os olhos e tentei tirar toda a agonia que rondava a minha cabeça.
Quando finalmente meu coração parou de bater como um tambor em dia de festa, o sino tocou. Prestando mais atenção onde eu estava, vi o Eren dormindo esticado no chão com a Mikasa o olhando de costas para mim. Ela não deve ter me visto, já que estava com o olhar tão focado no garoto. Coçando os meus olhos para tirar o incômodo de uma noite mal dormida, voltei minha atenção para o Eren. Ele parecia estar na mesma situação que eu estava a poucos minutos atrás, preso em um pesadelo. Finalmente tomei coragem e me levantei do chão frio que eu estava deitada, passamos a noite dentro do que parece ser um depósito, dormimos no chão duro, bem diferente do que estávamos acostumados.
— Acorda ele, Mikasa. - disse finalmente tendo a atenção dela. — Ele não merece ficar preso no mesmo pesadelo. - falei me direcionando para a porta do local. — Vou pegar comida, me espera aqui. Onde está o Armin? - perguntei notando a ausência do loiro.
— Ele está com o avô dele, acho. - ela falou olhando para o chão. Apenas concordei e voltei a tomar o meu caminho para fora dali.
Assim que deixei os dois pra trás pude ver a situação que nós refugiados estávamos. Tinha muitas pessoas em um grande pátio formando várias filas para pegar comida que os soldados da muralha estavam distribuindo. Andando entre a multidão, mesmo que eu tenha me espantado com a grande quantidade de pessoas em tão pouco espaço no começo, analisando melhor eram muitos poucos sobreviventes. Shiganshina tinha uma boa quantidade de população, e ver que apenas isso sobrou, me deu um aperto no peito. Então o meu pai veio na minha cabeça, o que me fez ficar ainda mais triste. Quando chegamos ontem no distrito mais próximo e seguro, eu não consegui dormir sem antes vasculhar todos os que desciam dos barcos e os abrigos lotados de pessoas desoladas que perderam tudo. Fiquei horas e horas procurando por ele, e nada, nem mesmo um sinal da sua presença. A sensação de ser uma órfã me apavorou, mas tentei me acostumar com a situação e aceitar que meu pai realmente morreu naquele massacre, seria mais fácil do quê alimentar uma falsa esperança, embora ainda me arde os olhos pensar que perdi as pessoas mais importantes da minha vida.
Andando ainda com todos esses pensamentos não prestei atenção ao meu entorno e acabei esbarrando com alguém sem querer. Tirando os meus olhos do além e voltando para a pessoa a minha frente para pedir desculpas, vi que havia esbarrado em uma menina com cabelos loiros e olhos azuis. Seu rosto estava tão relaxado e seus olhos transbordaram indiferença.
— Me desculpe, eu não estava prestando atenção. - disse com um leve aceno de cabeça.
— Eu também não. - ela disse. Dei um sorriso muito leve de canto com sua declaração. Estava pronta para virar para ir a uma fila para pegar comida para mim e para os outros, mas a garota que ainda não sei o nome parecia que ia falar alguma coisa. Voltei novamente minha atenção para ela, esperando que falasse algo, mas ela só ficou me encarando por um tempo.
— Está tudo bem? - perguntei franzindo a minha testa e inclinando levemente a cabeça para o lado. Ela ainda não me respondia, mas seu olhar se desviou para o meu colo, logo abaixo do meu pescoço. Quando fui ver o que lhe prendia tanto a atenção notei o colar que minha mãe me dera antes de morrer, e imediatamente entrei em pânico. Não podia deixar as pessoas verem ele, poderia descobrir quem eu verdadeiramente era e minha preciosa cabeça ia ser posta em uma estaca. Limpei minha garganta tocando no colar, precisava de uma desculpa, ainda bem que era uma boa mentirosa, afinal quem esconde sua verdadeira identidade por tantos anos deve ser alguma coisa. —Bonito não é? - comecei. — Vi ele jogado na multidão e peguei. Parece valer muito, não acha? Com tudo isso que está acontecendo, ele pode valer alguns dias de comida garantida. ‐ falei para a garota na minha frente repousando meu olhar em seus olhos para ver se ela caiu na minha mentira. Mas infelizmente, se eu sou uma boa mentirosa ela é uma ótima pessoa em não demonstrar emoção, seu rosto era tão passivo como da primeira vez que nos trombamos. —Nem coloque o olho, eu vi primeiro. - disse com um leve sorriso antes de colocar o colar de volta na parte de dentro da minha blusa. — Você já comeu? Estou indo pegar comida, quer vir comigo? - eu suspirei e perguntei tentando mudar de assunto. Ela desviou levemente o olhar para pensar mas logo voltou a me fitar. Ela acenou com a cabeça e fomos em direção a uma das filas que estava atendendo mulheres e crianças como prioridade, eu fiquei na frente e a menina logo atrás.
— Sabe...- a loira atrás de mim começou a falar e me virei para ouví-la melhor. ‐ Você deveria tomar cuidado com isso. Guarda ele bem, com toda essa bagunça, ele pode ser roubado pela segunda vez. - sua voz era calma e não esboçava muita emoção, mas mesmo assim eu sorri pequeno antes de responder.
— Tudo bem, obrigada pelo conselho. - disse. — O que me lembra, eu não sei o seu nome.
— Annie. Annie Leonhart. - ela finalmente disse.
— Prazer, Annie Leonhart. Sou Diana Edwards. - falei por fim. Queria saber mais sobre ela, mas não acho que agora seja o melhor momento para perguntar o passado das pessoas com toda essa confusão que está acontecendo.
Nós finalmente pegamos nossa comida, eu peguei a mais para o Eren e a Mikasa, a Annie só pegou uma porção, imagino que ela esteja sozinha como muitos aqui.
— Você está sozinha? - perguntei. Estávamos andando juntas, mas sei que íamos nos separar em breve.
— Sim. - ela demorou a responder, mas deu uma resposta firme não dando muitos detalhes.
— Então vem comigo, estou com mais outras pessoas. Não acho que seja muito seguro ficar sozinha em um momento como este. - ela parou e quando percebi que não estava mais sendo acompanhada também parei o passo e olhei para trás. Ela estava olhando para o chão, não conseguia ver os seus olhos. — Prometo que não estou te levando para nenhuma emboscada. - brinquei, mas não acho que eu tinha muito humor para ser engraçada agora. Annie deixou de fitar o chão e me encarou.
— Tudo bem, eu vou com você. - seu rosto estava impassível como sempre. Ela me alcançou e começamos a andar em direção onde o Eren e a Mikasa estavam. Antes de chegarmos até lá encontramos eles fora do depósito. Assim que chegamos perto, estava prestes a apresentar a nova órfã do grupo mas fui impedida pelo Armin que nos chamou. Ele corria em nossa direção com alguns pães nas mãos.
— Meu avô conseguiu comida, disse que era para crianças. - ele finalmente chegou perto e viu que eu também carregava pães. — Ah você também conseguiu? - ele me questionou e eu acenei com a cabeça.
— Quanto mais melhor, não? - eu disse distribuindo a parte da Mikasa e do Eren. Pude sentir uma presença atrás de mim e olhei para trás para ver um soldado da muralha fazendo cara feia para o nosso grupo. O que há com esse cara?
Antes que eu pudesse verbalizar esse pensamento o Eren falou primeiro, acho que eu e a Mikasa compartilhamos o receio dele ir enfrentar o soldado pela cara de desaforo, mas ele não fez nada além de questionar, por enquanto. O Armin explicou que há muitos refugiados e o distrito já sofria com escassez de alimentos, não dá pra culpá-lo, mas fazer cara feia para crianças que acabaram de perder tudo e ainda estarem com fome? Aí já é muita infantilidade.
— Gente, essa é a Annie. - comecei a apresentar a garota ao meu lado, tentando ignorar a situação que nós presenciamos. — Annie, esses são Eren, que eu gosto de chamar carinhosamente de tapado. - o garoto soltou um " como é que é?" Mas eu apenas o ignorei. — O Armin e a Mikasa. - terminei de apresentá-los. Eles se cumprimentaram, e não deixei de notar o olhar muito demorado do Armin nela.
Quando estávamos prestes a nos locomover para comer em um lugar menos movimentado ouvimos uma briga atrás de nós. Nos virando para ver o que tinha ocorrido e vimos alguns homens brigando por comida. Instintivamente, olhei para o Armin que ainda carregava três pães nas mãos e fiz um sinal para que ele os escondesse. Não demoraria para as pessoas começarem a matar por um simples pedaço de pão.
