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#tapetes são carlos
brazaesthetic · 1 year
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Tapetes São Carlos (1987)
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renaultportugal · 1 year
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ALPINE A110 SAN REMO 73: UMA NOVA EDIÇÃO PARA CELEBRAR A PAIXÃO PELOS RALIS
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O Alpine A110 celebra o 50º aniversário da sua vitória no Rali de San Remo e o primeiro título de construtores no Campeonato do Mundo de Ralis em 1973, com o lançamento do Alpine A110 San Remo 73.. Uma série moderna e distinta, limitada a 200 unidades, que estará disponível para encomenda, a partir de 17 de março de 2023, a um preço de 94.000 euros.
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Depois do Alpine A110 Tour de Corse 75, revelado em 2022, desta vez cabe à série limitada A110 San Remo 73 prestar homenagem ao glorioso passado da marca nos ralis.
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Com esta nova edição especial, a Alpine celebra os 50 anos de um momento histórico para a marca no desporto automóvel: a vitória no Rali de San Remo, mas também o título de construtores que a Alpine conquistou no Campeonato do Mundo de Ralis. Embora a referência ao passado seja clara e a homenagem inequívoca, esta série, limitada a 200 unidades numeradas, é acima de tudo moderna e distinta.
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UMA REINTERPRETAÇÃO MODERNA DA LENDA ALPINE
Inspirada no icónico Alpine A110 que venceu o Rali de San Remo de 1973, esta nova série limitada diferencia-se pelo design moderno e distinto, que é combinado com a agilidade e o reconhecido desempenho dinâmico do chassis e do motor de 300cv. O Alpine A110 San Remo 73 apresenta uma combinação de design única, tanto no exterior, como no habitáculo.
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Com a inédita carroçaria pintada na cor original Caddy Blue, com os arcos de tejadilho pretos e o tejadilho de carbono pintado a vermelho, a série limitada A110 San Remo 73 reinterpreta a lendária decoração do automóvel de competição de 1973. A assinatura temática “San Remo 73” no capot, portas e pára-choques traseiro, é complementada por elementos gráficos a preto e branco nas portas. A que se associam as jantes Grand Prix de 18” em Branco Brilhante, as pinças de travão Brembo® em antracite, as molduras dos faróis dianteiros em negro, assim como os logotipos das embaladeiras dianteiras e os monogramas Alpine em Preto Brilhante.
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No habitáculo, que inclui aplicações em microfibra, realçadas por pespontos cinzentos, os bancos tipo baquet da Sabelt® Racing são bordados com uma frase temática  “World Champion 73” e estão pré-preparados para receber cintos de competição de seis pontos. O ambiente desportivo é complementado pelos pedais Sport, pelo apoio para os pés do passageiro em alumínio e os tapetes da Alpine. Os painéis das portas são assinalados com as duas faixas temáticas a preto e branco.
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O exclusivo Alpine A110 San Remo 73 está limitado a 200 unidades para todo o mundo e conta com uma placa exclusiva com a inscrição 'Limited Edition A110 San Remo 73', numerada de 1 a 200. Esta edição também beneficia de uma alargada lista de equipamentos de série, incluindo um sistema de travagem de alto desempenho, um escape desportivo ativo, espelhos retrovisores elétricos e rebatíveis, espelho retrovisor interior com anti-encadeamento automático, assistência ao estacionamento dianteiro e traseiro com uma câmara de marcha atrás, bem como sistema de áudio Focal e Telemetria Alpine.
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Em Portugal, estará disponível para encomenda, a partir de sexta-feira, 17 de março, às 9 horas da manhã, ao preço de 94.000 euros.
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SAN REMO 1973, A CONSAGRAÇÃO
O A110 San Remo 73 segue as pegadas de um automóvel icónico que consagrou, pela primeira vez, a Alpine no Campeonato do Mundo de Ralis, depois de seis vitórias em 13 das provas que integraram o calendário.
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À partida da edição de 1973 do San Remo, as “berlinetas” estavam entre os favoritos, até pelo facto da estrutura da prova partilhar estradas com o percurso do Monte Carlo. Ou seja, um terreno misto (asfalto/terra), que favorecia os Alpine, também pela sua extraordinária relação peso/potência.
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Nas estradas italianas, o Alpine n°1 completou a primeira etapa com uma vantagem de mais de cinco minutos, graças a uma arriscada, mas bem sucedida estratégia de pneus. Com um atraso de mais de nove minutos para o líder no início da segunda etapa, o Alpine n°5 venceu vários troços, e ascendeu, etapa após etapa, ao 3º lugar da classificação geral, atrás do Fiat 124 Spyder, e do Alpine n°1, que terminou o San Remo com mais de 6 minutos de avanço para os mais diretos adversários. Esta 10ª ronda do calendário garantiu, de vez, o título mundial de construtores para a Alpine.
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A icónica decoração azul, branca e vermelha, com riscas pretas e brancas, será para sempre associada ao título mundial. Esta decoração, que se tornou mítica, é agora, em 2023, reinterpretada pela Alpine, prestando homenagem ao cinquentenário desta vitória no rali.
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soccomcsantos · 4 months
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Soc. Com. C. Santos entrega únicas unidades Mercedes-Benz G 500 V8 Stronger Than Diamonds em Portugal
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Uma peça de coleção revelada ao mundo no Dia de São Valentim. A Mercedes-Benz produziu a versão especial Stronger Than Diamonds do Classe G 500 V8 limitada a apenas 300 unidades numeradas, com as únicas duas que vêm para Portugal a serem entregues pela Sociedade Comercial C. Santos. Diamantes e detalhes de cor são os destaques neste Classe G tão especial.
O Stronger Than Diamonds é uma das versões finais da atual geração do icónico Mercedes-Benz Classe G, que se prepara para receber várias atualizações este ano. A versão especial celebra, também, os 30 anos (assinalados em 2023) da introdução do motor oito cilindros em V no todo-o-terreno.
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“Afirmamos sempre que todos os nossos clientes e todos os nossos automóveis são especiais. Mas claro que há sempre unidades com particularidades que as tornam diferentes. Este Mercedes-Benz Classe G 500 V8 Stronger Than Diamonds tem pormenores que o tornarão numa peça de coleção e é um embaixador distinto da marca que incorpora a beleza eterna realçada por diamantes preciosos”, indica Rui Santos da Cunha, chefe de vendas de veículos ligeiros de passageiros da Sociedade Comercial C. Santos. Carlos Henriques e Rui Lopes foram os membros da equipa comercial deste histórico representante Mercedes-Benz que operacionalizaram os processos encomenda das duas unidades “portuguesas” do Classe G Stronger Than Diamonds.
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Detalhes especiais, além de performance
O G 500 V8 Stronger than Diamonds é uma edição limitada (300 unidades apenas) e numerada (o número surge na lateral do veículo). A pintura para esta edição é exclusiva (MANUFAKTUR cinzento rosewood mate e teto em preto) e apresenta detalhes muito exclusivos e alusivos ao tema desta edição especial. Um dos detalhes exteriores, além da cor, são os puxadores de portas específicos da edição com botão do manípulo com diamante em relevo.
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No interior são ainda mais os detalhes que diferenciam o Stronger than Diamonds face aos demais Mercedes-Benz Classe G. Desde logo, os estofos com pesponto cor-de-rosa (inclui tapetes especiais com logo AMG), a pega no tablier para o passageiro da frente com inserção “stronger than diamonds”, especificidade também presente nas embaladeiras das portas. O detalhe mais importante são, porém, os quatro pinos interiores das portas terem incrustados diamantes reais (0,25 quilates por pino).
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O ambiente de exclusividade que este Mercedes-Benz Classe G de coleção continua em outros pormenores. Um é a capa de proteção interior com design personalizado (a cor e a insígnia, replicada também no saco desta mesma capa). Outro detalhe interessante é o facto de a chave ter uma moeda de prata verdadeira com relevo de diamante.
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Quanto ao motor, o Mercedes-Benz Classe G 500 V8 Stronger Than Diamonds recorre ao impressionante motor a V8 a gasolina com 4.0 l de capacidade e 421 cv (610 Nm de binário). Este propulsor birturbo é capaz de impulsionar o imponente 4x4 até do zero aos 100 km/h em apenas 5,9 segundos. A velocidade máxima está limitada eletronicamente a 210 km/h. Esta versão especial com diamantes anunciada no Dia de São Valentim tem um preço final aproximado de 288 mil euros.
