Tumgik
thatsns · 6 months
Text
Tumblr media
463 notes · View notes
thatsns · 8 months
Text
Não existe abrigo ou refúgio
Nem dor ou amor
O vazio é sempre pior do que coisa alguma
Já não busca algo para preencher-se
Esvaziou-se, talvez para proteger-se
Assim, sem sentido, medos ou alegrias
Torna-se o mais perigoso de todos os corações
thatsns
0 notes
thatsns · 1 year
Text
Sufocando-nos por "falta de tempo" ...
Tumblr media
6 notes · View notes
thatsns · 2 years
Text
Tumblr media
220 notes · View notes
thatsns · 2 years
Text
Recenseadores
*Qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas, fatos ocorridos, entidades governamentais e não governamentais é pura coincidência. Essa é uma obra de ficção, com nuances de realidade.
Acordo, abro as cortinas, o sol terno afaga o meu rosto, despreguiço e balbucio:
- Mais um belo dia para ser maltratada.
Cato o meu uniforme, engulo um café. Misturo um pó de guaraná, um doiflex e um paraqcetamal, bebo tudinho. Sinto a mistura atenuar o cansaço de meus nem 1,60 m e se dissolver em meus quase 50kg.
Saiu renovada, rumo a rua, meu escritório temporário.
Chuva, sol, neve, granizo, nada me impede de sair.
Coloco uma playlist animada, vou desfilando até chegar ao meu setor. São 40 minutos de caminhada, já que não me fornecem auxilio transporte.
Chego, a música se esvai, começo o trabalho, bato no primeiro portão do dia.
-Bom dia senhor, é pesquisa.... Não senhor, não tem nada a ver com partido político... Não senhor, não vou cortar seus benefícios... O que eu faço? Para quê que serve?
E lá se vão, 10 minutos de explicação para se aplicar um questionário de nem 5. Repito essa mesma ladainha em 200 casas.
Tento vender algo que ninguém quer, pois não representa benefícios individuais explícitos, as pessoas não percebem a importância dos estudos e pesquisas. O nosso governo, como reflexo da nossa sociedade, acredita que isso é desperdício de verba, que são melhor aproveitadas em suas malas. Por isso há falta de verba para essas áreas.
Respiro fundo.
Vou para outra porta. Apesar de ter luz acesa e música lá dentro, ninguém me responde. Insisto e nada. Registro minha quinta tentativa de contato como ausência. Fui ignorada, não expressamente recusada.
Ser ignorada é ruim, mas as recusas são sempre piores. Bati na casa de um senhor, certa vez, e após toda explicação, ele se arrepiou, inchou o peito como um galo de briga:
- Não vou te falar nada não, não sou obrigado.
- Mas senhor é importante...
- E quem é você – se aproximou, me olhou de cima – pra me fazer responder qualquer coisa!
Ele tinha uma chave de fenda na mão e se agigantava pro meu lado. Encolhi, prostrei-me, implorei e nada. Seria bom se eu recebesse por humilhação ou ameaças, mas é por produção. Após uma série de xingamentos ele disse “não”.
- Pode vir com a polícia, eu não te respondo nada menina.
O melhor é que se ele for com a cara do meu supervisor (um homem branco) e ele topar fazer a entrevista, terei que voltar lá e entrevistar ele. Caso contrario, a crença será de que fiz corpo mole. Se ele recusar novamente, ficarei com o salário travado, até contestarem minha inocência.
Fui embora dali, refletindo sobre todos os atendentes de telemarketing que já xinguei. Concluo: isso aqui é pior, pois não tem como dizer que a ligação caiu. Só posso sair correndo e desviando das pedras que já foram jogadas em mim, torcendo para conseguir fugir.
Digo: “já chega”
Minto para mim.
Sigo rumo as incertezas.
Outra campainha, outra palpitação, outra surpresa. Nunca sei como será.
Nessa, a senhora foi um doce. Em meio ao mar de azedumes do meu cotidiano, finalmente um alento. Cortez, convidou-me para entrar, ofereceu-me água e uma cadeira. Meus pés, pernas e garganta agradecem. Sorrio, de verdade, por detrás da máscara.
