Tumgik
#mlldtask
anastwsia · 4 years
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𝕥𝕒𝕤𝕜 𝟘𝟚: 𝕥𝕙𝕖 𝕨𝕚𝕥𝕔𝕙𝕚𝕟𝕘 𝕙𝕠𝕦𝕣!
tw: sangue, assassinato, violência, morte.
Seguindo sua rotina de todos os dias, Anastasia vestia seu pijama cor-de-rosa para que pudesse, em seguida, se jogar em sua cama e maratonar F.R.I.E.N.D.S mais uma vez. Já perdera a conta de quantas vezes assistira aos episódios -- inclusive enquanto eram lançados pela primeira vez --, mas não perderia a oportunidade de assisti-los novamente. Seu computador já estava ligado, sua cama arrumada da maneira mais confortável possível, e tudo parecia seguir seu plano, exatamente como ela gostava, quando a dor em sua cabeça atingiu níveis desproporcionais. Não se lembrava da última vez em que sentira dor, qualquer tipo de dor, quem dirá uma como aquela! Mas, antes que pudesse tomar uma atitude, buscar uma ajuda na enfermaria ou apenas descansar a cabeça pesada sobre seu travesseiro, a Evans se viu mergulhando em um estado de torpor até que, por fim, com os olhos pesados e doídos, sentiu seu corpo e sua mente atingirem a inconsciência pela primeira vez em anos.
O que via agora era diferente de tudo o que já havia visto antes. A começar por sua aparência: roupas escuras, botas de salto e o cabelo preso em um alto rabo de cavalo. Ao olhar-se no espelho, porém, reconheceu ali uma expressão que já conhecia, que já havia visto antes em algum lugar: fosse em sua memória, fosse em filmes de terror. Os olhos normalmente claros brilhavam em um tom escuro, e os caninos estavam crescidos, aumentados, incomodando e quase impedindo que seus lábios se mantivessem fechados; mas, mais do isso, seu corpo todo formigava com um desejo que ela pensava já estar suprido e enterrado há tempos. Queria matar. Queria matar por diversão, queria estraçalhar o maior número de pescoços possíveis, queria ver a vida se esvaindo do olhar de cada humano a sua frente; queria reencenar com eles toda a brincadeira que fizera com Joshua. Ah, Joshua! Virou a cabeça ao lembrar-se do ex-namorado e, sorrindo de uma forma que nada se assemelhava ao sorriso de princesa exibido pelos corredores de Millard, Anastasia ajoelhou-se ao lado do corpo já sem vida do rapaz. Como fora divertido brincar com ele! Inclinou a cabeça para um lado, depois para o outro, como um caçador observando sua presa e, num gesto rápido, estalou o pescoço do mesmo em suas mãos. “You thought you could do anything you wanted with me, didn’t you, sweetie?” a voz também saíra diferente. Dura, sem humor, sem emoção. “It’s such a shame that you were wrong... but happily I could do everything I wanted with you.”
Tudo o que dizia, a forma como se portava, a levava de volta a um comportamento, a uma sede, que ela imaginava estar muito bem enterrada dentro de si. Por muito tempo, depois de atingido seu controle, Anastasia pensara estar imune ao que tornava vampiros criaturas monstruosas aos olhos humanos. Não queria esse título, não queria ser rotulada como um monstro sanguinário. Mas essa era a sua natureza afinal de contas. Não era? Era a perfeita predadora, feita para matar. Não podia resistir a sangue humano quando este era oferecido para si aos montes, quando possuía liberdade e aval do Conselho para atacar e caçar quem bem entendesse, quando bem entendesse. Desde que conseguisse colocar sua mãe e seu pai em segurança, não lhe importava que a mesquinharia da raça humana fosse destruída por toda criatura sobrenatural que encontrasse em seu caminho. Aquela era a ordem natural das coisas, a cadeia alimentar do mundo, a teoria da evolução proposta por Darwin em sua forma mais clara. Os fortes sobreviveriam. Ainda assim, não negaria aos humanos o direito de lutar. Era justo que pudessem se defender. Mas, mais do que justo, era divertido vê-los subjugá-la por ser mulher, por ser pequena, por ser o esteriótipo de patricinha loira e burra que só vive para assistir suas comédias românticas e comentar as fofocas saídas nos tabloides. 
Foi por esse motivo, então, que deixou que uma risada lhe escapasse os lábios ao ver sua próxima vítima tentar rastejar para longe de si. Tão tolinho... E, em um milésimo de segundo, a Evans se prostrava a frente do homem, o sorriso tão inocente como o de uma garotinha ao visualizar um sorvete de chocolate. “Oh, honey, we didn’t finish yet!” o tom era quase ofendido ao que ela estendia uma das mãos para lhe tocar o rosto com a maior das delicadezas. “I thought you wanted to play! Why are you leaving? Am I boring?” em seus questionamentos, desafiava-o a responder, a tentar retrucá-la, a ver até que ponto a masculinidade o faria lutar por sua vida. Enxergava graça na situação. “O quê? C-claro que n-não, v-você...” foi o que voz masculina resmungou, mas não pode terminar a frase. Em um ímpeto, Anastasia pegou-o pelo pescoço e ergueu-o do chão, de forma que agora se encaravam face a face. E ela sorria, o batom vermelho se misturando ao tom carmim do sangue que também tingia seus lábios. “Vai gaguejar, sweetie? But I thought you were so strong! So confident! So big!” suas risadas sem humor entremeavam seus dizeres, mas não deu a ele chance de respondê-la novamente. Rapidamente cravou seus caninos no pescoço escuro do rapaz, demorando-se ali tempo suficiente para sugar todo o sangue que trazia junto a essência vital do maior. Como se sentia mais viva a cada vez que fazia aquilo! Mais imortal, mais forte do que nunca. Ao soltá-lo, porém, o corpo que atingiu o chão abaixo de si não era mais o mesmo que lhe encarava há pouco tempo atrás. Os olhos que brilhavam abertos, sem vida, eram claros como o seu, os cabelos louros como os seus. Levando as mãos aos lábios, tingindo os dedos também de sangue, Anastasia deu vários passos para trás, cambaleando até cair sentada no chão com os lábios entreabertos e os olhos chorosos e feridos.
Seu pai. Seu pai lhe encarava sem vida, lhe julgava pelos olhos mortos, lhe colocava nos ombros o peso do que ela fazia, do que fora criada para fazer.
Antes que pudesse lamentar, antes que pudesse em uma tentativa desesperada transformá-lo no mesmo que ela para salvá-lo de alguma forma, porém, sentiu-se acordar, sair de seu transe. Confusa, encarou o quarto a seu redor: o computador no mesmo lugar, a cama arrumada da mesma forma, seu celular sobre o criado-mudo. Ainda vestia seu pijama cor-de-rosa. Estava tudo exatamente como se lembrava, ainda que sentisse que precisava lembrar de mais alguma coisa. “Estranho...” resmungou, confusa, levantando-se de onde estava -- recostada à porta do guarda-roupa -- enquanto massageava as têmporas. A abertura de F.R.I.E.N.D.S já rodava na tela de seu notebook e, decidida a ignorar qualquer incômodo que sentia, sentou-se em sua cama, ajeitando-se com o aparelho no colo. Estava pronta para ver Ross e Rachel discutirem se haviam ou não dado um tempo.
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mirakkar · 4 years
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The witching hour || POV
O calor da manhã tocou a face de Mirakkar com tanta delicadeza que o fae provavelmente não teria acordado não fosse o corpo ao seu lado se movimentando. Ele piscou algumas vezes, acostumando-se à claridade e ao calor daquela outra pessoa que tinha um dos braços em cima do seu tronco. Um sorriso travesso cortou seu rosto quando se inclinou para beijar os lábios alheios, ainda mornos de sono, sentindo o roçar da barba ruiva em sua pele. O outro fae também sorriu, sem abrir os olhos, e virou-se para o outro lado, abraçando a mulher que repousava ali e também continuaria a dormir por mais um tempo, ignorando o sol que raiava. - Seus preguiçosos. - murmurou o mais novo dos três enquanto se erguia da espessa camada de musgo e, espreguiçando-se, deixou que todo seu corpo fosse banhado pelo dourado da manhã ao sair do pequeno quarto que ocupava. 
