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Caça às Raposas
Um recado do futuro
Ele devia ter dado atenção
Preferiu se trancar no escuro
E, ao tropeçar, caiu em tentação
Se a solidão de um quarto todo aberto
Acolhe os males que entram pela janela
Se trancar parece sempre o mais certo
Para, assim, esquecer de quem era ela
Um sonho tão sadio
Um desabafo inconsciente
A loucura está à bordo do navio
E o naufragio já é iminente
Se a dor é a sua melhor amiga
Foi mais verdadeira que a pessoa
Que te largou em uma briga
Na qual você entrou à toa
Um momento tão verdadeiro
Agora é falso em significado
Seu coração rachou, como gelo
E você, como sempre, sofreu calado
Calado colado corado
A morte é um sufrágio
A vida é uma querida
Todo dia é uma despedida
Como uma bala que repousa
No corpo de mais uma raposa
Arsenal tribunal celestial
Uma guerra abandonada
Uma causa perdida
Calada colada
Na sua face perdida
Antes do fim da sua vida
18 de Fevereiro de 2018
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Motoshima.
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Ryane Leão.
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Roda da Fortuna
Quem olha o governo?
O povo!
Mas quem olha o povo?
A polícia!
Mas quem olha a polícia?
O empresário!
Mas quem olha o empresário?
Os investidores!
Mas quem olha os investidores?
Os bilionários!
Mas quem olha os bilionários?
As obras de arte
Pregadas na parede
Vindas diretamente do Louvre
...Mas quem olha o Louvre?
Os seguranças terceirizados!
De onde eles vêm?
Do povo?
Mas quem explora o povo?
O empresário!
Mas quem ajuda o empresário?
O governo!
Mas quem comanda o governo?
Os investidores!
Mas quem está contra os investidores?
Os revolucionários!
Mas quem mata os revolucionários?
A polícia!
O que, essencialmente, tem em comum
Entre a polícia e os revolucionários?
Os dois são constituídos basicamente de povo!
...Mas quem manda no povo?
O governo? O empresário?
E quem deveria olhar o governo
Se não o próprio povo?
Separados, somos derrotados
Unidos, não seremos calados
Talvez perseguidos, mas não vencidos!
Somos a voz do passado
Que reverbera no dia de hoje
Mas ecoa pra todo o sempre
Na consciência deles todos:
Policial corrupto, empresário, investidor
Político, estelionatário, doutor
Agente social, crítico ou orador
Quem finge ignorar
Um dia irá sucumbir
E quando este dia chegar
É melhor não tentar impedir!
18 de Março de 2018
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Fernando Pessoa in Livro do desassossego.
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Roberto Ferri: “L’amore, La Morte, e Il Sogno (Love, Death, and the Dream)”, Detail. Oil on Canvas, 2017
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Deus Te Abençoe!
Ó Deus, abençoe estes pastores
que roubaram a minha terra
mataram os meus amores
Ó Deus, abençoe estes senhores
que são produtos da guerra
acordam aos gritos e temores
Catequização em massa
Indústria Cultura
Divisão de raças
Intervenção Militar
Santificação dos demônios
Demonização dos justos
Uma lagoa de hormônios
Essência eterna dos brutos
Ó Deus, bem aventurados sejam eles
pra eles sempre dou a indulgência
e por eles pago minha penitência
Ó Deus, louvados sejam eles
roubaram e catequizaram
beatificados sejam eles
18 de Fevereiro de 2018
Ludovico
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Novo Parto
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Coral
No canto deste coral
O sentimento despertou
Se não fosse o final
Não seria o que já passou
Já corri sem nem saber
Como é que eu poderia?
O que vou ser quando eu crescer?
Como é que eu saberia?
