Tumgik
#fastio
luzdaimagem · 11 months
Text
menos é mais
Menos é mais, sendo que menos é sempre menos que num mais é mais e multiplica-se.Entre o menos e o mais, de um tio que faz multiplicar o que divide, por vezes faz fastio! menos é mais
Tumblr media
View On WordPress
1 note · View note
peoniaspoeticas · 9 months
Text
pergunto-me se servi apenas como combustível desmazelado ]
afim de dilatar seu ego,
se fui luxúria em forma de sujeito,
carne de quarta e fotografias impudicas
meio ao teu fastio.
22 notes · View notes
jamescarioca · 7 months
Text
Tumblr media Tumblr media
antesala nupcial (meu inferno astral)
a ideia do sexo viola minha mente fico desmiolado imaginando bundas bocas e bocetas cabelos, olhos e narizes uma namorada faz falta mais por conta da companhia sim, porque o sexo se consome e permanecem as memórias as boas e doces lembranças de conversas, carinhos e palavras
sinto-me sozinho demais mas tudo bem, não faz mal desfruto meu tempo de forma otimista imaginando um casamento puro suave, doce, afetuoso e eterno uma mulher que me faça um homem melhor uma companhia agradável para os problemas vez por outra amaldiçoo deus por ser tão insensível a respeito de minhas urgências ele sabe do que preciso mas parece um carrasco
deixou-me em uma miséria sem fim encarnei a própria solidão molestado por memórias pungentes atormentado por cheiros feminis possuído por uma gota do sentir a visão do teu corpo na praia teus olhos azuis e profundos você me olhava e sorria seu pai e seu irmão e você deitada com a sua mãe na minha frente as duas de bruços com as bocetas na minha cara dava quase pra sentir suas fragrâncias com a brisa à beira-mar isso realmente não se faz
por mais loucura que pareça eu fiquei olhando pra boceta da sua mãe tão linda quanto a sua imaginando um cheiro forte que me tirava do sério sua bunda pro alto e você sabendo que eu olhava desesperado você rebolava discretamente e com a sua mãe abriam as suas pernas seu pai e seu irmão jogando bola na orla marítima e meu caralho duro e melado por dentro da minha sunga
seu rosto lindo sorrindo pra mim só consigo imaginar seus lindos olhos e me bate uma deprê insuportável um impulso suicida hediondo não resolverá talvez me perca pra sempre de você talvez nunca mais me recupere desta dor insuportável de amor o pior de tudo e mais doloroso é que você é ciumenta e acabou com a minha vida não tenho mais vitalidade estou sempre no fastio após me masturbar você sempre afasta as mulheres e me mantém enfermo teu ciúme é criminoso
veja o que podes fazer por mim vou definhando silenciosamente à tua espera desesperado há dezoito longos anos quando pensas em mim durante essa longa distância nesse mar de fogo das saudades tu te masturbas? se tu és virgem… deves brincar com tua boceta e com o teu cuzinho pensar nisso me transtorna mas o que me deixa mais doente é imaginar que teu nome é maria que és a mãe de jesus casada com josé e que desejas meu pênis isso, de todas as formas fraciona e delinque a minha mente fragmenta minha vida reduzindo-me a pó de ossos
vou sobrevivendo neste inferno que queima meus olhos, minha mente e consome toda a minha alma saber que você geme escondida pensando no meu santo membro implorando pelo meu corpo pelas minhas mãos que porra louca, amor! você foi criada pra mim pelo seu filho, pelo seu pai e por mim mas é casada com josé como vamos resolver isso, amor? você me dirá que assim como você josé é santo e virgem mas ele te ama, minha paixão como solucionaremos isso acho que desistirei de você não darei esse desgosto a josé sou um homem devassado, pervertido promíscuo e depravado
às vezes penso mesmo que sou um demônio irascível acorrentado em mil cadeias privado de sexo quero pombas giras quero menininhas de oxum filhas geniosas e picantes de iansã quero sentir a maresia dos sexos de mulheres de iemanjá quero a maturidade irresistível das senhoras de nanã não quero passar por esta situação delicada despojar você de josé amo mais ele que você porque você só me faz mal você é safada e cruel teu olhar de monalisa satânica meu deus o que digo? tu te tornaste meu pior inferno
e logo eu que não mereço maldade de criatura alguma logo eu que te criei do meu seio porque fazes isso comigo, amor? me deixas abandonado ao azar anos a fio, definhando escrevendo palavras insanas sem o menor sentido minha família e meus amigos pensam que eu sou louco tudo isso você me faz mas estou de posse ainda de minha razão e minha libido é um delírio porque nosso leito é divino e nossas urgências depravadas quero sua boca para dizer-me palavras doces mas a quero inteira na cabeça do meu pau taurino você é safada demais, sua louca e eu nunca prestei quero boceta e cuzinho desejo seus cabelos no meu peito seus beijos sua pernas, suas coxas toda a tua lascívia luxúria sem fim
rio de janeiro, 5 de outubro de 2O23.