— Vamos, temos que sair daqui...- minha fala foi deixada de lado quando a fala de um soldado, o mesmo que nos olhos com cara feia, chegou nos nossos ouvidos.
Ele falou alguma coisa sobre como os estrangeiros eram horríveis e como nós não merecíamos a comida que estávamos recebendo. A gota d'água foi ele dizer que os titãs deveriam ter comido mais gente, assim restaria mais comida. Um fogo enorme se espalhou pelo meu corpo consumido pela mais pura raiva. Como um ser humano pode falar uma coisa tão horrível dessas? Ele com toda certeza não presenciou um milésimo que nós tivemos que ver, ele deve dormir muito tranquilo pela noite. O pão na minha mão se reduziu a migalhas e uma massa amassada, precisava dissipar minha raiva de algum jeito, acredito que se fosse um pouco menos centrada voaria naquele homem, e o faria se arrepender de dizer essas palavras podres. Recobrei um pouco do juízo quando senti uma mão no meu ombro, era a Annie.
— Você vai acabar com a sua única refeição do dia. - ela disse e só agora olhei para o pão, se é que eu ainda podia chamar assim, que estava na minha mão. Ela pegou ele e trocou pelo dela. Eu estava prestes a devolvê-lo, mas minha atenção foi tomada quando o Eren começou a andar passando do meu lado e indo em direção ao soldado. Sem que tivéssemos tempo suficiente para agir, ele chutou a canela do guarda que falava todas essas besteiras. Sinceramente, ele merecia coisa muito pior, mas não sou impulsiva e sem noção para atacar um soldado o dobro do meu tamanho e que com certeza me derrubaria em dois tempos muito facilmente.
Não demorou muito para que o soldado reagisse e batesse no nosso amigo, fazendo com que eu, Mikasa e Armin fossemos em direção a ele. A garota foi ajudar o Eren que estava no chão com o rosto vermelho pelo esporro que tinha tomado. Eu e o loiro ficamos na frente do Eren, pondo uma barreira entre o garoto no chão e o soldado.
— Perdão, o meu amigo está assustado e com fome e foi por isso que ele descontou em um adulto. - o Armin começou, ele foi muito mais educado do que eu seria nessa situação. Mas não poderia esperar menos dele, ele sempre foi o mais cabeça fria e com simpatia para lidar com pacificamente com essas situações.
— E não acho que bater em crianças com fome seja uma imagem que a polícia quer passar. Não é? - perguntei friamente. O Armin ficou na minha frente dessa vez, me lançando um olhar um pouco mais duro. Ele se inclinou para a frente e pediu desculpas.
O idiota do soldado ainda falou algumas besteiras como que nós só estamos vivos graças a eles e que deveríamos ser mais agradecidos. O Armin concordou e os soldados logo saíram, me virei automaticamente para o Eren para ver a sua situação. A Mikasa o ajudou a se levantar e ainda era possível ver a raiva no seu olhar.
— Olha aqui seu desmiolado. - comecei chegando mais perto dele. — Você vai acabar nos matando, se controla! - dei um tapa na nuca dele, ele reclamou e colocou a mão no local para diminuir a dor. — Mas vem cá, se for chutar alguém, vez vê se chuta com mais força.
— Não vai ter uma próxima vez! - a Mikasa disse nos repreendendo, o Armin fez o mesmo.
— Ele mereceu, Armin. - o Eren disse, depois de uma leve discussão a Annie se juntou ao nosso grupo novamente e fomos comer em um lugar mais calmo, como era o planejado antes de tudo isso ocorrer.
Chegamos em uma área que ainda era aberta e tinha poucas pessoas circulando, ninguém nos incomodaria. Achamos um lugar para sentar e começamos a comer. Agora me lembrei que a Annie me deu o pão dela no lugar do meu amassado.
— Toma. - disse estendendo o pão na direção dela.
— Eu te dei esse. - ela rebateu voltando a atenção para os seus pés que mexiam soltos.
— Mas ele é seu! Me dê o meu amassado, você não pode comer aquilo. - insisti
— Eu já comi. - ela disse e minha cara quebrou. Tentei ainda discutir com ela e dar um pedaço do meu pão, mas ela não aceitou até o Armin ofereceu, mas ela disse que estava bem.
— Se ficar com fome, avisa. Eu tenho sobrando. - o Armin terminou e a loira concordou, finalizando essa discussão. Terminamos de comer em silêncio, mas ele não se seguiu por muito tempo.
— Eu vou voltar para a muralha Maria e vou acabar com todos aqueles seres horríveis! - o Eren começou e eu deixei um suspiro sair.
— Vai pegar a sua vassoura mágica e sair voando até lá pra acabar com todos eles? - comentei ironicamente.
— Você concordou comigo antes! Eles tem que morrer! - ele gritou me fazendo por a mão nos ouvidos. Ele estava bem do meu lado, precisava dessa gritaria toda?
— Eu concordei sim, e vou fazer eles pagarem por todo o estrago que fizeram - comecei a falar e me levantei do seu lado para ficar na sua frente. — Mas no momento, eu e você somos dois fracotes que vão morrer assim que colocarmos os pés na muralha Maria. Nós não podemos fazer nada agora, a não ser lamentar a morte dos que se foram. Agora para de gritar e come a droga do pão, se não, antes de morrer pelos titãs você vai morrer de fome! - falei firmemente, o garoto à minha frente cerrou os dentes e os punhos olhando para o chão. Eu tomei a iniciativa de dar um sermão nele. Certo que quem fazia mais isso era a Mikasa, mas dessa vez senti que deveria falar isso. Parando para notar, eu sempre tive um olhar mais protetor com eles, e no momento, eles são os únicos que me restam, não posso deixar eles morrerem.
Voltando a sentar no meu canto pra terminar de comer achando que a discussão já tinha acabado, me frustrei quando ele voltou a falar. Falar não, gritar. Ele começou a tagarelar um monte, e ainda começou a puxar briga com o Armin com aquele mesmo papo de ser gado. A discussão chegou a um ponto que me fez sair do meu lugar e ficar do lado do Armin tentando calar a boca do Eren, o estopim foi quando ele chamou o seu amigo de covarde. Eu fiquei surpresa, ele nunca foi de falar assim com o Armin, e assim que eu ia dar uma boa nele, no calor da situação, a Mikasa deu um soco no rosto do garoto que o fez cair no chão. Sempre gostei dessa garota.
— Se o Armin é um covarde, então nós também somos. - ela começou, o Eren no chão nem se mexeu mas sei que ele está acordado e ouvindo bem as palavras dela. — Nós fugimos e deixamos a cidade pra trás e não conseguimos fazer nada pra ajudar a sua mãe. - meu olhar que estava no garoto esparramado no chão se voltou para a Mikasa. Eu não soube de como eles escaparam e nem como a mãe do Eren não conseguiu sair da cidade com eles. — Ficar vivo é muito mais importante. Não foi sua mãe que disse? - ela finalizou e pegou o pedaço de pão do Armin que foi jogado nele pelo Eren e caminhou em direção ao garoto no chão. — A Diana está certa. Você tem que comer para sobreviver e eu não vou deixar você morrer de fome!
Ela colocou o pão inteiro dentro da boca do Eren, a situação foi cômica se não tivesse sido tão conturbada.
— A Carla não ia gostar de ver você com fome, honre a memória dela e fiquei vivo e saudável. - falei finalmente dando um fim na discussão. Os olhos dele começou lacrimejar e ele logo começou a chorar, em outra situação não mediria esforços para zoar com a cara dele, mas esse não era o momento. — Você não está sozinho, Eren. - disse bagunçando o cabelo dele e voltando a sentar no meu lugar do lado da Annie suspirando. Ela não disse nada da situação, apenas observou em silêncio.
Com o passar dos dias, nós tentamos sobreviver e ficar longe de problemas. Nós cinco ficamos juntos o tempo todo, mesmo que o Armin tivesse o avô dele, ele sempre ficava do nosso lado. A Annie não interagia muito com os outros, a não ser com o Armin, que ela parecia conversar tranquilamente. Rendeu alguns burburinhos entre eu, a Mikasa e o Eren. Mas mesmo assim, eu era a única que ela conversava por espontânea vontade, criamos uma boa amizade. Mas mesmo com essa aproximação ela não me disse sobre o passado dela, deve ser algo que ainda a machuca.
