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hermeneutas · 7 days
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Por onde começar a estudar o helenismo? Alguém com uma visão não-dualista do mundo pode se encaixar nesse tipo de devoção? Abs.
Khaire philos!
Alguns livros e escritos podem ser interessantes, dispostos nos sites como Helenos e o Hierokrithari, o primeiro com um podcast que pode ser útil para os politeístas iniciantes e este último contando com projetos eventuais de estudo para quem deseja fazer parte do grupo.
Uma visão "não-dualista" meio atrelada à Descartes? Talvez te interesse estudar as ideias do neoplatonismo então. Começaria por Salústio, seu "Sobre os Deuses e o Cosmos" é bastante instrutivo. E também cogitaria ler "Theokrasis" de Leila Victória de Oliveira, uma politeísta helênica e filósofa moderna.
No mais, esperamos que estas recomendações lhe sejam úteis! Até mais e que os Deuses te guiem!
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hermeneutas · 7 days
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voces conhecem outros perfis em portugues que falam sobre paganismo, misticismo e ocultismo? obrigado!
Tem alguns outros perfis em outras redes que conhecemos.
Temos o Helenos que recomendo bastante, o projeto Hierokrithari também tem muito a contribuir. Eles contam com um canal administrado por Demétrios, um dos responsáveis pelo grupo. Um canal helênico brasileiro que também recomendo é o de Héspera, o "Submundo Periférico".
Dá uma olhada! Entrar em contato com a comunidade pode ser assustador às vezes, mas conversar, dividir experiências e dialogar respeitosamente nos engradece sempre.
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hermeneutas · 9 days
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Olá! Helenistas podem acreditar na existência dos deuses de outros povos?? Se sim, teria que ser por meio do sincretismo entre as divindades ou existe outra forma??
Khaire philos!
Na antiguidade clássica e tardia era meio que senso comum que outros povos tinham seus próprios Deuses. Alguns dentre os gregos antigos cultuavam estes Deuses cometendo interpretatio graeca, ou seja, vendo-os como diferentes versões dos Deuses Helênicos. Já para outros eram deidades diferentes, com alguns neoplatonistas tardios recomendando, por exemplo, que se estivesses no Egito cultuasse como se cultua no Egito e assim por diante.
Houveram cultos sincréticos de muitas formas, tanto dentro como fora da Hélade. O Apolo Karneios de Esparta, a Ártemis de Éfeso, Hécate e Enódia na Tessália, Zeus-Amon na Líbia e até mesmo o culto de Ísis que foi importado e adaptado de Kemet (Egito) para tanto a Grécia como o Império Romano.
Em alguns destes casos o sincretismo era bem claro, como no caso de Zeus-Amon, já em outros a assimilação ocorreu de tal forma que a deidade se tornou um epíteto da outra, como é o caso supracitado de Apolo Karneios e Hécate Enódia. Noutros casos, a deidade assimilou-se tanto à outra que sua aproximação e representação particular era bastante única, como a Ártemis de Éfeso. E já no caso de Ísis, teve o culto importado, transformado e adaptado para a realidade greco-romana uma vez que isso ocorreu, não necessariamente ocorrendo um sincretismo.
Sincretismo era um fenômeno religioso decorrente de mil razões: assimilação cultural, imperialismo, tensões políticas, intercâmbio de costumes e outras formas. Não sou autoridade alguma em ditar se o culto particular de alguém deve ser sincrético ou não, mas historicamente falando sempre havia uma outra razão que motivasse isso no contexto sociocultural por detrás.
Espero que estas informações tenham sido esclarecedoras de algum modo. Que os Bons Deuses lhes dêem boas reflexões.
Eirene (Paz)!
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hermeneutas · 11 days
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Outros Deuses e Seus Epítetos - Agathos Daimon, o Nobre Espírito.
Continuando nossa série de postagens sobre os Deuses, hoje focaremos em uma deidade peculiar e, principalmente para aqueles fora da religião, pouco conhecida integralmente. Falaremos hoje de um daimon muito importante -- Agathos Daimon, o Bom (Ou Nobre) Espírito!
Representado como um jovem com uma cornucópia ou como uma serpente, o Daimon é um espírito dito responsável pela prosperidade do lar, sua proteção e, no caso de locais com plantação, um guardião da boa colheita.
Em outra visão da mesma deidade, o Agathos Daimon também é descrito como um espírito atribuído a cada pessoa. Um daimon pessoal de cada um, capaz de guiar, ensinar e proteger, similar ao eudaimon descrito nos escritos de Platão. Era por vezes dito que o Agathos Daimon era o consorte de Tique, a Sorte, e por isso tinha domínio sobre nossa própria prosperidade.
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Em termos de culto, o Agathos Daimon não era uma deidade com templos cívicos na maior parte da Hélade. Seu culto era de natureza doméstica quando acontecia, com libações simples dedicadas a ele.
Por vezes, o Daimon era sincretizada com diversos aspectos de Zeus, como o Zeus Meilichios (Zeus, o Afável) que era representado como uma serpente (uma representação ctônica) e Zeus Ktésios (Zeus dos Bens), onde era honrado com a feitura de um kathiskos -- um pequeno recipiente selado com azeite, comida, grãos e mel, dedicado mensalmente ao Deus do céu neste aspecto doméstico, invocando sua prosperidade.
