Tumgik
#Analogias na poesia
O QUE É UMA ANALOGIA E COMO ELA DEVE SER USADA?
Existem muitos tipos diferentes de recursos literários que você pode adotar para causar maior impacto na sua escrita. Para comparar duas coisas, uma analogia pode ser exatamente o recurso perfeito para isso. As analogias são usadas para exibir um fio condutor comum entre dois objetos ou ideias. Na escrita, elas podem ser uma ferramenta eficaz não somente para demonstrar a semelhança entre duas…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
mis-consuelos · 1 year
Text
Queria me sentir pertencente a algum lugar... Nem que fosse a uma sociedadezinha que vive em um grão de areia no meio do mar
Queria me sentir parte de algo grande, qualquer coisa que me fizesse viver e não só existir
Queria poder tirar essa âncora a qual me prendi e não consigo soltar... Todo esse peso que me joga lá no fundo
Queria soltar todo o ar dos meus pulmões na tentativa de respirar tudo de novo, mas esqueço-me de que todo o ar já foi embora
Queria sentir a necessidade de ser algo que não sou pra viver algo que restou por não saber não ser assim
Queria que todos pudessem me ler como um filme que passa a cada despedida e em contrapartida decidisse ficar
Queria que me implorasse gritando por ai cada palavra não dita só pra dizer que ficasse pois sou importante
Talvez seja muita poesia pra essa analogia ao não pertencer...
- Cada grão de mim implora por um lugar
Ass.: Mis-Consuelos
20 notes · View notes
nanagoeswest · 9 months
Text
leituras de julho
Tumblr media
"breakfast at tiffany's" por Truman Capote
Tenho este livro aqui por casa há coisa de um ano. Por ser pequenito e ter-me sobrado um tempo antes de iniciar a grande leitura deste mês, decidi que estava na hora. Serei o mais honesta possível: este livro ficou aquém das expectativas (que eram elevadas). Já tinha visto a adaptação uns anos antes e as memórias que tinha entre ambos não coincidiram de todo. O livro é mais platónico, mais impessoal. O filme mais aconchegante e romantizado. Por isso, talvez, fiquei com as expectativas abaladas. O que é de louvar são os diálogos, que carregam muita personalidade, principalmente os de Holly (a protagonista). Entre o livro e o filme, a história foi remexida numa outra direcção, o que me causou certa estranheza ao rever o filme mais tarde. Entre o livro e o filme, escolheria o segundo sem pensar duas vezes. Os diálogos essenciais estão lá e a história é mais perceptível. Para não falar de Audrey Hepburn e de George Peppard, que conseguiram adicionar uma magia extra a uma história promissora.
"summer with monika" por Roger McGough
Este livro foi um achado. Literalmente. Fui à Dona Ajuda e no meio das pilhas dos livros recém-chegados lá estava "Summer With Monika" por dois euros. Barato e por despertar curiosidade veio comigo para casa. Este é um livro de poesia. É uma poesia bastante rimada, quase para ser cantada. Retrata a história de um casal que se apaixona e que aos poucos se afasta. Sentimos, quer o calor da fase da "lua de mel", quer a chegada do divórcio. Li-o em dois dias porque gosto de levar o meu tempo com a poesia. Durante, fiquei várias vezes boquiaberta pelas referências e escolha de analogias. Gostei de tal forma do livro que, ao saber da edição dos cinquenta anos, toda ela ilustrada, não descansei até caçá-la e assegurá-la para mim. Este é um incrível exemplar de como é possível contar muito com pouco.
"the exorcist" por William Peter Blatty
Sou fã de terror, no entanto, nunca tinha visto "The Exorcist". Nunca o vi porque sempre o quis ler. Daí ter posto um papelinho com este título no frasco da "book lottery". Este foi o livro que daí saiu para julho. O que posso dizer ao certo sobre este livro? Gostei. Como foi escrito, conduz o leitor numa visão multicâmara, de certa forma omnipresente - coisa que me fez sentido, quando mais tarde, descobri que o autor era também cineasta. Gostei do desenrolar da ação, como as pequenas migalhas vão acumulando e como tudo tem um passo doloroso. É de apontar a perversidade de certos momentos do livro que, necessariamente, adensaram a atmosfera. Para a minha primeira leitura deste género posso dizer que não fiquei assustada, coisa que tinha curiosidade em descobrir. É um livro interessante de ser lido, embora não o recomende a todos.
"a hora da estrela" por Clarice Lispector
Não vos consigo precisar quantas vezes este livro foi mencionado nos diversos workshops de escrita que fui fazendo ao longo deste último ano. A verdade é que é realmente uma referência e agora percebo o porquê. Este é um livro experimental. O narrador é uma personagem bastante ativa, mesmo não pertencendo à história que conta. Toma o seu respectivo lugar, faz os seus comentários e por vezes divaga como quem não sabe bem o que diz. Achei-o extremamente bonito, por isso mesmo. Quero também realçar que muito sublinhei este livro. As personagens são tão inusitadas que fiquei de tal forma arrebatada. A leitura é pequenita e uma vez dentro dela queremos saber mais, o porquê de existir. Ficou livro de referência para mim também. Acredito que todos o deveriam conhecer.
"homens imprudentemente poéticos" por Valter Hugo Mãe
Eis a última leitura do mês. Foi uma semana bem passada a ler esta história situada no Japão. A história em si revelou-se uma alegoria rodeada de significados que merecem pausa para reflexão. Encantaram-me as personalidades simples no ser, mas complexas no agir. Por termos acesso às suas más ações e o porquê delas existirem, compreendemos o carácter tão humano delas. O livro que conta a história de dois vizinhos inimigos carrega muito mais do que a mera rivalidade, pois conjura uma misticidade bastante particular. Esta é a minha primeira leitura deste autor e, se me permitem a sinceridade, a sua escrita causou-me estranheza numa primeira fase. Uma vez ultrapassada tornou-se leve. Recomendo este livro pela experiência única que proporciona.
7 notes · View notes
lidia-vasconcelos · 2 years
Text
Tumblr media
QUANDO O AMOR FALA...
Certa vez, ao entrar numa sala do 9º ano, a Duda, uma aluna dessa turma, me abordou e perguntou:
- Professora, posso ler um negócio para a turma, antes de a senhora começar a aula?
Olhei para ela, olhei para o relógio... Naquele dia eu só tinha uma aula na turma dela e os 50 minutos voavam. Mas aí eu lembrei que essa aluna adorava poesia e que, desde o início do ano, de vez em quando, ela levava uma para ler na minha aula. Então respondi que ela esperasse só eu fazer a chamada.
Para a minha surpresa, daquela vez a garota não tinha nas mãos a sua colorida agenda de adolescente, sempre cheia de adesivos, “post its”, rabiscos e desenhos, ela tinha a Bíblia. Pensei comigo mesma: “Eita, será que a turma vai dar importância e prestar atenção a esse tipo de leitura?”.
Então ela disse:
- Galera, eu vou ler aqui I Coríntios 13.
Outra surpresa! Eu jamais imaginava que a passagem escolhida fosse essa. E começou a leitura do mesmo jeitinho que costumava ler as poesias:
- “Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino...”
Silêncio total. Todos estavam atentos, encantados, hipnotizados. Eu mesma já li esse texto centenas de vezes, mas parece que naquele momento, na voz daquela menina, cada palavra fazia muito mais sentido!
Ela leu o capítulo todo e não fez nenhum comentário depois, nenhuma analogia, apenas leu. E isso foi o suficiente para que a gente emudecesse, para que a gente refletisse e relembrasse que tipo de amor valia a pena, que tipo de amor era preciso querer para si e para os outros... Nem mais, porque seria impossível; nem menos, porque seria muito pouco.
Esse foi um daqueles dias em que eu não ensinei, eu aprendi.
Aprendi que quando o amor fala, todas as outras vozes se calam; quando o amor fala, não há mais nada a dizer.
Lídia Vasconcelos
4 notes · View notes
loveistheanswer4 · 7 days
Text
O sonho que sempre esteve aqui e não tinha percebido.
Faz tempo que eu não escrevo por aqui.
E não, não é que eu não tenha mais necessidade de abafar com meus textos, mas eu andei ocupada com um projeto que tem o mesmo efeito: meu livro. Um sonho que não nasceu comigo, como a música, mas que sempre esteve ali, comendo pelas beiradas. Afinal, eu semprei amei escrever redações no colégio, sempre escrevi diários, sempre escrevi cartinha para todas as minhas amigas e poesias pros boys e até na música, eu comecei as escrever minhas próprias canções. A escrita sempre esteve ali, mas eu nunca imaginei que ela pudesse tomar essa proporção, se tornar um SONHO.
Confesso que quando essa ideia surgiu ou talvez, foi soprada pra mim, eu não levei ela muito a sério. Foi quando eu estava idealizando meus novos projetos musicais, que praticamente não sairam do papel: O Cinese e o Meraki. Eu escrevi como se fosse um texto manifesto do projeto… É um TEXTO. Gravei duas músicas e decidi que não ia mais investir financeiramente nisso. Mas na minha idealização de projetos, esse livro vinha antes do lançamento desses dois eps, como um encerramento da minha fase “Vanilla”.
A príncipio eu ia só contar as histórias por trás das músicas, ou seja, meus “causos” amorosos. Mas foi com o passar dos anos, eu fui entendendo que cada um deles tinha me ensinado alguma coisa e que não era a toa que eu estava solteira há tanto tempo, vivenciando tantas coisas. Eu comecei a sentir que aquilo tinha um propósito maior.
Foi quando surgiu a ideia em transformar esse livro em: 28 histórias desastrosas de amor +1. O 1? Meu amor por mim mesma. Porém, além de 30 anos ser uma data marcante, eu mesma não conseguia desenvolver o livro com meus 28 anos… Até que, aos 29 parece que tudo clareou. Não só eu comecei a escrever freneticamente, páginas e páginas, como eu de fato entendi sobre o que seria esse livro: minha cura. A segunda parte veio como um farol na minha cara, me dizendo: para chegar no seu amor-próprio, o que você teve curar? Além de vivenciar todas essas histórias de “amor”, claro. Foi ai que eu comecei a escrever sobre meus pais, minhas irmãs, minha ancestralidade… Entendi de verdade, porque eu tinha feito tantos trabalhos de cura, terapias e afins.
