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#crítica Através da Minha Janela: Olhos nos Olhos
geekpopnews · 3 months
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Curiosidades sobre: Através da Minha Janela | Olhos nos Olhos
A narrativa de amor entre Raquel e Ares atinge seu desfecho com a chegada de "Olhos nos Olhos" na Netflix. #olhosnosolhos #atravesdaminhajanela #adrianagodoy #claragalle #juliopena #ThroughYourLook
“Olhos nos Olhos” marca o desfecho da trilogia iniciada com “Através da Minha Janela” na plataforma Netflix. Inspirada nos romances da autora venezuelana Adriana Godoy, a saga aborda, sobretudo, de maneira impactante temas relacionados ao amor contemporâneo e à dinâmica dos relacionamentos tóxicos. Além disso, após explorar a história de Raquel e Ares, assim como o verão na Costa Brava, este…
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stuffidoandwrite · 2 years
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BTS Reaction - Ele descobre que a namorada tem uma irmã gêmea idêntica (Parte 1)
Obs.: Criei alguns cenários e também histórias dos relacionamentos para entendermos um pouco o motivo de eles ainda não saberem a existência da irmã gêmea! Como a minha imaginação foi um pouco longe, os demais membros serão postados depois para que não fique muito extenso e também não demore mais ainda pra sair já que sou lenta pra escrever rs. 
Lembrem que S/N: seu nome & N/S/I: nome da sua irmã. 
Palavras: 1895.
Avisos: Menções de sexo, mas nada descritivo. O Jungkook é um pouco (talvez muito) iludido no cenário dele, peço desculpas rs.
Namjoon
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Um mês. Esse era o tempo exato que você e Namjoon estavam namorando, parecia pouco... e era, mas aquele tempo se provou mais do que suficiente pra você entender que queria namorar ele por muito mais tempo. Na verdade, vocês se conheciam por duas semanas antes de começar a namorar, duas semanas resumidas em muitos flertes e beijos escondidos até assumirem a relação. A questão era que se assumiram apenas para si mesmos, pois os amigos e familiares de ambos ainda não sabiam.
Depois desses quase dois meses vivendo um romance com Namjoon, você tinha certeza de que sua irmã estava a ponto de explodir com a falta de informações sobre o rapaz.
"S/N... pelo amor de Deus, eu não aguento mais, qual a razão de tanto mistério? Achei que compartilhasse tudo comigo!" Sua irmã disse tristonha.
"Calma besta, eu estava esperando o momento certo, tá? Nunca gostei tanto de um cara assim antes, tive a sensação de que deveria esperar antes de contar tudo pra você." Você disse sorrindo, se aproximando dela.
"Tudo bem, eu te conheço, sei que só faz isso quando tem algo precioso em mãos. Você sempre gostou de esconder o jogo, danada toda..." Ela disse rindo.
"Vai me atacar agora? Logo quando tive uma ideia brilhante pra apresentar vocês dois."
"QUE?" Olhos idênticos aos seus te encararam com entusiasmo. "Plano maligno é comigo mesmo, me conta!"
"Então, eu tava pensando..."
-Alguns dias depois, numa noite de sábado-
Namjoon abriu a porta do carro, te ajudando a sair.
"Obrigada amor. Tá nervoso?"
"Um pouco... talvez muito. Acha que sua irmã vai gostar de mim?" Ele disse com um pouco de receio.
"Claro que vai, relaxe!" Você disse distraída, olhando ao redor e vendo uma farmácia do outro lado da rua, uma desculpa perfeita para deixar seu namorado sozinho. "Mas, antes de entrarmos preciso comprar uma coisa na farmácia, coisa de mulher, sabe? Pode me esperar ali na frente do restaurante?"
"Tudo bem, vai lá que eu te espero." Ele disse deixando um beijo inocente nos seus lábios e seguindo para a frente do local enquanto você saia em direção a farmácia. Se ele não estivesse tão nervoso perceberia que algo estava estranho naquela situação.
Já em pé na frente do restaurante, Namjoon te seguiu com os olhos até ver você entrar na farmácia e em seguida se perdeu observando o estabelecimento a sua frente, ou pelo menos o que era possível ver do lado de fora através das grandes janelas de vidro. Ele leu boas críticas desse local, não apenas a incrível culinária mas também a decoração chamava bastante atenção, composta por diversas obras de arte como estátuas e quadros.
Ele observava um quadro em específico, tentando decifrar o artista da obra, quando viu uma mulher passar no seu campo de visão. Uma mulher não... você!
"S/N? Como assim?" Namjoon se aproximou do vidro e praticamente esmagou o rosto nele, tentando entender como estava te vendo ali sendo que você estava do outro lado da rua. A farmácia não era tão longe então ele conseguia te ver olhando as prateleiras, mas ali também era você! Mesmo cabelo, mesma roupa... ele piscou os olhos com força, sentindo que estava com as lentes de contato então não era sua visão lhe pregando peças, mas como?
Ele olhava confuso em direção a farmácia e de volta para o restaurante quando viu que a sua clone se virou na direção dele e sorriu, acenando para que ele entrasse. Mesmo confuso, ele caminhou até ela.
"E aí cara, sua namorada é gata né?" Ela disse colocando as mãos na cintura e fazendo uma pose engraçada.
"Eu não... quem é você? Ela..."
"Você não fala a minha língua bonitão?"
"Não. Quer dizer! Falo sim, meu deus... vocês são gêmeas?" Namjoon disse exasperado, olhando novamente para trás tentando ver se você ainda estava mesmo lá fora.
"Minha irmã me disse que você tinha um QI muito alto, será mesmo?" Namjoon ficou calado, ainda a olhando chocado. "Tudo bem, eu já tive a minha diversão. Sou a N/S/I, é um prazer te conhecer! E me desculpe pela pegadinha, mas eu não agi sozinha..." Ela sorriu, estendendo a mão para que ele apertasse.
Seokjin
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“Tem certeza que está bem meu anjo?” a voz de Jin soa preocupada através do seu celular.
