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prosaico · 7 years
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Mais microcontos #12, #13 e #14
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prosaico · 7 years
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- Onde tu estavas, tu, a noite inteira
Ontem sofri a febre de não saber do amanhã chorei as lágrimas do alívio da insegurança andei de esquina em esquina, cultivando uma fé vã de que essa agonia, nada mais é, do que esperança Onde tu estavas, tu, a noite inteira? que num devaneio me aportou sozinho será que navegastes muito além da natureza? será que chegastes em teu verdadeiro ninho? Onde tu estavas, tu, a noite inteira? [antigamente] costumava ignorar toda tortura ouvia do céu o terminar das almas nadando na esperança em covas rasas Hoje nada mais sinto, se não, tonturas Onde tu estavas, tu, a noite inteira? quando descobri que a imortalidade era ilusão chorei o pranto do desespero às portas da sorte quando tomei consciência de que o fim da infância nada mais é do que a nossa primeira morte onde tu estavas [nada acontece novamente] tu [eles nunca voltarão] a noite inteira? [2017]
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prosaico · 7 years
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Anti Diário
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prosaico · 7 years
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prosaico · 7 years
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Arma-te com o mundo que eu te quero impacto
Solidão. Sentado em uma banqueta, essa é a unica sensação que me conforta. Solidão.
Aprecio a brisa da selvagem cidade média em uma noite onde quem sabe quem se erra. Confidencio silenciosos pensamentos noturnos em meio aos palavrões alheios, estes muito expressam: uns brindam, uns brigam, uns julgam, uns se juntam, todos se exaltam. Dei de me sentir ansioso nesses tempos e ao menos nesse tipo de silencio — o das conversas desinteressantes — me distraio.
Eu me pergunto como ter carreira, me casar, ter filhos, sabendo que estamos nos decompondo. Pego um drinque e sigo tentando, o mundo precisava ser tão estranho? O pior são os que fingem que não. Como será essa vida? Quem é tão familiar a segurança? A ponto de não ser atormentado pela fina camada de um troço que chamamos de realidade e que é sujeito a opinião. Será que meu copo material é o mundo? Será que a versão que faço é aquilo que vivo?
De repente, preciso de espaço, um milhão de anos luz de espaço. Penso na triste piada anedótica que nos legitima o mundo. Penso na beleza e na retórica. Saio no impulso do velho bar. Meu coração arde, implorando por mais solidão.
Enquanto eu apenas almejo uma ultima batida, vivo a espera do impacto do real, o ultimo impacto da vida de um homem.
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prosaico · 7 years
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Vivo em paz ou livre?
        Nem a fome que me trouxe a abrir a geladeira era tão poderosa quanto sua luz interna radiante fazendo contraponto à uma manhã tão escura. Queria me lembrar que nem todos os começos devem ser iguais. Pois bem, penso nessa qualidade que até aqui me carrega. Ela é apenas uma, dentre tantas que são minhas fomes.
        Até o ar já me consome. Congelo eu mesmo ao despir-me diante de um mundo que é feito de gelo. É o mesmo mundo, no entanto não o conheço. O mundo passa e não me olha e ambos fingimos que ninguém sabe. Há essa fome que canaliza aqui dentro, fome à qual chamo raiva. Crescia ao tempo que eu me sujeitava, enquanto eu emudecia. Ignorava o fato de que aquilo crescia e me consumia. Agora a sombra se fez na cidade. Há um mundo onde não há felicidade. Há um mundo aqui.
        Mas ando sempre fechado e sempre me paro à pensar: vivo em paz, ou livre?
        Por hora tudo o que eles veem é uma criatura acovardada. Levanta cedo, vai à padaria, sente na tristeza do dia tranquilidade conformada. Mas eu digo, mal sabem eles o dia. Talvez numa manhã como essa, fria. Ou um novo tempo em que o desespero de toda essa coisa oca me consuma ao ponto de finalmente soltar um berro. Emergindo todas essas fomes que me lembrarão meu verdadeiro nome para que todo esse lixo em que me comemoram comece a despencar. Rasgo meu contrato social e resgato minha assinatura.
        É então que novamente penso: vivo em paz, ou livre?
        Orem dias e noites. Pois a fina linha dessa covardia se alimenta do meu desespero e é ela, covardia, a única fome que me impede saciar às demais. E quando essa saciar-se, já não terá mais volta. Quando todas as outras fomes transformarem-se em revolta. Nem máquina nem pedra sobre pedra. Nem mais toda essa merda que hoje tranca todas as portas.
        Devem me dar o devido reconhecimento. Eu sou só ódio por dentro. Indiferente me é o mundo que me priva a felicidade. Ando quieto pela cidade. Vou no ponto morto mas vou vivendo. Ai do dia em que todo esse veneno, entrar na minha estranha zona de conforto. Não queira estar por perto vendo. Não sou só eu, é um universo inteiro. Que ecoará no ar desestabilizando tudo. A família, o amor, a propriedade privada. A ideologia. Não vai restar mais nada. Vai-se embora tudo.
        Mas não ainda. Apesar do nojo, continuo me cobrindo com esse manto. Quando penso: vivo em paz, ou livre? Me mantenho. Mas só por enquanto.
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prosaico · 7 years
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prosaico · 7 years
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prosaico · 7 years
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prosaico · 7 years
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prosaico · 7 years
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realismo mágico
‘A dor de onde nascem as minhas canções’ dizia o poeta ‘é do tamanho que me faz querer não ser’
Eram palavras que soavam verdadeiras ao não serem ouvidas por ninguém. Emocionado, o poeta deu uma última olhada nos seus colegas que, aconchegados em torno da fogueira, como numa ofensa ao mau tempo, chagavam até a sonhar.
Afastou-se do lixão e aproximou-se do campo vazio. No ponto centro do nada encontrou um pedestal com o microfone.
‘Somos todos verdade’ disse o poeta antes de virar poeira de estrela.
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prosaico · 7 years
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prosaico · 7 years
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prosaico · 7 years
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prosaico · 7 years
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prosaico · 7 years
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