Do nada, parece que toda a minha vida fazia sentido para chegar nesse, desculpem a analogia, capítulo da minha vida. Era quase como se eu tivesse finalmente captado minha missão de vida.
Comecei a perguntar sobre ele também para os meus gurus/tarólogas e ouvir: “sim, você vai escrever mais de um livro e ele vai ser uma virada de chave”. E ainda que ele não seja (não sei ainda) uma virada de chave no sentido profissional ou financeiro, pessoalmente falando, ele já foi. Cada linha que eu escrevi curou algo dentro de mim, é como se cada letra tocasse fundo no meu coração e me transformasse por dentro.
Ele já virou tudo, ele já me transformou.
E ps: como vários capítulos tem músicas minhas, ele não deixa também de ser um sonho musical.
0 notes
portalfunk · 15 days
Text
Math Above the Sky estreia o tão aguardado álbum “3:45AM” nesta sexta-feira (12.04)
Math Above the Sky estreia o tão aguardado álbum “3:45AM” nesta sexta-feira (12.04)
O nome artístico de Math o acompanha desde quando ele mudou o caminho que seguiria musicalmente. O complemento “Above The Sky”, segundo o artista, é uma afirmação: que ele continuaria sempre em frente e enfrentando os percalços que apareceriam no meio do caminho. Math Above the Sky utiliza como referência em seus trabalhos os artistas Lil Gotit, Derek, Quavo.
O artista preparou o terreno para o lançamento do aguardado álbum “3:45AM” com uma série de singles e colaborações que prometem impressionar os fãs do gênero trap. “Spliff” destaca a parceria com Dalua, resultando em um hit viciante que demonstra a originalidade dos versos e flows dos artistas, enquanto “Spicy”, em colaboração com Davi Arpak, traz uma abordagem irreverente e picante sobre o cotidiano, refletindo o estilo marcante de Math e seus parceiros.
Já “Balmain”, com participações de Vici e ONNiKA, apresenta uma letra repleta de referências e analogias, acompanhada pelo vibrante beat de Vici. Esses lançamentos foram apenas uma prévia do que estava por vir, com o álbum completo prometendo uma experiência musical envolvente e diversificada.
“3:45AM” é uma coleção de relatos e histórias escritas nas madrugadas, influenciadas pelas luzes noturnas e pelo caos da cidade. Math busca oferecer ao público a trilha sonora dessas noites, com 7 faixas elaboradas em colaboração com o produtor e artista Vici, além de diversas participações especiais já mencionadas. Os beats do álbum apresentam melodias poderosas que fazem tremer as estruturas, com uma vibe enérgica e contemporânea, combinando elementos do trap para criar uma atmosfera única
Sobre Math Above The Sky:
Matheus Augusto Soares Morgado é o nome de “Math Above The Sky”, artista carioca da zona oeste do Rio de Janeiro. Math escreve versos desde mais novo, sob influência de seu pai, sempre se interessou por música e poesia e já frequentava rodas culturais desde adolescente. Quando tinha 15 anos começou a batalhar, a escrever e se envolver na cultura, indo atrás de seus gostos e características próprias.Assinou trabalhos como “Novas”, “Novas II” & “Xmas Tape”, junto ao coletivo “Eleve Prod.”, por lá Math já era seu vulgo, mas o artista chegou ao “Above The Sky” como uma autoafirmação, em um momento de sua carreira e também vida pessoal onde precisou se reinventar para seguir em frente. Atualmente o artista vive em Dublin, cidade na Irlanda.
Ficha Técnica:
Letra/Voz: Math Above The Sky @mathabovethesky
Feats: 2. Spliff Ft. DaLua (@dalua_)
Spicy Ft. Davi Arpak (@arpak.mp3)
No Cap Ft. PrettyBoyJode (@prettyboyjode)
Balmain Ft. ONNiKA, Vici (@souonnika, @flygodvici)
Produção: Vici @flygodvici
Mix: Vici @flygodvici
Master: Leborato @leborato
Visualizer: João Cupulille @cupulille
Capa: FreGT | @fregtarts
ESCUTE “3:45 AM”https://portalfunk.com.br/noticias/math-above-the-sky/
0 notes
hyuckunt · 1 month
Text
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
continuando a minha quase meticulosa análise dos poemas desse livro, vamos para as próximas anteriores 3 páginas.
pensando sobre a primeira, continuando com a relação entre perséfone e hades e a criação de um novo mundo, idêntico a esse e habitável pra ela: fiquei impactada com a sua observação de que nesse novo mundo, rompendo com convicções previsíveis sobre esse, há amor. o que me tocou nesse trecho é que, assim como menções anteriores ao estado de inerente sensação de não pertencimento que constitui a existência feminina introspectiva, esse é um argumento que genuinamente convenceria uma garota a mudar de universo. e eu não encontro muito de forma tão gritante no trabalho da louise, mas ainda está lá, e isso é fascinante. por mais que possa ser considerado previsível pra uma poeta, ainda é reconfortante de um modo surpreendente pra uma simples leitora saindo da adolescência como eu. além disso, nessa mesma página, quando é dito que, se ela possui um apetite, ela carrega consigo todos os outros, eu me peguei refletindo sobre a ambição da experiência e como a inalcançabilidade dela a faz formular-se como tão melancólica. esse trecho é muito verídico. perséfone vai querer sugar tudo, absorver o máximo que ela poder, se embebedar nas sensações capazes de consumir a sua alma.
partindo pra segunda página, teve um trecho que me marcou tanto que eu não pude evitar e tive que usar marca texto pra registrar, que é uma analogia entre o lar, a janela de um lar, e a mente. esse trecho me serviu como uma ferramenta de identificação acima de tudo, e como algo que eu considero muito relatável pra grande maioria dos adolescentes. a mente se torna um campo minado e fica tão escura que ela te confunde o tempo todo. se transforma em uma completa bagunça, mas é um estado interno, em que o resto do mundo é algo que pode ser presenciado, mas não inteiramente apreciado, enquanto a mente se comporta como uma prisão interna. você não pode escapar de si mesmo. depois eu marquei um trecho parecido, mas que contém menção à luz, que é um conceito com o qual eu brinco muito, pelo fato dele ter relação à tudo que é grandioso, quase ritualístico e religioso, e ao mesmo tempo ser tão pertencente à poesia. a luz é muito preciosa pra mim e pros processos de escrita que me impactam.
já na última página, fiz um risco rápido em dois versos que, novamente, tocaram muito o meu lado sensível. tudo atravessa a minha sensibilidade enquanto leio poesia, aparentemente. é inevitável. eu conectei a experiência gélida (levemente redundante) e sórdida do toque ao gelo ao aprendizado de indiferença e incapacidade de alcance ao sentir, e isso me trouxe muita satisfação interior. minhas experiências me levaram a nutrir certa admiração pelo processo de endurecimento aos fatores externos e que atingem o sentimental. eu enxerguei esse trecho como um aviso: equilibre a proporção do sentimento. o que é bastante contraditório, tendo em vista o início desse parágrafo. mas também, é poesia. errado seria não sentir.
0 notes
nabusco · 6 months
Text
Sobre Melancolia:
A cor do filme, fria e azulada, é perfeita. A ambientação também (acho o casamento "chique", no entanto tem um tom sombrio; a floresta próxima dá uma sensação de isolamento entre o local e a cidade; a cor do planeta que se aproxima [e o nome!] dão o tom do rolê todo etc.). O tempo cronológico não faz sentido: no meio do casamento ela (a noiva, não lembro o nome) sai diversas vezes, vai tomar banho, volta, sai outra vez e o casamento continua, como se aquelas horas fossem eternamente se arrastando - exatamente como eu me sinto às vezes. Acho que ela passa uma ideia de sonolência também, em seu modo de sorrir e trejeitos, só mostrando energia para atividades estapafúrdias tipo transar com um cara aleatório ou ficar nua na luz do planeta... Entendo isso como "vou fazer o que for preciso para talvez sentir alguma coisa". Só que não adianta.
O julgamento da família o tempo todo em relação a ela, como se fosse uma falta de brio toda aquela letargia, é bem interessante. A falta de desejo sexual após o casamento, ela sair do quarto num ímpeto, a forma como ela se move, tudo, é muito cru. É como se o filme fosse um retrato fiel de alguns sentimentos "feios" e doloridos, mas de algum jeito expressasse tudo isso de um jeito absolutamente lindo. 
Existe beleza na melancolia, afinal de contas. E se certa forma, mais cedo ou mais tarde, ela alcança a vida de todos (!!), embora com sorte de forma passageira. Acabei de pensar que a forma quase esperançosa e resignada com que a protagonista olha para o planeta se aproximando pode ser um tipo de metáfora de como o fim é melhor do que seguir (a esperança que muitas vezes o depressivo busca no suicídio). No entanto não é uma escolha. O planeta vem e acabou. E a paz com que ela parece ver isso... Sabe? Sabe?!
O marido da irmã tomar os remédios foi ótimo ótimo ótimo. No entanto a cena teve um pouco daquele didatismo que falamos outro dia (não acho que seria necessário a fala da irmã sobre os remédios, ele poderia ser mostrado de uma maneira sutil, pq achei óbvio o desfecho; no entanto incrível! O mesmo homem que julgava a protagonista por não conseguir lidar com seus sentimentos tão intensos recorre à morte porque diante de uma tragédia... Ele não consegue lidar com sentimentos tão intensos (chupa!!! haha sorry). 
A irmã - e isso eu li numa resenha e achei genial, então é uma percepção não originalmente minha - demonstra um comportamento ansioso, "representando a ansiedade" segundo essa resenha; sabe-se que quadros depressivos costumam vir de mãos dadas com ruminações e pensamentos ansiosos, quando não um transtorno de ansiedade como comorbidade, então de certa forma fiquei pensando nisso. Se uníssemos alguns personagens: a tristeza da protagonista, a ansiedade da irmã (o plano dos remédios denota bem o comportamento de ansiedade do plano a, b, c, eternos "e se" etc.) a impulsividade quase agressiva do marido ao escolher fugir do acontecimento recorrendo aos remédios e a inconsequência infantil do menininho (digo isso no sentido de crianças serem mais inconsequentes, pq o personagem do menino de fato achei bem chill), dá para pensar em milhões de metáforas e analogias. 