“Sim Jinnie, é apenas uma gripe pesada, vai ficar tudo bem com alguns remédios e muito repouso.”
“Você chama de gripe ‘pesada’ e quer que eu fique tranquilo?” ele diz emburrado. O rapaz não se conformava que você não queria ele lá, cuidando de você.
“Amor, eu já te falei… amaria ter o seu cuidado, mas não quero que fique doente também! Você precisa da sua saúde 100%, os meninos também precisam de ti bem.”
“Você tem razão, mas ainda fico preocupado.”
“Olha, vamos fazer assim, vou me deitar um pouco e tentar descansar. Quando acordar te ligo e fazemos chamada de vídeo na hora do jantar, tudo bem?”
“É uma ótima ideia amor. Vai lá e descansa, eu te amo.”
“Também te amo Jinnie, até mais tarde.”
Jin desligou o telefone com um sorriso astuto. Era mesmo uma ótima ideia jantar com você, mas não por chamada de vídeo e sim pessoalmente, ele precisava te ver e ter certeza que estava tudo bem. Mas, naquele momento ele lembrou que nunca havia entrado na sua casa. Sim, vocês namoram a 7 meses e isso talvez seja estranho, mas sempre tiveram um relacionamento de vai e volta, brigavam de teimosos que eram e sempre acabavam voltando por se amarem demais, era complicado e estavam tentando consertar isso. De toda forma, essa seria uma boa oportunidade para conhecer sua casa pela primeira vez.
Ele sabia que você morava com sua irmã, mas nunca a conheceu antes… será que ela também estará lá? Isso era mais um motivo pra atacar sua ansiedade, mas ele dispensou os pensamentos ansiosos e esperou algumas horas até receber uma mensagem sua informando que estava acordada e então seguiu de carro até a sua casa.
“Que estranho, o Jin não está respondendo as minhas ligações.” Você disse enquanto se deitava no sofá. Tinha acabado de acordar e estava faminta mas ele não atendia o telefone de jeito nenhum.
Estava digitando uma mensagem perguntando o que houve com ele quando de repente a campainha soou pelo apartamento.
“S/N, será que dá pra atender? Quem é uma hora dessas afinal? Eu te disse que não precisava comprar comida, a sopa está quase pronta.” Sua irmã gritou da cozinha.
“Eu não vou levantar não, meu corpo tá doendo e finalmente encontrei uma posição confortável aqui. E não pedi comida nenhuma, deve ser algum pacote que chegou.”
“Meu deus, doente e manhosa, eu mereço viu!” Ela disse enxugando as mãos e jogando o pano de prato nos ombros, indo em direção até a porta.
“Jin?” Sua irmã disse com um tom de surpresa depois de abrir a porta.
“Jin?” Você disse alarmada, se levantando do sofá.
“Oi…?” Ele disse confuso, olhando a mulher que era estranhamente parecida com você mas que de alguma forma ele sabia que não era.
“Jin? Seu louco! O que tá fazendo aqui? Não combinamos de falar por chamada?” Você apareceu na porta assustada.
“Eu… estava preocupado então pensei em vir aqui te ver e fazer uma surpresa.” Ele disse devagar, olhando entre você e sua irmã.
“Bem, não fomos devidamente apresentados.” Sua irmã disse estendendo a mão para que ele apertasse. “Sou a N/S/I, é um prazer conhecer o homem dos sonhos da minha irmã.”
Jungkook
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Leite, pão e biscoitos. Jungkook colocou a bandeja com seu lanche noturno ao lado do seu teclado e se sentou na cadeira confortável. A tela do computador mostrava a hora: 02:30. Em sua defesa, tudo parecia mais interessante na madrugada, desde jogar e ouvir música até... te stalkear. Ultimamente essa tem sido a atividade preferida dele, por mais que não admitisse isso a ninguém. Não era culpa dele que você era tão linda, e suas redes sociais tão interessantes. 
Jungkook não era de ter "casos de uma noite". Ele tentou antes, mas sempre acabava se sentindo estranho depois, como se não estivesse satisfeito com aquilo. Ele queria o sexo, mas também queria carinho e atenção, algo duradouro e sério. Então depois de algumas situações que o deixaram desconfort��vel, esses casos não se repetiram mais.
Porém, a vida sempre acha uma forma de fazer a gente repetir escolhas que juramos nunca mais fazer. Talvez seja por um bom motivo, né?
Ele te conheceu em um bar de Las Vegas, uma noite antes do voo de volta para casa, quando os meninos estavam entediados e queriam sair pra beber algo. Não importava onde, contanto que fosse seguro e eles pudessem ficar confortáveis sem se preocupar com pedidos de fotos e autógrafos. 
O encontro de vocês aconteceu da mesma forma que os demais casos de Jungkook: uma noite no bar, uma garota bonita sentada sozinha, conversa vai conversa vem e o resto era história para os quartos de hotel contarem. Durante essas noites, a atração que ele sentia era sempre física. O pensamento de repetir aquilo com aquela pessoa ou vê-la novamente não passava pela cabeça dele. Porém, depois de algumas horas em sua companhia, ele se viu atraído por cada detalhe seu e cada palavra que saía da sua boca. 
"Você tem Instagram?" 
"O que?" Sua voz soava abafada pela blusa que estava acabando de vestir, já se arrumando para ir embora.
A confiança de Jungkook na pergunta se esvaiu um pouco, mas ele repetiu. "Instagram. Eu não queria que essa fosse a última vez que vejo você..."
Depois daquela noite, ele partiu para a Coréia com o seu @ e a esperança de te ver novamente.
"É muito fofo que queira ver ela mais uma vez, mas não acha que está sonhando demais?" Hoseok disse durante uma das conversas que teve com o Jungkook sobre o que aconteceu naquela noite.
"Sonhar não é proibido hyung."
"Eu sei que não, mas cuidado pra não sonhar demais e sair da realidade."
Jungkook não era idiota. Ele sabia que você não queria manter contato. Passou a noite com ele e foi embora, sem olhar para trás. E no dia que ele teve coragem de te mandar uma mensagem, se arrependeu amargamente quando você apenas visualizou e não respondeu. Mas no fim, tudo isso não o fazia parar de olhar suas fotos e relembrar aquela noite.