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Icónico desde 1979
As origens do bem-sucedido modelo Classe G remontam a 1979. Durante mais de quatro décadas, o G incorporou o luxuoso veículo todo-o-terreno da Mercedes-Benz. A aparência exterior da lenda off-road da marca mudou apenas marginalmente durante todo o período. Mesmo na extensa reformulação de 2018, que trouxe consigo o maior salto tecnológico da história do modelo, a Mercedes-Benz operou apenas “retoques” no design típico deste icónico modelo. Há uma boa razão para isso: os componentes outrora puramente funcionais tornaram-se há muito tempo elementos de estilo icónicos. Estes incluem, por exemplo, o distintivo puxador da porta e o característico som de fecho, a robusta faixa de proteção exterior, a roda sobressalente exposta na porta traseira ou os atraentes indicadores de mudança de direção dianteiros.
O modelo vai receber várias alterações em breve. Além de melhorias aos motores a combustão e outras inovações mecânicas, estreará uma aerodinâmica profundamente melhorada, exigência que decorre, também, do facto do modelo passar a contar com uma variante 100% elétrica, a grande novidade deste restyling. Mais de 400 mil unidades e 45 anos depois, a tradição Mercedes-Benz Classe G está para durar.
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kikigosso · 1 year
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Vazio
Ele descobriu, por acaso, aos 19 anos, que era adotado. Aquilo caiu como uma bomba na sua vida. Se sentia perdido, esvaziado de referências. Tinha uma relação boa com o pai. Não tinham os mesmos interesses, quase não conversavam, achava o pai acomodado demais, mas isso não era motivo para achar que não tinham um laço mais forte, de sangue. Da mãe, já falecida, não se lembrava muito. Até a data da descoberta, tinha certezas. A partir dela, só dúvidas.
Confrontou o pai com o exame. Com a tristeza do inevitável, aquele homem que muitas vezes parecia não notar sua presença, confirmou com os olhos marejados. Naquele momento, Ivan deixara de ser um pouco seu filho e na alma sentiu saudades prematuras de quando escutava: "Ele é a cara do pai".
Na sua mente mil perguntas se formavam. Quem eram seus pais, quem era ele, será que havia nascido mesmo em São Paulo? Seria Ivan seu nome mesmo? Aquele pensado por sua mãe verdadeira. Meio a contra-gosto, estava prestes a começar a faculdade de Direito, seguindo os passos de seu pai... mas espere... não... e se seu pai fosse um pintor famoso? Ou comerciante? Ou sua mãe uma jovem hippie que havia morado em uma comunidade? Estava tudo em suspenso. Primeiro precisava se conhecer de verdade. Aos poucos a tristeza ia se transformando em angústia, em pressa, como se o tempo fosse seu inimigo, uma correnteza que ia de encontro à sua necessidade de seguir um frente.
À medida que Ivan ia se buscando, ia se sentindo mais perdido. Em ações que não necessitavam antecedência, ele ia tentando aprender um pouco mais sobre si mesmo. Não sentia necessidade de seguir o caminho de seus pais. Esses que ele não conheceu. Nunca pensou em procurá-los de verdade, preferiu a fantasia. Não lhe interessava por que tinha sido dado para adoção. Preferia começar do zero. Geração espontânea. Realizar seus próprios sonhos. 
Largou a faculdade de Direito e prestou vestibular para Comunicação Social. Tinha mais vontades do que tempo para realizá-las. Como se antes daquele fatídico dia, estivesse adormecido. Viajou o mundo. Casou, descasou. Não teve filhos, em algum lugar remoto no seu inconsciente esse capítulo ainda era dolorido. Porém, não importava para onde fosse ou estivesse, ou à quantas aventuras se entregasse, ainda se sentia descolado da sua própria história. Nesses vinte anos que se passaram entre a descoberta e o presente, não sabia dizer se fora feliz ou não. Estivera ocupado, isso com certeza. A correnteza que antes o impedia de seguir, agora era sua parceira. Tanto que muitas vezes nem notava o que havia nas margens, seguia o fluxo sem se prender a nada.
Quase já não tinha contato com o pai quando recebeu o telefonema avisando do seu falecimento. Semanas depois, remexendo em memórias que ele achava que não lhe pertenciam, encontrou uma carta. No envelope: "Para Laura". Era o nome de sua mãe adotiva. Reconheceu a letra do pai. A antecipação de novas descobertas fazia gelar seu estômago. 
"Querida Laura,
Escrevo para lhe dizer que volto dia 7, não vou mais perseguir sonhos tolos e desejo estar contigo.
Já avisei no jornal que fico somente até o fim do mês e aceitei a proposta para trabalhar no escritório
de meu pai. Ansioso por começar uma vida juntos, me despeço.
Para sempre teu, Carlos"
E mais uma vez o destino lhe puxara o tapete. Teve a mesma sensação de quando, numa sessão de meditação, havia experimentado a percepção de estar fora do próprio corpo e numa fração de segundos, sentir a alma encaixar de volta. Essas poucas linhas fizeram o que alguns anos de terapia não haviam conseguido. Sentiu empatia por aquele homem, a quem chamara de pai por tantos anos e que de uma hora pra outra se tornara um mistério maior ainda. No fim das contas, seguira os sonhos daquele rapaz que desistira de tudo por uma família. Que fora definhando com a morte prematura da esposa e tinha somente como lembrança daquela família inacabada, ele, Ivan. Eram dois navios sem porto.  Seu corpo se encheu de compaixão. Ele agora entendia, perdoava e pedia perdão imaginando o pai sentado em seu velho sofá onde pairavam palavras não ditas. E num segundo de loucura, o escutou dizer que estava orgulhoso mas que sentia tristeza pelos momentos não aproveitados. E, nesse lugar, se reencontraram, como seres incompletos que eram.
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pirapopnoticias · 1 year
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arnaldomoreirablog · 1 year
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Polo Track 1st Edition: versão especial de 1.000 unidades. – Hatch de entrada da Volkswagen nasce na plataforma MQB com motor 1.0 MPI flex e câmbio manual de cinco velocidades São Bernardo do Campo (SP) – Existe uma combinação entre robustez e estilo. E ela estreia com o Polo Track 1st Edition, versão limitada e numerada que comemora a chegada do mais novo veículo de entrada da Volkswagen no País. Produzido na planta de Taubaté (SP), o compacto estará disponível em um lote de apenas 1 mil unidades, oferecido ao Brasil e América Latina, com itens exclusivos de design. O projeto foi desenvolvido especialmente pela equipe de Design da marca no Brasil, encabeçada pelo chefe de Design da Volkswagen na América do Sul, José Carlos Pavone.
O Vermelho Sunset, presente na linha Polo, Nivus e T‑Cross, foi a cor escolhida para a 1ª Edição. Ela contrasta com o teto pintado em Preto Ninja, mesmo cor da capa dos espelhos retrovisores externos e das maçanetas das portas. Para a versão, as calotas das rodas aro 15 foram pintadas em preto brilhante. Ainda na parte externa, o grande destaque é o emblema comemorativo aplicado nas Colunas C do hatch. Também em alusão à versão, na base das portas estão adesivos exclusivos em preto com a inscrição '1st Edition'. Na traseira, uma faixa pintada em Preto Ninja conecta as lanternas do hatch e sinalização com o 'Track 1st Edition' que se trata de um modelo especial.
Ao abrir a porta, o condutor encontrará soleiras em alumínio, ao estilo do Gol Last Edition. Os bancos inteiriços trazem detalhes de acabamento em pesponto vermelho e têm a inscrição '1st Edition' em Flex Film na porção superior do encosto. Os tapetes também têm uma tag alusiva à versão. Ao entrar, os olhos logo dão conta da placa da edição limitada com a numeração da unidade, localizada ao lado direito do painel, que possui acabamento preto. Mais refinado, o habitáculo tem detalhes cromados nas saídas de ar-condicionado e na base do câmbio, e nova manopla de marcha com lente preta. O Novo Polo Track 1st Edition chega ao mercado com lista de conforto incluindo volante multifuncional, ar-condicionado com filtro de poeira e pólen, direção elétrica, vidros elétricos dianteiros, travamento elétrico e remoto das portas, rádio Media Plus II e quatro alto falantes, tomada USB tipo C, chave canivete com controle remoto, entre outros.
Quando o quesito é seguro, o Polo entrega pacote amplo. O modelo dispõe de quatro air bags, sendo dois frontais e dois laterais nos bancos dianteiros, Hill Hold Control - Assistente para partida em aclives e subidas, Controle eletrônico de estabilidade (ESC), Sistema ISOFIX, Top tether para fixação de assento de criança, alerta de afivelamento de cinto de segurança para todas as posições, e Bloqueio eletrônico do diferencial (XDS+).