Além de Zeus, os Deuses Baco e Hermes são alguns dos que levam a associação direta ao daimon, tendo-o como epítetos endereçados a si próprios. A forma de honrá-lo seria com uma libação no segundo dia do mês helênico, onde costumeiramente se derrama uma libação de vinho na terra para este espírito auxiliador.
Na região de Kemet (o Egito), o Agathos Daimon fora sincretizado com o Deus Sérapis e era cultuado em templos na era helenística principalmente. Sua origem é debatida mesmo nos tempos antigos, com Hesíodo afirmando em seu Os Trabalhos e os Dias, que os bons espíritos da "Era de Ouro" eram estes daimones que guiam os mortais.
Independendo da forma e origem, todos se complementam no aspecto benévolo do Agathos Daimon, tal é a nobreza de seu nome aqui. Estabelecer um vínculo com este espírito, faz parte de uma comum prática entre os politeístas helênicos modernos.
Por fim, encerramos o post com o Hino Órfico 73, que sincretiza o Agathos Daimon com o próprio Zeus: "Ao Daimon [Zeus]. A ti, poderoso governante Daimon temeroso, eu chamo, Zeus brando, doador de vida, e a fonte de tudo: grande Zeus, muito errante, terrível e forte, a quem vingança e torturas terríveis pertencem. A humanidade de ti em riqueza abundante abunda, quando em suas habitações alegres tu és encontrado; ou passa pela vida aflito e angustiado, os meios necessários de bem-aventurança por ti suprimidos. É só teu, dotado de poder ilimitado, para manter as chaves da tristeza e do deleite. Ó santo e abençoado pai, ouça minha oração, disperse as sementes do cuidado que consome a vida, com mente favorável aos ritos sagrados, e conceda à vida um final glorioso e abençoado.
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hermeneutas · 25 days
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Olá! Você poderia me explicar como saber se os deuses aceitaram uma oferta/contato?? Depois de descobrir que eles podem negar essas coisas, fiquei me perguntando como diferenciar quando eles estão ou não presentes e se eles aceitaram ou não minhas ofertas
Khaire philos!
Segue uma resposta que serviu a outra pessoa outrora que talvez lhe seja pertinente. Clique aqui para ler o post.
No mais, desejamos muita reflexão e calma na hora de interpretar tais coisas. As vezes somos vencidos pela paranoia nestes assuntos, então é melhor ser gentil conosco e nossa interpretação das coisas antes de mais nada.
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hermeneutas · 28 days
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Os Primordiais - Índice de Posts
- Gaia, a Mãe Terra
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hermeneutas · 28 days
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Sobre os Primordiais - Gaia, a Mãe-Terra.
Começando esta nova série onde trazemos detalhes relevantes sobre os Protogenoi, iniciaremos por uma das mais populares deidades. Amplamente retratada na mitologia, frequentemente descrita como uma antagonista dos Deuses nestes escritos e sendo uma potência inegável de vida e fertilidade, falamos hoje de Gaia, a Terra. Note que usaremos aqui nestes escritos, propositalmente, o nome das divindades e seu domínio de modo intercambiável, uma vez que os protogenoi são literalmente estes elementos que compõem o Cosmos.
Também chamada Gê ou Géia, a Mãe Terra emergiu do Caos Primordial (mais sobre ele em um próprio post!) segundo Hesíodo em sua Teogonia, escrito que narra o nascimento dos Deuses compilando os mitos em narrativa. Uma grande mãe por excelência, Terra tem inúmeros Deuses, daimones e seres divinos como parte de sua descendência.
Em seu domínio está a terra em todas as suas expressões - desde vãos na terra à cavernas, campos e florestas, pois Gê é o próprio chão onde se pisa. Nas descrições de ritos ctônicos da Odisséia, Gê está entre os Deuses para os quais Odisseu dedica um sacrifício, pois abaixo dela é onde se encontra, segundo os antigos, o Mundo Inferior.
Nas suas representações antropomórficas, Gaia é retratada como uma matrona com vestidos longos, adornada com frutos da terra ou com os karpoi, os daimones dos frutos e filhos dela. Um dos símbolos visíveis também é uma cornucópia recheada de alimentos. Nos vasos de cerâmica, Gaia é frequentemente representada se erguendo da terra.
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Diferentemente da maioria dos Primordiais, Gaia era uma divindade com um culto consistente em alguns locais, presente em santuários menores de outras deidades como Zeus e Deméter. Seu culto estava presente na região da Ática, Lacedemônia, Aquéia e também na Arcádia, mas há poucos relatos de algum templo dedicado inteiramente à Mãe Terra.
Listamos aqui alguns nomes e epítetos de culto usados para Gaia.
Nomes alternativos
Khthon/Khthonie (Χθον/Χθονιη) - É uma palavra alternativa para "terra", origem da expressão "ctônico", ou seja, "da terra".
