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#haru ! guias
haruthinks · 11 months
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como desenvolver seus personagens
olá!! nesse post eu resolvi reunir algumas coisas que eu faço e vejo outras pessoas fazendo para dar mais personalidade e identidade ao seu personagem. isso não é regra, você pode não fazer nada disso mas super se animar com seu personagem, ou pode fazer tudo e mesmo assim aquele sentimento não vem.
achei que seria uma boa ideia dividir em alguns tópicos e meio que criar um personagem junto com vocês pra dar exemplos. e queria também dizer que fui inspirada por essa ask no blog das queridas rinnjoy lá no @sakurajjam. lá vocês também encontram muito material legal pra desenvolver seus personagens.
aconselho também seguir outros blogs como @enteryid @neozgifs @boingboing-bunny @melzinhaspeaks @claricelispctor @ghiblitalks (inativo para tristeza de todos) que sempre reblogam e/ou postam conteúdo próprio sobre um monte de coisa.
então, vamos começar! já peço desculpas desde já porque não sei escrever pouco.
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hcs e mais hcs
sério, pra mim é a coisa que mais funciona pra me manter animada com um plot ou personagem. não curto muito escrever biografias quando estou criando um personagem porque sinto que não o conheço muito bem ainda. então o que eu faço é listar algumas coisas aleatórias que eu acho que tem relação com meu personagem, coisas que poderiam ocasionar em conversas ou situações dentro do plot que ele está inserido e etc.
vamos dizer que estou criando uma personagem chamada nina e ela trabalha como atendente numa cafeteria. é só isso que eu tenho por enquanto, não tenho muito material pra escrever uma biografia dela por não ser um plot muito profundo e com várias camadas.
com um esqueleto básico da personagem, eu começo a pensar nas coisas que ela não gosta (é mais fácil pra mim por ser uma pessoa meio negativa, admito). e depois penso nas que ela gosta. o que será que deixa minha personagem animada o bastante pra falar sobre esse assunto com outras pessoas? será que ela seria fã de alguma coisa? teria um hobbie específico?
quando penso em hobbies gosto de pensar em algumas habilidades básicas tipo organização, culinária, independência, sociabilidade. e pensando no quanto a minha personagem tem de cada uma dessas habilidades, consigo pensar em situações que viriam disso.
exemplo: hcs de nina, uma atendente em uma cafeteria.
ela gostava de café, mas de tanto trabalhar sentindo o cheiro ela passou a odiar.
ela costuma ficar fissurada em um assunto específico por algumas semanas antes de achar um outro interesse, então joga o anterior de lado.
ela não sabe cozinhar direito ainda por ter acabado de começar a morar sozinha. então costuma ver vídeos de receita no youtube e tenta recriar, muitas vezes não dá certo, mas isso fez ela adquirir uma habilidade de comer comida ruim sem reclamar.
tem uma bateria social que esgota rápido, mas ao mesmo tempo sente grande necessidade de interagir. o que acaba acontecendo é que ela fala muito durante 2h com seus amigos, mas logo se retira para ficar em seu casulo. eles já estão cientes e até ficam se perguntando em quanto tempo a bateria social dela vai esvaziar. isso dificulta um pouco seu trabalho quando precisa interagir com clientes.
pronto, escrevi alguns hcs básicos que me dão uma ideia melhor de que tipo de pessoa ela é, como ela se comporta com as pessoas ao seu redor e do que ela gosta e não gosta. ainda não é muito, mas é um começo!
visuais
isso pode ser polêmico, muita gente não se importa muito com visuais quando criando uma história, mas eu pessoalmente me sinto mais animada quando consigo ver. fica mais palpável pra mim de alguma forma.
então eu costumo ir vasculhar a internet em busca de conteúdo sobre o fc que escolhi para aquele personagem. seja instagram, vídeos no youtube, gifs no tumblr, fotos no pinterest, etc. algumas pessoas fazem pastas no pinterest para organizar melhor, confesso que já pensei em fazer isso mas tive preguiça, mas creio que deve ajudar um bocado.
ao ver fotos e/ou vídeos do fc, acabo tendo mais algumas ideias de hc conforme imagino aquele fc "interpretando" meu personagem. o que acho bacana também é pensar em algumas situações que seriam possíveis utilizar aquelas fotos/gifs/vídeos encontrados nessa, acaba me dando boas ideias. nesse mini guia vou tentar seguir uma dica dada por muitos que é a famosa pasta no pinterest. nessa pasta não vou colocar apenas fotos do fc, como também de coisas aleatórias que me lembram minha personagem. no meio do caminho posso até esbarrar em algo que não tinha pensado antes, mas achei uma boa ideia.
escolhi a querida das universidades públicas brasileiras, a chuu do (agora ex) loona (você já viu essa mulher?) como fc pra nossa personagem. durante a minha busca no pinterest, vi várias fotos dela e fui começando a imaginar como seria o rostinho da chuu como a nina. coloquei uma foto normal dela, fui vasculhando até que achei várias fotos dela com filtros bobos na cara. o que me fez pensar que eu poderia usar isso na minha personagem porque talvez ela goste de ficar testando filtros aleatórios quando está entediada. talvez ela também goste de mandar fotos zoadas para os amigos. vi uma foto dela num parque e pensei que seria legal fazer algum tipo de cena com ela em um lugar como esse. também vi algumas fotos dela com um headset enquanto joga, então pensei que talvez a nina pudesse ter isso como um hobbie também.
pensando nessas coisas, também procurei umas fotos de cafeterias para fomentar mais na minha cabeça como seria o ambiente de trabalho dela (às vezes algumas comunidades colocam fotos dos ambientes, mas mesmo assim eu procuro). e, pensando no que tinha decidido antes do hobbie em jogos, procurei umas fotos dessa estética e gostei da foto do kirby ameaçando com uma espada na mão, achei que combinou. e também decidi que ela gostaria bastante de sonic (porque eu gosto, fazer o quê).
e assim minha pasta básica ficou, eu posso ir alimentando ela com o passar do tempo.
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(descrição de imagem: as duas imagens são prints da tela do celular no aplicativo do pinterest. a primeira imagem é uma foto da chuu do loona com um filtro de ursinho no rosto. a segunda também é a chuu com um headset (fone de ouvido com microfone) e usando um boné e um moletom com capuz azul. a terceira imagem é alguém segurando uma pelúcia do sonic de cabeça pra baixo. a quarta imagem é um teclado de computador rosa com um bonequinho do personagem kirby atrás parecendo bravo e segurando uma espada apontada para cima. a quinta imagem é chuu do loona sentada em cima de um pano de piquenique na grama verde de um parque. a sexta imagem é o interior de uma cafeteria, com muitos móveis de madeira e iluminação baixa, dá um toque meio rústico, mas confortável. a sétima imagem é uma montagem da chuu do loona segurando uma faca enquanto sorri. a oitava imagem é a chuu do loona sorrindo enquanto segura um bolo de aniversário com algumas velas acesas. e por fim, a nona e última imagem é uma selfie da chuu do loona sorrindo sem mostrar os dentes e fazendo um sinal da paz com dois dedos próximos dos olhos. fim da descrição de imagem).
só com essa etapa eu já decidi mais algumas coisas sobre a nina, essas sendo:
ela gosta de jogar videogames e seu mascote favorito é o sonic.
ela gosta de tirar fotos com filtros estranhos quando não tem nada pra fazer, e também manda fotos aleatórias de si mesma pros amigos.
ela gosta de sair para lugares ao ar livre, talvez frequente o parque da cidade com frequência.
ela é do tipo de pessoa que fica muito feliz em aniversário e gosta de comemorá-los. provavelmente até chora com uma surpresinha dos amigos no aniversário.
música
isso é totalmente pessoal, mas quando crio um personagem eu gosto de imaginar o que estaria na playlist dele. acho que música diz muito sobre uma pessoa, ou ao menos sobre os gostos dela, o passado e como essa pessoa se enxerga. talvez eu esteja filosofando muito, no fundo é que eu só acho legal mesmo.
às vezes seu personagem vive numa idade média ou coisa assim onde o spotify não existia e a grande maioria dos artistas que a gente conhece também não. nesse caso, também acho muito legal fazer uma playlist de músicas que lembra o personagem, o jeito dele, a vibe, como se fosse uma trilha sonora de um filme onde seu personagem é o protagonista.
enquanto eu pensava um pouco sobre que tipo de músicas que nossa querida nina ouviria, fui tendo pensando em outras ideias e hcs sobre ela que não tinha pensado antes. e minha playlist ficou assim:
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(descrição de imagem: são dois prints da tela de uma playlist no spotify contendo as seguintes músicas: "emerald hill zone" da trilha sonora de sonic 2, "bbibbi" de iu, "love bomb" do fromis_9, "island" de miley cyrus, "a whole new world" da trilha sonora de aladdin, "human nature" de michael jackson, "shallow" de lady gaga e bradley cooper da trilha de a star is born, "stay" de kid laroi com justin bieber, "cupid" do fifty fifty, "the power of love" de céline dion, "love scenario" do ikon e "omg" do newjeans. fim da descrição de imagem).
resolvi colocar uma música da trilha de sonic porque achei que seria um conceito divertido por ela gostar de jogar. então pensei que por ela estar muito tempo online, acabaria gostando de ouvir algumas músicas que viralizaram nas redes sociais como cupid, stay, shallow e omg. porém, pro gosto pessoal dela acho que ela ouviria umas músicas mais calmas e chill na maior parte do tempo, por isso island e shallow (que também botei por ter sido um grande hit radiofônico, acho que ela ouviria muita música que vem até ela ao invés do contrário). coloquei uma trilha da disney pra mostrar que ela talvez ela tenha uma conexão de carinho com esses filmes. e por fim coloquei uma música de michael e uma música de celine para simbolizar músicas que ela escuta por influência dos pais.
com isso, tenho mais hcs:
ela tem uma boa relação com os pais, gostava de ouvir coisas que eles mostravam e até hoje escuta uma coisa ou outra.
ela gosta de músicas calmas para ficar ouvindo enquanto joga ou faz alguma outra coisa.
ela não é do tipo que sai procurando música e vai ouvir os álbuns novos dos artistas, ela espera a música chegar nela. se ouvir em alguma rede social e gostar, ela baixa e fica ouvindo até dar uma dor.
ela gostava da disney quando criança, tendo a jasmine como princesa favorita.
relacionamentos
isso é algo bem importante pra mim quando crio um personagem, afinal, se ele está sendo criado é pra interagir com outro personagem na grande maioria das vezes. aqui eu vou pensar em como minha personagem se relaciona com as pessoas ao redor dela. ela é amigável? confia fácil nas pessoas ou é desconfiada? ela age de uma forma na frente das pessoas, quando na verdade não é assim? ela é quieta ou escandalosa? como será que ela se dava com os pais? será que ela tem irmãos? ou um bichinho de estimação? como será que era a vida social dela na época da escola?
pensando em várias dessas perguntas, incluindo coisas que descobri nas outras etapas anteriores, eu resolvi as seguintes coisas sobre a nina:
a relação com os pais era carinhosa e respeitosa, então ela provavelmente é alguém que respeita os mais velhos e gosta de ouvir histórias deles.
não tem um grande grupo de amigos, mas alguns poucos para quem conta suas obsessões, manda fotos esquisitas e ri de coisas aleatórias.
tem uma relação boa com colegas de trabalho, mas provavelmente iria discutir por não querer ter a vez de ir atender os clientes na mesa, prefere ficar no caixa ou no café.
provavelmente teria uns amigos online que quase nunca se veriam pessoalmente.
não sabe flertar, apenas passa vergonha quando acaba gostando de alguém.
fala com qualquer um que tenha um cachorro com a intenção de poder alisar o bichinho.
destino final
acho que esse pode ser um dos mais importantes, onde você pretende chegar com seu personagem? talvez sem um "ponto final" você acabe desanimando mais rápido na sua jornada. isso não precisa ser 100% estabelecido, afinal, às vezes a gente também não sabe o que quer da vida, mas é bom ter um direcionamento. pode ser algo na carreira, na vida acadêmica, ou até num nível interpessoal. por exemplo, você tem um personagem que começa a história em um emprego x mas que a verdadeira paixão dele é artesanato e você quer que ele consiga uma coragem para começar a fazer, começar a divulgar isso até que consiga ao menos manter os dois empregos.
no meu caso, pensei que o que eu gostaria para o "destino" da nina era mais uma coisa interpessoal. eu não tinha percebido quando comecei a escrever esse guia, mas lendo agora eu acho que ela é um tantinho ansiosa. ela não gosta muito do emprego dela por ter que interagir demais com estranhos (e pelo cheiro de café), acaba cansando rápido de interagir até com os amigos e tem um fascínio por algo aleatório por algum tempo e depois troca por outro.
então eu acho que gostaria de trabalhar isso nela, talvez conversando com um amigo, ou fazendo ela perceber que talvez essa ansiedade a atrapalhe em certas coisas que ela gostaria fazer. ainda não sei como isso seria trabalhado, mas eu posso ir descobrindo no meio do caminho. talvez ela ganhe um novo hobbie que ajude, quem sabe?
fichas
isso aqui eu vou pegar emprestado da querida rinn do @sakurajjam. ela respondeu essa ask aqui no blog dela dizendo que usava isso para desenvolver seus personagens e eu achei muito legal. então tá aqui pra quem quiser experimentar, eu fiz uma vez e gostei muito da experiência!
bônus - realidades alternativas
ok eu sei que isso pode ser estranho e meio nada a ver, mas segura e me deixa explicar. uma coisa que eu gosto muito de fazer com meus personagens é inventar um plot totalmente aleatório e enfiá-los lá pra saber como eles iriam se sair. acho que isso acaba me fazendo descobrir coisas que antes eu não tinha pensado porque o plot onde ele está inserido não dá margens para aquele tipo de situação.
por exemplo, e se a nina estivesse inserida em um universo distópico meio attack on titan onde a humanidade está por um triz e ela precisa decidir se vai arriscar sua vida lutando na linha de frente ou vai ficar confortável e evitando conflitos?
ela provavelmente teria bastante medo no início por ser ansiosa, então iria tirar toda e qualquer possibilidade de acabar precisando se arriscar nessa guerra.
porém, ela é apegada aos seus amigos e sua família. então acabaria lutando sem ao menos perceber para protegê-los.
caso perdesse algum deles, iria liberar uma raiva dentro dela que nem ela sabia que existia. então talvez topasse lutar, mas seria muito afobada.
e vamos ser sinceros, acabaria indo de base, mas isso a gente ignora!
fica aqui mais alternativas de outras realidades pra você brincar com seus personagens: contos de fada (e se ele fosse parar em um sem querer?), fadas meio tinker bell, sereias (iria se adaptar a ficar somente embaixo da água?), magia, vampiros, super heróis, super vilões, realeza, aventura épica estilo senhor dos aneis. enfim, uma infinidade!
será que a nina conseguiria levar o anel até mordor? spoiler: não.
conclusão
pra mim a moral da história é que tudo vai ser desculpa para pensar em mais hcs para seu personagem, de verdade. às vezes até ver um vídeo do fc vai fazer você pensar em algo aleatório que gostaria de desenvolver. ou assistir uma série, filme, ler uma webtoon ou hq. você pode tirar inspiração de tudo, então tira proveito disso! mas se você forçar e realmente não ir, então aconselho começar do 0 com outro personagem que faça você ter vontade de desenvolver. até porque isso aqui não é o trabalho de ninguém (a menos que você escreva histórias como um trabalho, nesse caso acredito que você não precise dos meus conselhos...).
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guiajapao · 1 year
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The Model Japan 2022
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apcomplexhq · 3 months
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✦ Nome do personagem: Park Hyosun. ✦ Faceclaim e função: Dahyun - Twice. ✦ Data de nascimento: 13/10/2001. ✦ Idade: 22 anos. ✦ Gênero e pronomes: Feminino, ela/dela. ✦ Nacionalidade e etnia: Coreia do Sul, sul-coreana. ✦ Qualidades: Engraçada, leal e justa. ✦ Defeitos: Sem filtro, sem noção de perigo e as vezes inocente demais. ✦ Moradia: Elysian Fields. ✦ Ocupação: Aluna de Dança. ✦ Twitter: @EF01PH ✦ Preferência de plot: CRACK, FLUFFY, ROMANCE, SMUT. ✦ Char como condômino: Passa a madrugada inteira jogando Just dance, fazendo um Yoga completamente errado e tendo surtos de ana Maria Braga na cozinha. Durante o dia gosta de ler, caminhar sem rumo em busca das fofocas dos vizinhos e gastar o dinheiro da megera da sua mãe em porcarias nem sempre úteis.
TW’s na bio: Restrição ou desperdício de comida, privação da liberdade, câmeras.
Biografia:
Park Hyosun nasceu em Busan, foi criada em Paris, concebida através do grande casamento da modelo Julien Blanchet e do cantor Park Hyunsik, casamento esse que se manteve de pé por apenas 2 anos.
Foi criada para se tornar a grande sucessora de sua mãe narcisista, desde muito nova regrada em dietas extremas, e a busca incansável pela beleza.
Aos 15 anos seu pai finalmente conseguiu sua guarda, então se mudou para a Coreia do Sul e começou a viver com sua nova madastra e irmão postiço, negando qualquer vínculo com sua progenitora, inclusive seu sobrenome.
Devido a infância desprovida de diversão, se tornou uma mulher com alma de criança, sempre em busca de novas experiências, essas que seu irmão mais velho adora se gabar por ser seu "guia". No início ela era tímida e retraída, mas a convivência constante com o novo irmão a fez se soltar, e hoje em dia ela superou Haru quando se trata de loucuras.
Cansada de viver cercada pela mídia e em busca de sua própria individualidade, depois de muita insistência Hyosun conseguiu convencer seu pai a deixa-la viver sozinha num apartamento, contanto que fosse em acropolis, já que o complexo tem fama por ser um local muito seguro. O que ela não imaginava era que a segunda condição seria que seu irmão viesse junto.
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siriusciel · 5 years
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𝒖𝒔
sempiterno
adjetivo
1.que dura ou vive sempre; contínuo, eterno, perene, infinito.
2.que é muito velho, muito antigo.
uma vez eu li que uma flecha tem o simbolismo de eternidade ou objetivo alcançado, que era algo sempiterno e então eu me perguntei de fato o que era sempiterno e eu descobri que sempiterno é o que nós duas temos. é algo que é eterno e que dura não importa o que, somos sempiternas em nossa amizade todos os dias porque alcançamos um objetivo que nem sabíamos de fato que tínhamos, um objetivo desconhecido até então e que agora parece ser tão irreal que ao invés de objetivo parece mais um sonho, um sonho onde duas almas se encontraram para nunca mais se separarem uma da outra.
almas gêmeas
são antigas companheiras de vidas passadas. o amor verdadeiro dificilmente surge do nada, é um sentimento construído ao longo de inúmeras encarnações, um processo evolutivo no qual, em vida, duas pessoas se ajudam e crescem de forma mútua e conjunta. 
quem poderia dizer que um dia teve uma ligação tão intensa e tão verdadeira que parecia ser de outras vidas? que era como se sua alma estivesse ligada de uma forma inexplicável a outra pessoa e essa pessoa está a mais de mil km de distancia de você? quem iria acreditar em mim se eu dissesse que quem me completa na verdade não é o tal amor romântico que é tão citado em livros e em novelas mas um amor puro, real, imenso, sem limites de espaço-tempo algum? sempre colocaram o amor romântico como o mais bonito de todos quando o amor mais especial e lindo de todos que poderia se encontrar estava na frente de todo mundo. um amor em que as almas separadas para se encontrarem em um futuro não tão distante prevalece apesar de todos os contratempos, um amor em que quando as almas se ligam, elas nunca mais vão poder ser soltar porque elas nunca foram feitas para sempre soltar, elas foram feitas para ser eternas, reais, foram feitas para sempre ligadas e nunca separadas. nós fomos feitas para sermos sempiternas e não efêmeras.
agradecer
verbo
1.regência múltipla
mostrar ou manifestar gratidão, render graças; penhorar, reconhecer. "a. um favor"
2.transitivo direto
compensar de maneira equivalente; retribuir, recompensar.
