Renascer/Interceder
Venha póstumo ao ontem à aposta que ainda não fiz
O homem que arrasta sabores vulgares entre os dedos
Aceita o corte seco e improvável de uma espada envelhecida
Despediu-se tão ligeiro como a brisa que troca a direção
Vamos regredir antes da redenção
Teus calvários mastigados
Ainda naquilo que antecede
Ainda ao amor de Bacantes fervorosas
Dramático em todas a formas de apresentação
Fonemas imprecisos, metais preciosos
A carapuça que veste mantícoras
Lutar contra o soluço de dragões anêmicos
É preciso engolir os ruídos
Para estar em calma
Antes que náuseas avancem
O furacão de sons permeia-lhe cordialmente
Teu ressentimento, ressoa ao cotidiano
Liberta-se sob a pele que inflama
Anteceda a sobra que acompanha o silêncio
Repouse os ombros forçando-os ao chão
Despir-se dos olhos quase urbanos
Adotar a bravura silenciosamente
Velar seus sonhos incontestáveis
Aceitar suas tribulações e perdoar-se
Vantagens, nomes e paixões
No desvir público relógios asfaltados
Cantam em alerta o samba das seis
Estendido até às oito, retomado às onze
O medo planeja minha morte
O medo inventa meus senhores
O medo instiga minha fome
O medo insiste em afirmar seus heróis
13 notes
·
View notes