Epítetos
Meter Panton (Μητηρ Παντων) - "Mãe de Todos" Euristenos (Ευρυστερνος) - "De amplo seio" Megale Thea (Μεγαλη Θεα) - "Grande Deusa" Olimpia (Ολυμπια) - "de Olímpia", uma das cidades do peloponeso com um proeminente culto a Zeus. Havia um altar para ela no templo. Gasepton (Γασηπτον) - "Terra sublime" Kourotrophos (Κουροτροφος) - "Nutriz dos jovens" Anesidora - "Dispensadora de bens"
Como podemos ver, os epítetos de Gê referem-se grandemente a sua fertilidade, capacidade enquanto cuidadora e nutriz de toda a criação.
Nas narrativas míticas, Gaia é frequentemente citada como a sustentadora da vida terrena e seus hinos a descrevem como fonte da felicidade dos mortais. Clamada na Ilíada como testemunha para juramentos e honrada em altares como o poder por trás da vida que fervilha na terra, Gê é de importância inestimável e dá forma ao planeta que habitamos.
Por fim, encerramos este post com seu hino homérico, traduzido por Alexandra Nikaios.
De Geia eu canto, Mãe firme de tudo, a mais antiga, que alimentou a vida na terra, sempre que caminhava no solo ou nadasse no mar ou voasse; Ela sustentou cada uma de suas riquezas. Através de ti os povos são abençoados de filhos e frutos, Ó Rainha, que dá e reclama a vida dos mortais; enriqueça quem quer que te agrade e honre; toda a abundância para eles; que suas terras férteis sejam frutíferas; através dos campos seus rebanhos prosperem; sua casa seja repleta de deuses. Eles regem os estados bem-ordenados com formosas mulheres, e ampliam as riquezas dos que os seguem; seus filhos exultam com júbilo jovial; suas filhas brincam em danças de espalhar flores com o coração feliz, e pulam pelos campos floridos. Tal coisa tu dás, Rica Divindade Sagrada. Então te saúdo, Deusa-Mãe, Esposa do Céu Estrelado; recompense minha canção com um sustento prazeroso! De ti eu me recordo, e de outra canção também.
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hermeneutas · 1 month
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Sobre a eutanásia: não tenho tantas fontes agora, mas escrevi meu TCC anos atrás sobre o assunto e uma das bases era como o suicídio era visto na antiguidade. Nas pesquisas de diversas religiões pré-cristianismo, li sobre os gregos considerarem a morte como uma forma de estar com os deuses, e, portanto, o suicídio não era visto como algo ruim (essa visão só se iniciou depois do cristianismo). Logo, a eutanásia (lembrando que vem do grego "boa morte"), em minha opinião, não seria vista como algo ruim/pecaminosa ou uma afronta contra os deuses. Uma das minhas fontes foi o trabalho de Dworkin, onde ele faz justamente essa pesquisa de diversas religiões (e portanto tocando na visão da Grécia antiga), então aconselho o anon dar uma lida pra entender melhor os fundamentos dessa visão em específico.
Um outro adendo: não creio que os deuses vejam o nosso livre arbítrio de escolher uma boa morte como uma afronta a eles, justamente porque não há essa visão de que nós "devemos" a vida a eles e só eles podem tirar, e que devemos passar por atribulações e sofrimento, pois somos pecadores desde o nascimento. Nós cultivamos uma relação com os deuses muito distinta da relação dos cristãos com o deus cristão, e a visão da eutanásia como algo pecaminoso vem justamente do pecar contra deus quando escolhemos dar fim a um sofrimento que, para eles, nos limparia dos nossos "pecados". Além da questão de que só deus pode tirar nossa vida, e todas as outras coisas que nós todos já ouvimos de cristãos. Enfim, são relações e religiões muito distintas e por isso creio também que encaixar a eutanásia como algo ruim é algo muito mais cristão do que qualquer outra coisa.
Efcharisto philos!
Espero que o outro anon possa ver e ler a respeito das indicações aqui. É muito importante divorciar os conceitos que surgiram após a ascenção do monoteísmo como forma mais comum de culto nos países do mediterrâneo das suas práticas mais antigas. Fico curioso sobre qual grupo de gregos é referido no trabalho a ter essa perspectiva sobre a morte, adoraria dar uma lida!
No mais, agradeço quanto à contribuição.
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hermeneutas · 1 month
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Olá! Vc poderia me explicar qual é a visão do Helenismo sobre algumas questões como por exemplo o aborto e a eutanásia??
Khaire philos!
Como explicado em algumas noções específicas, não há uma visão única e monolítica das expressões religiosas helênicas para todos os assuntos do mundo. É especialmente complexo observar como seria a abordagem desses assuntos uma vez que tais tópicos eram de escassa discussão no mundo antigo.
Não consigo pensar em um mito específico que aborde tais temas ou de alguma discussão filosófica que cubra estes assuntos. Algumas questões discutidas ocupavam mais um espaço próprio. E além do mais, dar opiniões universais quando o assunto é "o Helenismo" é algo complicado de se firmar, como bem falamos sobre como mesmo que houvessem tradições comuns e crenças que se alinhavam, a diferença do povo da região Ática para a da Lacedemônia e da Trácia poderia mudar radicalmente no que fosse considerado piedoso (ou seja, de acordo com a eusébia, diligência aos Deuses) ou não.
Convido, entretanto, seguidores que desejem adicionar nessa discussão com um reblogue caso tenham conhecimento sobre algo que me foge neste momento.