A cena da protagonista não conseguindo tomar um banho. Não conseguindo pegar um táxi. O estigma de "você não consegue fazer nada, só preciso entrar no carro!!!", embora sejam falas quase óbvias no retrato comum de uma depressão, achei de uma poesia imensa. O fato dela sair do apartamento na cidade e ir para aquele "castelo" onde ocorre o casamento também me faz pensar na fuga subjetiva que temos com finais felizes e contos de fadas mas como na verdade eles não resolve tudo.
O planeta melancolia é implacável. Ele vem... Vai... Parece ter ido! E volta. Sabe? 
0 notes
aneisthesaturno · 3 years
Text
Somos poesias
Pessoas são mesmo como poesias, são tão subjetivas e nunca haverá escrita igual a outra. Cada uma em sua vírgula, aspas e sua reticência. E talvez tudo que elas precisam antes de qualquer coisa, não seria decorar a poesia de cada um, ou aprender a ler cada verso de outra pessoa, mas talvez interpretar sua própria poesia. Entender cada verso seu?! Talvez, mas a ideia não se trata disso apenas. Acho que deveríamos nos ver como a coisa mais singular nesse mundo, assim como quando nos apaixonamos e fazemos do outro(a) um paraíso. Então por que não sejamos nós mesmo nosso paraíso? Olhar com admiração por tudo que está diante de nossos olhos no espelho. Assim como aqueles que olham para uma pintura abstrata, e conseguem ver o significado real por de trás de tudo aquilo. Se usar a analogia de que somos como a poesia, arte ou qualquer outro meio que te possa encantar dos olhos a alma. Onde se encontra a perfeição, se cada um existe na sua própria essência?
— Shandy Crispim
18 notes · View notes
empessoa · 3 years
Photo
Tumblr media
Ouço passar o vento na noite. Sente-se no ar, alto, o açoute De não sei quem em não sei quê. Tudo se ouve, nada se vê.
Ah, tudo é igualdade e analogia. O vento que passa, esta noite fria. São outra coisa que a noite e o vento – Sonhos de Ser e de Pensamento.
Tudo nos narra o que nos não diz. Não sei que drama a pensar desfiz Que a noite e o vento passados são. Ouvi. Pensando-o, ouvi-o em vão.
Tudo é uníssono e semelhante. O vento cessa e, noite adiante, Começa o dia e ignorado existo. Mas o que foi não é nada isto.                                     (24/9/1923)
╭━━━━━━━━━━━━ 📖 ━╯
Poesias Inéditas e Poemas Dramáticos. Fernando Pessoa. Organização, introdução e notas de Jane Tutikian. Coleção L&PM Pocket.  
23 notes · View notes
inws · 3 years
Text
Nessa semana que acaba hoje completou 1 ano desde que excluí esse mesmo Tumblr, com tudo o que tinha, deitada em uma maca de hospital com morfina na veia depois de tanto pedir que uma dor física me fizesse esquecer a dor emocional que eu vinha sentindo desde que tu me deixou pela penúltima vez.
Naquele dia havia decidido de uma vez por todas acabar com a tua existência dentro de mim. Falando hoje, talvez tivesse sido mais poético ter te relacionado aos dois cálculos renais que me botaram pra ver a vida com olhos mais gentis do que eu andava vendo. Naquela época, por mais irônico que possa parecer, a vida por aqui só tinha cor quando eu te tinha ao meu lado – apesar de termos convencido a nós mesmos de que os dias cinzas eram os nossos favoritos.
Pensando bem, te relacionar àquelas duas pedras de 0,2mm e 0,5mm, respectivamente, teria sido a melhor analogia feita: a dor que me fizeram sentir não eram nada proporcionais ao tamanho (e aqui tamanho, relacionado a ti, é metaforicamente). Mas calma lá que eu juro que o intuito aqui não é ofender ninguém.
De lá pra cá o universo, meu melhor amigo, mexeu os seus pauzinhos e nos colocou frente a frente novamente; e lá estávamos nós, depois daquele fatídico 9 de abril, juntos novamente. E dessa vez, ao que tudo parecia indicar, juntos de verdade. Coitada de mim.
Lá por julho a tua casa passou a ter ares de lar pra mim. Passava mais tempo com a tua família do que com a minha, vivia o teu dia-a-dia, conhecia melhor os teus entes queridos e passei a perceber que de ti gostava muito menos do que deles. Eu só demorei pra perceber.
(...)
Eu não estou aqui pra te dizer nada do que tu não saibas; ou melhor, talvez saiba, mas jamais percebeu.
Aliás, eu não estou aqui pra te dizer absolutamente nada, pois não tenho o mínimo intuito de te fazer chegar até aqui. Se um dia tu chegares, seja bem-vindo. Como sempre foi. Prepara um café preto bem forte sem açúcar e aprende a beber, e eu poderia pedir que em homenagem a mim e a esse momento, mas me limito a adiantar que é pra perceber que até mesmo um café-preto-torra-escura-sem-açúcar-bem-forte vai te parecer doce perto do que tu talvez perceba desse parágrafo pra frente.
Mas volto a dizer: juro que o intuito aqui não é ofender ninguém.
Se tu estás preparado pra ouvir uma das nossas histórias sobre a minha perspectiva, como costumava ser por aqui, dá mais um gole nesse café aí. E sem mais delongas...
 Quando tu me deixaste pela última vez.
A partir daí, nunca mais nada foi sobre ti. Te juro. Até a primeira letra desse texto, te prometo de dedinho que nunca mais foi.
Mas isso aqui é. E vai ser. Vai ser muito mais sobre mim. Vamos lá.
Não foi tão dolorido por aqui quanto pode ter parecido. Talvez tu tenhas percebido que não foi mesmo. Eu estava cansada de não me sentir querida por ti. Estava cansada de tentar te provar que mesmo com os meus erros eu achava que te amava o suficiente pra me reduzir tanto a ponto de, lá naquele 6 de outubro, nem saber direito por onde começar sozinha depois de tanto tempo vivendo meus dias em função de ti.
Estava mais do que tudo, farta de ti – não de nós dois.
Demorei, mas não muito, pra perceber que nós não éramos o problema. O problema por aqui era a tua existência ocupar tanto espaço na minha a ponto de mim, sozinha, não saber o que era meu e o que era teu. E não vou aqui, de maneira alguma, tentar me colocar no teu lugar pra demonstrar que eu sou empática quando finalmente eu consigo falar de mim sem que tua existência interfira na minha.
Em junho de 2018 dêmos um Match que viria a dar início em tudo o que vivemos até meados de 2020. Nunca foi um namoro, mesmo quando tu tentavas fazer com que eu ficasse satisfeita com a falta de denominação – afinal, praticamente morávamos juntos.
Nunca foi um namoro.
Lá em 2018 a Nannie tinha seus 22-quase-23 anos, recém-saída de um relacionamento intenso e dolorido demais. Ele bebeu e me bateu, muito. Mais de uma vez. Dolorido de verdade e não de maneira abstrata. Com faculdade trancada. Desempregada. Recém mudada pra casa da mãe e com um medo absurdo de ter perdido o ritmo da vida que ela sonhava viver. Tudo parecia longe, distante, difícil, e ali em meio a um inverno rigoroso e uma Copa do Mundo que mais uma vez frustrou uma nação, aquele rosto conhecido de tantos anos surgiu e passou a oferecer companhia, atenção e afeto a alguém que vinha se sentindo perdida na própria vida.
Não precisou de muito mais do que isso pra ainda durante as meras trocas de mensagens, antes de qualquer noite juntos, eu já estivesse apegada a ti de uma maneira avassaladora. Nenhuma novidade até aqui.
Entre idas e vindas, meses e anos de sentimentos, vontades, brigas, desentendimentos e muitas inseguranças, a Nannie foi aos poucos se encontrando e botando a vida nos trilhos novamente. Volta pra faculdade, emprego, outra mudança, mudança de estilo (afinal, uma mulher define as fases de sua vida conforme a maneira como ela se enxerga no espelho), mudança de círculo de amizades. Aí se forma, acaba, termina, volta com o Gabriel, e briga, e ama, e termina, e volta. Qualquer uma na minha situação ficaria como eu fiquei com tudo isso: sobrecarregada e perdida. E vivendo no automático, tentando empilhar pratinhos.
Nossa relação era pra ser o porto seguro de nós dois como já havia sido. Doce ilusão.
Eu não sabia mais o que poderia fazer, onde poderia ceder, como poderia mudar mais pra tentar te agradar. Absolutamente cada passo, like, acesso, vontade que eu tinha era atrelada à uma necessidade de estar dentro dos teus critérios para não te aborrecer e isso começou a me destruir.
Em determinado momento eu já não sabia mais se eu gostava mesmo daquelas músicas, daquele jogo ou daquele hábito.
Tudo parecia me incomodar.
Não sabia se aquilo realmente era meu ou se era apenas eu tentando me encaixar dentro das tuas expectativas. Me vi dentro do teu quarto tolerando hábitos que para mim são intoleráveis. Me vi sem saber se fazia sentido eu querer tomar tanto leite mesmo depois de dois cálculos renais. Quando dei por mim, não sabia se aquela era a minha personalidade. Tentei tanto te agradar e estar dentro dos teus moldes que me esqueci, e acho que tu também te esqueceste, que o encanto aconteceu lá em 2018 quando tu me conheceu machucada, mas livre, espontânea e serelepe ao teu lado. Tu tinhas de mim algo que nunca ninguém teve. Minha espontaneidade fiel e sincera. Confortável pra ser meu eu em essência e alma ao teu lado. Eu era poesia para mim, e acho que pra ti também.
Mas isso tinha acabado.
