Tumgik
#egbeaye
abiqueen · 9 months
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Estou dirigindo meu carro e sigo atrás de um caminhão enorme. Não consigo ultrapassá-lo, pois meus retrovisores estão quebrados, não posso acelerar, pois seria estupidez colar no caminhão sem uma distância mínima de segurança, afinal, o intuito é viver ou morrer, not in between.
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abiqueen · 9 months
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Meu corpo já não é mais o mesmo. A cicatriz enorme pouco abaixo da linha do bikini, grossa, vermelha e inchada. Minha barriga sempre foi a parte do meu corpo que eu mais gostava. Treinava pouco e ela definia super rápido. Lisinha, perfeita na minha opinião.
Hoje além da cicatriz eterna, tem o inchaço que parece que estou grávida de 5 meses e a auto estima enterrada a 7 palmos. Fiz uma cesárea sem bebê, engravidei sem saber, quase morri sem querer (?) Será que não queria mesmo?
Demorei para me descobrir feminina e sensual, após os 36 anos apenas. Sentia que poderia dominar o mundo, hoje me olho e não me reconheço. Algo morreu dentro de mim, além do óbvio.
Os olhos que antes brilhavam se apagaram novamente, mas tudo bem.
A vontade diária de ir embora é latente. Não aguento mais fazer parte desse grande teatro de emoções. Onde tenho que fingir normalidade em situações que ao contrário não seriam aceitas. Não suporto que ela seja protagonista da minha história. Posso não ter a idade, a jovialidade, o gene da dona de casa cozinheira (tks God), mas me reservo o direito de na minha história eu escrever os parágrafos. Você já teve seu capítulo e insiste em participar dos demais, interagindo com os personagens, marcando presença constante.
Seu tempo acabou, não o meu.
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abiqueen · 9 months
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Sempre menti. Menti com propriedade desde cedo. Desde que percebi que era diferente da maioria do meu pequeno círculo de pessoas. Diferente da minha mãe, do meu pai, do meu irmão, das minhas tias, avós maternos (paternos nunca conheci, fica o benefício da dúvida), dos meus colegas de classe, da turma da rua, professores e assim vai. Eu sempre fui extremamente sensível e não entendia algumas coisas corriqueiras e "normais" como: por que sempre enfatizam minha altura e magreza, por que as meninas populares são todas parecidas e bem diferentes de mim, por que meu irmão nunca precisava fazer nada em casa e eu só podia ir para a rua brincar depois de fazer alguma tarefa chata como secar a louça ou aspirar meu quarto, por que é "engraçado" chamar o Pedro (nome fictício) de macaco, por que minha avó me trata com aspereza e frieza, dizendo que não sei fazer nada de casa (mas na escola sempre fui nota 10 e ela nem tchum) e meu irmão, que sabia fazer menos que eu e na escola tá longe de ser nota 10, ela tinha um carinho muito especial, até sorria nas fotos olhem só... a lista de questionamentos é longa e cansativa, parece bobeira nos dias de hoje, onde eu, casada pela segunda vez e morando em casas separadas, não gera mais tanta comoção.
Claro, já compreendi que as questões dos outros são dos outros e eu, na ignorância do meu saber há 20, 25 anos atrás tomei estas dores para mim como uma incompetência do meu ser.
A é, estou falando do meu histórico de mentiras. Eu mentia porque como qualquer adolescente complexada com altura/peso/espinha/cabelo/blablabla queria me encaixar. Eu ria do preconceito mesmo tendo certeza que aquilo estava errado. Eu comprava objetos que eu não gostava como uma maldita bolsa de franja porque queria ser aceita num lugar que nunca me coube. Eu mentia sobre minha profissão porque só me relacionava com pessoas com condições financeiras muito inferiores a minha. Eu aceitava migalhas, eu pagava as contas, emprestava dinheiro e deixava de fazer inúmeros passeios, mentindo para mim que tudo bem, nem queria mesmo, pois eu não queria fazer mais uma vez o rolê sozinha.
Não vou mentir (ou vou, rs?), mas eu gosto por demais de fazer minhas coisas sozinha, de ficar sozinha, de sair para comer sozinha, de gastar o que eu achar correto num restaurante, de usar o meu dinheiro da maneira que me convém sem ninguém para me criticar ou palpitar.
Mentir para se encaixar, mentir para pertencer, mentir até você mesma acreditar e cantar em voz alta a canção que diz: "e mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira". Mentir e acreditar que eu preferia a morte a gestar, sendo que quando caí em mim, após muita macumba, ayahuasca e terapia, eu descobri que a mentira me levou até onde não cheguei. E onde é esse lugar?
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abiqueen · 2 years
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I am getting ready for the big party
The epic ending
People are expecting me there
To be celebrated, reunited, recreated
I cannot wait a minute longer to be among those whom I love
Where there is no judgment
It is bright and shiny day
I no longer fear
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abiqueen · 4 years
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I want to go back home,
I don't belong here, in this world.
I miss my place, my real family, friends, my Egbe.
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