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hermeneutas · 1 month
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Outros Deuses e Seus Epítetos - As Horas
Khairete philloi!
Damos continuidade neste post da série sobre os Deuses e seus epítetos mais conhecidos. Desta vez focaremos em um outro grupo de deidades importantíssimas para a manutenção do ciclo natural - as Horas.
As Horas, do grego Horai (Porção de Tempo), são as Deusas do fluxo natural do tempo, a passagem das estações e das mudanças nas constelações. Elas também são descritas como guardiãs da entrada para o Olimpo e organizadoras das estrelas nos céus.
Representadas em maior parte como um agrupamento de três jovens bem-vestidas, as Horas dançam em círculo e cumprem suas funções, dando o dinamismo e movimento ao Cosmo. Em grande maioria das vezes, elas são descritas como filhas de Zeus e titã Têmis, a Deusa das leis sagradas e dos costumes divinos. Já os autores Quinto de Esmirna e Nono atribuem a parentagem delas a Hélio e Selene, ou somente Hélio, visto que os titãs do sol e da lua também estão atrelados à passagem de tempo.
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Concernindo o culto às Horai, vemos que elas não possuem relatos abundantes de templos dedicados ao coletivo de deidades em si, salvo um templo dedicado a uma dupla de horai em Atenas -- a Talô e Karpô, descritas como horai da primavera e do outono, respectivamente, que compartilhavam um altar com Dionísio no mesmo templo.
Entretanto, há vários santuários e representações delas nos templos de outras divindades: No templo de Zeus em Mégara, no templo de Hera em Argos, no de Apolo em Amyklae (perto de Esparta) entre outros.
Interessantemente, elas são representadas junto às Cárites (as Graças) nestes espaços supracitados também.
Quanto aos nomes das divindades descritas como membros das Horas, segue uma descrição breve de cada agrupamento mais comum.
Nomes das Horai
Diké, Eunomia e Irene - Respectivamente, "Justiça" (Δικη), "Boa Ordem" (Ευνομια) e "Paz" (Ειρηνη), são Deusas filhas de Zeus e Têmis. Estas horas são as divindades associadas às virtudes encarnadas por seu nome. São descritas por inúmeros autores, como Hesíodo, Píndaro e Hígino.
Karpô, Talô e Auxo - Respectivamente, "Fruto" (Καρπω), "Talo/Crescimento" (Θαλλω), "Aumento" (Αυξω). Descritas essencialmente por Pausânias e Hígino como divindades associadas ao fluxo da natureza, cada uma aqui representa o ciclo natural de crescimento das plantas.
Talô é descrita em Atenas como a hora da primavera e Karpô como a hora do outono, com cultos bastante antigos atribuídos a ambas. Nos ritos de passagem para a maioridade, os jovens atenienses mencionavam Talô como parte de seu juramento ao se tornarem efebos, ou seja, adolescentes em treino para serem considerados adultos. Na Teogonia de Hesíodo, Talô é um epíteto de Irene, a hora da paz.
O poeta romano Hígino eleva o número de Horai à dez, descrevendo as seguintes e somando-as como parte deste coletivo.
Auxêsia, Damia, Ortôsia e Ferusa - Do grego, respectivamente, "Crescimento (Αυξησια)", "Terra-nutriz (Δαμια)", "Prosperidade (Ορθωσια)" e "Traz-substância" (Φερουσα).
As seguintes são um quarteto de horai descritas na qualidade de Deusas das estações do ano.
Eiar (Ειαρ), Theros (Θερος), Ftinóforon (Φθινοφωρον) e Químon (Χειμων) - Respectivamente, "Primavera", "Verão", "Outono" e "Inverno".
Importantes divindades descritas como benevolentes e nutrizes da natureza, dos mortais e ministras dos Deuses celestes, as horai são companheiras frequentes das deidades que tanto nos cobrem com benesses.
Honremos estas grandiosas Deusas e busquemos invocá-las junto aos Imortais por suas graças tão benévolas à humanidade. Encerramos o post junto ao hino órfico às Horas, tradução de Rafael Brunhara do blog "Primeiros Escritos" (recomendamos para quem curte hinos e literatura antiga!).
Das Horas; fumigação: Ervas Aromáticas
Horas, filhas de Têmis e Zeus soberano, Bensoência [Eunomia], Justiça [Díke] e Paz [Eirene] multiafortunada, vernais Deusas dos prados, puras e multiflóreas em flóridos sopros, de todas as cores, de muitos odores, Horas volventes e  viçosas sempre, de face doce,   (5) que vestem véus feitos do orvalho de rosas virentes, brincais com a pura Perséfone quando as Sinas [Moirai] e as Graças cantando e dançando em roda a elevam à luz, a Zeus agradando e à mãe doadora de frutos. Vinde aos neófitos nos auspiciosos e consagrados ritos (10) trazendo sem falha frutos nascentes das estações.
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hermeneutas · 2 months
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olá eu apreciaria muito um posto sobre o deus dos sonhos, morfeu, epitetos, algo mais sobre ele. Desde já agradeço.
Khaire philos!
