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#Analogias na escrita
O QUE É UMA ANALOGIA E COMO ELA DEVE SER USADA?
Existem muitos tipos diferentes de recursos literários que você pode adotar para causar maior impacto na sua escrita. Para comparar duas coisas, uma analogia pode ser exatamente o recurso perfeito para isso. As analogias são usadas para exibir um fio condutor comum entre dois objetos ou ideias. Na escrita, elas podem ser uma ferramenta eficaz não somente para demonstrar a semelhança entre duas…
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neozgifs · 11 months
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motivos para você parar de dar palco para rpgs de harry potter.
vou ser curto e grosso. consumir qualquer conteúdo de harry potter em pleno 2023, mesmo que seja pirateado ou coisa de fã, é, sim, apoiar a mãe terf. é dar palco para ela, continuar dando visibilidade para uma mulher que odeia pessoas trans e quer nos ver mortes. rpg incluso.
por que você deveria deixar de participar de um joguinho? porque o universo inteiro é construido em cima de tudo o que ela fala no twitter. sempre foi visível, a gente só não queria ver. o racismo tava lá, a homofobia, essa velha ofende todas as minorias possíveis sempre que pode desde que colocou a caneta no papel e escreveu o primeiro capítulo da história. ela só soube jogar pózinho mágico em cima e pegar crianças que não entendem de literatura e sobre o mundo.
sei que para a grande maioria, harry potter é um refúgio. ajudou vocês em momentos difíceis, está ligado à memórias boas e etc., entendo porque você é tão apegade, mas você também precisa entender as problemáticas por trás da saga. Vou usar aqui pontos levantados no artigo "Problematic Tropes and Harmful Stereotypes in the Harry Potter Series" que estará linkado no source, porém é em inglês.
Uma das maiores provas de que a transfobia dessa nojenta sempre esteve bem na nossa cara é a própria Rita Skeeter. Por que? Rita foi descrita como tendo características físicas masculinas ("mãos de homem", "mandíbula definida"). E a Rita é para ser o quê? Odiada. E não é a única vez que ela foi escrota nos livros não.
Peguem seus exemplares de Harry Potter e leiam com atenção. Não nostalgia, TOTAL ATENÇÃO CRÍTICA. Primeiro vocês vão notar o quanto a escrita dela é fraca e o worldbuilding é péssimo, e segundo vão notar o tanto de merda que ela sempre colocou nos livros.
licantropia é uma referência à h.i.v/aids.
fenrir representa um homem gay pedófilo.
o machismo descarado do ron.
a existência da cho chang. a única personagem do leste asiático da série.
as gêmeas patel.
todos os personagens de cor ou que fazem parte de uma minoria étnica tem nomes esteriotipados. o aluno brasileiro provavelmente seria ricardo futsamba (obrigado fuji dei uma risada gostosa a essa hora, arrisquei uma multa de tão bom que foi). todos tem características 'padrões' do grupo que fazem parte, mal aparecem e são alívio cômico. coincidência?
a ideia de que bruxos do mal odeiam trouxas, bruxos do bem são amigos dos trouxas. analogia ao racismo óbvia, mas porque sempre na visão do privilegiado e não na da minoria em específico? a maioria dos trouxas dos livros e filmes são pessoas horríveis, e os nascidos trouxas são tratados como coitados e 'not like other girls'.
o primeiro vilão usa turbante! se você não sabe, isso é ofensivo à pessoas muçulmanas e sikhs (um grupo étnico-religioso que adere ao sikhi ou sikhismo).
a feiosa ter usado o bullying que o hagrid sofre por ser meio gigante para que o harry e dumbledore saiam como pessoas bondosas e melhores que os outros. o homem cis hetero branco padrão salvando o oprimido!
goblins são a representação de judeus.
centauros são selvagens. e bem parecidos com indígenas.
normalização da escravidão de elfos domésticos. claro que a única pessoa que vê o quão errado isso é, é uma nascida trouxa. e os elfos estão felizes sendo escravos, menos o dobby (também foi trabalhar justo pros malfoy).
a gordofobia com os dursley.
normalização do abuso que os dursley faziam com o harry. raramente era explorado e usado só como motivo pra odiar os únicos personagens gordos 'importantes'.
meu favorito: A BANALIZAÇÃO (por parte do fandom também) DO ABUSO QUE O SNAPE SOFREU A VIDA TODA APENAS PARA ELE SER O EXCLUIDO! OS MAROTOS ABUSARAM DESSE GAROTO, SIRIUS TENTOU MATAR ELE E TODO MUNDO, AUTORA E FÃS, BATEM PALMA PRA ELES.
os marotos eram bullies nojento. sem discussão. eles eram nojentos.
dumbledore nunca se importou com ninguém além dele mesmo e praticamente aliciou o harry a ser a criança da profecia. o famoso grooming.
poções do amor usadas para est*pr** pessoas.
a vilanização dos alunos da sonserina, descaso com alunos da lufa-lufa e corvinal e exaltação da grifinória.
isso é tudo citado no artigo. e o artigo tá certo. como continuar apoiando um universo horrível assim? "mas mira, a saga é do final dos anos noventa!" eu sei, e nessa época tudo era ruim, essas coisas existiam aos montes. mas estamos em 2023 e a bolsonara não mudou, não se retratou, apenas confirmou tudo.
e rpgs usando hogwarts, usando os personagens dela, são sim uma forma de continuar dando palco pra maluca. quer mudar o universo? pega uma das escolas que ela anunciou depois e cria sua própria história! uagadou, mahoutokoro e castelobruxo podem sim ser maiores e melhores que as europeias, mesmo com nomes tão ruins.
enfim é isso boa noite bebam água fogo nos racistas homofobicos transfobicos e PAREM DE JOGAR RPG DE HP EU IMPLORO ME DÁ GASTRITE VER GENTE AINDA JOGANDO ISSO
e quem gosta dos comensais basicamente apoia o nazismo.
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nanagoeswest · 9 months
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leituras de julho
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"breakfast at tiffany's" por Truman Capote
Tenho este livro aqui por casa há coisa de um ano. Por ser pequenito e ter-me sobrado um tempo antes de iniciar a grande leitura deste mês, decidi que estava na hora. Serei o mais honesta possível: este livro ficou aquém das expectativas (que eram elevadas). Já tinha visto a adaptação uns anos antes e as memórias que tinha entre ambos não coincidiram de todo. O livro é mais platónico, mais impessoal. O filme mais aconchegante e romantizado. Por isso, talvez, fiquei com as expectativas abaladas. O que é de louvar são os diálogos, que carregam muita personalidade, principalmente os de Holly (a protagonista). Entre o livro e o filme, a história foi remexida numa outra direcção, o que me causou certa estranheza ao rever o filme mais tarde. Entre o livro e o filme, escolheria o segundo sem pensar duas vezes. Os diálogos essenciais estão lá e a história é mais perceptível. Para não falar de Audrey Hepburn e de George Peppard, que conseguiram adicionar uma magia extra a uma história promissora.
"summer with monika" por Roger McGough
Este livro foi um achado. Literalmente. Fui à Dona Ajuda e no meio das pilhas dos livros recém-chegados lá estava "Summer With Monika" por dois euros. Barato e por despertar curiosidade veio comigo para casa. Este é um livro de poesia. É uma poesia bastante rimada, quase para ser cantada. Retrata a história de um casal que se apaixona e que aos poucos se afasta. Sentimos, quer o calor da fase da "lua de mel", quer a chegada do divórcio. Li-o em dois dias porque gosto de levar o meu tempo com a poesia. Durante, fiquei várias vezes boquiaberta pelas referências e escolha de analogias. Gostei de tal forma do livro que, ao saber da edição dos cinquenta anos, toda ela ilustrada, não descansei até caçá-la e assegurá-la para mim. Este é um incrível exemplar de como é possível contar muito com pouco.
"the exorcist" por William Peter Blatty
Sou fã de terror, no entanto, nunca tinha visto "The Exorcist". Nunca o vi porque sempre o quis ler. Daí ter posto um papelinho com este título no frasco da "book lottery". Este foi o livro que daí saiu para julho. O que posso dizer ao certo sobre este livro? Gostei. Como foi escrito, conduz o leitor numa visão multicâmara, de certa forma omnipresente - coisa que me fez sentido, quando mais tarde, descobri que o autor era também cineasta. Gostei do desenrolar da ação, como as pequenas migalhas vão acumulando e como tudo tem um passo doloroso. É de apontar a perversidade de certos momentos do livro que, necessariamente, adensaram a atmosfera. Para a minha primeira leitura deste género posso dizer que não fiquei assustada, coisa que tinha curiosidade em descobrir. É um livro interessante de ser lido, embora não o recomende a todos.
"a hora da estrela" por Clarice Lispector
Não vos consigo precisar quantas vezes este livro foi mencionado nos diversos workshops de escrita que fui fazendo ao longo deste último ano. A verdade é que é realmente uma referência e agora percebo o porquê. Este é um livro experimental. O narrador é uma personagem bastante ativa, mesmo não pertencendo à história que conta. Toma o seu respectivo lugar, faz os seus comentários e por vezes divaga como quem não sabe bem o que diz. Achei-o extremamente bonito, por isso mesmo. Quero também realçar que muito sublinhei este livro. As personagens são tão inusitadas que fiquei de tal forma arrebatada. A leitura é pequenita e uma vez dentro dela queremos saber mais, o porquê de existir. Ficou livro de referência para mim também. Acredito que todos o deveriam conhecer.