Já fazia algumas semanas que ele tinha olhado seu perfil porque além de estar ocupado trabalhando também estava tentando, sem muito sucesso, te esquecer. 
Passando os olhos pelo seu feed ele observou que 3 fotos novas foram postadas. A primeira era uma foto do seu gato, a segunda uma selfie sua que ele provavelmente passou muito tempo encarando, e a terceira...
Parabéns pela nova conquista, minha irmã! Estarei sempre aqui para te apoiar em todas as suas escolhas. Te amo! 
Dizia a legenda da foto em que você e sua irmã estavam sentadas na areia da praia, sorrindo para a câmera, a lua iluminando os rostos idênticos.
"Só pode ser brincadeira, pelo amor de Deus! Uma irmã gêmea? Eu vou ficar maluco!" Jungkook disse rindo, já pegando o celular e enviando uma mensagem para o grupo dos meninos. Sem dúvidas, esse seria um assunto que ainda iria durar por muito muito tempo.
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6 meses depois da minha primeira reaction, voltei com mais uma. Peço desculpas pela demora, pois como falei na primeira postagem isso ainda é novo pra mim. Mas estou feliz de compartilhar minha imaginação com vocês! Então espero que gostem, fiquem bem e se cuidem!
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“Cada manha era um convite alegre para viver em simplicidade, e até mesmo inocência, igual à da própria natureza. Sempre fui um adorador sincero da aurora, como os gregos. Acordava cedo e entrava no lago; era um exercício religioso, e uma das melhores coisas que já fiz. Dizem que havia caracteres gravados na banheira do rei Tchingthang: "Renova-te completamente a cada dia; e depois novamente, e novamente, e assim eternamente". Entendo o que ele quis dizer. A manhá traz de volta as eras heroicas. Incomodava-me o fraco zumbido de um mosquito fazendo seu passeio invisível e inimaginável pela minha casa de madrugada, enquanto eu estava de porta e janelas abertas, tanto quanto qualquer trombeta proclamando famas. Era um réquiem de Homero; em si mesmo uma Ilíada e uma Odisseia no ar, cantando a própria ira e as próprias viagens. Havia algo de cósmico naquilo; uma divulgação constante, até mesmo proibida, dos eternos vigor e fertilidade do mundo. A manhã, que é a estação mais memorável do dia, c a hora do despertar Rota exise menos sonolenco meato de nós; e durante uma hora ao meno Fragumas pates de miGa da Cochilam o resto do dia e da noite, acordam Pouco se pode capeta. a um da, se é que se pode chamá-lo de dia, em que não somos despertado pa nosso gênio, mas pelas curucadas mecânicas de algum criado, em que a somos despertados por nossas forças e aspirações novamente adquiria, partir de dentro, acompanhados pelas ondulações da música celestial com vez dos apitos da fábrica, e uma fragrância enchendo o ar - para uma vida mais elevada do que aquela em que havíamos adormecido; c assim tanta escuridão tem seu fruto, que se prova bom, quanto a luz também. Aquele que não acredita que cada dia contém uma hora de aurora anterior, mais sagrada, do que aquela já profanada por ele, este se desesperou da vida e está seguindo um caminho descendente e obscuro. Após uma interrupção parcial de sua vida sensual, a alma do homem ou, antes, seus órgãos são revigorados a cada dia, e seu gênio experimenta outra vez a vida nobre que é capaz de viver. Todos os acontecimentos memoráveis, eu diria, transcorrem pela manhã, em uma atmosfera matinal. Os Vedas dizem: "Todas as inteligências despertam com a manha". A poesia e a arte, e os atos mais belos e memoráveis dos homens, datam desta hora. Todos os poetas e heróis, como Mêmnon, são filhos da aurora, e emitem sua música ao nascer do sol. Para aquele cujo pensamento elástico e vigoroso acompanha o ritmo do sol, o dia é uma manha perpétua. Não importa o que dizem os relógios ou as atitudes e atividades dos homens. A manha é quando estou desperto e dentro de mim existe uma alvorada. A reforma moral é o esforço de se espreguiçar para se livrar do sono. Por que será que os homens pouco se dão conta do dia quando não dormiram? Eles não são tão ruins em fazer contas. Se não estivessem dominados pela letargia, teriam feito alguma coisa. Milhões estão acordados o suficiente para o trabalho físico; mas apenas um em um milhão está acordado o suficiente para um esforço intelectual efetivo, e apenas um em cem milhões para uma vida poética ou divina. Estar desperto é estar vivo. Ainda não conheci ninguém tão desperto. Como eu poderia olhar em seus olhos?
Devemos aprender a redespertar e a nos manter despertos não por auxilio mecânico, mas por uma expectativa infinita da aurora, que não nos abandone em nosso sono mais pesado. Não sei de fato mais estimulante
que a inquestionável capacidade humana de elevar sua vida por meio de um esforço consciente. Uma coisa é ser capaz de pintar um quadro espe-difico, ou esculpir uma estátua, e assim fazer alguns objetos belos; mas é muito mais glorioso esculpir e pintar a própria atmosfera, o meio através do qual olhamos, algo que somos moralmente capazes de fazer. Afetar a qualidade do dia, eis a arte mais elevada. Todo homem tem a tarefa de fa-ter sua vida, até os mínimos detalhes, digna da contemplação de sua hora mais elevada e mais crítica. Se recusarmos as informações triviais, ou antes nos acostumarmos às poucas que recebermos, os oráculos nos informarão como isso pode ser feito.
Fui morar na floresta porque desejava viver deliberadamente, enfrentar apenas os fatos essenciais da vida, e ver se conseguia aprender o que ela tinha a ensinar, em vez de descobrir só na hora da morte que não tinha vivido. Não queria viver o que não fosse vida, sendo a vida tão preciosa; nem desejava praticar a resignação, a não ser que fosse muito necessário.