Pena que ela represente a minoria.
A entrevista foi rápida, a senhora agradável em cada palavra. Demorei um pouco lá, fiz amizade com o cachorro que deitou em meu colo. Ri um pouquinho da vida, pensei “ela bem que podia ser minha sogra, e nem sequer vi o filho dela. Acho que estou ficando maluca”.
Quem me dera todos fossem assim! Não ia passar por xingamentos, assédios, perseguição e injúrias raciais. (Se eu fosse processar a todos, nem trabalhava).
Queria poder levá-la comigo, assim todas às vezes que forem rudes, podia sentar no meio fio e bater um papo legal com essa senhorinha. Ri da ideia, esse é um trabalho solitário, sigilo acima de tudo. E nem todo o açúcar do mundo aliviaria a tensão.
Alegria fugaz a que me prendo, pois persistência é uma das minhas poucas armas nesta luta. Assim, lá vou eu em direção a outro portão. Colocando minha saúde física e mental a prova.
Quando estava prestes a bater, ele se abre. Um armário, de uns dois metros, sai marchando e gritando lá de dentro. Paraliso.
- Vou voltar com uma arma sua vaca! Estourar sua cabeça, puta.
Vindo lá de dentro, ouço um choro de criança.
O homem passou por mim, dirigiu-se ao carro. Pensei: desta vez tem gente em casa, arrisco receber um tiro por questionário? Será que ele tem uma arma no carro? Porque minhas pernas não se movem? Chamo a polícia? Socorro a mulher e a criança? Sumo daqui?
Ouço o motor, vejo uma arrancada feroz de portas abertas, drift. Meu ouvido começa a zunir. Aguardo os tiros virem em minha direção. Mas ele acelera, rumo ao final da rua. Recobro a consciência. Ouço o carro voltando, começo a correr, torço para chegar à esquina e descer a rua antes de qualquer coisa. Decidida a não voltar mais ali.
No treinamento me disseram: “em situações assim, não faça nada, você representa a instituição”. Só posso rezar para o melhor.
Vivo me ludibriando, voltei lá no outro dia. Vi, parado na porta, o mesmo carro, que presumo ser do senhor armário. Porém, foi uma jovem quem me atendeu, cheia de maquiagem, tentando esconder as mazelas das quais era vítima. Senti –me uma cúmplice da violência enraizada nesse país.
Neste trabalho vislumbro tragédias e vivencio poucas comédias. E as comédias, são assim, apenas porque decido encara-las deste jeito. Por exemplo:
A minha querida futura sogra virou minha informante da rua, após me ver passar várias vezes e bater sempre no mesmo portão, pois falta a entrevista, ela me diz:
- Não conheço a moça que mora aí, mas sei que pega a filha umas 11 horas da escola, daqui a um pouquinho ela volta.
Devido à dica, realizo minha primeira tocaia. Aguardo pacientemente no portão, na esperança da moradora que falta aparecer.
Olhando para o lado, vejo, uma jovem segurando a mão de uma criança, se aproximarem.
Meu coração se enche de esperança: “hoje termino essa bagaça”. Por outro lado, a moça me vê e “trava nas quatro”.
Eu sei, não fico um primor com esse colete grande demais para mim, óculos de sol e boné. Mas não sou tão assustadora a ponto de fazê-la segurar a mão da criança, recuar e se abrigar na outra esquina enquanto me encara por uns longos minutos, como se eu fosse um ser místico que vai devorá-la.
Após essa reação, no mínimo inusitada, percebi “aaaah essa deve ser a moça que vive fugindo de mim! Pois bem, ficarei aqui no portão, veremos quem ganhará”.
Sentei, em frente ao portão. Devem ter passado uns 10 minutos desde que ela está lá na outra esquina. Daqui a pouco pega algo e tenta me expulsar da porta dela.
Pensei: “que coisa mais ridícula, vou ali para outra esquina, antes dela entrar, corro atrás e realizo minhas perguntinhas.”
Plano executado com sucesso, mas meu objetivo falhou miseravelmente.
