Tumgik
gavetasebitucas · 8 years
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O cão que já nem ladra mais, só morde.
O problema é se entregar de uma forma tão completa já sabendo que deveria vestir a velha armadura antes de partir. É querer acreditar que vai ser diferente por motivos de que você querer que seja; mas não lhe cabe a decisão nem mesmo os fins. Cabe à pura sorte da vida.
Cabe a uma sociedade pútrida que você insiste em cutucar e achar algum tipo de esperança. A um respeito mútuo que nem toda mãe se sentiu inclinada a ensinar. Cabe também, talvez, a vontade singular de cada ser de ter vontade de ser algo mais que uma casca, que um corpo procurando gozar de prazer, de satisfação, de contentamento em ter um outro casulo deitado ao seu lado. Cabe à minha falta de vergonha na cara e no amor próprio que eu regurgito toda vez que toca minha boca. Tratar de injetar o amor próprio via intravenosa.
“E o que tem de bom? Tem o meu melhor.”
2015.
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gavetasebitucas · 8 years
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pertencer.
O toque dos dedos na barba rala. O envolto dos braços na minha cintura. As piadas clichês que saiam dos lábios convidativos do rapaz e invadiam a minha mente. A saudade.
A vontade de deitar junto e olhar dentro da galáxia que habitava nos olhos dele. De deixar o rosto tão perto ao ponto de sentir a respiração dele se misturar com a minha. De sentir euforia e uma vontade enorme de ser a melhor coisa que aconteceu em muito tempo.
Acordo. Vem os lampejos de luz e a respiração descompassada. A busca pela xícara de café e a mão passeando pelo cabelo bagunçado. Não tem galáxia nenhuma na minha frente. Tem só a vontade. E o cigarro entre os dedos, que escapa por entre os longos tragos.
2015.
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gavetasebitucas · 8 years
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infortúnio.
1. A vontade de estar perto. Do toque. Da troca de olhares e da vergonha de não conhecer. De deitar e olhar o céu esperando que ele pudesse dar alguma resposta do que viria pela frente.
2. A pele lisa e os dedos que a percorriam com vontade. O carinho e o desejo. A compreensão momentânea de algo que era muito maior e mais importante que os dois.
3. A certeza de que nada passava de um devaneio. De algo que o destino não havia feito planos. De algo que a minha mente insistia em perseguir mesmo sabendo de que não haveria nem um começo. 2015.
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gavetasebitucas · 8 years
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Vazio
Não consigo dormir.
Nem me atrevo a perguntar porquê, não a mim própria. Já sei a razão, de qualquer maneira. Porque quem consegue descansar quando falta alguma coisa que nunca lhe pertenceu? Esse é o pior tipo de falta, porque não há como recorrer à memória para relembrar o que de bom ou mau houve, não há como explicar o que se sente sem se parecer um louco. Na verdade não existe sequer uma razão decente para eu precisar da parte de mim que falta mas que nunca cá esteve; no entanto, é essa mesma que falta para eu adormecer. Está frio e os olhos que deviam estar a olhar para mim estão a ver o mesmo vazio que eu; tenho sono e os lábios que me deviam estar a beijar as costas e o pescoço e os lábios não estão a beijar nada. E não há nada que eu possa fazer, porque tenho sono e não quero (ou tenho medo de) perguntar o que é que se foi embora de mim. 2015.
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gavetasebitucas · 8 years
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taking control.
E o telefone tocou; minha mente entrou em circuito como já acontecia toda vez que eu reconhecia o número. Aquele começo incerto de conversa que dois antigos conhecidos costumavam ter me perturbava. Eu não sabia que palavras usar, o que dizer, como dizer. A voz dele continuava a mesma, e eu pude perceber que o discurso que ele pregava não tinha mudado tanto. Com aquela lábia ardilosa da qual eu não tenho a mínima ideia de como pude ter caído, ele continuou. Tão problemático. Tão diferente. E com toda aquela contade de ser tão comum como nada nesse mundo. As frases que conseguiam me atingir como facadas passavam perto dos cortes já cicatrizados. Falava de respeito mas não conhecia o significado. Ousava dizer sobre maturidade. Sobre coisas das quais o mundo já havia se encarregado de esfregar na minha cara. E por que raios isso ainda me atingia?