Projetado a partir da plataforma MQB, que proporciona o que há de mais moderno em termos de design, inovação e alta performance, o Polo Track 1st Edition é equipado com o consagrado motor 1.0 MPI flex, com potência máxima de 84 cv e 10,3 kgfm de torque máximo, acoplamento ao câmbio manual de cinco marchas.
Postado por BLOG DO ARNALDO MOREIRA às segunda-feira, fevereiro 06, 2023   
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duplaroves · 2 years
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 Gina e Ginudo, amor e músicas antigas  capítulo 5 motoqueiro, bicicleta, casamento, relento
Naquela tarde a Gina, o Ginudo e o pai deles tavam assistindo futebol na sala. Ela saiu do sofá e foi pegar um pacote de chiclete que tinha caido no tapete. Ela se abaixou pra pegar o pacote e a mini saia dela foi pra cima. Ela tava sem calcinha. E o pai dela gritou :
_Não acredito que você fica mostrando a genitália pra todo mundo. Até eu , que sou muito miope, acabei de ver a sua vulva.
Ela perguntou :
_O que é vulva ?
O Ginudo respondeu : “É a sua buceta.”
O Jarbas disse :
_Se você fica mostrando tudo, então vai ter que escolher. Ou casa com um homem de família, ou vai ter que ir embora dessa casa.
O idoso foi mijar e a Gina disse pro irmão :
_Vou casar com a Valdirene.
_Mas o pai vai ver os seios dela e não vai aceitar.
_Os seios dela são de tamanho médio. Se ela usar uma roupa larga, o pai não vai perceber.
A Val concordou em casar com a Gina. Elas foram na igreja e o funcionário disse :
_Vocês são mulheres.
Mas no documento da Val tava escrito o nome que ela usava antes de ser crossdresser : Valdir.
No dia do casamento, a Val tava na igreja usando um paletó bege quando um bêbado gritou :
_A Gina fugiu com um motoqueiro.
A Val cantou a música do Almir Rogério :
_”Tudo pronto pro nosso casamento. Mas vejam como um castelo se desfaz. Uma moto foi embora da cidade. Que infelicidade, ela foi sentada atrás.”
A Gina tava na garupa da moto do Zeca quando o Juca passou naquela rua com a sua bicicleta amarela, cantando a música do ismael carlos :
_”Bicicleta envenenada. Não troco ela por nada. Não gasto gasolina na minha condução. E quando paro na esquina tem uma fila de garotas pra ganhar meu coração.”
A Gina pediu pro Zeca estacionar a moto. Ela foi falar com o Juca da bicicleta.
_Meu pai tá me obrigando a achar alguém pra casar. Você quer casar comigo ?
_Quero.
A Gina e o Juca foram até a igreja e marcaram o casamento pras quatro da tarde da sexta feira. Mas, no dia do casamento, o Juca chegou atrasado na igreja. Quando ele entrou na igreja, ele viu que o padre, a Gina e um cara fantasiado de Scooby- Doo estavam no altar. E o Juca pensou:
_Caralho, só porque eu me atrasei 15 minutos pro casamento, ela resolveu casar com um cara fantasiado de cachorro, fantasiado de Scooby-Doo.
E o Juca foi embora chorando e cantando a música da Maria do Relento :
_”Todo o povo lá na igreja e o pesadelo não tinha fim. O cachorro se casa e eu volto pra casa, pra comer quindim.”
O padre disse pro cara :
_Tire essa fantasia de cachorro, pra eu casar vocês dois.
_Nunca na vida. Eu não tiro essa fantasia nem pra tomar banho.
_Então não vai ter casamento.
8 da noite, o Ginudo e a Gina estavam na escola de música e ela disse pro professor Salame :
_Eu uso mini saia sem calcinha, por isso as pessoas conseguem ver a minha buceta. E por esse motivo , o meu pai mandou eu casar. Senão ele me expulsa de casa.
_Por que você não casa com o seu irmão ?
_O Ginudo é esquisito, mas eu já bati siririca pensando nele. O problema é que somos irmãos.
_Vocês podem pagar um falsificador, que faça um teste de DNA dizendo que vocês não são irmãos.
_Mas estamos sem dinheiro.
_Então eu caso com você, Gina. Mas eu prometi pra minha vó que eu só caso depois dos 25. E eu tenho 23 anos.
Quando os dois irmãos voltaram pra casa, a Gina disse pro pai dela :
_Achei um noivo. Mas ele só vai casar daqui dois anos.
_E ele é um homem de família ?
_O nome dele é professor Salame.
_O nome dele é estranho mas talvez ele seja um homem de família. O que você acha, Ginudo ?
_Ele mostra o salame pra todo mundo.
_Você está falando sobre salame ou sobre o pênis dele ?
A Gina deu um pontapé no irmão e disse :
_O professor Salame é tão respeitador que, quando ele arranca minha mini saia na frente de todo mundo pra ver a minha buceta, ele não diz palavrão.
_E como é que ele chama a sua vulva ?
_Ele canta a música da Dercy : “A vizinha é camarada e soltou a perereca pra alegrar a garotada.”
_Perereca não é palavrão. Então você pode casar com ele.
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brotherjp4 · 2 years
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arqbrasil · 2 years
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Muma assina coleção para Tapetes São Carlos
Muma assina coleção para Tapetes São Carlos
A Tapetes São Carlos convidou a Muma para realizar uma análise de tendências de cores, formatos, texturas e estampas para 2022/2023. O resultado da pesquisa pode ser visto a coleção Colores, disponível online com exclusividade no site Muma. Em termos comparativos, para viabilizar a produção de uma coleção a Tapetes São Carlos precisa de um pedido mínimo que é praticamente toda a venda anual de…
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diario-no-deserto · 2 years
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O chão é cama
O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre o tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama.
E para repousar do amor, vamos à cama.
Carlos Drummond de Andrade ANDRADE, C. D. O Amor Natural. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
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lgbtqiacommunity · 3 years
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10 personalidades LGBTs que se destacaram na luta pela igualdade no Brasil
Pabllo Vittar
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é um ícone da música e do movimento LGBTQ+. A drag de 25 anos conquistou um espaço que abriu portas para outras manas se destacarem na música e em outras artes. Sempre levantando a bandeira do movimento para onde vai, Pabllo cantou, neste ano, em paradas ao redor do mundo e sempre aproveitou a situação para denunciar o cenário nada positivo em que se encontra o Brasil.
Momento auge do ano e de sua carreira foi quando a drag, usando um vestido rosa estilo Barbie, se apresentou na sede das Nações Unidas de Nova York. A cerimônia era para comemorar o aniversário da rainha da Inglaterra e contou com o show da brasileira, que aproveitou o momento para falar sobre preconceito e as dificuldades em ser LGBTQ+.
Pabllo é um menino gay que se monta para se apresentar. Sua imagem feminina com um nome masculino tira as pessoas do senso comum e ascende o debate sobre identidades de gênero.
Jean Wyllys
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é um dos principais nomes do movimento LGBTQIA+ do Brasil. Formado em jornalismo, o baiano ganhou visibilidade quando participou e foi vencedor do programa Big Brother Brasil, na TV Globo.
Após sua vitória em 2006, Jean começou sua atuação na política e foi eleito deputado federal pelo PSOL em 2010. Desde então fez uma atuação forte em Brasília e foi o maior desafeto de Jair Bolsonaro e sua família.
Nas eleições de 2018, a mesma que deu a vitória para Bolsonaro, Jean foi eleito para mais um mandato, mas precisou ser interrompido por ameaças de morte com cunho homofóbicas.
No dia 19 de janeiro deste ano, Jean deixou o Brasil para se exilar na Alemanha. Seu mandato foi assumido por David Miranda, que era seu suplente. O ex-deputado está atualmente morando em Nova York, onde ministra aulas sobre fake news em Harvard.
Daniela Mercury
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uma cantoras do Brasil, tem feito uma atuação forte na defesa da causa LGBTQIA+ desde que se assumiu lésbica publicamente. Em seus shows, a baiana faz questão de levantar a bandeira, mas não se limita apenas a isso.
Daniela e sua esposa, Malu Verçosa, estiveram em julho deste ano, mês do Orgulho LGBT, no Congresso Nacional para falar sobre combate ao preconceito. Além disso, a cantora esteve no STF para pressionar pela aprovação da criminalização da LGBTfobia.
Daniela sempre se posicionou contra temas polêmicos, como a censura, a religião e o conservadorismo.