"a. uma gentileza"
durante todos esses últimos dias eu te agradeci e talvez pareça cansativo todos os "obrigadas" que venho dando a você porque eles veem se tornando cada vez mais frequentes mesmo que eu não consiga evitar isso mas é que eu me sinto agradecida por tudo o que passamos nesse ano, todos os momentos, seja eles bons ou ruins. esse ano foi o nosso ano de descobertas e descobrimos que precisamos uma da outra para a vida toda, algo que não vimos no ano passado mas que vamos lembrar pela vida toda a partir de agora. eu queria agradecer por você nunca ter desistido. sei que tem acontecido coisas horríveis durante todo esse ano e que parece que tudo não tem mais sentido e que não vale mais a pena viver ou continuar aqui mas eu queria te agradecer por ficar aqui, do meu lado, mesmo sentindo tudo isso. eu quero agradecer por cuidar de mim, por me amar, por ser paciente, por ser amorosa, por ser a melhor amiga que eu poderia ter, por ser a minha soulmate, por ser o meu anjo, por ser minha lua, por ser minha kira, por ser minha harumi, por ser meu universo, por ser quem me guia independentemente de tudo. independente dos seus machucados, do que faz doer ai dentro, você nunca me deixou de lado e sempre se importou com o que me machucava e muitas vezes colocava os meus problemas na frente do seu. não sei como chegamos aonde estamos agora porque sinceramente eu olho para o nosso passado e parece irreal que não éramos próximas do jeito que somos agora, que antes não nos conhecíamos como agora ou sabíamos o que atormentava a outra como sabemos agora. e é por isso que eu me sinto grata, porque nunca amei alguém como eu amo você e por você poder me proporcionar isso, poder proporcionar que eu possa te amar e sem barreiras, sem limites. nunca imaginamos que iriamos durar tanto, quase dois anos e estamos aqui, uma do lado da outra e fortes como nunca, com um amor que não passou e parece que só cresce a cada dia mais, e é por isso que eu também te agradeço. agradeço você pelo nosso amor, isso nunca seria possível sem você. obrigada também por nunca me largar mesmo quando eu afastava você porque não me achava boa o suficiente mesmo quando você me dizia inúmeras vezes que eu era. obrigada por nunca procurar outra pessoa para colocar no meu lugar nesse tanto de vezes que eu disse para você fazer mesmo sabendo que isso só me machucaria mais porque eu sou egoísta por querer que você não consiga achar outra pessoa que possa chamar de tudo o que me chamou mesmo eu sabendo que isso é muito improvável de acontecer. obrigada pelo ontem, pelo hoje e pelo amanhã. obrigada pelo nosso passado, pelos dias que me fez sorrir, que a gente brigou, que ficamos tristes juntas e que até paramos de nos falar por pouco tempo. obrigada por ser real, por fazer de nós duas algo real, que mesmo que tenha um ponto nunca vai sair da memoria de nenhuma das duas. e kira, obrigada por ser tudo o que eu preciso em todos os momentos da minha vida, não só agora, como foi no meu passado e como vai ser durante todo o meu futuro. eu não consigo acreditar que eu tenho uma pessoa tão boa para mim como eu tenho você e como eu tenho sorte disso, como ninguém nunca vai amar alguém como eu amo você ou como ninguém vai me amar como você me ama porque fomos feitas uma para a outra, as nossas almas foram ligadas por todas as nossas vidas passadas, pelas nossas vidas de agora e por todas as vidas futuras. nesse natal, eu agradeço por ter você mas especialmente, eu agradeço por estar podendo viver na mesma época que você. harumi, nossa eternidade é muito maior de tudo o que vivemos agora. a nossa eternidade é mais infinita que o universo e mil vezes na velocidade da luz mais rápida que os rápidos solares se propagando na nossa terra. eu aprendi que a luz se propaga em linha reta em física certa vez mas como isso seria possível se a sua luz se espalha em todas as direções e ilumina toda a minha escuridão como um verdadeiro sol? mesmo você sendo a lua, o satélite mais bonito de todos os planetas do nosso sistema solar e do meu mundo, você emana uma luz que nem o sol é capaz de ter em todos os anos luz que ele ainda tem de sobra. enquanto o sol tem um prazo de validade, você é eterna e ninguém pode apagar sua imensidão, tão pouco sua eternidade. você é para sempre, mesmo que muitas pessoas acreditem que ele seja apenas imaginário ou palavras bonitas para o nosso ouvido e nossa mente apreciar. eu acredito que a nossa eternidade está aqui, está no agora que vivemos e que isso é um pedaço pequeno do que ainda temos pela frente, é um pedaço mínimo de todas as alegrias que vamos passar no nosso futuro, quando estivemos morando juntas, vivendo juntas e quando não nos separarmos mais, quando tornamos tudo mais eterno do que já de fato é. eu te mostrei três significados de acordo com o nosso dicionário, amor. te mostrei o que era sempiterno, o que era alma gêmea, o que era agradecer mas tem algo que o dicionário nunca vai poder definir. o dicionário nunca vai poder dizer quem nós somos ou o que nós sentimentos e tão pouco vai poder dizer o quanto. o quanto significamos, o quanto o universo inteiro parece pequeno do nosso lado, do lado de tudo que ainda vamos conquistar uma do lado da outra, o tempo que vamos pegar para gente porque aki, o tempo se torna infinito quando dividimos ele com alguém que a gente ama e eu quero dividir todo o meu tempo com você. em um site as palavras melhores amigas é descrita como aquelas pessoas que sempre se pode confiar, que independente da situação ou do momento, sabe-se que estará disponível para ajudar e é isso que a gente foi, que a gente sempre vai ser. somos melhores amigas porque sempre nos apoiamos, sempre cuidamos uma da outra, sempre procuramos pelo menos uma para a outra e o mais importante, vamos sempre ser melhores amigas porque nenhuma vai deixar a outra de lado. se algum dia me perguntasse se éramos apenas algo sempiterno, almas gêmeas ou melhores amigas eu diria que não, que não somos apenas isso. haru e nany foram muito mais do que apenas, kira e lis foram mais do que um período de dor, els e aki foram mais do que uma junção de todo o passado e presente em um só. todos os nossos nomes passaram com a gente por cada uma das nossas dores e alegrias, todo o nosso coração passou com a gente por toda a nossa dor e a nossa alegria mas eu quero que você saiba que enquanto a dor vai se estabelecer em nós duas por um tempo e depois vai embora isso não vai acontecer com outras partes de nós duas porque apensar de tudo, eu nunca vou sair do seu lado e um lugar que o meu coração sempre vai estar é perto do seu e um lugar em que o seu nome vai estar guardado é dentro do meu. isso não é discutível, isso não precisa ser pensado, isso é o que é e ninguém pode mudar. então obrigada, aki, porque sem você eu seria um vazio em forma de pessoa, porque sem você eu seria simplesmente nada, porque sem você eu não estaria aqui. foi você ontem, é você hoje e vai ser você amanhã. vai ser sempre você, aki. em toda a minha vida vai ser sempre você.
melhores amigas.
1.hany.
sempiterno.
1.hany.
almas gêmeas.
1.hany..
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"Haru"/el "staff" miente.doc Part 2
Siguiendo el final de esa conversación:
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Le pido que me deje terminar y se niega. No se habló "detenidame" de mi salida, de nada. Igual y los videos no me pertenecen ni a mi, ni a LSDE ni a nadie. Así que nunca pedí que quitaran en lo que trabajé con las demás. Así que el problema que yo tengo no es "ese es mi trabajo" ni "esos videos me pertenecen" al contrario. Mi postuera es "NO LE PERTENECEN A NADIE Y TODAS TRABAJAMOS EN ELLOS"
Y cuando yo le pregunté si me estaba sacando, debo mencionar que esperó 24 hrs luego de sacarme para responder.
Ahora hablaré de qué significa el LIVEJOURNAL y el DAYLIMOTION
Me da risa porque en realidad fue idea de Haru quien, según sus propias palabras durante las llamadas telefónicas que hacíamos en el staff, dijo que le entraba la paranoia y que si algo llegaba a pasarle a la página de fb o de okru donde se sube el material del fansub, le gustaría tener un respaldo. (esto en la época que estaban denunciando y cerrando a muchas páginas) Entre todas le ofrecimos varias opciones y hasta hicimos votaciones de nuestras plataformas favoritas, les hice videos tutoriales para exponer las plataformas, cómo funcionaban y los subí al grupo de fb del staff en donde les expliqué el uso de todas y al final ganó una plataforma conocida como “LiveJournal” Les grabé varios tutoriales para que TOOOOODAS las del staff aprendieran, entraran y me ayudaran…pero nadie lo hizo. Y ¿quieren saber como cuántas éramos e el momento en que que hablábamos sobre el tema de hacer un bog de respaldo?
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Cualquier persona me pudo haber ayudado. Pero no. Hubo momentos en los que había como 20 o 30 personas en el staff con unas 5 o 10 activas unicamente.
Y que conste que YO SI tapé los nombres y correos de ellas porque yo no soy como LSDE, que quieren exponer a los demás.
Los tutoriales eran varios y no eran cortos:
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El livejournal, de haber visto la luz del día y de haber hecho su debut, como Haru lo había prometido, se habría visto asi:
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R.I.P. Livejournal de LSDE *comenta "amén" para que ningún livejournal más caiga en manos asesinas*
En ESTE post de facebook ella dice que obtuvieron el control de ese Livejournal, y así fue. Cuando acabé de trabajar vi las notificaciones en mi cel y el LJ ya no estaba. Vaya. Cuantas mentiras tan convenientemente acomodadas hay escritas allí. El post que dice estar firmado con "Staff" fue escrito por la misma persona que me sacó. Se nota que decidió publicar esas cosas para pedir ayuda.
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Este livejournal servía UNICAMENTE como directorio de la página, se había acordado que aun entrando al LJ, los fans tendrían que seguir siendo amigos en okru para poder ver los videos. Era una guia para el staff y los fans y que todo estuviera acomodado y respaldado en categorías y post. Al inicio dijo qu el LJ sería otro filtro, pero como era muy complicado, se quedó como directorio con links, imágenes, etiquetas y seccion de comentarios. Si alguna vez me hubiera escuchado, habría sabido que era en vano borrar toooodo el blog... De SU PROPIO FANSUB QUE ELLA MISMA ME PIDIÓ QUE HICIERA.
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"Pocos o nulos avances"? dice en aquel post. Eso demuestra que nunca entró al blog pues ya estaba terminado. Solo que nunca se lo quiso mostrar a nadie. "Que no había trabajado nada" Claro, en "nada" que a ella le fuera conveniente o le importase.
Estaban ya respaldados una entrada para cada post de las pelis, lo que había de los AD de mdzs,2ha, el concierto de theUntamed, los cap de MDZQ, donghuas de HOB, SAVE, MDZS JP,FTYX drama de Wang Yibo, etc todo lo que ya han visto que está en orku.
Yo le pregunté a ella qué harían con el canal y blog en el cual yo había estado trabajando tanto durante meses y no obtuve respuesta. No me hice pasar por nadie, no sé de dónde salió esa idea, pues en ningún lado puse ni afirmé que yo fuera esa página. Ese logo lo había puesto la misma Mary y así se había quedado en el Livejournal por meses. Tampoco nunca dije que "yo soy LSDE" sólo me di cuenta que se apropiaron y borraron el blog.
Y no, en el post de fb dice que robé y suplanté, pero no hay trabajos de otras páginas allí. Solo 1 video. UN VIDEO que me gustó de fb al de wuji creo lol. Y en un 2do post, ella aprovecha eso pa decir que soy algo así como una amenaza para otros fansub... Wey…like…¿existen otros fansubs? ¿Y así de neuróticos como el tuyo?
Pero tooodo lo demás de ese canal, son videos del fansub de LSDE Qué triste que no reconozca sus propios proyectos. Jaja y ella no me agradeció un carajo. La confianza rota aquí fue de Mary(Haru) hacia mí jaja, no al revés. Y ella lo sabe. Este es sólo el resultado. No comprometo la identidad de nadie ni suplanto nada.
Y he aquí el "infame" y pobrecito canal de DAYLIMOTION el cual, de nuevo, la misma Haru me pidió que hiciera en un inicio para subir los donghuas de HOB y SAVE.
De lo UNICO que me declaro CULPABLE es que yo subo el audiodrama en el canal de Daylimotion, canal que la MISMA Mary me pidió que hiciera. Y hasta le enseñé a usarlo y le presté mi cuenta y contraseña, que jamás usó. Luego quité la contraseña Y subía los videos restantes del AD cuando me acordaba, eh, porque yo si tengo cosas que hacer, clases, amigos, fiestas, trabajo real y bueno, una vida.
No me la paso subiendo videos como otras personas sin nada mejor qué hacer. Tiene mucho pues ni se había dado cuenta. ¿Para qué hacer drama ahora? Cómo vi que estaban armando bardo dije "pues los termino de subir para que tenga un buen motivo pa enojarse" y ya.
Y NOPE , ninguna persona le va a echar la bronca ni meterá a nadie en problemas, porque el discord que da los audiodramas en chino y en japonés con los extras COMPLETOS Y GRATIS y en descargas en MEGA al cual puede entrar tooooodo el mundo para bajarlos y tenerlos.
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Solo pide que no resuban los links de los videos que ellos dejaron, pero nunca dice que no permita traducciones a otros idiomas. De hecho si da permiso para traducir a otros idiomas. Y no amenaza con poner mil millones filtros o desaparecer. Siempre está allí. De hecho, ellos saben que en YouTube hay otra persona que hace el audiodrama al español AQUÍ (a quien por cierto Haru nos dijo al STAFF que fueramos a echarle bardo a su canal). Cuando esta persona apenas comenzaba a subir sus videyitos Y NO tenía relacion alguna con el fansub de LSDE pero a Haru no le gustaba que alguien más lo tuviera y para el alcance de tooodos los fans, sin miles de filtros tontos ni condiciones. Ella nunca quiso poner los videos del AudioDrama en un propio canal para youtube para el fansub porque estaba súper segurísima de que los iban a quitar por copyright...pero como pueden ver, esa otra persona lleva MESES con su canal en youtube Y NADIE le ha dicho, ni hecho, ni acusado de absolutamente NADA . Así de tóxicas les gusta ser a LSDE. A los del discord no les causa conflicto porque no usa sus subs o sus imágenes ni sus mismos videos (es decir que cualquiera de nosotros puede descargar estos videos y usar solo el audio y otras imágenes/ videos para hacer otras traducciones)
El post de fb dice que "no lo consuman" el canal de Daylimotion como si fuera un producto por el cual se les va a cobrar. Jaja literalmente está allí afuera para el disfrute de todos y no necesito autorización para subir a internet algo que ella misma ha tomado de alguien más (las imágenes, videos, audios y traducciones al inglés).
Dicho de otra forma: El Audio Drama de MDZS es ese "algo" que le hacía sentir que hacía algo único y que nadie más poseía. Aquel proyecto que todas amábamos, nos peléabamos por él para participar, pero temíamos y llegábamos a odiar porque era terriblemente extenuante. Ella nos presionaba peor que un director de tesis. Como si le debiéramos nuestro tiempo y energía y tuviéramos una responsabilidad inquebrantable para entregar algo en una fecha exacta. Tener que traducir bien, adaptar y escribir con buena ortografía y puntuación un audio de como 30 min que contiene como 10 mil palabras, y hacerlo cada semana, o cada 15 días no es tan fácil y placentero. Una termina con dolores de muñeca, cuello, ojos, espalda, trasero, calambres, etc. Y ella se jactaba con orgullo y recelo del proyecto a pesar de que, de entre todo el equipo, ella era quien muchas veces, menos aportaba la mayor parte del tiempo. Solo copyp-pasteaba la tradu (que alguien más hacía) en los tiempos (q alguien más hacía) y le daba click al botón de "encode" en su lap. Y eso ella misma nos lo decía. Solo en los caps que ya nadie tomaba, ella tmb hacía traducciones y lo demás.
El que yo haya puesto estos videos para todo público le molestó al grado de tener que hacer un par de publicaciones para quejarse, en una página con actividad casi nula ya. Yo sé que me deben estar agradeciendo desde el fondo de su corazón porque su página no había tenido actividad desde hace tanto tiempo ya. De nada <3
A ella le gustaba siempre armar bardo entre todas y en la página cada vez que creía que alguien resubía el audiodrama. Y siempre fueron falsas alarmas que ella ya bien sabía que lo eran pero le gustaba ese juego de “pedro y el lobo” amenazando con “si resuben el contenido nunca más lo volverán a ver”
Y como resultado siempre ponía a las demás a borrar miembros, a buscar grupos y cuentas y a trabajar extra haciendo listas y listas nuevas de miembros en el grupo a cada rato y poniendo más filtros. Bueno, esta vez es real. Le cumplí su anhelado deseo de ser "robada". Como dicen "Ladrón que roba Ladrón"...
Nadie podía probar nada de esto. No podía ir con alguien q decirle "ay, mataron al Lj"
Porque casi todas las personas que supieron en lo que yo estaba trabajando, ya no están dentro de la página. Las sacó o ya dejaron el fansub y honestamente no creo que les interese aunque estén allí, ya que nunca dijeron algo antes, ni ayudaron, aunque no puedo hablar por ellas. Solo por mí.
Sobre el canal de Daylimotion y el Livejournal, nadie sabía nada. Pues a las nuevas del staff, nunca les contó ni las volvió parte de la creación del respaldo para que me ayudaran, ni mucho menos compartió en la página esa información con los seguidores de la página desde antes.
A nadie nunca le interesó.
Hasta ahora.
El canal estaba abierto al público desde hace ya tiempo sin mayor problema.
Pensé que nunca llegaría a verlo nadie porque ese canal, precisamente era la existencia que ella más evitaba reconocer.
Qué ironía~ qué ironía ~ que técnicamente las cosas por las cuales ella me acusaba de haber "robado". Nunca existieron a los ojos del mundo y si las mostraba, estaría guiándolos al lugar, del cual quería apartar la mirada propia y de todos los demas.
Me pidieron hacer un LJ, al cual jamás le pusiso ni interés, ni cuidado ni atencion. A pesar de todas las horas que le dediqué a cada entrada, orden, y diseño, yo, y la otra única persona que me quiso ayudar por poco tiempo para intentar continuar ese desmadre que encomendo Haru. Le metí muchas horas de trabajo para que al final no les dieran ni la más mínima importancia y todo fuera en vano.
Que hasta ahora, muucho tiempo después, se atrevan a hablar del Dayli/LJ es ridículo.
Cada vez que yo preguntaba sobre qué pasaría con el LJ y el canal Haru solo ignoraba, cambiaba, evadía el tema, daba largas, o excusas.
Nunca los quiso presentar ante el staff, las seguidoras de la página ni entraba para administrarlos sitios también. Todo me lo dejó mi y no tenía intención alguna de agradecer, valorar ni mostrar aquello en lo que yo trabajaba continuamente.
Aun si yo no estaba traduciendo o revisando, estaba respaldando posts y las entradas tomaban tiempo en hacerse pero eso no lo saben porque nunca entraron a crear ni a revisar nada. "Esa cuenta se hizo para la página" dice. Pues no lo parece. Nunca lo pareció ni lo fue.
Así que sigan ignorando la existencia de ese canal como siempre y ya sigan con sus vidas.
No hice nada que no haya estado haciendo ya LSDE: simplemente compartiendo contenido de alguien más, en plataformas. A diferencia de ustedes, no estoy mandando gente a atacar a otros, ni leventando falsos, solo hablo por lo que me tocó vivir allí.
Qué descaro el tuyo, venir a decirme que "no tengo permiso" Haru.
Si insistes en que "son de la página", entonces tanto tú cómo yo y muchas chicas más, le metimos tiempo, trabajo y esfuerzo a esos videos, así que con esa lógica, podríamos decir que todo eso nos pertenece a cada una de nosotras, cada traducción, revisión, corrección,tiempo, estilo, edición y demás, que tomaron horas de dedicación de todas. Y también son videos de todas las fans una vez que china los lanza al mercado. Son de todos aquellos que los quieran ver.