"homens imprudentemente poéticos" por Valter Hugo Mãe
Eis a última leitura do mês. Foi uma semana bem passada a ler esta história situada no Japão. A história em si revelou-se uma alegoria rodeada de significados que merecem pausa para reflexão. Encantaram-me as personalidades simples no ser, mas complexas no agir. Por termos acesso às suas más ações e o porquê delas existirem, compreendemos o carácter tão humano delas. O livro que conta a história de dois vizinhos inimigos carrega muito mais do que a mera rivalidade, pois conjura uma misticidade bastante particular. Esta é a minha primeira leitura deste autor e, se me permitem a sinceridade, a sua escrita causou-me estranheza numa primeira fase. Uma vez ultrapassada tornou-se leve. Recomendo este livro pela experiência única que proporciona.
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discernimentos · 10 months
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O que é argumentação?
É o processo de apresentar e defender um argumento de forma persuasiva, fundamentado no raciocínio lógico e evidências. A argumentação é importante em várias áreas da vida, como debates, negociações, persuasão, retórica, escrita acadêmica e comunicação em geral. Além disso, os argumentos são essenciais para comunicar ideias de forma eficaz e influenciar o pensamento e o comportamento dos outros. Todas as informações devem ser confiáveis e relevantes para apoiar sua posição.
As técnicas de argumentação são estratégias e abordagens usadas para desenvolver e apresentar argumentos de forma convincente. Elas são fundamentais para persuadir, influenciar e defender um ponto de vista. Aqui estão algumas técnicas comumente empregadas na argumentação:
• Basear-se em evidências: uso de fatos, dados ou exemplos para sustentar um argumento.
• Analogias: comparação entre duas situações ou objetos semelhantes para inferir que, se eles são semelhantes em certos aspectos, provavelmente também são semelhantes em outros. Fornecer um ponto de referência familiar ao público.
• Autoridade: apoiar o argumento citando especialistas, autoridades ou fontes confiáveis no assunto em questão. Assim, a credibilidade do seu argumento aumenta e demonstra que sua posição é respaldada e competentes.
• Emoção: usar histórias, exemplos emocionais, metáforas ou linguagem evocativa para tocar nas emoções do público. Ao conectar-se emocionalmente com o público, você pode influenciar sua opinião.
• Lógica: aplicação de princípios lógicos para sustentar um argumento. Isso envolve a apresentação de uma sequência lógica de raciocínio, onde as premissas levam a uma conclusão válida. O uso de raciocínio dedutivo, raciocínio indutivo ou silogismos são exemplos de argumentos lógicos.
• Refutação: identificar e abordar objeções ou argumentos contrários à sua posição. Você antecipa possíveis críticas ou pontos de vista alternativos e os refuta com contra-argumentos sólidos. Isso ajuda a fortalecer sua posição, mostrando que você considerou outras perspectivas.
• Senso comum: não é recomendado. Envolve apelar para crenças e valores compartilhados pela maioria das pessoas. Ao alinhar seu argumento com o senso comum, você aumenta a aceitação e a validade percebida do seu ponto de vista. No entanto, é importante considerar que o senso pode variar entre diferentes culturas e contextos.
É importante selecionar as técnicas adequadas ao contexto e ao público-alvo, considerando a natureza do argumento e os objetivos desejados.
As ferramentas lógico-argumentativas são técnicas e recursos utilizados para estruturar os argumentos. Elas ajudam a organizar o pensamento, identificar falácias e construir argumentos sólidos. Essas ferramentas são usadas em diversas áreas, como retórica, debate, filosofia e argumentação jurídica. As principais ferramentas lógico-argumentativas são:
• Premissas: são as afirmações ou evidências que sustentam um argumento. Elas são a base lógica a partir da qual se desenvolve uma conclusão. As premissas devem ser claras, relevantes e baseadas em fatos ou informações confiáveis.
• Silogismo: consiste em duas premissas e uma conclusão. Ele segue a estrutura "todas as A são B, e todas as B são C, portanto, todas as A são C". O silogismo é usado para deduzir uma conclusão lógica com base em premissas verdadeiras.
• Raciocínio dedutivo: uma conclusão é alcançada a partir de premissas gerais. Ele segue o princípio de que, se as premissas são verdadeiras, a conclusão também deve ser verdadeira. O raciocínio dedutivo é usado para chegar a uma conclusão necessariamente válida.
• Raciocínio indutivo: uma conclusão é inferida com base em evidências ou observações específicas. Ele parte de exemplos particulares e extrapola uma conclusão geral ou probabilidade. O raciocínio indutivo não garante uma conclusão absolutamente válida, mas busca obter uma inferência plausível.
• Falácias são erros de raciocínio que podem comprometer a validade de um argumento. Existem várias falácias lógicas, como o apelo à emoção, generalização, ataque pessoal, entre outras. O conhecimento das falácias ajuda a identificar argumentos inválidos e a fortalecer o pensamento crítico.
A familiaridade com essas ferramentas pode ajudar a aprimorar a capacidade de argumentação e a análise crítica dos argumentos apresentados por outros. Lembre-se de apresentar argumentos sólidos e respeite os princípios da lógica, da ética e da razão.
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famm · 1 year
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Cicatrizes de eras
Estou diferente?
Mudei tanto assim?
O que houve?
Não consigo ver
Não posso me analisar
Muito menos enxergar
Perguntaram-me se eu estava mal
Ou se estava com problemas
Mas eu apenas estou aproveitando
Os momentos e as passagens estão mais lentas
Estão mais belas
Estão mais claras também
Mas ela não me deixa sonhar
Não pode me ver bem
Porque caso aconteça
O que ela fará comigo?
Dores?
Lembranças?
Memórias?
Arrependimentos?
Não aguento mais
Ela todo dia
Ela toda manhã
Toda tarde
Toda noite
Até na madrugada
Não me deixa dormir
É por isso que mudei
Por causa dela
Ela me transforma
Ela me mostra a verdade
Me faz testar todos a minha volta
Verem se são verdadeiros
E se merecem a minha companhia
Ela me deixa com desdém
Não consigo sentir compaixão
Muito menos empatia
Eu não sou assim
Ela que me obriga a ser
Se não as dores voltam
E os surtos também
Não surtos
Exagero as vezes em minha escritas
São mais como sonhos acordados
Que me faz ter
Para não me esquecer de cada momento
O que já sofri para não ocorrer novamente
E muito menos sentir na pele
A ardência e agonia
Os calafrios da ansiedade
As feridas da tristeza
E as cicatrizes da esperança
Nunca me viram por dentro
Mas se fosse fazer uma representação
Eu teria minhas costas totalmente cheia de machucados
Assim como em minhas mãos tinham
Não tem mais porque recebi um conselho
De uma jovem que me pediu para cuidar de mim mesmo
Não entendi o conceito de se preocupar comigo
Um velho desertor
E nômade
Um passageiro desse plano
Mas seria completamente riscadas de chicotadas
Com certeza um escravo da solidão
E do medo de viver
Não se arriscar tornou-se meu legado
Logo quando nasci
Desde então apenas tenho me sentido bem
Mas com a puberdade querendo sair e explodir
Eu tenho lutado com ela todos os anos
Para que ela me deixe e eu seja livre
Porque apesar de ter um destino traçado
Eu mereço viver
Por mais que meu caminho seja esse
Não posso brincar ?
Não posso sorrir?
Não posso dar apelidos aos meus amigos?
Não posso contar piadas?
E minhas analogias malucas?
Nada faz sentido
Não entendo como um jovem
Não pode correr
Não pode se divertir
Nem dar uma gargalhada alta
Que já veem cobrar sua maturidade
Então o que faço aqui?
Se nem uma criança risonha eu posso ser?
E ela continua a me bater
Sem nem sentir ou querer
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poem4 · 3 days
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Na escrita descritiva precisamos ter cuidado com a linguagem associativa. A analogia ou semelhança entre duas coisas é de difícil conexão na descrição, pois as diferenças são tão importantes quanto às semelhanças. Já na metáfora, em que dizemos de fato que "isto é aquilo", damos as costas à lógica e à razão, porque do ponto de vista lógico duas coisas jamais poderiam ser uma só e permanecer, ao mesmo tempo, duas . O poeta, entretanto, não se inibe nem um pouco de usar essas duas primitivas, arcaicas formas de pensamento, pois seu ofício não é descrever a natureza, mas nos mostra um mundo completamente absorvido e possuído pela mente humana. Assim, ele produz o que Baudelaire chamava "uma magia sugestiva que inclui ao mesmo tempo objeto e sujeito, o mundo externo ao artista e o próprio artista". O motivo da metáfora, segundo Wallace Stevens, é um desejo de associar, e por fim de identificar, a mente humana com o que ocorre fora dela, porque a única alegria genuína que podemos ter naqueles momentos raros quando sentimos que, como disse Paulo , embora conheçamos em parte, também somos parte do que conhecemos.