— Eu e meus pais vivíamos perto da família do Eren. - comecei um dia quando estávamos sozinhas sem conseguir dormir. Deixamos os outros dormindo no depósito e viemos tomar um ar para ver se o sono chegava. — Antes disso meu pai gostava mais do campo, não gostava muito de morar em cidades grandes, então até antes de eu nascer meus pais moravam perto das montanhas de Sajina. Já ouviu falar? - perguntei a loira que estava sentada do meu lado olhando para o céu.
— Sim, é perto do meu vilarejo. - ela disse.
— Minha mãe nunca parou de falar em como a água que descia das montanhas era uma visão única na vida. - só a lembrança do sorriso da minha mãe falando como o lugar era lindo e como seus olhos se enchiam de alegria me deu um aperto no coração. Acho que a Annie percebeu, pois ela parou de ver as estrelas no céu para me olhar. — Sinto falta dela. - disse com a voz embargada inclinando minha cabeça entre os meus joelhos e escondendo o meu rosto que certamente estava vermelho pela ameaça de derramar lágrimas a qualquer momento. Meus pensamentos foram interrompidos por um par de braços que me abraçaram.
A Annie não disse nada, apenas ficou me abraçando. Com a ação, a carapaça de garota forte que tomei nos últimos dias para manter todos bem se desfez e comecei a chorar. Ela permaneceu lá me abraçando, sem dizer uma só palavra, mas pude sentir seu abraço ficar mais apertado e vi seus pulsos cerrados, quase me passou despercebido o chiado de raiva que ela soltou. Dava pra ver que, embora seu rosto sempre estivesse relaxado e com indiferença para todos, ela ainda tinha sentimentos.
Nós ficamos lá por um tempo, até que eu me acalmasse e parasse de chorar. Quando minha respiração finalmente se estabilizou e as lágrimas pararam de descer desenfreadas, o abraço acabou. Ela ainda deixou uma mão nas minhas costas, subindo e descendo para ainda se fazer presente.
— Obrigada, eu precisava disso. - falei esfregando os olhos para limpar os olhos.
— Não precisa agradecer. Eu... - ela começou mas parou desviando o olhar para o chão. Quando eu ia falar algo ela voltou a falar. — Eu sei como é. Se afastar, quer dizer... perder alguém importante.
Eu sorri e passei a mão nas suas costas para tranquilizá-la e mostrar presença. Nós nos olhamos uma última vez antes de voltarmos a olhar para o céu. Não falamos mais nada, nós sabíamos quando não tinha mais nada para se acrescentar. A amizade que criei com a Annie foi muito singela, assim como eu agia como uma irmã mais velha com o Eren, a Mikasa e o Armin, ela também agia do mesmo jeito. Ela se tornou a irmã mais velha que eu nunca tive, eu agradeci por tela conhecido, eu sou muito próxima da Mikasa, mas nunca fui próxima das outras crianças do vilarejo, ela foi minha única amiga por muito tempo. Então fiquei feliz por ter mais alguém para compartilhar minhas tristezas e as felicidades também.
Ficamos mais um tempo lá até o sono finalmente chegar a nós. Fomos juntas até o lugar onde sempre dormimos e nos aconchegamos no chão frio antes de finalmente cair no sono. Mas antes que meus olhos se fechassem ouvi uma movimentação ao meu lado, onde a Annie estava. Mas meu estágio de sono já era tão avançado que não consegui me mover para olhá-la.
— Eu sinto muito. - ela disse. Mas a voz parecia tão longe que mal se registrava na minha mente antes de eu cair totalmente no sono e finalmente dormir.
Nos dias seguintes, tivemos que trabalhar no campo para garantir o alimento. A cidade já não conseguia sobreviver com a alimento que tinham, e com os novos moradores algo precisava ser feito para suprir a demanda de comida. Às vezes eu perdia a Annie de vista, ela sumia do nada mas logo voltava dizendo que tinha ido em algum canto, eu ficava preocupada, mas ela sempre voltava bem então tentei relevar. Eu também não podia reclamar muito dela, eu também precisei dar uns sumiço para dar um jeito no meu cabelo branco que crescia. Às vezes dava sorte de achar carvão ou se não conseguisse, me rendia ao furto, havia poucas lojas de cosméticos nesse distrito mas eu dava um jeito de não ser pega. Era isso ou morrer pelas pessoas descobrirem quem eu realmente era, ai todo o esforço dos meus pais em me salvar teria ido para o lixo.
 Já a minha relação com o meu trio fantástico que já era muito próximo, ficamos mais ainda. Nós só tínhamos uns aos outros agora, precisamos nos cuidar. Eu fazia o possível junto com a Mikasa para que o Eren ou qualquer um de nós não morresse de fome. De vez em quando a Annie aparecia com um pedaço de queijo ou geleia, eu e o Armin repreendemos ela porque com toda certeza era roubado, mas no final todos nós agradeciamos e nos juntavamos em uma roda para comer.
Mas depois de um tempo, as coisas ficaram mais difíceis a ponto de cogitarem ter que recuperar a muralha Maria. Vários foram enviados, inclusive o avô do Armin foi mandado. Nós todos ficamos ao seu lado quando ele foi embora, no último momento o mais velho me deu um olhar que dizia "Cuide dele", respondi com um leve aceno. Sabia que essa era uma missão só de ida para muita gente, e por ele já ser de idade, não tinha certeza de que ele sobreviveria. Eu até tentei convencer os soldados superiores para não mandar ele, tanto pela idade avançada como por ser um guardião para nós, mas nada adiantou. A notícia veio depois de algumas semanas, a missão tinha sido um fracasso e que oitenta por cento não sobreviveu, entre eles o avô do Armin.
Ele chorava agarrado ao chapéu que seu avô lhe deu antes de partir, meu peito doeu pela dor que meu amigo passava. A Annie e a Mikasa estavam do meu lado, também comovida pela situação. Ambas não eram muito boas em demonstrar suas emoções, mas eu as conhecia bem, sabia que sentiam pelo garoto.
— Ano que vem eu vou me alistar para a turma de cadetes. - o Eren disse olhando para o chão.
— Eu também! - o Armin disse arrancando um olhar surpreso do moreno ao seu lado.
— Eu também vou. - a Mikasa disse ao meu lado.
— Você não precisa ir! Você mesmo disse que viver é o mais importante. - Eren rebateu a menina ao meu lado.
— E é por isso que eu vou, para garantir que você não vai morrer.
— Eu também vou me alistar. - comecei. — Não vou deixar vocês sozinhos lá dentro, sem contar que o Eren não sobrevive sem a gente. - falei apontando para a Mikasa. Ele ainda me retrucou mas eu passei a cabeça dele entre os meus braços.
— Para de encher! - ele disse soltando meu aperto. Ele se recompôs e direcionou o olhar para a garota loira que ainda estava parada ao lado da Mikasa. — E você? O que vai fazer? ‐ olhei para a garota também.
Nós já havíamos conversado sobre isso antes, ela me disse que também queria entrar para a turma de cadetes, mas não para ir para o Reconhecimento, como eu e os outros queríamos, ela queria ir para a polícia militar. A loira tentou por várias vezes mudar a minha ideia e tentar me convencer a ir para a polícia Militar com ela, mas eu já tinha feito a minha escolha, tinha que vingar a morte dos meus pais. Isso até rendeu uma briga em determinado momento, mas tudo se resolveu, ela respeitou a minha idéia.
— Eu vou para a turma de cadetes. Mas não pretendo me matar indo para o Reconhecimento. - ela começou cruzando os braços e se virando para ir embora. — Vocês deveriam avaliar melhor se querem jogar suas vidas assim. - ela finalizou olhando uma última vez para mim e caminhando para longe de nós. O Eren ia em sua direção, mas eu peguei no seu braço.
— Deixa ela. - eu falei. Ele olhou para o chão com os punhos cerrados e respirou fundo concordando.
— Então vamos nós quatro! - ele terminou de falar e o Armin se levantou indo para perto de nós. Todos concordamos, eu e o Eren já sabíamos o que queríamos, não esperava que o Armin se juntaria a nós. A Mikasa não deixaria o Eren sozinho, então imaginei que mesmo depois de muita discussão, ela iria se juntar a ele também. Mas a discussão não aconteceu, ela apenas concordou sem falar mais nada.
E assim correu, depois de quase seis anos finalmente chegamos a idade de nos alistarmos. E lá estávamos nós cinco, a Annie, Armin, Eren, Mikasa e eu. Sobrevivemos a tudo até agora, e estamos bem aqui no campo de treinamento integrando a centésima quarta turma da corporação dos cadetes. O tempo de treinamento é de três anos, para que finalidade possamos escolher nossa área de atuação. Eu entrei aqui já sabendo o que escolheria, nada irá mudar minha ideia.