Não mais. Nunca mais.
2015.
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gavetasebitucas · 8 years
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Blue.
Os momentos se passaram com pressa; por entre aquele olhar incessante que ele destilava, os curtos e fortes tragos de prazer, o meu flerte sútil e desconsertante ao mesmo tempo, a lábia sagaz e o toque preciso, residia, no fundo, a pergunta: “E o que você faz aqui?” O enlaço dos braços parecia suficiente. E por que não seria? Era o que eu almejava já por algum tempo. Não o toque dele, não o afago de alguém em específico. Eu almejava apenas ser mais para um alguém. Os dedos pressionaram na minha cintura e eu sorri. Boba. E quase como reflexo, os meus braços tomaram rumo até o pescoço do loiro, como se quisessem mostrar que de alguma forma, aquilo era importante. E ah, o choque dos lábios. Aqueles lábios. Que titubearam sobre os meus ainda hesitantes, porem com vontade. Talvez não a vontade que ele, eu, ou quem observasse a situação de longe pudesse imaginar. Algo que eu só teria consciência num momento de epifania, horas mais tarde. O beijo calmo em contrapeso com os toques fortes era uma coisa que me causava arrepios e gemidos, dos quais saiam baixos a abafados por entre o curto beijo. O que eu esperava aconteceu. O que eu queria também. Então porque raios eu não me sinto da forma que eu deveria?
Tudo culpa de uma mente tão atribulada que chega a ser incapaz de produzir - ou reproduzir - algo menos que melancolia. Espontaneidade pra que quando a única coisa que você tira de qualquer experiência que tem é dor? Nota mental número 05: Tratar de viver o mundo lá fora e menos o caos e trevas que você tem em sua mente.
2015.
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gavetasebitucas · 8 years
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Low self (esteem)
E cada dia se torna mais cansativo. Parece uma batalha levantar da cama e lembrar que você precisa aguentar o dia com o rosto  e a atitude mais positiva porque ninguém aguenta mais ter de ouvir você lamentar sobre certas coisas. Mas a verdade é que ninguém realmente entende. Para a massa, para a maioria, é só falta do que fazer. É só ócio. Ninguém vai realmente conseguir compreender a dimensão do que se passa porque é raro você encontrar alguém que se sente da mesma forma. Não é “show” e nem “necessidade de atenção”. Quem dera se fosse. É uma luta constante com você mesmo para se sentir bem. É uma luta justamente para que você consiga se olhar no espelho e se sentir bem, ao invés de cair e lágrimas. E quanto mais você tenta consertar, as coisas começam a fugir do seu controle e você só quer se esconder de tudo e todos. E aí você procura válvulas de escape. Encontra o alívio - mesmo que momentâneo - em mil e uma drogas, no álcool, no consumo excessivo de comida, no vício em coisas banais. Porque precisar não lidar com o sentimento de inutilidade parece uma benção. Mas aí a noite chega. E de alguma forma ela encontra o rumo em direção à você novamente e o tormento começa. E você se pergunta o por que inúmeras vezes e deita a cabeça no travesseiro. E você chora. Cê reza. Cê pede. Implora. E dorme. E acorda no dia seguinte, com o rosto inchado e o travesseiro manchado com tuas lágrimas. Arranja a força pra levantar e ter de lidar com tudo de novo.