Quando cheguei perto dela, lhe informei sobre meu trabalho, ela correu e me disse:
- Não posso, não posso, estou muito atrasada.
“ Não estava atrasada para brincar de esconde-esconde comigo esse tempo todo.”
Levei uma portada na cara, depois de tanta diversão. Senti-me usada.
E o meu chefe quer que eu obtenha 97% de aproveitamento, apesar de não ter isso no contrato, nem ter sido mencionado anteriormente.
Para conseguir a coleta de dados de todos os que fogem e recusam é simples: vou em Temiscera, pego o laço da verdade emprestado com a mulher maravilha. Faço umas aulas de como lançar um laço e, da próxima vez que alguém correr de mim, uso o laço, laço-o e digo “o laço da verdade te obriga a responde este questionário de 5 minutos”.
Só apelando para magia para se conseguir o que meus chefes querem de mim.
Chego em casa, passo meu relatório para a central.
- Intolerável - me informam - destas 200 apenas 5 podem ser de ausência/recusa. Só assim libero seu pagamento.
- Mas senhor, essa casa me agrediu, essas casas me recusaram, tais casas estão com 10 ausências em horários e dias diferentes, nessa o cara morreu, nessas a pessoa mudou....
- 5 ou fica sem pagamento...quero dizer, um dia ele vai cair, mas se ficar assim, pode levar meses....
Fiquei lá olhando a mensagem.
Não recebi protetor solar, nem tênis, nem spray de pimenta, gastei uma grana para ir trabalhar esse mês. Tenho o cartão para pagar e, inegavelmente, comi neste período também. Assim, tudo se acumulou no crédito.
Toda tensão enfrentada na rua ainda é menos pior do que o descaso, que sou tratada pelo meu contratante, que deveria me prestar assistência e condições trabalhistas. Afinal, porque devo pagar para trabalhar?
Sabe o melhor, nem tenho ideia do quanto receberei, acredito que realizei duas provas, ( das quais uma eu paguei) para fazer um trabalho voluntariado. Não acredito nas simulações que me mostraram. A desorganização e desinformação, me desilude. A falta de coerência e gestão, faz-me perder a fé. Não acredito mais neles, já que todo o manual e regras que recebi, são um atumultuado de palavras que eles mesmos ignoram, somados a diversas falhas de sistema que atrasam meu trabalho e pagamento.
Recebo por produção e, por consecutivas falhas no sistema, fiquei uma semana em casa, disponível e tentando resolver problemas, sem receber nenhum vintém, apesar de minha disponibilidade.
Sinto-me um refém, ludibriado, que caiu em uma armadilha. Presa em um círculo vicioso de fazer dividas para trabalhar e trabalhar para pagar as dívidas deste trabalho
Bem vindos a ilusão do trabalho, que vai te dignificar e libertar 😊.
Autor: Thats.ns
0 notes
thatsns · 2 years
Text
Encontrei o amor da minha vida
Porém, ele não o descobriu em mim
Transformei-o em poesia
Assim, o amor viveu de mim.
@thats.ns
0 notes
thatsns · 2 years
Text
Tumblr media
É isso aí!
0 notes
thatsns · 2 years
Text
O Batismo
— Bom dia, entrega de mudança para o 301C.
Lembrei que um casal simpático chegou bem cedo hoje, rumo ao bloco C.
— 301C, né? Deixa eu ver.
Chamo no interfone, uma voz cantarolante atende e confirma a entrada do caminhão.
Dou um sorriso sem graça para os entregadores e os deixo passar.
— 301C... Novos condôminos no 301C, de novo.
Um arrepio percorre minhas costas e termina na ponta dos meus pés. Gustavo me vê resmungando e desvia a atenção dos monitores de segurança.
— Que foi, Zé? O que tem de mais? É um condomínio, tem sempre gente indo e vindo.
Sorri de um jeito manso, balancei a cabeça em negativa.
— Sabe, novato, tô na guarita deste condomínio há uns 20 anos, vou acabar aposentando aqui. É um bom lugar, os moradores são gente boa e, por incrível que pareça, não tem muita troca de moradores. Parece até que o pessoal é cativo.
— Não viaja, Zé.
