vinte e cinco de julho
Desejos de outras vidas. O coração me diz que esse sentimento não é de sempre, uniforme e comum. O pensamento diz que é de outro lugar, olhar com calma, não me precipitar. Meu corpo arde com teu simples toque. Uma única lembrança me faz recuperar prazeres passados. Instaurar códigos e signos de uma pessoa que já foi e que ainda é. Minha vulva chama por teu nome, em segredo. A carne arde por entre minhas pernas, minha buceta molhada. Você me chama no mesmo momento. Um único beijo por entre meus lábios e minhas pernas. O gozo se sente. O êxtase se traduz em memórias do que houve de feliz. Nós duas somos espelhos. Uma vez ou duas ou até mais já nos ferimos. Espelho partido, gestos que se anularam. Outra vez e o espelho se refez, as tentativas são sutis e amenas, carinhosas. Dúvidas me incitam a buscar respostas. No coração, não chegam. Um pedaço de vida repartido em palavras, do que fomos e somos. O que podemos ser? Incontestável, coração se cala. Há sentimentos imensos que insistem em querer te abraçar, te cuidar, te colocar entre minhas pernas e acariciar teu corpo, teu coração e teus pensamentos. Cuidado que se traduz em amor. Fragmentos de uma parte de nós. As palavras quando chegam são traduzidas. Suficiente foi o calar-se, agora falamos com boca e coração abertos. Pensamentos à deriva. Devoramos nossos sexos, suores e cansaços. Por entre teus braços quero estar. Meu coração pode até ser visto por você como meio despedaçado, meio inconsistente, meio inconstante, mas ele caminha somente para o que deseja: ele te clama. De um lugar de onde você nunca saiu, apenas adormeceu. Revivendo todos detalhes da beleza de se aproximar de alguém e se reconhecer nela. Imagem que também é você, eu e nós. Sonhando todos os pequenos gestos do que podemos ser, um dia após o outro. Há um modo que coração e pensamento e corpo conversam: quero você, ao meu lado, caminhando. Quando quiser peito para repousar do voo cansado de viver, pousa, estarei aqui. Isso não é uma promessa, é um sonho que se faz realidade no dia vinte e cinco de julho. Acredita que por mim tudo poderá ultrapassar todas palavras ditas nesse mesmo instante. Podemos pelo bem nosso. Seremos o bom e o melhor da própria versão de nós. E me chama para voar junto que eu vou.
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tú
No teu peito, nos teus seios
encontro
O refúgio ideal
depois das reviravoltas em alto mar
Te embalo para a calma
com meus dedos que percorrem teu corpo inteiro
Te provoco
a chama mais ardente
Palavras calam
o que o corpo fala
Aunque nuestros cuerpos estuviesen perdidos
Aunque nuestros cuerpos fuesen confundidos
Aunque nuestras miradas nunca se hubiesen buscado
Aunque nuestros corazones se encontrasen rotos
Aún te querría
Con toda mi ardor
Te llamaría con pasión
Mi cuerpo te clamaría
‘ven que ya es hora’
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instâncias de fé
será que ser adulto é colecionar mágoas?
as fotos do por do sol se multiplicam:
camadas de planos.
amarelo, depois, dias nublados.
a senhora sorri quando pede licença ao rapaz
para sentar-se no banco vago, ao lado dele.
o que me chama atenção
não é sua aparente educação
mas seus cabelos vermelhos cor de brasa.
o outono se faz mais em cada dia.
alguns andam sem calças,
é que o frio não é lá muito igualitário.
instâncias de fé!
o que te empurra pra frente ante todas as dificuldades?
o que te coloca de pé todas as manhãs?
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universo profundo
desenho
mapas roteiros trajetos caminhos
sob sua pele
como se chega
a seu âmago?
qual rota traço?
