Nunca me conformei com o fim de nada. Por mais que eu sentisse que era a hora. Por mais que eu quisesse ou precisasse me livrar das coisas. O “acabou” sempre chega ou chegou como se eu jamais tivesse parado pra pensar nele. Cruel, terrível e doloroso além de mim.
Tati Bernardi.
(via lesbica-suicida)
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Deus, não me deixe pensar que você me esqueceu.
Alone. (via citografar)
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A Estrangeira
Prólogo
De repente, ele despertou novamente - os efeitos dos analgésicos destruíam qualquer força que viesse proteger seu corpo, o deixava sonolento e sem vontade para reagir - os olhos pesavam como se um titânio houvesse repousado em suas pálpebras. Sua boca se abriu em um leve bocejo que balbuciou palavras transformadas em um sussurro inaudível. Sua visão encontrava-se turva. Piscou uma vez, e mais duas vezes para ter certeza de que estava enxergando e que aquele momento não era um sonho que a qualquer momento poderia ser extinto. Ele levantou uma das mãos e fez seus dedos brincarem no ar, enquanto se moviam feito uma onda. ‘’Cinco dedos’’, pensou ele e pode ver um sorriso tímido surgindo de lado. O plano de saúde cobrava as despesas do hospital, mas naquela manhã a cama parecia mais desconfortável do que o normal desde que chegara ali pela primeira vez. Com as mãos apoiadas no colchão, suas costas finalmente repousaram confortavelmente quando seu corpo veio a sentar por fim encostando-se nas paredes gélidas do quarto. Um suspiro profundo movimentou seus pulmões que pareciam cansados demais. Do outro lado do quarto, sua mãe despertava de um cochilo após uma madrugada inteira acordada preocupada com a pressão arterial do filho que oscilava uma vez ou outra em uma perturbada instabilidade.
- Você nos deixou preocupadas a noite inteira, sabia? - As palavras saiam junto ao bocejo desengonçado de Dona Olga. - Como se sente essa manhã, querido? - Perguntou por fim enquanto levantava para chegar mais perto do filho.
Ele sorriu.
- Não sei. Me sinto estranho, como se me faltasse algo. - Disse franzindo o cenho. - Essa sensação de vazio me agonia, mas creio que seja os efeitos colaterais de tanto remédio que estão me obrigando a tomar. - Suspirou ao terminar.
Olga segurou em sua mão.
- Sabe, eu queria muito que você tivesse a oportunidade de agradecer a garota que doou as córneas pra você. Ela é um ser muito especial. - Sua voz falhou e seus olhos afogaram-se em lágrimas. - Ou talvez, lembrasse dela.
- E onde ela está? É claro que eu quero agradecer. Mas ainda me sinto confuso em relação a isso, como alguém que nem se quer me conhece, pode fazer isso por mim? É loucura. - Os olhos do garoto agora encontravam-se paralisados no lado de fora da janela, envolvido por seus pensamentos.
- Quem sabe, meu amor, em outra vida ela foi um grande amor pra você. - Sem conseguir segurar, a primeira lágrima veio a afagar sua bochecha.
Ele apenas sorriu desconsertado.
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