Silvero Pereira
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é ator e teve um grande destaque no cinema nacional neste ano. O cearense interpretou Lunga, o cangaceiro queer do filme ‘Bacurau’. E não foi só sua encenação espetacular que dominou. O ator desfilou pelo tapete vermelho do Festival de Cannes, onde Bacurau ganhou o prêmio do júri, vestido de Gisele Almodóvar, que diz ser seu alter ego.
Ele também ganhou o prêmio “Homem do Ano” da revista GQ. Ao subir no palco da premiação, Silvero foi vestido de Gisele e deu um discurso inspirador.
“Imagino que muita gente deve se perguntar agora: ‘como alguém pode ganhar um prêmio chamado “Homens do Ano” vestido dessa forma?’ ‘É para aparecer?’ Não, eu não quero likes. Eu vim do sertão do Ceará. Sei o que é passar fome e o que é passar sede. Eu fui violentado socialmente por diversos anos. Mas eu estou aqui e queria dizer que o meu lado feminino empodera o meu lado masculino. É por isso que eu vim assim”, disse.
Erica Hilton
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é codeputada estadual do Estado de São Paulo pelo PSOL. Junto com mais oito colegas, conquistou um mandato coletivo pela Bancada Ativista, o primeiro da história do país. Hilton é uma mulher, negra, trans e tem uma histórico inspirador de militância.
A paulistana tem 27 anos e uma trajetória muito parecida com a da maioria da população trans do Brasil: marginalização, expulsão de casa e prostituição compulsória muito cedo.
Mas isso não impediu que Hilton entrasse na universidade, na militância e agora na política. Estudante de gerontologia na Universidade Federal de São Carlos, a codeputada se divide entre a vida universitária e a atuação na Assembleia Legislativa de São Paulo, sempre defendendo a bandeira do movimento LGBTQ+.
Erica Malunguinho
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é a primeira deputada trans eleita no Brasil e a primeira trans negra do mundo. Filiada ao PSOL, a parlamentar de São Paulo atua na Assembleia Legislativa do Estado e leva para a política sua luta por igualdade de gênero, de raça e direitos aos LGBTs.
Malunguinho foi vítima de um ataque transfóbico dentro da Alesp neste ano. O deputado Douglas Garcia, do mesmo partido de Bolsonaro, afirmou em sessão na Assembleia que se visse uma mulher trans em um banheiro feminino “tiraria a tapas”. Após a repercussão do caso, o mesmo deputado se assumiu gay, mas continuou se afirmando contra o movimento LGBTQIA+.
Erica foi uma presença essencial dentro do parlamento estadual. A deputada é autora de um projeto que transforma o “Transcidadania”, projeto que auxilia pessoas trans na cidade de São Paulo, em um programa estadual. Além disso, tem atuado com força para barrar retrocessos propostos contra a comunidade LGBT, como proibir trans de praticarem esportes e tratamento hormonal em adolescentes.
Uýra Sodoma
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A drag queen amazônica que defende a mata e os animais, Emerson Mounduruku é descendente de indígenas, nascido na Amazônia brasileira, e biólogo. Mas, em alguns momentos, ele prefere ser chamado de Uýra Sodoma, sua versão drag queen que ensina sobre a preservação do meio ambiente. Ele viaja para comunidades fluviais da região levando coscientização por meio da personagem, que foi vencedora da edição manauara do concurso de drag queens Rival Rebolado, em 2017.
A personagem nasceu em 2016, seguindo um momento de transformação pessoal do biólogo, segundo contou em entrevista ao G1. Durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, diversas manifestações artísticas tomaram conta de Manaus e Emerson passou a buscar a sua maneira de contribuir com o debate.
Ela anda montada pelas ruas e pelo transporte público de Manaus levantando o debate sobre a conservação ambiental e os direitos LGBT com muita personalidade e estilo. Para quem é de longe, seus ensinamentos podem ser acompanhados através do Instagram, onde possui mais de 20 mil seguidores.
David Miranda
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O David é uma das pessoas LGBTs que você deveria seguir e eis os motivos: Ele é bem conhecido pelas lutas que faz em prol dos LGBTQIA+, negros, pessoas sem moradia e também contra o clã Bolsonaro (e dos seus aliados), principalmente na época da Vaza-Jato, onde ele expôs as arbitrariedades do governo atual na época das eleições e depois de Jair Bolsonaro ser eleito.
Formou-se em Jornalismo na EPSM, é deputado federal e, diferentemente do presidente, tem vários projetos onde propõe melhorias para os grupos minorizados que ele luta e defende. O perfil dele nas redes sociais é muito bacana, já que ele mostra o que faz, compartilha vídeos didáticos e importantes sobre militância, sobre o que está acontecendo atualmente e denuncia as ações da oposição dele publicamente.
Iran Giusti
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Paulistano de 28 anos e ex-aluno de Relações Públicas da FAAP, não tem sido tarefa fácil. Desde que inaugurou em janeiro a Casa 1, centro de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ em situação de risco, Iran tem estado muito ocupado, de portas abertas para ouvir e ajudar quem precisa. “De um dia para o outro, virei pai de família grande”, brinca ele, no casarão da Bela Vista, região central da cidade, onde a casa está instalada.
O sonho de criar um centro que pudesse acolher gays, lésbicas, travestis e transexuais que precisassem de um lar temporário começou quando Iran sentiu essa dor na pele – ele próprio foi colocado para fora de casa. Depois de conseguir se reestabelecer, Iran passou a abrir sua própria casa para receber amigos nas mesmas condições.
“Ofereci meu sofá a amigos que tinham ficado desamparados e recebi muitos pedidos. Foi aí que eu percebi que precisava existir um lugar mais estruturado, maior, como a Casa 1”, conta. Um deles foi Otávio Salles, 23, que hoje é coadministrador da casa com Iran. “Ele me recebeu depois de eu ter sido agredido pelo meu tio e expulso de casa. Sei o quanto é importante ajudar pessoas nessa situação e queria poder fazer parte disso”, conta.
Laerte Coutinho
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Cartunista, Laerte é uma artista brasileira que ficou conhecida ainda antes de se revelar como uma mulher trans. Famosa por suas tirinhas do jornal Folha de São Paulo, sua descoberta pela transexualidade foi acompanhada aos poucos pela mídia e pelos seus fãs. A artista chegou ser protagonista de um documentário da Netflix, onde ela relata o dia dia de toda sua transição.
Laerte atribui parte da intolerância a uma onda de conservadorismo político que tenta restringir o conceito de família a uniões de homens e mulheres ou tornar ainda mais difícil a interrupção da gravidez (já praticamente impossível de conseguir de forma legal). “Quem esse Congresso representa? Tem a proporção de negros que tem a população brasileira? Não. A proporção de mulheres, de LGBT, de indígenas…? Não. O que existe é um bando de empresários brancos ricos que não representa a sociedade”, ressalta.
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nanossaestante · 3 years
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A Verdade sobre o Caso Harry Quebert
No Portuguese? Read in English
Por Mari
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“A Verdade sobre o Caso Harry Quebert”, do suíço Joël Dicker, tem uma premissa bastante objetiva: uma jovem de 15 anos desaparece em 1975 em uma cidade no interior de New Hampshire, nos Estados Unidos. Seu corpo é encontrado 33 anos depois, enterrado no jardim de um escritor famoso – Harry Quebert –, que, pasmem, teve um caso com a menina quando o próprio escritor já tinha 34 anos. O pupilo desse escritor, Marcus Goldman, então resolve investigar o crime e reunir provas para inocentar Harry.
O livro tem todos os elementos de um bom murder mystery: um assassinato que, à primeira vista, não parece fazer sentido nenhum, um conjunto de personagens que escondem mais segredos do que aparentam e reviravoltas até o último minuto. São esses, aliás, os pontos fortes do livro. A solução do mistério não é óbvia; ainda que se tenha suspeita de quem pode ter sido o assassino, a motivação e as circunstâncias em que tudo ocorreu não ficam claras até o fim. A escrita é bastante dinâmica e as páginas praticamente se viram sozinhas – quando você vê, já leu 100 em uma sentada. A cada pergunta respondida, surgem três novas dúvidas e até aquilo que era dado como certo é colocado em dúvida nos últimos capítulos com uma sacada altamente inteligente que mostra os perigos de uma narrativa sem o contexto adequado.
Um aspecto interessante do livro é a metalinguagem: é um livro sobre um livro, no formato do livro que é descrito no livro. No início de cada capítulo, temos um diálogo entre Quebert e Goldman com lições sobre como ser um bom escritor. Parte delas tem relação direta com a forma como o capítulo é apresentado, funcionando como uma espécie de arma de Tchekhov.