Quando chegamos ao fatídico outubro de 2020, o nosso fim definitivo, poucos dias foram suficientes para que eu percebesse o alívio que era estar sozinha novamente. Ainda levei alguns dias pra, por exemplo, me sentir livre para dar like na foto de um amigo querido, e aí percebi o quão absurdo foi ter me sentido tanto tempo submissa às tuas permissões. Cheguei a pensar, por algumas vezes “e se o Gabriel ver? será que ele vai achar que estou tentando provocar ele?” quando já havíamos terminado e momentos como esse me fizeram perceber o quanto tu amarraste as minhas asas.
Deixei de usar meu apelido carinhoso nas minhas redes sociais quando percebi que, pela primeira vez na vida, tinha passado a me observar e a me sentir como uma mulher adulta. Simbolicamente, tomei a decisão de não mais querer ser associada – e nem a me associar – a Nannie jovem, insegura, ingênua, facilmente manipulável e que não sabia muito bem quem era. Eu sabia muito bem quem eu era. Ou achava saber. Mas com certeza eu estava nesse processo que me trouxe onde estou hoje.
Me recordo de tu teres elogiado a minha decisão quando alterei meu nome em todas as redes sociais e a Nannie passou a ser, definitivamente, a Etiane que nunca deveria ter deixado de ser. Talvez tu não soubesses, mas desde aquele momento eu já sabia que não duraríamos tanto quanto eu gostaria.
Quando outubro chegou após a minha saída abrupta da tua casa, em uma madrugada de domingo, eu sabia que não teríamos solução. Meu emocional queria muito alimentar a dependência emocional que eu havia criado em ti, mas ele também queria que eu fosse feliz. Foi quando a minha razão se encontrou com essa pontinha do meu emocional dentro de mim que a chavinha virou e tu passou a ser uma história do meu passado – daquelas que a gente tem como aprendizado pra nunca mais repetir.
Recentemente “Eu Esqueci Você” caiu no aleatório do Spotify (sim, até meu player de músicas mudou) e me senti levemente representada – não por ela desejando a volta do amado pra mostrar a ele o quanto ela mudou – mas pela suavidade em transmitir o encerramento de um ciclo dolorido tendo como consequência principal um reencontro consigo mesma. O nosso fim me proporcionou isso, e nem pense que vou te agradecer; o mérito é todo meu.
Depois de tantos dias ao teu lado em 2020, o meu dia mais feliz do ano foi o dia em que reuni os meus melhores amigos pra fazermos coisas que adoramos fazer, juntos. Foi quando me dei conta que nós dois nunca fomos juntos em uma cafeteria. Nunca vimos o pôr-do-sol juntos, nem mesmo ficamos à noite juntos na rua vendo o céu. Nunca deitamos na grama a noite com bebidas longe da internet pra ficarmos falando devaneios e contemplando a companhia um do outro. Contigo todos os dias eram extremamente iguais e mesmo a virginiana elevada à quinta potência aqui gosta de um pouquinho de aventura e poesia (e merece).
Foi me percebendo como uma mulher adulta solteira pela primeira vez durante a vida adulta quando terminamos que eu percebi o quanto eu poderia ser – e sou – incrível. Um universo de possibilidades se abriu diante de mim simplesmente porque eu finalmente percebi que sem as tuas imposições e limitações sobre como eu deveria agir, eu poderia fazer o que eu quisesse. Eu poderia finalmente ser quem eu quisesse ser, sem que isso pudesse soar mal pra ti, simplesmente porque a tua opinião deixou de ser fator determinante para que eu tomasse as minhas decisões.
Talvez tu não tenhas percebido o quanto eu brilho hoje. Com certeza tu não vês o quanto eu sorrio sincero hoje sem vergonha de parecer ridícula. Com certeza tu não me vês cantando feliz com meus amigos dentro de um carro aquele rap acústico que muito já me fez lembrar de nós dois. Com certeza tu não percebeste o quanto eu cresci nesses pouco mais de 4 meses que se passaram desde nosso fim e que mais parece outra vida.
Longe de ti eu pude perceber, sozinha, o quanto eu sou interessante. O quanto meu gosto musical não é chato e o quanto ele me faz feliz. Longe de ti eu maratonei tantas séries que tu julgarias ridículas e jamais iria querer assistir ao meu lado, mesmo que fosse me fazer feliz ter a tua companhia. Hoje eu tenho novas séries favoritas que tu sequer fazes ideia de quais são. Eu me diverti tanto assistindo coisas que certamente tu me julgarias e agirias comigo com reprovação que não teria nem como quantificar, e o melhor é que nem sempre foi sozinha.
Longe de ti eu descobri o quanto eu sou querida pelas minhas pessoas e o quanto elas me respeitam e gostam de mim mesmo com todos aqueles defeitos que tu julgavas tanto. Pra muitas delas, aqueles defeitos são virtudes e eu descobri o quanto estar ombreada pelas pessoas certas favorece a nossa felicidade.
Descobri que eu ser tagarela assim ao escrever, desse jeito que tu detestas, é motivo pra que muitas pessoas me admirem e gostem de me procurar quando precisam de um colo e de um conselho. Isso me faz maravilhosa no meu trabalho.
Descobri, longe de ti, que eu não preciso ser perfeita pra ninguém e muito menos que preciso ser igual a alguém pra ser feliz ou desejada. Descobri o jogo que gosto, fiz amizade com uma comunidade inteira sem medo de estar sendo “aberta demais” por estar simplesmente interagindo com as pessoas. E fui aberta o suficiente quando quis chamar a atenção de alguém que me interessou.
Longe de ti eu tive a oportunidade de lembrar como era me relacionar com pessoas que estavam sendo honestas e sinceras comigo; sejam aquelas que estavam afim de um sexo e uma companhia tranquila ou aquelas mais emocionadas que queriam algo mais sério. Fiquei tanto tempo me sentindo insuficiente ao teu lado que havia me esquecido como era simples e leve simplesmente deixar as coisas rolarem entre pessoas dispostas a serem honestas sobre as intenções delas.
Tenho nova rede social favorita, player de música favorito, nova roupa favorita, dezenas de novos amigos. Séries favoritas, série favorita da vida nova. Lugares favoritos. Hábitos novos favoritos, como a academia e a corrida que comecei no exato dia em que tu terminaste comigo. O estudo mais uma vez voltou pra minha vida e só quando eu estava debruçada em livros percebi o quanto é essencial para o meu bem-estar e para a minha evolução me alimentar de conhecimento. Meu café favorito mudou. Meu espaço mudou. Meus critérios mudaram. Tem quem diga que até a minha dicção e o meu olhar mudaram.
Uma vida inteira aconteceu desde que tu se foi daqui. Hoje tu não me conheces mais e eu tenho certeza de que se tu tivesses a oportunidade de chegar aqui pertinho, tu nunca mais irias querer sair. Hoje a palavra que define quem eu sou é certeza e nem mesmo uma paixão avassaladora como a que eu tive por ti me faria entrar novamente em moldes que sempre foram pequenos demais para eu me encaixar.
Eu te via com olhos de quem via poesia em termos sido coleguinhas de escola e nos reencontrado anos depois, tendo nutrido sentimentos que, pelo menos para mim, eram bonitos e poderiam ter nos levado longe. Tu jogaste na minha cara que era mera coincidência e nada demais. Se um dia foi provada a nossa falta de sintonia, foi nesse. Daí em diante, eu nunca mais olhei pra trás. E que sorte a minha: na minha frente haviam pessoas que viam a vida como arte assim como eu.
E assim tem sido e vai permanecer sendo.
Obedecendo às sugestões de pessoas próximas, queridas e que me querem bem, sendo algumas delas pessoas que tu insistias não torcerem pela nossa relação – e unicamente pela sugestão delas – ainda existem meios para que tu me procures.
Se um dia tu encontrares isso aqui e se um dia tu quiseres se valer dessa oportunidade que essas pessoas acham que tu mereces, tu vais saber como.
 Fevereiro de 2021.
7 notes · View notes
magno-lucio · 3 years
Text
Figuras de Linguagem
Figuras de palavras ou semânticas  
 1. Metáfora
“Deixe a meta do poeta, não discuta / Deixe a sua meta fora da disputa / Meta dentro e fora, lata absoluta / Deixe-a simplesmente metáfora” (Metáfora — Gilberto Gil)
A metáfora é, provavelmente, a figura de linguagem que mais utilizamos no nosso dia a dia. Ela se baseia em uma comparação implícita, sem o elemento comparativo (“como” ou “tal qual”, por exemplo), em que uma característica de determinada coisa é atribuída ao elemento metaforizado.
Consiste em usar a palavra referente a essa coisa no lugar da característica propriamente dita, depreendendo uma relação de semelhança que, por termos uma linguagem flexível e complexa, conseguimos entender.
Por exemplo, se dizemos que “Maria Rita é uma flor”, nosso cérebro já tem mecanismos para compreender que o que queremos dizer é que ela é delicada, perfumada, bonita etc., e não que ela seja literalmente uma flor.
Para textos na web, é interessante utilizar algumas metáforas para validar seus argumentos e enriquecer linguisticamente o seu texto.
Se você está escrevendo sobre novas tecnologias, por que não contar com metáforas referentes a objetivos tecnológicos? Dessa forma, seu leitor ficará mais preso ao tema proposto e sua produção lhe parecerá mais atraente e bem escrita.
Mas tenha cuidado, pois há mais de uma possibilidade de interpretação da metáfora, já que a identificação entre os dois elementos em comum pode ficar por conta do leitor. Portanto, procure esclarecer ao máximo o que você quer dizer quando usar esse recurso.
2. Símile ou Comparação
“Te ver e não te querer (…) / É como mergulhar no rio / E não se molhar / É como não morrer de frio / No gelo polar” (Te Ver — Samuel Rosa, Lelo Zaneti e Chico Amaral)
A símile é, assim como a metáfora, uma figura de comparação — mas, dessa vez, explícita. Como assim?
A metáfora é mais subjetiva, pois sugere implicitamente uma ligação entre dois seres ou entidades diferentes a partir de uma característica em comum, enquanto a símile apenas aponta que existe uma semelhança específica e objetiva entre os dois elementos comparados.