Esse é só o come��o.
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Foi isso amores!! Lembrem-se de curtir, comentar e republicar, se possível!!
Me deixem saber oq vocês acharam...
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tenasz · 2 months
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Oi amorecos!! Tudo bem com vocês? Espero que sim!!
Estou pensando em fazer alguns headcanons de alguns fandons que eu gosto, o que vocês acham? Vou deixar as tags dos fandons aqui em baixo e você pode solicitar de algum!!
Tentarei escrever o mais rápido possível!!
Quem puder república e divulgar o post e o meu perfil para ele chegar a mais brasileiros(as) ficaria muito agradecida!!
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tenasz · 2 months
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CAPÍTULO 1
O COMEÇO DO FIM DA HUMANIDADE
Avisos: Violência
Contagem de palavras: 6,45k
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No alto da colina o vento batia tranquilo mexendo levemente as folhas nas árvores, os meus fios de cabelo e a grama sobre os meus pés. Pássaros eram ouvidos no fundo, estávamos um pouco longe da cidade então o barulho da feira, das pessoas, das crianças, não eram mais ouvidos, apenas a calmaria da natureza.
Depois de um tempo recolhendo os pedaços de madeira no chão com a Mikasa me levantei para esticar as costas, ficar muito tempo abaixada não fez muito bem para ela. Nesse momento, meus olhos seguiram para o garoto que dormia confortavelmente encostado perto do tronco de uma árvore a alguns metros de nós.
— Não é justo, por que o Eren fica dormindo enquanto a gente faz todo o trabalho? - perguntei a Mikasa que terminava de pegar os últimos gravetos e colocava no suporte.
— Deixa ele, Diana. - ela falou indiferente. Olhando uma última vez para o garoto dormindo encostado no tronco da árvore fui até Mikasa ajudando-a com o seu suporte.
— Vamos acordar ele. - falei tomando os últimos pedaços finos de madeira que restavam e os colocando no suporte, que, teoricamente, o Eren deveria ter colocado. Mikasa concordou e foi na frente, eu seguindo logo atrás. Assim que chegamos perto do Eren a garota começou a chamá-lo sacudindo levemente o seu ombro. O garoto acordou em um supetão e parecia assustado, eu me aproximei de Mikasa a fim de ver o estado dele mais de perto.
— O que... Mikasa? Diana?... - a voz dele era fraca e ele parecia um pouco desnorteado e confuso, seus olhos estavam pesados devido ao sono que ainda estava no seu corpo.
— Já tá na hora de ir. - Mikasa respondeu
— Tá tudo bem, Eren? - perguntei estreitando os olhos em sua direção. Ele não me parecia muito bem, estava suando mesmo o tempo estando agradável.
— O que estamos fazendo aqui? - agora sentado ele colocou a mão na cabeça fazendo uma massagem no local.
— Bom, eu e a Mikasa viemos pegar lenha. Você aparentemente só veio para dormir. - falei dando as costas para ele e indo pegar o meu suporte de madeira.
— Para de implicar com ele, Diana. - Mikasa me repreendeu, eu apenas revirei os olhos e segui em frente.
— Não, ela está certa, desculpe por não ajudar. - olhei para trás em direção ao Eren, ele ainda estava com a mão na cabeça esfregando os olhos agora. — Parece que eu estava em um sonho muito longo, mas... não me lembro como era. - revirando os olhos terminei de colocar o suporte nas minhas costas e fui em direção a Mikasa ajudá-la a colocar o dela. Ela me agradeceu e se virou para o garoto.
— Eren, porquê você está chorando? - assim que a ouvi falar isso me virei rapidamente para ver se ele estava realmente chorando. Seu rosto não estava vermelho, mas dos seus olhos pingavam lágrimas longas.
— E-eu não sei...- ele tocou o rosto para conferir se realmente estava chorando.
— Você tá bem mesmo, Eren? - perguntei novamente. O menino só enxugou as lágrimas que restava no seu rosto e se levantou.
— Eu estou bem, acho que só foi uma poeira que entrou no meu olho. - ele rapidamente pegou o suporte que eu e Mikasa enchemos de gravetos e colocou nas costas. — Não falem para ninguém que eu estava chorando. - eu e a menina de cabelos pretos nos entreolhamos.
— Se você me der um biscoito da padaria da senhora Lee eu não abro minha boca para ninguém. - falei sorrindo e já sabendo que receberia um olhar de reprovação da Mikasa.
— Ah não enche, Diana! - ele gritou com raiva, eu apenas dei a língua pra ele.
A Mikasa mandou nós dois pararmos, mas ficamos nos alfinetando o caminho todo de volta para a cidade. No meio do percurso acabamos por encontrar o Senhor Hannes, ele era próximo da família do Eren e não perdeu a oportunidade de pegar no pé do menino. Como sempre, o Eren ficou gritando como um maluco e eu e a Mikasa tivemos que esperar ele acabar de brigar com um guarda o dobro do tamanho dele.
— É, nós podemos viver aqui dentro não fazendo nada além de comer e dormir. Dessa forma, não passamos de gado. 
Meu olhar que estava fixado no céu lindamente limpo piscou para o Eren. Ele sempre falou desse tipo de coisa, mas dessa vez foi diferente. O que ele pretende fazer? Trocando um leve olhar com a Mikasa para ver se ela notou algo de diferente, ela estava com a testa franzida pensando, resolvi não falar nada por enquanto. Depois da breve parada voltamos a andar em direção a nossas casas e quando estava prestes a me despedir dos dois e virar a próxima esquina em direção a minha casa a Mikasa começou a falar.
— Eren... Você deveria esquecer essa ideia de entrar para a divisão de reconhecimento. - arregalei levemente os olhos direcionando minha visão para os dois ao meu lado. Eu pensei que algo estava realmente diferente, mas não pensei que esse maluco pretendia entrar no Reconhecimento. A Mikasa convive com ele por mais tempo, deve ter notado algo. O garoto parecia nervoso e logo começou a rebater.
— Você também acha que o Reconhecimento é uma besteira?- ele perguntou indignado com a mão fechada em um punho e os olhos irritados.
— O que eu acho não importa nessa situação. - ela rebateu, seu rosto estava impassível como sempre, ela andava sem nem direcionar o olhar ao Eren
— Eren... - eu estava prestes a falar um monte mas fui cortada pelo alto som do sino que ressoava ali perto. 
— A Divisão de Reconhecimento voltou, eles vão abrir os portões. - ele começou a andar rapidamente puxando nós duas pela mão. — Vamos, gente! Os heróis voltaram!
Trocando um outro olhar com a Mikasa respiramos fundo e seguimos o garoto até o local onde o Reconhecimento sempre passava quando voltava de missão. Não demorou muito até que chegássemos lá, apenas algumas esquinas e becos. Chegando lá os cavalos e os soldados passavam entre a multidão com as cabeças cabisbaixas e o olhar deles era uma mistura de desolação e luto. O vento que batia se tornou tão frio que toda a atmosfera se tornou sombria, como em um velório de um parente querido. Olhei para Eren e por incrível que pareça ele estava com um sorriso de orelha a orelha, não parava de pensar qual o problema desse garoto.
Respirando fundo me encostei na casa atrás de mim. O Eren e a Mikasa estavam em pé em um tipo de caixa de madeira para conseguir enxergar melhor, eu não faria tal esforço, o cenário não é agradável para os olhos. Sem prestar atenção na passada dos soldados meus ouvidos detectaram os cochichos das pessoas. Elas reclamavam de como os impostos estão sendo desperdiçados ou como essas missões não têm sentido algum. Suspirando, torci para que o maluco do meu lado não ouvisse isso e criasse uma confusão. Ouvi o Eren dar um suspiro de surpresa, por curiosidade olhei para ele e vi a expressão no seu rosto.
Finalmente ele se tocou.
Seu rosto era de puro choque e piorou assim que uma senhora entrou no meio do caminho do comandante perguntando sobre o seu filho. A cena foi terrível, ele entregando apenas um braço enrolado em um pano sujo de sangue para a pobre mãe que acabara de perder o seu filho. Comovida com a situação não notei que o desmiolado do Eren tinha acabado de acertar um graveto na cabeça de um dos homens que estavam assistindo a passagem, provavelmente reclamando da Patrulha de Exploração.