Dito isso, Dicker é um bom construtor de mistérios e suspense. O livro é um bom murder mystery, a trama global é instigante e inteligente. O problema está nos condutores da trama: os personagens.
Talvez eu tenha colocado as expectativas altas demais. Me acostumei demais a livros com bons mistérios e personagens envolventes, com os quais você realmente se importa (Carlos Ruiz Zafón, estou olhando para você). Em “A Verdade sobre o Caso Harry Quebert”, o que me moveu foi apenas a curiosidade excruciante de saber quem havia matado quem. Eu não ligava a mínima para o destino de Quebert, para suas relações com Goldman, ou para nada que tivesse a ver com os personagens tão obviamente feitos de papelão.
Um erro muito comum – mas nem por isso menos irritante – em livros que se baseiam muito na narrativa dos próprios personagens é ter todos eles falando com a mesma voz. Claro, as palavras mudam, o conteúdo muda: se o personagem é mesquinho, vai falar coisas mesquinhas, se é otimista, vai falar coisas otimistas. Mas o jeito de falar, é essencialmente o mesmo: as pausas, a cadência, a forma como a história flui, as interjeições. No fundo, todas as narrativas são a mesma coisa. Chegou até a me lembrar de The Magnus Archives (podcast de terror incrivelmente bem escrito), em que, por razões explicadas ao longo da história, as pessoas que prestam depoimento sobre suas experiências sobrenaturais se tornam narradores estupidamente competentes. Infelizmente, não há causas místicas que expliquem esse fenômeno em “A Verdade sobre o Caso Harry Quebert”. Nós simplesmente temos um escritor de renome nacional, uma garçonete sem estudos universitários e um milionário recluso contando suas experiências passadas com a mesma eloquência e o mesmo ritmo. Talvez esse seja o maior mistério do livro.
A falta de dimensão dos personagens se torna ainda mais gritante no “romance” entre Quebert e Nola Kellergan. De fato, não é fácil escrever uma história de amor de verdade. Deve haver química entre os personagens, algo que transmita ao leitor o que os conecta tão bem. Entre Quebert e Nola, não há nada: todas as interações entre os dois são exclamações de como se amam, não conseguem viver sem o outro e vão morrer se não se verem constantemente. Eles não conversam sobre nada mais. É até estranho que Quebert enfatize o quanto Nola era engraçada – não vemos nada disso, nenhuma resposta inteligente, nenhum debate entre eles, nada que mostre de que forma, afinal, eles faziam um ao outro feliz. Tudo o que sabemos de Nola é que ela gostava de gaivotas, dançar e queria ter um cachorro da cor do sol. Todo o restante é ela sendo submissa a Quebert, dizendo que quer ser sua esposa, ajudá-lo a ficar famoso, cuidar dos seus filhos. Não há espaço para as aspirações independentes de Nola e, incrivelmente, nem Quebert nem Goldman parecem achar isso preocupante. Todo esse desenvolvimento é varrido para debaixo do tapete e sufocado por uma palavra: amor. Nem as irmãs Brontë, com a dramaticidade própria de seu tempo, aproveitaram-se de um ideal abstrato como desculpa para não desenvolverem seus personagens.
A facilidade com a qual Goldman aceita que Quebert, aos 34 anos, teve um caso com uma menina de 15 anos, é incômoda. Novamente, o amor é lançado como desculpa: não podemos escolher quem amamos. Essa frase clichê e simplista em momento algum do livro é acompanhada da resposta comumente dada: não, mas podemos escolher o que fazemos quanto a isso. E embora não condenar uma prática expressamente no livro não implique concordância do autor – Nabokov que o diga –, é desconfortável como Goldman faz tudo ao seu alcance para convencer as pessoas de que a relação entre Quebert e Nola era uma linda história de amor e ainda consegue. Mais ao final do livro, a secretária de Goldman chega a dizer “eu acho que eu [amo Nola] também”, colocando-a como uma grande heroína que fez de tudo em nome do amor. Eu não amei Nola, eu tive pena. Uma menina de 15 anos descobrindo o mundo, o amor e a sexualidade que desenvolveu uma obsessão nada saudável por um adulto 19 anos mais velho que não teve a empatia de buscar preservar o bem estar e o desenvolvimento dessa criança acima de seus próprios desejos. A questão é muito mais profunda do que chamar Quebert de “pervertido” e “comedor de menininhas”, como não poucas vezes fizeram os habitantes da cidade. Mas, novamente, não foi explorada.
Um ponto que eu gostaria de destacar sobre a falta de desenvolvimento dos personagens se refere especificamente às mulheres. O livro tem poucas personagens mulheres e todas parecem obcecadas com a ideia de amor, mas sempre da maneira vaga e melosa que Dicker descreve. Tamara Quinn é a única mulher que ganha um pouco de profundidade ao longo da história. Contudo, quando seu diário chega na narrativa, temos as mesmas alusões desesperadas a um ideal vago de amor que vimos nas cartas entre Nola e Quebert: novamente, os personagens parecem falar pela mesma boca.
Para não ser injusta, tenho que admitir que a relação entre Goldman e Quebert é bem desenvolvida. A história de Goldman como “O Formidável” que teve que aprender a cair é universal, especialmente em uma era em que cada vez mais é exigido dos jovens e cada vez mais cedo. A arte de falhar é um conhecimento raro e a forma como Dicker trata do assunto, embora pareça caricaturesca, reflete o extremo real de algumas situações. Foi uma das minhas partes favoritas do livro.
Em resumo, é um bom livro, pelos méritos da trama principal, mas que peca muito no desenvolvimento de seus personagens.
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BREVES COMENTÁRIOS COM SPOILERS
O paralelo de Nola com a mãe ao conhecerem os (supostos) amores de suas vidas, pedindo a ambos que não contassem que elas fumavam, foi um doce toque de ironia. Muito bem colocado.
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galaxiaemletras · 4 years
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Matrimonio Capítulo Único
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Os sinos da igreja tocaram anunciando que sua chegada estava próxima. Eu estava nervoso no altar, já havia se passado vinte minutos desde o previsto de sua entrada, e a única coisa que eu sabia fazer naquele momento era olhar o relógio contando os segundos para ele aparecer. 
Meu coração estava acelerado pensando no pior, de que ele não iria comparecer ao nosso grande momento.
Cogitei que ele havia desistido de nosso amor. Sabia que noivas costumam se atrasar, mas nunca pensei que noivos poderiam fazer o mesmo. Felizmente todas nossas juras de amor haviam sido cumpridas, como ele mesmo havia prometido.
Estava com as mãos suadas, ansioso por sua entrada. Os padrinhos que estavam postos ao meu lado, Carlos, Diego, Luiz, Rodrigo, Alexandre, Thiago e Matheus, compartilhando do mesmo nervosismo que eu.
As portas da igreja se abriram, quando as escutei, olhei imediatamente para ela, vendo sua silhueta em contraste com a luz do sol que adentrava o local. Logo meus olhos se acostumaram com o brilho e pude o ver vestido em seu terno rosa claro, seus cabelos loiros, e seus lindos olhos se encontraram ao meu, neste momento não conseguia descrever tamanha felicidade que sentia.
Quando a marcha nupcial começou a tocar, todos se levantaram e ele começou a andar em direção ao altar, o tapete vermelho, os arranjos de flores. Tudo estava perfeito e deixava o momento mais magnífico ainda. 
No momento em que o mesmo estava próximo o suficiente de mim, reparei em cada detalhe de seu rosto, e tudo parecia tão lindo, mais do que já era. Aquilo tudo me acendeu um brilho no peito. 
Assim que segurei suas mãos percebi que ambas estavam tão suadas quando as minhas. 
— Oi - Estas eram as únicas palavras que conseguia pronunciar naquele momento sem para de sorrir. 
— Oi - Disse Bruno risonho, suas bochechas estavam rosadas quase igual ao tom de seu terno.
Todos se sentaram e a igreja se fez em silêncio, logo o padre Alex começou a falar. 
— Estamos aqui hoje, para celebrar um dos momentos mais lindos da vida, hoje dia de celebrar, a confiança, esperança o companheirismo e o amor entre este casal. Vocês foram convidados para celebrar a união entre Miguel e Bruno, pois vocês são as pessoas mais importantes para eles. O respeito, a compreensão e o carinho que sustentam o relacionamento deles têm suas raízes no amor que todos vocês deram a este jovem casal. Por isso, é uma honra para os noivos contar com a sua presença, aqui, hoje. - O padre dizia e todos estão concentrado em sua fala, e eu só sabia olhar os olhos de Bruno. 