Eu queria viver profundamente e sugar a medula da vida, viver de maneira vigorosa e espartana a ponto de eliminar tudo o que não fosse vida, abrir uma faixa larga e cortar rente, levar a vida para um canto, e reduzi-la a seus termos mais elementares, e, se ela se mostrasse mesquinha, ora, então captar toda essa mesquinhez genuína e divulgá-la ao mundo; ou, se fosse sublime, sabê-lo por experiência própria, e ser capaz de fazer um relato verdadeiro a respeito disso em minha próxima excursão. Pois a maioria dos homens, ao que me parece, vive uma estranha incerteza, sobre se a vida é obra do Diabo ou de Deus, e conclui algo apressadamente que o principal objetivo do homem na Terra é "louvar a Deus e gozar sua presença eternamente".
Ainda assim vivemos de forma mesquinha, como formigas; embora a fábula nos diga que muito tempo atrás fomos transformados em homens; feito pigmeus lutamos contras os grous; erro atrás de erro, remendo sobre remendo, e nossa melhor virtude é ocasionada por uma desgraça supérflua e evitável. Nossa vida se dilapida nos detalhes. Um homem honesto mal precisa saber contar além de seus dez dedos, ou em casos extremos pode acrescentar os dez dos pés e misturar ao resto. Simplicidade, simplicidade, simplicidade! Eu diria: ocupe-se de dois ou três assuntos, e não de cem ou mil; em vez de um milhão, conte meia dúzia, e não perca a conta.”
Walden, H. D. Thoreau
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howalltumb · 3 years
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Projeto #1
Sky Lagoon, Ellya 28 de outubro, 2850 D. Y.
O mundo treme. Os Asmodianos atacam Sky Lagoon com toda a sua força. A mulher, por sua vez, corre com uma esfera de metal em suas costas. Em seu interior, uma vida muito valiosa. Uma mulher corria. Em seu colo, uma criança, que se chamava Alia, que seria a chave do futuro daquela guerra. A mulher precisava sair da cidade e entrar em uma zona de segurança, mas ela viu que não tinha jeito. Pra Alia sobrevive, ela precisava se sacrificar... O rio Aava mais embaixo, corria para o norte, para qualquer lugar que não fosse ali. Ela envolveu a bebê em uma toalha e a colocou dentro da cápsula de sobrevida. Sua oração foi ouvida através das pequenas orelhas daquela bebê. A cápsula afundava no Aava. Se fosse possível àquela criança, ver por trás do espelho de sua cápsula, ela veria sua mãe assistindo aquela cena, e depois sendo como que sugada para trás.... 
Em algum lugar da arruinada Arquemídia, 22 de março de 1890 depois da Queda
  Eu, Őzio Von Melgan, começo este dia. 22 de Março, como pede o Grimorium... Não que eu me importe com a Resistência, ou com a paz mundial. Apenas achei a disposição do deputado asmodiano, plausível: “...o melhor para a criação de um ser vivo, está no tempo...”. Que a Luz o tenha nesses tempos obscuros. Um ano, 8 meses, e 180 dias. Uma janela temporal suficiente para que a sua mente, assimile todas as informações que injetei em seu córtex. Coletei o DNA principal de mim mesmo, a partir de fluidos de meu próprio corpo. E o DNA recessivo, vem de um corpo abandonado nos famigerados Campos de Asfódeles. Misturei o córtex do DNA do morto com o meu e o resultado saiu na forma de Zero. Seu corpo assimilou todas as informações de nosso DNA com uma facilidade que eu não esperava, quero dizer, posso afirmar que minhas expectativas foram extrapoladas. Todos os dados de vida de Zero estão 100% normais e até aqui, não tive problemas com distúrbios de personalidade da minha criação. Irei fazer um teste, em poucos instantes, afim de ver como seu sistema imunológico, nervoso e mental vão se comportar em relação à sua posição no ambiente. Além disso preciso garantir que o Grimorium não terá acesso a minha criação, embora Zero já estivesse escondido por 1 ano e 6 meses. Vou mantêlo em uma cápsula de sobrevida por mais um ano, afim de fazer testes de sobrevivência, com o objetivo de que suas habilidades sejam notoriamente testadas. Nós temos então um trunfo: o sistema neural de Zero respondeu em 100% de todos os meus comandos, e não há problemas em relação a desobediência crítica que poderia me impedir de ativar Zero, o que me faz crer que o projeto está pelo menos em 90% de seu processo, concluído. Falta agora dizer se eu posso liberar este droid para testes em campo aberto. Para tal eu criei uma arma, uma lâmina, que eu batizei de Crescente, a fim de testar as habilidades da minha criação em um povoado próximi do meu laboratório, chamada de Village Patriarcal, que possui 8800 habitantes todos humanos. Vou ver se todas as habilidades que ele apresentar em seu teste externo, serão os mesmos que os apresentados aqui e só então poderei dizer se Zero está pronto para os meus usos. Para tal deverei retirar Zero, de sua suspensão mental e iniciar os protocolos de segurança neural a fim de poder ativá-lo e observar o seu comportamento inicial. Com base em todos os dados que obterei nesta primeira impressão, darei início ao meu protocolo de funcionamento total. Mesmo que ele esteja em 90% de seu desenvolvimento psicológico, e apesar de o Grimorium ainda não ter permitido a minha licença de clonagem robótica. Diário. Estou retirando o sistema neural de Zero de sua suspensão neural, e o ativarei utilizando uma bateria de lítio infinito à partir da qual darei o momentum, com qual seu sistema cerebral dará o boot, e abrirá os seus olhos. E por que não dizer, uma recompensa. Diário. Zero se iniciou normalmente. Seus olhos são verdes como eu imaginava ... Seus reflexos estão normais, sua pele está firme como deve ser um a pele de um ser vivo. Faço o teste ortonômico. Ele move o seu braço, como meu comando ordena, assim como as pernas, o tórax... Eu ordeno a pular, e ele o faz sem nenhum problema. No entanto, toda essa evolução, me é considerada muito ágil. Nem mesmo um robô totalmente desprovido de inteligência, age dessa forma e de um jeito tão ágil... Preciso estudar os seus dados... Zero abriu os olhos. Foi como se tivesse acordado de um pesadelo. Ele se viu dentro de uma espécie de caverna, com pontos onde fios elétricos, se mesclavam a tubos de metal. A seu redor, telões LCD, mostrando o que parecia ser seus dados vitais, incluindo um eletroencefalograma em tempo real. ele se adaptou a luz ambiente, e notou, alguém na sua frente. parecia um velho, vestido à moda antiga como um mago. O velho sorria, e tinha os olhos estranhamente colorizados de roxo. -Estou feliz por você. Você finalmente acordou, e foi um sucesso total. Espero que esteja do meu lado, e mesmo que não esteja, farei estar... 
