Tumgik
#arquivo filosófico
cachorrodivagador · 30 days
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Se eu fosse preso por defender a verdade, eu iria pra cadeia com orgulho.
Cumprimentaria os presidiários e os policiais com respeito e dignidade.
E cumpriria minha pena sem arrependimentos, eu só me arrependo das minhas falhas e fraquezas e não das coisas boas que eu faço.
— Jean Rodrigues Gattino
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returning-tonowhere · 9 months
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@breno-pudim ,
Como vc pediu, aqui está os 5 filmes/série que definem a minha personalidade... Eu tentei, sou péssima nisso
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Stranger Things, por ser Nerd/Otaku, por gostar de videogames e por amar maratonar filmes/séries
Arquivo X, por gostar de estudar, aprender mais, investigar e ser curiosa
As Crônicas de Nárnia, por lado espiritual, fantástico e filosófico
Branca de Neve, por meu lado meigo/fofo/gentil e prestativo e quer viver de forma romântica
Welcome to Waikiki, por gostar de rir, ser besta e boba
E de bônus:
Loucos um pelo Outro, pela minha loucura hihi
Com certeza teria opções melhores mas foi nisso que conseguir pensar...
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ricardofonseca · 1 year
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ESPECIAL: NA ROTA DO MOTOCAFÉ
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Fotos: Ricardo Fonseca / Arquivo Motocafé.
SÃO LUÍS: Um grupo de jovens senhores amantes das duas rodas frequentavam outro grupo de motociclistas na capital maranhense, quando se reuniam uma vez por semana para tomar café em padarias ou conveniências, conversavam sobre todos os assuntos e depois davam um “rolê” pela cidade. Depois de um certo tempo, esse grupo cresceu tanto que  se ramificou, dando origem ao Motocafé. 
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NASCE UMA CONFRARIA 
“Há cerca de nove anos eu comecei a frequentar um clube de motociclismo: Pássaros da Noite! Estava muito feliz por ter realizado um grande sonho: Minha primeira Harley Davidson! Helder, amigo particular, criou o clube e me convidou para fazer parte. Reuníamos às quintas à noite para um rolé que se tornou uma agradável rotina onde amigos não só se encontravam para passear sobre duas rodas, mas tão importante quanto o rolé pela cidade era mesmo o papo entre amigos, alguns já conhecidos e sempre havia gente nova aderindo. Era com muita alegria que nos encontrávamos num posto de combustível ali na Avenida dos Holandeses, perto da AABB. Nada mais saudável que aliviar as tensões da semana na véspera do conhecido jargão “sextou!” , conta o Professor e Empresário Cidinho Marques - presdente do grupo -  num trecho do novo livro que será lançado este ano. (O primeiro “MOTOCAFÉ - uma aventura Holosófica”, de Sebastião Saraiva, foi lançado em 2018).  
“ Passaram-se dois anos e minha paixão pela Harley só aumentava. Era hora de trocar a Luci, (é de praxe colocar um nome feminino nas motos) uma Heritage Custom de cor cinza por uma nova versão [...]  Para cumprir a tradição ludovicense de batizar nossos novos veículos na igreja de São José de Ribamar, a Luci II ( Uma Harley Street Glide vermelha) já aproveitaria o primeiro domingo para ser aspergida com a água benta e as orações do padre da paróquia ribamarense. 
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Para cumprir o ritual convidei alguns amigos dos Pássaros da Noite para me acompanharem. Marcamos o local de saída na cafeteria Fribal da avenida dos Holandeses e lá, a partir das 9 hs da manhã, rolou um papo tão amigo e agradável que virou rotina nos domingos”, completou Cidinho (de colete à esquerda). 
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Os primeiros participantes deste grupo, Eu, Ruy Palhano, Silas e Beto nos deleitávamos com as conversas que, embora, informais, adentravam cada vez mais a seara das Ciências Humanas, notadamente a filosofia. Nascia ali, as sementes do que mais tarde viriam nomear o nosso grupo de Café Filosófico, à exemplo de um programa da TV Cultura que ainda vai ao ar aos domingos à noite. Mesmo continuando a frequentar o agradável clube dos Pássaros da Noite, nosso Café Filosófico só crescia. E aos três primeiros fundadores, somaram-se o Luís Paulo, Ronan, Júlio Marcante, Waldeck, Walber, Ednarg, Alexandre, Brito, Marcão, Saraiva, e vários outros. Hoje o grupo conta com a participação de nada menos que 63 participantes que, mesmo sem presença assídua, fazem do grupo uma irmandade coesa, amiga e solidária. Finalizou o presidente do MotoCafé. 