— Eles escolheram um ao outro como sua família, e hoje estão celebrando o amor que já começou e que vai continuar crescendo ao longo dos anos. Pois o casamento é a união, é uma caminhada rumo a um futuro, que envolve abrir mão do que somos, separados, em prol de tudo o que podemos vir a ser, juntos. Vamos aos votos. 
Peguei o papel que estava em meu bolso e vi Bruno fazendo o mesmo. 
— Bruno e Miguel, vocês já foram muitas coisas um do outro , amigos, companheiros, namorados, noivos. Agora, com as palavras que vocês estão prestes a trocar, vocês passarão para a próxima fase. Pois, com estes votos, vocês estarão dizendo ao mundo: “este é meu esposo”,  “este é meu esposo”. - Esta hora meu coração já não cabia no peito. 
— Miguel, é de livre e espontânea vontade que você aceita Bruno com seu companheiro de matrimônio? 
— Sim - Digo nervoso 
— Bruno, é de livre e espontânea vontade que você aceita Miguel como seu companheiro de matrimônio? 
— Sim - Ele responde. 
— Assim sendo, por favor, dêem-se as mãos e preparem-se para dar e receber os votos de amor, que estão entre os maiores presentes da vida. 
— Bruno, se eu não te amasse tanto eu com certeza teria pego este texto da internet, porém para ser digno de seu amor, resolvi escrever isso com minhas próprias palavras. Quando te conheci nunca pensei que alguém poderia me fazer viver tantos sentimentos em tão pouco tempo. Nos tornamos amigos, e o tempo passava e cada vez mais íntimos, o pedido de namoro foi inevitável, quando menos percebi já estava apaixonado, Estava tão encantado por você. Todos os problemas parecia ser tão mínimos aos meus olhos. Nossa vida juntas até o presado momento foi magnífica, sem o mínimo de reclamação, quero que saiba que eu sempre estarei aqui como nas outra milhões de vezes que te jurei isso, sabe porque? porque eu te amo como nunca amei ninguém, e eu prometo que vou te amar pelo resto de minha vida. - Digo todas as palavras com lágrimas derramando em meus olhos. Bruno passa seu polegar em minhas bochechas as limpando. 
— Miguel, antes de escrever esse voto pensei em tudo o que vivemos e sentimos, e cheguei a conclusão de que não existem palavras para descrever a importância que você tem na minha vida. Você é como um oásis no deserto. Não sei o que fiz pra merecer o seu amor, mas me sinto a pessoa mais sortuda do mundo por ser amado por você. Quero me comprometer hoje a cada dia te fazer tão feliz como você me faz. Sei que nossas vidas não são perfeitas, mas com você me sinto no paraíso até mesmo quando enfrentamos problemas. Você me dá coragem e inspiração pra viver. Eu te amo como nunca amei ninguém.
— Agora as alianças. - Diz o padre.  
Neste momento, Filhote de preá entra com um cesta em suas costas, carregando as alianças. 
Assim que ele chega ao altar, o padre pega a caixinha com as alianças e nos entrega. 
— Bruno, eu Miguel, te dou esta aliança como sinal de que escolhi você para ser meu esposo e melhor amigo. Receba-a como símbolo de nosso amor. - Digo colocando a aliança em seu dedo. 
— Miguel, eu Bruno, te dou esta aliança como sinal de que escolhi você para ser meu esposo e melhor amigo. Receba-a como símbolo de nosso amor. - Disse ele colocando a aliança em meu dedo. 
Agora eu sabia que nada poderia acabar com nosso amor. 
— E com grande honra que eu celebro este casamento como símbolo do amor de vocês. Se alguém for contra esse amor, que fale agora ou cale-se para sempre… Ninguém? Então vos os declaro marido e marido. Pode beijar o noivo. 
Neste momento não me segurei, segurei forte em sua mão e o puxei para mim, tocando seus lábios nos meus, nesse momento era só nós ali e o som das palmas que ressonavam a igreja. 
— Finalmente juntos - Disse assim que nos separamos. 
— Sim, Bruninho - Digo apertando sua mão fortemente. 
Andamos de mãos dadas até a saída da igreja com todos nos aplaudindo, havia um carro nos esperando, agora nossa vidas estavam entrelaçadas, e de agora em diante seria só nos. 
E o nosso amor. 
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arielfagundes · 4 years
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Entrevista exclusiva com Charly García publicada na revista Noize #75 Confira a revista aqui: https://bit.ly/32w5rgj 
- Exclusivo: Charly García está em paz Texto Ariel Fagundes Fotos Nora Lezano/Divulgação
A maior lenda do rock argentino fala sobre sua relação com o Brasil, Os Paralamas, as drogas e o milagroso lançamento de seu novo disco, Random. Após quase 50 álbuns lançados desde 1972, um prêmio especial do Grammy por sua Excelência Musical, o título de Doutor Honoris Causa da Universidad Nacional de General San Martin, tornar-se Cidadão Ilustre de Buenos Aires, ser o nome mais importante do rock argentino de todos os tempos e ter sobrevivido a décadas de uma escandalosa rotina de excessos, Carlos Alberto García Lange chegou aos 66 anos tendo a vida e a morte como suas amigas íntimas. 
A mídia explorou sua imagem à exaustão e foram famosas as brigas, inclusive a socos e pontapés, que ele teve com profissionais da imprensa quando era mais jovem e mais explosivo. Dar entrevistas nunca foi seu passatempo favorito, mas, aqui, publicamos uma exclusiva que Charly García concedeu à NOIZE em uma ocasião rara, talvez motivado pelo fato de a revista ser lançada com o vinil de uma banda que se tornou sua amiga. 
Lacônico, mas amável, respondeu a todas as perguntas feitas exceto uma: “Como está sua saúde?”. Desde 2008, o artista enfrentou uma série de internações e seu silêncio aqui apenas demonstra que a questão, no fundo, não era tão importante assim.
Charly García já deu provas suficientes de que, não importa o aconteça, jamais irá morrer.
La suerte del azar
No dia 21/12/2016, Charly foi hospitalizado devido a um quadro de febre e desidratação. Teve alta no Natal, mas, no dia 28, foi internado para novos exames e só saiu do hospital no dia 31. Ninguém imaginava que, semanas depois, em 24/2/2017, sairia o impressionante Random. Esse é o seu 13º disco solo e seu primeiro álbum de estúdio desde Kill Gil (2010). É também o primeiro que traz apenas músicas inéditas e escritas pelo próprio Charly desde o clássico Say No More (1996) e o primeiro feito só com composições posteriores à série de internações pós-2008.
Nele, Charly gravou voz, piano, teclado, guitarra, violão, baixo, bateria, bateria eletrônica e fez os samples, loops e programações. Também criou a ilustração da capa e todo conceito gráfico do disco, que traz na capa o ichthys, símbolo em forma de peixe usado pelos primeiros cristãos, e, nos créditos, agradecimentos “aos fiéis da Igreja do Peixe” (em espanhol, “pescado”). Seria uma alusão a uma das bandas mais clássicas do rock argentino, o Pescado Rabioso, um ataque irônico ao Cristianismo (que também é citado nas faixas “Amigos de Dios” e “La Máquina de Ser Feliz”) ou uma homenagem sincera aos devotos de Jesus?  
“Random é um álbum conceitual, assim como La Hija de la Lágrima (1994)”, é a resposta de Charly quando o assunto é o tema do disco. Vale notar que ele se refere ao que muitos consideram seu último grande trabalho antes do álbum atual. Aquele disco foi gravado de forma caótica, explorando a aleatoriedade da criação musical. Agora, Charly conta que extrapolou esse conceito fazendo com que a lista de faixas de Random fosse escolhida for um sorteio de computador. “A inspiração é o 2001: Uma Odisseia no Espaço”, explica. 
Tal qual o filme de Stanley Kubrick, que também é citado na música “Ella Es Tan Kubrick”, Random faz uma ponte entre elementos artísticos do passado, presente (e quiçá do futuro) unindo o rock n’ roll a melodias da música clássica e a beats de música eletrônica. 
Outra semelhança entre o filme e o álbum é que ambos trazem uma atmosfera perturbadora e crítica. Na faixa “Primavera”, Charly canta com acidez: “Ahora que estoy rehabilitado / Saldré de gira y otra vez / Me encerrarán cuando se acabe / Y roben lo que yo gané” (em português, algo como: “Agora que estou reabilitado, sairei de novo em turnê, me deixarão fechado quando acabe e roubem tudo que eu ganhei”. Já a letra de “Amigos de Dios” mira nas igrejas neopentecostais que inundam as TVs argentinas com seus programas: “Son brasileros o de otro país / Todos se esconden bajo de un tapiz / Esto con Hitler ya pasó / El milagro de una mala actuación” (“São brasileiros ou de outro país, todos se escondem embaixo de um tapete, isso com Hitler já aconteceu, o milagre de uma má atuação”). O senso de humor sulfúrico de Charly não dá desconto nem quando o assunto é ele mesmo. Em “Otro”, canta: “Yo quería ser fascista / Pero no me fue bien / Después psicoanalista / Pero ahí me asusté” (“Eu queria ser facista, mas não me dei bem. Depois, psicanalista, mas aí me assustei”).