Fadas noturnas recolhiam-se em seus próprios quartos enquanto eles, responsáveis pelos turnos matutinos, começavam a tomar seus postos. O Comandante Rue não usava nada senão calças de algodão cru, o torso nu reluzindo contra a luz enquanto andava despreocupadamente pelas ruas de seu vilarejo. Sabia não ter muito o que fazer naquele dia, seus passos vagarosos pelo caminho, olhos escuros e atentos ao seu redor. Tudo parecia em um estado de letargia extrema, como se os faes de seu povo estivessem felizes demais para se preocuparem com algo. Um grupo de humanos carregava sacas de grãos não muito longe dali, açoitados vez ou outra por uma fae de asas negras, e um pouco mais próximo estava um lobisomem acorrentado a grilhões de prata, sua carne chamuscando pelo contato com o metal. Ao passar por ele, Mirakkar cuspiu em seu torso, ao que não recebeu nenhuma resposta. Provavelmente já estava quase morrendo. Em breve serviria de alimento para a terra e seria útil para algo - Traidor. 
O que tinha realmente de fazer naquele dia? Não sabia... O comandante parou ao lado de um dos grandes baobás que cercavam seu vilarejo, olhos de grafite percorrendo seu pequeno mundinho coberto de sol. Com uma facilidade invejável ele aproveitou de seu tempo livre para escalar a enorme peça da natureza, vez ou outra recebendo impulso das asas moribundas. O sol era ainda mais quente e acolhedor ali de cima, refletindo em sua pele escura como a terra que habitava. O fae não se lembrava de já ter se sentido assim tão leve, sua felicidade emoldurada pela visão do vilarejo humano que ainda ardia em chamas não muito longe dali, as cinzas estragando a paisagem idílica. Em alguns meses não haveria mais ruínas de casas ou o cheiro acre de carne apodrecendo. O verde manto cobriria todos os destroços, novos baobás cresceriam acima das cinzas e grupos de animais assustados voltariam para sue habitat porque a praga tinha sido eliminada. Em alguns anos ninguém saberia que humanos já haviam habitado aquele lugar, seriam apenas uma lembrança ruim até que virassem lendas.
O homem sentiu a brisa vinda do mar atingi-lo no rosto, fechando os olhos momentaneamente para senti-la lhe acariciar a face calma. A praga tinha sido eliminada, finalmente. A última aldeia humana destruída; sua ilha estava livre daqueles invasores que das das uma: ou lhe serviam de escravos ou de alimento para a ilha que, enfim, prosperava. Era um belo dia, realmente, e Mirakkar não tinha nada a fazer senão contentar-se com seus feitos, as mãos ainda quentes como no dia anterior, quando o sangue lhe escorria pelos punhos e o sorriso em seu rosto era mais brilhante que o sol ou a lâmina de sua espada...
O professor murmurou alguma coisa ao se revirar na cama, ligeiramente incomodado ao perceber que não havia ninguém ao seu lado. A felicidade em seu peito, porém, fez com que os lábios se curvassem em um sorriso quando se abraçou a um travesseiro solto, olhos ainda fechados: era tão bom sonhar com sua casa... Como se nada o tivesse interrompido, o Rue simplesmente suspirou longamente e tão fácil quanto parecia, voltou a sonhar.
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oskyrfae · 4 years
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task #02: 𝖙𝖍𝖊 𝖜𝖎𝖙𝖈𝖍𝖎𝖓𝖌 𝖍𝖔𝖚𝖗
punto de vista del gao
Gaoth se assistia voltar àquela casa como se assistisse a um filme. Via-se do alto entrar minúsculo por uma das janelas, aproximar-se da cama do homem que vitimaria, acordá-lo com o som de um vidro de veneno se estilhaçando no chão. Observou o homem acordar aterrorizado, e correr para longe do fae tão rápido quanto pôde, mas não rápido o suficiente. Pretendia descer a escada, alcançar um telefone ou qualquer outra coisa, desesperado para salvar a vida. O rapaz continuava a persegui-lo, sem certezas. Já hesitara uma vez, poderia tê-lo alcançado e destruído num instante, apenas, porque não o fizera?
O jovem assassino, sonhando, se assistiu afastar-se aquelas coisas da cabeça e fazer menção de seguir sua presa, que já disparava pelos primeiros degraus quando aquele senhor olhou-o mais uma vez. A expressão que carregava no semblante ficou gravada na mente do fae. Talvez porque fosse triste demais, um animal caçado, morto antes de morrer, e talvez porque tenha sido a última que o homem foi capaz de sustentar antes de tropeçar e rolar escada abaixo. Gaoth arrependeu-se. Não queria fazer aquilo, não queria matá-lo e, uma vez que o tinha percebido, nunca mais poderia negá-lo.
Assistiu àquele homem, cruel metalúrgico, câncer do ambiente e do mundo, tropeçar e rolar escada abaixo. E compadeceu-se dele. Tentou buscá-lo, parar a queda, ajudá-lo como fosse, mas sem sucesso. Quando o mais novo alcançou a sua vítima aos pés do último lance das escadas, encontrou-o destruído, quebrado, ensanguentado em algumas partes que sofreram mais lesões. “Não, não, não...” Murmurava repetidamente, passando pelo corpo do homem um par de mãos que brilhava em azul, se detendo nos ferimentos mais graves e reparando-os. Mas foi lento demais. Gaoth assistiu bem de perto a vida se esvair dos olhos daquele homem que já nem parecia tão mau. Parecia apenas... Indefeso. O rapaz sentiu as lágrimas queimarem-lhe a parte de trás dos olhos, ameaçando cair de qualquer maneira, sem que o fae as pudesse impedir. “Não era pra ser assim, não, não... Foi um acidente.” ele continuou murmurando, percebendo, enfim, que de fato fora um trágico acidente. Desde que o vira despertar e correr e gritar e chamar por socorro, implorar pela vida que perdera com os olhos marejados, o fae não tinha mais intenção ou coragem de assassiná-lo. 
O empresário, então, morreu no colo daquele vil desconhecido. E Gaoth sentiu que um pedacinho seu morria junto. Com o coração apertado, repousou o corpo no primeiro degrau. Nem teve coragem de contorcê-lo num ângulo estranho, de queda. Deixou-o ali, repousando como um anjo. A polícia que se virasse, depois, para encontrar uma explicação. Não é como se fossem chegar a conclusão de que uma fada entrara voando pela janela e o assustara fatalmente, perto demais da escada.
Virava-se na direção da janela, pronto para encolher e partir como havia feito em suas lembranças quando deixou de assistir ao seu feito e começou a vivê-lo mais uma vez. Mas com um desfecho diferente. Escutou uma risada - uma risada de mulher - e voltou-se, assombrado, para o corpo. O velho ria, orgulhoso, contente, sublime. E, num segundo, não era mais um velho, mas uma general poderosa, impávida e irascível. Sua mãe.
Ela ria e estava feliz e será que tinha notado que ele chorara? Esperava que não. Ela continuava rindo, sem parar nunca. “Meu filho, meu filho, meu filho!” dizia em outra língua que não era espanhol e não fazia com que ele se sentisse em casa, no colo. “Que orgulho do meu filho!”. E, dito isso, o rosto mudou novamente, diante do olhar fixo e impotente do rapaz. Era Anastasia. E ela não ria. Não chorava. Não fazia nada. Estava inerte, gelada e morta. E, sem saber como, Gaoth sabia que havia sido ela que ele jogara da escada, ela tropeçara e morrera, e jazia sem vida, colocada cuidadosamente aos pés do primeiro degrau como se fosse um anjo. 
Agora Gaoth berrava. Segurava a cabeça com as duas mãos e ela doía infinitamente. O riso de sua mãe estava dentro dela, e o silêncio da morte da Anastasia, mais barulhento do que qualquer um dos seus pensamentos, também. As lágrimas então rolavam pela face do assassino sem nenhuma censura - ele nem conseguia pensar nelas, senti-las - quando o rosto mudou de novo. Era Safira e era também estava aos prantos. Apontava o dedo do presidente da metalúrgica para ele e dizia repetidamente: “Você mentiu pra mim também, você mentiu pra mim também!”
A janela, de repente, estava a metros e mais metros, uma distância infinita dele, e Gaoth corria até ela sem jamais alcançá-la. Queria deixar aquele lugar, precisava deixar aquele lugar, mas não conseguia deixar de olhar para o cadáver por cima do ombro enquanto fugia, e, a cada vez que o fazia, a janela se afastava um pouco mais. Teve tempo ainda de ver Poppy, morta pela Lúpus, ele sabia sem precisar que lhe fosse explicado, antes que se lançasse para o céu da noite, batendo as asas à exaustão.