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Pedro Vasconcelos, 70, ex-deputado. 
“ Faço parte do grupo seleto Motocafé, de pessoas amigas, sinceras, que se reune todos os domingos para passear pela cidade. Antes, fazia parte de outro grupo (Pássaros da Noite) , mas comecei a frenquentar esse e me identifiquei. Fazendo parte com alegria, com emoção, um momento de grande prazer e felicidade pra todos nós”, disse Vasconcelos. 
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Alexandre Oliveira, 65, Engenheiro Mecânico. 
“ Eu tive um câncer praticamente terminal e depois da cirurgia eu decidi viver a vida[...]a vibração, a adrenalina e o próprio medo, me ajudou a restituir o movimento do braço[...] Eu gostei da estrutura, do pensamento do grupo, da conexões [...] não existe quem manda, é bem aberto e bem tranquilo”, disse Oliveira. 
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O Grupo já visitou duas vezes a famosa ROUTE 66 (a Rota 66), que vai do estado de Chicago (Centro-Oeste ) à Las Vegas (Deserto do Mojave - Nevada ), nos Estados Unidos e, já planeja uma nova viagem em agosto desse ano, para Sturgis (Mississipi), para o maior evento de motocicletas do mundo - STUGIS MOTOCYCLE RALLY. 
ROTA 66
Passa por Chicago, Missouri, Kansas, Oklahoma, Texas, Novo México, Arizona e Califórnia: esses são os estados ligados pela Rota 66. A estrada começando em Illinois até Santa Mônica, foi construída em 11 de novembro de 1926, em uma época de efervescência na indústria automobilística dos Estados Unidos.
“Fizemos duas vezes a Rota 66. A primeira do final, onde saímos em 08 casais de Los Angeles até Las Vegas e durou cerca de 10 dias, parando nos lugares. A segunda do inicio, de Chicago até Novas Orleans, passando por todas as famosas rotas musicais: A do Cowboy (Country Music) em Nashville, a rota do Rock And Roll (Memphis), na terra do Elvis Presley e a rota do Jazz em Nova Orleans”, disse empolgado o professor Cidinho Marques. 
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Enedina, 56, Fisoterapeuta. 
Há 6 anos pilotando motos por incentivo do marido, que também é motociclista, ela é uma das muitas integrantes do grupo. “O meu marido tinha uma Haley Davidson que ficou um tempo parada, conhecemos o grupo e, se ele poderia pilotar, por que eu também não poderia? Então fiz curso de pilotagem junto com ele e daí pra frente não parei mais [...]  a gente comprou a minha Haley Davidson 2017 (a dele é 2009) e pilotamos juntos.”, disse a Fisioterapeuta.  
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Ruy Palhano, 72, Psiquiatra.
Um dos fundadores do Motocafé, ele pratica o motociclismo há 17 anos e hoje incentiva o filho que também integra o grupo. “As pessoas que praticam o motociclismo, ficam mais calmas e mais serenas depois de um belo passeio, de uma bela viagem. Recentemento foi publicado um trabalho de Neurociência, mostrando que a nossa área de arte e presença cerebral (que é riquissima em dopamina), em duas rodas, é mais estimulada, então produz mais dopamina. A prática de pilotar é uma condição especial. A minha maior experiência foi fazer a Rota 66.″ , finalizou Dr. Palhano.
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Luís Paulo, 70, Aposentado. 
Começou a pilotar motos com 17 anos. “Eu vim do Rio pra cá há 16 anos, frequentei outro grupo. e conheci o Cidinho. Depois que fundaram o Motocafé eu resolvi integrar o grupo desde o inicio também. Eu gosto de vir até quando está chovendo, é uma fonte de lazer [...] Você precisa começar a pilotar por escala, vai com uma de 350 cilidradas, depois uma de 500 e, vai subindo, pegando a sua prática [...] Moto é um pouco perigoso, pouco! Todo cuidado é pouco, quem faz a moto ser perigosa é o piloto.
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Nagib Félix, 53, Empresário.
“Depois da pandemia veio aquela angústia, depressão, medo das coisas... procurei um profissional e ele disse pra eu procurar um hobby. Então votei a andar de moto (comecei em 1986), tirei a minha carteira, comprei a primeira, a segunda, a terceira, a quarta e virou mesmo o meu hobby, para a minha integridade mental, de saúde e para relaxar.”,  disse Nagib.  