- [Componho] dando pistas diretas ou indiretas que correm paralelamente às canções e “obrigam” o ouvinte a completar a história. [Em Random,] debaixo das músicas, há uma história, que, creio, foi entendida - diz.
Os números apoiam sua tese: Random ganhou Disco de Ouro na Argentina tendo vendido mais de 20 mil cópias, um feito e tanto na era do streaming. “Eu me sinto honrado pela recepção que teve um álbum onde a ordem das canções foi escolhida por uma máquina”, afirma o músico provavelmente destilando outra dose de ironia.
El maestro del rock porteño
O sociólogo argentino Pablo Alabarces resume bem a importância de Charly García no prólogo do livro 100 Veces Charly (2016), de José Bellas e Fernando García:  
- [Ele] significou muito para a música argentina. [Fez] a primeira banda de massas, a primeira banda de rock progressivo consistente, a primeira superbanda, a passagem à modernidade pop-roqueira; e, além disso, algumas das melhores canções da história da música popular nativa.
Tudo isso começou quando Carlos tinha três anos e se interessou pelo piano. Logo ficou ficou evidente que tinha ouvido absoluto e um dom sobrenatural para a música. Aos cinco, sua família lhe botou em um conservatório para seguir estudando e, aos 12, já dava aula de teoria musical e solfejo. Para desgosto dos pais, a carreira de pianista clássico foi por água abaixo no início dos anos 1960, quando chegou a adolescência e ele conheceu o rock. 
Em 1966, aos 15, Charly formou sua primeira banda de covers, a To Walk Spanish. Em 67, conheceu Nito Mestre e formou o Sui Generis, que se tornaria um marco na Argentina. Seu disco de estreia, Vida (1972), lançou canções cantadas até hoje, como “Canción Para Mi Muerte” e "Quizás Porqué". Já o álbum Pequeñas Anécdotas Sobre Las Instituciones (1974) desafiou o contexto político da época e foi um dos primeiros a ser censurado no país: duas de suas faixas foram cortadas e outras quatro só puderam sair com modificações nas letras.
Apesar do sucesso, em 1975, o Sui Generis se desfez. Em 76, Charly e Nito se uniram a León Gieco, Raúl Porchetto (músicos que já eram famosos na época) e Maria Rosa Yorio, cantora e mulher de Charly que, pouco depois de ter um filho com ele, o deixou para se casar com Nito. O grupo se chamava PorSuiGieco y su Banda de Avestruces Domadas, fez apenas três shows e gravou só um disco homônimo. Ao mesmo tempo, já estava nascendo o projeto seguinte de Charly, La Máquina de Hacer Pájaros, uma banda de rock progressivo que lançou dois discos. Apesar de serem cultuados, esses álbuns não venderam muito e o grupo só durou até 1977. 
Naquele ano, Charly estreou como artista solo criando um evento chamado El Festival del Amor, em que tocou sozinho e com vários amigos e ex-parceiros. Parte do show foi lançado no primeiro disco solo de Charly, o ao vivo Música del Alma, que só sairia três anos depois de ser gravado.
Temendo a repressão da ditadura argentina, Charly alugou uma casa em Búzios (RJ) onde passou meses com amigos e sua nova mulher, a bailarina brasileira Marisa “Zoca” Pederneiras, com quem foi casado até o fim dos anos 1980. O que faziam lá? “Compor, pescar e tomar ácido, entre outras coisas. Depois, nos mudamos para São Paulo em uma camionete”, contou Charly em entrevista publicada Rolling Stone da Argentina em 1º de junho de 2002.
Foi nessa viagem que surgiu sua nova banda, Serú Girán, que logo seria um estouro na Argentina. Questionado sobre sua passagem por Búzios e sua relação com o Brasil, disse apenas que ama nossa música: “Sempre gostei do seu ritmo e da sua harmonia tão rica em acordes e doçura, que eu associo com o tango”. 
Em 1982, quando acabou, o Serú Girán estava no seu auge. A partir dali, Charly se tornou oficialmente um artista solo, ainda que tenha se reunido com Sui Generis e Serú Girán em algumas turnês, tenha até gravado com eles nas décadas seguintes e também com outros parceiros musicais.
Solito y feroz 
O primeiro álbum solo de estúdio de Charly foi o Yendo De La Cama Al Living (1982), que saiu como um disco duplo acompanhado do ao vivo Pubis Angelical. Charly então passou a soar ainda mais pop e ainda mais experimental do que era nos grupos anteriores. Em 82, já usava a recém criada drum machine Roland TR 808, cujo som e usabilidade redefiniriam os rumos do pop mundial nos anos seguintes.
Seu segundo disco, Clics Modernos (1983), lançou “No Me Dejan Salir”, faixa feita com o sample de “Please Please Please” tornando esse o primeiro álbum do mundo a trazer um sample de James Brown. Hoje, James Brown é considerado o artista mais sampleado de todos os tempos. Seu terceiro disco, Piano Bar (1984), além de contar com o jovem Fito Páez na banda de apoio, lançou “Rap del Exílio” quase dez anos antes de o hip hop chegar na Argentina. 
O disco seguinte, Parte De La Religión (1987) também tinha um rap, o “Rap De Las Hormigas”, e Os Paralamas do Sucesso gravaram essa faixa como convidados do disco. Paula Toller, do Kid Abelha, tinha uma relação com Herbert Vianna na época e gravou com Charly “Buscando Um Símbolo De Paz”. Os brasileiros haviam feito amizade com o argentino um ano antes. 
“Conheci eles através do seu empresário e imediatamente surgiu uma amizade que espero que seja duradoura”, diz Charly, que segue: “Quando estamos tocando juntos, há uma cumplicidade e uma empatia que vai além do simples fato de estarmos tocando juntos”. No ano seguinte, Charly gravou o piano de “Quase Um Segundo”, do álbum Bora Bora d’Os Paralamas. Em 1989, Herbert voltou a gravar com ele a faixa “Zocacola”, do disco Cómo Conseguir Chicas. 
Nesse momento, Charly García já estava mais do que consagrado, fazendo shows em estádios e vendendo muitos discos. Porém, o sucesso veio com um crescente consumo de drogas e o artista passou a ser conhecido por um comportamento violento. 
A cidade argentina de Mendoza que o diga. Em 1983, Charly teve um ataque de fúria lá e destruiu o quarto em que estava no Hotel Plaza, o que inspirou a composição de “Demoliendo Hoteles”, um hit de Piano Bar. Em 1987, lançando o Parte De La Religión, Charly viveu vários incidentes. No voo para lá, brigou com um passageiro e jogou um copo de uísque na sua cara. Quando chegou ao hotel com sua equipe, houve uma discussão e todos foram expulsos. No show, irritado com parte da plateia que lhe gritava “puto”, Charly abaixou as calças e ficou nu no palco, o que lhe fez ser detido pela polícia depois.
Sua primeira internação devido ao abuso de drogas foi em 1991 na Clínica Psiquiátrica Villa Guadalupe. Em 1994, sua mãe lhe internou contra sua vontade provocando um rompimento com filho que nunca foi reparado. O nome de batismo de Charly era Carlos Alberto García Moreno, mas ele trocou o sobrenome materno “Moreno” pelo paterno “Lange”. No disco El Aguante (1998), há uma faixa chamada “Kill my Mother” (em português, “mate minha mãe”).
Em 1995, o jogador Diego Maradona, amigo de Charly, participou de uma campanha governamental chamada Sol Sin Drogas (“Sol Sem Drogas”), lema que fazia referência ao sol estampado na bandeira argentina. Em 1996, Charly lançou um show chamado Drogas Sin Sol. 
Perguntado sobre a relação que manteve com as drogas ao longo do tempo, Charly cita sua maior inspiração musical: 
- O melhor grupo de rock, The Beatles, fez Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, considerado o melhor disco da história, sob a influência de substâncias. [Mas] as drogas não fazem de ninguém um gênio. É uma opção pessoal.  