— Aí, seu moleque! - rapidamente a Mikasa pegou o Eren pela gola e saímos correndo dali, fugindo entre as ruas da cidade. Assim que chegamos em uma parte mais afastada da multidão a menina jogou o Eren em uma parede, o que resultou na lenha cair para todos os lados.
— Olha o que você fez! Agora tem lenha em todo o chão. - ele gritou tentando se recuperar do impacto, ele tinha uma carranca de dor no rosto.
— A gente que catou a lenha então cala a boca. - falei chegando do lado da Mikasa. Eu cruzei os braços olhando para ele no chão esperando sua próxima ação.
A Mikasa novamente perguntou ao Eren se ele ainda queria entrar para o Reconhecimento. Olhando para o seu rosto, ela parecia preocupada. Eu permaneci com os braços cruzados observando a situação, agora estava encostada na parede do beco e so pensava em como minha mãe iria brigar comigo por demorar tanto. O Eren no chão não respondeu muito o que eu e a Mikasa queriamos ouvir, apenas gaguejou algumas palavras e começou a pegar lenha no chão em silêncio. Quando terminou, se levantou e seguimos o nosso caminho sem tocar mais nesse assunto.
— Olha eu vou indo para a minha casa. Vê se não arruma mais problema, Eren. - falei dando um tapa na nuca dele, ele me deu um olhar carrancudo e bufou seguindo em frente com passos duros e com as madeiras nas costas. Olhei para a Mikasa. — Qualquer coisa me chama. - ela apenas assentiu com a cabeça e correu na direção do garoto.
Eu dobrei a esquina que separa o caminho da casa dos Yeagers da minha e segui rumo ao final da rua. A rua não estava tão vazia, havia senhoras conversando na frente de suas casas e crianças brincando no meio da rua. O sol estava brilhando tão forte no céu que batia no meu rosto me forçando a colocar a mão sobre os olhos. Assim que cheguei na escada que dá a entrada da minha casa, minha mãe me recebeu com as mãos na cintura e uma feição de preocupação e raiva no seu rosto.
— Onde você esteve? - ela me perguntou assim que passei pela pela sua figura preocupada, ela fechou a porta atrás de si em um baque forte.
— Pegando lenha com o Eren e a Mikasa, a senhora que me pediu.- respondi colocando a madeira no local adequado.
— E demorou esse tempo todo? Eu estava preocupada! - ela me disse se abaixando para ficar da minha altura e segurou nos meus ombros.
— Desculpa, mãe. Foi o maluco do Eren se metendo em confusão de novo. - eu disse bufando e desviando dos olhos dela. Minha mãe tirou as mãos do meu ombro e abriu um sorriso pequeno.
— Não o chame assim, Diana. Meninos são assim nessa idade. - ela disse passando a mão no pano que tinha nos ombros e voltando para a mesa de jantar.
— O Armin também é um menino e não é estranho como o Eren. - disse cruzando os braços e seguindo para a mesa de jantar. Ela apenas negou com a cabeça sorrindo e pegou o que parecia ser um pote com um pano por cima e colocou na mesa.
— Sei que você acabou de ver eles, mas preciso que leve isso para a Carla. - ela disse se aproximando de mim. Seu rosto estava leve, mas logo suas feições se tornaram mais pesadas com um tom de preocupação. Sem entender o que houve para essa repentina mudança de expressão, iria perguntar o que houve, mas ela rapidamente se agachou na minha frente e começou a passar os dedos na pele da minha nuca rente onde o meu cabelo cresce.
— Como não notei isso antes! Como fui descuidada! - ela começou a esfregar com mais força, a preocupação no seu rosto triplicou a medida que ela limpava a pele perto do meu pescoço agora.
— Mãe.... - gaguejei de dor.
— Alguém notou? - ela me perguntou assustada.
— Não, mãe! - menti para tranquilizá-la ela olhou nos meus olhos por mais alguns segundos para confirmar a veracidade da minha resposta, ainda bem que sou uma boa mentirosa. Mais cedo a Mikasa tinha notado que eu tinha uma mancha preta no pescoço, mas disse que não era nada demais, espero ter convencida ela.
— Que alívio! - ela então suspirou e se levantou passando a mão no peito, imagino para aliviar a dor da ansiedade que ela passou nesses poucos segundos. — Corra, vá tomar um banho e esfregue bem a sua pele perto do cabelo. Não deixe uma mancha sequer. Vou olhar assim que acabar. - concordei e segui para o banheiro. 
Assim que entrei no banheiro tranquei a porta e pude soltar a respiração que estava segurando. Me aproximando do espelho, subi no degrau de madeira e olhei o meu reflexo. Nem eu tinha notado a mancha preta antes de sair, acho que foi a pressa. Suspirando, me despir e entrei na banheira, tomei cuidado pra me lavar e não pegar água no meu cabelo recém pintado. Meu cabelo na verdade é o mais puro branco que eu já vi. Na verdade, nunca vi muito, pois minha mãe desde que meu cabelo começou a crescer pintava ele de preto. Assim ela fazia com o dela e com o do meu pai também, quando a raiz branca, que mais pareciam as nuvens no céu de um verão quente, começava a crescer ela logo os camuflava.
Minha família se esconde em Shiganshina, na verdade, antes disso, antes de eu nascer, meus pais viviam em uma casa nas montanhas, muito longe de qualquer civilização. No entanto, quando minha mãe engravidou de mim, eles se mudaram para a cidade devido às complicações da gravidez que impediam deles viverem longe de um médico. E por causa do destino, acabamos morando a algumas poucas quadras da casa do doutor Yeager.
Desde pequena eles sempre me ensinavam sobre a história da nossa família e como acabamos sendo os últimos Targaryen vivos. Todos os dias eu tinha aulas com o meu pai sobre a antiga Vilíria, nossa vinda para as muralhas e como protegemos os moradores das três Marias dos titãs com os nossos dragões no passado. O fogo que os dragões soltavam não era como o fogo comum que vemos quando acendemos a lareira ou a fogão para cozinhar. Era um fogo muito mais quente e poderoso, capaz de derreter a pele do titãs e reduzi-los a apenas ossos. Além disso, ele e minha mãe me ensinavam a antiga língua que nossa família se comunicava, o alto valiriano. Segundo ele, os dragões não entendiam a língua comum, os montadores antigos se comunicavam com eles pelo alto valiriano. Ele me disse que um  dia poderia me ser útil, e uma Targaryen não poderia não saber sua língua mãe. Meus pais sempre deixavam claro que eu não poderia falar isso para ninguém, nem mesmo o melhor dos amigos, aquele que você mais confia. Nunca fale o seu nome. Nunca mostre seu cabelo. Nunca fale da história da sua família.
Eu cresci ouvindo isso todos os santos dias. Nós éramos perseguidos, uma vez me foi dito que meu tio, irmão de meu pai, se descuidou na antiga cidade que moravam e toda a sua família foi degolada em praça pública e suas cabeças expostas em estacas. Meus pais fugiram logo depois disso, tomando o dobro do cuidado em não revelar suas verdadeiras identidades.  Eles nunca me explicaram o real motivo de tanta perseguição à nossa família, apenas dizia que a mente do povo foi manipulada para odiar os Targaryens.
Nos livros que meu pai guardava as sete chaves no porão de casa contava a história do surgimento dos dragões e de como os Targaryen eram os únicos a conseguirem se comunicar e montar neles. No entanto, com a perseguição aos Targaryens todos os dragões foram aniquilados, os ovos quebrados e um reino inteiro destruído. Minha mãe contava com os olhos de orgulho das montadoras de dragões que possuíamos na família  elas eram mulheres corajosas, inteligentes e ambiciosas. Ela me criou nesse nível, disse que estava no meu sangue e no silêncio da noite eu ouvia meus pais conversando como eu seria a prometida que vingaria toda uma família. Eu não entendia muito bem, tinha que sair antes que eles me vissem mas sempre me tratavam como a vingadora.
Depois que acabei o meu banho, troquei de roupa e fui até a cozinha. Chegando lá vi meu pai sentado na mesa com alguns livros, parecia ser sobre metais e ferro, ele se estabeleceu  como o melhor ferreiro da cidade. Me aproximando e dando um abraço nele vi que estava lendo sobre o aço valiriano, também trazido de Valíria, era utilizado pelos guerreiros para matar titãs. Ele era muito melhor que os metais comuns e cortava muito mais facilmente, mas como ele era limitado apenas os melhores tinham uma espada de aço valiriano. As espadas utilizadas pela Tropa de Exploração são feitas de uma mistura de aço valiriano com outros metais.