— É sério! Veja só o caso do Seu Armando: faleceu este ano, e seu único filho, ao invés de vender aqui, resolveu mudar pra cá. Disse: “aqui é tranquilo de mais, muito bom”. As pessoas custam ir, vejo mais é voltas. Mas a coisa é diferente quando se trata do 301C. O pessoal daquele apartamento não passa de 5 anos de moradia.
— Do que cê tá falando? Não me parece muito de crendices.
— Pois vou te contar. Todos os casais daquele número têm algo em comum: a mulher é asseada, dedicada, trabalhadora. O marido bebe todas e causa confusão. Não há paz, a coisa é toda esquisita.
— E isso só acontece neste apartamento? Essa é a realidade! Cê cismou, Zé.
— Cismei nada, pode perguntar pro Antônio, do noturno, ele tá aqui há tanto tempo quanto eu. Vai confirmar tudo. Já criamos umas teorias.
Gustavo riu, como quem ri das baboseiras de um avô caquético.
Não me abalei.
— Cara, vou te provar que tô certo. Nós daqui da portaria sabemos de tudo, nem precisa procurar a informação, ela cai no nosso colo ou a gente vive em primeira mão. Cê num conheceu a última proprietária, né?! – ele fez que não – Pois, bem! Era um casal e um guri, menino bom de bola, tinha que vê. Ele tinha muita coisa com a mãe, nem olhava na cara do pai. O pai era um sujeito calado, só falava quando tomava uma, mas não era briguento, nem chato, só sisudo mesmo. Um dia, a menina da dona Cláudia, uma loirinha, veio chorando aqui pra portaria pedindo ajuda. Ela me disse que tinha muita gritaria, que ela queria ajudar o amiguinho. Aí, lá vou eu, viro pro companheiro e falo: “chama a polícia”. Pego a mão da menina, vamos em direção ao bloco C, entrego a menina pra mãe. A mulher parecia assustada com os berros da vizinha do 301. Faço um sinal da cruz e subo mais um andar, bato na porta, o homem grita “vai embora” a mulher berra “socorro”. Não penso duas vezes, meto o pé na porta, ser grande tem as suas vantagens, a porta não resiste.
— Cê invadiu?
— Mas é claro! Cê num invadiria? Aí eu entro como um leão zangado na impecável sala e procuro a mulher e a criança. Só encontro o homem, esmurrando e esfaqueando a porta do banheiro. Ele não me viu, agarro a cadeira da mesa de estar e jogo nele, acerto o covarde em cheio. Ele vira em choque. Eu rosno um “sai” e o sujeito se encolhe em um canto com a faca na mão. A braveza se abrandou quando viu alguém que ele não podia amedrontar. A mãe e a criancinha saem do banheiro aos prantos, levo eles pra fora e o sujeito acaba preso. Parece que depois disso, a esposa resolveu denunciar.
— Que isso, Zé?! Pensei que aqui fosse tranquilo! Deve ter sido só um fato isolado. Isso não prova nada.
— Aqui é tranquilo, o problema mesmo é esse apartamento. Não sei se atrai pessoas assim ou se torna as pessoas assim. Só sei que nunca acaba bem. Mas sabe, o meu primeiro caso com esse umbral foi ainda pior.
Gustavo ficou interessado, parecia um chocólatra que ganhou barras de chocolate. Nós da portaria não dispensamos uma boa história.
— O meu batismo no condomínio foi com a senhora Raimunda. Uma morena bonita, alegre, educada, fazia umas broas boas, o cheiro chegava na portaria e ela vinha trazer um pedaço pra gente. Fui ao apartamento uma vez, olhar um vazamento, o Geraldo tinha faltado no dia, aí vi que era mais limpo que UTI. A mulher trabalhava o dia todo, sabe, acho que era auxiliar de dentista, algo assim. Aí chegava, limpava a casa e tinha dias que o tal marido aparecia umas 3 da madruga, tonto feito um gambá. Os vizinhos diziam que ela não falava nada quando ele chegava.
— Mulher inteligente, não adianta discutir com bêbado.