O mundo era diferente lá fora. Era aterrorizante, era vermelho sangue, e os humanos gritavam amedrontados, agarrados às vidas frágeis como o velho que Gaoth havia acabado de assassinar também havia feito. Era parte daquele mundo. Tinha sangue nas mãos. E, ainda que tivesse sido treinado durante toda a vida para fazer parte dele, não gostava.
Fechou os olhos com força e voou sem parar nunca. Ainda que não visse, sentia: era a supremacia, o mundo era deles e os humanos eram finalmente esmagados como baratas sob os seus pés, sob os seus braços ou sob suas mãos pateticamente impotentes. Gaoth suspirou, ouvindo-os morrer aos montes, ouvindo-os serem dominados e ouvindo alguém rir atrás dele. Ria loucamente, ria como sua mãe, e a voz de Mirakkar retumbou como um trovão atrás de si. “Bravo, bravo! Bem vindo ao novo mundo, mestre, vamos ver do que o senhor é capaz!”
Contra a sua vontade, Gaoth olhou-o e sorriu. Um sorriso frio, lâminas de aço. Cumprimentou o servo e professor com a cabeça, e voou com ele para baixo, na direção da matança. Participaria dela, a estrelaria, ele sentiu. Dentro da própria cabeça, Gaoth gritava, esperneava e sentia o controle que tinha sobre o corpo e a voz se desfazer em fumaça. 
Segurava uma espada. Da ponta já escorria sangue. Mirakkar ria, e Gaoth riu junto enquanto chorava. Decapitou uma, duas, três crianças que tentaram escapar. Ria e berrava, perturbado. Seus olhos ardiam e ele sentia na boca um gosto amargo, e sentia fome. Alçava voo mais uma vez, deliciado com o novo mundo, desesperado dentro de seu cárcere privado. Em rasantes perfeitamente executados, cortava braços e cabeças, divertia-se. Gritava a plenos pulmões, pedia-se para parar, mas não parava. A natureza florescia bela, intocada, e Gaoth sentia a força invadir o próprio corpo, uma alegoria de toda uma espécie que renascia das cinzas, do sangue, mais forte.
Desfilava com sua espada, asas abertas. As lágrimas brotavam e transbordavam por dentro, mas, por fora, o sorriso era cínico, de metal gélido. Das asas escorriam fios de ouro e como ele era lindo, lindo e feio, horrendo, monstruoso. Seu olhar encontrou mais um rosto conhecido e Gaoth berrou para que ele o ajudasse, mas a voz não saiu. Ao invés disso, os lábios se contorceram num sorriso diabólico e ele o lançou para Harry um minuto antes de cortar mais uma cabeça.
Gaoth acordou sobressaltado e aterrorizado, soltando todo o ar que nem sabia que estava prendendo em seus pulmões. Seu rosto estava trilhado por lágrimas abundantes e o corpo todo encharcado por suor frio. A garganta doía, também e, mesmo sem testar, o fae sabia que estava rouco. Era como se tivesse gritado a noite toda. Olhou para o lado e encontrou Echo dormindo como pedra. Não, não gritara. Mas sentia no peito um aperto inexplicável, na cabeça todo o peso do mundo, e sobre si morbidade densa, triste, falsa e melancólica. Levou a mão ao coração. Ele batia acelerado, desesperado, como se tentasse romper a pele do rapaz e fugir, levando consigo a verdade. 
Fechou os olhos e tentou voltar a dormir, sem sucesso. Ainda que não se lembrasse de nada, Gaoth sabia que, o que quer que tivesse visto em quanto dormia, havida sido horrível. E ele nunca mais seria o mesmo. Esperava com tudo o que tinha dentro de si que tivesse sido apenas um sonho.
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damacxnzenta · 4 years
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·˚. ★ ·˚. ( MORE ABOUT THE HYBRID ) !
Como se pronuncia o nome do seu personagem? démiter meérriuique naitingayou
Fale sobre suas características faciais distintivas ou chamativas. demeter descobriu que suas asas podem cintilar mais cores do que o azul dos seus olhos, que é comum quando muito feliz tomando os tons de cintilantes transparentes, mas quando com harry um espectro de cores se estende sobre a mesma criando um arco iris refletido como vitrais, uma forma de seu corpo mostrar que existem muitas forma de ser feliz e está muito animada em conhecer todas elas, cada cor que pode produzir 
Como o seu personagem é em relacionamentos amorosos? Ele é grudento? Leal ou tende a trair? Ele pula de namoro em namoro? Se seu char nunca esteve em um relacionamento, imagine ou especule sobre como seria em um. demeter está pela primeira vez em um relacionalmente amoroso então ela ainda não sabe bem como é nisso, mas naturalmente ela é muito sensível e amorosa, com os amigos mesmo e dente a ser um pouco grudenta ainda que saiba dar espaço, mas ela sempre vai estar mandando mensagem ou cartas quando perceber um distanciamento longo, ela gosta de mostrar que se importa e acha importante fazer quem ela ama se sentir queridx, apesar de nunca ter ficado sério com alguém até agora sempre foi muito leal, isso em sempre dizer a verdade e não se vê traindo, na verdade abomina tal feito, confiança é muito importante para ela
Seu personagem tem uma noção de parceiro/a ideal? Se sim, como é? o parceiro ideal é exatamente o seu parceiro atual, nunca pensou muito sobre isso, nunca deve um tipo, mas harry fora mais do que tudo que ela pudesse imagina, um melhor amigo só que mais, essa seria a melhor definição 
O seu personagem já se apaixonou? Já teve seu coração partido? Já partiu o coração de alguém? é a primeira vez que se vê apaixonada, realmente a ponto de assumir o sentindo, já se sentiu atraída por algumas pessoas mas nada que pudesse lhe fazer se arriscar a ser frágil, apenas se sentiu segura assim com harry, segura o bastante para achar que vale a pena o risco de ter o coração partido pelo mesmo, infelizmente ela já partiu alguns corações não porque quis, mas quem controla isso?
Qual é a sexualidade do seu personagem? atualmente harrysexual (não resisti kkk)
O que importa mais? Dinheiro, beleza, poder, inteligência ou personalidade? personalidade, afinal ser inteligente não te faz uma boa pessoa 
Como o seu personagem trata sua família? E amigos? E inimigos? a família biológica mantem distancia e finge até mesmo não existir, tirando os pais mortos o qual tem todo carinho e mantem contado através de cartas e diários deixados pelos mesmo, já a família que criou em millard é extremamente carinhosa e dedicada, é extremamente agradecia aos mesmos por fazer sua vida mais colorida e os inimigos apenas os ignora e tenta manter a calma perto desdes, ainda que nem sempre consiga
Que tipo de pessoa seu personagem gosta de ter perto? Por quê? pessoas que a façam feliz, a faça se sentir bem consigo mesma, a inspirem e possa contar em todos os momentos da vida, aqueles que pode chamar de família já que a dela nunca a quis 
Qual é o lugar que chama de lar? poderia dizer millard, mas não é a escola, a estrutura, mas as pessoas que vivem ali, todas que chegaram e foram, as que ficaram e as que chegaram, cada uma delas tomando seu peito de alguma forma, é nelas, nelas que a mantem em seus braços independente do tempo, essas pessoas que chama de lar
Onde o seu personagem vai quando está furioso? as masmorras de millard, seu esconderijo secreto que apenas harry conhece, é um canto que ela gosta muito e principalmente por não ser apenas dela
Qual é o maior medo do seu personagem? E a quem ele já contou isso? Há alguém para quem ele nunca o contaria, e por quê? perder o controle dos poderes e machucar alguém gravemente, as pessoas mais próximas a si sabe disso, jamais contaria para seus parentes de sangue
O seu personagem tem um segredo? Se sim, qual é? demi escreve em diários como se falasse com sua mãe, apenas harry sabe disso
O que faz o seu personagem morrer de rir? demeter rir facilmente quando muito feliz, por se sentir muito bem perto de alguém, com piadas bobas e leves momentos
O que o faz ficar furioso? qualquer tipo de preconceito ou atitude violenta sem justificativa plausível 
Qual é o maior hobby do seu personagem? jardinagem 
Qual é o talento do seu personagem? pintar
Qual é o talento escondido do seu personagem? é uma boa fotografa e sempre guarda milhões de fotos de momentos especiais com os amigos é seu quarto, com pequenas mensagens descrevendo as mesmas despejadas pelas paredes
Qual é a cor favorita do seu personagem? laranja, sim a cor dos olhos de harry, ela gosta porque seu momento favorito do dia é o por do sol e acredita que isso se intensificou após conhecer o namorado, inconscientemente sem perceber que estava se apaixonando pelo mesmo
Doce ou salgado? Frio ou calor? Noite ou dia? doce! calor! amanhecer e anoitecer! 