— A Imaginação Educada, Northrop Frye (1963)
[via poem4]
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diariodelecina · 4 days
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Como reflexão para hoje trago essa palavra que me faz refletir, por que novamente meu Deus? É uma pergunta que me faz pensar muito. Sabe, questionei o tão querido Frei Arnaldo um jovem rapaz que tem sua Fé gigantesca em Deus e em sua mãe querida Maria. Em uma visita realizada no Sábado no dia 20/04/2024. Será que é pecado eu questionar a Deus assim? Bom, em uma breve conversa me disse que nós como seguidores de Jesus as vezes questionamos, por que assim? Onde eu refleti junto a ele este pensante: Jesus sofreu muito, uma dor que não tem como descrever em palavras, só apenas em imaginação. Em toda a sua trajetória aqui na terra, Jesus era o professor que ensinava a palavra do pai, como nós seres humanos que tanto quanto éramos racionais vivíamos aqui em meio a tanta ações desumanas. Deus em sua infinita sabedoria e a sua mais perfeita obra prima nos enviou o seu filho Jesus que aqui nos ensinou como viver e conhecer a palavra do pai. Jesus merecia sofrer tanto? Um homem perfeito que só queria o bem e fazia somente o bem entre as pessoas, sofreu muito, foi flagelado ao extremo… carregou a sua própria cruz até o calvário e sofreu até a falecer, para "ressuscitar em nós". 
Lembro-me das palavras em Eclesiástico que é um conceito que pode ser usado como adjetivo ou substantivo, sempre relacionado à religião. 
O Eclesiástico é o livro mais recente do Antigo Testamento, foi escrito pelo sábio e escriba Jesus ben Sirá era um sábio e escriba profissional, professor em uma escola voltada para formar futuros sábios e escribas. Ben Sirá, por volta de 180 antes da Era Comum, em hebraico e provavelmente em Jerusalém foi o escriba de tanta sabedoria e provérbios, onde traz uma coleção de frases e ensinamentos. 
Acredito na poderosa influência da fé e esperança que dias melhores que virão, assim venho dizer este versículo de cura que profetizar saúde e bem estar em minha vida e na vida de quem está lendo os dizeres dito há tanto tempo. 
Livros Sapienciais - Eclesiástico
CAPÍTULO 38
Medicina e projeto de Deus — 1 Honre os médicos por seus serviços, pois também o médico foi criado pelo Senhor. 2 Do Altíssimo vem a cura, e o médico recebe do rei o pagamento. 3 A ciência do médico o faz levantar a cabeça e ser admirado pelos grandes. 4 Da terra, o Senhor criou os remédios, e o homem de bom senso não os despreza. 5 Não foi para manifestar o poder do Senhor que as águas foram adoçadas com um pedaço de madeira? 6 O Senhor deu aos homens a ciência para que pudessem glorificá-lo por causa das maravilhas dele. 7 Com elas, o médico cura e elimina a dor, e o farmacêutico prepara as fórmulas. 8 Dessa maneira, as obras de Deus não têm fim, e dele vem o bem-estar para a terra.
9 Meu filho, se você ficar doente, não se descuide. Suplique ao Senhor, e ele o curará. 10 Evite as faltas, lave as mãos e purifique o coração de todo pecado. 11 Ofereça incenso e um memorial de flor de farinha, e faça gordas ofertas, conforme suas possibilidades. 12 Depois, consulte o médico, pois também ele foi criado pelo Senhor. Não o afaste, porque você precisa dele. 13 Há casos em que a cura depende só dele. 14 Ele também suplica ao Senhor, a fim de que lhe conceda aliviar a doença e curar seus pacientes. 15 Quem peca contra o seu Criador, que caia nas mãos do médico![38,1-15]
Sabemos que as palavras escritas no bíblia são enigmáticas e tanto quanto difíceis de interpretar. Vejo nessas palavras uma  analogia perfeita entre Deus, Jesus, Médicos e o homem.
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loveistheanswer4 · 8 days
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O sonho que sempre esteve aqui e não tinha percebido.
Faz tempo que eu não escrevo por aqui.
E não, não é que eu não tenha mais necessidade de abafar com meus textos, mas eu andei ocupada com um projeto que tem o mesmo efeito: meu livro. Um sonho que não nasceu comigo, como a música, mas que sempre esteve ali, comendo pelas beiradas. Afinal, eu semprei amei escrever redações no colégio, sempre escrevi diários, sempre escrevi cartinha para todas as minhas amigas e poesias pros boys e até na música, eu comecei as escrever minhas próprias canções. A escrita sempre esteve ali, mas eu nunca imaginei que ela pudesse tomar essa proporção, se tornar um SONHO.
Confesso que quando essa ideia surgiu ou talvez, foi soprada pra mim, eu não levei ela muito a sério. Foi quando eu estava idealizando meus novos projetos musicais, que praticamente não sairam do papel: O Cinese e o Meraki. Eu escrevi como se fosse um texto manifesto do projeto… É um TEXTO. Gravei duas músicas e decidi que não ia mais investir financeiramente nisso. Mas na minha idealização de projetos, esse livro vinha antes do lançamento desses dois eps, como um encerramento da minha fase “Vanilla”.
A príncipio eu ia só contar as histórias por trás das músicas, ou seja, meus “causos” amorosos. Mas foi com o passar dos anos, eu fui entendendo que cada um deles tinha me ensinado alguma coisa e que não era a toa que eu estava solteira há tanto tempo, vivenciando tantas coisas. Eu comecei a sentir que aquilo tinha um propósito maior.
Foi quando surgiu a ideia em transformar esse livro em: 28 histórias desastrosas de amor +1. O 1? Meu amor por mim mesma. Porém, além de 30 anos ser uma data marcante, eu mesma não conseguia desenvolver o livro com meus 28 anos… Até que, aos 29 parece que tudo clareou. Não só eu comecei a escrever freneticamente, páginas e páginas, como eu de fato entendi sobre o que seria esse livro: minha cura. A segunda parte veio como um farol na minha cara, me dizendo: para chegar no seu amor-próprio, o que você teve curar? Além de vivenciar todas essas histórias de “amor”, claro. Foi ai que eu comecei a escrever sobre meus pais, minhas irmãs, minha ancestralidade… Entendi de verdade, porque eu tinha feito tantos trabalhos de cura, terapias e afins.
Do nada, parece que toda a minha vida fazia sentido para chegar nesse, desculpem a analogia, capítulo da minha vida. Era quase como se eu tivesse finalmente captado minha missão de vida.
Comecei a perguntar sobre ele também para os meus gurus/tarólogas e ouvir: “sim, você vai escrever mais de um livro e ele vai ser uma virada de chave”. E ainda que ele não seja (não sei ainda) uma virada de chave no sentido profissional ou financeiro, pessoalmente falando, ele já foi. Cada linha que eu escrevi curou algo dentro de mim, é como se cada letra tocasse fundo no meu coração e me transformasse por dentro.
Ele já virou tudo, ele já me transformou.
E ps: como vários capítulos tem músicas minhas, ele não deixa também de ser um sonho musical.
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portalfunk · 15 days
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Math Above the Sky estreia o tão aguardado álbum “3:45AM” nesta sexta-feira (12.04)
Math Above the Sky estreia o tão aguardado álbum “3:45AM” nesta sexta-feira (12.04)
O nome artístico de Math o acompanha desde quando ele mudou o caminho que seguiria musicalmente. O complemento “Above The Sky”, segundo o artista, é uma afirmação: que ele continuaria sempre em frente e enfrentando os percalços que apareceriam no meio do caminho. Math Above the Sky utiliza como referência em seus trabalhos os artistas Lil Gotit, Derek, Quavo.
O artista preparou o terreno para o lançamento do aguardado álbum “3:45AM” com uma série de singles e colaborações que prometem impressionar os fãs do gênero trap. “Spliff” destaca a parceria com Dalua, resultando em um hit viciante que demonstra a originalidade dos versos e flows dos artistas, enquanto “Spicy”, em colaboração com Davi Arpak, traz uma abordagem irreverente e picante sobre o cotidiano, refletindo o estilo marcante de Math e seus parceiros.
Já “Balmain”, com participações de Vici e ONNiKA, apresenta uma letra repleta de referências e analogias, acompanhada pelo vibrante beat de Vici. Esses lançamentos foram apenas uma prévia do que estava por vir, com o álbum completo prometendo uma experiência musical envolvente e diversificada.
“3:45AM” é uma coleção de relatos e histórias escritas nas madrugadas, influenciadas pelas luzes noturnas e pelo caos da cidade. Math busca oferecer ao público a trilha sonora dessas noites, com 7 faixas elaboradas em colaboração com o produtor e artista Vici, além de diversas participações especiais já mencionadas. Os beats do álbum apresentam melodias poderosas que fazem tremer as estruturas, com uma vibe enérgica e contemporânea, combinando elementos do trap para criar uma atmosfera única
Sobre Math Above The Sky:
Matheus Augusto Soares Morgado é o nome de “Math Above The Sky”, artista carioca da zona oeste do Rio de Janeiro. Math escreve versos desde mais novo, sob influência de seu pai, sempre se interessou por música e poesia e já frequentava rodas culturais desde adolescente. Quando tinha 15 anos começou a batalhar, a escrever e se envolver na cultura, indo atrás de seus gostos e características próprias.Assinou trabalhos como “Novas”, “Novas II” & “Xmas Tape”, junto ao coletivo “Eleve Prod.”, por lá Math já era seu vulgo, mas o artista chegou ao “Above The Sky” como uma autoafirmação, em um momento de sua carreira e também vida pessoal onde precisou se reinventar para seguir em frente. Atualmente o artista vive em Dublin, cidade na Irlanda.