7 notes · View notes
thebookstan · 3 months
Text
A multidão e a vida na rua, o burburinho, a movimentação, a novidade dos objetos, a novidade da situação—toda essa vida mesquinha e esse farelório cotidiano, que há tanto tempo aborrece o petersburguês ocupado e azafamado, que passa a vida toda procurando inutilmente, mas com ansiedade, um meio de encontrar paz, tranquilidade e repouso em algum ninho aconchegante, conquistado com seu trabalho, suor e por vários outros meios-, toda essa prosa vulgar e esse fastio suscitavam nele, ao contrário, uma sensação de alegria radiante e serena.
— A Senhoria
2 notes · View notes
sarava · 1 year
Text
Tumblr media
O rapaz que repousa e combate na minha cabeça me acorda de madrugada e me lembra de ser inconformado, pois o em volta é inacabado e em arestas expostas, no incompleto pulsar de meu coração de cumprir algum dever.
O rapaz desce ao meu coração para apaziguá-lo em breve instante e acelerá-lo pela certeza do desigual, que traz o sofrer, que faz mães chorarem, pais traçarem rostos de desesperança e filhos e filhas caminharem como imperfeitos sob os olhares da injusta justiça vinda detrás dos vidros temperados, retratos que me param os pulmões revoltados com o ar de tanta desalma.
Apressado, o rapaz transcorre minhas vias respiratórias e me libera o oxigênio do trabalhador que nunca descansa, dos ansioso pela lição que ainda nem se avista, impaciente e insatisfeito, esfomeado por soluções para estancar o grito dos estômagos vazios, que fazem o meu anestesiar em fastio de vida.
É quando o rapaz, na contracorrente do desânimo, me alimenta com perguntas ainda sem resposta, mas com debates despertos a serem digeridos, articulações a surgir, a fermentar e a provocar refluxos no caminho inverso ao que o belo jovem cumpriu, me voltando ao cérebro, esquentando neurônios, açoitando a mente, que mete as esporas no raciocínio, acusando, defendendo, questionando.
Todo dia o rapaz, soldado de sono leve, me sopra que perdão sem justiça é engodo, que amor sem partilha é ego, que vontade sem coletivo é solidão, que caminhar sem compromisso com o do lado é estacionamento, que silêncio sem escutar o grito da verdade é prostração.
O rapaz me espeta para dizer o que é omitido, perguntar o que é incômodo, sem medo da face troncha da perseguição.
O eterno pensar demais, muito mesmo, do crânio esquentar, do difícil habitar em mim, me é sina pelo tal rapaz.
Meu cérebro que nem um 8 deitado, infinito, quando termino já recomeço, para emendar.
Rapaz ideoso, como me definia minha vó.
Exeuê Babá, Oxaguiã, nosso (meu) senhor da ousadia de não contemporizar.
#oxalá #oxaguiã #orixá #matrizafricana #axé #umbanda #candomblé #batuque #saravá #povodeterreiro
17 notes · View notes
d-deulg · 7 months
Text
Quando um artista se apaixona por ti, tu vives pra sempre. Quando um artista transcreve-te em um bloco de notas, tu deixas de seres físico para tornar-se um conjunto de palavras românticas ou com fastio. Quando você é a vítima do amor de alguém que cria arte, você é morfologicamente imortal. Porque quando tu és alguém tão importante para um deles, tu te tornas a obra destes, a escultura destes, o poema destes. Tudo o que fazemos gera algum impacto na vida de alguém, e tu guardará recortes teus em cada palavra que escrevo em teu respeito. Tu vives em textos, fotos, vídeos, acordes, notas, música. Vives na arte do meu pensamento. Ser amado por um artista é uma experiência que poucos são dignos de vivenciar, embora que ser odiado por um seja trocentas vezes mais impactante e fácil.