— Era mesmo! Só que, no dia seguinte, o pau comia. Um dia ela cansou, sabe, o botou pra fora de casa, avisou pra geral.
— E ele sumiu?
— Claro que não, o sujeito logo voltou e sobrou pra mim! Pro meu azar, eu tava no noturno na época e, quando ele chegou, eu sabia que não tava só tonto, tinha qualquer coisa a mais no corpo. Ele queria entrar de qualquer jeito.
— Que merda!
— Cê num tem ideia! Como deixaria o cabra entrar? A proprietária disse que não. Só fiz meu serviço. Primeiro ele sentou lá no portão. Depois, deve ter cansado a bunda, catou umas pedras e começou a tacar na direção dos prédios enquanto berrava que amava a sua “lindinha”. Uma tristeza só. Falei pro sujeito se acalmar, ofereci um copo d’água com açúcar, ele aceitô e saí da guarita pra entregar. Terrível erro. Nunca saia da guarita, novato, aprendi de um jeito duro.
— A gente aprende isso lá no treinamento.
— Aquilo lá não vale de nada, cê acaba aprendendo tudo de verdade é na marra! Então, eu saí e o homem veio cambaleante pro meu lado, pegou o copo da minha mão e jogô em mim. Caí pra trás, as vista até escureceu. Senti o sangue escorrê, daí ele correu pra guarita pra pegar o magrelo do Antônio. Gritei: “fecha tudo e chama a polícia”. Só que aí, acabei ficando do lado de fora com o gambá. Que se virou e entendeu que eu era o culpado por ele não conseguir entrar. Na hora, num pensei direito. Tava tentando parar o sangue que escorria da minha cara. E pertinho tava um bicho raivoso correndo pra me pegar.
— Quê que cê fez que num pegou um caco de vidro, ou sei lá?
—Ah, eu pensei: “ele tá muito loco, não vai dar trabalho”. O que eu não sabia é que o gambá lutava, não lembro o quê. Quando dei por mim, ele me deu uma voadora nos peito e fiquei sem ar. O que me salvou é que ele também caiu. Como tonto é ruim pra levantar, eu tentei voltar para a guarita. Tava preocupado em chupar o ar, não vi que ele levantou. Pulou nas minhas costas. Parecia até que eu tava comendo a mulher dele e não apenas fazendo o meu trabalho.
— Ele tentou te estrangular...
— Foi isso mesmo, e, pra me livrar, joguei as costas contra a parede até ele afrouxar a gravata e cair. No final, acho que acabei sentando em cima dele e o Antônio apareceu com uma corda. A polícia demorou umas meia hora pra chegá, nunca dá pra contar com os home nessas horas, a gente tem que resolver tudo por aqui. E olha que esse caso é um dos mais suave. O pobre do Antônio conseguiu aquela cicatriz no pescoço por causa de um problema do 301C, depois pede pra ele contar a história, treme até hoje. Além do mais, o Jorge ...
O interfone tocou, atendi.
— Sim senhora... Vou pedir para o Gustavo descer, senhora.
Sorrio de um lado ao outro.
— Parece que não vou ter que te contar mais nada, novato. Cê que vai ter história. Deu uma confusão... Adivinha onde?
O incrédulo arregalou os olhos, murchou a cara.
— No 301C?
— Vai lá, toma essa água benta, bom batismo!
@thats.ns
0 notes
thatsns · 2 years
Text
Tumblr media
0 notes
thatsns · 3 years
Photo
Tumblr media
Zoro - One Piece Pintura em vidro temperado (50x30cm, 4mm de espessura). Aceito encomendas no pv do Instagram. https://www.instagram.com/p/CVTZOqHPmyR/?utm_medium=tumblr
0 notes
thatsns · 3 years
Text
Apaixonar-se,
Em espanhol “enamorar”, em inglês “fall in love”. Destas três, sempre achei a palavra em inglês a mais adequada. Em tradução livre significa “cair no amor”, ou “se jogar”.
Imagine desta maneira: apaixonar-se é se jogar de um avião a 3 mil pés com um paraquedas. Durante o primeiro momento, existe a excitação, a adrenalina, o êxtase, o vento no rosto, as fotos bonitas e o friozinho gostoso na barriga. Aí você puxa a corda para acionar o paraquedas e (na maioria das vezes quando se trata de se apaixonar) ele não funciona, pois não depende só de você.