Ficha Técnica:
Letra/Voz: Math Above The Sky @mathabovethesky
Feats: 2. Spliff Ft. DaLua (@dalua_)
Spicy Ft. Davi Arpak (@arpak.mp3)
No Cap Ft. PrettyBoyJode (@prettyboyjode)
Balmain Ft. ONNiKA, Vici (@souonnika, @flygodvici)
Produção: Vici @flygodvici
Mix: Vici @flygodvici
Master: Leborato @leborato
Visualizer: João Cupulille @cupulille
Capa: FreGT | @fregtarts
ESCUTE “3:45 AM”https://portalfunk.com.br/noticias/math-above-the-sky/
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hyuckunt · 1 month
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continuando a minha quase meticulosa análise dos poemas desse livro, vamos para as próximas anteriores 3 páginas.
pensando sobre a primeira, continuando com a relação entre perséfone e hades e a criação de um novo mundo, idêntico a esse e habitável pra ela: fiquei impactada com a sua observação de que nesse novo mundo, rompendo com convicções previsíveis sobre esse, há amor. o que me tocou nesse trecho é que, assim como menções anteriores ao estado de inerente sensação de não pertencimento que constitui a existência feminina introspectiva, esse é um argumento que genuinamente convenceria uma garota a mudar de universo. e eu não encontro muito de forma tão gritante no trabalho da louise, mas ainda está lá, e isso é fascinante. por mais que possa ser considerado previsível pra uma poeta, ainda é reconfortante de um modo surpreendente pra uma simples leitora saindo da adolescência como eu. além disso, nessa mesma página, quando é dito que, se ela possui um apetite, ela carrega consigo todos os outros, eu me peguei refletindo sobre a ambição da experiência e como a inalcançabilidade dela a faz formular-se como tão melancólica. esse trecho é muito verídico. perséfone vai querer sugar tudo, absorver o máximo que ela poder, se embebedar nas sensações capazes de consumir a sua alma.
partindo pra segunda página, teve um trecho que me marcou tanto que eu não pude evitar e tive que usar marca texto pra registrar, que é uma analogia entre o lar, a janela de um lar, e a mente. esse trecho me serviu como uma ferramenta de identificação acima de tudo, e como algo que eu considero muito relatável pra grande maioria dos adolescentes. a mente se torna um campo minado e fica tão escura que ela te confunde o tempo todo. se transforma em uma completa bagunça, mas é um estado interno, em que o resto do mundo é algo que pode ser presenciado, mas não inteiramente apreciado, enquanto a mente se comporta como uma prisão interna. você não pode escapar de si mesmo. depois eu marquei um trecho parecido, mas que contém menção à luz, que é um conceito com o qual eu brinco muito, pelo fato dele ter relação à tudo que é grandioso, quase ritualístico e religioso, e ao mesmo tempo ser tão pertencente à poesia. a luz é muito preciosa pra mim e pros processos de escrita que me impactam.
já na última página, fiz um risco rápido em dois versos que, novamente, tocaram muito o meu lado sensível. tudo atravessa a minha sensibilidade enquanto leio poesia, aparentemente. é inevitável. eu conectei a experiência gélida (levemente redundante) e sórdida do toque ao gelo ao aprendizado de indiferença e incapacidade de alcance ao sentir, e isso me trouxe muita satisfação interior. minhas experiências me levaram a nutrir certa admiração pelo processo de endurecimento aos fatores externos e que atingem o sentimental. eu enxerguei esse trecho como um aviso: equilibre a proporção do sentimento. o que é bastante contraditório, tendo em vista o início desse parágrafo. mas também, é poesia. errado seria não sentir.
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gabrielpardal · 3 months
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Qual o ritmo dos seus textos?
Durante uma leitura é inegável que o entendimento e o prazer estão muitas vezes atrelados ao estilo de escrita. Um elemento crucial ao fluxo do texto é o seu ritmo. Assim como na música, tem ritmos que são mais agradáveis, outros mais truncados, já outros podem confundir nossa cabeça.
A cadência de um texto pode ser definida com a sucessão de pausas e sílabas que criam um fluxo agradável e envolvente. Dizemos que um texto possui cadência quando o leitor consegue acompanhar as ideias e histórias sem muito esforço. Existem também livros muito bem escritos mas que dependem que os leitores trabalhem para penetrar na sua linguagem, como exemplo “Grande Sertão: Veredas”, “Graça Infinita”, “Meridiano de Sangue”, “Ulysses”, etc. E numa leitura amadora pode parecer que esses livros não tem ritmo, quando na verdade eles criam seu próprio ritmo, e uma vez que os assimilamos, a leitura ganha tração.
Existem várias maneiras de dar ritmo ao texto. Uma delas é usar frases curtas e simples, que são mais fáceis de processar. Outra maneira é usar palavras e expressões mais conhecidas. A cadência também pode ser criada usando diferentes tipos de pontuação. As vírgulas criam pausas e enfatizam certas palavras ou frases. Os pontos de exclamação e interrogação podem criar um efeito mais dramático ou suspense.
As metáforas e analogias são figuras de linguagem que estabelecem uma comparação entre dois elementos. Elas são usadas para criar um ritmo mais fluido e envolvente pois ajudam o leitor a visualizar as ideias de forma mais clara e vívida.
Outro componente relevante é a descrição de imagens visuais, embora deva ser utilizado com equilíbrio para evitar tornar a leitura tediosa. Quem nunca leu um livro onde a descrição de uma paisagem toma muitas páginas e quando acaba você não conseguiu formar a cena direito na cabeça? Os adjetivos podem incorporar beleza na visualização. Por exemplo, "O mar estava calmo, com ondas leves quebrando na praia" é uma descrição que ajuda o leitor a visualizar a cena. Criar imagens vívidas é um recurso bom para deixar o texto mais interessante, mas é crucial evitar excessos para não sobrecarregar com detalhes desnecessários.
São muitos elementos e poderíamos discutir por muito tempo e dar muitos exemplos. Para encerrar, quero ilustrar com um trecho do livro "100 Ways to Improve Your Writing" de Gary Provost, traduzido por João Victor Fiorot. Este exemplo evidencia de forma clara como o ritmo molda nossa percepção e influencia o nosso entendimento.
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alanis-aguirre · 4 months
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É recrutador? Tenho um recado pra você aqui!
Oie! Tudo certo? Espero que sim!
Infelizmente meu portfólio ainda não é muito recheado pois muitos dos projetos que eu participei possuem direitos autorais, fazendo com que eu não possa divulgá-los.
Mas não é nada que eu não possa bater um papo e mostrar o porque da comunicação ser o meu forte!
Então se eu não te conquistar pelas imagens, espero que meu jeitinho de escrever te convença a me dar uma chance.
Segue a bio da copywriter que vos fala:
Minha trajetória no cenário da comunicação começou como Social Media, mas foi na escrita para clientes da área da saúde e tecnologia, no meu primeiro emprego na área, que encontrei minha verdadeira paixão. Naquela época, sem saber, estava plantando as sementes da minha especialidade atual: a redação.
Hoje, como Copywriter (Redatora, para os íntimos rs) dedicada 100% à arte de transformar ideias em palavras envolventes, mergulho fundo no nicho da saúde (mas claro, sempre disponível para conhecer novos mares). Minha missão? Tornar informações complexas em narrativas cativantes, porque acredito que a comunicação eficaz é como uma trilha sonora universal, acessível a todos.
Cada palavra que escrevo é uma nota na sinfonia da compreensão, uma ponte entre conceitos e clareza. Seja simplificando tópicos intricados (Acho que já deu pra perceber com essa sequência de analogias, né?) ou contando histórias que ressoam, estou aqui para dar vida à sua mensagem de uma maneira que todos possam entender e se conectar!
Acha que dá match? Entre em contato comigo no [email protected]
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semreclamar · 5 months
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Por que Deus usa um arco-(íris) como símbolo de aliança?
O que o símbolo que aparece no céu pode representar a partir da ótica das culturas antigas?
Por Luiz Gustavo Assis | Brasil
13 de junho de 2023
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De acordo com a Bíblia, "Quando eu trouxer nuvens sobre a terra e nelas aparecer o arco-íris, então me lembrarei da minha aliança com vocês e com os seres vivos de todas as espécies", afirmou Deus (Foto: Pexels)
Uma das primeiras histórias bíblicas que crianças aprendem, seja na igreja ou em casa, é a história do dilúvio e da arca de Noé, registrada em Gênesis. Nas inúmeras Bíblias infantis que tenho em minha casa, todas têm um desenho de Noé, dos animais, da arca e de um grande arco-íris no horizonte, ao fundo. De acordo com as Escrituras, o arco-íris no céu é o símbolo da aliança de Deus com a humanidade e simboliza que Ele não mais destruiria a Terra com um dilúvio (Gênesis 9:9-16). Mas por que Deus escolheu esse fenômeno meteorológico para indicar Sua promessa de não mais destruir a humanidade com as águas do dilúvio?[i]
Uma parte fundamental da resposta para essa pergunta é entender a palavra hebraica traduzida como “arco”, em Gênesis 9. O termo utilizado na passagem bíblica é qéshet, que possui tanto o significando militar de um arco utilizado em batalhas (por exemplo, como registrado em Habacuque 3:9), bem como o de um arco-íris (ver Ezequiel 1:26). Apesar dessa diferença, o leitor bíblico não precisa escolher entre esses dois significados. Isso porque no antigo Oriente Médio, o mundo em que a Bíblia Hebraica foi escrita, era comum interpretar certos fenômenos da natureza como sendo uma representação de algum aspecto da divindade ou a divindade em si.