A Confraria MOTOCAFÉ é mais do que um grupo de motociclistas que se reúne aos domingos para um café literário, seguido de rolês pela cidade. É a união de profissionais de todas as idades, com interesses na prática saudável do motociclismo, fortalecer as amizades  e também de promover atividades sociais, como nas entregas de cestas durante o Natal, as comunidades carentes da Grande Ilha. 
“Para participar do MOTOCAFÉ , precisa ter uma moto, espírito de confraria e de reposnabilidade sobre duas rodas. Qualquer pessoa que queira fazer do motociclismo um momento de saúde mental, de oportunidade de espairecimento, de fortalecimento de amizades, é bem vinda.” pontuou o presidente Cidinho Marques. 
Para maiores informações sigam o MOTOCAFÉ no instagram: @motocafe_slz
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teapartyprojectrpg · 2 years
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Oi, eu só gostaria de agradecer por traduzirem SHTDN mesmo. Não sabia que ia ser um jogo com assuntos profundos/filosóficos que me fariam refletir sobre a vida e que eu iria me sentir mal por todos os arquivos/programas que já exclui na minha vida. É. Gratidão a Maya pela tradução e a todos os revisores envolvidos. Um abraço e uma boa semana para vocês!
Eu amei ZENO, querer traduzir SHTDN foi inevitável, o pessoal da Marutoku manda demais.
Obrigada pelo apoio <3
• Maya Ooue
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fredborges98 · 10 months
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O querer sensato.
Por: Fred Borges
Nem todo querer é poder.
Nem todo querer é dever.
Nem toda necessidade é desejo.
Nem todo desejo é necessidade.
Querer político é desejo ideológico.
Mas pode ser antropológico, fisiológico, clientelista e corrupto, hereditário e ambiente do bem e do mal.
Desejo ideológico é fantasioso.
Religiões são obras do homem.
Fé é o acreditar sem vacilar, sem duvidar, do se entregar, se render.
Vira e mexe não se avexe não homem torna-se cego e entrega seu destino a um conhecido desconhecido por pura insensatez.
Puro e livre é o paradoxo, a ambiguidade, andrógino,bestial genialidade unanimidade.
Nem toda ideologia corresponde a uma realidade concreta.
Nem toda fantasia é hermética.
Cabe aos homens decifrar a concretude submersa no abstrato oceano da fantasia.
É preciso desmistificar, desnudar o rei.
No oceano das emoções o poder é fagulha,a água tanto molha quanto apaga e fura.
No dever não cabe a omissão e a submissão, nem tão pouco o medo, o temor,amor,rancor,
dever é decisão.
Se passou pelos crivos e credos do querer,do poder já tornou-se dever.
Só que não é negação, diferente de negacionismo.
Tese, antítese e síntese.
Não há lógica tautológica que sobreviva a dúvida.
Acovarda-se quem não sabe o que é um sonho, pois ele é maior que o próprio homem.
Diante do romantismo há um sonho, o que pensar de um sonhador que não diferencia:
Sonho de realidade.
Consciente de inconsciente.
Consistência de inconsistência.
Democracia de Ditadura.
O que pensar àqueles que não pensam.
Educados ou doutrinados foram?
Saber definir querer, poder e dever é básico e fundamental.
Nem todo querer é poder, nem todo poder é dever.
Portanto: Quero? Posso? Devo?
Ponderação.
Sensatez.
Relativismo filosófico.
Tempo, massa, espaço, velocidade afetam contexto, conjuntura e estrutura.
O que é futuro para alguns é passado para outros.
Quero? Posso? Devo? São colunas Prestes?
São astros celestes?
Doenças terminais extermina milhões.
A régua é melímetrada, a regra é metralhada.
Muitas regras poucos feitos.
Todo café solúvel desfaz-se na água.
Água é emoção, diluição, sublimação, superação, mas também é muita emoção.
Todo nó de marinheiro tem solução.
Nem toda bota do exército é coturno, contorno e adorno.
Nem todo avião da aeronáutica tem um motor,rotor,gira e é gerador,mas todos atacam ou se defendem.
Ofensivas e defensivas.
Toda hierarquia tem um Capitão, este nunca quer, pode e deve lavar ás mãos.
Querer, poder e dever queremos, podemos e devemos sempre ser na terceira pessoa do plural daqueles que emanam e empoderam o querer, poder e dever.