Seu personagem sabe nadar? está aprendendo, apesar que sempre acaba desviando das aulas para beijar o professor, quem mandou ser logo o namorado?
Seu personagem está voltando para casa por um caminho escuro, quando escuta barulhos estranhos. Como ele reage? E como ele reagiria se ouvisse alguém gritando por socorro? demeter domina bem a magia então se sentiria segura, ainda que se mantivesse atenta, já se houvesse gritos faria o possivel para achar a fonte e ajudar quem fosse 
Seu personagem sonha em exercer uma profissão específica? Se fosse humano, ainda sonharia com a mesma profissão? Por quê? possui certa ambição em fazer parte do conselho sobrenatural representando os híbridos, mas pretende se dedicar a carreira de artes plasticas principalmente voltada a pinturas tanto no mundo sobrenatural quanto humano por isso não faria diferença sua especie em tal escolha, demi pinta desde que se conhece por gente, é uma paixão da mesma para relatar os momentos com todas as sensações através das cores 
Quando seu personagem pensa sobre a cozinha de sua infância, que cheiro associa à ela? E por que esse cheiro específico? brigadeiro, pois foi a primeira receita brasileira que aprendeu de suas origens 
Seu personagem está fazendo uma enorme faxina. O que é fácil para ele jogar fora? E o que é difícil? Por quê? provavelmente ela não vai querer jogar nada fora, demeter acha que tudo é importante e por isso é muito complicado para mesma se desapegar de algumas coisas materiais
É meio-dia de um sábado. O que o seu personagem está fazendo? Dê detalhes. provavelmente inventando alguma receita enquanto dança alguma musica que gosta
Seu personagem está namorando e encontra x parceirx na cama com outra pessoa. Como ele reage? Como ele se sente? ela ficaria arrasada, não faria nada além de fugir e chorar o quanto pudesse, sequer pode imaginar como se sentiria, mas talvez uma tempestade em seu pior estado se instalaria em seu peito e provavelmente isso desencadearia o descontrole dos poderes e consequentemente a perda deles temporariamente (é um efeito reverso, quando ela perde muito o controle quando isso é tudo que ela sempre faz e tanto teme perder, o próprio corpo anula os poderes por causa do seu estado emocional, isso é muito raro de acontecer e apenas em situações muito muito muito especificas de alto impacto psicológico, é extremamente nocivo para uma bruxa, como se ela ficasse doente magicamente sabe?) 
Qual é uma memória muito forte que o seu personagem tem da infância? Por que ela é tão intensa e duradoura? quando ganhou o colar que foi de sua mãe com a foto dela e de seu pai, o coração cravado com o m de merriwick, é a joia favorita de demeter e está sempre usando a mesma, memoria de quando completou 10 anos, quando millard lhe contou toda a historia sobre quem ela era por já ser grandinha o bastante para entender
É sábado a noite. Seu personagem fica no quarto sozinho, ou vai se preparar pra uma noitada? Onde ele vai? O que veste? Com quem vai? provavelmente fica no quarto e chama algum amigx(s) para fazer companhia ou sai pela rua adoidada sem rumo, provavelmente algum vestido em tom neutro acompanhada de algum amigo(s)
Seu personagem entra numa discussão sobre a morte. Como ele descreveria a morte perfeita? Ele tem medo de morrer? Acredita em um pós-vida? Quer ser imortal, ou acolhe a ideia da morte? finalmente ter feito tudo que queria e se deitar em seu lugar favorito, provavelmente seria os jardins de millard, e ali deixar o corpo se tornar parte da vegetação, não tem medo da morte já que faes são imortais mas tem medo da morte de seus amigos, acredita que a vida é apenas está e que deve ser vivida intensamente por isso, não tem uma opinião sobre isso ainda, viveria tranquilamente a eternidade ao lado de quem se ama mas a solidão lhe faria aceitar a morte de bom grado 
Um amigo do seu personagem liga querendo fazer algo. O que eles fazem juntos? Se ficarem em casa, o que seu char sugere que façam? Se querem sair, aonde vão? cozinhar? ver um filme? nós maquiarmos? uma festa do pijama provavelmente 
Seu personagem está em um cruzeiro. Imaginando que sejam todos humanos, e tem apenas a chance de salvar uma pessoa. Salva um membro da família, o namorado, ou decide morrer com todos? decide morrer com todos, demeter sabe que viver sem aqueles que ama é pior que a morte
Seu personagem acaba de ganhar na loteria. Qual é a primeira coisa que faz com o dinheiro? compra uma passagem para o brasil, sendo um dos seus maiores sonhos conhecer a cidade do seus pais
Seu personagem e o melhor amigo dele se interessam pela mesma pessoa. O que ele faz sobre isso? diz que ambos devem confessar o que sente e deixar a pessoa decidir, ela ficara feliz de qualquer forma pois tudo que quer é a felicidade de quem gosta, sorte dela que se interessou pelo melhor amigo
Seu personagem acha a própria raça superior às outras? Por quê? não, acredita que híbridos tem tanto potencial quando qualquer outra raça e buscar pela igualdade de sua especie em meio as outras 
Qual a opinião do seu personagem sobre humanos? E por quê? demeter sabe que alguns humanos são ruins e ela gostaria que eles morressem mas entende que existem pessoas boas e os respeita, também não os considera inferior e admira muito algumas criações destes 
Qual a opinião do seu personagem sobre magia negra? Por quê? não vê com um grande tabu porque não achar que a magia em si é ruim
O seu personagem já matou alguém? Se não, mataria? não, mas com certeza mataria se precisasse para proteger alguém que lhe é importante ou alguém indefeso, ainda que tentasse ao máximo não o fazer  
Seu personagem já entrou em uma briga física com alguém? Se não, entraria? evita ao máximo mas sim, já se envolveu e acredita que não poderá evitar outras quando tem pessoas tão irritantes em millard
Para seu personagem, o que é mais importante: amizade, amor, poder ou moral? amor, amor em todas suas formas, o amor que sente pelos amigos, pela família, pelo amante, pelas pessoas, para demeter amar é a solução de tudo pois para a mesma não existe sentimento mais puro que este 
Seu personagem é leal? Dizem que todo mundo tem um preço. Qual seria o preço do seu char para que traísse alguém ou um princípio que preza muito? sim, provavelmente se ameaçassem alguém que ela ama ou algum inocente, ainda que tentasse ao máximo tentar achar uma solução para salvar a pessoa e não quebrar sua lealdade 
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bethanytae · 4 years
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TASK #002 - the witching hour
bethany’s point of view
O mundo inteiro sumiu quando Bethany começou a rodopiar. A quadra, onde ensaiava tão tarde da noite para a próxima apresentação, toda a Camden High, o silêncio da madrugada e até mesmo o seu namorado, que a assistia atentamente da primeira fileira da arquibancada. Quando a jovem sul-coreana começou o pirouette, todos eles simplesmente deixaram de existir. Havia ela, havia o a ponta de um dos seus pés rodando incansavelmente no chão bem incerado, a outra perna pegando impulso de quando em quando, um giro infinito e mais nada.
Era um passo difícil. O mais difícil e o mais ousado que a moça já intentara. Por isso os treinos noturnos, por isso tanta dedicação, trabalho e suor. Tinha que ser nada menos do que perfeita. O queixo erguido, o sorriso de atriz, o corpo ereto e a postura de uma boneca de caixinha de música, uma bailarina completa. Foi uma dor súbita na coxa direita que a desmontou. Bethany, antes gloriosa como uma fada, caiu como um trapo pesado, produzindo um ruído oco no chão.