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Zero olhou para o seu mestre, e riu. Ele podia sentir a tensão de seu criador, crescer a ponto de esquentar a sua pele. Őzio, tencionou buscar a sua faca cerimonial, mas Zero foi mais rápido, e pegou a faca de seu criador, em cima da mesa. Sua lâmina tremia como se fosse uma onda sonora, viu seu cérebro, o avisou de que era feita de vibranium, um metal raro do continente devastado de Arquemídia, utilizado pelas suas propriedades sônicas. Um golpe, e sua vítima estará morta. -O que você pensa em fazer, Zero? Vai matar o seu próprio criador? Vai acabar com o que pôs você em vida, te permitiu abrir estes olhos... Mas ele foi mais rápido que o seu mentor. Ele sacou a faca, e a lançou no peito de Őzio, o cravando na parede da caverna. Zero, tomou posse de uma das telas LCD daquela sala, e desativou todas as travas de segurança do laboratório do asmodiano. -Não faça isso, Zero... Você destruirá tudo o que ver pela frente, é o destino que designei para a sua existência. Nada fará você parar de matar e destruir... Zero, concluiu o desativamento de suas travas, tomou Crescente em suas mãos, e se retirou do recinto. Őzio ficou sozinho, em meditação.
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yesthaiz-blog1 · 7 years
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Crônicas... o que significa ??
Crônica é uma narrativa histórica que expõe os fatos seguindo uma ordem cronológica. A palavra crônica deriva do grego “chronos” que significa “tempo”. Nos jornais e revistas, a crônica é uma narração curta escrita pelo mesmo autor e publicada em uma seção habitual do periódico, na qual são relatados fatos do cotidiano e outros assuntos relacionados a arte, esporte, ciência etc.
Os cronistas procuram descrever os eventos relatados na crônica de acordo com a sua própria visão crítica dos fatos, muitas vezes através de frases dirigidas ao leitor, como se estivesse estabelecendo um diálogo. Alguns tipos de crônicas são a jornalística, humorística, histórica, descritiva, narrativa, dissertativa, poética e lírica. Uma crônica relata acontecimentos de forma cronológica e várias obras da literatura são designadas com esse nome, como por exemplo: Crônica de um Amor Louco (de Charles Bukowski) e Crônica de uma Morte Anunciada (da autoria de Gabriel García Márquez).
A crônica argumentativa consiste em um tipo mais moderno de crônica, no qual o cronista expressa o seu ponto de vista em relação a uma problemática da sociedade. Neste caso específico, a ironia e o sarcasmo são frequentemente usados como instrumento para transmitir uma opinião e abordar um determinado assunto.
As três pipas do vovô (Aline Dexheimer) - Amanhã é dia de que? – Meus filhos perguntam, os três ao mesmo tempo. - Amanhã é dia de vovô e vovó – Eu respondo. Eles saem saltitantes pela casa brincando e gritando. -EBA! Amanhã é dia de vovô. Como é bom “ser” criança e esperar pela visita dos avós no “mingo” (Domingo, dia dos avós). Uma semana eles vêem, outra nós vamos. Neste dia, o vovô veio cheio de papéis, cola e tesoura. É dia de vovô e também de churrasco. OBA! A surpresa do dia. O Vovô faria pipas para as crianças. Depois do churrasco, o vovô sentou, rodeado de seus trinetos para confeccionar as pipas. Sentados lá na garagem, ficaram a tarde toda fazendo uma pipa, enquanto ele resgatava gostosas memórias de sua própria infância. Uma tarde não seria suficiente para as três pipas. Mas a diversão já estava preparada. Só faltava o vento! Cadê o vento? Naquela tarde muito quente de verão não tinha vento, mas não impediu que a turma se divertisse da mesma forma. Foi preciso mais um domingo para o término das pipas. E o tão esperado dia de vento apareceu, afinal. Munido das três pipas, dos trinetos e eu, com a câmera a tira colo, vovô partiu para o que seria a nossa aventura dominical. Chegamos de mansinho naquela praça no final da tarde. Havia crianças brincando de bola, casais tomando chimarrão, crianças no balanço, outros exercitando-se. Talvez, chovesse. Talvez ventasse. Estava estranho. A principio, nenhum vento, para a tristeza das crianças. O vovô meio desapontado olhava para as nuvens. De repente, uma brisa o animou. Ele disse: - Olha o vento! – Correu para o carro e buscou as três pipas. Elas teimaram um pouco, mas subiram. Aos poucos as crianças pegaram o jeito. Corriam pela grande praça, enquanto as pipas voavam chamando atenção do restante das pessoas. Aos poucos outras crianças foram surgindo e querendo experimentar, crianças, talvez, sem um avô maravilhoso como este que confeccionava pipas. De longe, sentada no banco eu registrava os momentos com todas as fotos que podia. Meu pai ao lado dos netos e rodeado de crianças de todas as cores. Agradeci pelo momento tão maravilhoso desfrutado ao lado de meu pai e meus filhos trigêmeos. Uma brincadeira quase tão rara nas nossas praças de cidades grandes com pais e avôs ocupados. Uma brincadeira gostosa num lindo final de tarde de verão coroada pelos raios de um por de sol igualmente raro. Como é bom “ter” crianças e viver toda esta alegria. Por isso, não me canso de agradecer: -Obrigada.Viva o Vovô com suas três pipas!