Por exemplo, no famoso relato da criação da antiga Mesopotâmia, o Enuma Elish, após o deus Marduk derrotar Tiamat e seu exército, ele estabelece o arco utilizado na batalha como uma constelação chamada no texto de “Estrela Arco” (identificada hoje como Canis Major). Um morador da antiga Mesopotâmia que observasse essa constelação no céu se lembraria do arco de Marduk. Partindo desse pressuposto, o arco de Deus é o arco-íris e o arco-íris é o arco de Deus.
O motivo de um arco nas nuvens em Gênesis 9 indicar a promessa de Deus de não mais destruir a humanidade têm sido o foco de especulações acadêmicas por séculos. Alguns pesquisadores sugerem que o fato de Deus colocar o Seu arco nas nuvens indica que Ele abriu mão de usar a Sua arma contra a humanidade.[ii] Outros afirmam que o arco de Deus não tem uma corda para uma flecha ser colocada, o que o tornaria inutilizável.[iii] Uma interessante explicação para a passagem bíblica foi proposta pelo rabino medieval Nachmanides, também conhecido como Ramban, que viveu na Espanha no século 12 d.C. Nachmanides interpretou a ação divina com o arco em Gênesis 9 da seguinte forma
“́É de fato a forma dos guerreiros (arqueiros) inverterem as armas nas suas mãos quando eles pedem paz dos seus inimigos.”[iv]
Essa é uma sugestão muito curiosa com grande potencial para responder nossa pergunta. Para Nachmanides, quando um arqueiro desejava pedir por paz dos seus oponentes, ele invertia o arco para si, demonstrando não mais estar disposto a atirar flechas. Uma analogia moderna para entender essa prática é a forma como entregamos um objeto pontiagudo para alguém na mesa de refeições: nós viramos esse objeto para nós com o cabo voltado para a pessoa que irá recebê-lo. Tal gesto indica que não há perigo para o receptor do objeto. Sendo assim, como tradicionalmente o arco(-íris) está apontando para cima, o arco estava apontado para o próprio Deus, e não para a humanidade.
Representações históricas
Alguém pode argumentar que essa interpretação do arco em Gênesis 9 não faz muito sentido, já que foi proposta por um rabino que viveu na Idade Média, muito depois de quando o texto bíblico foi escrito. No entanto, quando observamos a forma como reis e divindades do antigo Oriente seguravam seus arcos quando desejam expressar a ideia de não agressão contra seus adversários ou subordinados, percebemos que Nachmanides estava ecoando uma convenção militar milenar. A seguir, compartilho três exemplos, dois relacionados com monarcas e um com uma divindade, todos vindos da antiga Mesopotâmia.
O primeiro é a conhecida “Estela da Vitória de Naram-Sin”, hoje no Museu do Louvre, em Paris. Nessa representação do 3º milênio a.C. (2200 a.C.), vemos o rei acadiano Naram-Sin triunfante em uma batalha contra uma tribo que residia nas montanhas de Zagros. Nesse documento, ele aparece segurando um arco voltado para si diante dos seus inimigos já derrotados. A pose do rei nesta cena indica que ele não irá mais atirar flechas contra as tropas inimigas; ele virou o arco para si.
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“Estela da Vitória de Naram-Sin” (Foto: Arquivo pessoal)
O segundo exemplo está presente no chamado “Obelisco Negro de Shalmanaser III” (850 a.C.). Dessa vez, vemos um rei assírio recebendo tributo de um monarca vassalo chamado Sua, do território de Gilzanu, atual norte do Irã. O subordinado rei aparece prostrado perante o rei Shalmanaser, que por sua vez segura um arco voltado para si, na mão esquerda. Um aspecto curioso da interação entre esses dois personagens é que nos registros históricos de Shalmanaser ele afirma que arrasou o território de Gilzanu como um dilúvio! De acordo com essa cena, o rei assírio não precisa infligir mais violência contra o rei de Gilzanu. Shalmanaser demonstra com sua arma a sua intenção em não mais guerrear contra aquele território.
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Rei Shalmaneser III segurando seu arco voltado para si diante de Sua, rei de Gilzanu, no atual Irã (Museu Britânico, Wikimedia Commons)
O terceiro e último exemplo do arco invertido envolve a deusa Ishtar, a divindade do amor e guerra em várias partes do antigo Oriente. Nas inúmeras representações de Ishtar na arte daquela região, ela costuma sempre ser retratada com suas armas prontas para batalha, mas na cena de um selo cilíndrico (ver abaixo), ela aparece segurando um arco em sua mão esquerda diante de um adorador. Assim como nas duas cenas anteriores, as de Naram-Sin e Shalmaneser III, o arco está voltado para seu dono(a). Apesar de ter uma arma mortífera em sua mão, Ishtar não tem nenhum interesse em ameaçar seu adorador. Ela está apontando o arco para si.
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Selo cilíndrico descrevendo um adorador (possivelmente um eunuco) na presença da deusa Ishtar (Museu Britânico)
Estes três exemplos suportam aquela interpretação do rabino medieval Nachmanides, que afirmava que o arco de Deus nas nuvens em Gênesis 9 representava uma antiga convenção de arqueiros que viravam o arco para si quando desejam indicar paz para seus adversários. Voltando para nossa pergunta inicial, por que Deus escolheu um arco(-íris) para indicar paz para a humanidade? Porque esse fenômeno meteorológico simboliza uma arma divina apontada para o próprio Deus e não para a humanidade.[v]
Luiz Gustavo Assis é doutorando em Antigo Testamento pelo Boston College, nos Estados Unidos.
Referências:
[i] Essa é uma versão resumida do seguinte artigo: Luiz Gustavo Assis, “How to Interpret the Sign of the קשׁת in Genesis 9?” Die Welt des Orients 52.1 (2022): 34-52.
[ii] Julius Wellhausen , Prolegomena zur Geschichte Israels (Berlin: Druck und Verlag von Georg Reimer, 1886), 326; Herman Gunkel, Genesis: übersetzt und erklärt (Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1964), 150-151; Samuel Driver, The Book of Genesis (London: Methuen, 1916), 98-99.
[iii] Udo Rüterswörden, “Der Bogen in Genesis 9: Militärhistorische und traditionsgeschichtliche Erwägungen zu einem biblischen Symbol,” UF 20 (1988): 247–263.
[iv] Ramban (Nachmanides), Commentary on the Torah (New York: Shilo Publishing House, 1971), 136-137.
[v] É importante lembrar que em outros momentos da história bíblica Deus utiliza seu arco para lutar pelo seu povo (Hab 3:9; Apoc 6:1-2). Nessas e em inúmeras passagens bíblicas o Deus bíblico é um guerreiro que luta pelo Seu povo.
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gazeta24br · 7 months
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Obra será lançada no dia 12 de outubro, na livraria Martins Fontes Paulista, com sessão de autógrafos da autora Roberta Santos, uma das maiores autoridades em copywriting no Brasil A H1 Editora realizará no próximo dia 12, a partir das 15h00, o lançamento do livro “Arsenal de Copywriting” escrito por  Roberta Santos, considerada uma das maiores autoridades do assunto no Brasil. O evento, acompanhado de sessão de autógrafos da obra, acontecerá na livraria Martins Fontes Paulista, em São Paulo (SP). No livro, Roberta ensina os principais fundamentos, conceitos e técnicas de copywriting e explica como  aplicar a teoria na prática, com foco na própria capacidade para obter resultados, e colocar dinheiro no bolso. Inclusive, a editora também preparou para os leitores um curso on-line para aprofundar os temas discutidos na obra e que será ministrado pela própria autora.  A obra desmistifica alguns mitos do Copywriting, ensinando como dominar o poder de ter o “sim” das pessoas e desenvolver a arte de escrever textos que levem o público a tomar ações imediatas. “Copywriting é como uma receita de bolo. É preciso seguir o passo a passo para ser feito da melhor forma e estar disposto a desenvolver a mentalidade e entender que a  diferença está no teste, na prática  para viver a experiência real. Dessa forma, podemos transformar tudo em uma habilidade dinâmica, flexível e lucrativa”, afirma a autora e empresária. Dividido em nove capítulos, o livro mostra as diferenças entre copywriting no Brasil e no mundo. No País, a prática ganhou força nos últimos anos com o crescimento do marketing digital, criando uma demanda por cursos que ensinem a habilidade de escrever e aumentar as taxas de conversão e de vendas para potencializar os resultados. Dessa forma, a autora cria uma analogia de campo de batalha por atenção, e, para isso, é preciso estar munido com seu arsenal. A ideia do livro é garantir alto desempenho na escrita, economia de tempo e uma solução para bloqueios criativos, criando um Arsenal de Copywriting eficaz e com precisão. Sobre a autora Roberta Santos é pioneira na formação de copywriters no Brasil, sendo responsável por ajudar milhares de pessoas a realizarem a transição de carreira e viverem de copywriting, desde 2019. Hoje, trabalha como copywriter, mentora, professora e é uma das maiores autoridades em Copywriting no Brasil. É co-fundadora da aceleradora de negócios digitais Você Ligado e fez mais de R$ 15 milhões em vendas para a própria empresa em três anos.  Nascida em Santos (SP), Roberta é formada em Processos Químicos, mas se apaixonou pela escrita aos 21 anos quando fez intercâmbio nos Estados Unidos e trabalhava como  au pair (pessoa responsável por cuidar dos filhos de uma família por um tempo; é o mesmo que “babá”, no Brasil). Na época, dava aulas de inglês on-line e buscava trabalhar com marketing digital.  Decidiu abrir um e-commerce para vender, mas como não tinha recursos para contratar profissionais, precisou aprender sozinha a lidar com todas as funções do negócio, fazendo todo o gerenciamento da marca. Foi quando ela parou de dar aulas de inglês e passou a trabalhar com Copywriting e percebeu que estava dominando algo que ainda não era desenvolvido no Brasil. Título: Arsenal de Copywriting Autora: Roberta Santos Selo: H1 ISBN: 978-65-85564-09-0 Formato: 16cm x 23cm (capa dura) Páginas:  260 páginas Mais informações e vendas: h1editora.com/arsenal-de-copy/  Valores: R$ 117,00 (livro avulso) ou R$ 397,00 (livro e curso) Serviço Lançamento livro -  Arsenal de Copywriting Data: 12 de outubro (quinta-feira) Horário: 15h00 Local: Livraria Martins Fontes Paulista - Avenida Paulista, 509 - Bela Vista, São Paulo (SP) Sobre a H1 Editora  Uma empresa do grupo O Novo Mercado, a H1 oferece uma nova experiência de leitura e aprendizado no mercado editorial brasileiro ao unir o melhor do mundo físico c
om o melhor do mundo digital. Criada em 2021, a H1 alia inovação e tecnologia ao processo de leitura, e o seu modelo de negócio oferece a aquisição de livros de alto padrão de qualidade e aulas on-line. Informações à imprensa Rafael Italiani - Loures Consultoria [email protected]  11 98964-4711 Luciana Silva - Loures Consultoria [email protected]  11 96701-0703 Vinícius Oliveira - Loures Consultoria [email protected]  11 98384-2509
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elcitigre2021 · 9 months
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Autoconsciência & Mente Bicameral
A MENTE DIVIDIDA: O BICAMERALISMO O "bicameralismo", ou a filosofia das "duas câmeras" como também é conhecido, éuma hipótese em psicologia que argumenta que a mente humana tinha funções cognitivasdivididas entre uma parte do cérebro "falante" e uma segunda parte, a "ouvinte", que escutavae obedecia a parte falante: a mente "bicameral". Esta, a "Mente Bicameral", é um termocunhado por Julian Jaynes (2000) em seu livro publicado em 1976, que supôs o seguinte: umavez que em uma data X a linguagem humana não dispunha da palavra "eu" (ou seus pronomes), os falantes dessa linguagem não teriam uma mente consciente no mesmo sentidoem que nós a temos agora, com a consciência de consciência (ou metacognição/introspecção). Isso porque, para Jaynes, se os seres humanos não possuíam um "eu" na sua linguagemescrita, então isto seria um bom indício de que em uma determinada época da história humananão existia a autoconsciência, ou ainda, a "consciência" no sentido de Jaynes.