Não é nem um pouco fácil. Chega num ponto em que você se contem de falar sobre para os teus amigos porque se torna chato ser tão inseguro sobre você, sobre sua aparência, sobre teus relacionamentos. E você se torna uma bomba relógio; tão instável que ninguém tem vontade e paciência pra tentar desarmar. As marcas no seu corpo mostram o quanto a batalha pode ser terrível. Mostram o quanto você odeia a pele que habita. Mas também mostram que você tenta e que existem dias bons. E que, apesar dos apesares, você quer melhorar.
Um dia tudo vai melhorar. 2016.
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gavetasebitucas · 8 years
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Brighter.
“Bem, isso não é sua culpa. Mas se eu estou sem você então eu me sentirei tão pequena. E se você tem que ir, sempre saiba que você brilha mais que qualquer outra pessoa” As vezes a vida tem disso mesmo. Você segura e briga de uma forma tão violenta por uma coisa que não se dá conta de que ela pode escapar das suas mãos de uma forma tão simples que te causa raiva. E ai você briga mais; lava os ferimentos, coloca gaze e enfaixa toda ferida que estiver exposta para ter uma chance melhor de ficar de pé. Mas, no fundo, você sabe que nunca dá certo. A nossa luta desesperada por se agarrar a coisas que tem de ir é falha. Nada importa e nada dura. Te liberta dessas faixas e deixa sangrar, porque é uma forma de você saber que aconteceu, que existiu. As invés de segurar as mãos já geladas, segure aquelas memórias das quais você tem tanto apreço. E quanto eu tinha apreço. E quanto eu chorei. E quanto eu lutava, agora, para manter aquele universo privado que um dia existiu dentro daquele olhar. Aquelas constelações das quais eu conhecia poucas agora  pareciam uma só. Como eu. E como você. E se você fugir, eu ainda estaria acenando tchau, vendo você brilhar. Todo o resto muda. Todo o resto continua.
2015.
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gavetasebitucas · 8 years
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Desatar
E eu então eu desisti. Porque o máximo que eu iria conseguir de algum tipo de ajuda sua, seria apenas a imagem de sua mão se estendendo de encontro à minha. E por mais que eu tentasse me segurar, os teus dedos escorregadios me traziam de volta para a realidade; eu não tinha mais você e estava tudo muito bem.
2015.
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gavetasebitucas · 8 years
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untitled.
Sabe aquela frase que diz assim, “nós paramos de procurar por monstros debaixo de nossas camas quando percebemos que os monstros estavam dentro de nós mesmos”? Ela sempre fez sentido pra eu. Mas acho que eu nunca realmente parei e me dei conta de que o monstro, na verdade, sou eu mesmo. Eu tento lutar. Eu acho que passei a maior parte da minha vida tentando lutar contra certas ações minhas. Porque eu sei que, se eu não lutar, vai acabar ruim. E na maioria das vezes, as consequências tem mais impacto naqueles que convivem comigo. Principalmente naqueles que gostam d'eu de verdade. Eu me lembro de um incidente de quando eu era criança; estava eu sozinho em casa, e comecei a fuçar nas ferramentas do meu avô, como de costume. Eu peguei uma ferramente da qual eu nem sei o nome. Tinha uma ponta bem aguda, e bem afiada. E eu espetei no meu dedo. Eu quis me machucar. Eu sabia que iria sentir dor mas isso não foi o suficiente para me fazer parar. E eu enfiei fundo, e fundo e mais fundo. Até que eu ouvi um barulho no portão que me assustou. Eu guardei a ferramente com pressa, com medo, porque eu sabia que tinha feito coisa errada. Corri para o banheiro e fui arranjar um jeito de estancar o sangue. Lá estava eu, enrolando papel higiênico no dedo quando minha avó chegou em casa e me perguntou que bagunça era aquela no banheiro. Eu não menti sobre o que tinha acontecido. Enquanto eu não sentia nada mais que uma leve dor no dedo, minha vó sentia pena. Sentia medo. Eu conseguia ver todos os sentimentos naquele certo brilho que ela carrega no olhar. Eu vi um pouco de tudo, mas raiva não estava entre eles. À alguns anos atrás eu fiz de novo. Dessa vez, com mais consciência. Acho que isso me faz burro, porque ninguém em consciência se machucaria, mas isso é uma outra questão que eu não quero levantar agora. Eu peguei a lâmina e passei contra meu