Aunque la respuesta, a pesar de que vivas en la negación, es que; hacer fansub no vuelve dueños a nadie de nada, de ningún material, ni a ti, ni a mí, ni a nadie. Hacer fansub siempre ha sido lo último en la cadena del material del fandom.
Porque no es ni la creación original de una obra ni es inspirarse o basarse en la obra original para hacer más arte o mercancía. Es meramente traducción y difusión. Una difusión que le niegas a todos.
O que acaso, si me pongo a subtitular videos de kpop, jpop, peliculas y animes, les pongo marca de agua, ¿les puedo decir a todo el mundo que me pertenecen y tengo derecho sobre ellos solo por ponerles subs? No.
Claro, es "privado" únicamente para quienes compraron el CD drama original. ¿Lo compraste tú con tu dinero? ¿Lo tradujiste directamente del chino con tus conocimientos sin una lengua intermediaria? ¿Tienes todos los permisos Y derechos de autor? ¿Eres MXTX? ¿Eres Tencent? ¿Eres MaoErFM? ¿los actores, directores o diseñadores? Ni tú ni ninguna otra fan son dueños de estos videos.
Y aunque hayan comprado los discos aparte, para apoyar, lo que utilizaron para ESTOS videos, no fueron sus discos, si no los audios, videos y traducciones que todos bajamos del discord. ¡Lo sé porque estaban todos en la carpeta compartida del drive a la que todas teníamos acceso! Allí subias las cosas, tomábamos el video en inglés del discord y hacíamos la tradu al español y un video aparte para juntarlo.
Lo que haces es tan ilegal como lo que hace cualquiera. Solo los pusiste en okru como "privado" en tu lista de amigos, de una forma elitista y excluyente para que quienes quisieran verlos, pudieran únicamente bajo tus condiciones, las cuales inventabas y cambiabas a cada rato.
Yo lo pongo en Daylimotion en público para todas las personas que lo quieran ver. Y ya. En discord han estado las descargas desde hace mucho para todos los que lo quieran bajar en inglés gratis.
Fin de PT2
Cont en PT3
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lovegintoke · 3 years
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Ashita Kuru Hi- O Dia Que Está Para Vir
Haru ni saku hana Natsu hirogaru sora yo Kokoro no naka ni Kizamarete kirameku Asa ni furu ame Mado o tozasu hi ni mo Mune ni afureru Hikari wa kumo no ue
As flores que florescem na primavera, se espalham pelo céu de verão Dentro do meu coração, elas estão gravadas e brilhando A chuva cai de manhã, mesmo nos dias em que eu fecho minhas janelas Transbordando dentro do meu peito, está a luz que vem acima das nuvens
Yorokobi kanashimi subete idaite aruiteru Watashi no te to kimi no te o tsuyoku tsunagu mono
Alegrias e tristezas, eu abraço todas elas e continuo a caminhar A minha mão e a sua mão, estão segurando uma a outra bem forte
Aki wa mizube ni Fuyu kotsue ni hisomu Sekai no oku no Kagiri nai yasashisa Yoru ga kuru tabi Inori wo sasage you Ashita kuru hi wo Shizuka ni mukae you
O outono está a margem do lago, o inverno está escondido na ponta dos galhos Existe uma gentileza infinita nas profundezas deste mundo Quando a noite vier, eu farei uma prece para ele Quando o amanhã que está vindo a chegar, quero recebe-lo em paz
Watashi wo michibiku tooi tooi yobikoeyo Hohoemu youni utau youni hibiku kaze no oto Yorokobi kanashimi subete idaite aruiteru Watashi no te to kimi no te wo Tsuyoku tsunagu mono..
Uma voz me chamando de tão, tão longe me guia Como se sorrisse, como se cantasse, o som ecoante do vento Alegrias e tristezas, eu abraço todas elas e continuo a caminhar A minha mão e a sua mão Estão segurando uma a outra, bem forte...
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thespotkids · 5 years
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aquele lá? ah, é o ryu yongsun, sempre está por aqui. ele é pianista e vocalista do lines of time warp. fiquei sabendo que tem 22 anos, não parece. todo mundo diz que ele é igualzinho kim jongin (kai) mas eu não sei de onde veio isso, bem nada a ver. se quiser puxar um papo, vai com tudo, mas cuidado que ele é intenso e teimoso, mas calma, também é determinado e acolhedor. vem ver ele tocar algum dia, você vai gostar.
twitter: @rycngsun
headcanons.
yongsun nasceu em uma boa família — ao menos, assim parecia para qualquer um que os observasse. entretanto, a verdade era muito mais obscura. as traições por parte de seu pai eram frequentes, enquanto sua mãe era forçada a submeter-se. apesar do talento incrível da mulher, esta era obrigada a permanecer em casa, como um troféu. foi graças a iseul que o primogênito nascera com o dom da música e, apenas por ela, yongsun desenvolveu tal talento.
apesar da vida de aparências ser cansativa, viver num regime de medo era ainda pior. entretanto, a situação apenas tornou-se insuportável após o nascimento da caçula, haneul. o pai, antes somente psicologica e verbalmente abusivo, começara a descontar sua raiva sobre todos que moravam sob aquele mesmo teto.
sem nenhum centavo no bolso, os três fugiram em uma madrugada, abandonando aquela gaiola dourada em que viviam. apenas com dezesseis anos, yongsun começou a trabalhar como professor de música, ajudando a mãe a cuidar da casa e das despesas. os tempos eram difíceis, mas yongsun recusava-se a ceder à amargura.
seu amor pela música serviu como um guia, um norteador. não podia cursar uma faculdade (até conseguiria uma bolsa, caso quisesse, mas o preço continuaria a ser alto demais) e, portanto, decidiu jogar-se de cabeça na sua paixão, ainda que precisasse fazer diversos bicos para acumular um dinheiro no final do mês.
tem crenças deveras místicas, e é conhecido por alguns hábitos excêntricos. apesar de tudo, também é muito gentil, possuindo uma aura acolhedora.
como veio parar na banda?
a banda foi mera consequência — yongsun gosta de dizer que foi “trabalho do destino”. seu trabalho como professor de música proporcionou que adentrasse naquele meio e, após apresentar-se em alguns festivais, conheceu os demais integrantes do lines. assim que teve a oportunidade, inseriu-se na banda. deste modo, uniu o útil ao agradável: consegue alguma renda extra e, ao mesmo tempo, pode fazer o que ama com maior frequência. os colegas da banda são como extensão de sua família para si, e yongsun os ama profundamente (assim como iseul e haru, sua irmã mais nova).
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diario-secreto-bjd · 7 years
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* BJD recursos: Información y Base de Datos: Actualización 2017
* BJD resources: Information and Database: Update 2017
Nuestro Grupo en Facebook -- (Spanish only)
La verdad sobre el cyberbullying en grupos de dolls Argentinos: -- (Spanish only)
If you are new in this hobby – Guía Express para novatos. (Español/Spanish) e (Ingles/English)
Medidas Comunes de BJD: (Guía Explicativa de nombres y escalas) -- (Spanish only)
¿Son ‘Dollfies’ o ‘BJDs’? : Diferencias explicadas para sacarse la duda. -- (spanish only)
Guía Express de siglas u abreviaciones – sus significados en el hobby, medidas y tipos de dolls. (Español/Spanish)
Casas baratas de BJDs: -- las marcas de BJDs mas económicas - (Spanish only)
ResinSoul, a Good Option – Review about RS / Nota sobre la casa ResinSoul (famosa por sus bajos precios en BJDs originales)
List of Companies – General listing of some companies / Lista general de Compañías.
List of companies – By alphabetic order / Lista de Compañías de la A-Z.
Tiendas de Accesorios para Muñecas y BJDs: (Pelucas, Ropa, Ojos, Calzado y otros accesorios) - (Spanish only)
* Argentina Only – Como lidiar con Aduanas (2015) - En español. -- ACTUALIZADO a Agosto 2016.
Info sobre el sistema de compras al exterior [Argentina AFIP 2017]: -- (Spanish only)
Importadores de BJDs y dolls de afuera hacia Argentina: -- (Spanish only)
How to Order a recast from S/L – Express Tutorial. (Ingles/English)
Translations that can help – How to Translate: English/Chinese. (Ingles/English)
Vendedores de Recast en Aliexpress: - nombres, calidad, confiabilidad. -- (Spanish only)
Facups made by recasters – Maquillajes realizados por Recasters
BJD clothing – Some stores on Taobao / Ropa de BJD Tiendas de Taobao.
Castaways Forum – ALL doll friendly / Foro amigable a TODAS las muñecas, incluyendo Recast y Originales.
Recast BJD Haven Forum – ALL doll friendly / / Foro amigable a TODAS las muñecas, incluyendo Recast y Originales.
Recast Sanctuary Forum – ALL doll friendly / / Foro amigable a TODAS las muñecas, incluyendo Recast y Originales.
Recast Masterlist – General info / Lista Maestra de todos los Recast-Copias disponibles y sus vendedores. **NOTE, due to the Haven being temporarily out we have to include a direct link Recast Master List V2 (spreadsheet, viewable in browser)
BJD collectacy – Bjd news / Noticias y Novedades de BJDs.
Movies with dolls – A list of films to remember / Listado de películas con muñecas.
Where Angels Lie – Volks database / Base de datos sobre todo lo que sea de la fabrica VOLKS (“Super Dollfie”).
Dean-of-Angels Wiki – I do hate DoA, they’re bully-elitist-irrational people and it’s horrible place to be as a forum, but the Wiki it’s open for everyone so you might want to check for some extra info. No need to register.
Dean-of-Angels Wiki – Realmente no me cae bien DoA, es un foro lleno de abusivos elitistas irracionales y un horrendo lugar para estar si realmente amas este hobby, pero la Enciclopedia (solo en ingles) esta abierta a TODOS por si quieren verla para sacar info y medidas. No tienes necesidad de registrarte en el foro para verla.
BJD Measurement Comparison Spreadsheet – WIP - Listado de comparación para medidas de diferentes BJDs (formato “Spreadsheet”).
Comparison Heaven – WIP - Listado de comparación para medidas de diferentes BJDs.
- Instructions to use Comparison Heaven – WIP / Instrucciones de como usar el “Comparison Heaven”.
- How to save pics for further reference – WIP / Como guardar a tu PC fotos del “Comparison Heaven”.
* Tumblrs - Noticias:
BJD~Collectasy -- BJD News all the time - Noticias Online sobre BJDs (en ingles) / (english only)
Doll Tutorials – All dolls - Tutorials by request / Guías a pedido.
BJD Memes – Jokes and memes for BJDs / Bromas y memes.
Haru Co. – Resin Casting Service / Servicio de casteo en resina para cuando haces tu propia doll.
Tiny Feet – Online magazine / Revista Online.
BJD Yellow Pages – Beware they are ANTI recast / Cuidado, son Anti Recast, o sea son “anti-copias”.
* Videos: tutorials y mas…
1 Que es un BJD o Dollfie - ‘ExodoY2K‘ – En Español (Spanish)
2 Que es un BJD o Dollfie - ‘Punt.2‘ – En Español (Spanish)
3 Que es un BJD o Dollfie - ‘Isartdolls‘ – En Español (Spanish)
4 Que es un BJD o Dollfie - ‘ExpoManga 2010‘ – En Español (Spanish)
5 Que es un BJD o Dollfie - ‘reManga 2010‘ – En Español (Spanish)
6 Que es un BJD o Dollfie - ‘Dollmanía‘ – En Español (Spanish)
7 Historia de como comenzaron los BJD - ‘Isartdolls‘ – En Español (Spanish)
What is a BJD Doll? (Short Documentary) – Que son los BJDs (Documental Corto). (Ingles/English)
Super Dollfie on ‘Japanorama’ – Que son los SuperDollfie de Volks. (Ingles/English)
BEGIN Japanology - Japanese Dolls 日本人形 – Especial de muñecas Japonesas y su historia/tradiciones. (Ingles/English)
Los precios de los BJDs – En Español (Spanish)
Se puede vivir el hobby con poco presupuesto? – En Español (Spanish)
Desmontar y montar un BJD - (Basico) – En Español (Spanish)
Gluing y Retensado (Restringing) -- (Ingles/English)
Faceup Supplies for Beginners – Elementos para principiantes en maquillajes (Ingles/English)
How to keep a sharp pencil point – Como mantener afilados los lapices para hacer maquillaje (Ingles/English)
How to seal during cold/humid days – Como aplicar spray sellador sin ningun problema en dias frios/humedos (Ingles/English)
BJD Faceup Tutorial - Cute (Basico) – Como pintarle la cara aun BJD #1
BJD Faceup Tutorial - Adult (Basico) – Como pintarle la cara aun BJD #2
BJD Faceup Tutorial - Scar (Basico) – Como pintarle la cara aun BJD #3
Faceup on a HUJOO head – Maquillaje en un cabeza de HUJOO
Hujoo Dana Face up tutorial – Como maquillarle la cara a una HUJOO Dana
Faceup process (time-lapse) – Proceso de Maquillaje (camara rapida)
How to apply eyelashes to a BJD – Como aplicarle las pestañas a un BJD (Ingles/English)
How to attach doll’s eyes – Como colocar los ojos en un BJD (Ingles/English)
How to make BJD Eyes – Como hacer ojos para tu BJD. (Ingles/English)
How to make eyes for a BJD – Como hacer ojos para un BJD (Ingles/English)
DIY: "Faux Resin" eyes for BJD and Dollfie Dream -- ojos tipo anime, como hacerlos - (English only)
How to make doll eyes – Como hacer ojos para dolls (Ruso/Russian)
What wig size will fit my doll? – Que tamaño de peluca le va a mi doll? (Ingles/English)
How to Style Faux Fur Wig for BJD – Como peinar y modificar pelucas de Fur. (Ingles/English)
Wig Making: dyeing alpaca hair – Haciendo pelucas: cambiando el color del pelo a “arcoiris” (en pelucas naturales de piel de Alpaca) (Ingles/English)
How to Straighten dolls Hair – Como hacerle el pelo “lacio” a una doll (Ingles/English)
BJD comparison with big Monster High line – Comparacion entre un BJD y una Monster High de las mas grandes. (Ingles/English)
BJD Video-Tutorial ‘How to Wire Jointed Hands‘ – Como poner alambres en las manos articuladas de los BJDs para que posen mejor en las fotos. (Ingles/English)
BJD Video-Tutorial ‘How to make easy glasses‘ – Como hacer anteojos facilmente para tu BJD. (Ingles/English)
How to make a BJD head (Time Lapse) – Cómo hacer una cabeza de BJD en camara rapida (Español/Spanish)
BJD Video-Tutorial ‘Silicone & Resin casting‘ – Como hacer un molde de silicona (basico) y articulos en resina. (Ingles/English)
BJD Video-Tutorial ‘How To Pierce Ears On A BJD‘ – Como perforar las orejas de un BJD para ponerle joyeria. (Ingles/English)
How to do human ears from Elf ears -- Orejas de Elfo a orejas Humanas. (Ingles/English)
How to make a Book for BJD -- Como hacer un Libro para nuestro BJD. (Ingles/English)
How to make an I-Phone for BJD -- I-Phone para BJD. (Ingles/English)
Band-Aids for BJDs -- "Curitas" para BJDs. (Ingles/English)
Winter accesories for BJD -- Accesorios de Invivierno. (Ingles/English)
How to adjust human clothing to BJD size -- Como pasar moldes de ropa para humanos a escala BJD. (Ingles/English)
Sandals for BJD -- Sandalias / Ojotas para BJD. (Ingles/English)
* Tutorials Generales: guias y cosas para saber…
How to Lighten a Yellowed Resin – Como quitar el amarillo de la resina vieja y volverla a su color original. (Español/Spanish) e (Ingles/English)
Como quitar una mancha difícil de mi muñeca? – (Español/Spanish)
How to make BJD wigs – Como hacer pelucas para tu BJD. (Ingles/English)
BJD Modification: Non-permanent Gouge Piercing – Como ponerle un piercing o “aro” a la oreja de tu BJD. (Ingles/English)
BJD Hands - How to sculpt them – Como esculpir manos de BJD. (Ingles/English)
How to sculpt theeth for a BJD -- Como hacer "dientes" para BJDs. (Ingles/English)
How to open a BJD mouth to insert teeth -- Como abrirle la boca a un BJD para colocar dientes. (Ingles/English)
How to make a baby doll with a loose head – Como hacer un ‘bebe’ con una cabeza suelta de BJD. (Ingles/English)
How does old “yellow” resin looks – Asi se ve la resina amarilleada cuando es vieja y la expones a la luz (fotos de referencia)
MOLDE / PATTERN - (ropa) - BJD Tutorial for big dolls - How to make  sweatshirts (pattern) – Moldes para hacerles ‘sudaderas con capucha’ (ropa) a BJDs grandes. (Ingles/English)
MOLDE / PATTERN - (ropa) - BJD Tutorial - How to make  circular dress – Guia para hacerles ‘vestidos cierculares’ (ropa) a BJDs. (Ingles/English)
MOLDE / PATTERN - (ropa) - "pantimedias” / ”Tights”  - (Ingles/English)
MOLDE / PATTERN - (ropa) - "Vestido de Dama Medieval” / “Medieval Maiden Dress” - (Ingles/English)
MOLDE / PATTERN - (ropa) - "Vestido de fiesta del 1900's RETRO” / “Retro Reboot 1900 Party Dress” - (Ingles/English)
MOLDE / PATTERN - (ropa) - "Vestido de novia Victoriano” / “Victorian Wedding Dress” - (Ingles/English)
MOLDE / PATTERN - (ropa) - "Wa Lolita Yukata” / “Wa Lolita Yukata” - (Ingles/English)
* Datos Extra / Extra Data: Sociales y mas…
* Things you need to know about me: What do I think about Recast – Cosas que tienes que saber de mi: Cual es mi opinion sobre el tema de las copias o Recast. (Español/Spanish) e (Ingles/English)
Nuestro Grupo en Facebook -- (Spanish only)
La verdad sobre el cyberbullying en grupos de dolls Argentinos: -- (Spanish only)
Cosas que tenés que saber sobre las Pullips (para comprar y que no te estafen): -- (Spanish only)
What is a “dollkin”? – Que es un “Dollkin” o persona que se considera un “kin”. (Español/Spanish) e (Ingles/English)
Pediophobia: “miedo a las muñecas”. – Que es?, Existe..? (Español/Spanish) e (Ingles/English)
ResinRose BJD Expo Scandal – Escandalo social contra las copias en USA en la convencion “Resin Rose” / Que fue lo que paso..? (Español/Spanish) e (Ingles/English)
Fabricas legitimas baratas y BJDs considerados “off-topic” - El odio, ¿fué real? -- (Spanish only) 
La muerte de los gigantes - D.O.D. 2003/2016 -- (Spanish only)
El curioso caso del muñeco limitado que volvió a la venta una década después… -- (Spanish only)
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Si tienes alguna pregunta puedes hacerla aquí: http://diario-secreto-bjd.tumblr.com/ask
If you have any question for me you can use: http://diario-secreto-bjd.tumblr.com/ask
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haruthinks · 1 year
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(descrição de imagem: retângulo azul claro tendo nas bordas duas formas geométricas arredondadas em um azul levemente mais escuro para decoração. uma foto de um óculos fechado com a escrita "haruthinks" embaixo indicando o autor do post. em seguida, o título da série "guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão", seguido de uma linha para separar o texto do indicador da parte "parte 4: bengalas, cães guia e O&M (orientação e mobilidade). fim da descrição de imagem).
guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão parte 4: bengalas, cães guia e O&M (orientação e mobilidade).
opa, aqui estou eu para a parte 4 da tradução desse guia escrito originalmente (em inglês) por mimzy cujo blog você pode acessar clicando aqui. já postei as 3 primeiras partes no meu blog, mas se esse post é o primeiro que você vê da série, você pode encontrar os outros 3 aqui:
parte 1: construção de personagem (link)
parte 2: escolha de narrativa, descrições visuais e verbais e interações sociais (link)
parte 3: clichês para evitar (link)
mimzy é uma pessoa com deficiência visual que está escrevendo seu próprio livro de fantasia, e ao decorrer de sua jornada na escrita já escreveu dois personagens cegos.
segue os famosos disclaimers: eu não sou uma pessoa cega e nenhuma das experiências trazidas nesse guia são minhas. esse post se trata de uma tradução de um guia escrito por uma pessoa cega. acho que esse tópico é de extrema importância, não apenas para aprender a como escrever personagens cegos de uma forma mais coerente e respeitosa, como apenas para saber mais sobre. digo aqui também que fiz essa tradução da forma mais fiel possível, mas caso haja algum termo incorreto, por favor, fale comigo! sem mais delongas, vamos a parte 4!