Não tem ninguém lá por você, a queda livre é real e você está sozinho. O desespero, a tristeza, as lágrimas, a indignação, a frustração te contorcem e você se esborracha no chão, se quebra, se f*de.
Há pessoas que, impressionantemente, conseguem pegar outro avião e outro paraquedas em plena queda livre. Essas nem pensam em dar um tempo, se jogam em seguida para continuar em queda. Talvez, isso seja reflexo do desespero, a esperança de que uma destas cordinhas funcione. O problema é que, em meio a consecutivas quedas, elas podem desistir de tentar ativar o paraquedas, conformando-se com o baque.
Na outra ponta desta realidade, existem as pessoas com sorte, elas logo encontram uma cordinha que funciona e, assim, vivem no conforto de um amor correspondido (ou não, tem gente que não gosta de estabilidade).
Afinal, o que seria a cordinha no paraquedas? Como fazê-la funcionar? Isso, ainda não sei. Apenas sei o que ela causa quando funciona. O “fall” desaparece e aterrissamos no “love”. Você nunca encontrará o amor se não se arriscar e entrar no avião.
Por isso, pense e confira bem o seu paraquedas antes de se jogar, nem todos vão tentar parar a sua queda.
Cuidado: entre os paraquedas também existem bigornas e estas sempre matam.
11 notes · View notes
thatsns · 3 years
Text
Apenas uma carta de amor?
Meu carro foi para a oficina, isso me obrigou a ir de ônibus para o trabalho. A semana inteira de ônibus. Socorro! Porém, sair da rotina pode ter as suas vantagens, como observar a vida alheia. Coloco meus fones. Ao meu redor, há as mesmas pessoas de sempre — um cara de maleta e terno, um senhor de uniforme e botas de proteção, uma senhorita de mochila, outra carregando uma criança — e mais um montão de gente. Um tédio total, mas hoje aconteceu uma coisa diferente. 
Um motoqueiro, do outro lado da rua, saiu de capacete de algum lugar, pelo jeito que andava, parecia emburrado e tinha um envelope vermelho nas mãos. Antes de montar na moto, amassou o papel, jogou-o ao chão e foi-se embora. Fiquei com a pulga atrás da orelha, o que será que ele teria amassado? Assim que partiu, uma de minhas companheiras de ponto atravessou a rua, pegou o papel, desamassou-o e voltou correndo para seu lugar. Que absurdo! Ela atravessou a rua só para bisbilhotar. Eu apenas desliguei a música, mas não tirei os fones, queria ouvir tudo de forma discreta. Esmiucei os olhos, consegui ver o envelope vermelho, com uma carta dentro, parecia escrita em letra cursiva. A mulher leu em voz alta, para uma amiga, a primeira linha: “passei para dizer que te amo...”. Um ônibus chegou, graças a Deus não era o meu e nem o delas, mas o barulho de gente e do motor me impediu de ouvir boa parte da carta. Resolvi chegar mais perto. Para dificultar minha vida, tinha gente indo em direção ao ônibus estacionado perto de mim. Fui contra o fluxo de pessoas tumultuadas tentando entrar, empurraram-me na direção oposta da carta. Em minha investida contra a maré, resmunguei alguns “com licença” e, apesar de ninguém me dar propriamente licença, agradeci a cada passada. Apalparam minha bunda, maldita multidão, não tenho tempo para ver quem foi, ou começar uma confusão, quero ouvir a carta. Consegui, a duras penas, aproximar-me, mas a moça lia em voz baixa agora. Droga! 