Levantou-se corajosamente, arfando. O olhar de Marcus era impassível, gelado. Uma decepção classuda, quem sabe? Ou talvez simplesmente não estivesse nem aí. Bethany reergueu-se, fuzilando com um olhar flamejante: seu olhar de desafio. Uma dorzinha na perna não a impediria de absolutamente nada. Apoiou-se na trave e impulsionou o corpo para cima, na ponta dos pés.
Recomeçou o movimento. Os pés na quarta posição: plié, passé relevé. E o queixo sempre em frente, norteando o movimento, mais veloz que todo o resto do corpo, exibindo ao público o melhor sorriso da jovem bailarina. A dor recomeçou sem aviso, queimando-lhe a coxa mais uma vez. Bethany resistiu por um ou dois giros, mas não demorou a cair novamente, gritando de dor. Tentou agarrar-se à trave para que o corpo não fosse de encontro ao chão mais uma vez, mas seria melhor que não o tivesse feito: raspou o joelho num pino enferrujado e afiado, rasgando a calça e a pele, sem impedir a queda.
O corte sangrava, e a dor era insuportável. Beth urrou mais uma vez, de frustração e sofrimento. Olhava para o seu joelho completamente ensanguentado com nojo e aflição, e gritava para que Marcus a ajudasse, já não conseguia se levantar. O rapaz, entretanto, não se movía. Encarava-a sem vê-la, como se estivesse tonto. E os berros de Bethany ecoavam pela quadra, ricocheteando inúteis nas paredes de pedra.
Estava ficando tonta. Perdera sangue demais? A voz que lhe arranhava a garganta perdera toda a potência. Chamava pelo amado quase que com um sussurro, um sussurro desesperado e débil. Mas, dessa vez, Marcus atendeu.
A próxima coisa que Bethany notou foi o corpo do namorado sobre o dela. Teria gostado daquilo numa outra situação, mas o olhar assassino, desejoso no rosto dele levou-a ao pânico absoluto no lugar de dar-lhe prazer. Não teve, entretanto, sequer um instante para temer por sua vida. Enquanto ao longe ela escutava o relógio bater doze horas, sentiu facas afiadas cravando-lhe o pescoço, e depois não sentiu mais nada...
Ao despertar, Bethany não se lembraria das sensações torturantes de seu estranho pesadelo. Não se recordaría dos tons vermelhos, cor de sangue, e nem do cheiro de desespero que pairava no ar. O gosto amargo nos lábios, entretanto, não a abandonaria nunca mais. Sentiu uma agonia infinita, pincelada por pontadas violentas na perna que a traíra no chão da quadra. E, só então, teve a preocupação de olhar em volta.
Seus pais e suas irmãs estavam aterrorizados. Gritavam e urravam para um Harry que corria, corria e corria mas não chegava nunca. Não pareciam vê-la, entretanto, atirada no chão, coberta de fuligem. Sempre fora assim tão invisível? Bethany também gritou. Pediu à Annya que a levanta-se, á Freya que a socorresse e a Harry que se apressasse para ajudá-los. Mas eles não a ouviam, e ela mesma não conseguia escutar a voz projetando-se para fora de sua garganta dolorida, rouca.
Chorou em desespero. Chorou todas as lágrimas que pôde, e a água salgada embaçou sua visão, protegendo-a das cenas violentas que se desenrrolavam naquele estranho cenário onírico. Não viu quando uma fada de asas douradas e vermelhas cortou uma cabeça e riu. Não viu quando um lobo abriu o tórax de um homem com as mãos e comeu-lhe as entranhas. Não viu os vampiros drenando o sangue de crianças apavoradas. E não viu os esforços inúteis de Harry, que jamais iria alcançá-los.
Apenas chorou e gritou, esperneou eternamente no chão, levando uma das mãos ao pescoço por instinto, por reflexo e pela dor. Sequer reparou nos furos que agora decoravam sua pele, marcas de uma transformação que não pedira, e de uma condição que levaria consigo pela eternidade, quisesse ou não. Passaram-se minutos, dias ou horas. Bethany não saberia precisar. O mundo continuava sufocando-a em seu vermelho febril, abafando as súplicas arroucadas e sua família, enevoando o desespero de seu irmão e recebendo no ar salgado e azedo as vidas que se esvaiam.
Mas a moça não se lembrou de absolutamente nada quando abriu os enormes olhos, agora vermelhos, tons de terra e sangue. Bethany olhou ao redor: o seu corpo ainda estava estatelado no chão, e não havia nem sinal de Marcus. Mas já não se sentia fraca, a dor na coxa direita a havia abandonado, e seus membros pareciam vibrar com uma força desconhecida. A cabeça, todavia, zumbia furiosamente, doía como o diabo. Não pôde segurar as lágrimas, que inundaram as pálpebras já molhadas sem que Bethany entendesse o por quê. A única coisa que sabia, naquele instante, é que ser uma vampira era muito melhor do que ser uma reles humana ordinária. Afora isso, não sabia mais nada.
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allanadivinha · 4 years
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TASK #02: 𝖙𝖍𝖊 𝖜𝖎𝖙𝖈𝖍𝖎𝖓𝖌 𝖍𝖔𝖚𝖗 
allana’s point of view
Os gritos. Allana ouvia os gritos tão claramente que eles pareciam estar dentro de sua cabeça, fazendo-a doer inimaginavelmente. A bruxa apertou os dedos contra as têmporas. Que sensação era aquela? Não se lembrava de jamais ter sentido algo tão intenso e tão ruim. Quando olhou ao seu redor, percebeu um mundo em preto e vermelho, as imagens como se num filtro de cores de morte. E não conseguiu se levantar. Não importava o quanto tentasse, as pernas não lhe obedeciam, simplesmente. O corpo pesava.
Denis surgiu de repente, atravessando uma porta da qual a bruxa não se lembrava. Vestia-se todo de preto, de... couro? Couro legítimo, sim, e a mera visão de seu namorado usando aquilo fez a bruxa querer vomitar. O olhar dele também estava diferente. Era tão agressivo e... louco. O olhar de Dionysius era simplesmente desvairado. Ele aproximou-se dela e tomou sua mão com um sorriso frio. Um sorriso gelado, na verdade, de aço. Como uma lâmina, uma lâmina muito bem afiada.
Içou-a para cima com violência, sem o cuidado ou a delicadeza que lhe pertenciam, e beijou-a com uma vontade vazia, desamada. Sem permitir que ela nada falasse ou fizesse, o bruxo guiou com um puxão agressivo, que fazia o braço de Allana doer, por mais uma porta que surgira de repente naquele cômodo vermelho e macabro.
Quando atravessaram-na Denis a empurrou com força na direção de um outro rosto conhecido. Aiden? Ele estava mais estranho do que era. A aura negra transparecia nítida, uma fumaça espeça e tenebrosa que lhe escapava dos poros, envolvendo-o com o mal em seu estado mais puro. Ele também sorria. Um sorriso que, ao contrário do que estampava os lábios do amado da bruxa, era calmo. Calmo e cruel.
O híbrido a agarrou com força e levou-a consigo numa caminhada curta. Num segundo apenas, como se tivessem se teletransportado, estavam no centro da cidade. O estranho professor guiou-a até uma praça enquanto segurava o seu queixo com força, voltando o seu rosto na direção de qualquer atrocidade que visse pelo caminho - e não seriam poucas. Sem que ele dissesse, Allana sabia: lhe estava apresentando o novo mundo. E, no novo mundo, os humanos eram lixo e assassiná-los era uma diversão. Sangue escorria e pintava a calçada e o asfalto, os corpos inertes e os cadáveres gélidos decoravam as ruas. Um cheiro amargo de putrefação dominava os ares, e os sobrenaturais riam e riam.
Aiden e Denis conduziram-na até a orla da praça, que agora se transformara numa enorme assembleia. Os dois homens sentaram-se e sentaram-na entre os seus lugares, segurando-a com força, com toda força. Allana podia sentir os hematomas que teria no braço no dia seguinte. Seu namorado riu, louco, e, mudo, apontava para o centro da praça. Um palco. E forcas. Várias forcas.
Dois enormes vampiros guiavam uma dúzia de pessoas amarradas umas nas outras, em fila, até o palco. Elas tropeçaram, gritavam e choravam, mas os vampiros mantinham-se impassíveis, ou então até divertidos. A bruxa não sabia dizer. Dionysius continuava rindo, tresloucado e mudo. Foi Aiden quem disse as primeiras palavras: “Humanos e... traidores. É lindo, não?” E, empurrando-a, atirou Allana de seu assento privilegiado. Inexplicavelmente, a professora encontrou-se estatelada no chão, bem ao centro de tudo, sem saber como não caiu sobre os outros espectadores sobre as cadeiras à frente dela. E os vampiros-guardas sorriam para ela. Naquele instante, ela poderia jurar que aqueles homens tinham apenas quinze ou dezesseis anos e tinham acabado de fracassar nas provas de adivinhação do primeiro ano.