Retomando o exemplo que trouxemos quando explicamos a metáfora, uma símile seria “Maria Rita é bela como uma flor” ou “Maria Rita é cheirosa, assim como uma flor” — dessa forma, ressaltamos o determinado atributo que queremos comparar e trazemos um elemento comparativo (“como”, “que nem”, “assim como”, “tal qual”).
Quando se escreve para a web, fazer comparações explícitas pode ajudar você a ressaltar um argumento ou contrastar opções com mais propriedade e clareza.
Como a símile é mais objetiva que a metáfora, ela é uma opção mais segura para ser utilizada em textos com uma linguagem mais séria. Além disso, a relação de similaridade (daí o nome “símile”!) entre os vocábulos pode ser uma carta na manga na hora de convencer o leitor do seu ponto de vista.
3. Analogia
A analogia também é uma espécie de comparação, mas, nesse caso, feita por meio de uma correspondência entre duas entidades distintas. O termo também é utilizado no Direito e na Biologia.
Na escrita, a analogia pode ocorrer quando o autor quer estabelecer uma aproximação equivalente entre elementos por meio do sentido figurado e dos conectivos de comparação.
Por exemplo, em um trecho do romance “A Redoma de Vidro”, a autora Sylvia Plath faz uma analogia entre a abundância de opções que temos para escolher o que faremos da vida e uma árvore cheia de figos:
“Da ponta de cada galho, como um enorme figo púrpura, um futuro maravilhoso acenava e cintilava. Um desses figos era um lar feliz com marido e filhos, outro era uma poeta famosa, outro, uma professora brilhante, outro era Ê Gê, a fantástica editora, outro era feito de viagens à Europa, África e América do Sul, outro era Constantin e Sócrates e Átila e um monte de amantes com nomes estranhos e profissões excêntricas, outro era uma campeã olímpica de remo, e acima desses figos havia muitos outros que eu não conseguia enxergar. Me vi sentada embaixo da árvore, morrendo de fome, simplesmente porque não conseguia decidir com qual figo eu ficaria. Eu queria todos eles, mas escolher um significava perder todo o resto, e enquanto eu ficava ali sentada, incapaz de tomar uma decisão, os figos começaram a encolher e ficar pretos e, um por um, desabaram no chão aos meus pés.”
Para a web, usar analogias pode ser eficiente quando você quer simplificar o assunto abordado. Caso ele seja muito complexo, é só fazer uma analogia com algo mais simples que o leitor entenderá mais facilmente e seu texto se enriquecerá.
4. Metonímia
“E no Nordeste tudo em paz / Só mesmo morto eu descanso / Mas o sangue anda solto / (…) / Terceiro mundo, se for / Piada no exterior / Mas o Brasil vai ficar rico” (Que País é Esse? — Renato Russo)
A metonímia é mais uma figura de linguagem que tem a ver com semelhanças. Ela ocorre quando um único nome é citado para representar um todo referente a ele. Por exemplo, é comum dizermos frases como “Adoro ler Clarice Lispector” ou, ainda mais comum, “bebi um copo de leite”.
No primeiro caso, o que eu adoro ler são os livros escritos pela autora Clarice Lispector, e não a pessoa dela em si. No segundo caso, ocorre o mesmo: o que eu bebi foi o conteúdo (leite) que estava dentro do copo, e não o objeto copo propriamente dito.
Ao escrever para a web, a metonímia é muito útil e, muitas vezes, usada sem nem percebermos.
Acontece quando substituímos uma marca por um tipo específico de produto — por exemplo, Durex substituindo fita adesiva, Toddy substituindo achocolatado em pó e Maizena substituindo amido de milho. Ela traz maior fluidez à escrita, além de levar o leitor a se identificar com o texto.
5. Perífrase
“Cidade maravilhosa / Cheia de encantos mil / Cidade maravilhosa / Coração do meu Brasil” (Cidade Maravilhosa — André Filho)
A perífrase acontece quando um nome ou termo é substituído por alguma característica marcante sua ou por algum fato que o tenha tornado célebre.
Por exemplo, quando falamos no “rei da selva”, estamos falando do leão. Da mesma forma, podemos nos referir à capital francesa como “Cidade Luz” e ao Rio São Francisco como “Velho Chico”. Já no caso de pessoas, essa substituição tem o nome de antonomásia (para saber mais, veja o item 13).
Essa figura de linguagem difere da metáfora, uma vez que a expressão usada para substituição refere-se unicamente ao termo original, de modo que ele é facilmente identificado.
Na web, a perífrase pode ser utilizada para evitar a repetição de um nome, dando maior riqueza ao texto. Atenção apenas para não usar codinomes que não sejam populares, pois isso pode dificultar o entendimento do leitor.
6. Sinestesia
“Palavras não são más / palavras não são quentes / palavras são iguais / sendo diferentes” (Palavras — Sérgio Britto e Marcelo Fromer)
É uma figura de linguagem bastante utilizada na arte, principalmente em músicas e poesias, uma vez que ela trabalha com a mistura de dois ou mais sentidos humanos (olfato, paladar, audição, visão e tato).
Na frase “Um silêncio amargo invadiu a sala”, há um tipo de gosto (paladar) servindo de adjetivo para o silêncio (audição), por exemplo.
Na web, é possível utilizar essa figura quando a pauta permitir: moda, culinária e fotografia, por exemplo, são categorias em que, dependendo do foco desejado, a metonímia cai muito bem, intensificando as sensações que o texto eventualmente pode querer passar ao leitor.
7. Hipérbole
“Por você eu largo tudo / Vou mendigar, roubar, matar / Até nas coisas mais banais / Pra mim é tudo ou nunca mais” (Exagerado — Cazuza)
Ao contrário do eufemismo, a hipérbole serve para exaltar uma ideia, com o objetivo de causar maior impacto e entusiasmo. Ela é muito usada em nosso cotidiano, como na expressão “Estou morta de fome”, em que a intenção é enfatizar propositalmente o quanto estamos precisando comer.
Para a web, esse recurso é maravilhoso, pois, se a intenção é convencer o leitor do que estamos dizendo, nada melhor que chamar a atenção dele para o que queremos, apenas usando termos exagerados.
8. Catacrese
“Me ame devagarinho / Sem fazer nenhum esforço / Tô doido por seu carinho / Pra sentir aquele gosto / Que você tem na maçã do rosto / Que você tem na maçã do seu rosto” (Maçã do Rosto — Djavan)
A catacrese é o nome que utilizamos para algo que não tem um nome próprio. Em outras palavras, pegamos um termo que já existe e o “emprestamos” para alguma outra coisa. Assim, o substantivo representa dois significados diferentes, que não têm associação.
Maçã do rosto, pé da mesa e asa da xícara são alguns dos exemplos de catacrese muito utilizados no dia a dia.
9. Eufemismo
“Dar à luz a uma criança / é iluminar os seus dias / dividir suas tristezas / somar suas alegrias / é ser o próprio calor / naquelas noites mais frias” (Dar à Luz — Bráulio Bessa)
O recurso do eufemismo é utilizado quando se deseja dar um tom mais leve para uma expressão — ou seja, é diretamente oposto à hipérbole. O significado permanece, mas a frase se torna menos direta, pesada, negativa ou depreciativa. “Fulano descansou em paz” é um ótimo exemplo de eufemismo muito utilizado.
10. Pleonasmo
“Vamos fugir / Pra outro lugar, baby!” (Vamos Fugir — Skank)
O pleonasmo ocorre quando se repete uma palavra ou expressão na mesma frase com o mesmo significado. Do ponto de vista da gramática, ele é considerado um vício de linguagem (deixando a frase redundante). Entretanto, na literatura, costuma ser usado para dar ênfase.
11. Anáfora
“É preciso amor / Pra poder pulsar / É preciso paz pra poder sorrir / É preciso a chuva para florir” (Tocando em Frente — Almir Sater)
É um recurso utilizado para dar mais ênfase à mensagem, por meio da repetição de palavras. Ela acontece de forma sucessiva no começo das frases, versos ou períodos.
12. Ambiguidade ou Anfibologia
“Um primo contou ao outro que sua mãe estava doente.”
Ambiguidade é uma figura de linguagem muito utilizada no meio artístico, de forma poética e literária. Porém, em textos técnicos e redações ela é considerada um vício (e deve ser evitada). Ela ocorre quando uma frase fica com duplo sentido, confundindo a interpretação.
13. Antonomásia
“A ‘Dama de Ferro’ despertou admiração e ódio.” (Época Negócios)
Trata-se de um tipo de metonímia. Nesse caso, ocorre a substituição de um nome de pessoa por um conjunto de palavras que a caracteriza. Quando a substituição é de um nome comum ou lugar, o recurso utilizado é a perífrase.
Por exemplo, quando falamos “rei do futebol”, no Brasil, nos referimos ao jogador Pelé. Essa figura de linguagem difere da metáfora, uma vez que a expressão usada para substituição refere-se unicamente ao termo original, de modo que ele é facilmente identificado.
A antonomásia também pode ser utilizada para eliminar repetições e tornar o texto mais rico — e, assim como a perífrase, deve trazer termos que sejam conhecidos pelo público, de modo a não prejudicar a compreensão.
14. Alegoria
“A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente…” (Dom Casmurro — Machado de Assis)
É usada de forma retórica, a fim de ampliar o significado de uma palavra (ou oração). Ela ajuda a transmitir um (ou mais) sentidos do texto, além do literal.
15. Simbologia
“A pomba branca simboliza a paz.”
O conceito é bem simples: trata-se do uso de simbologias para indicar alguma coisa.
Figuras sintáticas (ou de construção)
De modo geral, esses recursos são utilizados em textos da web para dar maior fluidez ao texto, ao mesmo tempo que realçam a informação passada, deixando a escrita levemente mais rebuscada, mas sem perder a informalidade necessária nessas situações.
16. Elipse
“A tarde talvez fosse azul, / não houvesse tantos desejos” (Poema de Sete Faces — Carlos Drummond de Andrade)
A elipse consiste na omissão de um termo sem que a frase tenha seu sentido alterado. Por exemplo, na frase “(eu) Quero (receber) mais respeito”, os termos em parênteses podem ser omitidos sem que o sentido da frase seja alterado.