Apesar das polêmicas e de ser atormentado pela mídia, sua carreira ia bem. Em 95, gravou em Miami o elogiado disco ao vivo Hello! MTV Unplugged; e, em 97, gravou com Mercedes Sosa o álbum Alta Fidelidad, em que a maior cantora da Argentina interpreta composições dele. Mas tudo isso em meio a novos escândalos. Em 98, aos 47 anos, ele namorou uma menor de idade chamada María Florencia; no ano seguinte, após a relação acabar, Charly perseguiu a garota chegando a ir a sua escola tentando lhe convencer a reatar com ele. Na ocasião, houve uma discussão entre eles que envolveu o pai de María e, no fim, Charly acabou sendo detido pela polícia de novo. 
No ano 2000, em uma noite após tocar com Mercedes Sosa em Mendoza, Charly recebeu uma garrafada na cabeça de uma mulher em um bar e, por isso, fugiu para seu hotel (pelo menos, essa sempre foi sua versão). Na manhã seguinte, a polícia foi à porta do seu quarto para lhe levar preso acusado de agressão e assédio sexual. Ao invés de recebê-los, o músico preferiu se atirar da janela do quarto para cair, nove andares abaixo, na piscina do hotel. Seu salto foi filmado pelas TVs locais (procure o vídeo no YouTube, vale a pena) e o mais surreal foi que Charly não sofreu nada com a queda. Pelo contrário, saiu nadando tranquilamente.  
A lista de confusões é enorme. Em 2002, foi detido pela polícia equatoriana após quebrar os equipamentos do palco de um festival; em 2005, causou um grande tumulto em Bogotá quando disse ao público que estava feliz de estar na “Cocalômbia”; em 2007, foi acusado por cinco prostitutas de não ter pagado seus serviços e teve que fugir dos seus cafetões em Mendoza; em 2008, na mesma cidade, teve outro ataque e destruiu mais dois quartos de hotel. 
Depois disso, foi internado por uma pneumonia e, em seguida, foi para uma clínica de reabilitação. A partir de então, se agravaram seus problemas de saúde. Em 2012, sofreu uma queda de pressão e desmaiou no piano no meio de um show em Córdoba. Em 2015, foi internado duas vezes por estar com febre e desidratação e, após quebrar o quadril, precisou botar uma prótese, que infeccionou no ano seguinte.
Apesar de tudo isso, perguntado se tem algum arrependimento em sua vida, Charly García é categórico: 
- No.
El artista es de su pueblo
Desde que tocou no festival Cosquín Rock 2014, foram poucos os shows que Charly fez. Houve algumas apresentações pequenas, mas o primeiro show oficial em três anos foi o lançamento de Random, em março de 2017, quando tocou todas faixas do disco. Anunciado de surpresa no mesmo dia do evento e custando 1000 pesos o ingresso, o show lotou.    
Perguntado sobre a idolatria que existe ao seu redor hoje, Charly não é nada modesto. “Não me sinto idolatrado de uma forma comum, eu me sinto mais bem compreendido”.
No seu último aniversário, em 23/10/17, Charly chamou Fito Páez e Juanse (ex-líder da banda Ratones Paranoicos) para um pequeno show festivo. Em janeiro de 2018, participou de um show do argentino Zorrito Von Quintiero no Uruguai. 
Talvez nunca mais vejamos outra turnê apoteótica de Charly García, mas a maior lenda do rock argentino não parece preocupada com isso. Perguntado sobre qual é o seu objetivo de vida hoje, ele diz apenas: “Deixar as pessoas felizes”.
Pela primeira vez na vida, Charly García parece estar em paz.
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delirios-oniricos · 4 years
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Quarto de Despejo - Carolina Maria de Jesus
O retrato da dura realidade das favelas brasileiras em meados dos anos 50. A miséria, a fome e a violência relatados por uma mulher que lutava diariamente para sustentar os seus três filhos - às vezes, tendo que recorrer a se alimentar de gêneros alimentícios estragados ou que tinham sido descartados - e que, apesar de todas as adversidades, não se entregou a marginalidade.
"20 de maio: Quando cheguei do palácio que é a cidade os meus filhos vieram dizer-me que havia encontrado macarrão no lixo. E a comida era pouca, eu fiz um pouco do macarrão com feijão. E o meu filho João José disse-me:
- Pois é, a senhora disse-me que não ia mais comer as coisas do lixo.
Foi a primeira vez que vi a minha palavra falhar.
Carolina escrevia frequentemente em diários que ela recuperava do lixo, já que ela era catadora de papéis e de metais, e neles ela contava o seu dia-a-dia.
"Aqui, todas impricam comigo. Dizem que falo muito bem. Que sei atrair os homens. (...) Quando fico nervosa não gosto de discutir. Prefiro escrever. Todos os dias eu escrevo. Sento no quintal e escrevo."
Os problemas sociais, geográficos e econômicos do Brasil na época são expostos neles, como a segregação espacial (pois a própria Carolina se vê em outra realidade quando sai da favela e vai para a cidade), além dos políticos só se importarem com a pobreza da favela quando havia o período eleitoral.
"20 de maio: [...] Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes de viludos, almofadas de sistim. E quando estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo."
O diferencial desse livro é que ele foi escrito com uma perspectiva de alguém que viveu na favela e não de alguém que só leu sobre ou ouviu relatos de terceiros. A leitura de Quarto de Despejo é pesada e cansativa, mas transmite ao leitor uma emoção que transcende as palavras.
Meus olhos se enchem de lágrimas só de lembrar o quanto o meu coração se apertou durante as cenas em que a violência doméstica era tratada com normalidade, em que a busca por cruzeiros fazia com que Carolina se sentisse exausta emocionalmente e fisicamente, em que os filhos dela, Vera, José Carlos e João, não tinham nem o que vestir ou comer. Depois dessa leitura, me dei conta de que muitos brasileiros ignoram a realidade das pessoas que estão à margem da sociedade, como os mendigos. Poucos são aqueles que quando veem um indivíduo em tal situação - nos centros da cidade, por exemplo - se propõem a ajudar, a estender a mão, a compartilhar comida, a oferecer ao menos um cobertos para proteger seu corpo do frio. Na sociedade brasileira, o que mais falta é empatia com o próximo e Quarto de Despejo, sendo um livro atemporal, mostra isso.
"2 de maio: ... Ontem comprei açucar e bananas. Os meus filhos comeram banana com açucar, porque não tinha gordura para fazer comida. Pensei no senhor Tomás que suicidou-se. Mas, se os pobres do Brasil resolver suicidar-se porque estão passando fome, não ficaria nenhum vivo."
Como eu citei anteriormente, outra crítica que o livro faz se relaciona com a questão política. Há trechos da obra nas quais políticos vão a favela do Canindé, na qual Carolina mora, e distribuem promessas, cruzeiros e favores, visando como objetivo o voto da população que ali vive.
"20 de maio: - Não, meu filho. A democracia está perdendo os seus adeptos. No nosso paiz está tudo enfraquecendo. O dinheiro é fraco. A democracia é fraca e os políticos fraquissimos. E tudo que está fraco, morre um dia.
... Os políticos sabem que sou poetisa. E que o poeta enfrenta a morte quando vê o seu povo oprimido."
"8 de novembro: Político quando candidata
Promete que dá aumento
E o povo vê que de fato
Aumenta o seu sofrimento!"
Na contemporaneidade, "Quarto de Despejo" já foi traduzido para 13 línguas e é considerado um best-seller. Esse livro chegou ao público quando o jornalista Audálio Dantas foi encarregado de escrever uma matéria sobre a favela que crescia às margens do Rio Tietê e conheceu Carolina, que contava com mais de 20 diários contando a sua história, os quais Audálio se encarregou de editar. O livro, propriamente dito, foi lançado em 1960, além de trechos do diário terem sido publicados em 1958 e 1959 na Folha da Noite e na revista O Cruzeiro, respectivamente.
Em suma, o que pode se dizer dessa obra é que ela rompe com os padrões literários da época em que foi publicada, mostrando a vida de uma mulher negra, mãe solteira e pobre em uma favela, que relatou em seus diários sua constante luta contra os preconceitos de uma sociedade machista, a fome e a violência. E que, apesar de tudo, tentava educar seus filhos da melhor maneira possível!
Resenha por Lívia Christine.
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Teatro Nacional de São Carlos, Lisboa, Portugal
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<strong>Teatro Nacional de São Carlos, Lisboa, Portugal <a href="https://www.flickr.com/photos/biblarte/">by Biblioteca de Arte / Art Library Fundação Calouste Gulbenkian</a></strong>
Tapete Beiriz do Salão Nobre do Teatro Nacional de São Carlos. Lisboa.
[CFT003.9888]
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