A multidão gritava ao seu redor, ensandecida. As vozes de Aiden e Denis sobressaiam todas mais. E os vampiros-estudantes seguravam Allana pelos braços e a colocavam de pé sobre um banquinho. Amarraram suas mãos e riam, riam, riam. Colocaram uma corda em volta de seu pescoço e riram mais. Riram loucos como Dionysius ria de seu lugar na arquibancada, enquanto cutucava o professor mais sombrio que Allana já tinha visto e apontava para ela, sem conseguir conter-se. Um dos guardas sussurrou em seu ouvido: “Allana Sophia...” os olhos dela se arregalaram. Só o seu namorado (que ainda ria como um louco ao lado de Aiden) e sua família chamavam-lhe assim, pelos dois nomes. “traidora.” completou, puxando o chão sob os pés dela.
Acordou sobressaltada, suada, tensa. Levou as duas mãos ao pescoço, tocando-o como que para certificar-se de que estava ali. Estava. Suspirou aliviada, sem saber porquê, mas a tranquilidade não durou nem um estante. Sentia algo entalar a garganta, sufocá-la, arranhá-la por dentro como se tivesse gritado e gritado e gritado. Que sensação era aquela? Allana engoliu em seco. Esperava, do fundo de seu coração, que o que quer que tivesse vivido enquanto estava adormecida fosse apenas um sonho, e não uma previsão.
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achlysie · 4 years
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triggers: sangue, morte e transtorno pós-traumático.
                ࿐       ACHLYS 
                   Começou com sangue. Nas suas mãos, no seu rosto, em suas roupas.                    Se olhasse bem para o reflexo no espelho ornamentado em ouro, enxergaria até mesmo seus olhos vermelhos, brilhando com um sorriso que ela não reconhecia como seu. Então a cena se diluiu, como tinta na água, e de repente Electra estava ao lado do irmão. Ele sorria para ela; terno, os olhos idênticos aos seus reluzindo com aquela garra e determinação e sede por vida que ela só costumava enxergar em si mesma quando estava ao seu lado. Algo dentro de seu coração aqueceu — reluziu com tanta intensidade que ela achou que explodiria de tanta alegria. Mas então o mundo de luz escureceu, como se algum deus raivoso rangesse os dentes para a cena, e gradativamente o sorriso de Rowen escureceu também. Até que ele não sorria mais, não, ele cuspia sangue. Electra arqueja quando o irmão se curva em dor, terror escancarado no rosto quando ele desce o olhar para o punhal que… que ela segurava. A lâmina suja em escarlate cai no chão com um estampido surdo e suas mãos cobrem a boca quando um grito ameaça escapar, mas nada sai. Ela não consegue fazer nada. Não consegue gritar. Não consegue se mover.                    Electra assiste a vida deixar o corpo do irmão; assiste ele se tornar nada mais que um saco de ossos: os olhos — antes tão vívidos — agora vazios. Opacos. Seu último resquício de humanidade, de qualquer coisa que a ligasse ao lado bom de sua existência, esvaindo-se num sopro. Não. Não, não, não. De novo não. A garota grunhe, lutando contra as garras invisíveis que controlavam cada maldito átomo de seu corpo. Damir havia feito aquilo. Não ela. Se o permitisse, se o deixasse, ele faria pior. Destruiria mais — e usando as mãos dela. A sensação familiar, o flashback, fez um estampido rugir em sua cabeça com a súbita noção de que estava sonhando. De novo? Não… Estava acostumada com pesadelos, aquilo era… diferente. Mais gutural.                    A híbrida — a feiticeira — ergue a cabeça para o vazio eterno acima dela, um ódio quase visceral refletindo de seu corpo para as paredes que teciam o cenário onírico. O mundo balançou, tremeu, e então começou a encolher. Quanto mais ela lutava contra, mais aquilo lutava de volta. Apertava, contraía… Tecia fios ao seu redor. Electra grunhiu, e quando parecia pronta para descarregar mais uma explosão de energia que rasgaria o que quer que se formava ali, seu mundo brilhou em um flash.                    O aroma adocicado de café irlandês foi a primeira coisa que sentiu. E… onde ela estava mesmo? Alexander, ao extremo de uma mesa de magno abaulada, ditava as palavras para Electra e mais cinco comparsas com aquela calma e firmeza tão característica, mas dessa vez, havia algo mais resoluto ali. Ela sabia exatamente do que ele falava.                    — É arriscado demais — dizia uma mulher. A híbrida a reconhecia. Era… humana. Não parecia estar com eles faz muito tempo, mas algo nos seus traços… Foi a primeira amiga que Electra fizera na infância? Pelos deuses, como estava velha! Como acabou naquela sala? Ela continuou falando: — E vai matar todos nós. Já tivemos perdas o suficiente.                    — Se não quer lutar — um homem alto e musculoso a respondeu, lançando-a um olhar crítico — basta sair por aquela porta. É guerra, Aya, precisa fazer sua escolha. — De onde estava, Electra podia facilmente ver a orelha pontuda dentre a cabeleira negra do semi-feérico. Humano e fae. — Se a gente vacilar por um segundo, só um maldito segundo, sabe o que acontece. Todos aqui sabemos.                    Aya ergueu o queixo, porém seu olhar tremeu quando, por segundos, as íris tiveram um vislumbre do enorme quadro na parede ao lado deles. Electra sabia, apenas sabia, que todas as fotos antigas, artigos de jornais e mapas ali só indicavam uma coisa: a morte de entes queridos. O caos e destruição alavancados pela explosão de uma guerra de egos. Sangue. Desejo por poder. Sobrenaturais não eram nada, nada diferente dos humanos. Tinham apenas a vantagem de maior atributo para o caos, se bem quisessem, só que ainda era o mesmo pó das estrelas que escupia a essência humana que também tremeluzia nos sobrenaturais. Electra nunca esperou nada de nenhum dos lados. Para ela, tanto fazia se os dois se fodessem igualmente se fosse o que o destino reservava, mas… Com tanto a perder, como diabos conseguiria manter um pé na plataforma e outro no trem? Todas as amizades, os laços, que mesmo quando dizia não se importar, lampejavam em uma dor de cabeça constante de memórias. Algo dentro dela gritava por vingança. Não… por justiça. A única herança que Rowen havia lhe deixado.                    A híbrida por fim olhou para o quadro — e o chão pareceu tremer sob seus pés. Todos. Não só humanos, não… Qualquer um próximo de si que havia ousado se opor à supremacia e se afiliar com humanos, também pregados ali. Como aquilo sequer era possível?                    — Eu não vou parar de lutar. — Seu sangue fervia nas veias.                   Quando escutou a própria voz, no entanto, algo dentro de si rugiu mais uma vez, despertando uma fúria adormecida. Alguma coisa estava errada… Alguma coisa estava errada…                    O chão novamente tremeu sob seus pés, o que antes era só um sentimento moldando-se em algo físico. A garota levantou da cadeira num impulso que fez o objeto tombar para trás. Ela olhou para os lados, para seus colegas. Todos a encaravam, os olhos agora frios. Vazios.                    Electra, então, fechou os olhos e riu. Riu alto. Filho da p…                    Dessa vez, ela estava preparada para o flash de luz branca, e a descarga de magia que irrompeu de si mesma fez com que o que quer que corresse para sua direção recuasse, atordoado e surpreso. Ela rosnou e ergueu as mãos, quase um ato simbólico, quando uma névoa do que parecia uma galáxia flutuante de estrelas e supernovas emergiu de seus dedos; eles dançavam enquanto Electra os movimentava no ar, como se quisesse modelar uma massa. Tudo ao redor dela agora era cinza, mas já sentia as teias sussurrando e deslizando ao seu redor. Com um erguer dos lábios, ela deu o último sorriso, seu deboche tão característico, antes de dizer:                    — Não sou chamada de Feiticeira dos Pesadelos à toa, otário.                    O mundo onírico explodiu em luz e estrelas.                    Electra sentia cada íntimo de sua essência vibrando com sua magia ancestral. Sentia o sangue dos Vathaen, aquele sobrenome de uma linhagem tão antiga que ela não se atrevia mais a usar, pulsando e gritando nas suas veias enquanto as garras invisíveis lutavam para só tentar dominá-la mais uma vez. Sua visão irrompeu em chamas — e a última coisa que sentiu antes de tudo escurecer foi raiva; raiva e frustração. Nenhum dos sentimentos, porém, pareciam seus.                    Os olhos se abrem num sobressalto. Electra suava. Sua cabeça parecia querer implodir.                    Que merda tinha acabado de acontecer?                    Apesar de fresca, a memória do sonho lhe soava vaga e sem sentido. Estava furiosa e não fazia a menor ideia do porquê, mas… pela primeira vez, algo dentro de si mesma parecia estar claro, como se uma peça tivesse se encaixado no lugar.                    Pela primeira vez em muito tempo, Electra sabia exatamente quem ela era.