17. Zeugma
“O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano” (Paratodos — Chico Buarque)
O zeugma é basicamente o mesmo que a elipse, com a diferença de que ele é específico para omitir nomes ou verbos citados anteriormente — por exemplo, quando dizemos “Eu prefiro literatura, ele, linguística”, e deixamos de repetir o verbo “preferir”.
18. Silepse
“Nem tudo tinham os antigos, nem tudo temos, os modernos.” (Machado de Assis)
A silepse é quando há concordância com uma ideia, e não com uma palavra — ou seja, ela é feita com um elemento implícito. Pode ocorrer nos seguintes âmbitos: de gênero, de número e de pessoa.
No exemplo “O casal se atrasou, estavam se arrumando”, temos uma silepse de número. A princípio, a frase parece estar errada — já que o verbo “estar” deveria vir no singular, para concordar com “casal” —, mas não se preocupe, essa construção é permitida.
19. Hipérbato ou Inversão
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / De um povo heroico o brado retumbante” (Hino Nacional — Joaquim Osório Duque Estrada)
O hipérbato é um recurso de inversão da ordem direta da frase (sujeito-verbo-objeto-complementos). Um exemplo de inversão está na frase “Dorme tranquila a menina” — a ordem natural seria “A menina dorme tranquila”.
Quando a inversão é muito violenta, recebe o nome de sínquise e, quando é especificamente da posição do adjetivo, se chama hipálage.
20. Polissíndeto
“E o olhar estaria ansioso esperando / E a cabeça ao sabor da mágoa balançada / E o coração fugindo e o coração voltando / E os minutos passando e os minutos passando…” (Olhar para Trás — Vinícius de Moraes)
Essa figura de linguagem é a repetição de conectivos ligando termos da oração ou períodos. Normalmente, as conjunções coordenativas são repetidas, entre elas, o “e” é a mais comum.
Nem sempre esse recurso pode ser utilizado na redação para web, considerando que a repetição desnecessária pode deixar o texto cansativo.
21. Assíndeto
“Tem que ser selado, registrado, carimbado / Avaliado, rotulado se quiser voar! / Se quiser voar / Pra Lua: a taxa é alta / Pro Sol: identidade / Mas já pro seu foguete viajar pelo universo / É preciso meu carimbo dando o sim / Sim, sim, sim” (Carimbador Maluco — Raul Seixas)
Ocorre quando um conectivo é excluído da frase (como o “e”), a fim de trazer uma sequência de informações. Geralmente, é substituído por uma vírgula. É o contrário do que ocorre com o polissíndeto.
22. Anacoluto
“Umas carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, a gente brincava com elas, de tão imprestáveis.” (José Lins do Rego)
Trata-se de uma alteração na estrutura da frase, a qual é interrompida por algum elemento inserido de forma “solta”. Alguns estudiosos defendem que o anacoluto é um erro gramatical.
Figuras de pensamento
23. Antítese
“Não existiria som se não / Houvesse o silêncio / Não haveria luz se não / Fosse a escuridão / A vida é mesmo assim / Dia e noite, não e sim” (Certas Coisas — Lulu Santos)
O uso de palavras com sentidos opostos é outro possível recurso para fortalecer o discurso e deixar um ponto de vista ainda mais claro. A antítese é, justamente, o contraste que ocorre quando os termos estão bem próximos e acentuam a expressividade do período.
Curiosamente, a antítese é marco da escrita barroca, tida como a arte do contraste, mas ainda tem espaço na escrita atual, principalmente no contexto digital. O contraste, além de enfatizar o sentido das palavras, esclarece que a divergência entre elas é o que garante, de certa forma, o argumento colocado.
24. Paradoxo
“Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar” (Tiranizar — Caetano Veloso)
O termo, formado pelo prefixo “para”, que indica “contrário a”, e o sufixo “doxa”, que quer dizer “opinião”, é consagrado pelos filósofos e seus sentidos vão além do uso na escrita.
Apesar de ser parecido com a antítese, o paradoxo é uma figura de linguagem usada para transmitir sentidos opostos em uma mesma construção sintática. As duas ideias devem estar na mesma frase para expressar essa contradição lógica e, geralmente, estão lado a lado.
No exemplo acima, o paradoxo é produzido pela oposição lógica das palavras “prender” e “soltar”. Outros bons exemplos são: “O riso é uma coisa séria”, “O melhor improviso é aquele que é mais bem preparado” e “(O amor) é ferida que dói e não se sente”, de Luís de Camões.
25. Gradação ou Clímax
“Mais dez, mais cem, mais mil e mais um bilião, uns cingidos de luz, outros ensanguentados.” (Ocidentais — Machado de Assis)
Ao pensarmos na apresentação de ideias, a gradação é uma figura de linguagem que propõe a organização das palavras de acordo com a progressão — ascendente ou descendente — dos conceitos. O clímax é obtido com a gradação ascendente, enquanto o anticlímax é a organização de forma contrária.
26. Personificação ou Prosopopeia
“As casas espiam os homens / Que correm atrás das mulheres” (Poema de Sete Faces — Carlos Drummond de Andrade)
Personificar é atribuir características humanas e qualidades a objetos inanimados e irracionais. Também parece pouco usual, mas acontece mais do que imaginamos. É comum conceder sentimentos, ações, sensações e gestos físicos e de fala a objetos.
No trecho do poema, a prosopopeia é percebida no ato de dar ação à casa, que teria a qualidade de espiar os homens.
27. Ironia
“Moça linda bem tratada, / três séculos de família, / burra como uma porta: um amor!” (Moça Linda Bem Tratada — Mário de Andrade)
Na ironia, o interlocutor diz uma coisa, mas o significado é outro. Ela é muito conhecida e utilizada no dia a dia, mas ainda pode gerar certa confusão — principalmente na língua escrita. É utilizada para se expressar de forma sarcástica ou bem-humorada, além de servir como disfarce ou dissimulação.
28. Apóstrofe
“Oh! Deus, perdoe este pobre coitado / Que de joelhos rezou um bocado / Pedindo pra chuva cair sem parar” (Súplica Cearense — Luiz Gonzaga)
Trata-se da figura utilizada para invocação ou chamamento. Também é usada para indicar surpresa, indignação ou outro sentimento. Um exemplo muito comum é a expressão “minha Nossa Senhora!”, usada quando alguém se espanta com algo.
29. Alusão
“Eles estavam apaixonados como Romeu e Julieta.”
A alusão é um recurso utilizado para fazer referência ou citação, relacionando uma ideia a outra — o que pode ocorrer de forma explícita ou não. Ao fazer referência a um acontecimento, pessoas, personagens ou outros trabalhos, a alusão ajuda no entendimento da ideia que se deseja passar.
No caso do exemplo acima, o objetivo é explicar tamanha paixão que uma pessoa sente pela outra.
30. Quiasmo
“Cheguei. Chegaste / Tu vinhas fatigada e triste / e triste e fatigado eu vinha.” (No Meio do Caminho — Olavo Bilac)
O quiasmo ocorre quando existe um cruzamento de palavras (ou expressões), fazendo com que elas se repitam. Geralmente é usado para enfatizar algum feito. Um bom exemplo de como ele é usado no dia a dia: “Ele quase não sai. Vai de casa para o trabalho, do trabalho para casa.”.
Figuras sonoras
31. Cacofonia
“Alma minha gentil, que te partiste / Tão cedo desta vida descontente, / Repousa lá no Céu eternamente, / E viva eu cá na terra sempre triste” (Luís de Camões)
Na cacofonia, a junção de duas palavras (as últimas sílabas de uma + as sílabas iniciais da outra) pode tornar o som diferente e criar um novo significado — ela é percebida ao falar, com o som fazendo parecer algo diferente do que realmente foi dito.
Nos versos acima, a cacofonia acontece logo no início: “alma minha“. Veja alguns exemplos de cacofonia que podemos produzir até mesmo sem perceber no dia a a dia:
“eu     beijei a boca dela“ (cadela);
“a     prova valia 5 pontos, um por cada acerto” (porcada);
“ela     tinha uma saia longa” (latinha);
“vou te     dar uma mão nessa tarefa” (mamão).
32. Onomatopeia
“Passa, tempo, tic-tac / Tic-tac, passa, hora / Chega logo, tic-tac / Tic-tac, e vai-te embora” (O Relógio — Vinícius de Moraes)
A onomatopeia é um recurso utilizado com o objetivo de reproduzir um barulho, som ou ruído. É muito usada em histórias. No trecho do poema acima, a onomatopeia “tic-tac” se refere ao barulho que o relógio faz.
33. Aliteração
“Lá vem o pato / Pata aqui, pata acolá / Lá vem o pato / Para ver o que é que há” (O Pato — Vinícius de Moraes)
Aliteração é quando se faz a repetição do som de uma consoante na mesma frase. É usada para dar ênfase ao texto e para criar trava-línguas. Ela tem a sonoridade como base, o que ajuda a ditar o ritmo.
Exemplos bem conhecidos de aliteração:
“o rato     roeu a roupa do rei de Roma”;
“quem     com ferro fere, com ferro será ferido”.
34. Assonância
A assonância é parecida com a aliteração, mas ocorre quando existe a repetição da vogal tônica ou de sílabas com as mesmas consoantes e vogais distintas. Como no exemplo a seguir, em que há repetição das mesmas consoantes com vogais diferentes:
“É a moda / da menina muda / da menina trombuda / que muda de modos / e dá medo” (Moda da Menina Trombuda — Cecília Meireles)
Apesar de não estarem restritos à oralidade, os recursos sonoros em textos escritos podem complicar um pouco mais a compreensão do texto, por isso, não são tão aproveitados.