Agradeço a solicitação de conteúdo e sinto que é preciso falar aqui sobre os daimones-sonho como um todo, os chamados oneiroi (singular: oneiros, do grego antigo, sonho). Morfeu é uma figura da literatura e mitologia romana com relatos apenas presentes no livro Metamorfoses, de Ovídio, onde aparece descrito ao lado de Fântaso e Fobetor/Ícelo. Morfeu é descrito como um sonho que toma a forma de pessoas, Fântaso de objetos inanimados e Fobetor, de animais e feras. O valor religioso das obras de Ovídio é, no máximo, debatível, mas vemos a representação dos oneiroi desde os mais antigos escritos, como a Ilíada. Entretanto, nestes escritos, não há nenhum nome como Morfeu atribuído ao deus-sonho que preenche a mente do general Agamemnôn na Ilíada, mas quem o guia para a mente do homem é Hermes, o Deus-mensageiro. Além disso, é dito que os oneiroi podem vir do portão de marfim ou do portal de chifre, o primeiro dá vazão aos sonhos proféticos enviados pelos Deuses, enquanto o segundo dá a sonhos enganosos ou fantasiosos. Quando olhamos mais de perto do relato dos cultos de Hipno (temos um post sobre ele aqui), o Deus do sono e Asclépio, o Deus da cura, vemos um relato de Pausânias sobre a representação de Oneiros (O Deus-Sonho, no singular neste caso) junto a Hipnos Epidotes (Abundante, do grego antigo). Os sonhos, ou seja os oneiroi, eram particularmente importantes no culto de Asclépio, pois através deles os devotos e sacerdotes interpretavam as curas necessárias para seus males a serem tratados, um processo chamado de metanoia. Uma famosa por isso também é Selene, a Deusa-lua, que na antiguidade tinha um santuário com uma fonte de água sagrada que, caso o consulente bebesse e adormecesse no local, obteria respostas através dos sonhos sobre suas indagações. Estes daimones queridos nos entregam mensagens, apresentam nosso conteúdo interno e as mensagens dos divinos. Apreciemo-los juntos aqui! Espero que esta resposta tenha sido informativa, embora não tenhamos focado em Morfeu especificamente!
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hermeneutas · 2 months
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Sobre os Primordiais - os Que Nasceram Antes.
Khairete philloi!
Nesta postagem discorreremos um pouco sobre as entidades conhecidas como os Protogenoi - do grego, "Os que nasceram antes" ou simplesmente, os Primordiais. Focaremos em uma série de posts separada a descrição e caracterização dos Deuses aqui descritos, relatando seus cultos (se houverem, nem todos eram cultuados de facto) ou analisando suas figuras como um todo.
Os protogenoi são os Deuses que dão forma à realidade em si -- Eles são aspectos fundamentais do Cosmos onde habitamos e, em essência, não eram objetos de culto em grande parte. Quando falamos destas entidades primevas, estamos falando de potências divinas que literalmente encarnam aspectos essenciais do existir.
A Noite (Nix), a Terra (Gaia), os Céus (Urano), o Abismo (Tártaro), o Mar (Pontos e Tálassa), o Dia (Hemera), as Trevas (Érebo), a Luz (Éter) -- entre tantos outros -- são alguns dos Deuses descritos como protogenoi e nas narrativas míticas, descritos como ancestrais divinos da maioria dos Deuses cultuados. Na maioria dos relatos mitológicos descritos como o originados da entidade chamada de Khaos, o Caos, primordial do vácuo e do vazio, a primeira existência atestada da Teogonia de Hesíodo, descrito também por outros autores antigos como Aristófanes, Alcman e Calímaco.
Há um traço comum de compreensão que o culto a estas entidades tem relatos escassos, seja por mais existirem no imaginário mitológico do que na prática religiosa, ou porque seus domínios se encaixem no domínio de outras deidades - Como Gaia sendo a Mãe-Terra e Démeter sendo a deidade helênica mais cultuada atrelada ao poder frutífero da terra, ou Pontos com o mar sendo mais domínio de Poseidon.
Deidades como Caos, Éter ou Érebo não contam com relatos sobreviventes de culto, sendo detalhados em peças teatrais, textos filosóficos ou fragmentos de cosmogonias (histórias que narram a origem do universo) que os citem. Outros dos protogenoi, como Gaia e Nix, ainda contam com relatos de culto significativos, embora esparsos quando comparadas às deidades olimpianas.
No futuro, dedicaremos mais tempo visitando em breves posts os domínios e informações relevantes sobre cada uma destas divindades que compõem aspectos essenciais de nossa existência.
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hermeneutas · 2 months
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Oi, tenho uma pergunta! Como se dá culto a divindades titãneses? Muda algo como altar, preces, é necessário chamar Hestia, como portar-se com eles etc.
Khaire philos!
O termo "titã" não é necessariamente um usado para descrever as deidades em culto, é mais utilizado nas narrativas mitológicas. Hélio, Selene e Hécate por exemplo são titãs na mitologia, mas seu culto é similar ao de quaisquer outras divindades helênicas.
Há quem prefira ofertar mel e não vinho a divindades tidas como "mais antigas" que Dionísio em si, mas não é uma escolha universal.