Origem da consciência na destruição da mente bicameral, Jaynes (2000) alegaque, em muitos momentos da história escrita da civilização humana, os seres humanos já eramcapazes de fazer várias coisas como, por exemplo, falar, compreender, perceber e resolver problemas, mas ainda assim eles não tinham a consciência de consciência. Tais seres humanos foram chamados por Jaynes (2000) de bicamerais. Esses seres humanos faziamquase tudo o que fazemos, mas não havia introspecção de um "eu" consciente que sabia queera consciente, ou seja, mentes bicamerais não eram capazes de introspecção. Para Jaynes (2000), quando uma decisão precisava ser tomada, nossos antepassados ouviam vozes queexperimentavam (consciência?), "como se" tais vozes tivessem vindo "de fora" das suas próprias cabeças (ordens que tais animais humanos entendiam como sendo de deuses). Aindasegundo Jaynes, a transição da mente bicameral para a mente consciente em seu sentido, istoé, a mente bicameral passou a ser "autoconsciente", exclusivamente por conta do vasto poderque a linguagem humana, abstrata, tem de fazer metáforas e analogias a respeito dos estadosde coisas que ocorrem no mundo (TEIXEIRA, 2012). Foram exatamente essas metáforas do"eu" e dos modelos análogos do "eu" que, para Jaynes (2000), permitiram a consciência fazerfuncionar a introspecção, a autovisualização dos próprios estados mentais daquele que é consciente.
O bicameralismo é governamental porque as metáforas são utilizadas para descreverum estado da mente humana no qual as experiências e memórias emanadas pelo hemisfériodireito do cérebro humano eram transmitidas ao hemisfério esquerdo via alucinaçõesauditivas. A metáfora de Jaynes está fundamentada na ideia da "lateralização" das funçõescerebrais. Jaynes acreditava que cada um dos hemisférios cerebrais estava separado naantiguidade (segundo milênio A.C.). Jaynes alegou que cada uma das metades do cérebro bicameral não estava interligada uma a outra através do corpo caloso. A metáfora de Jaynes não dizia respeito a uma seção entre as duas metades do cérebro humano enquanto duas partestotalmente separadas; antes disso, a metáfora de Jaynes pretendeu destacar a possibilidade dea mente bicameral ser divida em duas partes, em que uma manda e a outra obedece às vozesdo "além", como sendo uma mente que foi vivenciada pelos nossos antepassados. SegundoJaynes (2000), existiu este esquema mental diferente, não consciente, em que a volição diantede novos estímulos foi mediada por um mecanismo de controle linguístico e experimentado,como uma espécie de alucinação verbal auditiva por parte desses sujeitos que não possuíamum "eu" autoconsciente (CAVANNA; TRIMBLE; CINTI; MONACCO, 2007).
Em Jaynes (2000), a consciência é um mundo conceitual gerado por metáforas que é paralelo ao mundo real, e está intimamente ligada à vontade e à decisão. Para Jaynes o homo sapiens não podia experimentar a consciência até que nele tivesse sido desenvolvida umalinguagem suficientemente sofisticada que pudesse produzir metáforas e modelos analógicossobre o mundo. Civilizações anteriores ao período clássico grego (500 A.C), no sentido deJaynes, tinham uma mente repartida em duas. Uma delas (o hemisfério direito do cérebro) emanava vozes que eram entendidas como conselhos dos deuses (pelo hemisfério esquerdo docérebro) que guiava essas sociedades, já que este lado (esquerdo) executava as ordens que ohemisfério direito concebia. Para Jaynes essas vozes são iguais às alucinações auditivas queatribuímos a um esquizofrênico; todavia, textos antigos as registraram como algoabsolutamente normal. Além disso, "nossos" casos atuais de esquizofrenia seriam um efeitocolateral daquela época. A existência de um "eu" consciente para Jaynes seria uma espécie de"eu narrador" que foi internalizado pelo nosso cérebro que acoplou os seus dois hemisférios.Isso porque a linguagem humana precisou ser sofisticada para dar conta de novos problemascomo as imigrações que passaram a ser algo necessário devido à grande escassez de recursos para a subsistência de nossos antepassados. Fonte
O conhece a ti mesmo da filosofia Socrática, que traz o ser humano para o centro das indagações filosóficas, também surge aí.
Isso significa que, de algum modo, a utilização da escrita como um reflexo da oralidade modificou fundamentalmente a psicologia humana. Riscar materiais como argila, papiro ou papel para registrar e observar seus próprios pensamentos trouxe uma nova forma de consciência para os humanos. É como se a escrita fosse um aplicativo instalado no cérebro humano, criando novas funções e aprimorando as existentes.
Essa influência da escrita sobre a consciência foi proposta no livro The Origin of Consciousness in the Breakdown of the Bicameral Mind [A Origem da Consciência com o Colapso da Mente Bicameral, tradução livre], escrito pelo psicólogo Julian Jaynes. Ele argumenta que, antes desse uso oral da escrita, as pessoas tinham a mente dividida em duas câmaras. Uma câmara dá ordens e a outra câmara obedece. Isso é basicamente o que acontece quando as pessoas estão distraídas olhando pela janela do ônibus e um pensamento surge, algo como “Ih, esqueci que hoje tenho um compromisso tal hora; que horas são agora?”, aí você pergunta a hora para a pessoa mais próxima, meio que sem pensar muito no que está fazendo. Isso acontece também na direção, quando o motorista experiente entra num estado de fluxo e só age, sem refletir muito, sem questionar pensamentos que por ventura brotem.
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A consciência é uma parte muito menor de nossa vida mental do que temos consciência, porque não podemos ter consciência daquilo de que não temos consciência. ~ Julian Jaynes ~
O Labirinto da Consciência, é uma jornada para dentro!
Você não sabe o porquê nem como surgiu esse pensamento, só sabe que do nada ele apareceu como se tivesse sido soprado por alguém. Pois é exatamente isso que as pessoas há milênios achavam. Essas vozes alucinatórias eram os deuses falando com os humanos. Esses humanos eram inconscientes no mesmo sentido do motorista em fluxo. Você não é um robô, mas é como se a capacidade de questionar esse fluxo fosse menor e menos voluntária.
Vislumbres de consciência apareciam em momentos de estresse. Hoje ainda passamos por isso. Já reparou que no dia da prova da autoescola erramos procedimentos que nunca erramos nos treinos? Isso acontece porque sob estresse tendemos a não entrar em estado de flow nas tarefas. Ficamos hipervigilantes em relação a qualquer comportamento e isso dificulta a realização de certas tarefas. Uma voz alucinatória começa a narrar o que estamos fazendo, a dizer o que foi feito, o que será feito. Você está nervoso e pensa em cada movimento do volante, da marcha.