2 notes · View notes
agri-flor · 2 years
Text
FAMÍLIA É UM PRATO DIFÍCIL DE PREPARAR
Família é prato difícil de preparar. São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo. Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível. Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio. Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares. Súbito, feito milagre, a família está servida. Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria? Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele o surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.
E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo. Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida. Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo. Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados. Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola. Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo. De alegria, de raiva ou de tristeza.
Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco. Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar, tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre. Família é prato extremamente sensível. Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido. Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional. Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada.
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini; Família à Belle Meunière; Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é “à Moda da Casa”. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.
Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo. Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete.
O ARROZ DA PALMA
12 notes · View notes
grafess · 1 year
Text
in questo spazio sento che posso essere sincera, e liberarmi delle cose più brutte.
Mi infastidiscono un sacco di cose:
Mi infastidice il tuo sminuire ciò che provo, facendomi sentire ridicola, immatura, bambina. T'avrei voluto vedere parlare di una cosa del genere con mio fratello.
Mi da fastidio che tu abbia sentito l'esigenza di parlare e non abbia chiamato me, che ero la persona con cui questo casino è avvenuto.
Mi da fastidio che tu dica che sono l'unica in grado di calmarti, quando oggi è stato palese che non è così.
Mi da fastidio che questa cosa, che dovrebbe essere un momento intimo, privato e sereno, in realtà non è nulla di tutto questo: tutti sanno tutto, e la nostra intimità è dominio comune.
Mi infastidisce che parliamo di ogni problema come se fossimo una coppia in crisi matrimoniale.
Mi da fastidio che tu abbia bisogno di parlarne con così tanta gente. Mi fa fastidio che tutti debbano sapere i fatti miei.
Mi da fastidio che ciò che fanno gli altri sia normale mentre ciò che penso io non lo debba essere mai.
Mi da fastidio che credi di avere sempre ragione, mi da fastidio il tuo modo di parlare: parli dei problemi facendo inutili romanzi ritardando un sacco il punto del discorso.
Mi da fastidio quando discutiamo e ti senti vincente, andando via o non rispondendo
Mi da fastidio stare male per te, e avere questi pensieri per la testa
Mi da fastidio dover piangere adesso, perché domani accade una cosa che aspetto da un sacco di tempo, e non riesco a provare alcuna emozione di gioia a tal proposito
Mi dai fastidio perché rivoglio pensare solo a me, voglio avere le notti libere per pensare, scrivere, riflettere, anche annoiarmi, e non pensare invece a cose del genere.
Mi da fastio la tua insistenza nel contraddirmi dicendo che alcune cose siano normali perché le fanno gli altri.
Mi da fastidio aver ritenuto che la storia della tua amica potesse farmi stare meglio.
Mi fa fastidio l'immagine che hai restituito a lei di me.
Mi da fastidio dover pensare a queste cose, avere questo nodo in gola, non aver passato la serata con mia madre, non avermi fatto asciugare i capelli per badare alla tua cazzo di storiella a lieto fine, non star dormendo in vista di domani.
Eh che cazzo
Volevo davvero questo ?
3 notes · View notes
mardelivros · 29 days
Text
Ventre Livre, o melhor remédio para as crianças!