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a partir daqui começa a tradução. o guia foi escrito em primeira pessoa por se tratar muito das vivências pessoais de mimzy, então irei traduzir em primeira pessoa também. retorno a dizer que NÃO SÃO minhas experiências.
o que é orientação e mobilidade (o&m)
orientação e mobilidade (ou o&m) é a habilidade de entender e navegar pelo mundo com segurança e confiança, tendo perda de visão.
irei citar a definição do vision aware (portal online e gratuito que informa pacientes, parentes próximos e mais sobre possíveis tratamentos, além de mais informações).
orientação: se refere à habilidade de saber onde você está e para onde você quer ir. seja andando de um cômodo para o outro, andando no centro da cidade ou no shopping.
mobilidade: se refere à habilidade de se deslocar com segurança e eficiência de um lugar para o outro. exemplo: conseguir andar pela rua sem tropeçar ou cair em degraus de escada e mudanças de piso, como atravessar ruas e usar transporte público de maneira segura.
o&m pode envolver:
✓ aprender a como usar uma bengala e qual seria a mais adequada para você.
✓ se deslocar com segurança entre obstáculos utilizando sua bengala. isso inclui escadas, rampas, elevadores, calçadas irregulares e curvas, e também como andar entre uma multidão e entre móveis/mobília.
✓ aprender estratégias seguras para atravessar a rua.
✓ planejar rotas para destinos, sejam eles novos ou recorrentes.
✓ usar tecnologia como gps e aplicativos como uber.
✓ acessar o transporte público de maneira segura.
✓ como pedir ajuda quando preciso.
✓ como lidar com guias que enxergam (humanos).
um adendo a comunidade cega e seu relacionamento com bengalas
A Escola para Cegos Perkins (ou Perkins School for the Blind, uma renomada instituição estadunidense voltada para a educação de jovens e crianças com deficiência visual) estima que apenas 2 a 8% da comunidade cega conta com a bengala para se locomover. o resto depende na visão restante, cães guias e guias que enxergam. porém, estima-se que apenas 2% da comunidade cega se apoia em cães guias. e para conseguir um cão guia, a pessoa precisa passar pelas aulas de o&m e usar a bengala por 6 meses antes de poder se inscrever para ter um cão guia.
notas da tradutora: pesquisei como se dá esse processo no brasil e é bem similar, porém aparentemente não precisamos da etapa de utilizar a bengala por 6 meses. mas sim, é preciso realizar o treinamento de o&m, ter mais de 18 anos, ter condições financeiras e psicológicas para cuidar de um cachorro, e mais. você pode ler um pouco mais nesse portal oftalmológico aqui.
isso significa que 90% da comunidade cega não utiliza bengalas. eu não sabia desse dado até começar a pesquisar para esse guia, e esse número me assustou. sério, mesmo que eu já tenha me locomovido sem a bengala antes, eu não consigo imaginar voltar a não usar. mesmo que eu só precise da bengala em alguns momentos, eu não consigo não usar nas situações que eu realmente preciso. ter uma bengala facilitou muito a minha vida, além de deixá-la mais segura também.
eu não sei a que atribuir esses números. talvez aos conceitos de deficiência visível x invisível, capacitismo internalizado, ou o sentimento de "não ser cego o suficiente" para usar uma bengala. além de tudo, a acessibilidade e informação para a comunidade cega saber mais sobre, e também onde comprar uma.
como se aprende o&m? como meu personagem vai aprender?
seu personagem vai ter que encontrar um instrutor de orientação e mobilidade que vai ensiná-lo as habilidades pessoalmente. o instrutor de o&m é um adulto que enxerga e que possui um diploma de bacharel na área, além de passar pelo treinamento de o&m estando vendado, que geralmente possui um requerimento mínimo de horas para conseguir o certificado de instrutor (um programa exige 400 horas de treino de o&m vendado antes de conseguir a licença).
esse é o processo para se tornar um instrutor nos estados unidos, em outros países isso pode variar.
notas da tradutora: pesquisei sobre o processo de se tornar instrutor de o&m no brasil e devo dizer que não achei muita coisa. mas, pelo que eu vi, aparentemente o curso não precisa ser superior para conseguir a licença. posso estar errada, caso você saiba mais informações, favor comentar que eu insiro aqui!
para encontrar um instrutor de o&m, seu personagem precisa entrar em contato com uma escola, fundação ou instituto para cegos. é possível encontrar a instituição mais perto de você através de:
✓ pesquisas no google;
✓ indicação de um oftalmologista;
✓ ajuda de um assistente social;
✓ a escola/universidade pode tentar entrar em contato com alguma instituição por você.
infelizmente, não há uma abundância de escolas e fundações por aí, então a mais próxima do seu personagem pode ser bem longe. a mais perto da minha casa fica a 45 minutos de carro, para algumas pessoas pode ser até horas de viagem.
mas isso é, novamente, a minha experiência nos estados unidos. leve em consideração que é um país muito grande e tem um espaço maior entre uma cidade e outra. então uma viagem de 4 a 6 horas pode não significar muita coisa aqui (por mais que seja bem inconveniente para uma pessoa cega que não pode dirigir), mas em outros países, uma viagem de 6 horas pode significar cruzar várias fronteiras, além de que podem ter outros tipos de programas sociais.
notas da tradutora: esse último parágrafo se trata da experiência pessoal de mimzy, não minha. já disse antes, mas não custa repetir.
não existe um banco de dados completo com todas as escolas para cegos disponíveis, nem um site com todas as opções de locais possíveis. por exemplo, a escola que eu fui não estava listada na maioria dos sites que eu encontrei, mesmo que tenha 7 filiais em diferentes lugares.
isso é mais um desabafo sobre como é difícil encontrar serviços para pessoas com deficiência, tem pouquíssimos recursos que sejam acessíveis por aí. se você me perguntar, eu diria que já passou da hora de ser mais fácil entrar em contato com sua comunidade cega local. serviços de acessibilidade deveriam estar disponíveis de forma bem mais fácil e simples.
se a sua história se passa em um lugar real, então pesquise por "escola para cegos (cidade/estado/país)" e você deve encontrar alguma que seja na área.
o que uma escola para cegos pode dar ao seu personagem?
bem, além de ajudar o seu personagem a se conectar com um instrutor de o&m, uma escola para cegos pode oferecer outras aulas de reabilitação e também acesso a outros recursos. essas aulas de reabilitação podem incluir:
✓ aprender a escrever/ler em braile e também usar máquinas de braile;
✓ aulas de tecnologia com leitores de tela, lupas e etc no seu computador e celular (na minha escola há cursos separados para android, ios, etc);
✓ habilidades de independência (cozinhar, limpar, organizar, planejar compras de alimentos e medicações);
✓ cuidado próprio (dança, arte, música, defesa pessoal).
recursos adicionais nessas escolas podem incluir:
✓ encaminhamento para receber ajuda para lidar com a perda da visão;
✓ acesso a biblioteca de audiobooks e livros em braile;
✓ acesso a dispositivos para ampliação (como lupas) e máquinas de braile (tipo uma máquina de escrever, só que em braile).
algumas escolas oferecem um tipo de ensino fundamental e médio, onde as crianças e adolescentes cegos iriam aprender ao invés de uma escola comum.
algumas escolas também possuem alojamentos onde os estudantes podem ficar enquanto estão fazendo os cursos de reabilitação, especialmente se a perda de visão for repentina e severa. nesse caso, eles moram no campus e vão para as aulas. outras escolas vão oferecer apenas aulas, então seu personagem teria que encontrar um transporte para todas as visitas. várias escolas também possuem especialistas em reabilitação ou instrutores de o&m que podem visitar o aluno em casa.
minha escola tinha as duas últimas opções, aulas presenciais ou o instrutor iria de encontro ao aluno. como era uma viagem de 45 minutos de carro até lá e eu precisava que alguém me levasse sempre, eles mandavam um instrutor até a minha casa.
toda quarta de 15h ela dirigia até a minha casa para me dar aulas de como usar a bengala. essas aulas incluíam me levar para diferentes lugares para praticar certas habilidades (como usar escadas comuns e escadas rolantes no shopping, ou passar por um lugar movimentado, ir até um ponto de ônibus para aprender a pegar um de forma segura e a comunicação que eu deveria ter com o motorista para informar onde era minha parada.
ela também trazia vários tipos de bengala para que eu experimentasse e decidisse qual funcionava melhor pra mim.
os vários tipos de bengala
bengalas longas são utilizadas para tatear a área logo na frente do usuário enquanto ele anda. esse é o tipo de bengala que o público geral tem mais familiaridade. porém, há vários sub tipos de bengalas longas. elas também podem ser chamadas de bengala branca ou bengala de sondagem.
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(descrição de imagem: homem usando calça jeans andando na calçada com uma bengala branca e vermelha. fim da descrição de imagem).
"bengala branca" pode ser um termo impróprio por duas razões: primeiro, o conceito da bengala padrão para cegos pode ser diferente em alguns países. nos estados unidos, o padrão é uma bengala branca com a ponta vermelha. em uns países o padrão é a bengala toda branca e em outros países a bengala completamente branca pode significar que o usuário é cego, enquanto a bengala com a ponta vermelha significa que o usuário é surdo-cego.
a segunda razão é que algumas empresas como a ambutech permitem que os clientes customizem as cores de sua bengala. por exemplo: molly burke tem uma bengala rosa choque. a minha bengala branca tem uma ponta roxa. mas também podem haver bengalas completamente pretas, ou toda azul marinho, ou toda vermelha, etc. a ambutech também dá a opção para os clientes colocarem fita refletiva de cores neons nas bengalas para fazer com que elas sejam mais visíveis de noite.
"bengala de sondagem" não é um termo que eu já ouvi pessoalmente, mas é um termo utilizado pelo vision aware no site deles.
três tipos principais de bengalas longas
bengalas não dobráveis: uma bengala que não é dividida em seções, não pode ser dobrada ou desmontada.
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(descrição de imagem: homem de calça jeans com uma bengala não dobrável branca com o cabo vermelho. fim da descrição de imagem).
bengalas dobráveis: uma bengala que possui de 3 a 6 seções, dependendo do tamanho dela. quanto mais alta a bengala, mais seções ela terá. as seções são partes separadas que são feitas para serem unidas depois, elas são conectadas por uma espécie de corda elástica bem resistente.
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(descrição de imagem: uma bengala dobrável branca com a ponta amarela, com 5 seções. fim da descrição de imagem).
bengalas telescópicas: uma bengala onde as seções deslizam pra dentro uma das outras ao invés de serem dobradas, como um telescópio. a seção mais grossa é o cabo da bengala e a mais fina é a ponta.
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(descrição de imagem: três imagens, uma em cima da outra, de uma bengala telescópica azul. na primeira foto, a bengala está completamente retida. na segunda, as seções estão parcialmente pra fora. e na terceira, as seções estão completamente pra fora e a bengala está travada. fim da descrição de imagem).
além disso, também temos a bengala de identificação. a função dessa bengala é identificar o usuário como cego. não é utilizada da mesma forma que as bengalas longas são, pois ela não foi feita para tatear os próximos passos do usuário. porém, ela pode ser usada como uma bengala para apoio. por conta disso, ela é mais desejada pelos idosos, não apenas porque eles formam uma grande parte da comunidade cega, mas também porque seria benéfico uma bengala de apoio, assim também como uma bengala para identificá-lo como uma pessoa cega caso eles precisem de alguma assistência.
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(descrição de imagem: bengala de identificação com o cabo curvado. toda branca com uma ponta vermelha. fim da descrição de imagem).
observação: do que eu ouvi da comunidade cega, algumas pessoas preferem as bengalas sólidas/não dobráveis do que as telescópicas ou dobráveis. a razão para isso é que uma bengala não dobrável transfere vibrações melhor do que as outras duas. é dito que quanto mais seções uma bengala tem, menos precisas as vibrações serão.
alguns usuários de bengala se treinam para entender as vibrações da superfície que a bengala está tocando. isso diz a eles que tipo de superfície eles estão (madeira, concreto, mármore...), se tem algum objeto próximo à bengala, etc. pessoalmente, eu uso a bengala apenas para identificar a superfície que estou andando, ainda não tenho essa habilidade de o&m para conseguir identificar vibrações de objetos ou paredes próximas.
as vibrações da bengala são informações para somar aos outros sentidos sendo utilizados na locomoção.
partes da bengala: materiais, cabo, pontas, seções e elástico
material
os três materiais mais comuns são alumínio, fibra de carbono e fibra de vidro. cada material tem seus prós e contras.
a bengala ideal é leve e durável. ela precisa ser resistente o bastante para aguentar bater em algo sólido sem quebrar ou envergar.
✓ alumínio: é resistente e durável, porém pesado. se danificado, é mais provável que envergue do que quebre. uma curva pode ser endireitada, mas é preciso de uma força considerável.
✓ fibra de carbono: é leve e durável. é mais forte que fibra de vidro e, assim como o alumínio, é mais provável que envergue do que quebre.
✓ fibra de vidro: é leve, mas meio rígida. se quebrar, se estilhaça.
cabos e elásticos
enquanto algumas bengalas possuem materiais diferentes para o cabo (como plástico, madeira, cortiça...), o mais comum é um emborrachado preto com mais ou menos 25cm.
aqui está um exemplo de uma bengala com um cabo de madeira.
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(descrição de imagem: uma bengala dobrável com 4 seções, branca com uma ponta vermelha. possui também um cabo de madeira com um elástico preto ligado a ele. fim da descrição de imagem).
os benefícios do cabo de emborrachado preto é que é mais fácil de segurar, principalmente se suas mãos suam bastante. também não mostram arranhões e outras marcas de uso. creio que também devem ser mais baratos de serem produzidos, então, convenientemente, é o mais comum.
preste atenção no elástico preto ligado ao cabo na foto acima, percebe como tem tipo um nó "não amarrado" no final? ele serve para guardar a bengala dobrável, colocando todas as partes juntas.
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(descrição de imagem: uma bengala dobrável de 4 seções, dobrada e guardada com um elástico preto. fim da descrição de imagem).
outras funções do elástico incluem colocar no seu pulso enquanto usa a bengala, ou pendurar enquanto não está usando.
altura da bengala
a altura ideal da bengala vai depender da altura do seu personagem. para a maioria das pessoas, é preferível ter uma bengala mais ou menos da altura do ombro. talvez o seu personagem precise de uma bengala mais longa se anda mais rápido, com passos largos. ou uma bengala mais curta se prefere segurar a bengala num ângulo mais baixo que o normal.
o que quero dizer com segurar a sua bengala em um certo ângulo é que o mais usual é segurar a bengala na sua mão dominante e posicioná-la em frente do seu umbigo, movendo para um lado e para o outro conforme se anda. outros jeitos tradicionais de segurar a bengala seriam segurá-la com a palma da mão virada pra cima, ou até mesmo segurar na seção mais próxima do cabo como se estivesse segurando um lápis enorme.
dependendo da altura do seu personagem, a bengala dele pode ter entre 3 e 6 seções. a seção de cima inclui o cabo e a última, a faixa colorida (tradicionalmente vermelha, a não ser que seja personalizada), e por fim, a ponta.
as seções da bengala são geralmente meio refletivas, independente da cor. se você segurar uma bengala na luz, vai poder observar pequenas partículas de brilho refletidas ali, como um glitter bem fino. esse detalhe é bem importante na produção de bengalas, pois faz com que elas sejam mais visíveis de noite, principalmente se algo como um farol de um carro acaba refletindo na bengala enquanto a pessoa atravessa a rua. isso pode ser ampliado adicionando fitas refletivas através da haste da bengala, como dito anteriormente.
ponteiras de bengala
existem vários tipos de ponteiras para bengalas.
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(descrição de imagem: 4 tipos diferentes de ponteiras de bengala num fundo azul, com escritas. da esquerda para a direita: ponteira marshmallow ou cogumelo, ponteira roller, ponteira fixa e ponteira deslizante. fim da descrição de imagem).
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(descrição de imagem: uma ponteira marshmallow roller num fundo branco. fim da descrição de imagem).
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(descrição de imagem: uma ponteira bundu basher num fundo branco. para quem não está familiarizado com o nome, é uma ponteira longa e curvada que se assemelha a um taco de hóquei. fim da descrição de imagem).
notas da tradutora: eu não consegui de forma alguma achar o nome traduzido de bundu basher, perdão. não sei nem se esse tipo de ponteira existe no brasil, só sei que não consegui achar o nome em português.
algumas dessas ponteiras são melhores para o "método toc-toc", meio que sair dando batidinhas nos lugares onde você planeja pisar. também podem ser usadas para sentir o formato de objetos, escadas e etc.
✓ ponteira de marshmallow e ponteira fixa: essas não devem ser esfregadas nas superfícies, pois vão gastar muito mais rápido. existem ponteiras melhores para isso.
✓ ponteira roller, marshmallow roller e deslizante: essas são melhores para o método de rolar, que é o método que eu uso. elas não são boas para tatear com batidinhas, mas dá pra fazer em alguma emergência.