Equilíbrio, simetria, não há inclusão sem educação de qualidade e acessibilidade a todos.
Sem toldos com sombra e sol para todos.
Cabe a todos lutar!
Nem sempre o saber é poder, relativismo filosófico do ceticismo, do sempre duvidar, questionar a credibilidade da fonte do querer, poder e dever.
Não há liberdade sem responsabilidade.
Cuidado com que deseja.
A água é pura?
É mineral?
É fidedigna?
É retórica?
No nevoeiro não se dirige, é sensato e ponderado.
Retórica sem dialética são palavras ao vento,basta o tempo,se desfaz.
Nem tudo que vemos enxergamos.
Nem tudo que ouvimos escutamos.
Nem tudo que falamos expressamos em total mensagem.
Mensagem totalizante ou totalitária?
Quero? Posso? Devo?
Dilema não tem trema, tem trama.
Traumática é a dita cuja,nada dura para sempre.
Tudo sempre nos remete ao buraco.
Buraco da frente, buraco de traz. Buraco por todos os lados.
Lapsos da memória repetem-se na História.
Esquecer é pecado pior que perdoar!
China constrói grande buraco.
Buraco grande e profundo.
Rússia já construiu um maior.
Buraco grande e profundo.
O buraco nos rarefaz.
Rarefaz a economia o desemprego.
Desafio são os buracos.
Buracos no peito, na barriga, na terra e no espaço.
Buraco negro no espaço estatal é queima de arquivo.
Onde há fumaça há fogo.
Buraco capitaneado facada na barriga. O que foi? Quem foi?Porque foi?
Quero?
Quero?
Posso?
Posso?
Devo?
Devo?
Nem todas as perguntas tem respostas.
Como conhecer toda a galáxia sem conhecer as profundezas do mar 70% em tenra superficial camada de terra 30%?
Como pular de cabeça em águas desconhecidas?
Como desprezar a pressão, gravame das taxas,gravada,
cravada,gravidade
gravitacional, órbita sobre o querer, poder e dever?
Como desconsiderar o não-limite daquele que educa, ter total desprezo, desrespeito pelas forças vetoriais, virtuais da I.A.G.D.*,e reais sobre o corpos?
Quero?
Quero?
Quero?
Posso?
Posso?
Posso?
Devo?
Devo?
Devo?
Nem tudo que quero, posso.
Nem tudo que posso, devo.
*Inteligência Artificial Generativa Disruptiva
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antologiainfame · 2 years
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“Cada livro meu é uma forma de construir um objeto e fabricar um método de análise.                                                                                                                   (Foucault).
Diário de bordo, 13 de maio de 2022.
Até onde a crítica pode ir? Vale a pena trabalhar com a crítica? Vale a pena pesquisar para produzir crítica? Ela não seria apenas mais um discurso em fluxo? Qual a força transvalorativa da crítica? Crítica pode ser ação? Nunca vou esquecer das palavras de meu mestre Cristian Kern: “arte é crítica”. Sim, e cada vez mais, essas palavras habitam meu ser, minha construção como humana. Como escrevi no início dessa semana, preciso criar e preciso que a partir de minha criação, nasça dois ganhos: pensamento filosófico, político e ético que tenha a força de atingir outros seres e que nessa afetação esses seres se transformem também. Criar = ação. Ou seja... em qualquer projeto, com os ideais bem estabelecidos e estruturados, você consegue essa força da multidão que deseja. Daí vem a pergunta: com o que tu queres trabalhar? Como vai trabalhar? Percebe?
Olha, eu percebo claramente que quero trabalhar com criação audiovisual e criação escrita (filosófica e crítica). Quero que minhas criações audiovisuais tenham essa força, essa potência de pensamento e transvaloração, de diálogo, de debate, de união. Massa. Então, talvez, a base de seu projeto seja essa “O AUDIOVISUAL COMO FORÇA POLÍTICA” (valha me Deus... de onde veio isso?). Você está distante da sua força vital, que é o criar por meio da 1) fotografia, 2) escrita, 3) vídeo. Você vai recuperar isso na criação desse seu projeto de mestrado, que está focado nas pessoas em situação de cárcere.