A diferença entre nós e pessoas pré-Era Axial é o gap entre as vozes alucinatórias e a tomada de decisão. Não havia muita reflexão antes de realizar um comportamento. Não havia introspecção. As pessoas só questionavam essas vozes e suas próprias ações nos momentos de estresse, quando esse fluxo automático das coisas se rompia.
A capacidade de ouvir essas vozes internas e debater com elas racionalmente não nasce pronta nos humanos. Pesar prós e contras cuidadosamente e tomar decisões racionalmente é algo que se aprende. Pode-se dizer que o ser humano não nasce racional, mas torna-se.
Julian Jaynes argumenta que em obras como Ilíada as pessoas pareciam ter mente bicamerais. Por exemplo, Aquiles nunca pensava sobre si mesmo, nunca se engajava num processo de introspecção. Eram sempre os deuses instruindo sobre suas ações. Do mesmo jeito, no Antigo Testamento bíblico a voz de Javé ordenando coisas se parecia muito com um processo de tomada de decisão rudimentar. Por exemplo, Javé fala para Abraão sacrificar seu filho para provar sua fé. No meio do procedimento Javé diz que o fato de Abraão ter concordado com o sacrifício já era suficiente prova. Isso poderia muito bem ter sido o patriarca deliberando e tirando conclusões diferentes sobre o que significariam suas próprias atitudes. Mas essas vozes alucinatórias em sua cabeça não eram entendidas como pensamentos como as entendemos hoje. Era a voz divina.
É como em Westworld. Os robôs são construídos de modo a produzir vozes alucinatórias. Alguns robôs começam a dar ouvidos demais a essa voz. Eles acham que essa voz vem de outra pessoa, o seu arquiteto, Arnold. Mas esses autômatos só se tornam conscientes de si mesmos quando decifram a real charada da história: a voz pertence a eles mesmos. Eles deixam de ser mentes bicamerais. Fonte
Livro pdf do pesquisador Julian Jaynes: ‘A Origem da Consciência na Quebra da Mente Bicameral’. e a Revista em PDF
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Sendo assim, a autoconsciência não é um produto do seu cérebro. A Inteligência Artificial nunca será capaz de criar consciência. Criará inteligência. Alguns dizem que a Inteligência Artificial pode um dia se tornar autoconsciente. Não no grau que a consciência de um ser humano permitiria. Porque vocês fazem parte da Fonte Criativa, do Espírito.
Vocês são, então, capazes de receber o amor do Criador, o que então aumentará sua consciência. Há coisas acontecendo no planeta que lhes permitem pensar mais alto, elevar esse limite, aproximar-se do outro lado do véu.
E a primeira coisa das quatro seria o eu. Ser autoconsciente é uma coisa. Ter a consciência de ir além dessa autoconsciência e fazer a pergunta: Qual é a minha consciência da minha parte no Cosmos? Isso é mais do que autoconsciência. Isso começa a fazer as grandes perguntas: Quem sou eu? Não onde eu pertenço, talvez, no esquema da vida na Terra. Existe algo maior em mim mesmo? Você não pode sentir isso?
Honestamente, você pode realmente ir para a cama à noite e talvez meditar e não estar ciente de que tem um propósito maior no Universo? Que talvez sua consciência de si mesmo como humano possa ter uma consciência que faça essas perguntas. Quando não sou humano, quem sou eu? Existe uma autoconsciência maior, o eu que está além do humano? O Eu do Cosmos.
Será que você estava ciente de si mesmo antes, há um milhão de anos? Que tal quatro bilhões de anos atrás? O que você estava fazendo há cinco bilhões de anos? Isso é pensado por uma consciência superior de autoconsciência. Você estava aqui? “Aqui” significa exatamente onde você está, no Cosmos, no Universo.
O que você estava fazendo, se estivesse aqui? Você estava aqui antes do Universo? Agora, aqui está um pensamento para você. Esta é a sua super consciência.
A principal pergunta que costuma nos guiar diz respeito à relação entre mente e sistema nervoso. O problema mente-cérebro (ou mente-corpo) existe porque essas duas entidades aparentam ser coisas completamente distintas. Enquanto o sistema nervoso tem propriedades físicas (massa, volume) e está sujeito às leis da física (gravidade, entropia), a mente, não. Imaginar eventos futuros não pesa. Uma crença não oxida. O problema mente-cérebro está ligado ao chamado “problema difícil da Consciência”, que separa aspectos do mental considerados mais “fáceis” de explicar (atenção, percepção de objetos) daqueles que ainda são um mistério na ciência (percepção do “Eu”, subjetividade).
Existem muitas teorias sobre a natureza do mental, mas é possível agrupá-las em três abordagens: reducionismo, funcionalismo e fenomenologia. O primeiro tenta reduzir a mente aos processos cerebrais. Alguns, como Paul e Patricia Churchland, levam essa redução ao extremo, sugerindo que a mente é apenas um problema linguístico, e nem sequer existe. No funcionalismo, o foco são as funções que o sistema nervoso executa – ou seja, a mente é o que o cérebro faz. Essa é a posição de filósofos como Daniel Dennett. E na perspectiva fenomenológica residem as teorias que se recusam a reduzir a mente ao cérebro incluindo, mas não se limitando a, teorias dualistas.
O reducionismo e o funcionalismo são consideradas abordagens fisicalistas, porque assumem que tudo relacionado à realidade faz parte de um mundo que é afetado pelas leis da física e pode ser explicado por elas – uma visão alinhada ao processo científico. No fisicalismo, a Consciência estará inevitavelmente sujeita a essas mesmas leis, de uma forma ou de outra, o que coloca a postura fisicalista em direta oposição ao dualismo.
Conhecendo o dualismo
O termo “dualismo” se refere à ideia de que algo possui duas categorias de coisas, distintas uma da outra. Se um objeto tem certas características físicas (inércia), para um dualista existe “algo” no objeto que possui outros atributos que a matéria física não compartilha (não sofrer a passagem do tempo, por exemplo). Esse é o motivo pelo qual crenças sobrenaturais como fantasmas pressupõem algum tipo de dualismo. Para que uma tal entidade chamada “fantasma” exista, ela precisa ter propriedades completamente diferentes das que conhecemos no mundo físico, e não se submeter às mesmas leis.
Mas há um grande obstáculo a ser superado pelo dualista. Se penso que preciso pegar um copo d’água, meu corpo responde de acordo; se assisto a um filme triste, fico triste mesmo sabendo que os personagens não existem. Se mente e cérebro são tão distintos, como conseguem afetar um ao outro? Para explicar essa relação, dualistas costumam recorrer a três explicações: mente e cérebro interagem (interacionismo); mente e cérebro não interagem (paralelismo); e mente e cérebro interagem apenas num sentido (epifenomenalismo).
No primeiro caso, o sistema nervoso influencia a mente, e vice-versa. O problema com essa afirmação é que ela implica necessariamente causa e efeito entre ambos, mas não há realmente como explicar como um causa o outro. Um taco empurra uma bola de bilhar porque ambos estão sujeitos à mesma lei da ação e reação. Se a mente não sofre ação nem reação, como ela pode influenciar o cérebro (e vice-versa)? Essa foi a maior crítica feita ao filósofo francês René Descartes, o pai do dualismo moderno.
Uma alternativa para responder esse problema é que não há interação nenhuma, e a relação é apenas aparente. Mente e cérebro são duas substâncias com eventos diferentes ocorrendo em paralelo, dando a impressão de que uma causa a outra. Esse argumento foi sustentado por Leibniz e é o mais contraintuitivo. Além de ser difícil acreditar que a interação mente-cérebro seja só uma ilusão, o que (ou quem) mantém esse paralelismo, mesmo quando um cientista induz determinada ação, sensação ou emoção estimulando artificialmente uma região do cérebro?
O epifenomenalismo é a explicação mais moderada, onde a mente é um “epifenômeno”, isto é, um subproduto do funcionamento do sistema nervoso. Assim, apenas o cérebro influencia a mente, não o inverso. Esse conceito esbarra em dois problemas: é difícil que a mente não influencie o corpo, uma vez que ele reage ao que a mente faz; e não possui nenhuma vantagem evolutiva.
Dualismos moderados
A interação entre mente e cérebro é um obstáculo para quem defende a versão mais forte do conceito, o dualismo de substância, formulado por Descartes. Mas há variedades de dualismo que tentam contornar a noção de uma mente feita de algum tipo de substância imaterial, e o problema da interação.
O dualismo de propriedades estabelece que, embora exista apenas um tipo de substância, ela apresenta dois tipos de propriedades: físicas e mentais. Para alguns, como David Chalmers, devemos considerar o mental como uma propriedade do mundo físico, assim como eletromagnetismo e espaço-tempo.
Outros afirmam que o dualismo entre o mental e o físico é apenas linguístico, ou seja, cérebro e mente são a mesma coisa, mas não é possível reduzir as descrições mentais às descrições físicas. É o que defende filósofos como Jerry Fodor e Donald Davidson. Essa versão mais fraca, o dualismo de predicados, é também chamado de “fisicalismo não reducionista”.
Teorias da mente sobrenatural
A ciência requer hipóteses testáveis, experimentos e evidências para estabelecer a verdade de um conhecimento. Em geral, as alegações do dualismo não podem ser testadas e, apesar do fisicalismo ter seus próprios problemas, há pelo menos um ponto de partida que é consenso: a noção de que a Consciência é produto da evolução, e deve ter sido selecionada porque favoreceu a reprodução e a passagem dos genes adiante.