pulso. Desferindo na minha pele a ansiedade junto com a vontade de fugir. De nada adiantou, porém o corte estava alí. Foi então que, pouco mais de um mês atrás, isso tudo voltou. Com mais força. Com essa vontade maior de coexistir. E eu permiti. Eu deixei me abalar por qualquer palavra, por qualquer olhar, por qualquer coisa. E no final, eu que pagava por isso. Eu achava que precisava de punição, e já sabia o que fazer. Eu sentei, respirei fundo, e comecei. Um, dois, três, quatro cortes. A cada um que eu desferia, era um sentimento ruim que se esvaía. Pelo menos eu pensava assim. Eu não via problema nenhum naquilo. na verdade, eu até gostava, sabe? E ficava bravo com os outros por não me entenderem e por não conseguirem ver do mesmo ponto de vista que eu via. Como eu disse, o sentimento ruim se esvaía. E ele encontrava abrigo naqueles que eu amo, que eu me importo. O ápice disso foi quando eu descobri que alguém que é importante pra eu estava fazendo a mesma coisa, porque queria saber como era. Eu fiquei bravo. Como ele ousava fazer só porque queria saber a sensação? Ou porque eu estava fazendo? Isso foi o cúmulo. E isso tudo só foi piorando. E chegou ao ponto em que eu não sabia mais o que fazer. Eu não sabia pra quem pedir ajuda. Eu havia deixado o monstro coexistir, e agora não havia mais espaço para um “eu”. A gente tem que parar, pensar. Ver que não adianta fugir do passado e deixar os arrependimentos pra lá. Conviver com eles é a melhor forma de fazer com que eles não tenham mais efeito sobre você. Essa história de “começar de novo” não existe. Você tem que é continuar. As pessoas e/ou coisas não mudam, e a vida não para pra ninguém. É até engraçado escrever isso. Porque, mesmo que eu tenha consciência de todos os meus atos, de todas as minhas palavras, eu não quero melhorar. Eu preciso, mas não quero. E na minha certidão de óbito vai estar assim, só: “amou demais, sentiu demais, cuidou demais. Se ajudou de menos."
2012.
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gavetasebitucas · 8 years
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Passagem.
E por Deus, só ele sabe o quanto eu tentei. Tentei de todas as formas que eu conheço; desde o simples “plano A” até um grito desesperado, que buscava perdão por algo que nunca aconteceu de verdade - só no mundo que eu insistia em cultivar na minha cabeça. E enquanto eu era tomado pela frustração, sua vida seguia em frente. Intacta, corrida. A vida qual eu tanto quis fazer parte. Talvez não fosse pra ser, de fato. Mas é tão difícil admitir isso quando se gosta, certo? E nossa, como eu gostei. Gosto, não tenho certeza. Se eu não gostasse não estaria aqui, escrevendo para mim mesmo e torcendo para que o sono venha logo. Ou, talvez, eu só precise de um desfecho. Uma certeza de que, quando eu olhar nos teus olhos novamente, toda essa limerância tenha se esvaído. Que eu não sinta vontade de estar no teu colo, tampouco de ter seus lábios juntos aos meus. Eu já ouvi de tanta gente que, quando se sente o que eu sinto, nunca dá pra simplesmente esquecer. O sentimento fica alí, adormecido, e no mais pequeno sinal de fraqueza, ele acorda. Querendo tudo aquilo numa intensidade tão demasiada que te deixa tonto só de pensar. O máximo que você pode fazer é fechar os olhos, e pedir para que ele caia no sono novamente. Eu minto para mim mesmo, dizendo que foi a última vez que choro por ti. Quando eu sei que, nas noites mais complicadas, é o teu rosto que vem me assombrar. Daí eu adquiri esse hábito de guardar tudo isso. Meus amigos não são obrigados à ouvir os repetidos lamentos de um idiota qual não “segue em frente”, como dizem. Mas, eu juro, é a última vez que eu escrevo sobre você. É a última vez que esse sentimento toma alguma forma. Mas ah, obrigado. Por mais doído que seja, as lágrimas também são de saudade. Saudade porque foi bom. E saudade de poder sorrir ao ouvir seu nome, sem ter que pedir licensa e ir me torturar em algum canto. Eu me apego à essa dor porque é a única coisa que restou de ti em mim. Eu espero que sua vida seja cheia de sorrisos, e que todos os teus sonhos se realizem. Eu sei que, mês ou outro, ano sim, ano não, você vai vir me visitar. E eu vou chorar. Mas vou estar ciente de que o tempo não para e eu preciso continuar. Assim como eu sei que você está fazendo. No final das contas, obrigado por ser a pessoa que eu mais amei na vida.