35. Paronomásia
“Enquanto é tão cedo / Tão cedo / Enquanto for… um berço meu / Enquanto for… um terço meu / Serás vida… bem-vinda / Serás viva… bem viva / Em mim” (Realejo — O Teatro Mágico)
 EXTRAÍDO DE: comunidade.rockcontent.com
4 notes · View notes
pseudopsiq · 3 years
Text
MANIFESTO FEMISTA DO SÉCULO XXI
- O feminismo em quatro atos -
Tumblr media
Assim como Thomas Piketty sentenciou em seu livro “O Capital do Século XXI”, eu também abro mão de qualquer pretensão em adivinhar o que será do feminismo tão precocemente no decorrer de um século que ainda nem se passou. Na verdade, isso nada mais é do que a tentativa de entender um momento na história, contrariamente a um jogo de adivinhações. Logo, nada farei, senão, refletir acerca de meu próprio umbigo, e cujo o proposito dessa conversa será cortar, de vez, o cordão umbilical que alimenta o meu feminismo emanado de outros corpos, pois ele, ao meu ver, tem que transbordar sim, mas intrinsicamente. E essa é exatamente a indagação: o nosso Manifesto começa por quem?
O feminismo tem exigido, desde os seus primórdios, ação. Isto é, é preciso ser empírico, colocar em prática a força de um pensamento. Mas a sua execução não deve igualar-se a um reles movimento mecânico, o fazer por fazer, ou seja, há uma imensa necessidade de um pulsar reflexivo ante as nossas práticas. Entender que lugar ocupa o teu corpo, que ele pode ou não ser uma ferramenta política, e que tudo ao redor é passivo de interpretações, é falar do feminismo sem usar palavra alguma. Se, após tornarmo-nos mulheres, nós, agora, somos seres políticos, conscientes e capazes, porque então o fato de ser feminista ainda encontra empecilhos em seu caminho? Por que nosso discurso ainda se contamina com inúmeros clichés? Não temos a história ao nosso lado? Nossas atitudes não se autolegitimam? O que há nesse imenso espaço entre nós, mulheres, e o resto da sociedade? Na realidade, ao meu ver, essa barreira não foi criada, foi imposta, por isso, passarei as próximas linhas exercendo a tentativa de elucidar minhas dúvidas, sublinhando sempre que elas são ante minhas que de outrem, porque pertenço-me primeiro dantes pertencer a alguém.
1.      Medo
É preciso assumir que a primeira atitude que temos frente a eminencia de uma guerra é o medo. E esse medo, que é legítimo, instinto de sobrevivência, as vezes nos paralisa, nos freia. Nada mais humano do que o inato medo. Aí vai uma máxima muito popular entre nós: ser mulher é viver com medo. Recordemo-nos das bruxas, tão má afamadas na era medieval, e tudo isso porque frente ao desconhecido houve o medo. Mas a resposta a esse nosso primitivo medo ainda será a fogueira? Parece-me que sim. Julgar e condenar tem sido mais fácil em face ao desconhecido do que conhecer, e isso durante anos, mediante os mais diversos assuntos, não apenas ao que recorremos aqui, lembremo-nos, por exemplo, de Auschwitz e o horror do nazismo.  Mas, não somos mais o nosso passado, mesmo que os resquícios deste ainda nos permeie. E sim, existe medo diante do novo papel da mulher, e existe porque esse enfrentamento é histórico. Nosso lugar foi ocupado por outrem. O feminismo que demonstramos é passivo do medo, mas esse medo não é o mesmo de séculos atrás, agora, diferentemente do que já fora, há vozes femininas ecoando no espaço, e isso mulher, incomoda. O papel ao qual empregamos agora oferece o medo, e esse é exatamente esse o incômodo. Não digo que esse sentimento também não nos pertença, há aí então o primeiro paradoxo da coexistência: o mesmo medo que nos acorrenta e nos acorrentou, parece que, aos poucos, lança frestas de liberdade - “Mulher, a mesma luta que te condena é aquele que te liberta”. De maneira eufêmica eu digo isso, porque na prática, o reverso não é sempre bom. Dar voz ao desconhecido sem antes prestar contas ao esclarecimento é um grande erro. Como diria Foucault, é preciso deslegitimar o presente e isso, aplicado na prática, significa que somos personagens históricos, dotados de valor e ação, mas, para que isso valha, precisamos buscar nos nossos medos a chave do enfrentamento. Provavelmente, ainda irão apontar o dedo para nós na rua, gritarão “puta” e outras blasfêmias mais. Ainda reconhecerão em nós alvos fáceis, mas isso, virá acompanhado de algo que ninguém, em suma, poderá enfrentar: o argumento. Nossas lutas serão vencidas por palavras, pela capacidade de raciocínio e, frente ao mundo em que vivemos, pelos gestos, que precisam ser cada vez mais pontuais e coerentes. Não aceitem menos que isso quando tentarem falar por vós. Exijam o conhecimento. Nada mais justo, pois temos história, temos legitimidade e o que queremos construir deve suplantar esse medo como prerrogativa. O medo não calca nenhum alicerce, sendo ele sinônimo de movimento ou de seu reverso. Há no medo todos os sentimentos contidos, uma mistura heterogênea que faz o homem pensar ou calar. Se, já estamos tão acostumadas com esse medo em nosso cotidiano, o que faremos dele? Iremos entrega-lo ao próximo passante como símbolo de luta? Na realidade, a vítima do medo passa desapercebido na história, é preciso usar a provocação de outra forma, nunca com medo. Pois este, calará quem quer que o tenha consigo, lembrando sempre que em face do mistério sempre prevalecerão as fogueiras contra as bruxas. Mulheres, não sejam inquisitoras de si mesmas, não semeiem o medo, semeiem, antes de tudo, a compreensão.
2. Amor
A grande máscara de nós é a passionalidade.  Mulher ama. Homem também ama. E de amor somos compostos bem mais do que de nossas células, diria o poeta. Viver é preciso, amar também é preciso. Sem amor seria impossível respirar. Quem controla o amor controla tudo, num mundo ideal, talvez. Viveríamos muito ainda sem muitas coisas ditas essenciais hoje em dia, mas quando tiram de nós nossa subjetividade, adoecer parece inevitável. Amar é ser subjetivo. A análise sociológica da sociedade atual pressupõe uma frouxidão enorme em nossos laços correlacionais. Dizem que existe uma fragilidade muito grande em nossos relacionamentos, hipótese essa que, por prática cotidiana, não ouso refutar. Mas, o lúdico que ainda vive em mim, ainda enxerga a poesia no dia a dia, e para nós, lunáticos, o amor é tão escancarado quanto qualquer outro gás que existe na nossa atmosfera e nos alimenta. Viver evoca amar. Sem amor morreríamos em questão de minutos. Agora, traduza isso para o contexto que estamos e veremos que esse amor irá transformar-se em algo muito singular: o amor próprio. Nada mais significativo do que a expressão de nosso corpo, alma, desejos. Nada mais belo, comprometedor e político do que o amor que exercemos sobre nós. Abastecer-se de amor nos nutre, de todas as formas. E é só dessa maneira que um dia poderemos amar alguém com toda as nossas forças. A mulher que não ama está desamparada. Não digo isso no sentido patriarcal da sociedade. Ama-te a si mesmo, isso irá pressupor também o seu próprio conhecimento, em uma analogia mais romantizada a Delfos. A mulher que desconhece o amor por si, jamais se reconhecerá enquanto indivíduo. Não baseie suas afirmações e existência sobre o olhar do outro. O feminismo quer que nos amemos, para que assim possamos contaminar o mundo de uma forma menos nociva. Mas quando digo “amor” e, principalmente, “amor próprio”, não refiro-me aquele sentimento piegas, vendido como símbolo de autoajuda, isso é vão, fugaz. Sem amor, as marchas, as lutas, as vozes e as palavras se perdem. Entregar-se a si mesmo em um ato de reconhecimento é ser feminista em sua gênese. O amor, que a maioria de nós busca, é aquele espelhado em outrem e, geralmente, damos a ele, a característica que nos falta. Aqui, prevalece a contradição da filosofia clássica, o que vale mais: reconhecer-se em quando indivíduos ou sermos parte de um organismo vivo ao qual denominamos sociedade? Pois eu digo, minha existência vem antes de minha essência, porém meu componente básico é igual ao de todos, e este sim precede o que sou, o amor. O uso puro da razão não nos deixa mais conscientes. Diante do que sou e diante daquilo que foi estabelecido que sou, há a lógica, a razão, e esta, por sua vez, se aplicará das seguintes formas: ou eu concordo com tudo o que foi estabelecido previamente, ou eu nego isso até o último minuto de vida.
A resposta dada a pergunta “quem sou eu?” não é tão axiomática. Eu não existo! Sob o julgo da razão a imagem se liquefaz, já diria o filósofo contemporâneo de si mesmo. Sob a razão os olhares são outros, mais exteriores que internos. Então de que me serve raciocinar? De nada. Uma rocha não pensa, um cacho de uva não pensa, a luz do sol não pensa. Mas todas essas coisas existem e o que me torna diferente de todas elas não é minha capacidade de reconhecimento, de consciência, mas antes, a minha possibilidade de pertencimento. Eu só existo porque todas essas coisas existem, logo, sem elas, eu sou um ser deslocado de minha real natureza. Sob o julgo do amor seremos sim, bem mais conscientes de si mesmos, pois dele originará os nosso raciocínios mediante todas as outras questões que tanto nos importunam. O uso puro da razão somado a nossa sensibilidade nos libertará.