— Tome, vá levar na casa dos Yeagers. - suspirando, pois já tinha até me esquecido dessa tarefa, peguei o pote e saí de casa, mas não antes de dar um abraço na minha mãe, que me excepcionou para ver se eu realmente me limpei. O pote cheira a pêssegos frescos, nós temos alguns pés de pêssegos no quintal de casa, minha mãe vende eles por uma fortuna no mercado. Mas como os Yeagers são praticamente da família, minha mãe sempre os presenteia. Virando a esquina fui direto na casa deles e, assim que cheguei perto, vi a Carla, a Mikasa e o Eren na escada. Me aproximei deles, mas a senhora Yeager parecia estar brigando com o seu filho. Antes mesmo de eu falar a primeira palavra o garoto gritou com a mãe e saiu correndo, passando por mim e virando a rua.
A Mikasa deu alguns passos na minha direção, pronta para ir atrás do Eren. No entanto, foi puxada pela Carla, que disse algo e a mais nova que concordou. Logo em seguida eu dei o pote com os pêssegos para a senhora Yeager e fui correndo com a Mikasa atrás do maluco do Eren, mas um dia normal na nossa vida.
— Você não precisa vir, Diana. - ela disse enquanto corríamos.
— Eu que não te deixo sozinha com aquele maluco. Vai que ele decide se jogar da muralha, vai precisar de mais um par de mãos para empurrar ele. - eu disse rindo. Ela negou com a cabeça, mas pude ver que ela achou graça do quê disse. Continuamos correndo até conseguirmos achar o Eren que corria a alguns metros à nossa frente. Ele parecia ir em direção aos três idiotas, que olhando com cautela, pareciam estar pegando no pé do Armin de novo. Eu e a Mikasa aceleramos o passo, mas quando já estávamos quase perto eles saíram correndo.
— Tá vendo? Foi só eles me virem que saíram correndo! - o tapado do Eren disse.
— Não, eles correram quando viram a Mikasa e a Diana. - ele disse tentando se levantar, mas logo caindo de volta no chão.
— Tá tudo bem, Armin? ‐ eu e o cabeça de mola falamos ao mesmo tempo. Fizemos careta um pro outro e como o Eren estava mais próximo ofereceu a mão para ajudar o nosso amigo, mas ele não aceitou. O Armin se levantou com dificuldade, se apoiando na parede atrás de si e limpou as suas roupas. Soltando um suspiro nós quatro começamos a andar em direção ao rio, era um ponto de encontro onde sempre brincávamos lá. Nós ficamos sentados esperando o Armin dizer o que aconteceu. A Mikasa ficou na minha frente e para passar o tempo comecei a fazer um trança no cabelo dela.
— ...Eles me chamaram de herege por pensar em ir pra fora da muralha. - o loiro começou, sua voz e sua cabeça estavam baixas.
— Eles são uns babacas mesmo. - Eren afirmou enfurecido jogando uma pedra no rio à nossa frente. Em seguida, Armin explicou que o rei tornou tabu falar sobre ir para fora da muralha e como as pessoas reproduzem esse tipo de pensamento. Esse raciocínio me fez lembrar do ódio pelos Targaryens, algo desse tipo deve ter acontecido.
— Mas a vida é nossa. A gente faz o que quiser. - o castanho rebateu furioso, era comum ver ele assim quando se tratava desse assunto.
— Mas de jeito nenhum, esquece isso. - a menina sentada à minha frente disse olhando diretamente para ele.
— O que me lembra, você me dedurou hoje mais cedo! - ele bateu o pé com raiva apontando para a Mikasa que estava sentada na minha frente com os joelhos dobrados.
— O que você disse? - perguntei a Mikasa.
— Disse sobre a ideia idiota do Eren em se alistar para o Reconhecimento.
— Você prometeu! - Eren exclamou e a Mikasa nem fez questão de olhá-lo nos olhos.
— Mas eu não disse que ia te ajudar.
Depois de um tempo a discussão dos dois acabou, assim como a trança que fiz no cabelo da minha amiga. Eles passaram a conversar sobre a falsa noção de segurança que existe dentro das muralhas.
— O que você acha sobre isso, Diana? - Armin me perguntou. Eu olhei ligeiramente para ele e depois voltei a encarar o rio à nossa frente.
— Acho uma estupidez achar que estamos seguros. Não significa que só por que por cem anos isso funcionou que irá funcionar para sempre. - disse, por um momento o pensamento de que se os Targaryen ainda estivessem vivos e os seus dragões também, a humanidade teria uma arma muito poderosa que nos deixariam mais seguros, quem sabe até eliminar de uma vez por todas os titãs. Fechando minha mão em um punho por puro ódio continuei. — As coisas podem mudar muito rapidamente de uma hora para outra. - um pequeno silêncio seguiu.
— É a primeira vez que eu vou concordar com alguma coisa que você disse. - Eren disse com a voz calma, eu o olhei sem dizer mais nada e voltei a olhar para o rio a minha frente. — Não estamos seguros aqui.
Depois que ele disse isso olhei na sua direção novamente, seu rosto estava franzido e seu punho estava fechado igual o meu. O vento estava forte levando os fios dos nossos cabelos a voarem, e fazendo minha pele se arrepiar de frio, deveria ter pego um casaco. Mas por algum motivo o vento parou. Nesse momento, senti um arrepio diferente na minha coluna. Tudo parecia tão silencioso e calmo, como uma calmaria antes de uma tempestade. Olhei para o céu e fechei os olhos respirando fundo, e nesse instante um grande estrondo foi ouvido, mas não somente o barulho seguiu, mas como o chão também tremeu de uma maneira tão forte que fomos jogado para frente.
— O que aconteceu? - Armin questionou, quando conseguimos nos recuperar do impacto, eu tinha acabado de me levantar do chão e ajudei o loiro a se levantar também.
— Não sei uma explosão? Usaram os canhões? - Eren perguntou passando a mão na parte de trás da sua cabeça.
— Isso não era barulho de um canhão. - eu disse sentindo um súbito frio subir pelo o meu corpo, passar pela minha espinha e trazer calafrios pelos meus braços. Eu engoli em seco, algo está errado.
Começamos a ouvir passos e vozes dos moradores da cidade, quando olhamos em sua direção vimos eles andando rumo ao portão da muralha com rostos assustados e olhando para cima. O Armin foi o primeiro a correr, nós o seguimos instantaneamente, cada passo era uma martelada no coração em antecipação e mal pressentimento. Assim que chegamos em uma área com visão limpa da muralha olhamos para cima e lá no alto da muralha aparecia uma grande quantidade de fumaça. De onde ela veio? Os canhões não fazem um barulho tão alto e nem soltam tanta fumaça. A resposta para a minha pergunta logo foi respondida quando uma enorme mão e uma cabeça, que parecia não ser recoberta com pele, emergiu do topo da muralha. Eu nunca vi algo tão pavoroso na minha vida, eu nem conseguia me mover. Meu rosto e corpo estavam petrificados de medo vendo aquela enorme cabeça olhando os pequenos e insignificantes humanos ali.
Um segundo se passou até que ouvíssemos outro barulho alto, não tanto quanto o primeiro, mas igualmente assustador. Em seguida, uma rajada de vento nos atingiu, tão forte que quase saímos voando, e com o vento, um monte de pedras enormes foram lançadas no ar.
— Ele abriu um buraco na muralha. - Olhei em direção ao Armin, que só agora percebi que estava de joelhos no chão com os olhos carregados de pavor.
— Não é possível... - minha voz saiu tão fraca que quase não se deu para ouvir. Se a muralha foi quebrada então os titãs...
— Nós precisamos correr! - o Armin disse já se virando para correr longe dos titãs que entravam a todo vapor no interior da muralha.
Mas como eu vou correr? Minha casa fica na direção em que os titãs estão entrando. A casa do Eren fica lá também. Assim que a realidade bateu no meu rosto, tentei me mover para ir em direção a minha casa. Eu não olhei pro Eren, pra Mikasa ou pro Armin, eu só pensava nos meus pais e se eles estavam bem. Logo que recuperei os movimentos corri em disparada para minha casa, saí esbarrando em todos e em tudo, eu só pensava em chegar em casa e fugir com os meus pais. A cada passo que eu dava rezava para que minha casa estivesse bem e que meus pais estivessem vivos, não sei nem o que pensar caso algo de ruim acontecesse com eles.