✓ ponteira bundu basher: a ponteira de taco de hóquei é melhor para pairar um pouco acima do solo e tocar de leve em objetos. ela pode dar batidinhas, mas não deve ser esfregada no chão como uma ponteira roller.
depois de usar muito, as ponteiras vão se gastar e vão precisar ser trocadas. as partes da ponteira com mais contato com o chão, geralmente as bordas, vão ficar arranhadas e eventualmente vão parecer que foram lixadas.
não tenha medo, as ponteiras da bengala podem ser removidas e trocadas quando gastam, sem necessidade de trocar a bengala inteira. algumas ponteiras se encaixam, outras se penduram como num gancho. você pode ver esse gancho na imagem da ponteira marshmallow roller.
ponteiras são vendidas por mais ou menos 5 a 10 dólares nos estados unidos, tirando o frete. então é indicado comprar várias ponteiras reservas junto com sua bengala. eu troco a minha ponteira (marshmallow roller) a cada 6 meses. não sei se isso é considerado muito ou pouco.
notas da tradutora: assim como tudo, aqui no brasil as ponteiras são mais caras. as rollers custam, em média, 40 a 50 reais na internet (fora o frete).
detalhes sensoriais/como é usar uma bengala
todo tipo de superfície tem uma sensação e um som diferente ao tocar ou rolar a bengala por cima. é essa diferença que diz muito sobre o ambiente que a pessoa cega está. isso informa quando você sai da calçada e pisa na grama, quando você entra em casa porque a superfície muda de concreto para madeira, carpete ou azulejo. esses pequenos detalhes também se tornam uma espécie de marcadores, sendo bem úteis para perceber os lugares pra onde se vai com frequência.
por exemplo: uma semana antes das aulas começarem, eu costumo ir até o campus e aprender todas as rotas que me serão necessárias. eu aprendi que alguns caminhos possuem rachaduras enormes na calçada que são distintas o suficiente para que eu use aquilo como marcador pra saber onde eu estava. também tinham alguns caminhos que mudavam de concreto para pedregulho, ou concreto para grama.
carpete
o som é bem suave, e se seu personagem estiver usando uma ponteira roller por cima dele, vai soar como um "swish-swish" bem quieto. os tons das batidinhas dependem do quão grosso o carpete é, quanto mais grosso, mais suave o som. se ele é muito grosso, as batidinhas quase não vão fazer barulho. mas se for muito fino, então o som vai ser mais alto, mas ainda discreto. se seu personagem rolar a ponteira no carpete, ele vai sentir uma certa resistência, pois o roller se move mais devagar em cima do carpete. quanto mais grosso e peludo o carpete for, mais resistência a ponteira vai ter.
piso de madeira
as ponteiras fazem um ruído quando rolando por cima de pisos de madeira. quanto mais lisa a madeira, menos ruído. há uma pequena vibração vinda da ponteira, passando pelo corpo da bengala e chegando até sua mão enquanto você rola por pisos de madeira. bem pequena mesmo, quanto mais sensível seu personagem for a vibrações, mais ele vai sentir. dar batidinhas faz sons mais "ocos" na madeira. às vezes soa meio estalado se você bater com força. as sensações são mais fortes ao dar batidinhas. madeira mais velha é mais suave, já as novas são mais fortes e causam mais vibrações na bengala.
azulejo
depende do tamanho dos azulejos e a largura do rejunte, mas não é um sentimento agradável. azulejos possuem rejuntes, que são aquelas pequenas "divisórias" entre um e outro. quanto menor os azulejos, mais "grosseiro" e óbvio o rejunte vai ser para uma pessoa cega, causando muita vibrações. a vibração de cada impacto vai direto para sua mão. o som é meio chiado, imagine 50 salto alto andando em um azulejo que você vai ter uma ideia do som. já azulejos maiores com rejuntes mais suaves não são tão ruins. dar batidinhas no azulejo com a bengala soa como um passo forte de um salto alto, cada batida um passo. pisos de azulejo são geralmente encontrados em banheiros, cozinhas e locais industriais onde o cômodo vai ter paredes mais rústicas (como mais azulejo, concreto, etc) e poucos móveis, então o som ecoa ainda mais.
linóleo
é uma superfície lisa e nivelada, dá a sensação da bengala estar deslizando quando a ponteira rola no piso, mal causa vibrações. os sons da rolagem são bem suaves pela falta de impacto ou textura. porém, os sons das batidinhas são um pouco mais altos. não são tão estalados quanto os do azulejo ou mármore, mas quase.
mármore
é parecido com o linóleo por ser bem liso. a bengala desliza enquanto rola. os sons das batidinhas são fortes. já que pisos de mármore são mais comuns em lugares mais chiques como shoppings, casas luxuosas ou escritórios, lugares que geralmente possuem tetos altos e paredes mais grossas com decoração mínima, os sons podem ecoar.
concreto
estarei me referindo a concreto de estacionamentos e prédios industriais, não de calçadas. vai depender do quão velho é o concreto e como ele é mantido. concreto velho com várias rachaduras e mini crateras tem uma sensação bem diferente de um concreto que foi colocado há menos de um ano. com concreto velho, há um ruído alto enquanto a ponteira da bengala rola pelas rachaduras e texturas do chão, e essas vibrações vão direto para a mão de quem usa a bengala. concreto novo tem uma sensação mais parecida com mármore ou linóleo. os sons das batidas são altos em concreto velho e mais agudos em concreto novo.
calçadas
são feitas de concreto, mas na minha experiência elas têm uma sensação um pouco diferente. calçadas tem uma superfície mais "areosa" ou "pedregosa", mais rústica, seca. tem mais vibrações quando rolando a ponteira e as batidinhas são mais altas. e, porque ficam do lado de fora, provavelmente você não vai ouvir nenhum eco ao menos que você esteja andando num beco ou entre dois prédios.
asfalto
é uma das piores superfícies, em minha opinião. asfalto é o material utilizado em estradas e é feito pra ser rústico e pedregoso para que os pneus dos carros consigam agarrar nele e não perder tração enquanto andam. quanto mais velho e danificado, mais grosseiro. por causa disso, as vibrações são muito mais fortes, às vezes é irritante. não consigo rolar minha bengala pelo asfalto porque minhas mãos não conseguem suportar essa intensidade de vibrações. os sons são ruídos maçantes. infelizmente, o asfalto é uma superfície inevitável, a não ser que seu personagem consiga descobrir um jeito de nunca ter que atravessar a rua ou andar num estacionamento.
observação 1: as linhas brancas ou amarelas que foram pintadas no asfaltado às vezes têm uma sensação mais suave por conta do material da tinta e porque foram adicionadas depois que o asfalto já estava ali.
observação 2: existe uma coisa vinda de uma empresa chamada tarmac que é similar ao asfalto e usada com um intuito parecido. são mais comuns no reino unido (eu acho), mas não sei dizer se já andei em um desses então não tenho nenhuma experiência pessoal para dar sobre isso.
cascalho
é outra dessas superfícies diabólicas. cascalho é feito de pedras soltas e é mais comum em estradas rurais, entradas de garagem e algumas paisagens. como as pedras estão soltas, se torna meio difícil de confiar. faz um som de trituração. se você rolar a bengala, é bem capaz de acabar jogando algumas pedrinhas e poeira por aí. se você der batidinhas, você vai ouvir um "crunch", mas talvez seu cérebro não acuse o cascalho de primeira, até você andar nele e perceber as pedras nas solas seus sapatos.
lascas de madeira
não tive nenhuma experiência com esse tipo de superfície depois da perda de visão, então estou usando minhas memórias de brincar em parquinhos na época da escola porque o chão do parque era de lascas de madeira. eu diria que esse piso é um híbrido entre cascalho e piso de madeira. a superfície é solta e rolar a bengala nele vai afastar algumas lascas soltas e também poeira. provavelmente soaria similar a andar na areia, eu acho, porque lascas de madeira são muito mais suaves que cascalhos, mas não tão consistentes quanto madeira. se choveu recentemente, então soaria ainda mais suave.
estradas de terra
são menos diabólicas que asfalto e cascalho. podem ser grosseiras como todas as estradas são, mas o material não é tão duro e sólido. rolar a bengala por ela vai soltar um pouco de poeira num dia seco, mas se choveu alguns dias antes vai ser possível ouvir um som mais suave enquanto a ponteira rola por cima da terra úmida. batidinhas também soaram bem suaves.
terra de jardinagem
é bem mais suave que a terra da estrada, quase não faz som e é facilmente espalhada pela ponteira quando rolada. tem um pouco de resistência, mais ou menos a mesma que em areia ou grama. batidinhas praticamente não têm som, mas talvez você sinta uma certa resistência da ponteira conforme ela "afunda" na terra.
lama
eca. só consigo imaginar isso entrando na ponteira da minha bengala e o quão nojento isso seria. o som e a sensação depende muito do quão molhada a lama é. lama molhada soa pegajosa, tem meio que uma sensação de apertar algo molhado se você rolar ou der batidinhas com a bengala. seu personagem talvez não identifique na mesma hora até começar a escorregar na lama enquanto andam, experiência própria. já a lama mais seca soa mais suave e tem uma sensação quase sólida embaixo da bengala. lama molhada tem mais resistência para uma ponteira roller, além disso, superfícies com lama são geralmente desniveladas pela camada de cima do piso ter sido movida pela lama. então é normal ter mudanças de nível quando andando principalmente em morros com lama.
poças
tem um som mais pegajoso ao rolar a bengala por cima, já se utilizar batidinhas, tem um som mais como um "splash". quanto mais funda a poça, mais alto vai ser o som e mais resistência vai ter. não gosto dessa textura/experiência.
neve
não tenho experiência com neve desde o começo do desenvolvimento da minha cegueira, então não sei como é andar sobre uma com uma bengala. gostaria que algum leitor cego pudesse me informar para que eu editasse depois. meu melhor palpite é que deva ter um som crocante, mas suave. ainda mais suave que o som de passos na neve. deve ter muita resistência e rolar a bengala por cima deve ser quase impossível, principalmente se é uma neve muito profunda ou muito condensada.
grama
um dos que eu mais odeio. tem muita resistência, é pior que um carpete gasto. é bem macio e não faz muito som, mas se está molhada você pode ouvir um "crunch" maior.
superfícies com folhas
esse depende de que tipo de superfície as folhas estão. elas iriam deixar o cimento mais suave, mas teria um som mais alto na grama. se as folhas forem grandes e curvadas, elas seriam mais fáceis de afastar com a bengala. já folhas menores e mais retas são mais difíceis. folhas mais secas vão fazer um barulho meio crocante embaixo da sua bengala. é divertido, se seu personagem for o tipo de pessoa que gosta de pisar em folhas de propósito então ele vai gostar. porém, se não consegue ver as folhas, talvez tire um pouco da diversão e se torne mais uma surpresa.
areia
eu nunca levei minha bengala para a praia porque a areia da praia é tão fofa e solta que já é difícil se manter em pé com um bom equilíbrio. a areia fica sempre afundando embaixo do seu pé, ao menos que você esteja perto da água e ela tenha deixado a areia mais firme. por isso, uma bengala não é muito útil na praia, sem mencionar que areia não é algo que você quer entrando nas articulações de sua bengala (se for dobrável), pois a areia corrói as articulações, sejam elas de plástico ou de metal. se eu levasse minha bengala para a praia, provavelmente faria um som extremamente suave de areia passando por cima de areia, parecido com as pegadas, mas provavelmente mais baixo porque uma bengala é mais leve.
nota: minha mãe me perguntou como é passar com a bengala por cima de cocô de cachorro ou de chiclete no meio da rua. não tenho como responder porque nunca aconteceu comigo, mas use sua imaginação!
a invenção do piso tátil
eles são incríveis! pisos táteis são aqueles retângulos amarelos ou cinzas com alguns "carocinhos" que você vê em rampas que vão dar em estacionamentos, ou antes de atravessar uma rua. em 1965, um engenheiro japonês chamado seiichi miyake usou seu próprio dinheiro para desenvolver um tijolo tátil que você pudesse sentir mesmo pisando com sapatos. ele fez isso porque um amigo estava perdendo a visão e ele queria ajudá-lo. essa invenção é incrível e acessível para todos, até mesmo para os cegos que não usam bengala ou cão guia. pisos táteis literalmente salvam vidas. antes de ter minha bengala, se eu sentisse um desses "carocinhos" embaixo dos meus sapatos, eu sabia que eu deveria parar imediatamente porque estava prestes a chegar na estrada. já que menos de 10% da comunidade cega usa bengalas ou cão guias, os pisos táteis são os apoios mais acessíveis disponíveis.
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(descrição de imagem: um retângulo amarelo de piso tátil localizado no canto da calçada informando que está próximo à estrada. também há uma pessoa com uma bengala branca com ponta vermelha, sentindo a textura do piso. fim da descrição de imagem).
nota: parecido com isso, a maioria das portas em prédios comerciais (ao menos onde eu moro) possuem uma placa de metal na entrada para segurar a porta no lugar, evitando rachaduras embaixo. o som e textura do metal quando passando a bengala por cima é distinto o suficiente para indicar a pessoa cega que chegaram na entrada da loja.
manias de cegos
tem uma sessão nesse guia sobre manias de cegos, mas essas vão ser focadas especialmente em bengalas.
→ não. toque. na. minha. bengala. não faça isso.
a ameaça acima vem do fato de que a bengala de uma pessoa cega é o porto seguro dela, uma extensão de seus corpos, seus olhos. muitas vezes a única coisa que vai garantir que vão conseguir chegar em algum lugar com segurança. por causa disso, pessoas cegas odeiam que toquem em suas bengalas ou cão guia (quando em serviço), sejam eles estranhos, amigos não muito próximos ou até alguns parentes.
nota importante: isso é algo universal para pessoas com deficiência, não toque seus objetos auxiliares de mobilidade, isso é abuso. tocar a cadeira de rodas de alguém ou empurrá-los por aí sem a sua permissão é abuso. mover a cadeira de rodas de alguém enquanto o usuário está em pé é abuso (a maioria dos usuários de cadeiras de roda não são paralíticos, mas isso não é da conta de ninguém). não importa se a cadeira de rodas está no caminho, a pessoa precisa dela ali, não toque. tocar ou pegar a bengala de apoio de alguém é abuso. pegar ou mover o andador de alguém é abuso. tocar o aparelho auditivo de alguém é abuso. tocar o tanque de oxigênio ou cânula de alguém é abuso.
voltando ao assunto...
→ ficar de bobeira com sua bengala enquanto espera na fila. eu geralmente apoio meu queixo na bengala ou me apoio nela.
→ girar e brincar com a bengala quando ninguém está vendo. eu nunca faria isso na frente de alguém porque eu não quero ninguém achando que é um brinquedo e que podem tocar nela.
→ andar com a bengala dobrável pendurada no pulso pelo elástico quando dentro de uma loja ou coisa do tipo.
→ manter a bengala ao alcance de seu braço o tempo inteiro, mesmo em situações onde você não precisa dela. por exemplo: se estou na sala de aula e preciso sair da minha mesa, eu levo minha bengala comigo mesmo que eu conheça minha sala o suficiente para não precisar dela. nunca deixaria na mesa (isso não se aplica a minha casa e na casa de alguns poucos amigos em quem confio).
→ ter um lugar específico dentro de casa para guardar a bengala. no meu caso, é em cima de uma cômoda antiga, na sala. se eu tivesse colegas de quarto, minha bengala ficaria dentro do meu quarto.
→ pessoas com bengalas dobráveis desenvolvem uma memória muscular de dobrar e desdobrar a bengala, então fazem sem nem precisar pensar nisso.
→ desdobrando a bengala: seguro o cabo preto entre meu polegar e a palma da minha mão, com meus outros dedos dobrados por cima das 3 sessões restantes, com a ponteira pra cima. eu tiro o elástico pela ponteira, afrouxo meus 4 dedos e rolo meu pulso para o lado oposto. com isso, a sessão vermelha desdobra e trava no lugar com a sessão vizinha. rolando o pulso para o outro lado, a próxima sessão branca consegue desdobrar e travar no lugar. rolando o pulso novamente e a última sessão vai travar no lugar.
→ às vezes eu apenas seguro o cabo preto e deixo as sessões desdobrarem sozinhas, mas esse método é menos controlado e tem o risco de bater em algum lugar ou em alguém.
→ dobrando a bengala: começo com o cabo preto, levantando ate que as "juntas" da bengala destravem. dobro, seguro as duas sessões na minha mão e levanto a segunda sessão, afastando da terceira, então dobro. segurando todas as sessões com minha mão, as destravo da sessão vermelha.
→ pessoas com bengalas não dobráveis gostam de apoiar suas bengalas em paredes ou objetos quando não estão usando. cantinhos são populares. mas a frustração quando a bengala simplesmente cai sozinha é um saco.
→ sentar com a bengala entre as pernas, tipo um cara que senta todo aberto. a ponteira da bengala fica apoiada em um lado do pé para manter a estabilidade e o corpo da bengala apoiado no ombro ou no joelho oposto.
→ uma alternativa a ficar com as pernas abertas é ficar com a bengala apoiada no ombro, a ponteira em cima dos dedos do pé, e segurada com as mãos, ou com o braço, ou o cotovelo.
nota: há um tempo eu estava procurando por fotos de alguém usando uma bengala para usar como referência em um desenho. só encontrei três e duas delas eram fotos promocionais do demolidor. sem ofensa ao charlie cox, mas ele não é cego e ele não usa uma bengala no dia a dia dele. ele não tem o relacionamento que alguém cego tem com uma e o conceito de um quinto membro, e é bem aparente. então as fotos eram inutilizáveis.
no carro com uma bengala não dobrável
→ carros com o assento do passageiro na direita: a ponta da bengala vai bem pro cantinho, do lado direito do pé, com o cabo preto apoiado no ombro ou no cinto de segurança. fica um pouco acima do encosto da cabeça. quanto mais longa a bengala, mais difícil vai ser guardá-la no carro.
→ mão inglesa (ou australiana, ou japonesa): a mesma coisa, só muda que ao invés de ser na direita, vai ser na esquerda.
→ banco de trás: horrível. tem bem menos espaço para os pés e se você está num sedan quase não tem espaço atrás do seu ombro para o cabo da bengala. coloco minha bengala na diagonal com o cabo apoiado no ombro mais perto da porta.
por causa disso, ninguém com uma bengala não dobrável vai querer sentar no banco de trás.
sobre cães guia
meu conhecimento sobre cães guia está limitado sobre o que pesquisei, pois não tenho nenhuma experiência pessoal com eles. irei dar aqui alguns fatos básicos. "Guiding Eyes for the Blind" estima que existem 10 mil duplas de cães guias + pessoa cega por aí. isso é tipo 2% da comunidade cega e com baixa visão.
o treino de um cão guia
o treino de um cão guia é o treino mais difícil para os cachorros. a maioria dos que entram no treinamento são "descartados" e ou vão para outro tipo de serviço como cães de terapia, ou viram cães familiares normais.
cães guia passam por dois ou três anos de treino, incluindo o treino como filhotes. socialização básica, comportamento adequado quando em serviço e o treinamento de guia de fato. a maioria de cães de serviço só passam de um ou um ano e meio treinando antes de começarem a exercer.
o custo médio do treino, manter e alimentar o cachorro, contas veterinárias e etc deve dar algo entre 30 e 40 mil dólares. embora algumas organizações de treinamento de cães de serviço exigem que a pessoa pague o custo do treinamento do cachorro (geralmente algo em torno de 15 a 30 mil dólares), existem organizações de cães guia que doam seus cachorros para clientes cegos e qualificados. essas organizações pagam pelos custos dos cães através de angariações de fundo e caridade. felizmente para essas organizações, cães guias são uma causa muito respeitada e têm muita caridade direcionada a ela, enquanto outros cães de serviço possuem menos interesse quando se trata de caridade.
organizações de cães guias possuem um processo de aplicação, requisitos e uma lista de espera antes que você possa ser pareado com um cão guia.
requisitos para se ter um cão guia
precisa ser legalmente cego e ter pelo menos seis meses de treinamento de O&M com uma bengala e demonstrar habilidades suficientes para andar por aí sozinho. também pedem que você seja responsável o suficiente para cuidar de um cachorro de forma independente, ou seja, ser capaz de manter a rotina de treinamento do cão assim como financiar a alimentação e contas veterinárias dele.
a razão pela qual exigem treinamento com bengala antes de ter um cão guia é porque o cachorro não pode fazer tudo por você. você, o dono do cachorro, é responsável por saber onde você está e como ir até onde quer chegar.
cachorros não conseguem ler placas de "pare" e nem identificar quando o semáforo está vermelho ou verde. eles também não possuem GPS para achar uma rota e nem irão aprender essa rota em uma só tentativa. também não vão saber exatamente pra onde você quer ir quando você diz "starbucks", "livraria" e te guiar. isso é sua responsabilidade, por isso você precisa saber quando é seguro atravessar a rua, como aprender novas rotas e como se manter nessa rota. o cão guia também não sabe se comunicar com motoristas de ônibus e não sabem qual número de ônibus usar ou quando pedir parada.
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haruthinks · 1 year
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(descrição de imagem: retângulo azul claro tendo nas bordas duas formas geométricas arredondadas em um azul levemente mais escuro para decoração. uma foto de um óculos fechado com a escrita “haruthinks” embaixo indicando o autor do post. em seguida, o título da série “guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão”, seguido de uma linha para separar o texto do indicador da parte “parte 3: clichês para evitar quando escrevendo um personagem cego" fim da descrição de imagem).
guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão parte 3: clichês para evitar quando escrevendo um personagem cego
e aí, tudo beleza? aqui é mais uma parte da tradução do guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão escrito por mimzy cujo blog você pode acessar clicando aqui. o post original vai estar linkado na source!
a parte 1 fala sobre a construção do personagem e você pode acessar aqui.
e a parte 2 fala sobre escolhas narrativas e dicas de descrições visuais e você pode acessar aqui.
mimzy é uma pessoa com deficiência visual que está escrevendo seu próprio livro de fantasia, e ao decorrer de sua jornada na escrita já escreveu dois personagens cegos.
agora vamos aos disclaimers de sempre: este post é uma tradução de um guia já existente, não são experiências pessoais minhas pois eu não sou uma pessoa com deficiência visual. resolvi traduzir para compartilhar conhecimentos e informações de algo que acho interessante e importante de saber. tentei traduzir da forma mais fiel possível, mas caso haja alguma inconsistência ou termo inadequado, favor falar comigo! sem mais delongas, vamos ao post!