Minha Vida de Cão 🐶🐶 (Ariane Bomgosto) Pela frestinha da janela posso ver o sol entrar. Sinal que já é de manhã. Pior. Sinal que é hora de acordar. Não é que eu tenha preguiça. Afinal, preguiça de quê? Já sei que meu dia, como todos os outros trezentos e poucos dias que se passaram desde que vim ao mundo junto com os meus outros doze irmãozinhos, será mais um dia de sono, até que este mesmo sol, que vejo raiar agora, faça o favor de ir embora. Só nesta hora, enfim, poderei sair para passear, como também já é de costume. Minha orelha esquerda levantou. Opa. Esta é a prova definitiva de que o relógio está marcando exatamente sete horas da manhã. Vamos lá. Um olho de cada vez. Primeiro o direito, lentamente. Deste ângulo, vejo dois pezinhos pequenos encostarem no chão. Dois seriam se eu não tivesse esquecido mais uma vez de abrir o olho esquerdo. Admito. A memória não é lá o meu forte. Pois bem, são quatro. Agora com certeza. Os dois de mamãe e os dois de papai. Demorei um pouco para me acostumar a chamá-los assim, afinal, mamãe e papai verdadeiros, não vejo desde que eu nasci. Eles ficaram na minha antiga casa, de onde fui tirado quando este casal, que agora vejo bem nitidamente, resolveu me adotar. Eu gostava da “casinha de sapé” – nome que eu e meus doze irmãozinhos combinamos de chamar àquela casinha pequenina em que nascemos. Lá, tudo era pequenino e vivíamos todos amontoados, uns caindo por cima dos outros. Mas mamãe fazia com que tudo estivesse sempre aconchegante. Não estou reclamando da minha casa de agora. Aqui é bem maior e é pertinho da praia, onde posso fazer aqueles buracos na areia e me esconder depois. Já não me lembro mais nem do nome, nem da carinha daqueles doze danadinhos que nasceram junto comigo. Desta vez, não vou por a culpa na minha memória. É uma daquelas coisas explicadas por essas circunstâncias da vida que não têm explicação. Quando saí de lá, eu só tinha cinco dias de vida, então, dá um desconto. Meu nome original - aquele que recebi quando nasci - é Joca, mas desde que cheguei aqui, percebi que os seres humanos demonstram carinho com nomes terminados em “inho”. Pois bem, passei a me chamar Binho. A única coisa de que não gosto muito é quando a mamãe – essa de carne e osso – fica apertando minhas orelhas. Fico logo bravo e mostro os dentes para ela. A outra mamãe – aquela de pêlos como os meus – não fazia isso. Mas o que ainda estou fazendo aqui debaixo da cama? Me perdi nos meus pensamentos e nem vi a hora passar. Vou lá na cozinha porque mamãe, como todos os dias pela manhã, já deve ter posto o meu leite naquela tigelinha. Exagerada como mamãe, eu nunca vi. Tirou uma foto minha e colou neste pratinho. Achei meio infantil. Na verdade, acho que meu pai e minha mãe não se deram conta que a idade biológica de uma pessoa não corresponde à idade biológica de um cãozinho como eu. Portanto, com um ano e pouco, já sou adulto. Eles saíram, foram trabalhar. Ainda não entendi por que os humanos trabalham tanto. Acho que quero ser um deles na minha próxima encarnação. Ou melhor, não quero não. Esta vida de dormir, passear na praia e brincar com os meus donos é muito boa. Se pudesse ser outra coisa na minha próxima vida, seria um cãozinho de novo, só que com menos pêlos, porque estes insistem em cair no meu rosto, e, quando esbarram no meu focinho, me dão vontade de espirrar.
Tarde de domingo ☁🌝 (Ana Paula Corradini) Seis pratos sobre a pia. Cinco vazios, um ainda com lasanha à bolonhesa. Um filho que não gosta de lasanha à bolonhesa. Zero filhos para tirar o resto da mesa. Uma mãe de mãos ásperas, um pai de dedos ágeis. Um controle remoto. Zero sobremesas. Quatro reclamações. Um filho que não gosta de sobremesa. Dez dedos indicadores, um controle remoto. Cinqüenta programas simultâneos na TV a cabo. Cinco opiniões, dois safanões, um grito vindo da cozinha. Quatro silêncios e uma bateção de porta. Um filme, quatro sorrisos. Um choro abafado no banheiro. Uma palavra doce de mãe. Seis pratos lavados, doze talheres guardados, uma caçarola areada. Duas mãos em repouso. Cinco lugares ocupados. Uma poltrona vaga. Uma birrinha no canto da sala. Um colo. Duas lágrimas já enxutas. Um ressonar, dois ressonares, três… Cinco roncos. Dois olhos bem abertos. Um bico desse tamanho.
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r3n-brwrt · 4 years
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Lotado
No metrô, a caminho de casa, eu olho as pessoas. Tento sentar, mas lugar não há, só barras de metal para se pendurar e aguentar as freadas. Um vai e vem sem nenhum fim como uma vida comum. A mão dói no metal frio de um ar artificial condicionado que esfriava o ambiente, mas a vida ainda circulava.
Perto de mim, uma senhora, cabelo branco, de uns setenta anos, lia tranquilamente um livro. Um livro de contos, estranho, Guimarães Rosa, "primeiras estórias", refletia nela. Aparentava simples e um vestido de chita que soltava do seu corpo mole. Era um infamiliar contraste no meio de toda a urbanização e indivíduos impessoais. Imaginei se vivia em uma simples casa, longe de toda a liquidez de relação, regando plantas e dizendo sobre sua época. Mas o livro quebrava, não era qualquer uma, muito menos a vó Rosa, minha que viveu há tempos, mal sabia escrever e andava de bicicleta. Se ouvisse sobre Guimarães, perguntaria quem era meu novo amigo. Embora ignorante, era tão empírica, que sempre aprendia no livro sonoro que era ela.