Virando a última esquina que dava na rua da minha casa notei a diferença de como ela está agora e como estava mais cedo. Pela manhã a rua estava limpa e um sentimento de tranquilidade reinava nas pessoas que conversavam na frente das suas casas, das crianças brincando no meio da rua. Agora tudo está vazio e frio, a rua limpa está cheia de poeira e há sangue por todo o lado, provavelmente das pessoas esmagadas pelas pedras que atingiram muitas casas. Correndo no meio da rua, desviando dos corpos estraçalhados e tentando ignorar o terrível cheiro que se instaura ali cheguei na frente da minha casa. Soltei um enorme suspiro pois ela não parecia ter sido atingida, somente a parte de trás onde ficava o porão. O porão? Assim que pensei nisso ouvi a voz da minha mãe gritando e o som de algo batendo em uma pedra. Meu sangue gelou com a possibilidade de algo ruim acontecer com a minha mãe e sai correndo na direção do barulho.
— Mamãe! - gritei por ela quando a vi sã e salva tentando empurrar uma pedra o quádruplo do seu tamanho de frente da porta do nosso porão com um pedaço de metal. Assim que ela me ouviu parou o que estava fazendo e olhou surpresa para mim, e com os olhos cheios de lágrimas ela correu na minha direção e me abraçou.
— Oh, graças a Deus você está viva! - ela me apertava tanto que pude sentir o ar faltar nos pulmões, eu a abracei tão forte quanto. Era um abraço de alívio e de desespero, podia sentir suas lágrimas manchando minha blusa.
— O que a senhora está fazendo? Precisamos sair daqui! - falei terminando o abraço e olhando nos seus olhos. O seu rosto parecia tão cansado e desesperado, seu cabelo preto e curto que sempre era tão bem alinhado estava todo desgrenhado. — Cadê o papai? - perguntei olhando em volta assim que notei sua ausência, mas nem um sinal dele foi captado pelos meus olhos. De repente a possibilidade dele ter sido esmagado ou comido por algum titã invadiu a minha cabeça. Minha mãe pareceu notar a minha dedução e negou rapidamente a cabeça.
— Ele foi procurar você, não se preocupe, ele está bem. Logo ele vai se juntar a gente. - ela disse, mas pareceu estar tentando  convencer a si mesma, pois mais lágrimas começaram a escapar dos seus olhos. Eu já sentia meus olhos doendo, as lágrimas ameaçando sair a qualquer momento. — Vamos me ajude com isso. - ela foi na direção da grande pedra e começou a tentar empurrá-la, a pedra não se moveu um centímetro.
— Mãe não adianta, não vamos conseguir. Nós precisamos sair daqui e achar o papai. - disse puxando o seu braço na tentativa de tirá-la dessa tarefa inútil e tentar salvar nossas vidas.
— Nós não podemos! - ela gritou soltando minha mão. — Eles estão aqui dentro, nossa história está aqui dentro! Não podemos abandoná-los aqui. - ela gritou e me chamou para ajudar. Eu não entendi o que ela quis dizer com "eles estão lá dentro" mas sabia que história nenhuma iria ser salva se nós morrêssemos aqui.
— Mãe, nós...- fui interrompida pelo som alto de uma pisada no chão a poucos metros daqui. Minha mãe parece ter ouvido também, olhando na direção do barulho pude ver um enorme titã no final da rua. Eu nunca tinha visto um em toda a minha vida, contando  com o da muralha a poucos minutos, esse era o meu segundo. Eu sentia as minhas mãos tremendo de medo e lágrimas molhando o meu rosto. Olhando de volta para minha mãe ela parecia estar em conflito, com as mãos na cabeça e com os olhos arregalados olhando para o chão, o puro desespero estampado em seus olhos. Meu coração, mesmo em meio a todo esse desastre, doeu por ver ela nesse estado. Minha mãe era a melhor pessoa que eu já conheci,  ver ela nessas condições só me machucava. Assim que ia lhe chamar ela rapidamente me pegou pelo braço e se abaixou na minha frente.
— Eles conseguem nos sentir, nosso sangue é o preferido deles. Eles vão chegar aqui aos montes. - ela falava tão rápido que até gaguejava. — Tome isso. - ela tirou do pescoço um colar feito de um material escuro, com o desenho de um dragão com três cabeças e uma pedra vermelha no centro.
— O que é isso? - perguntei com o resto de voz que me restava.
— Essa é a chave do baú, você não pode perdê-la por nada nessa vida. Me entendeu? - ela gritou a última parte me fazendo fechar os olhos com medo. Ela parecia ter desistido da ideia de abrir o porão, com os titãs se aproximando. Ela não tinha escolha a não ser largar toda a sua história, eu podia ver seus olhos vermelhos e a angústia de talvez não conseguir sobreviver a tudo isso.
Logo em seguida ela me pegou no colo e saiu correndo rua a fora na direção do portão que dava em direção ao interior da muralha. Algumas poucas pessoas também corriam naquela direção em busca de refúgio. No meio desse trajeto um soldado da muralha nos orientou a seguir para o porto pois estavam retirando os moradores por via fluvial.  Rapidamente apressamos o passo para chegar ao porto que ficava dentro da muralha Maria, mas assim que  virarmos a próxima esquina dê-nos de cara com um titã. Ele era grande, parecia ter uns dez ou doze metros, sua cabeça provavelmente era do tamanho da nossa casa. Ele estava abaixado olhando bem nos nossos olhos, o titã era tão assustador mas o pensamento de desviar os olhos dele e ele fazer algum movimento repentino me dava tanto medo que não conseguia nem fechar os olhos. Minha mãe parecia ter paralisado de medo com a visão da morte iminente bem na nossa frente. E em um piscar de olhos aquele titã pavoroso direcionou sua grande mão em nossa direção, minha mãe instantaneamente me jogou de seus braços antes de ser agarrada pela criatura. Ela gritava desesperadamente para que eu corresse, seus gritos doíam os ouvidos e o coração. Eu não conseguia me mexer, ver minha mãe tão pequena em comparação ao seu raptor se debatendo e socando a mão do titã para conseguir sair me causava agonia. Mas algo queimou dentro de mim, como uma fogueira e rapidamente me coloquei de pé. Do meu lado tinha um pedaço de madeira e meu único pensamento era em salvar a minha mãe. Não sabia onde o meu pai estava ou se ao menos estava vivo, não podia perder mais uma pessoas. Tomada de uma força não natural peguei a madeira do chão e comecei a correr na direção daquela besta horrível. Mas antes mesmo de eu chegar perto o suficiente pra bater nele fui agarrada por um braço e erguida no ar. Tudo que eu conseguia fazer era gritar. Gritei com todo o ar dos meus pulmões pela minha mãe, e olhando para o seu rosto, mesmo ela estando prestes a ser devorada, parecia tranquila. Seu rosto estava repleto de lágrimas e seus olhos fechados como se já tivesse aceitado o seu destino.
— O que você está fazendo? Precisamos ajudar a minha mãe! - eu gritei desesperadamente para o soldado que só agora eu fui perceber que me tirou de lá. Ele apenas me ignorou, e eu comecei a me debater, não podia deixar minha mãe morrer.
E antes que qualquer outro pensamento invadisse a minha cabeça, minha mãe foi partida no meio na frente dos meus olhos. Seu sangue jorrou pelas paredes das casas e pelo chão da rua, sujando tudo à sua volta. Nada poderia descrever o vazio que automaticamente se instalou no meu peito, a percepção que minha mãe estava viva a poucos segundos atrás e agora não estava mais me destruiu. Não consegui desviar os olhos da cena, ver o corpo já sem vida da pessoa que eu mais amava no mundo descer garganta abaixo por aquele ser imundo acabou com o pingo de sanidade que eu tinha. Eu não conseguia chorar e minha garganta doía pelos tantos gritos de desespero que soltei em tão pouco tempo. Eu e o soldado, que não sei dizer se me salvou ou se me amaldiçoou com a vida sem uma família, nos afastamos da terrível tragédia rumo ao interior da muralha Maria, onde tinha o porto. Olhando a cidade  a minha volta ela estava tomada por fumaça e cheiro de sangue, se eu estivesse em condições tamparia o meu nariz para não sentir isso. Mas eu estava tão devastada que nem a podridão do ar me imcomodou. A poeira estava por toda parte, tornando difícil a visão,  mas ainda era possível ver as casas destruídas e os corpos mortos pelas ruas, um cenário digno do inferno.
— Eu sinto muito. - ele disse assim que me entregou na mão de um outro soldado já no barco do outro lado da muralha. Esse novo homem me direcionou a um local onde eu poderia me sentar. Eu nem fiz questão de olhar para ele, ou para qualquer outro ser, meus olhos estavam vazios, tristes, traumatizados.