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a partir daqui começa a tradução. o guia foi escrito em primeira pessoa por se tratar muito das vivências pessoais de mimzy, então irei traduzir em primeira pessoa também. retorno a dizer que NÃO SÃO minhas experiências.
atenção!! em uma certa parte do post há um tópico que pode conter gatilhos para pessoas que possuem desconforto com temas como depressão e suicídio, não é nada gráfico. porém, caso queira evitar, eu coloquei um aviso antes do tópico, não se preocupe.
CLICHÊS CEGOS QUE VOCÊ PRECISA EVITAR
TODOS os personagens cegos usam óculos escuros O TEMPO TODO
isso não é verdade, principalmente se o personagem ainda tem alguma visão restante e prefere não utilizar as lentes escuras, pois elas deixam mais difícil de enxergar. às vezes, uma pessoa cega vai usar óculos escuros, mas você deveria considerar a razão por trás.
pessoas com muita sensibilidade à luz vão usar óculos escuros quando o dia está muito claro, com o sol muito forte.
pessoas que gostam de moda e gostam de usar acessórios provavelmente usarão óculos.
pessoas que não têm muita sensibilidade à luz, mas mesmo assim querem proteger os olhos do sol vão optar pelos óculos.
note que os pontos também se aplicam a pessoas que enxergam, afinal existem várias pessoas que enxergam que possuem sensibilidade à luz, gostam do acessório ou apenas querem proteger os olhos dos raios solares.
outras razões para usar os óculos: às vezes o seu personagem pode sentir que os desconhecidos que enxergam não levam a cegueira dele a sério quando ele pede por ajuda, então é comum colocar os óculos e pegar a bengala para tentar uma segunda vez na esperança que agora ele seja levado a sério (pessoas que enxergam podem ser bem ignorantes ás vezes).
disclaimer: eu sou o clichê, mas é porque eu tenho muita sensibilidade à luz, tanto que não consigo andar na rua sem óculos escuros. a luz me dá muita enxaqueca, até mesmo a luz dos faróis dos carros. então sim, eu sou aquela pessoa que usa óculos escuro de dia e de noite. mas seu personagem tem o mesmo problema que eu? ele precisa de óculos de sol como eu preciso?
notas da tradutora: esse último parágrafo se trata da experiência pessoal de mimzy, não minha. já disse antes, mas não custa repetir.
a criança prodígio cega
vejo muito isso com instrumentos musicais, principalmente piano. tenho certeza que várias pessoas cegas aprenderam um instrumento, mas duvido que todas se tornaram prodígios especificamente por conta da perda da visão. se o seu personagem é muito bom naquilo, você precisa explicar com todas as horas de estudo naquilo e como ele aprendeu as músicas (ele tem visão suficiente para ler partituras?). o problema maior desse clichê é que é chato e raso.
notas da tradutora: pesquisei sobre partituras em braile e acabei descobrindo que elas são mais difíceis de compreender, o que acaba exigindo um maior grau de abstração do músico e uma bagagem de conhecimento extensa, além de uma memória muito boa pra conseguir memorizar a partitura por completo, pois não vai poder enxergá-la enquanto toca. você pode ler mais sobre isso aqui.
o demolidor
seu personagem pode ter uns sentidos meio aguçados, mas isso não vai fazer dele um ninja cego. claro, talvez ele consiga distinguir um cheiro dentre muitos outros, mas isso está mais pra um problema do que pra uma benção (por exemplo, sou muito sensível a cheiros de produtos de limpeza, me dão dores de cabeça). pessoas cegas podem ser mais ligadas nos sons em volta delas porque elas precisam ser, mas isso não significa que elas escutem uma conversa que está acontecendo a um quarteirão de distância. mesmo com os melhores sentidos possíveis, acho que ninguém seria o demolidor (não me leve a mal, eu amo o demolidor, mas ele não é quem você deveria estar escrevendo porque ele já existe. vá escrever um personagem novo).
o cego psíquico
o exemplo mais recente que consigo pensar é na série da bruxa sabrina da netflix, onde a amiga cega perde a visão e então vira psíquica, como se isso de alguma forma melhorasse algo. se você tem um personagem cego, ele precisa ser cego. não use nenhuma trapacinha que faça ele enxergar mais do que a deficiência dele permita. se você realmente quer que seu personagem cego seja psíquico e tenha visões, então eu sugiro que as visões que ele tenha envolvam a mesma quantidade de visão que ele tem restante em sua vida normal. por exemplo, se ele vê com visão em túnel, então as visões dele também terão a visão em túnel.
atenção: seu personagem cego não precisa de uma habilidade mágica que negue sua cegueira
se ele tem uma habilidade assim, por que fazê-lo cego então? qual é o ponto? realmente se pergunte por que você quer dar a ele essa habilidade. se for porque o seu personagem não conseguiria fazer tudo o que você quer que ele faça sem ela, então será que você deveria ter feito dele cego? será que você não conseguiria pensar em outra maneira dele fazer essas coisas?
cães guias super poderosos
isso é algo que vi em várias fanfics, onde o cão guia é, de alguma forma, super inteligente e sabe de tudo ao seu redor. ou seja, não é um cachorro comum. não é uma boa ideia fazer isso e você não deveria, nem mesmo nos gêneros de fantasia. o cão guia do seu personagem cego deveria ser um cachorro que foi devidamente treinado por uma escola de cães guias, e ele deveria agir como um cachorro normal quando não está a trabalho e nem usando o colete. cães de serviço ainda são cachorros comuns quando estão de folga e ainda amam brincar e passar tempo com seus humanos.
para um bom guia sobre cães guias, cheque o canal de molly burke, ela tem uma playlist inteira sobre isso.
notas da tradutora: me repito aqui falando que o canal de molly é inteiramente em inglês, então, caso você não saiba a língua, recomendo pesquisar um pouco na internet. Inclusive, uma das partes desse guia (creio que a parte 4) fala sobre cães guias, então vem aí.
o olhar "nublado" e distorcido
você provavelmente já viu alguns personagens cegos que possuem olhos esbranquiçados e meio estranhos. esse clichê é, na verdade, bem incorreto e um pouco perigoso, pois acaba afetando como o público geral enxerga as pessoas cegas. a maioria das pessoas que vive com perda da visão possuem olhos normais. a menos que a forma com que o seu personagem se tornou cego cause essa aparência nos olhos (como queimaduras químicas ou cataratas severas, coisas do tipo), provavelmente ele vai ter olhos normais.
uma exceção a isso é o nistagmo, que é uma condição que causa movimento involuntário nos olhos da pessoa, como um tremor. é meio comum em pessoas com condições oftalmológicas e perda de visão. na perspectiva externa, os olhos do personagem podem estar se mexendo de um lado para o outro, ou até em círculos. já na perspectiva da pessoa com essa condição, provavelmente é bem desorientador. luzes e imagens que eles veem irão se mexer porque seus olhos estão se mexendo.
molly burke tem nistagmo há muitos anos já fez alguns vídeos sobre isso. ela se refere a isso dizendo que seus olhos estão dançando. você pode encontrar o vídeo clicando aqui. essa é uma das condições médicas que realmente pode mudar a aparência dos olhos do seu personagem sem que você caia nesse clichê, até porque é comum para pessoas com perda de visão.
notas da tradutora: bem, novamente, o vídeo é inglês, mas você pode achar informações sobre essa condição na internet em portais de oftalmologia brasileiros e até alguns artigos científicos sobre isso.
FALAS ESPECÍFICAS PARA SE EVITAR
ou, em outras palavras, diálogos clichês que vão fazer com que seus leitores desistam do que estão lendo no mesmo segundo que baterem os olhos nessas frases (especialmente os leitores cegos que buscam por uma boa representatividade).
"você poderia descrever essa cor pra mim?"
esse clichê já morreu. isso não é mais um momento super significativo entre personagens. talvez tenha sido na primeira vez, mas agora, um milhão de pessoas já fizeram isso, com exatamente o mesmo diálogo. pense assim, você tem um certo limite de tempo e palavras em um texto para mostrar os personagens se conectando entre si, não gaste isso em algo como descrever cores. que tal fazer um momento único para os seus personagens ao invés disso?
se você precisar descrever cores para alguém cego na sua história, eu recomendaria o vídeo onde gabby hana descreve cores para molly burke. acho que gabby fez um bom trabalho. você pode acessar o vídeo clicando aqui.
mesmo assim, não é mais um momento significativo. provavelmente se você fizer isso, vai fazer alguns leitores suspirarem e apenas irem embora (acredite, já vi isso em um milhão de histórias que envolvem personagens cegos).
notas da tradutora: olá de novo, adivinha só? sim, em inglês. porém, tem alguns sites em português que falam sobre isso, só não sei se é tão confiável assim.
"posso sentir seu rosto?"
NÃO! por favor, nunca faça isso. isso é péssimo. é tão vergonhoso. não é realista, pessoas cegas não fazem isso. alguma pessoa que enxerga inventou isso em hollywood e a comunidade cega até hoje tem raiva disso. leitores cegos vão abandonar sua história no mesmo segundo que eles lerem essa frase. não. faça. isso.
"como você se parece?"
isso não é um "nunca faça isso", mas eu não recomendaria. eu sinceramente não sei te dizer um jeito de usar essa frase sem soar vergonhosa de alguma forma. porém, tem alguns jeitos de contornar isso. depende do motivo pelo qual seu personagem quer saber disso. é algum interesse amoroso? então coloque um amigo do seu personagem cego para falar pra ele como a tal pessoa é. é curiosidade sobre um amigo novo? então coloque outros amigos ou até os pais do seu personagem que viram essa pessoa, para descrevê-la.
"quando vejo fulana, vejo nuvens cinzentas de tempestade por trás de ondas quebrando, ouço o som do trovão e a chuva caindo, eu sinto o fogo..." "quando penso em sicrano, penso em prados ensolarados e o sentimento do verão, penso em céus limpos e noites quietas..."
não sei se conseguiria dizer muito mais. mas calma, antes que você fique com raiva, eu não estou dizendo que você nunca pode usar esse tipo de escrita. eu não estou dizendo para que você corte imagens que seus personagens associam aos seus respectivos amados, não é nada disso. o que eu estou dizendo é que não deveria ser assim que seu personagem cego descreve toda e qualquer pessoa que ele conhece. a razão pela qual eu estou falando isso é porque no ÚNICO livro que eu encontrei na loja que envolvia uma protagonista cega, ela descreveu TODOS os membros da família dessa forma. e depois disso, levou o cachorro normal dela para a escola como um cão guia falso. nunca mais li esse livro depois disso. fazem anos e isso ainda me ofende, ainda mais depois de entrar na vida adulta e escrever meus próprios livros.
o que você pode fazer no lugar disso é mostrar como seus personagens são através de ações e diálogos. o exemplo que dei acima é basicamente falar ao invés de mostrar. você me diz que fulana é como nuvens cinzentas de tempestade antes mesmo de me mostrar duas linhas de diálogo dela, é meio estranho.
O QUE EVITAR NO GERAL
ou, coisas que eu não gosto de ver acontecer com personagens cegos.
seu personagem cego não deveria sofrer bullying na escola
quando eu estava no ensino médio, eu ainda tinha uma visão normal, mas haviam duas garotas que eram cegas na escola que frequentei durante alguns anos. até onde eu sei, ninguém encheu o saco delas. inclusive, minha irmã era amiga de uma delas.
o bullying que você vê na tv não é tão baseado na realidade quanto parece. a geração atual de estudantes tem experienciado uma queda no bullying se comparado com gerações anteriores. mesmo que o bullying ainda exista, a maioria dos adolescentes vai evitar fazer isso com um colega cego (eles provavelmente iriam fazer bullying com outros colegas).
o que eu estou dizendo é, eu não quero ver o seu personagem cego apanhando como um condenado apenas por ser cego. quero ver esse personagem encontrando sua comunidade e sendo feliz com seus amigos e família.
ATENÇÃO!!! ALERTA DE GATILHO AQUI, SE SE SENTIR DESCONFORTÁVEL COM TEMAS COMO DEPRESSÃO E SUICÍDIO, PULAR PARA O PRÓXIMO TÓPICO!!!
por favor, não faça seu personagem se tornar suicida depois de ficar cego
deficiência é uma coisa difícil de se conviver. algumas pessoas ficam deprimidas enquanto se ajustam a uma deficiência, e sim, algumas delas se tornam suicidas por conta dessa deficiência. porém, livros e histórias são um lugar de escape, especialmente para pessoas que vivem com essa condição. essas pessoas querem ver alguém como eles e que se sinta feliz e amado, não uma pessoa que está prestes a acabar com sua vida durante toda a metade da história.
aqui eu coloco outra daquelas perguntas "por que você tornou seu personagem cego?", foi apenas para fazê-lo sofrer? então não faça. pessoas cegas não existem para sofrer, existem para viver suas vidas e serem felizes. seu personagem é cego apenas para deixar a vida dele mais dramática? a cegueira causa drama, sim, mas isso não deveria ser sua única fonte de história.
por favor, não faça com que a família do seu personagem cego o trate mal por conta da cegueira
ênfase no "por conta da cegueira". algumas pessoas crescem em famílias abusivas, mas a família do seu personagem não deveria se tornar abusiva apenas porque ele é cego. fazer um personagem que cresceu em um lar abusivo porque ele tem pais ruins é ok, e se acontecer do personagem ficar cego e os pais dele continuarem sendo uns bostas, ok. mas, sinceramente?
você não deveria vitimizar seus personagens com deficiência. você não deveria maltratá-los apenas porque você pode.
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haruthinks · 1 year
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(descrição de imagem: retângulo azul claro tendo nas bordas duas formas geométricas arredondadas em um azul levemente mais escuro para decoração. uma foto de um óculos fechado com a escrita “haruthinks” embaixo indicando o autor do post. em seguida, o título da série “guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão”, seguido de uma linha para separar o texto do indicador da parte “parte 1: construindo o personagem". fim da descrição de imagem).
guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão parte 1: construindo o personagem
olá pessoal, tudo bem? hoje eu trago pra vocês a primeira parte de um guia para escrever personagens com deficiência visual. é importantíssimo deixar claro aqui que esse guia é uma TRADUÇÃO de um guia escrito por mimzy do blog que você pode acessar aqui, vocês podem acessar o post completo delu aqui e na source também. mimzy é uma pessoa com deficiência visual que está escrevendo seu próprio livro de fantasia, e ao decorrer de sua jornada na escrita já escreveu dois personagens cegos. o guia traz informações sobre diversas coisas, sendo dividido em 6 principais partes:
construindo o personagem cego.
escolha de narrativa, descrições visuais e verbais e interações sociais.
clichês para evitar quando escrevendo um personagem cego.
bengalas, cães guia e O&M (orientação e mobilidade).
pequenos aspectos de ser cego que você nunca pensou antes.
você deveria curar a cegueira do seu personagem? (resposta: não).
nesse post vou trazer a tradução do primeiro guia, vale ressaltar que não sou uma pessoa cega ou com baixa visão, estou apenas traduzindo esse guia que achei de muitíssima importância tanto para saber mais sobre, quanto para escrever personagens melhores caso você se interesse por esse tema. dei o meu melhor em tentar traduzir da maneira mais fiel possível, peço perdão caso tenha algo que acabei deturpando na tradução, podem falar comigo sem problemas! sem mais delongas, vem comigo depois do ver mais!
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a partir daqui começa a tradução. o guia foi escrito em primeira pessoa por se tratar muito das vivências pessoais de mimzy, então irei traduzir em primeira pessoa também. retorno a dizer que NÃO SÃO minhas experiências.
primeiro passo: crie um personagem elaborado, real e com sua própria personalidade.
isso é sério, você precisa ter o personagem primeiro antes de decidir fazer dele cego (ou qualquer outro tipo de deficiência). a razão pra isso é que pessoas com deficiência são pessoas de verdade. eles eram pessoas de verdade antes de desenvolver sua deficiência e eles continuam sendo pessoas reais enquanto vivem com sua deficiência.
pessoas de verdade têm família e amigos que eles amam, têm sua própria comunidade, têm um desejo intrínseco por conexão humana, seja ela romântica, familiar ou de amizade. eles também têm suas próprias orientações sexuais e identidade de gênero. pessoas de verdade têm um senso de humor próprio, seja ele sarcástico, seco, espertinho e cheio de trocadilhos, pesado ou leve. pessoas de verdade têm interesses, coisas que gostam e que não gostam, gostos pra música e pra comida, livros que amam e livros que detestam, manias únicas, objetivos, temores e coisas pelas quais eles estão dispostos a lutar.
para ser sincero, a cegueira não muda alguém tanto assim. não tem muita diferença entre o meu eu que enxerga e o meu eu com deficiência visual. meu eu cego desenvolveu melhores habilidades sociais e uma afinidade por coisas macias e texturas interessantes, mas continuo a mesma pessoa. pense assim: pegue seu personagem favorito e o torne cego. idealmente, ele continua a mesma pessoa sem ser cego, então a cegueira é apenas uma coisa que aconteceu com ele (foi assim mesmo que eu fiz um dos meus personagens cegos. peguei meu OC favorito e o fiz cego, ele continua a mesma pessoa, mas seu estilo de vida e como as pessoas o veem e o tratam é diferente).
pessoas cegas têm vidas incríveis, coloridas e tão interessantes quanto as vidas de uma pessoa sem deficiência.
seu personagem precisa estar totalmente desenvolvido antes que você os dê uma deficiência, seja ela qual for, porque no fim do dia, pessoas com deficiência ainda são pessoas reais e personagens com deficiência devem refletir isso. se você quer ver um bom exemplo do que eu quero dizer quando digo isso, pode checar a youtuber molly burke, aqui você encontra um link para o canal dela.
notas da tradutora: eu assisti alguns vídeos desse canal e eles são muito bons, informativos e divertidos, porém são em inglês. dei uma procurada no nosso bom youtube brasil e infelizmente não achei muitos canais sobre o assunto, mas achei esse aqui chamado histórias de cego que tem alguns vídeos informativos, de curiosidades e também de de humor. sugiro dar uma olhada!
ela (molly burke) ficou bem popular e pelos vídeos dela você consegue ver sua personalidade. ela é bem autêntica e mostra toda sua vida para a câmera. ela faz vídeos sobre suas experiências com a cegueira e há vários vídeos educacionais no canal dela, incluindo como ela usa tecnologia sendo uma pessoa cega (ela é considerada legalmente cega e tem apenas a percepção de luz e sombra restante). ela também fala sobre como é ter um cão-guia, como foi crescer com uma perda de visão contínua, como ela faz compras e como ela escolhe suas roupas e faz sua própria maquiagem. assim como muitas pessoas, molly gosta de moda e beleza e a cegueira dela nunca a impediu (dica, seu personagem cego pode ter um interesse em moda e maquiagem também, não seria legal?).
ela é incrível e é exatamente ao que me refiro quando digo que pessoas com deficiência são pessoas reais vivendo vidas intensas e interessantes, igual pessoas sem deficiência.
notas da tradutora: coloquei o termo "legalmente cega", mas não sei se é correto. no texto original, mimzy diz "medically blind", pois há diferenças entre uma pessoa cega e uma pessoa com baixa visão. mais sobre isso será discutido depois, mas deixo de antemão que não sei se esse termo é o mais adequado. o termo "legalmente cega" foi o que apareceu em portais de oftalmologia brasileiros.
segundo passo: torne o personagem cego.
na verdade, tem alguns passos nesse segundo passo, então vamos um de cada vez.
primeiro, você precisa decidir como o personagem ficou cego. foi uma doença ou um acidente? se foi uma doença, você precisa escolher qual doença foi. a doença que você escolher vai afetar a visão do seu personagem de uma forma específica. degeneração macular e retinose pigmentar vão criar duas mudanças bem diferentes para a visão. seja específico e pesquise bastante a doença escolhida.