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ther-n · 4 years
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TASK #02      THE WITCHING HOUR       WHEN NIGHTMARE BROKE LOOSE
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minha garganta já estava seca, e meus pulmões, exaustos. por algum motivo, não havia conseguido chegar antes. esperava que agora não fosse tarde demais. ao meu redor, uma belfast caindo de dentes em seu próprio pescoço. às minhas costas, as ruas coaguladas com os destroços dos carros de humanos que tentaram todos fugir ao mesmo tempo. à minha frente, a velha escola onde eu e mouse cursamos o primeiro ano. ela está lá dentro, eu simplesmente sei. eu ouço um estrondo vir do prédio, e meu coração para por um segundo. olhos arregalados, eu olho em volta: não posso entrar lá de mãos vazias. o portão da frente foi arrancado em algum tipo de explosão e se encontrava no chão. do seu lado, um cano de metal que também parecia ter caído em meio ao caos. agarro o cano com as duas mãos e entro no prédio principal o tão rápido quanto posso.
(tw: sangue, violência, morte)
havia sangue em algumas das paredes, corpos estirados no chão e gritos distantes viajando pelos corredores. 
apesar de maior parte das salas pelas quais eu passo estarem vazias, eu aproximo cada portal com cuidado, até que encontro um onde há alguém: o que parece um professor de meia idade sendo cercado por algum ser sobrenatural que, o que quer que fosse, não parecia abalado pelos vários ferimentos no seu corpo. eu devia me meter? droga. droga. droga. eu não conseguiria simplesmente ir embora. eu me aproximo pelas costas da criatura. o humano faz contato visual comigo. eu pressiono o indicador contra os lábios, mandando ele fazer silêncio. ele faz. o elemento surpresa é a minha única chance. portanto, eu tento fazer silêncio até estar em um ponto estratégico, e “BAM” exclama o metal contra a nuca do meu alvo. em um momento de sorte extrema, a criatura cai em seus joelhos, e depois em seu próprio rosto. eu olho para o corpo inconsciente, e depois para o professor, e ambos parecemos igualmente incrédulos e aterrorizados, demais até para falar.  “aqui”,  eu finalmente digo, entregando o cano para ele, meu braço tremendo.  “pega. se protege. se esconde em um armário, sei lá. eu vou voltar pra te buscar quando sair daqui.”   prometo.  “fica escondido.”  ele me encara até assentir com a cabeça. eu assinto de volta.
assim que eu saio pela porta, ouço um grito do final do corredor. poderia ser ela? eu corro e escancaro a porta. há alguém inclinado sobre mouse, mantendo-a na ponta dos pés ponta pelo pescoço, segurando aberto um ferimento no rosto dela, o brilho do sangue que brota refletindo em seus olhos sádicos. eu olho para os pulsos da minha melhor amiga, já algemados com uma corrente grossa. quando eu olho de volta para cima, o homem já me avistou. ele me mostra os dentes.  “não vou dividir a presa. vá embora.”  a esse ponto, meu rosto já está vermelho de puro, flamejante ódio. eu agarro uma cadeira do chão, vou em direção a ele, e, com um movimento diagonal, espedaço-a na cabeça dele. ok, parece que a minha sorte acabou. agora ele parece bravo de verdade. ele investe na minha direção em uma velocidade sobrenatural. eu me jogo pro lado, transformando meu tamanho apenas por um instante, apenas o suficiente para me esquivar. eu caio de lado no chão. antes que eu possa me levantar, ele já está em cima de mim. eu tento lutar, mas ele segura meus braços com tamanha força que já começo a sentir a circulação cortar. a raiva no rosto dele rapidamente se torna entretenimento, e ele ri, sarcástico, seu hálito de sangue quente, repulsivo, no meu rosto.  “oh não...”  ele finge um beicinho.  “eu tomei a humaninha preferida de alguém?”  em resposta eu cuspo no rosto dele e, de repente, ele não parece mais tão entretido. ele levanta a mão direita para dar um tapa na minha cara mas, com sua mão no meio do ar, ele para por um instante, e então solta um guincho horrendo de dor. eu imediatamente o empurro para longe de mim e observo, atônito, enquanto ele se debate no chão do meu lado. há uma perna de cadeira atravessando seu peito. 
logo acima, mouse também observava, as mãos algemadas tremendo na frente de si.  “mouse!”  eu exclamo, e pulo pra cima dela, abraçando-a, mas logo me afastando o suficiente para inspecionar seu rosto molhado de sangue e lágrimas, mas tão corajoso quanto eu me lembrava.  “você está bem? o que eles fizeram com você?!”  ela olhava pra mim, os olhos brilhantes, incrédulos. ela coloca as mãos ao redor do meu rosto, como se certificasse de que eu não sou uma alucinação, de modo que as correntes prendendo seus pulsos envolvem meu pescoço também.  “fox... foxface? o que está acontecendo? o que houve com as suas orelhas? oh, therin, o que eles fizeram com você naquele internato? o que aconteceu?”  minhas sobrancelhas se arqueiam pra cima em uma expressão de dor e a minha voz quebra.  “é uma longa história, lor. eu queria ter estado aqui, eu... me perdoa. mas você está bem? vem, eu vou abrir suas algemas...”  eu olho ao redor. “ele guardou a chave no bolso.” ela diz, apática. eu vasculho os bolsos no corpo do vampiro e volto até ela com uma chave em mãos. abro uma algema.  “indigo e quicksilver vieram com você? você sabe se eles estão seguros? onde eles estão?”  abro a outra. “eu não sei... eles estavam dormindo quando eu vim pra escola... provavelmente estão na casa da árvore.” eu a olho nos olhos.  “então a gente vai buscar eles, e a gente vai se certificar de que eles estão bem. eu vou proteger vocês, ouviu, lor? nem que me custe a minha vida. eu juro. você me entendeu?”  eu olho pra ela, flexionando meus músculos de expressão séria tão raramente usados. ela ainda parece confusa e... destruída. mas ela assente com a cabeça, limpando as lágrimas com as mangas do suéter.  “obrigado. agora vamos dar o fora daqui.”
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mimsersereia · 4 years
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·˚. ★ ·˚. ( POV THE WITCHING HOUR ) !
eu estava ouvindo o oceano, eu vi um rosto na areia mas quando eu o toquei ele então foi varrido de minhas mãos...
as lagrimas escorreram a pele dourada, encontrando caminho para imundar os travesseiros quando tomou coragem de abrir os olhos. soldado aonde está você? taiguara encarou a si mesma a frente do espelho, o corpo perfeito mas tão vazio. quem é você? podia ver raoni ali, lhe encarando com desgosto por ter deixado o passado. ainda estão aqui não é? nunca vão embora? ela tentou gritar, quebrar o vidro com sua voz mas apenas cairão em pedaços com suas mãos. porque? porque deuses? se é que existem. chorou então em silencio sem saber porque. um brinquedo quebrado, tentando achar alguma função em seus cacos.
e eu estava correndo para muito longe, eu fugiria do mundo algum dia? ninguém sabe, ninguém sabe e eu estava dançando na chuva, eu me senti viva e não posso reclamar... mas eu continuei correndo para um lugar macio onde cair.
tw: assassinato, guerra.