Eu fiquei lá, sentada abraçando as minhas pernas e tentando processar o que me aconteceu, tão avoada da situação à minha volta que nem percebi o garoto loiro sentado ao meu lado. Não tive coragem de olhá-lo, não queria ser perguntada se estava bem, eu claramente não estava. Não queria interagir com nada e ninguém. Perdi a minha mãe na frente dos meus olhos da maneira mais horrível que alguém poderia partir desse mundo. Meu pai não sei se está vivo, mas pela realidade da situação, conclui que ele também já se foi, ou esmagado por alguma pedra ou comido pelos titãs. Depois de alguns momentos percebi o Eren e a Mikasa se aproximando, eles estarem vivos deu um certo alívio. Saber que meus três amigos estavam vivos e que eu não estava totalmente sozinha me deu um pouco de conforto no meio de tanta tristeza, mas não consegui  encará-los também.
Eles se juntaram ao meu lado e do Armin, mas também não pronunciaram uma sequer palavra. Nós acabamos nos separando quando tudo aconteceu, mas por eles estarem aqui sozinhos, concluo que seus pais também não sobreviveram. Era possível ouvir os murmúrios e os choros das pessoas no barco, até que o som de vários disparos de canhão foram ouvidos e um silêncio súbito se instaurou pela surpresa mas logo foi seguido por suspiros e gritos de pavor. Quando finalmente levantei meus olhos para ver a situação pavorosa da cidade que vivi toda a minha vida, foi nesse momento que um outro titã, diferente dos outros que vi hoje, apareceu. Ele tinha a pele estranha, parecia um tronco de árvore duro, esse titã tinha acabado de romper o portão da muralha Maria, o barulho foi tão alto que me fez cobrir os ouvidos. Eu consegui ver as pedras de parte do portão e os corpos de alguns soldados voando pelos ares com o impacto. Eles conseguiram abrir um buraco enorme na muralha, o que será da humanidade agora? Apertei com tanta força o colar que minha mãe me deu momentos atrás que senti ele machucar minha palma. Lembrando de suas palavras o coloquei por dentro da minha blusa para que ninguém o visse. A angústia bateu ainda mais forte ao lembrar da voz da minha mãe, do seu sorriso, da sua áurea. Eu perdi ela, eu perdi a minha mãe. Momentos depois, quando já estávamos um pouco mais distante do desastre da muralha notei uma movimentação do meu lado, era o Eren. Ele se levantou e começou a andar em direção à extremidade do barco. A Mikasa e o Armin chamaram ele, mas o garoto os ignorou, seu rosto retratava o puro ódio com algumas lágrimas escorrendo do seu rosto.
  — Eu vou acabar com todos eles! - ele gritou. O céu já estava ficando em tons de rosa e laranja, se fosse em outro dia comum, estaríamos admirando o lindo céu antes de sermos chamados pelas nossas mães para jantar em casa. Por um instante desviei meu olhar dele para o chão soltando um suspiro.
— Eren. - o chamei. Ele virou o rosto na minha direção ainda com uma expressão de raiva. — Pode contar comigo. - comecei, desta vez ele teve uma leve surpresa viramdo seu corpo totalmente na minha direção. Me levantei e fiquei na sua frente, meus punhos estavam fechados e senti as lágrimas escorrerem dos  meus olhos. — Eu também vou acabar com todos esses seres imundos, vou fazê-los queimarem no fogo do inferno!
Mas talvez eles não precisem ir para o  inferno para sucumbirem às chamas.
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Oii, espero que tenha gostado!!
Se puder republicar, curtir ou compartilhar para ajudar na divulgação e me dar mais motivação, é mt bem vindo!!
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tenasz · 2 months
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all good fics come from broke college girls or bad bitches who are 30+
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tenasz · 2 months
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FOGO E SANGUE
IMAGINE ATTACK ON TITAN
Gênero: Ação, drama e romance
Avisos: Violência
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Sinopse
"Naquele dia, a humanidade se lembrou do terror que é estar nas mãos deles"
A humanidade presa nas muralhas, reféns de criaturas monstruosas que os caçavam não imaginava o tamanho do mundo lá fora, ou se quer quem realmente os protegeu e lutou pela sua sobrevivência. A vida era pacífica, mas até quando?
Diana Edwards e sua família escondem um segredo para proteger suas próprias vidas, mas sonham com a vingança contra quem os perseguiu e os matou. Mas por uma reviravolta na vida de Diana ela se vê a merecer do destino, junto com seus amigos de infância Mikasa, Eren e Armin.
Esse é apenas o começo de uma história repleta de fogo e sangue.
CAPÍTULOS
Capítulo 1: O começo do fim da humanidade
Capítulo 2: Próximo passo
Capítulo 3: Segredos
...
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tenasz · 2 months
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Why am I so lonely???
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"Hey, Kiyoomi-kun!" Shion yells from the open door leading to the locker rooms, voice a little breathless. "Your phone rang." Kiyoomi quirks an eyebrow in curiosity. There's still 15 minutes left of their break and truthfully, Kiyoomi is not inclined to leave the comfortable position he's resting in: sat on the floor, legs stretched out in front of him as he caught his breath. Still, he rises to his feet and ambles towards the locker room. Kiyoomi typically has his phone on Do Not Disturb. If anyone's messaging him at this time, it could only be one person: you. He thumbs his phone open; the screen flashes with a photo of you and him from your most recent anniversary, before he clicks on the message that, just as he guessed, came from you.
It's a video.
For a moment, he considers saving it for later just in case it ends up being racier than what's acceptable to play in public but the motion blur from the thumbnail suggests otherwise. Besides, it's barely past 5PM, you're only on the way home at this time.
Ultimately curiosity gets the better of him and he plays the video without further ado.
"Hey, babe!" Your voice crackles through the speaker. In the video, you're running. The backdrop is the familiar landscape of the neighborhood you both reside in.
"This is proof that I would never try to bring home a stray dog." You look off to the side, the camera tilting with the motion and showing the dog that's running alongside you. "See, Kiyoomi!" You look towards your phone. Despite doing your utmost at feigning disappointment and concern, your giddiness bleeds through your voice and it's enough to pull a smile out of Kiyoomi.
"See! I'm running! I'm running away from you!" Your voice lowers in volume as you direct your words to the dog. It's immediately followed by, "Come on, buddy! Come on— Go away!" You say the last part to the camera. Eyes wide, as if you were looking directly at Kiyoomi and convincing him in person.
Kiyoomi falters at the way you try your damndest to tamp down your grin, the faux disappointment coming back as you address him through the video. His grin widens.
"What are you doing? Go away!" You turn to the dog. "I said run— run away—come on, come on—Run, buddy—Run away!"
As you grow increasingly breathless, Kiyoomi's amusement crests, sending him into fits of laughter that catch the attention of everyone within the vicinity. His laughter continues as he watches you run with this dog, at one point, even waving it over when it strays too far.
By the time the video abruptly cuts off, the fatigue Kiyoomi felt from practice is replaced by this warmth in his chest brought about by your valiant attempt at not leading a stray dog into your home. When his laughter subsides, Shoyo bounds over towards him, curious at what has the reclusive spiker so amused. "You seem happy, Omi-san. Any good news?" Kiyoomi spares him a glance, laughter dying down, and a soft quirk to his lips that Shoyo has learned can only be pulled out of him by you. "Yeah... I think we're getting a dog."
(based on this silly little video)
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tenasz · 3 months
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Eu deixaria esse homem me ***** *** ** ***** ****** aí depois me ******** me ******** e tudo o que ele quisesse
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Drew Starkey as Rafe Cameron  OUTER BANKS | Season 3
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tenasz · 3 months
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HE’S INNOCENT YOUR HONOUR ྀིྀི
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tenasz · 3 months
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when i want fluff/angst fics and all i’m getting is smut
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the struggle is real
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tenasz · 4 months
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“He’s a villain! You only like him because he’s hot.”
Okay and?
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tenasz · 4 months
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me @ y/n when they do something i’d never do:
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like babe this isn’t us ?? get it together
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tenasz · 4 months
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when i want fluff/angst fics and all i’m getting is smut
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the struggle is real
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tenasz · 5 months
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I found out about the jjk hello kitty collab today and this is the first thing my brain thought of
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tenasz · 5 months
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me finally seeing a low quality luke after two weeks of waiting:
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tenasz · 5 months
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fictional men: *murders millions and is a literal war criminal"
tumblr girls: "i can fix him<3"
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