notas da tradutora: degeneração macular é uma doença ocular que afeta a mácula, área central e vital da retina. Também conhecida por degeneração macular relacionada à idade (DMRI), resulta na lesão progressiva da mácula e, consequentemente, na perda gradual da visão central. enquanto retinose pigmentar é uma doença que surge quando as estruturas fotorreceptoras do olho (cones e os bastonetes) deixam de captar luz, prejudicando a formação da imagem pela retina.
se foi um acidente, você precisa ser bem específico sobre os detalhes do acidente e pesquise se o que você está sugerindo é possível. um traumatismo craniano pode acabar causando um rasgo na retina, o que certamente afetaria a visão. porém, rasgos na retina são geralmente reparáveis através de cirurgia na maioria dos casos (provavelmente não todos, mas a maioria). uma queimadura química afetaria as camadas oculares o bastante para causar cegueira, mas você precisa ser específico sobre qual substância foi usada, que tipo de queimadura pode causar e o quanto iria afetar a pele ao redor dos olhos.
no geral, eu recomendo não utilizar o acidente/trauma para cegar um personagem. esse caminho é bem fácil de cometer erros e pode se transformar num drama de novela bem rápido. também pode facilmente se tornar uma tragédia e tragédias não são tão divertidas de ler (a não ser que seja esse mesmo seu objetivo). caso não seja essa a história que você quer contar, então eu recomendaria uma doença ocular.
depois, usando o que você pesquisou, você precisa decidir exatamente o que o seu personagem vê, seja específico. mantenha em mente que 90% das pessoas cegas ainda têm algum resquício de visão, mesmo que seja mínimo.
pode ser percepção de luz e sombra, então o seu personagem pode ver mais ao ar livre enquanto é dia do que de noite (ele provavelmente não enxergaria nada de noite, nesse caso). ele também pode ter sensibilidade à luz se ainda possui percepção de luz. o seu personagem talvez possa enxergar sombras se movendo na frente de uma fonte de luz, mas não enxergar nada (ou quase nada) de noite. ou talvez ele possa apenas ver a fonte de luz (tipo uma lâmpada ou poste) e ver escuridão em todo resto.
seu personagem pode ainda ter a visão colorida, ou alguma acuidade visual que o permite distinguir algumas formas de outras, mas mesmo assim o impede de ver detalhes. ele pode ter uma péssima percepção de profundidade/distância, e isso torna escadas e calçadas impossíveis de perceber e seu personagem pode acabar tropeçando em algo porque ele achou que estava mais distante do que realmente estava, ou talvez se sinta frustrado quando tenta pegar algo que achava que estava perto, mas na verdade estava a metros de distância.
notas da tradutora: acuidade visual se refere a capacidade dos olhos em distinguir detalhes espaciais, ou seja, identificar a forma e o contorno de objetos ou imagens.
ou talvez ele tenha visão em/de túnel (se você está escrevendo com retinose pigmentar em mente, siga essa dica), então o que ele enxerga se assemelha mais a uma janela. tem um formato estranho, não é perfeitamente circular e provavelmente há pontos escuros nessa janela que ele não consegue enxergar. um olho pode enxergar mais do que o outro. objetos grandes vão ser mais fáceis de serem vistos de longe do que de perto, de perto o seu personagem talvez tenha que vagar um pouco com os olhos pela superfície do objeto para conseguir ver os detalhes. pessoas com doenças de retina tendem a perder também a visão colorida com o tempo.
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seu personagem talvez tenha perda da acuidade visual e não tenha mais a visão de distância. é aqui que as definições de legalmente cego e baixa visão (ou visão subnormal) se tornam mais importantes, pois há uma diferença entre as duas.
a visão do seu personagem cego não pode ser completamente reparada por óculos, isso não é cegueira. ter um grau altíssimo de miopia que é corrigido para uma visão normal com auxílio de óculos não é cegueira, não é a mesma coisa. não me leve a mal, algumas pessoas cegas ainda usam óculos, mas apenas se os óculos realmente ajudarem em algo. e mesmo assim, eles sempre irão enxergar pior que os outros mesmo usando óculos. é apenas uma pequena melhora.
(eu sempre precisei de óculos para corrigir minha visão, mas até eu ter 22 anos, meus óculos corrigiam minha visão para 20/20, mas agora eles corrigem apenas 20/70 ou menos. mesmo com óculos eu enxergo muito mal).
notas da tradutora: esse último parágrafo se trata da experiência pessoal de mimzy, não minha. já disse várias vezes, mas não custa repetir.
então, se sente um pouco e pense no que seu personagem enxerga. se coloque em cada cena e local que o seu personagem vai estar e determine o que ele vai conseguir ver naquele momento. não importa se você está narrando em terceira pessoa ou pela perspectiva de outro personagem, você precisa saber o que seu personagem cego vê naquele momento. usando isso, você precisa saber o que seu personagem sabe, especialmente se o seu personagem cego for importante para o plot. ele pode não conseguir ver as letras miúdas naquela placa ou contrato, o sangue seco no sapato de alguém, uma sombra indo em direção a um beco escuro, ou até mesmo não saber se aquele borrão a metros de distância é uma lata de lixo ou uma pessoa (sério, sempre acontece comigo).
se seu personagem deve descobrir essas pistas, você precisa achar um jeito razoável para que ele descubra. que tal um companheiro com visão normal que informe pistas visuais para seu personagem cego? ou talvez uma lupa para conseguir ler letras miúdas. seu personagem é bom em se esconder e escutar pessoas de longe? ele é ótimo em decifrar se alguém mente pelo tom da voz? ele trabalha com uma equipe?
obs. por favor, não escreva seus personagens cegos como super-heróis com super sentidos e que sabem onde tudo e todos estão. por favor não escreva toph ou o demolidor. eu amo esses personagens, mas eles já existem e você precisa fazer alguém novo. você não está escrevendo toph ou o demolidor.
e é isso sobre construir o seu personagem. pra resumir, você precisa de um personagem que já é interessante e incrível por si só sem uma deficiência, e então você precisa dar a ele uma deficiência e pesquisar bastante sobre como isso aconteceu.
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haruthinks · 11 months
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(descrição de imagem: retângulo azul claro tendo nas bordas duas formas geométricas arredondadas em um azul levemente mais escuro para decoração. uma foto de um óculos fechado com a escrita "haruthinks" embaixo indicando o autor do post. em seguida, o título da série "guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão", seguido de uma linha para separar o texto do indicador da parte "parte 5: maneirismos que trazem vida ao seu personagem". fim da descrição de imagem).
guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão parte 5: pequenas coisas sobre ser cego que você nunca pensou. ou, maneirismos que trazem vida ao seu personagem.
demorei? sim, não nego. mas aqui estou eu com a parte 5 da tradução desse guia escrito originalmente (em inglês) por mimzy cujo blog você pode acessar clicando aqui. já postei as 4 primeiras partes no meu blog e tem bastante coisa legal pra ler, mas se esse post é o primeiro que você vê da série, você pode encontrar os outros 4 aqui:
parte 1: construção de personagem (link)
parte 2: escolha de narrativa, descrições visuais e verbais e interações sociais (link)
parte 3: clichês para evitar (link)
parte 4: bengalas, cães guia e O&M (orientação e mobilidade) (link)
mimzy é uma pessoa com deficiência visual que está escrevendo seu próprio livro de fantasia, e ao decorrer de sua jornada na escrita já escreveu dois personagens cegos.
de praxe, vamos aos disclaimers. não sou uma pessoa cega e nenhuma das experiências relatadas nesse post ou nos anteriores são minhas. esse guia se trata de uma tradução de um guia que foi escrito por uma pessoa cega. resolvi trazer esse assunto para a tag por achar que é interessante e muito importante saber, não apenas para melhorar nossa escrita desses personagens como para melhor entender toda uma parcela da nossa sociedade que não é muito comentada. tentei fazer a tradução da maneira mais respeitosa e correta possível, mas é inevitável algumas percas pelo caminho por conta da língua. caso eu tenha usado algum termo de forma incorreta, peço para que me avise e eu irei providenciar uma edição nesse post. sem mais delongas, vamos começar!
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a partir daqui começa a tradução. o guia foi escrito em primeira pessoa por se tratar muito das vivências pessoais de mimzy, então irei traduzir em primeira pessoa também. retorno a dizer que NÃO SÃO minhas experiências.
aspectos biológicos e climáticos
meus olhos ficam cansados com facilidade, e por "cansados" eu quero dizer que eles começam a doer e minha visão fica ainda pior conforme o dia passa. os músculos ao redor dos olhos ficam doloridos então começo a pressionar ou beliscar de leve a área próxima por conta da dor.
vista cansada pode causar dores de cabeça. quando fico assim, preciso tirar meus óculos e parar de olhar para telas. apenas relaxo por um tempo na cama até meus olhos se sentirem melhor.
o clima tem um grande impacto na minha visão e qualquer pessoa com sensibilidade à luz e com alguma visão restante provavelmente vai ter o mesmo problema. dias ensolarados vão ser mais difíceis para pessoas sensíveis à luz, mas dias nublados também podem ser difíceis porque o sol tende a ficar meio difuso através das nuvens e o céu inteiro fica claro.
neve. isso não é uma experiência pessoal minha porque não moro em um lugar com esse clima e nunca precisei lidar com isso. porém, dias de neve podem ser extremamente complicados para pessoas com problemas de visão, pois ela cobre qualquer marca no chão que você possa usar para identificar onde está (por exemplo, a textura da calçada, da rua, da grama, fica quase impossível diferenciar).
poças de chuva são difíceis de enxergar e chatas de andar em cima, além disso, a bengala passa de uma maneira estranha por elas (minha mãe geralmente me avisa de antemão para que eu possa evitá-las).
hobbies e interesses
pessoas cegas não estão "impedidas" de realizar vários hobbies e atividades, como muitos podem achar. há várias pessoas cegas bem atléticas e que jogam esportes. molly burke costumava fazer escalada e até ensinou isso em uma academia por um tempo quando era mais jovem, ela também já chegou a aprender a surfar. e além de tudo isso, também já fez bungee jumping e pulou de paraquedas. então acredite, existem pessoas cegas atléticas por aí.
notas da tradutora: se você não leu as outras partes do post, molly burke se trata de uma youtuber canadense que fala de sua vivência como uma mulher cega, entre outros assuntos variados como estilo de vida, maquiagem, roupas, relacionamentos e mais. se você sabe inglês, recomendo muito dar uma passada no canal dela. você pode encontrar clicando aqui.
artes marciais também são possíveis para pessoas cegas e algumas organizações para cegos ensinam auto defesa. então, caso alguns de vocês estejam com raiva de mim por dizer que você não deveria escrever o demolidor, o que eu quis dizer é que você não deveria dar ao seu personagem cego esses super sentidos irreais. porém, claro que seu personagem cego pode meter a porrada quando necessário.
eu jogo videogames. não é impossível. e, mesmo que seja bem difícil pra mim, eu ainda amo. eu jogo overwatch no computador e tenho jogado the sims por anos.
ler é uma coisa que várias pessoas cegas gostam, e às vezes é até descrito como a TV de um cego. é uma forma que temos de conseguirmos enxergar em nossas mentes o que não podemos ver na TV. então, eu disse e vou continuar dizendo para manter seus leitores cegos em mente e não traumatize, mate, abuse ou vitimize seus personagens cegos apenas pelo plot.
pessoas cegas leem de diferentes formas. algumas pessoas leem por audio books, algumas leem por leitores de tela, algumas leem em tablets ou notebooks porque conseguem aumentar a fonte, algumas leem em livros físicos com lupas. tudo isso vai depender do quanto de visão restante seu personagem ainda tem e onde ele costuma pegar seu material de leitura. por exemplo, se seu personagem lê muita fanfic online, então é bem mais provável que ele prefira usar leitores de tela em tablets ou notebooks. porém, se prefere ler livros publicados, é mais provável que tenda mais a audio books.
notas da tradutora: não sabia que a grande maioria das pessoas legalmente cegas ainda possuem algum tipo de visão restante? então leia a parte 1 desse guia!
é possível pessoas cegas assistirem TV e filmes, mesmo sem visão restante. alguns filmes e séries possuem a opção de audiodescrições para os cegos, e nelas é descrito os detalhes visuais que estão aparecendo na tela. você pode ter acesso a vários exemplos disso, pois a netflix possui audiodescrição para várias séries e filmes. que tal escolher um título da netlix e ligar a audiodescrição para saber como é a experiência de assistir um filme "do modo cego"?
pessoas cegas cozinham. christine hà é uma chef cega que venceu a terceira temporada do master chef estados unidos e ela é incrível. ela chegou a publicar seu próprio livro de receitas também. algumas escolas para cegos oferecem aulas de culinária como parte do serviço de reabilitação.
arte. eu recomendo ir no google e dar uma olhada em alguns artistas cegos que existem por aí. tenho certeza que vai se surpreender com alguns. existem pintores, escultores, pessoas que trabalham com cerâmica, fotógrafos e vários outros. um de meus personagens cegos está aprendendo a desenhar na escola e com o tempo vai desenvolver seu próprio estilo cartunesco de desenho.
música. sim, eu já cheguei a dizer que não queria ver o clichê do prodígio cego musical de novo, mas isso é porque eu quero que vocês inventem suas próprias histórias e seus próprios personagens. existem vários músicos cegos talentosíssimos e se o seu personagem cego decidir aprender a tocar um instrumento ao decorrer da história dele seria bem legal.
notas da tradutora: leia mais sobre esses clichês citados na parte 3 do guia, que você pode encontrar clicando aqui.
teatro. seria muito legal ver alguns personagens cegos que são atores. doctor who teve ellie wallwork, uma atriz cega, interpretando uma personagem cega na 11ª temporada da série. ela foi incrível e eu adorei aquele episódio, foi o meu favorito da temporada (e eu também adoro jodie whittaker).
existem vários outros hoobies que seu personagem pode ter, mesmo com perda de visão. alguns talvez exijam um ajuste para conseguir realizá-lo, mas com as acomodações certas ele pode fazer basicamente tudo (menos dirigir. por favor, não coloque personagens cegos para dirigir).
pequenas coisas prazerosas
texturas interessantes. quanto menos o seu personagem enxergar, mais obcecado ele vai ficar com texturas diferentes. canecas de cerâmica com algumas decorações em relevo, qualquer superfície em relevo, como letras na capa de livros, pedras com formatos interessantes e etc. quanto maior a perda de visão, mais você se apoia no tato, e isso se torna uma maneira de enxergar.
eu já comprei canecas com decorações, cobertas fofas e almofadas texturizadas por esse motivo. meus dedos sentiram as texturas e adoraram.
tendo o tato como uma maneira de enxergar faz você quere tocar tudo (menos rostos). faço muito isso em lojas, saio tocando em tudo mesmo tendo um pouco de visão restante.
ás vezes seu personagem vai ter uma roupa favorita apenas porque tem uma textura muito confortável.
músicas e sons calmos. eu não gosto muito de asmr, mas muita gente gosta. eu prefiro aqueles sons de fundo bem quietos.
às vezes eu dou batidinhas com a minha bengala no chão ou qualquer outra superfície dura apenas para ouvir o barulho. não consigo me localizar com o eco, a maioria das pessoas cegas não conseguem, mas é algo legal de se fazer apenas pelo prazer de ouvir.
lugares barulhentos onde os sons parecem estar vindo de todas as direções podem ser bem desconfortáveis.
sobre bengalas
leve a bengala junto para todos os lugares.
eu tenho uma bengala reserva quando estou andando longas distâncias para caso algo dê errado.
nunca toque na bengala de uma pessoa cega. é sério, não toque. minha bengala é como um membro extra, é parte do meu corpo e me dá ansiedade quando as pessoas tocam, principalmente se eu não os conheço bem. eu confio em apenas algumas poucas pessoas para segurar minha bengala (tipo minha mãe, ou talvez um amigo enquanto eu estou colocando um casaco e não consigo segurar a bengala o tempo inteiro).
a altura da bengala do seu personagem deve ser mais ou menos da mesma altura dos ombros. ou, pelo menos, alguns centímetros maior, tipo encostando no queixo.
por causa disso, eu gosto de apoiar meu queixo na minha bengala quando estou sem o que fazer enquanto espero algo.
no geral, costumo ficar mexendo muito na minha bengala como forma de distração.
você pode comprar bengalas customizadas. eu tenho uma que tem a ponta roxa ao invés de vermelha. você também pode comprar uma bengala completamente rosa, ou azul, ou preta, ou qualquer cor. também pode adicionar fitas refletivas para ser mais visível para os outros.
algumas pessoas preferem bengalas longas que não dobram, algumas preferem as dobráveis. é uma decisão pessoal. eu ouvi dizer que bengalas longas são melhores para um feedback tátil porque as vibrações são mais precisas. eu prefiro as dobráveis porque gosto de guardar quando não estou precisando (na aula, em um restaurante, etc). minha preferência por bengalas dobráveis veio da minha paranoia de ter pessoas tocando nela enquanto eu não estou prestando atenção.
bengalas longas não dobráveis não são fáceis de guardar num carro, é preciso criatividade.
notas da tradutora: leia mais sobre bengalas na parte 4 desse guia clicando aqui.
coisas gerais de segurança
atenção!! esse tópico pode conter gatilhos para pessoas que possuem desconforto com temas como assédio sexual. não é nada gráfico, porém, caso queira evitar, coloquei um aviso antes do tópico em questão.
dependendo da habilidade de orientação e mobilidade que seu personagem possui, talvez ele não se sinta confortável andando sozinho. isso vai totalmente da quantidade de treinamento que ele tem e o quão independente ele é, se é alguém com ansiedade ou alguém confiante. algumas pessoas cegas são ótimas em andar pela cidade e conseguem fazer isso com muita confiança, outras vão ficar mais inseguras (pessoalmente, não tenho muita confiança em atravessar ruas agitadas sem alguma companhia e estacionamentos me assustam).
talvez seu personagem cego não goste de bares ou baladas, isso depende da personalidade dele. esses lugares são barulhentos, é difícil de falar e são muito cheios, então usar uma bengala ou cão guia é bem difícil e às vezes impossível. também têm uma péssima iluminação e se seu personagem ainda possui alguma visão restante, mas tem cegueira noturna, fica ainda pior.
alerta de gatilho, se sentir desconforto com temas como assédio sexual, pular para o tópico marcado com uma estrelinha!!
e também, por conta do quão abordadas mulheres são nesses lugares, sua personagem provavelmente não se sentiria confortável em um bar ou balada porque ela saberia que pervertidos talvez a tenham como alvo porque ela não enxerga.
sendo cego, você acaba desenvolvendo esse medo de que existem predadores por aí que veem a sua cegueira como algo que eles podem tirar vantagem. algo que te tornaria um alvo fácil para abuso.
OBSERVAÇÃO: por favor, não use isso de desculpe para escrever estupro como parte do seu plot. o consenso geral é que leitores enxergam o uso de estupro como um artifício narrativo como algo terrível. é raso e batido, você não deveria fazer isso. especialmente não coloque seus personagens cegos para passarem por situações traumáticas assim. sério, pessoas cegas vão ler suas histórias porque querem ver algo que os vejam como válidos. ler algo que mostra pessoas cegas sendo vitimizadas, abusadas e machucadas não é algo legal.
por conta desse medo do quão vulnerável você pode ser, você acaba aprendendo a andar apenas em grupos e evitar esses lugares onde predadores são mais frequentes.
☆ e esse foi o fim da parte 5 do guia. esse foi bem menor que os outros, então por isso consegui traduzir tão rápido. existe apenas mais uma parte nesse guia, que fala sobre se você deveria curar a cegueira do seu personagem. porém, caso tenham algum tópico que tenham curiosidade eu posso pesquisar e tentar trazer pra vocês. obrigada por lerem até aqui, até a próxima!