between
eu&você
tu mirada
nuestra piel
quão profundas podemos ser
uma para outra
a leveza nos detém
mas sinto vontades imensas
que me escapam
e tentam encontrar as suas profundezas
me diga sobre o medo
do que lhe escapa e não controla
do que lhe detém
ao caminhar e esbarrar em alguém
me diga seus segredos inconfessáveis
me mostre
o seu universo
tão infinito
quanto único
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cidade devora
a cidade
que me diz
me devore ou te
esmago
tantas luzes das janelas
que saem de prédios
as luzes dos faróis
dos carros que lotam as vias
as luzes da rua
que iluminam tanto nossos olhos
e nos impedem de olhar as estrelas
en los cielos
inspiro
ou tento ignorar as frestas
da sujeira do caos
da busca de cada um
a conquistar
domar
essa mesma cidade
que sonhei
durante todos os meus tempos idos
e cheguei
com malas e memórias
experimentar suas muitas
vantagens diversidades
uma batalha a cada dia
continua sendo
a mesma rotina
em anos
possibilitando que outros caminhos
se abram
com todos os sonhos de felicidade
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Faço desenhos sob minha pele
Árvores
Pássaros
Inscrevo meu nome
Será necessário fazer em definitivo
Não me importo que outros não os vejam
Sinto que já estão em mim
Não me importo se só eu os vejo
30/10/2014
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Esperas
Luzes brilham através das janelas
O que fomos já não somos mais
Não mais
A raiva muitas vezes calada
Seu nome ainda sai
Mas quase sem querer
Tentativa de estar em paz
E as palavras
Que me saem da boca:
Falar sobre amor
Sorrir com os olhos
Me permitir às novas sensações
Me calar
Silêncio também se impõe
O poeta disse “sobre aquela mágoa, silêncio perpétuo”
Já estive onde você está
Não mais
Agora me apresento a um desconhecido lugar já ignorado
Tantas tentativas
Tantas vezes me sentei à frente do papel
Pra dizer as coisas repetidas
Tantas vezes repartidas
Estudo o tempo
E ele ainda me diz
Se acalme
O momento ainda é de esperas
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sonhos nos tempos de temores
acordo - não desperto
caminhamos sós ou de mãos dadas?
porque vivo em mim e no outro. o outro me presenteia com minha própria fagulha de vida. temores de arrepiar a espinha. podemos discutir os mitos. o país é atravessado pela resistência em cada olhar, dos que teimam no olhar demorado desafiador, de todos os reduzidos diariamente.
às vezes sinto que só vemos o que se mostra atrás do vidro da porta quadrada.
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tempo de doer
Eu não estou bem.
Não estou sabendo lidar.
Preciso de ajuda.
Orações tão difíceis de serem ditas. Logo eu que nunca pensei em pronunciá-las. A gente se acha forte demais, corajosa demais. Recorre ao tempo, tudo vai passar, que o sol há de brilhar. Mas se esquece de que os sentimentos surgem, sem controle, de um lugar para outro, sem saber onde irão nos levar. Ah, a alma enfraquece, o corpo chora e pende, a chuva não para de pingar. Tudo se torna cinza, suas palavras se tornam confusas, contraditórias. Parece que há algo doentio nessa história toda. Por que tanto apego? Eu, que tive mais naturalidade das outras vezes. E parece que não pode vir mais choro, mais nenhuma emoção. E vem, porque ainda dói. E dói mais saber que não vai passar hoje ou amanhã. O olhar se volta pro que virá, com certo desejo e sufoco. Sim, chega, eu sei que chega. Ainda não porque ainda é tempo de doer.
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palabras para oír
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ainda
nos perdemos na nossa profundidade. olho no olho. paramos. nos perguntamos onde foi que erramos. se foi naquele olhar de relance. ou se teria sido em um respiro antes da hora. paralisamos. dói perder um amor. ainda há amor. é só que nos machucamos. estagnamos. engano em viver tudo agora. talvez devêssemos esperar mais em um outro momento de nós. o peito se dilacera. me quedo estagnada no chão. passa algum dia passa e de repente perceberemos que passou. ainda não. ainda é luto. ainda dói. ainda me paralisa. foi tarde, foi só o momento errado que nos trouxe juntas. o mesmo tempo agora nos diz que ainda não é o momento. ainda não.