Se um só Deus é três
E eu o vejo como um só
Nada se sabe sobre o pó
Todos os pecados de uma vez
Tudo aquilo que eu mais quis
Eu talvez nem queira mais
E se devoram os animais
Como que por culpa do que eu fiz
Já fui, não sou agora
Talvez seja tempo
De ir embora
Já sou o que eu nunca quis
Desse mundo eu sou
Só mais um aprendiz
18 de Fevereiro de 2018
Psicodeluka
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Pacifismo
Estátuas reverenciam
E presidentes anunciam
Este estado de tempo
Que o próprio Estado
Se prestou a criar
Assim como se curvam
Os cabos esforçados de hoje
Aos generais sujos do passado
O corrompimento da desilusão
Te faz seguir sem pensar
No rumo que te apontam
Desacreditar é acreditar
Na mentira que te contam
Negar a intensidade
Que apita nos trens dos trilhos
Que percorrem as veias
Do seu próprio corpo
As estações são as artérias
Do seu velho coração
Cabeças rolam
E a guilhotina funciona
Os criminosos recepciona
Cada dia maior a demanda
E com ela, vem a modernização
A sociedade com o progresso anda
Sempre rumo à maior civilização
As questões são sempre as mesmas
Com roupagens diferentes
Como uma modelo na passarela
E a guilhotina mais moderna
Vai cortar as mais grossas correntes
E vai matar com mais dignidade
Existe dignidade na morte?
Ou todo corte é um corte?
Uma flor no cano da espingarda
A guarda real britânica está estressada
E não pode demonstrar qualquer emoção
Assassinam a rainha, com expressões indiferentes
Desacostumados com o conforto da farda
Como prever que até o mais fiel crente
É aquele que olha o próprio Deus e mente?
Desafiar com confronto a supremacia
Faz com que o soco na carne macia
Seja aquilo que amacia a alma do selvagem
Que na vida não possui nenhuma margem
E já deixou passar o momento de luta armada
06 de Fevereiro de 2018
Psicodeluka
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Insosso
Se encontra
Todo dia
Uma pessoa
Que não se vê
Aquele senhor
Que carrega
Sua foice
Foi se o tempo
De ser feliz
E agora
É só tragédia
O que será o final?
O que fizemos
Nessa vida, afinal?
A conta
Nunca fecha
A ponta
Que me finca
A fim de esquecer
De tudo o que já fiz
A borracha não apaga
E minha pele se esfarela
Eu sou a areia
Me joga no vento
Me leva pra longe
Me tira daqui
Desde aquele momento
Eu me perdi
Nunca gostei
De solidão
Mas aprendi
A apreciar
Não sei se quero
Construir o muro
E depois
Pra derrubar?
Quem vai gostar
De uma construção
Tão cheia de si
E sem ter um chão?
Oito horas
Nove, dez...
Sono, mais sono
Nada pra fazer
Tudo pra sonhar
Não posso me conter
Nem tenho pra quem rezar
Meia-noite
Uma, duas e meia
Uma noite feia
Eu me encontro
Com o escuro
E mergulho
Em solidão
13 de Janeiro de 2018
Psicodeluka
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Autêntico, Falso ou Bom Ator?
E se eu tivesse que coreografar
Todos os meus movimentos
E se a minha vida
Fosse uma peça teatral
E eu ensaiasse tudo o que eu fosse dizer
Será que eu me sentiria
Autêntico, falso ou um bom ator?
E se eu tivesse que me transformar
Em um bom articulador de discursos
Se eu fosse me candidatar
Para a eleição mais importante
Será que eu me sentiria
Autêntico, falso ou um bom ator?
Eu não quero essa arte redonda
E totalmente bem acabada
Eu não quero essa arte quadrada
E normalmente bem encenada
Querem matar toda a arte
A autenticidade da arte
O improviso, a surpresa
Querem nos moldar pra sempre
Nos maneirismos da seriedade
Eles jogam sobre a mesa
As críticas da sociedade
A arte não foi apenas pra aplaudir
A arte foi feita pra sentir
O que se contempla, se contempla
Com todos os olhos que se têm
O que é a arte sem a arte?
Sem o olho do outro?
Ela sobrevive também no silêncio
E na percepção do todo como uma parte
Tudo está conectado, nada está conectado
E um pedaço pequeno pode ser a percepção
De algo ainda maior, uma grande revelação
10 de Janeiro de 2018
Psicodeluka
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