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hermeneutas · 2 months
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Outros Deuses e Seus Epítetos - As Cárites/As Graças
Neste post seguimos nossa série de postagens sobre os amados Imortais. Desta vez focando em mais uma comitiva de divindades -- As Cárites, as Deusas da alegria, dança, glória, festividade e júbilo.
Também nomeadas "Graças", são as divindades responsáveis pela manutenção destes prazeres supracitados. Frequentemente agrupadas em três ou versões onde são deusas mais numerosas, elas são frequentemente descritas como atendentes das Deusas Hera e Afrodite.
Elas eram representadas frequentemente juntas, nuas ou com vestes leves, segurando as mãos umas das outras em um círculo enquanto exibiam expressões sorridentes. Elas portam coroas de murta ou rosas em seus aspectos. Na maioria das vezes são descritas como filhas de Zeus e Hera, mas com outras mães também sendo atestadas, como Harmonia, deusa da concórdia e filha de Ares, assim como Eurínome, a titã dos pastos e ermos.
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Em relação ao culto às Cárites, seus maiores espaços sagrados ficavam na cidade de Orcómeno na Beócia e na ilha de Paros. Entretanto, as Deusas eram frequentemente cultuadas em conjunto com outras deidades olímpicas (Hera, Apolo, Afrodite, Dionísio e muitos outros) em cidades como Atenas, Argos e na região da Lacedemônia.
Os nomes das Cárites
O número atestado de Cárites varia em cada uma das polis, com o escritor romano Pausânias indo em detalhes para cada uma. Ao invés de epítetos aqui listados, traremos um compilado dos nomes das Deusas que já atestam em si seus atributos comuns em relação ao seu domínio sobre os aspectos positivos da vida.
Aglaia - "Esplendor", também chamada de Kharis (Graça) ou Kalleis (Beleza), é a esposa de Hefesto, personificando o esplendor da beleza.
Antheia - "Florida", uma das Graças associadas às flores.
Auxo/Auxesia - "Aumento", é por vezes descrita como uma das Graças ou como parte das Horai, deusas das estações do ano. É a divindade do crescimento primaveril. Era cultuada em trio com as outras Cárites Damia e Hegemone em Atenas.
Eudaimonia - "Felicidade", deusa da felicidade e opulência, representada ao lado de Afrodite em algumas cerâmicas.
Eufrósine - "Bom ânimo", é a deusa da alegria de espírito e comemoração. Também chamada de Eutimia.
Kleta - "Famosa", cultuada em Esparta ao lado da graça Faena, são as deusas da fama e da glória.
Paidia - "[relacionada à] Infância", a Graça das brincadeiras e diversão. É representada ao lado de Afrodite em pedaços de cerâmica.
Pandaisa - Graça associada aos banquetes fartos, representada ao lado de Afrodite nos vasos de cerâmica.
Pannychis - "Todas [as] noites", é a Graça associada às festividades noturnas. Representada como parte da comitiva de Afrodite nas artes de cerâmica.
Pasitéia - "Deusa adquirida" é a esposa do Deus Hipnos, o Sono e a divindade do descanso e relaxamento.
Peitho - "Persuasão" é a divindade da persuasão e sedução. Geralmente retratada como atendente direta de Afrodite, por vezes sendo descrita como um epíteto dela. Também era listada entre as Cárites.
Tália - "Festividade" é uma das Cárites cultuadas ao lado de Eufrósine e Aglaia, tida como irmã de ambas. Curiosamente partilha o nome com a Musa da Comédia, embora seu domínio esteja mais ligado aos banquetes fartos e luxuosos, é por vezes descrita como a mesma deidade que Pandaisa.
As Graças são numerosas e descritas como imprescindíveis para os aspectos positivos da vida. São suas nutrizes, representações vivazes da celebração e alegria que frequente abençoa a vida dos mortais sob os olhos atentos de Afrodite e várias outras divindades. Diz Píndaro em seu hino que sem estas Deusas, as doçuras da vida não florescem, seja a sabedoria, amor ou a beleza.
Apreciamos as honrosas Cárites por fim neste post e que suas doçuras sempre nos encontrem!
Ode Olímpico às Graças, de Píndaro. (Honraria feita a um vencedor dos Jogos Olímpicos)
"Cujos refúgios estão perto do rio Céfiso, vocês, rainhas amadas da canção dos poetas, governando Orcómenos, aquela cidade iluminada pelo sol e terra de adoráveis ​​corcéis, vigiem e protejam a antiga raça mínia, ouçam agora minha oração, vocês, Cárites, três. Pois em seu presente estão todas as nossas alegrias mortais e todas as coisas doces, seja sabedoria, beleza ou glória, que enriquecem a alma do homem. Nem mesmo os deuses imortais podem ordenar em seus comandam as danças e festas, sem a ajuda das Cárites; Pois vós sóis as ministras de todos os ritos dos céus, cujos tronos estão colocados em Pytho (Delfos) ao lado de Apolo do arco dourado, e que com honra eterna adoram o Pai, senhor do grande Olimpo. Eufrósine, amante da música, e Aglaia reverenciada, filhas de Zeus, o Altíssimo, ouçam, e com Tália, querida da harmonia, olhem para nossas canções de festa, com pés leves pisando para agraciar esta hora alegre. . . Venho elogiar Asópico, cuja casa mínia, Thalia, agora a seu favor ostenta o orgulho do vencedor olímpico."