Entretanto, a senhora quebrava, contrariava meus esteriótipos, com um simples escrito. A estranheza queimava até " a escuma do bofe", para não ter mais angústia, desvio para uma jovem. Era bonita, um cabelo curto até os ombros, de cor castanha e os olhos bem abertos com olheiras. O corpo não se revelava, escondido por um sobretudo e algum medo cotidiano. Era jovem, um pouco mais velha que eu talvez, a calça jeans era larga, e um tênis prático, marcava as pernas.
Não olhava o celular, não lia um livro ou dormia. Olhava como se os olhos não fossem úteis, parecia até cega, afundada nela mesma.
Olhei ela por um bom tempo, era quatro da manhã e nós três éramos os poucos que ali estavam presentes. Um feriado e um incomum vagão vazio em São Paulo. Especifico o espaço e o.tempo, porque quero ver as pessoas, não onde estou e de quando sou.
A menina sentada olha o nada e a senhora lê um livro e eu permaneço em pé. Não tem lugar onde sentar. Os cabelos negros raspam o ombro e o olhos abertos e enrugados olham o chão. Raramente pisca e existe, esquece o metrô e todos nós. O vestido de chita ainda mexia, o livro virava as páginas e seus olhos moviam. Meu Deus, o que acontecera com a menina? O que levou uma senhora a ler um livro de contos? Uma angústia ressurge, através do meu corpo, também quase caio. Os lugares estavam lotados, e meus neurônios realizam a sinapse sem pensar. A minha mente sente a frente da face rente a gente. Tal gente que ocupavam tudo, duas existências maiores que as minhas, miúdas e mentirosas. Tão pequenas que se acham grandes, tão humildes e de tudo sabem.
Rejeitei-me, quanta burrice,"puta que pariu ", ecoou em mim. Uma menina triste e uma senhora leitora eram mais fortes que toda a minha existência. Penso em sair de lá, não aguento mais toda essa pressão, não há mais como. Volto a olhar a menina como se estivesse em paixão, mas era só a cólera e a falta de mim. Finalmente ela pisca, olha os arredores e boceja. Olha-me como se fosse uma surpresa e para os olhos na senhora, logo volta a olhar para mim. Não impossível, ela tão fortemente atraída por uma escória como eu? Que descobriu toda a mesquinharia própria agora. Olho os seus globos oculares, mas nada havia, só olheiras e tristezas, um profundo lago imóvel, um perfeito chão espelhado com toda a vida morta. Preocupei-me com ela, será que tinha algo? Uma vida em decepção ou a depressão viva? Até quase esqueci a senhora, a qual mudo os olhares. Agora o livro estava fechado, além disso, dormia tranquilamente, sem se importar com o mundo que girava loucamente.
A senhora dormia, como se a estrutura inabalável do frágil corpo, pudesse aguentar, engano meu, era sua mente, exalando seu poderio de tantas experiências e racionalidades. Será caso ela soubesse ajudar, a moça estaria viva? Não sei, apenas respiro o incômodo ar parado. O único que presenciava a dor era eu, uma já se tomava e outra não se abalara. Como se pudesse aguentar as duas, esqueço os olhos e escuto. O barulho insistente do metrô incomoda, maldita estação que nunca chega, todavia ainda são quatro horas, confirmava as olhadelas rápidas e insistentes no meu relógio de pulso.
Enjoo do som, ligo o nariz, o cheiro de ar sujo, mal sinto de costume, porém acumula nos pulmões como as toxinas de um cigarro. Nada se salva, resolvo voltar ao ver. A moça aparece olhando para o teto e a senhora dormia mesmo nas vibrações contínuas do transporte instável. O tênis era velho, a madame era largada, o sobretudo surrado e velho, a calça rasgada. Tudo jogado no chão perto de um prédio, manchas de sangue polícia perícia suicídio necrotério velório sem ninguém.
Penso em mim, naquele velório, olhando o corpo que poderia salvar e a senhora lendo Guimarães Rosa, sentados em algumas cadeiras perto do caixão. Via um sobretudo coberto com poucas flores e um rosto pálido. Estranhamente as pálpebras estavam abertas, porém nada mudava, já que eles estavam mortos também. Olhei em um papel que dizia seu nome posicionado também perto do caixão, " moça bonita do metrô ". Tudo era confuso, no entanto um espirro encerra o velório. Volto ao metrô e vejo a menina dar o primeiro sinal de vida ao cobrir o nariz. Olhei ela " saúde ", tão mal dito que quase não ouvi, ela responde com um olhar diferente. Algo um pouco mais leve e alegre, "amém" responde apagadamente. Entretanto tudo se retorna ao que era antes em segundos. Ela fita o chão azul, e eu seguro na barra alta e fria de metal. O murmurar do metrô mantinha a mão minha fixa na barra. Para, não era estação de ninguém, ouve-se um apito e as portas fecham. Então continua. O vidro grosso da janela lembrava da resistência triste. Bem tentei. Nada deu certo e estou aqui, tão reduzido, tão egoísta. Eu diminui minha vida, sem pensar em outras, as quais ali estavam presentes, fortes e muito tristes.
Respiro abertamente, olho o tempo passar, começar tudo de novo é sempre duro demais, vou ver meu atual mundo sumir, dói demais e sou miserável pra isso. Entristeço e quase entendo a menina, ganho um pouco de tamanho, mas não tomava nenhum espaço.
Ainda olhava, e nenhum lugar para sentar às 4 horas da manhã. Tudo sendo tomado, pelas angústias próprias, pensamentos suicidas e um Drummond.
(olá, se chegou até aqui, muito obrigado, também aceito críticas e conselhos).
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pipocacompequi · 6 years
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[Curta da Semana] “Command Action”, de João Paulo Miranda
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O curta que foi exibido em 2015, na Semana da Crítica, seção paralela do Festival de Cannes, é nossa atração no Curta da Semana: Command Action foi produzido de forma independente, com dinheiro de rifas e muita força de vontade. O filme foi exibido no 26º Festival Internacional de Curtas de São Paulo, e no 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Conversamos com o diretor João Paulo Miranda Maria sobre o processo de realização do curta, e os temas explorados em Command Action. Confira:
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Sinopse: Um menino está comprando legumes para sua família numa feira livre, mas de repente algo muda em seu caminho.