Pensei no que levaria alguém a escrever uma carta a mão por esses dias de tecnologia, que tornaram tudo mais fácil. Quero dizer, uma mensagem de texto ou de voz poderia resolver a agonia do escritor. Se ele não tivesse coragem, bastava abrir umas cervejas e mandar alguns áudios com a voz embargada e dicção embolada. Na manhã seguinte, a declaração desvairada teria sido feita, ele se arrependeria e, provavelmente, mandaria desculpas ou faria alguma piada. Claro, essa técnica não é nada romântica, talvez a praticidade atrapalhe o romance. Pelo jeito, ele quis fazer direito. Teve a dificuldade de ir a uma papelaria, comprar o envelope, o papel, pensar em suas palavras, escrever e - muito provavelmente - reescrever, até encontrar o tom certo para sua declaração. Depois, o que ele iria fazer? Colocar a carta no correio? Entregá-la em mãos? Será que iria querer ver a reação do destinatário ao lê-la? Ou teria medo? Antigamente se lia declarações nas rádios, vai ver ainda existe algum programa assim. 
Apesar de todos esses questionamentos, o que mais me intriga é: embora tenha se esforçado para escrevê-la, o sujeito a amassou e jogou fora. O que o fez mudar de ideia? Talvez estivesse guardando a carta por muito tempo, esperando o “tal momento certo” e ele nunca veio, vai que o destinatário se casou... Ou já deu o fora nele. Claro que, nada impede de ele ter recebido a carta, mas prefiro acreditar que ele a escreveu. Já escreveu alguma carta? Bom, particularmente, acho que nunca escrevi uma, não no nível pessoal, apenas quando eu era criança e na escola nos pediam para escrever “mamãe te amo, mais do que todos meus brinquedos juntos”. 
Sacudi a cabeça, tive de tirar os fones, talvez ele esteja abafando um pouco o som. Consegui ouvir: “Queria muito me esquecer de fazer fantasias em você...”. Outro ônibus. Mas o que está acontecendo nessa carta? A mulher terminou de ler e riu com a amiga. Riu dos pobres sentimentos do rapaz que a escreveu. Não importa se estava bem escrita, ele teve coragem de a escrever. Confesso que, por um instante, rezei para que ela jogasse a carta fora. O meu momento de fé foi em vão, apesar de rir, ela a guardou na bolsa. Por quê? Será que pretende reescrever e entregar para seu amor? Ou guardar e falar que a recebeu? 
Não contive a curiosidade, aproximei-me, cutuquei a moça: 
- Oi, bom dia. Observei que pegou um papel no chão, pareceu uma carta, pode me falar do que se trata?
 - Isso? 
 - Sim, por favor. 
 - Não é da sua conta.
- Mas a senhora a pegou no chão, não dá pra compartilhar? 
- Num dá não.
De supetão peguei a carta de sua mão e tentei correr. O povão me atrapalhou. Ela gritou, agarrou meu braço e me jogou ao chão. Rolamos, feito cães loucos. Com a carta em mãos, apanhei e ninguém da multidão veio nos apartar. Fiquei sem reação, a mulher me batia como se eu tivesse roubado um tesouro pessoal, como se não tivesse pegado a carta na sarjeta. Nossa, eu só queria ter um material de leitura enquanto esperava o ônibus. Tentei me proteger e, graças a Deus (agora acho que me converti), a amiga da mulher a tirou de cima de mim. 
Na confusão o papel se rasgou e voou ao vento. Não li a carta, não fui para o trabalho, acabei com um vídeo - bem constrangedor - na internet e uns arranhados que não sei como explicar a Lurdinha, minha noiva. 
- Então, doutor, o senhor me entende né!? Vejo que é casado, será que o senhor pode me arrumar um atestado? Nem é pro meu trabalho, é pro meu amor, é caso de vida ou morte.