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haruthinks · 1 year
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(descrição de imagem: retângulo azul claro tendo nas bordas duas formas geométricas arredondadas em um azul levemente mais escuro para decoração. uma foto de um óculos fechado com a escrita “haruthinks” embaixo indicando o autor do post. em seguida, o título da série “guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão”, seguido de uma linha para separar o texto do indicador da parte “parte 2: escolha de narrativa, descrições visuais e verbais e interações sociais". fim da descrição de imagem).
guia para escrever personagens cegos ou com baixa visão parte 2: escolha de narrativa, descrições visuais e verbais e interações sociais
e aí gente, beleza? essa é a parte 2 da tradução desse guia que foi escrito por mimzy do blog que você pode acessar aqui e também na source desse post.
a parte 1 traduzida se diz respeito á construção do personagem e você pode acessar aqui.
mimzy é uma pessoa com deficiência visual que está escrevendo seu próprio livro de fantasia, e ao decorrer de sua jornada na escrita já escreveu dois personagens cegos.
importante ressaltar aqui que esse post é apenas uma tradução do guia escrito por mimzy, eu não sou uma pessoa com deficiência visual, apenas achei interessante trazer esse guia para informar e ajudar escritores que têm interesse na temática. como sempre, dei o meu máximo na tradução dos termos e vou colocando notas durante o post caso acho necessário, caso você note alguma inconsistência na tradução, por favor, fale comigo! sem mais delongas, vem comigo depois do ver mais!
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a partir daqui começa a tradução. o guia foi escrito em primeira pessoa por se tratar muito das vivências pessoais de mimzy, então irei traduzir em primeira pessoa também. retorno a dizer que NÃO SÃO minhas experiências.
escolha narrativa
se o seu personagem é o protagonista, você vai ter que optar por escrever em primeira ou terceira pessoa. se seu personagem é secundário ou de pouca importância, a escolha da narrativa não será tão importante, mas você ainda vai precisar estar ciente do que ele consegue ver naquela cena porque vai afetar como ele age naquele momento.
primeira pessoa
pessoalmente, eu acho que escrever um personagem cego em primeira pessoa é sempre o ideal. esse tipo de narração permite que os leitores vivam o personagem e vejam o que ele vê, ou não vê. os leitores querem viver a vida de outra pessoa temporariamente, e se eles estão lendo uma história com um protagonista cego, então eles vão querer experienciar a vida daquela pessoa também.
mas também há desvantagens. você vai ter que trabalhar com o que o seu personagem pode ou não pode captar. isso pode deixar a descrição das cenas difícil (vou incluir dicas para isso depois) e também pode ser fácil de errar e acabar esquecendo que o seu personagem não deveria ser capaz de ver a cor dos olhos de alguém, o sorriso, uma placa na rua, a cor de um presente. você vai ter que aprender a trabalhar dentro dos limites dele. se em alguns momentos você errar e acidentalmente escrever o personagem percebendo coisas demais com a visão que possui, então você pode editar.
terceira pessoa
a desvantagem de escrever em terceira pessoa é a impossibilidade de viver a vida do seu personagem. é muito mais fácil de acabar errando e incluir coisas que seu personagem não deveria conseguir ver. os leitores provavelmente vão esquecer do quão cego seu personagem é se lerem páginas e mais páginas com ótima descrição visual. vai acabar sendo esquisito quando seu personagem falar que não consegue ver coisa X ou Y. mesmo na terceira pessoa, você ainda precisa trabalhar com o que seu personagem pode ver e é muito mais fácil de esquecer disso se você está assistindo a vida do seu personagem através dos olhos de um pássaro ao invés dos olhos do próprio personagem.
a terceira pessoa é algo que eu recomendaria se é o jeito que você prefere escrever e não tem muito costume com primeira pessoa. porém, ainda acho que seria legal tentar escrever em primeira pessoa antes de se decidir.
novamente, a escolha da narrativa não é algo tão importante caso seu personagem cego não seja o protagonista.
descrevendo o mundo de forma visual de acordo com seu personagem cego
aqui é onde saber exatamente o que seu personagem vê e não vê é extremamente importante. mesmo que seu personagem tenha apenas a percepção de luz e sombra sobrando, tem várias formas de acrescentar características visuais ao mundo dele.
talvez algumas coisas possam até soar como trapaça.
dependendo da idade que seu personagem tinha quando ficou cego, ele pode lembrar de como as coisas eram quando ele ainda enxergava. sim, isso soa como trapaça, mas é bem possível que seu personagem se lembre como a casa, vizinhança, amigos e família dele são visualmente. porém, talvez ele eventualmente esqueça e isso depende muito do tempo. vou retomar molly burke rapidinho.
aqui está o canal dela no youtube, caso você não tenha visto a parte 1 desse post.
notas da tradutora: novamente aqui, os vídeos do canal dessa garota são bem informativos e divertidos, porém são em inglês. no youtube brasil o que eu achei que mais se assemelha é esse canal aqui chamado histórias de cego. caso você conheça algum outro youtuber com deficiência visual que queira recomendar, por favor, fala comigo que eu acrescento aqui!
molly perdeu a maior parte da visão quando tinha 14 anos, mas antes disso ela enxergava cores, natureza e como a família dela era (mas ela sempre foi legalmente cega, desde o nascimento). porém, molly agora tem 25 anos e já faz mais de 10 desde que ela perdeu o resto de sua visão. ela não se lembra como as cores são ou como alguns animais são porque faz uma década que ela não os vê. ela sabe quais cores combinam umas com as outras, mas isso se dá por anos de convivência em sociedade (as pessoas comentando quais cores ficam bonitas juntas e quais cores ficam estranhas). então, se faz muito tempo desde que seu personagem perdeu a visão, ou se ele acabou se mudando da cidade onde cresceu, ele provavelmente não vai ter nenhuma memória visual para usar.
seus leitores vão criar seus próprios cenários automaticamente, eles já fazem isso mesmo com muita descrição visual. não importa o quanto você descreva um quarto, uma casa ou uma praia, as pessoas sempre vão visualizar de acordo com as coisas que eles já conhecem e viram (eu uso modelos de casa que eu já estive antes quando leio um livro onde o personagem mora em uma casa, faço o mesmo com apartamentos. a imagem da minha mente nunca vai ser idêntica ao que foi descrito, mas não consigo evitar).
sendo assim, os leitores sabem como um bairro urbano se parece. eles sabem como é uma praia, uma floresta ou um campo florido. também sabem como é uma escola, hospital, lojas de departamento e restaurantes. os cérebros deles vão automaticamente preencher as lacunas da descrição com alguns detalhes que eles sabem que pertencem a esses lugares. você só precisa dizer onde o seu personagem está, ou onde ele entende que está.
uma dica para acabar gatilhando uma imagem mental na cabeça de alguém com apenas algumas palavras. use locação, horário, o quão lotado ou vazio o lugar está, etc. por exemplo, uma praia calma e pacífica versus uma praia lotada e cheia de lixo. dois cenários diferentes, mas descritos com apenas algumas palavras. uma cafeteria moderna e lotada ou uma cafeteria tranquila e meio hipster? uma balada barulhenta? um bar obscuro? um banheiro público sujo? todas essas palavras trazem diferentes imagens na sua cabeça baseadas em experiências passadas, mas eu utilizei apenas poucas palavras para cada cenário.
coisas que seu personagem sempre vai saber (menos em circunstâncias especiais)
o lugar onde ele está (a não ser que tenha sido sequestrado ou apagou e acordou em um lugar novo, nesse caso, você decide como fazer ele perceber onde está);
a hora do dia (a não ser que esteja drogado ou seja péssimo em horários);
norte, sul, leste e oeste (pessoas cegas são melhores nisso do que pessoas que enxergam. eles acabam se ensinando sobre o assunto para não se perderem);
a estação do ano e o clima;
se o lugar está cheio, vazio ou com uma quantidade ok de pessoas. também se aquela quantidade de pessoas é comum para aquele lugar e hora.
isso é o suficiente para começar, mas agora você precisa adicionar alguns detalhes sensoriais não visuais.
os outros sentidos do seu personagem pode pegar outros detalhes
seu personagem vai ouvir o barulho das folhas ao serem pisadas, vai ouvir elas raspando contra a calçada conforme ele move a bengala. vai ouvir o trânsito ou as crianças brincando no parque, vai ouvir os passos atrás dele numa rua quieta ou skates zunindo por perto. seu personagem vai sentir a areia nos dedos, a maciez com que a grama abaixa conforme ele pisa, uma lama escorregadia, a calçada rachada ou o asfalto esburacado embaixo de sua bengala. também vai sentir a tinta da parede descascando embaixo das suas unhas, a calda pegajosa na mesa que ele acabou não vendo antes de colocar a mão ali. seu personagem vai sentir o sol no seu rosto, vai sentir a brisa do vento, vai sentir o cheiro de comida no restaurante que está visitando, ou o cheiro da sujeira molhada depois da chuva (quando saio de casa, geralmente consigo sentir o cheiro da sujeira da rua molhada antes de ver as poças no chão). os outros sentidos dele podem adicionar detalhes que a visão nunca poderia.
notas da tradutora: essa frase entre parênteses se trata da experiência pessoal de mimzy, não minha. já disse antes, mas não custa repetir.
como escritor no geral, você precisa se acostumar a utilizar todos os 5 sentidos enquanto escreve, mas considere isso de forma ampliada quando os utiliza para compensar a falta de descrição visual.
descrevendo conversas sem enxergar
pode parecer estranho, mas tem muito mais visuais envolvidos em uma conversa do que você pensa. algo entre 60 e 90% da nossa comunicação é não verbal (já ouvi várias versões dessa estatística e não quero ter que procurar de novo, mas acredite).
isso significa que o que alguém diz não é a única informação que você recebe. pessoas que enxergam podem usar postura corporal e expressões faciais para captar o humor de alguém durante uma conversa. uma careta, um sorriso, braços cruzados, movimentos agitados com os braços, rolar de olhos, expressão irritada, troca de olhares, caras engraçadas, tudo isso. em alguns casos, seu personagem cego talvez veja o sorriso ou a postura de alguém, caso ele ainda tenha visão o suficiente pra isso, mas e se ele não tiver?
seu personagem não sabe quem está sorrindo ou franzindo a testa, troca de olhares não são possíveis e ele não vai notar um amigo rolando os olhos (a não ser que a visão restante dele o possibilite de, algumas vezes, ver essas expressões. por exemplo, quando bem de perto e a luz estiver boa).
seu personagem está usando tons vocais e escolhas de palavra para descobrir as emoções de quem fala. uma fala rápida sugere urgência ou animação. frases quebradas ou gaguejadas sugerem ansiedade, timidez, culpa, mentiras, agitação. tons calmos, fala devagar e uma risada leve implica em uma conversa fácil e sem tensão. palavras pronunciadas erradas e uma fala arrastada significa embriaguez, exaustão ou alguém machucado.
amigos e família às vezes vão completar detalhes que seu personagem não vê
isso é uma experiência pessoal, é muito comum para meus amigos e família pontuarem detalhes visuais pra mim enquanto eu estou fora, especialmente se são detalhes com os quais eu me importaria, ou que me deixariam felizes de saber.
"tem um gato laranja naquele telhado", "ali tem um lindo jardim com várias rosas", "tem duas crianças brincando com sabres de luz ali fora", "tem um cara dançando na rua", "tem outra pessoa andando com uma bengala alguns metros de distância de você", "tem bandeiras do orgulho penduradas naquele prédio" (isso foi no último verão enquanto estava num carro numa cidade próxima, fiquei bem feliz em ouvir isso).
ou mencionar coisas que seriam perigosas pra mim, como "tem uma multidão chegando", "estamos andando no estacionamento agora", "tem alguns cones ali na frente", "tem uma escadaria perto, ande pra sua direita", "tem alguns skatistas vindo em nossa direção".
ou mencionar coisas sociais que me interessem, como "aquela pessoa tá olhando pra você", "tem uma pessoa bonita ali", "parece que fulano não tá gostando muito do papo com sicrano", ou até mesmo "fulano e sicrano estão dançando/fumando lá fora/rindo/brincando", qualquer coisa assim.
às vezes são coisas que são inapropriadas e rudes, mas acredite, as pessoas vão te dizer quando sabem que você não consegue enxergar, tipo "nossa, a roupa daquela menina é horrível" ou "não gosto daquelas tatuagens", ou até mesmo "ele parece um orc". se a companhia do seu personagem cego for do tipo que julga bastante, provavelmente essas seriam coisas que ela falaria.
identificando outras pessoas numa conversa
aqui vai uma pergunta importante, seu personagem enxerga o suficiente para identificar uma pessoa pelo rosto, corpo ou jeito de andar? não? então seria bom fazer isso aqui:
se uma amiga ou colega de classe chega no seu personagem, ela deve dizer algo como "oi, fulano, aqui é sicrana" ou se apresentar de alguma forma que faça seu personagem saber com quem ele está falando, aí então a conversa começa.
se você me disser que seu personagem reconhece todo mundo apenas pelas vozes, eu vou te dizer que você está errado.
humanos não são capazes de produzir tons de voz super únicos que os diferencie de outros 7 bilhões de humanos. e também, ninguém (nem mesmo os cegos super heróis que vou te dizer pra evitar escrever na parte 3) é capaz de reconhecer a voz de todo mundo que conhece.
seu personagem talvez reconheça uma voz específica se:
for de algum dos pais, irmãos ou melhores amigos, talvez. mas não é uma certeza, eu não consigo diferenciar a voz da minha mãe em um lugar lotado.
for um sotaque distinto e reconhecível, tipo um amigo russo morando nos estados unidos.
for uma voz muito aguda ou muito grave que realmente se destaca, mas é pouco provável.
se seu personagem reconhecer a voz de alguém, provavelmente isso só aconteceu pelo contexto. eu reconheço as vozes dos meus professores se eu estou em alguma parte específica do campus onde eu normalmente os vejo. eu talvez reconheça as vozes de alguns dos meus colegas de sala se eu estiver na sala, mas eu nunca reconheceria se eu estivesse em outro lugar. eu também consigo reconhecer vozes de atores se eu estou assistindo TV (na verdade, é mais que eu reconheço os diálogos de filmes e séries que eu já assisti e lembro de quem interpretou aquele personagem).
em algumas circunstâncias, talvez seu personagem consiga reconhecer a voz de alguém. porém, por favor use o método de "oi, fulano, aqui é sicrana" porque é bem mais confiável e seria bem legal se as pessoas que lessem o que você escreve começassem a se apresentar aos amigos cegos.
obviamente, nem todos os personagens vão saber que deveriam se apresentar ao seu personagem cego dessa forma, porém, seria legal pensar que seu personagem cego ensinou os amigos bem o suficiente ao ponto que eles começaram a fazer isso.
e é isso para a parte 2, espero que tenha ajudado!
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haruthinks · 1 year
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OLÁ!
eu sou a haru e minha intenção é compartilhar um pouco das minhas ideias e talvez ajudar alguém de alguma forma. costumo procurar masterlists e afins para me ajudar com inspirações na hora de criar algum personagem para alguma história, então pensei, por que não compartilhar com os outros? então criei esse blog.
aqui pretendo postar alguns plot bunnies que vêm na minha cabeça, algumas masterlists de algum assunto que eu sinta que posso acrescentar, reblogar resources de outros blogs como themes, docs, masterlists, dash icons, gifs, entre outros.
não sou especialista em nada!! isso aqui é puramente para compartilhar meu hobby (escrever) com o mundo porque sei que existe muita gente por aí como eu. sejam bem-vindos e espero que gostem!
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tanukigishirp · 2 years
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ようこそ! BE VERY WELCOME, Kurosaki Kaito-SAN!
Faceclaim: Jooyeon - Xdinary Heroes. Data de nascimento: 6 de março de 2002 — 20 anos. Local de origem e etnia: Tóquio, Japão + coreano. Reside em: Distrito de Shintani. Ocupação: Guia no Pokémon Mega Center. Gênero e pronomes: Masculino cisgênero (ele/dele). Temas de interesse: Angst, crack, fluff, friendship. Triggers na bio: menção à morte, luto e depressão. OOC: +18
Personalidade e história:
Qualidades: Atencioso e prestativo Defeitos: Apático e pessimista.
Essa história é um velho clichê, a mocinha ingênua que foi estudar em outro país, se apaixona pelo garoto mais popular da faculdade e vivem uma linda história de amor. Mas não havia nada de lindo naquilo, a jovem coreana descobriu da pior forma as intenções de Toshiya e o resultado foi uma gravidez que ela não permitia estragar seus planos. E tampouco a família poderia saber. Não tivera coragem de dar fim àquela gestação e, logo que o bebê nasceu, foi dado para adoção. E aquela certamente foi a melhor coisa que a garota poderia ter feito para a criança. O bebê sem nome e documento foi deixado na porta de uma residência alguns dias depois de Eunbi ter dado a luz, junto do menino enrolado naquela manta havia apenas uma carta, um pedido de que cuidassem bem da criança. E quando a família Kurosaki finalmente decidiu ficar com aquele menininho deixado em sua porta, que já tinha o nome de Kaito, sua vida enfim começou de fato.
O bairro costumava ser um lugar pacato, silencioso, ao menos até Kaito. Então silêncio foi uma coisa que deixou de existir na casa da família. Quando era ainda um bebê, Kaito não dava trabalho, quase não chorava, era muito tranquilo. E então ele começou a andar, aprendeu a correr e nada mais foi como antes. Tinha o hábito de pegar as coisas das irmãs e sair correndo pela casa até que alguém conseguisse lhe apanhar, mas talvez fosse mesmo aquela alegria que faltava na casa, um pouco de luz. E Kaito tinha mesmo muita luz em seu ser. Era uma criança gentil que ajudava quem ele visse que precisava, seja algum idoso a atravessar a rua, algum adulto com sacolas demais para carregar, até mesmo ajudava a atender os clientes da padaria dos pais. Aliás, era ali que ele passava a maior parte de seu tempo, seja desenhando no balcão ou vendo a mãe confeitar aqueles doces que ele se sentia tentado a roubar um. Mas na única vez que tentou, levou um tapa que doía só de lembrar.
Ele ia para a escola de manhã, estudava um pouco quando chegava em casa e, depois do almoço, ia para a padaria. Apesar de ser sorridente e falante, tinha um tanto de timidez que o impedia de fazer muitos amigos. Mas ele tinha alguns, era inseparável de Haruki. Tinham a mesma idade e praticamente tinham nascido juntos, a diferença era de apenas dois dias! Faziam tudo juntos, dormiam um na casa do outro, contavam histórias de terror. Brigavam também, claro, mas sempre faziam as pazes com um pedaço de bolo que a mãe de Kaito fazia. A adolescência foi chegando e, com ela, Kaito foi percebendo que aqueles sentimentos eram fortes demais para uma amizade. Tinha ciúmes de Haru com outras pessoas, ficava irritado quando ele demorava a responder suas mensagens. E na impossibilidade de perguntar para alguém o que era aquilo, em sua cabeça, a decisão mais lógica era ir na internet procurar. Pois bem, ele não tinha nenhuma doença grave, só estava apaixonado pelo melhor amigo. E ambos eram garotos.
Lembram da timidez? Kaito conviveu com aquele sentimento por muito tempo, sem conseguir dizer a Haruki como se sentia. Mas Kaito nunca tivera tal chance. O câncer veio devastador, e mesmo que tivessem tentado, Haruki não conseguiu sobreviver. Em sua cabeça, rolava muita coisa e no final não conseguia dizer bem como se sentia. A perda do melhor amigo de forma tão repentina, o fato de nunca ter conseguido se declarar. A luz que antes existia em si foi de apagando aos poucos no que os médicos diziam ser um quadro de depressão, mas Kaito não ligava para aquelas palavras, sua mente se desligava em cada consulta que tinha e só mexia a cabeça para fingir que estava ali e que estava ouvindo. Sua rotina continuava quase a mesma, já que agora fazia tudo sozinho, mas já não era o mesmo garoto sorridente e animado de antes. A vida tinha perdido o sentido e as cores no dia em que tinha perdido o grande amor de sua vida.
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