 2013.
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gavetasebitucas · 9 years
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Fumaça.
Seria hipocrisia dizer que eu não sinto saudade tua mão aqui, junto com a minha. Que eu esqueço de quando dividiamos uma xícara de chá, aquele de morango e canela que você insistia que combinava comigo porque era agridoce, assim como eu. Dizer que eu não sinto falta de te olhar com ódio, querendo apenas cerrar o punho e lhe acertar tão forte que faria teus sentidos simplesmente irem aos céus por alguns momentos. Dizer que no final de alguns dias, tudo o que eu sinto é minha cama gelada, justamente na parte onde você gostava de dormir. Assim como minha cintura, aonde seus braços gostavam de repousar. Mas no final do dia você não teve a capacidade de aguentar e enfrentar o mundão, e compreender que minha existência é muito mais do que a pele incita e aponta. Me contenho. Me recolho. Tua imagem se mistura com a fumaça do cigarro e logo se esvai. Tão opaca. Tão simples.
2014.
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gavetasebitucas · 10 years
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Amplitude.
É incrível como as coisas, as vezes, tem uma dimensão bem maior do que a sua visão consegue enxergar. O seu olhar amplo sobre tudo que te cerca falha com você, e é aí que acontece; explode. Bem na sua cara. Como se uma bomba estivesse colada na sua testa a tempos e você fingindo que ela estava desarmada. Machuca. Sangra. E dói de uma forma que não tem como descrever. Mas a dor é necessária. Ela vai esfregar na sua cara que existe e você vai aprender a ampliar sua visão. Vai aprender que aparência é a coisa mais perigosa do mundo, aprender a ler nas entrelinhas e a realmente enxergar o que uma vez foi visto. E a cicatriz vai estar ali presente pelo resto da sua vida. Ela vai incomodar, te rejeitar. Mas ela vai sempre te lembrar o quê voce deve fazer e te elevar, te mostrar que força não é discutível e que você tem aos montes. E no final, no ápice do (re)descobrimento, o que você vai enxergar são as mãos daqueles que te erguem. Aqueles que foram ensinados por suas respectivas cicatrizes.
2014.
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gavetasebitucas · 11 years
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Eu geralmente imagino que seu coração é como o oceano. Profundo, mas nada vazio. E esses demônios quais você enfrenta todos os dias, são os monstros mais terríveis que habitam as profundezas do mar.
Gabriela Kowalczyk.