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entre e o arrebatamento e a leveza
entre o arrebatamento e a leveza, caminho nas ruas de mãos dadas a toda sorte de gente. os tempos são outros e as relações humanas ou são pé molhado ou são mergulho ao fundo. mas não nos enganemos porque o mergulho ao fundo é a necessidade do eu no outro, assim todos vamos em busca do nosso próprio desejo individual. a linguagem é feita de imagens por isso que a poesia só se refere às imagens. quando digo que caminho nas ruas de mãos dadas a toda sorte de gente, a imagem se transforma na concomitância das palavras e quase que me vejo caminhando nas ruas de mãos dadas a toda sorte de gente. se digo a grama verde resplandecia o céu azul, não é a mesma coisa? imagética, já diriam poetas. Mas a imagem não diz precisamente sobre o objeto que ela tenta referenciar. quando digo te amo não estou dizendo sobre o amor que sinto por esse alguém que falo. então não digo. não esquecer: os escritos do diário quase que são feitos para alguém os ler. o meu desejo é se arrebatar, mergulhar ao fundo, cair de cabeça nessa coisa. mas o outro lado, me detém na beira do precipício das emoções, fico estática, tento dar uns passos para trás. metade de mim me grita: é agora, vai! a outra: espera, é tempo de tranquilidade! cambaleio entre essas duas metades, de forma metafórica, imagética, claro.
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memórias carnavalescas
Meus olhos se enchem e se transbordam de cores e formas, meu ouvido e meu corpo vibram por cada nota alta e baixa. Tanta diferença, mira veja: tem maracatu de baque solto e de baque virado. Frevo mesmo tem três: frevo de rua, frevo de bloco e frevo canção. Tem caboclinho, afoxé, orquestra carnavalesca, cavalo marinho, boi-bumbá, maguebeat, percussão africana. Tambores e muitos. É uma riqueza sem tamanho nas ruas. É ver todo mundo cantando e dançando – ou como dizem por aqui, brincando – o carnaval nas ruas do recife. É velhinho, namorados, pai-mãe-filho, amigos: todos na rua! De noite, todas as pontes se enchem, as ruas e seus edifícios antigos brilham ao passo de cada pedaço. Vendedores ambulantes, catadores de latinhas, taxistas, lixeiros e produção batendo cartão. O caos: empurra-empurra, briga, arrastão, gente dormindo na rua, álcool e loló. Tudo e muito são os adjetivos da vez. Quem nunca viveu uma só vista disso tudo, não sabe que o maior carnaval do mundo é nas bandas de lá! Depois, quarta feira de cinzas, a ressaca do carnaval. Agora a festa acabou e vamos contar 365 dias para o próximo carnaval. Todos respiram de tristeza, é o galo que só se verá no próximo ano. São as pontes que são esvaziadas, tudo deserto como era antes. Os turistas vão embora e os moradores ficam. Não tem problema não, ano que vem nos encontramos por lá! Recife, me espere que eu volto!
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sinfonia de la ciudad
não existe uma são paulo
são muitas.
ao dobrar uma esquina, sou transportada a um novo lugar
saio da cidade e avisto muito verde:
árvores enormes, cantos de pássaros, gargalhadas de crianças.
e o relevo que se confunde às construções humanas,
tão amalgamado no dia após dia,
se abre frente aos meus olhos.
e logo em seguida
saio deste sonho.
os motores se tornam sonoros.
a confusão de músicas que escapam dos carros,
esconde a sinfonia do vento ao bater nas folhas das árvores.
e eu sou só mais uma
p a s s a n t e
ao observar o espetáculo da cidade versus a natureza.
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silêncio ensurdecedor
você se foi com seu grito, de suas palavras
só ficou o seu silêncio
a corda em volta do pescoço
o nó na garganta
e só o silêncio
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em frente à morte enfrente a vida
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poesia erótica
Eu sou hilda, ana, cecília, alice, clarice. Sou todas elas. Elas são eu.
O corpo que arde. O toque da (sua) mão em meu seio. A minha flor, pequena, delicada. A minha flor desabrocha imensa. Desejos do corpo.
Tinha o tempo em que eu era transcendental, mar, céu, lia Cecília.
Depois me tornei metafísica, pensadora, era Clarice que me dizia.
Alice veio depois, na época de ser simples e doce, como uma flauta suave e um vento no rosto.
Na fase de Ana, eram os cadernos, anotações, momentos, breve vida, vida intensa.
Agora sou Hilda, os cantos do amor na minha poesia e no meu corpo.
O bico do seio rosado se apequena no toque de uma mão. A mão que desliza sobre meu colo, minha barriga, na vagina. Minhas pernas, costas. Tudo ao alcance da mão. O que foge de mim em ardências.
Este corpo é meu. E, no instante de quem o toca, também.
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