3. Desinteligência
Existe críticas a se fazer ao mundo em que vivemos, muitas aliás. O nosso feminismo, do mesmo modo, não está absolvido de falhas, pelo contrário, o erro, tão essencial, vem sendo feito de maneira escancarada. Ilustrarei esta passagem com uma exemplificação, pois, assim, talvez eu consiga ser mais clara e precisa. Na nossa complexidade enquanto sociedade, a divisão de papeis, por mais que se flexibilize vez ou outra, ainda permanece clara. Isso quer dizer que o lugar que ocupo não é o meu de direito, considerando a equidade judicial. Isso implica, principalmente, em atos de violência. Nós mulheres, sofremos caladas por anos, mas, toda história, já diriam os marxistas, pressupõem uma teleologia, por isso, este cenário vem mudando conforme os anos avançam, e nisso estão as nossas zonas de confronto, porque ter voz, repito mais uma vez, incomoda o status quo de uma sociedade ainda caduca em sua noção de isonomia. Nesse sentido, confrontamos aqueles que nos oprimem, nada mais justo. Mas, para além disso, há, também, a nossa desinteligência, a nossa falta de sensibilidade. Durante anos, vivemos relegadas a nossa condição de inexistência dentro de nossas instituições, de nossos lares, enfim, passamos por inúmeros testes de sobrevivência, e vivemos. O confronto foi importante, toda ordem vigente desse ser questionada com um pouco de anarquismo para que então as coisas comecem a mudar, mas, nesse momento ao qual estamos, qual seria a postura mais inteligente a tomar? O corredores das faculdades estão abarrotados de garotas que hasteiam suas bandeiras de liberdade. Tremulas, elas ecoam um grito de enfrentamento, pedindo mais igualdade, respeito e justiça. Mas nisso também mora a exclusão do que somos. Enfrentar é afastar. Enfrentar é abafar o som que não queremos mais ouvir. Enfrentar é calar o outro na tentativa da infinidade. Enfrentar tem sido ameaçar a liberdade do outro sem a inteligência de antes ouvi-lo, não para que ele se justifique mediante barbáries, mais para que ele se sensibilize com uma causa que tem seu protagonismo definido, mas que deve, necessariamente, pertencer ao todo, não apenas a uma parte. Antes que me censurem por “deslegitimar um movimento” defendendo aqueles a quem tanto nos maltratam, saibam que meu argumento não se ampara em uma defesa daqueles, mas na nossa. Somos filhas de nossos pais, somos irmãs de nossas irmãos, somos tias de nossos sobrinhos, somos companheiras de caminhada de nossos homens, somos herdeiras e tutoras de um mundo caduco e temos que direcionar nossos esforços para transformar isso. Perdemos nossa sensibilidade quanto o ataque existe por um simples ato de resistência. Vencer no grito não é vencer. É preciso transformar luta em palavra. E pedir isso não é tarefa fácil, pedir isso pode soar como aplaudir muito daqueles que nos julgaram. Mas, insisto! O que queremos nós? Sermos iguais ou segregacionistas? Não, nós principiamos pela igualdade e é a partir disso que devemos estabelecer nossos diálogos. Marchar, marcharemos quando for preciso. Gritar, gritaremos quando for preciso. Amar, amaremos quando for preciso. Dar as mãos, daremos. O feminismo, em sua gênese, não é uma ameaça de distinção de gênero, o feminismo é um grito de sensibilidade, para que nossas peles e corações não sejam mais agredidos por aqueles que veem em nós objetos de seus desejos e impulsos violentos, demagógicos e machistas. O Manifesto começa por aquele que nos olha nos olhos num ato de reconhecimento. Digo isso para que haja em nós mesmas o princípio de pertencimento e para que ele se estenda a quem quer que seja. O machismo a que tanto denunciamos, já é confessional, diga-se de passagem, ele é um fato acerca de nossa realidade. Em cada caso escandalizado, em cada atitude impensável e inimaginável contra nós, é sabido, nossa sociedade vive à margem da barbárie contra as mulheres. Não há o que discordar e discutir quanto a isso. O que precisamos é fazermo-nos ouvidas, e para isso é preciso inteligência, sensibilidade e amor. O feminismo não se presta a loucuras, nem para irradiarmos precocemente nossa revolta, numa espécie de propaganda pelo ato, gerando um ciclo ainda mais vicioso. O feminismo não pode ser irracional, ele tem que ser útil a quem quer que seja, tem que acolher a todos, sem espaçamentos. Dizer o que é preciso a nós mesmas levando em conta a distinção de causas dentro de um movimento que preza por uma homogeneidade e integridade, é um tanto quando utópico, penso eu. Mas, esse sempre será um ato necessário ante nossa história, refletir. Questionar é preciso para oferecer caminhos diferentes dos nossos as gerações futuras. E ouvir é sinônimo de justiça. Aceito o que vier depois disso: incompreensão, indiferença, mal dizeres, mas não aceito que não me escutem. E quando forem ouvir, ouçam todos. 4. Esclarecimento
Caminhamos de mãos dadas com o desconhecido. Não é possível antever o futuro. A História cumpre seu papel, mas tem seu lugar fixo no tempo, enquanto nós continuamos. O presente aqui está e ele não é bonito. Não há sentimento em comum quando se torna mulher. Somos todas distintas. Somos tantas. Somos raras. E é preciso querer ser cada vez mais. Por fim, é preciso reconhecer-se enquanto indivíduo mediante um universo inteiro que não nos pertence, mas ao qual fazemos parte, por isso, nas vias de fato, tanto quanto para ser mulher, quanto para ser humano, é preciso questionar e refletir sempre. Ainda somos o que somos, graças ao bom Deus a quem eu tanto deslegitimo na sua “existência”. Nada mais quero, senão que todas as mulheres provem de si mesmas e que o feminismo não morra a golpes, pois ele é tão urgente e necessário quanto visceral.
Nada temo, senão a falta de esclarecimento. Nada tenho em palavra de verdade, senão minhas dúvidas. Nada digo que, outrora, isso não possa ser modificado.
O feminismo também parte da escolha.
1 note · View note
encontr4rte · 4 years
Text
Tumblr media
Quando as ondas quebram, doem elas ou as pedras? Quem destrói quem? Pensei eu com esse olhar pessimista que me acompanha desde o começo dos tempos.
É só uma visão. Dentre as milhares de perspectivas que se pode ver através das ondas, sem contar a possibilidade de olhá-las apenas, num olhar descritivo e superficial, ao meu ver. Criei então alguns teoremas e analogias, sobre anos, gerações e os ciclos que vão e voltam. Sempre as mesmas águas que se intercalam em grandes e pequenas escalas. Todas as conexões (sinápticas) que me foram permitidas. Olhei com olhos de poesia, olhos de prosa e ensaiei narrativa, pensei em forma de arte e todas elas em que me pude colocar. E no fim só pensei porque é o que faço. Penso, reflito e repasso. Esse texto afinal não é sobre o mar, mas minha covardia, por criar mil teorias sobre você, ou eu, ou o outro quem for pra não ser óbvia e dizer que pensei sobre amar.
No fim continuar aqui, sentada nessas mesmas pedras, olhando pra vida e recebendo dela só uns respingos que me assustam e me acordam (pra vida). O amor é tão imenso quanto esse mar, é lindo, lava, refresca, fornece; ele também machuca, molha, afoga, retira. Por isso eu permaneço nas pedras. Admirando a imensidão sem coragem de mergulhar.
SC. 32.12.19
Nps.
5 notes · View notes
p4zeequilibrio · 5 years
Video
@mc.sid ❤️ “Boatos” - Essa é a 18ª poesia do quadro “Poame-se”. Cuidado ao reproduzir o que você escuta dos outros , nem tudo é verdade só por que seu pai/mãe ou amigo falou. Nessa poesia eu faço analogias pra explicar um ponto, eu fiz a oposição de homem/mulher e de hétero/gay. Na poesia eu falo “homem” ao invés de hétero só pra abusar da repetição de palavras, pois é um método que eu utilizo muito em minhas poesias. Porém se você acha que o oposto de homem é gay, você precisa muito rever teus preconceitos! Sempre devemos estar revendo nosso conceitos pois vivemos reproduzindo coisas erradas/ruins sem mesmo perceber! https://www.instagram.com/p/B1ZPupdFEBe/?igshid=csbwn8688t9o
2 notes · View notes
Text
Análise Textual Da Música "Alegria, Alegria"
A importância da família no processo de aprendizagem da criança. E pedir um tempo pode finalmente salvar ou não nosso relacionamento apos já ter havido algumas tentativas e essa é só mais uma, ate não ama-la mais, continuarei tentando, creio que como conquistar um capricorniano melhorara pelo menos nas atitudes dela que tanto me magoam, pois quero voltar e esse tempo que pedi não é porque quero cair fora ou ficar com outra pessoa, mas sim para salvar que ainda tem dentro de mim.
Organizar uma prática escolar, considerando esses pressupostos, é sem duvida, conceber aluno um sujeito em construção e transformação que, a partir das interações tornar-se à capaz de agir e intervir no mundo, conferindo novos significados para a historia dos homens.Quando se imagina em uma escola baseada no processo de interação, não está se pensando em um lugar onde cada um faz que quer, mas num espaço de construção , de valorização e respeito, no qual todos se sintam mobilizados a pensarem em conjunto.
Estudo dos problemas através de uma comunicação horizontalizada se faz necessário no intuito de maximizar "produto social final" esperado das escolas, e mais do que isso, para a busca da democratização real do conhecimento através da libertação do pensamento, da visão e do raciocínio crítico na formação do saber individual seja ele de quem for.
As empresas prestadoras de serviços necessitam muito estar atentas às demandas dos clientes, de como esses percebem os serviços prestados, a relação dos funcionários no atendimento interno e externo, além da qualidade da participação de fornecedores e terceiros.
É de extrema importância a participação e colaboração da família no ambiente escolar, pois quando ocorre essa integração professor participa efetivamente da vida do educando, conhecendo e percebendo melhor todas as qualidades e as dificuldades específicas do mesmo, facilitando assim que educador elabore aulas mais significativas, que avalie de forma ampla sua práxis pedagógica, possibilitando a promoção e desenvolvimento no processo ensino-aprendizagem.
Partindo dessa concepção de amor entende-se que acontece com Simão (protagonista de Amor de Perdição) quando se ver apaixonado por Teresa regenera-se, deixando seu gênio sanguinolento e assumindo uma postura conveniente ao seu meio social, mas tais virtudes acabam sendo corrompidas ao matar seu rival Baltasar Coutinho.
A poesia é separada da vida social, confunde-se com a música, explora inconsciente através de símbolos e sugestões e dá preferência ao mundo invisível.A linguagem é invocadora, plena de elementos sensoriais: som, luz, cor, formas; há como conquistar um capricorniano emprego de palavras raras; vocabulário é litúrgico, obscuro, palavras vêm ligadas ao tema da morte.Emprego freqüente de metáforas, analogias sensoriais, sinestesias, aliterações repetição de palavras e de versos ?
1 note · View note