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gavetasebitucas · 11 years
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Encontre-me aqui debaixo do céu ardente, onde o oceano vem e nos leva de todas nossas mentiras. Você nunca disse que estava voltando. E eu tenho esperado, apesar de eu ter encontrado o lugar onde te escondes. Eu imagino como deve ser ter tudo o que você precisa e não estar satisfeito. Correr a água até que queime. E você não pode ver através das ondas que batem no seu orgulho. Chegando perto do que nós não podemos reconhecer, flutuando de bruços nas mentiras. Aqui estamos, sem nenhum rasto além das mentirar que costumamos censurar. E você está tão longe. O que te mantém tão longe? Nós podemos nadar em silêncio. Você pode me puxar para baixo. Eu não subirei por ninguém. Eu posso afundar lentamente e assistir enquanto você me deixa. Mas eu vou afogar até que você se importe. Hayley Williams, Swim In Silence.
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gavetasebitucas · 11 years
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Bday.
Nossa, então... é. Dezoito anos. Hahahah, é engraçado como eu sempre achei que, do nada, aconteceria uma grande mudança. Eu esperava que, magicamente, de um dia para o outro, eu me sentisse mais madura, responsável, e pronto pra encarar esse mundo de gente grande. Talvez eu tenha me enganado tanto com isso que por um momento parecia que iria acontecer. Mas não. Eu continuo a mesma criança, com os mesmos medos, dependente, carente. Com os mesmos problemas e com decepções cada vez piores. Acho que isso foi uma coisa boa, sabe? Às vezes nós criamos tantas parábolas na nossa cabeça que não se tocamos que não passa mesmo de coisa de quem tem uma imaginação fértil. As coisas vão sim acontecer com o tempo, e mesmo que magicamente as coisas não mudem de uma hora para outra, eu vou trabalhar para que isso aconteça rápido. Porque eu preciso e quero mudar. Eu quero poder conhecer uma outra parte da minha personalidade, porque estou cansado dessa. A única coisa boa que me resta é esperança. Esperança de que, com a mudança, as coisas melhorem nem que seja um pouco. Gabi, 14 de dezembro de 2012.
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gavetasebitucas · 11 years
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O problema em ter problemas.
Sofrendo por antecipação. É sempre assim. E, na verdade, nem deveria doer. Porque, veja bem, não tem motivos sólidos pra doer. Eu me sinto confortável, e arriscaria até dizer que me sinto feliz. Mas sempre, sempre tem algo - que por mais besta ou fútil que seja - me deixa assim, cabisbaixo. Eu gosto de toda a segurança de saber que existe alguém pra me dizer coisas clichês, de saber que existe alguém que a maior vontade é de me abraçar e dizer que está tudo bem. Mas aí está o dilema; a aventura de não saber exatamente o que vai acontecer também me deixa animado. E fica sempre nisso. Essa bipolaridade mal resolvida, da qual eu fujo em demasiado da perseguição incessante. Mas, no final do dia, ela consegue me atingir e escreve em negrito na minha testa: isso vai acabar? Claro que vai acabar. Tudo sempre acaba. O pior disso é que todos estamos bem cientes disso. Às vezes é difícil entrar na minha cabeça como que algo que um dia significou tudo, pode simplesmente se reduzir ao pó, se tornar mais uma daquelas fotos que estão naqueles álbuns que ninguém mais quer ver, pelo simples fato de serem antigas. Eu já vivi filmes tão bonitos, e já os vi se tornarem cassetes antigos do qual até eu tenho medo de tocá-los. Tenho medo de tocá-los porque dói. Nostalgia dói. Eu não observar enquanto tudo se esvai porque eu não pude abraçar isso forte o suficiente. Eu não posso me dar o luxo de perder tudo o que eu tenho construído pelo simples fato de eu não ter força o suficiente pra continuar. Eu só preciso de tempo pra desvendar o que há de errado comigo mesmo. Preciso ter tempo o suficiente pra consertar, colocar band-aids e dar alguns pontos no que for que estiver com problema, e então, seguir em frente. Moldando um filme bonito o suficiente, do qual se um dia for parar na minha estante suja, eu posso assisti-lo e abrir um sorriso de canto. E se rolar algumas lágrimas, que sejam de felicidade. Gabi, 15 de maio de 2013.
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