Produtora: Kino-Olho
Onde já foi exibido:
“Semaine de La Critique” – Cannes “Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo” “Festival de Brasília do Cinema Brasileiro” – Melhor Som “BFI – London Film Festival” “Festival de Curtas Vila do Conde” – Portugal “Goiânia Mostra Curtas” “Curta Taquary – Festival Internacional de Curta Metragem” – Melhor Som “Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro” “VII Janela Internacional de Cinema do Recife” “BIS – Bienal Internacional do Cinema Sonoro”
Entrevista com João Paulo Miranda Maria 
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Nasceu no interior do Estado de São Paulo, em 1982. Formou-se em Cinema, em 2004, pela Faculdade Estácio de Sá (Rio de Janeiro). Possui mestrado em Multimídia pela Universidade de Campinas. Professor da Universidade Metodista de Piracicaba (SP), membro da Associação Brasileira de Cinematografia, e fundador e coordenador do grupo de pesquisa e prática cinematográfica Kino-olho. 
Pipoca com Pequi: Como foi o processo para viabilizar a produção de “Command Action”?
João Paulo Miranda: Tentamos buscar apoio através de editais e leis de incentivo. Porém, infelizmente, não fomos selecionados em editais e nem conseguimos captar o orçamento desejado... Portanto, para amenizar os gastos tidos, acabamos fazendo uma rifa com produtos do comércio local.
PcP: “Command Action” traz micro-histórias acontecendo simultaneamente nesse universo singular que é uma feira a céu aberto. Como surgiu o interesse pelos temas apresentados no filme?  
 JPM: A ideia surgiu a partir de Fernanda Tosini, que sempre quis fazer algum projeto sobre a feira em que seus avós paternos trabalharam. Assim, começamos a frequentar a feira livre para entender o ambiente. Inicialmente, pensávamos em realizar um documentário. Porém, desde o primeiro encontro, nos surpreendemos, sendo uma feira muito diferente à qual seus avós contaram, que infelizmente passa por dificuldades sem estrutura da prefeitura. Mesmo assim não havia como notarmos as personalidades e histórias que cercavam o local... Conforme várias reuniões, o roteiro foi sendo modificado, tendo a Fernanda com a responsabilidade de finalizar a escrita, e eu assumindo a direção.
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PcP: Teve concessões para dirigir o roteiro da Fernanda Tosini ou você teve total liberdade? Como foi esse relacionamento?
JPM: Eu e a Fernanda nos conhecemos no coletivo que criei (Grupo Kino-Olho) e acabamos nos casando e tendo dois filhos... Ela se formou em Letras e sempre tivemos muito afinidade trabalhando em conjunto. Portanto, estávamos muito conectados às suas lembranças pessoais, a presente situação da feira e até lembranças pessoais minhas na infância quando passeava em feiras e parques do interior. A própria ideia do protagonista utilizar de um dinheiro que tinha outra finalidade, para comprar um brinquedo, é algo da minha própria experiência... Em resumo, misturamos impressões muito pessoais e discutíamos juntos o roteiro diariamente.
PcP: O protagonista consegue se esquivar de todos os que tentam lhe dar obrigações que não são suas. No final, o desejo do menino de continuar menino persevera. O tema do fim da infância era sua preocupação neste filme?
JPM: Exatamente. Um menino que enfrenta o fim drástico da infância, tendo o peso da sociedade e família sobre suas costas. Alguém que cobramos uma responsabilidade e amadurecimento precoce, sem ter resquícios de ingenuidade.... e estranhamento o objeto de seu sonho infantil é um robô com uma voz ameaçadora e rajadas de tiros: um beco sem escapatória.
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PcP: Além do roteiro, o som extracampo, o posicionamento da câmera e a belíssima fotografia impressionam em "Command Action”. Como foi pensado essa decupagem, e quais suas referências para a direção deste filme?
JPM: A decupagem pra mim é um processo longo, onde faço diversas anotações de referências, colagens e descrições. Prefiro escrever páginas sobre cada plano, do que simplesmente desenhar. Sempre imagino muitas camadas no tempo do plano, e por isso sempre prefiro anotá-las numa espécie de caderno. Nada que ouvimos e vemos é à toa, tudo tem um porquê... Porém, não acredito num perfeccionismo e sempre lembro das palavras de Rossellini: "Pra que manipular se as coisas estão lá..." Tudo está predisposto, e precisamos mergulhar profundamente em nós mesmos para enxergar as potencialidades que nos cerca... Ao saber usá-las, seguimos um fluxo natural e, ao mesmo tempo, sincero, onde tudo se encaixa.
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PcP:  Como foi exibir o filme na Semana Crítica de Cannes?
JPM: Foi uma experiência incrível, onde pela primeira vez conheci pessoas que de fato entenderam aonde queria chegar. Este tipo de reconhecimento me fez continuar a sonhar em Cinema. Pois, sendo pai de duas crianças, seria muito mais fácil eu ter tomado outro rumo e ajudar meus pais no restaurante em que trabalham... 
PcP: E os futuros projetos?
JPM: Agora estou prestes a fazer meu primeiro longa, que pelos atrasos de apoio, será realizado ano que vem. Será meu primeiro longa, e tenho muitas coisas pra falar através dele. 
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geekpopnews · 3 months
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Crítica - Através da Minha Janela | Olhos nos Olhos
É o fim. 🥹 O último filme de Atráves da Minha Janela finalmente chegou à Netflix e trouxe muitas cenas de tensão. Vem ver o que achamos do filme!
Terminar algo nunca é fácil, seja uma comida gostosa, um livro, um relacionamento ou uma saga querida. Com Atráves da Minha Janela: Olhos nos Olhos, a história de Raquel (Clara Galle) e Ares (Julio Peña) finalmente chega ao fim, de uma forma dramática, melancólica e até mesmo esperada. Dirigido por Marçal Forés, o filme é uma continuação de Através da Minha Janela (2022) e Através da Minha…
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