Tumblr media
Na nossa história, a data de 13 de maio registra um fato importante para a economia e a sociedade brasileira como um todo. Nesse dia, em 1888, era promulgada a Lei Áurea, pondo fim à escravidão no Brasil imperial. Pelo menos, no papel. Na prática, a mão de obra negra continuou sendo explorada entre nós, a escravidão permaneceu e surgiram outras formas de exploração. Como em muitos outros países, cujas economias dependiam do sistema escravista, o processo para se chegar à Lei Áurea foi gradual, sempre como resposta a movimentos cada vez mais fortes em defesa da mão de obra livre. As pressões internacionais para a abolição dos escravos surgem no início do século 19 e, no Brasil, ações nesse sentido aparecem décadas depois. Antes da Lei Áurea, vieram a Lei Eusébio de Queiróz (1850) e a Lei dos Sexagenários (1885), passando pela Lei aprovada em setembro de 1871, a Lei Rio Branco, mais conhecida como Lei do Ventre Livre. Em poucas palavras, a Lei do Ventre Livre declarava livres os filhos de mulher escrava que nascessem a partir de 28 de setembro daquele ano. Essas crianças, também chamadas de ingênuos, ficavam em poder dos senhores de suas mães até a idade de 8 anos. A partir daí, o senhor podia entregá-las ao governo em troca de uma indenização ou usar sua força de trabalho até que completassem 21 anos. A prestação dos serviços só seria suspensa caso fosse provado que esses menores sofriam ‘excessivos’ maus-tratos por parte de seus senhores. O Império também tinha o direito de ficar com os menores e usá-los em estabelecimentos públicos, seguindo o ditado pela então Diretoria de Agricultura, órgão responsável pela aplicação da lei a partir da reforma ministerial acontecida em 1873. A título de curiosidade, 50 anos depois, em 1923, os jornais publicavam informações sobre os benefícios que a Ventre Livre trazia à sociedade em geral. Mas não se referiam à lei de mesmo nome. Podia-se ler: “Às vezes, sem saber por que, nós nos sentimos de repente muito incomodados e indispostos, com moleza e grande abatimento geral, com mal-estar em todo o corpo e preguiça para fazer qualquer esforço, até dores e peso no estômago, na cabeça e no ventre, enfim sem vontade nem coragem nenhuma de trabalhar!”. O texto continuava: “Isto acontece muitas vezes na vida sem que a gente espere nem saiba por quê. Sempre que estas perturbações aparecerem, assim de repente, a pessoa deve ter logo certeza de que o seu estômago e intestino estão muito sujos e cheios de materiais podres. Neste mesmo dia, comece a usar Ventre-Livre meia hora antes do almoço e do jantar, para evitar que apareça qualquer complicação perigosa e moléstia interna”. E, mais adiante: “Ventre-Livre é o único remédio que cura indigestão, a vontade exagerada de beber água, estômago sujo, ânsias, agonias, vômitos, arrotos, empachamentos, dores, cólicas e peso do estômago, calor e ardência do estômago, gosto amargo na boca, o fastio e a falta de apetite, as cólicas e dores de barriga, a inflamação do baço e dos intestinos, as doenças do fígado, as dores, cólicas e peso do fígado, hemorroidas e prisão de ventre!”. A propaganda terminava afirmando que “Ventre-Livre é também o melhor remédio para as crianças!”. Read the full article
0 notes
Fastio
A Vila da Fábrica, meu lugar, vive estes tempos sombrios. Meu bairro está de luto. Morreram quatro nesses becos, caminhos vazios. Pessoas que tinham família, amigos, vizinhos. Que posso fazer além de sentir um pesar... tardio? Penso neles, em sua tristeza, sua existência Por um fio. Eu choro e emudeço e sinto dor: um fastio.
0 notes
ygsadic2 · 6 months
Text
tô meio doente e tô com fastio
0 notes
gabrielpardal · 4 years
Text
Derrubar árvores: uma irritação - de Thomas Bernhard
Sentado em um canto escuro da sala durante um jantar na casa de um casal de amigos, o narrador de Árvores Abatidas observa calado os convidados da festa, pessoas que há muitos anos atrás foram sua companhia mais frequente: artistas da cena contemporânea de Viena. Isolado e calado na maior parte do tempo (e do livro), é o seu fluxo de pensamentos que conta a história dos personagens presentes, detonando-os impiedosamente.
Lançado em 1984, o livro escrito pelo Thomas Bernhard ficou marcado como um retrato marcante da burguesia ocidental. Mais especificamente uma classe artística que se diz intelectual.
O narrador (uma espécie de alter ego de Bernhard) lamenta ter aceitado o convite do chamado jantar artístico na casa do casal Auersberger, onde todos aguardam a chegada de um ilustre convidado, o ator que está fazendo sucesso com a peça O pato selvagem de Henrik Ibsen. Ele passa metade da festa sentado numa poltrona sem falar com ninguém, enquanto despreza tudo e todos.