Autor: thats.ns
3 notes · View notes
thatsns · 3 years
Photo
Tumblr media
2 notes · View notes
thatsns · 3 years
Photo
Tumblr media
Comecei a publicar alguns textos meus. 😊 https://www.wattpad.com/user/thats_ns http://thatsns.tumblr.com/ https://www.instagram.com/p/CNTEAnpAMjC/?igshid=1tc7o5a5rjhgs
2 notes · View notes
thatsns · 3 years
Text
Isolamentos
Fui dormir e acordei com o bebê chorando. Alarmada, abri os olhos, lembrei que não tenho filhos. Relaxei. Queria voltar para meus sonhos, mas o bebê continuava chorando e eu havia despertado. Olhei as horas, 7h30. Parece um desperdício acordar cedo em um dia de folga, ainda mais quando se está cansada. Porém, não conseguiria pegar no sono com aquela choradeira na vizinha. Levantei contrariada, desejando poder prover um isolamento acústico para este apartamento. De qualquer forma, pelo  que deu para ouvir das conversas nem um pouco baixas da vizinha, ela estava cuidando do neto por uns tempos. Era o primeiro dia do bebê dormindo na avó e a criança parecia apegada à mãe. Às vezes eu conseguia distinguir um 'mama' entre os berros do bebê, aos quais a avó respondia gentilmente: “ não é mama, é vovó”. Era uma boa mulher, nova para ser avó, passava pouco dos 40. Ela tinha um filhinho de cinco anos que ficou empolgado com o sobrinho e pegava fogo com a sobrinha, irmã do bebê. A menina tinha a mesma idade do tio e, na maior parte do tempo,  davam-se bem. As paredes que separavam os apartamentos eram de tijolos duplos, ou seja, o problema era que a vizinha era mesmo escandalosa. Não sabia medir o volume da própria voz: conversava alto, ao cantar competia com o volume do som, falava ao telefone aos berros. Certo dia cheguei a me convencer de que ela não precisa usar o telefone — certamente, com o vento a favor, os parentes do interior a ouviriam se ela gritasse  na direção correta. Tenho um certo pavor que outros saibam da minha vida e não sei se a vizinha sabe que fala tão alto. Será que devo avisá-la? Será que tem essa consciência? Ou simplesmente não se importa? Será que ela me escuta também? Acho que de vez em quando sim, ela me escuta, quando bebo umas, canto e danço com a vassoura. Bom, isso é raro e todo mundo extrapola às vezes. A verdade é que eu poderia ir lá falar com ela: “Oi, me desculpa, sou sua vizinha do lado direito... Sim, tem gente morando lá... gostaria de saber se sua tia melhorou da gripe, pelo telefonema de ontem parecia que ela estava mal, espero que ela se recupere... Como sei disso? Ouvi por cima do volume máximo da minha TV. Eu não quero me intrometer em sua vida, mas você bem que poderia falar um pouco mais baixo, por favor”.  Bom, talvez eu não fosse tão atrevida e meu discurso fosse atenuado ao ver uma cara bondosa abrindo a porta. A verdade é que não tenho coragem de falar com ela, eu poderia piorar as coisas, ela poderia começar a fazer barulho por querer. Poderíamos evoluir, sermos vizinhas que discutem e que acabam aparecendo no jornal. Eu poderia ser presa por homicídio qualificado (motivo fútil) e acabar na cadeia, onde o barulho e a falta de privacidade seriam meus menores problemas. Ou acabaria a sete palmos, onde a terra seria um excelente isolamento acústico. Pena que meus ouvidos já não funcionariam. De qualquer maneira, já comprei abafadores devido às noites calorosas que ela passa com o marido, então posso suportar um netinho por uns tempos. Além do mais, apesar de saber de alguns detalhes da vida dela, nunca lembro do seu nome e o pior: acho que nunca a vi, não a reconheceria no hall do prédio ou no mercadinho da esquina. Não sei quem é. Não conheço meus vizinhos, não sei se eles me conhecem, vivo em uma sociedade, não em uma comunidade. Faço meu trabalho, dou “bons dias” automáticos para quem quer que eu encontre, sorrio com facilidade para estranhos. No fim, sempre quero voltar para casa para descansar e ter paz, porém acabo ouvindo uma "rádio novela" e questionando se tenho dinheiro para me mudar para o meio da floresta. Aí me lembro, não tenho dinheiro e acabaram-se as florestas. Só temos algumas reservas ambientais e não quero roubar a paz de ninguém, nem de uma preguiça... Sei bem como é ter um vizinho indesejado. O jeito é conviver com o barulho e fazer uma doação ao Greenpeace. A consciência pesou, afinal já roubei a paz e habitat de muitos alguéns. Assim continuo a sonhar com isolamentos acústicos.
Autor: thatsns
13 notes · View notes