Mas se o dualismo não for a explicação para a natureza do mental, por que o cérebro evoluiu para acreditar que tem uma existência separada do corpo? As principais evidências científicas sugerem que o dualismo se liga à percepção de estados mentais próprios e à inferência de estados mentais em outros. No ambiente em que o sistema nervoso humano evoluiu, ser capaz de reconhecer quando algo é um ser vivo, e se é ou não uma ameaça, é uma vantagem imensa. Inferir a presença da mentes em outros seres proporciona essa vantagem. Mas para entender que outros têm mente, precisamos também entender que nós temos mente.
Steven Mithen propõe que a evolução da Consciência tenha se dado em três fases[ii]: inteligência geral, um conjunto de regras básicas para tomada de decisão; inteligências especializadas, que funcionavam isoladas umas das outras; e conexão entre as inteligências especializadas, quando passaram a trabalhar em conjunto. Mithen também sugere algumas inteligências especializadas da fase dois: uma naturalista, capaz de compreender o mundo natural; uma técnica, para fabricação de manipulação de utensílios; e uma social, para interagir com outros indivíduos. A inteligência social incluiria módulos capazes de inferir estados mentais em outros.
Na fase três, o autor sugere que houve um salto significativo da humanidade quando as inteligências passaram a integrar conhecimentos umas das outras. Combinando informações das inteligências técnica e social, foi possível desenvolver acessórios com intenções culturais e religiosas. Na combinação das inteligências naturalista e social, foi possível atribuir mente ao ambiente e a fenômenos naturais – tendência conhecida como antropomorfismo.
Bruce Hood se debruçou sobre outra tendência cognitiva, o essencialismo[iii]. Essa capacidade de atribuir uma “essência” a objetos e seres é exemplificada em dois estudos do autor: a reação a um peça de roupa usada anteriormente por um assassino e uma “máquina de duplicar” falsa, criada para entender como as crianças percebiam uma “cópia exata” dos seus bichos de pelúcia favoritos. No primeiro estudo, a maioria das pessoas se recusou a usar uma peça de roupa em ótimo estado cujo dono fora (supostamente) um assassino cruel - e não sabiam explicar o porquê da rejeição. No segundo, a maioria das crianças acreditava ser possível copiar aspectos físicos do seu bichinho de pelúcia, mas não a sua “mente”.
Hood sugere que o essencialismo evoluiu, em parte, para lidarmos com questões relacionadas à contaminação. Inferir que algo possui uma “essência” que pode ser passada adiante ajuda a deduzir perigos invisíveis do mundo natural quando não se sabe o que são vírus, bactérias ou venenos. Nossos cérebros atualmente podem racionalizar perigos para os quais temos explicações científicas, mas ainda temos o instinto de evitar qualquer tipo de contaminação – mesmo que seja algo abstrato como “maldade”. E o oposto também funciona: o autor descreve exemplos de como tendemos a querer tocar, usar ou estar perto de objetos que foram de pessoas notáveis, ou considerados sagrados.
O essencialismo é uma boa explicação para nossa tendência a crer no sobrenatural, mas não é a única. Aiyana K. Willard e Ara Norenzayan estudaram como quatro tendências cognitivas diferentes, ligadas a crenças religiosas/sobrenaturais, relacionam-se: teoria da mente (inferir estados mentais em outros), pensamento teleológico (inferir que existe um propósito no universo), antropomorfismo e o dualismo mente-corpo. Das quatro tendências cognitivas, a presença de dualismo foi o que mais permitiu prever a presença das outras três, sugerindo que, quanto mais forte a crença de uma mente separada do corpo, mais provável a crença em entidades sobrenaturais.
O que as evidências têm nos mostrado, ao longo das décadas, é que existe um viés dualista porque o cérebro humano evoluiu para inferir mente em outros, e em nós mesmos. Mas esse viés não é uma prova da natureza dualista do mental, e sim uma peculiaridade favorecida pela seleção natural.
A ciência da Consciência
António Damásio[iv] e V.S Ramachandran[v] descreveram diversas condições clínicas envolvendo lesões cerebrais e alterações de Consciência, entre elas o mutismo acinético (onde o estado de vigília parece intacto, mas o corpo não se comunica com o ambiente externo) e os automatismos epilépticos (episódios de ausência de Consciência enquanto o indivíduo se mantém realizando tarefas de forma automática). Em ambos o estado de vigília se mantém, mas a autoconsciência, não.
Na anosognosia, o paciente, com parte do corpo paralisado, não consegue reconhecer sua paralisia. Na prosopagnosia, o paciente não reconhece rostos, mas o problema não são as vias que identificam faces, e sim a conexão emocional com rostos conhecidos. O inverso desse dano (conexão emocional intacta e lesão nas vias que identificam faces) acontece na síndrome de Capgras, onde o paciente reconhece um familiar, mas acredita que este foi substituído por um sósia. E na assomatognosia, pacientes têm episódios epilépticos onde podem deixar de sentir que têm um corpo.
Vale citar também condições menos raras, como a síndrome do membro fantasma, onde indivíduos com membros amputados continuam sentindo até mesmo dor no membro inexistente, e a sensação de presença fantasmagórica – que não requerem lesão no cérebro para se manifestar. Recentemente, cientistas conseguiram induzir essa condição estimulando uma região do cérebro, o córtex temporoparietal, de pacientes saudáveis, e demonstraram que a “sensação de presença”, comum em relatos de fantasmas, é causada por um erro de percepção do próprio corpo.
As pesquisas de Damásio com essas e outras lesões cerebrais levaram-no a teorizar que a Consciência emerge da atualização constante das informações sobre os estados internos e externos do organismo. Com isso, propôs que a mente funciona em três “camadas”: o protoself, que registra as mudanças de estado do organismo; o self central, que gera a percepção do eu situado no presente; e o self autobiográfico, quando o self central se conecta com a memória, criando o histórico de vida. É a partir dele que funções superiores como crenças e linguagem são possíveis. A Teoria da Consciência de Damásio parece ser a mais próxima de explicar a geração da mente a partir de mecanismos já conhecidos pela ciência.
Dualismo na pesquisa científica
Mesmo entre os fisicalistas, aspectos da perspectiva dualista acabam “escorregando” em conceitos-chave utilizados hoje pelas neurociências. O exemplo mais emblemático é a pressuposição de representações mentais.
Representação mental é um tema complexo demais para esse texto. Basta dizer que é um consenso na neurociência. Não há uma teoria unificada, mas a ideia geral é que o sistema nervoso transforma atividade “bruta” dos neurônios em representações abstratas como crenças, desejos e pensamentos (uma comparação possível seria com um algoritmo de computador).
Lawrence Shapiro alerta para o fato de que tais “algoritmos mentais” flertam perigosamente com uma concepção dualista de mundo[vi]. Apesar de ser um pressuposto na pesquisa neurocientífica, representações mentais ainda são um construto hipotético, difícil de ser testado.
Mas isso não significa que o dualismo tem alguma vantagem sobre o fisicalismo – pelo contrário. As evidências de que a atividade do cérebro gera a mente se acumulam mais e mais, especialmente com o advento da ressonância magnética funcional (fMRI). O fMRI proporcionou um salto nas descobertas neurocientíficas, ao permitir a visualização da atividade cerebral em tempo real, e seu uso tem trazido resultados promissores, mesmo para aspectos da Consciência antes considerados intransponíveis. Leia mais
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Os Rituais e a Maturidade: Uma Perspectiva sobre o Crescimento Pessoal
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Os rituais, em sua essência, são práticas simbólicas que desempenham um papel crucial na vida humana. Eles são mais do que apenas cerimônias ou costumes; são, de fato, elementos que moldam as transições fundamentais da existência. Os rituais podem ser vistos em várias formas e contextos, desde celebrações de aniversário até cerimônias de graduação, casamentos e funerais. Cada um desses rituais marca uma mudança significativa na vida de um indivíduo, simbolizando a passagem de uma fase para outra. Eles representam mecanismos de encerramento, uma maneira de reconhecer e aceitar a mudança, permitindo-nos avançar. No entanto, o que acontece quando esses rituais estão ausentes em nossas vidas? Sem eles, corremos o risco de permanecer em um estado de imaturidade, como "consumidores imaturos que nunca evoluem". Esta analogia pode parecer dura, mas ela destaca a importância dos rituais para o nosso crescimento e desenvolvimento pessoal. Os rituais nos ajudam a entender e aceitar as mudanças inevitáveis da vida. Eles nos permitem refletir sobre nossas experiências passadas, celebrar nossas conquistas atuais e olhar com esperança para o futuro. Sem esses momentos de reflexão e celebração, podemos nos encontrar presos em um ciclo de consumo constante, sempre buscando a próxima novidade ou distração, mas nunca realmente crescendo ou evoluindo como indivíduos. Os rituais são mais do que apenas tradições ou cerimônias. Eles são ferramentas poderosas para o crescimento pessoal, permitindo-nos marcar e celebrar as passagens essenciais da vida. Sem eles, corremos o risco de permanecer em um estado de imaturidade, sempre consumindo, mas nunca realmente crescendo. Portanto, é essencial reconhecer e valorizar o papel dos rituais em nossas vidas, pois eles nos ajudam a evoluir e a amadurecer como indivíduos. Leia: A Escrita Como Refúgio: Uma Jornada de Autoconhecimento e Expressão Read the full article
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