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hermeneutas · 3 months
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Olá, como vai? Queria uma ajuda sua para compreender o culto ctónico. Tenho uma enorme curiosidade em iniciar esse tipo de "culto a terra" com deuses específicos como a Dionísio e Perséfone, pois tenho uma enorme admiração a eles. No entanto, não sei como prestar devidas práticas, já tive práticas a cerca de deuses urânicos, mas não aos ctónicos e fico com um pé atras para cultuar, já que não tenho um espaço que seja um quintal ou local próximo para fazer os altares e não sei adaptar, se é preciso se purificar questões principais mesmo para a formação de uma Kharis. Além de estigmas negativos também sobre Perséfone ser "pesada demais" ou "tenha cuidado ao cultuar", enfim queria relacionar um pouco a magia a esses deuses visto que enxergo a terra como essa fonte mágica divina. Agradeço sua ajuda!!!
Khaire philos!
Nas últimas asks que recebemos em torno dos Deuses Ctônicos, notamos alguns receios comuns a cultuá-los por sua associação ao Mundo Inferior. Estes divinos são dignos de culto tanto quanto os demais, compreendemos a apreensão por seus domínios sombrios, mas igualmente necessários e harmoniosos no fluxo do Cosmo.
Há práticas muito comuns e adaptações ao culto ctônico que podem ser feitas. Quanto às ofertas, além de atos votivos voltados para estas deidades, existem alguns relatos antigos de oferendas ctônicas descritas em The Ritual Lament in Greek Tradition (A lamentação ritualística na tradição grega, traduzido livremente) de Margaret Alexiou.
“Primeiro o enlutado dedicou uma mecha de cabelo, junto com o choai, uma libação de vinho, óleos e perfumes. Estas eram sempre acompanhadas de uma oração. Depois vieram os enagismata, ou oferendas aos mortos, que incluíam leite, mel, água, vinho, aipo, pelanos (uma mistura de farinha, mel e óleo) e kollyba (as primícias das colheitas e frutas secas e frescas). Mesmo depois de o sacrifício de touros ter sido proibido por Sólon, era habitual sacrificar animais - ovelhas, cordeiros, cabritos, pássaros e aves - "de acordo com o costume ancestral", e o sacrifício de touros era permitido em ocasiões especiais, por exemplo, para homenagear os mortos de Maratona. Todas as vítimas foram mortas na eschtira (trincheira) para que o sangue pudesse correr para a terra e apaziguar as almas dos mortos.”
O estilo khoes (ou choai, choes) é uma libação mais abundante onde o devoto não toma parte da oferta. Há relatos de libações spondai (as mesmas que as urânicas, mais breves e que poderiam ser partilhadas) para os Deuses Ctônicos também no livro do estudioso alemão Walter Burkert "Greek Religion", mas a associação com o espírito dos mortais geralmente demandava este tipo de sacrifício mais abundante. Caso não haja a possibilidade de criar um bothros (um buraco ritualístico), recomenda-se um altar mais próximo do solo se lhe for propício, ou mesmo uma planta favorita e adaptada para receber este tipo de oferenda.
Quanto a noções de "poluição energética" ou miasma que possam estar envolvidos neste vínculo, caso o culto tenha um caráter de maior contato necromântico a frequência e intensidade de purificações pode ser proporcional, antes e depois do rito caso sinta-se a necessidade. Variar métodos purificatórios pode ser interessante -- fumigação de louros e ervas purificadoras, banhos mais completos de água lustral, a queima de enxofre -- todos estes métodos são considerados apotropaicos (que afastam o mal).
Devemos reforçar aqui que a "sujeira" limpada nas partes purificatórias de cada rito advém das questões naturais do ser humano, não sendo necessariamente nocivas. Crimes hediondos, assassinato e proximidade física à morte geralmente configuram um tipo de miasma que requer ritos purificatórios mais robustos, não somente o mero contato com uma deidade dos mortos.
No mais, estas são as reflexões que vieram a mente ao se deparar com a ask. Espero que ela seja ao mínimo uma inspiração para encontrar um caminho para honrar estas deidades a teu modo.
Que Zeus lhe inspire com bons caminhos!
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hermeneutas · 4 months
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A pluralidade e o politeísmo
Um elemento crucial a ser discutido entre os grupos politeístas e devotos dos Imortais é o inerente pluralidade com qual lidamos quando nos aproximamos da espiritualidade em geral. Mesmo olhando somente para a religião helênica encontramos -- desde a antiguidade -- um considerável número de variações nas noções que envolvem nosso caminho com os Divinos.
Discutamos aqui um pouco sobre isso, então.
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A Ártemis Orthia de Esparta foi descrita pelo romano Pausânias como um objeto de discussão mesmo na antiguidade, reza o mito que a sacerdotisa e heroína Ifigênia a trouxera da Táurida para aquela região nos tempos heroicos como relatados no ciclo teatral da Orestéia por Eurípides. Este fato, entretanto, é discutível tendo em vista que outras regiões da Hélade clamavam o mesmo.