A sua crítica é direcionada à turma de artistas de que um dia ele fez parte e hoje considera vazia em seu esnobismo.
“Todas essas pessoas na sala de música sempre fingiram viver — eles nunca viveram realmente, eles nunca levaram uma vida real. (…) Eles sempre viveram de acordo com a moda, disfarçando-se na moda e se tornando escravos da moda para se exibir.”
Morando há alguns anos em Londres, o narrador retorna à Viena para o velório de Joana, sua melhor amiga, que havia cometido suicídio. Velório que aconteceu no mesmo dia do jantar, e foi onde ele recebeu o convite para a festa de recepção ao ator renomado. Portanto, todos ali presentes na sala estavam horas antes no cemitério.
Bernhard provoca com essa dualidade. É possível dois eventos tão díspares coexistirem? Será que as pessoas fingiam tristeza durante o funeral ou estavam forçando alegria durante o jantar?
“Tudo neles era artificial, enquanto o cemitério parecia o lugar mais natural do mundo.”
A morte é mais real do que a vida?
Real irreal
O narrador julga fazer parte de uma existência simulada, uma vida fingida, que não é real. Para ele, tudo naquela turma, o jeito como andam, como falam, tudo era artificial.
Em certo momento ele observa a vasta estante de livros dos Auersbergers, contendo coleções de livros dos seus antepassados para mostrar erudição e conhecimento. A moda de mostrar livros (que não são lidos) nunca passa, basta ver o plano de fundo das inúmeras lives de hoje em dia, a estante está lá como ostentação do saber. Nunca houve um tempo em que não estivesse na moda fingir ter conhecimento.
“Eles sempre se exibem porque não têm capacidade para a realidade. Tudo sobre eles sempre foi mostrado: suas relações sociais significam nada além de mostrar, e o mesmo vale para suas relações um com o outro, suas relações conjugais: eles sempre deram um show de casamento porque nunca foram capazes de sustentar um real.”
Os artistas têm mesmo uma camada particular de impostura em comparação às outras. A criação é parte intrínseca do artista, e muitas vezes acaba inventando a si mesmo, fazendo da própria vida uma extensão da sua arte. Mas não é a potência de invenção que incomoda o narrador. Sua crítica se refere mais à falsidade, ao cinismo, à hipocrisia, à dissimulação.
Entendo ele. É do mundo fingido que ele não aguenta mais. O mundo das aparências e dos interesses que as movem. Também passeio pela bolha artística contemporânea e sinto o mesmo fastio do teatro de aparências. Em determinado instante da leitura me perguntei se era eu que estava lendo o livro ou o livro que estava me lendo. Eu mesmo estou cansado de usar as máscaras que criei para participar desse baile. Acredito que esse cansaço revela que o momento em que percebemos que estão todos usando máscaras, fingindo ser quem não são, é um momento de adeus.
O lenhador
Para podermos conviver uns com os outros, é preciso existir um acordo tácito onde aceitamos o mundo de fantasias, mesmo que não concordemos com os seus fundamentos, ou melhor, que a ficção que eu acredite não seja a mesma ficção que o outro acredita, mas é preciso fingir acreditá-las, ou acreditar que são reais, para que haja qualquer convivência possível.
É assim que se dá a vida na civilização. Mas há uma saída? Ou apenas a despedida?
Durante o jantar, o renomado ator diz estar cansado da cidade e que a felicidade está em “entrar na floresta, nas profundezas da floresta, render-se à floresta, a floresta virgem, a vida de um lenhador.” (Holzfällen é o título original, significa o ato de cortar madeiras, o trabalho do lenhador. A tradução americana adotou Woodcutter que é lenhador). A natureza selvagem é o único lugar onde não existe artificialidade, pois, afinal de contas, não há humanos. Longe das pessoas, o ator, um especialista na arte de performar, de fingir ser o que não se é, diz ser o único lugar onde se pode descansar. Descansar de quê? Da farsa.
“Toda a minha vida tem sido uma farsa. A vida que vivo não é real, é uma vida simulada”, percebe o narrador ao final.