“ — na linha de frente! vamos!” os gritos se tornaram ordens e as ordens se tornariam nossa sina, minha sina, meu fim. correndo para a morte, quase implorando para que ela me aceitasse em seus braços mas até ela me rejeitava porque os sangues continuavam escorrer minhas mãos e tomar o azul do oceano rubro. parem! parem! eu desejei grita mas apenas segui as ordens, porque essa era eu, esse era eu... procurei por algum sinal de que eu poderia ser eu mesma, mas as escamas escondiam o que eu temia, monstros nas profundezas, nada mais do que sobreviventes. isso era viver? me leve daqui, porque estou cansada demais. não! queria gritar e mas não podia, o mundo me tirou a voz para que nenhum deles pudesse ver o quanto eu gritava. fraco! fraca! quem eu era? nada além do que eles moldaram de mim, poderia me desenhar de novo? a areia me aceitaria de novo? ou temiam o monstro que eu era e tentava esconder? corri para a superfície, os deixando a deriva de novo. egoísta! corri, mais do que poderia, sentindo todo meu corpo doer implorando por descanso. 
meu corpo encontrou a praia, longe de casa, muito longe, mas o oceano não era a minha casa, mas eu poderia chamar a calorosa areia de lar? meu corpo agonizou em horror sem som, quase invisível a todos. alguém me salvaria? os pobres heróis que esperavam, esse não era eu! essa não era eu! ergui o corpo sobre o sol, me queimando e secando meu sangue, ele não era nem metade de todos que já havia derramado e que iria derramar porque vi os humanos tentarem me caçar. grande ironia para quem era caçador. não! não! parem! teria que ser sempre assim? aquele que vive e aquele que morre? nunca encontraria a paz? tive certeza que não quando senti o gosto do sangue em meus lábios, meus dentes dilacerando o pescoço daquele maldito corpo frágil perdendo vida em minhas mãos. monstro! 
monstro! era isso que eu era e sempre seria nem mesmo que meus poderes me desse a beleza angelical que sempre quis, ainda estava lá, as garras, os olhos frios, eu era o que eles me tornaram e sempre seria isso. lutando pela vida. desejando a morte. a paz existe? não! não! os gritos que escutava diziam que não e eu custava a aceitar a verdade, vagando pelas ruas frias, meu corpo sem vida caminhando sem se importar com todos os mortos no caminho. eu estava vida e mais morta que eles, então os glorificava por terem achado a paz daquele inferno. eu os invejo. como não? pálidos enquanto eu me cobria de rubro, me cobria com suas vidas para tentar achar a minha. os parabéns vazios por lutar ao lado dos fortes. e porque não iria? tolice! deixaria que eles vissem o pior de mim para que eu fosse a melhor, talvez assim achar o que era melhor para mim.
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damacxnzenta · 4 years
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·˚. ★ ·˚. ( POV THE WITCHING HOUR ) !
eu estou fora de mim, como uma onda eu fui puxada, é um sentimento que não posso lutar, como um incêndio profundo...
não era primeira vez que demeter tinha pesadelos tão intensos mas poderia jurar que jamais tivera gritado tanto. o desespero lhe tomando o corpo assim que acordou. sequer conseguiu conter as asas que bateram tão forte que a arremessou contra o teto. mas não se lembrava de nada apenas a sensação agoniante em seu peito. o que tinha acontecido? o corpo pequeno se encolheu sobre a escrivaninha após se acalmar, abafando as lagrimas como podia, não fazia a menor ideia de onde elas vinham ou do porque mas não paravam. então viu as tintas e o papel quando começou a pincelar em tinta preta e vermelha, estas se misturando a suas lagrimas, as mãos tremulas não pareciam sequer conseguir segurar o pincel, não era sua melhor pintura não sabia o que significava, não tinha forma, era... horrível... abstrata... mas podia sentir todas as duvidas e sofrimentos nela. como se gritasse consigo algo que não entendia. por favor... por favor... por favor... implorou para que aquela sensação parasse. estava com medo como esteve. encarrando aquela maldita arte a manhã inteira.
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tem alguém ai fora? você pode me levar para luz? tem alguém ai fora? me diga que tudo ficara bem...
tw: morte, assassinato, mutilação, decapitação.
“ — você não gosta de como eles te idolatram?” idolatram? aquelas pessoas pareciam morrer de medo de mim. curvadas em minha presença. longe do que eu gostaria. eles me respeitavam mas não por me acharem digna disso. “ — porque eles estão assustados?” me aproximei e pude sentir o medo correr por todo o corpo daqueles humanos e porque eles estavam ali? “ — eu não vou te machucar.” murmurei com um sorriso mas não fui recebida muito bem. seja lá quem fosse cuspiu em mim como se me odiasse. não pude sequer explicar ou tentar entende-lo, sua cabeça fora arrancada por alguém. “ — o... que você fez?” todos pareciam confusos com minhas reações e me puxaram para alguma sala escura. “ — me soltem!” gritei tentando me debater mas não conseguia. “ — precisamos de seus serviços.” do que diabos ele falava? o que estava acontecendo ali? apenas fechei os olhos contando alguns números, algumas razões para não explodir, não sabia o que poderia acontecer e nem queria saber.
“ — vamos apenas deixe ir!” escutei o sussurro mas não via quem era. minhas mãos estavam rígidas como se a terra a consumisse para dentro. eu só queria deixar ir mas não podia. não eu não podia. “ — não!” tentei gritar, mas minha voz parecia tão fraca. tomei coragem de abrir os olhos e ver o que tinha a minha frente. o que eu precisava temer. mas ver não ajudou muito. todas aquelas pessoas pareciam congeladas, sem vida mas podia sentir que algo estava errado. algo estava muito errado. “ — o... que? eu vou mata-las se fizer isso.” o riso frio porém me fez estremecer porque eu sabia de quem era e não gostei nada disso. “ — é uma ordem não um pedido demeter, vamos, faça!” o sr. millard gritou e não aquele não parecia meu pai, nem de longe. “ — não!” gritei de novo mas agora fora tão forte que o arremessei contra outro lado da sala. “ — prefere ficar do lado deles? quer ser um deles? tem medo do que você é capaz mas isso é você, é um monstro pra eles e sempre vai ser.” era tudo que eu acreditava mas odiaria ouvir, então não me surpreendi em sentir as lagrimas escorrerem minha face, mas tudo bem se eles achassem que eu era um monstro, porque eu os salvaria.
“ — por favor, saiam daqui!” gritei mais uma vez mas nenhuma deles de moveram, como rochas. deveriam estar hipnotizados. então eu teria que dar um jeito. minhas mãos tocaram o chão implorando para que a natureza me ajudasse. não demorou muito para que a sala fosse invadida pela mata, acho que era limo, fizera os corpos escorregarem para fora, para longe da morte enquanto eu tentava acabar com aqueles malditos assassinos. talvez eu também fosse uma porque ver o sangue em minha mãos não me deixava mal. eu os queria mortos. mas eles mereciam não? e agora eu merecia também? doía tanto usar tanto poder. doía muito mas eu o faria, precisava salva-los. “ — vai se matar por eles?” é eu me mataria por eles. eu morreria por eles mesmo que eles não morressem por mim. “ — não atacamos! nós defendemos! nós protegemos! não somos monstros!” então eu sentir a pior dor que alguém imaginaria. o sangue escorria quente e parecia rasgar minha pele. “ — o.... que... vocês fizeram?” choraminguei vendo minhas asas no chão, mal conseguia me mover, mal conseguia me manter acordada. “ — se não ficara do nosso lado, vai morrer como eles, você entendeu!” 
a eu entendi. e como entendi. mas não significava que aceitaria. “ — então acho que vou morrer, mas vocês vão morrer comigo!” deveria ser a tempestade mais linda que já vi. o caos era tão lindo não? tomando a alma de cada um deles. o tornando cinzas. os tornando nada abaixo da terra. toda millard queimava em chamas a minha frente e tudo que eu chamei de lar não se passaria de ruínas. mas aquele não era mais meu lar mas ao menos aquelas pessoas. aqueles humanos poriam agora achar um enquanto os raios parecia me consumir por dentro, era magico, como se fossemos um. e me levariam com eles ao fim da tempestade, me levariam com a chuva para que viesse o arco-íris e tudo bem. tudo bem... então harry veio a minha cabeça, poppy... echo... electra... alithea... safira... gaoth... merida... eu não poderia morrer. então vacilei, caindo de joelhos. “ — seus sentimentos te fazem fraca!” foi a ultima coisa que escutei até sentir a lamina cortar minha garganta.
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