Embora existam elementos unificadores quanto a religião (o maior deles sendo o culto e a ideia quanto a soberania de Zeus), os Deuses principais de determinadas partes diferiam substancialmente. Mesmo os integrantes dos Dodekatheon (Os Doze Deuses) não eram uma ideia fixa, com pensadores antigos como Heródoro de Heracleia descrevendo os olimpianos como Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ártemis, Apolo, Dionísio, as Graças, Cronos, Réia e o Deus-rio Alfeu.
Havia também locais onde a reverência aos Deuses tomava formas graças a mitos locais e variações culturais: Em Rodes, o culto a Hélio, o Deus-Sol, tomava uma proporção grandiosa e focal quanto ao modo de vida dos habitantes de lá, assim como Hera figurava como a deidade mais louvada da região de Argos. Acontecia também de uma mesma divindade ser louvada de maneiras diferentes, com mitos diversos atrelados a sua localidade, história e tradições de cada local, como Zeus, uma divindade representada de modo vastamente celestial (urânico) sendo cultuado sob o aspecto de uma cobra, um símbolo ctônico em grande parte, com o epíteto Meilikhios -- o afável.
Os Deuses são louvados e cultuados de maneiras diferentes há milhares de anos, com um espectro de variações míticas e de tradicionais ricas presentes na cultura de cada povo do Mediterrâneo. A pluralidade é uma realidade inerente ao politeísmo helênico desde as suas raízes mais antigas e conforme tracejamos esta linhagem até os tempos modernos onde ocupamos, a devoção aos Deuses toma novas formas.
Hoje em dia há devotos mais alinhados ao reconstrucionismo, onde há um esforço de revisitar o passado das tradições religiosas como inspiração para celebrações e na busca de conexão com os Divinos. Há também aqueles que buscam louvar os Imortais em outras tradições que pouco dialogam com a história helênica em si, mais alinhados a outras vertentes de paganismo. Entre discussões e atritos possíveis, por Zeus e os Imortais nos guiamos em busca de uma reciprocidade virtuosa com os Divinos em suas belas e plurais formas.
No fim, cada grupo de devotos, estejam eles se reunindo presencialmente ou não, forma um corpo vivo destas espiritualidades que se enlaçam no politeísmo helênico em suas expressões vivas -- estejam aqui no Brasil ou não.
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hermeneutas · 4 months
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Tem incorporação, possessão, transe, irradiação e etc no Politeísmo Helênico? Se sim, poderíamos ter isso hoje em dia com os deuses? Possessão como Apollon e as Pitonisas, Transe como as ninfas em ninfolepsia com os ninfoleptos (que inclusive gostaria muito de saber se tem fontes mais profundas sobre como esse contato acontecia e como poderíamos entrar em transe com ninfas proféticas e até com outros deuses afim de certos objetivos, atingir metas e obter resultados) e Irradiação (puxando num lado umbandista para explicar melhor, é como se você sentisse a energia da divindade e ela "encostada em você", tendo como exemplo estar numa consulta de oráculos/ adivinhações e acabar falando muito mais do que apareceu por uma Irradiação com apollon ou outra divindade profética, ou dar conselhos amorosos assertivos pra alguém que necessita na Irradiação com afrodite e/ou Eros e os Erotes, ou dar conselhos de vida realmente necessários por influência de Zeus, como se estivéssemos falando mensagens deles, por eles.
Pegando aqui essa ask e esta outra (que parece vir do mesmo anônimo ou, ao menos, aborda os mesmos assuntos):
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Khaire philos!
Então, o que é chamado de irradiação, emanação ou algo desta natureza e que consigo correlacionar dentro do politeísmo helênico advém de algo interessante que chamamos por aqui de enthusiasmos. A palavra em si significa "estar com o Deus dentro" e é um dos nomes desses tipos de fenômeno onde a inspiração divina parece nos atingir. É dito que as Musas tinham tal poder, bem como Baco em seu frenesi. Cada espécie de inspiração divina, emanação ou possessão (como as bacantes eram descritas, influenciadas pela presença e espírito de Dionísio ou a ninfolepsia das ninfas) aparenta diferir perante a natureza da deidade numa forma também descrita como mania (do grego, "Loucura"). O que difere o enthusiasmos e a definição de mania não é claro na literatura, mas ambos sugerem atividade divina em conluio com a psiquê dos devotos. Não duvido que alcançar tais estados sejam uma possibilidade hoje em dia -- os Deuses têm seus caminhos, suponho -- mas como alcançá-los e para quais propósitos é uma outra discussão completamente. É relativamente comum ouvir de devotos que sentiram a presença (uma emanação ou irradiação, como nos termos aqui usados) das divindades, estejam despertos ou por meio de mensagens oníricas. Há um elemento ritualístico que talvez possa propiciar tais estados e contatos, bem como dependendo do vínculo do devoto-divindade sendo algo para deliberarmos. No fim, sim, estas coisas ou equivalentes parecem existir dentro da espiritualidade helênica, embora não possa dizer aqui que existe um modo ritualístico padrão - há aqueles que fazem meditações guiadas de outros métodos focando no seu contato com os Deuses, outros que estudam métodos adaptados da Teurgia (um sistema místico da antiguidade tardia de contato com os Imortais em uma mentalidade neoplatônica) e por assim vai.
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