Mas o que é real?
Toda experiência de vida é formada em grande parte, em grandessíssima parte, por ficção. O amálgama do real com as coisas imaginadas é tão forte que nem questionamos mais a natureza das coisas. Dinheiro, por exemplo, não passa de um pedaço de papel impresso onde eu e você concordamos que carrega um valor. E é a força da crença compartilhada que dá poder para esse pedaço de papel. Nem vou falar sobre acreditar em mensagens das estrelas ou em um criador do universo, da vida e tudo mais.
A boa é estar de bem com as nossas criações. É bacana quando as coisas que inventamos pra gente nos potencializa, nos torna melhores e, vou dizer hein, nos deixa mais felizes. Durante um tempo esse mesmo baile de máscaras que o narrador agora despreza foi o seu universo, foi com quem ele compartilhou desejos e planos. Pode acontecer de um dia deixarmos de acreditar naquilo que por um tempo acreditamos com todas as forças. Mas tudo bem. Criaremos outras. Toda bolha tem seus códigos e todo mundo tem suas máscaras. Talvez a vida real não seja tão real assim. Vestimos a farsa que combina melhor com a cor dos nossos sonhos.
0 notes
franmell · 1 year
Text
Porque o que mais custa a suportar não é a derrota ou o triunfo, mas o tédio, o fastio, o cansaço, o desencorajamento. Vencer ou ser vencido não é um limite. O limite é estar farto.
Vergílio Ferreira
0 notes
miguelsolano · 5 years
Text
paradeiro
minha saudade sabe teu endereço. meus desejos moram no teu pensamento. teu sorriso é autorização para meus segredos. tua mão é luva para os meus dedos.
teu fogo eu apago com saliva. tua pele eu toco como um maestro. meu orgulho morreu de fastio. meu abraço é ambidestro.
nossa janela tem sol e chuva. nossa estrada tem vento e curva. nosso paradeiro não tem telhado. nossas paredes têm as cores da lua.
0 notes
eternidadeponto · 2 years
Text
🙏
LEITURA I Num 21, 4b-9 «Quem era mordido, olhava para a serpente de bronze e ficava curado»
Leitura do Livro dos Números Naqueles dias, o povo de Israel impacientou-se e falou contra Deus e contra Moisés: «Porque nos fizeste sair do Egipto, para morrermos neste deserto? Aqui não há pão nem água e já nos causa fastio este alimento miserável». Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas que mordiam nas pessoas e morreu muita gente de Israel. O povo dirigiu-se a Moisés, dizendo: «Pecámos, ao falar contra o Senhor e contra ti. Intercede junto do Senhor, para que afaste de nós as serpentes». E Moisés intercedeu pelo povo. Então o Senhor disse a Moisés: «Faz uma serpente de bronze e coloca-a sobre um poste. Todo aquele que for mordido e olhar para ela ficará curado». Moisés fez uma serpente de bronze e fixou-a num poste. Quando alguém, era mordido por uma serpente, olhava para a serpente de bronze e ficava curado. Palavra do Senhor.
0 notes
aguas-mil · 2 years
Text
Ao deslizar dedos sobre a pele quente No toque consciente da canícula Penso nas tuas mãos frias nos dias em que não guardavas debaixo da língua Palavras em brasa Os sonetos eram outros, outrora Não tínhamos medo da rima molhada e Deus estava encaixado nas palavras cruzadas fáceis dos jornais obsoletos à nascença Com que cedíamos inteiros à sedução do silêncio. Hoje, em insónia estival Sou menos impermeável a ti. O cair dos teus olhos inclina-se para os meus sonhos e Os cavalos relincham diante do precipício dos recantos em ruínas Que guardam ferozmente o teu odor O teu pescoço Onde penduro as pérolas das noites em claro Diante de infernos primordiais que não te rosam a tez. Ensimesmada Em ti não durmo ou desperto Em ti não fico ou despeço e Febril aliterada Multiplico em dois o pão dos nossos lábios. Ao deslizar dedos sobre a pele quente Sob peitos alheios Descanso crente fervente De que a cama morna por todo, tal como o jejum ou o fastio Penitencia.
17.08.2022
1 note · View note