Eu sei que é muito difícil de desvencilhar de uma ideia fixa, de que você pertence a uma luta ante cárcere (você não precisa sair dessa posição – você só precisa abrir os horizontes para poder criar com essa ideia). Você está precisa em uma ideia de ação diretamente dentro do cárcere, como se somente isso te validasse. Tudo bem, você vai entrar, vc vai estar lá, mas não como aquela que oferece oficinas de pintura, de corpo, de etc e tal. Você estará lá por outros motivos que no momento não te cabe saber. Você apenas precisa caminhar com o que tem hoje. Escrita + vídeo imaginário. Fique naquela ideia que vc criou. Pense no que vai estudar a fundo... OS ARQUIVOS ESTÃO AI PARA SEREM ESCAVADOS! Os humanos estão ai para trocar ideias, afetações e criações.
Como contar as microhistórias? Coloque no mundo esse seu micro olhar, afetuoso e potente mesmo na escuridão. Fique com essa ideia.
O fato de você está colocando essas histórias e essas vidas no mundo, para outros terem acesso, é a sua política, é a sua linha de ligação. A partir disso, outras mágicas acontecem, pode ter certeza.
Vai construindo sua narrativa de forma cartográfica, entendendo o caminho, as pesquisas, filmando, fazendo pequenas edições com leituras de suas falas, outras sem fala, mas com sons tão potentes quando as imagens, vai criando, sentindo. VOCE JÁ TEM MUITA IMAGEM! COMECE PELAS CAPTAÇÕES DE RS! COMO FALAR DE PRISÕES A PARTIR DA NOSSA SOCIEDADE? COMO FALAR DO DENTRO PELO FORA? COMO FAZER ESSE ENTRELACE CRÍTICO E CRIATIVO? E O QUE FAZER QUANDO VC ENTRAR LÁ DENTRO? VAI NARRAR O FORA, O VERDAIDEIRO FORA QUE PODE ACONTECER, ATRAVÉS DAS PEQUENAS NARRATIVAS LÁ DE DENTRO, DA BELEZA DAS NARRATIVAS E COMO VC VAI TRABALHAR COM ESSAS PESSOAS, COM SEU MÉTODO DE TRABALHO DE ENTREVISTAS, DE EXPERIMENTOS, DE VIVÊNCIAS, DE FOTOGRFIAS DE ENPODERAMENTO DE SI, CRIAÇÃO DE TI. OU SEJA, É UM TRABALHO QUE FAZ A CRÍTICA E ENTRA NO UNIVERSO TAMBÉM.
pistas?
Beatriz Nogueira.
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blogdojuanesteves · 3 years
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EFÊMERA > PAULA BRANDÃO
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Nos anos 1970, Dana Louise Raphael(1926-2016),antropóloga e médica americana, teorizou sobre a transição do corpo e psique da mulher ao tornar-se mãe. "A seu ver, a matrescência é o estado, as vezes muito demorado, em que a mulher cria uma nova identidade para reconhecer-se como mãe" explica a também antropóloga e fotógrafa polonesa Irmina Walczak, autora do livro Retratos pra Yayá(Edição de autor,2016) em parceria com seu companheiro, o fotógrafo Sávio Freire.[ leia aqui review sobre o livro https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/163226981911/retratos-pra-yay%C3%A1-irmina-walczak-s%C3%A1vio-freire].Ela escreve no livro Efêmera (Ed.Rios-Greco+Ed.Origem,2021) da fotógrafa Paula Brandão.
   Apesar de ser seu primeiro livro, Efêmera não é exatamente um trabalho de principiante pois a autora fotografa há 12 anos, já foi assistente de direção de cinema, e trabalha com vários formatos, como polaroids, filmes analógicos e  câmeras de 16mm e Super 8. É um trabalho bem cuidado, de bom conteúdo gráfico e conceitual. "Uma documentação poética sobre sua passagem de filha para mãe, o fechamento de um ciclo do primeiro setênio de vida das filhas, fazendo um paralelo com sua infância conectando quatro gerações de mulheres da família."como explicam seus editores.
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Seus reverentes registros da família, somados aos arquivos guardados -duas filhas, uma irmã, mãe e a avó-  mostram, nas palavras de Irmina Walczak, "uma das traduções possíveis da maternidade e da matrescência, uma vez que nele Paula reflete sobre os seus primeiros sete anos do seu maternar." Embora de caráter autobiográfico, permite que se crie conexões com esta surpreendente experiência, continua ela em seu posfácio, "ao trazer ao mundo uma nova vida e aceitar suas transformações."
   O livro não é exatamente o resultado desta vivência, mas sim uma maneira gráfica de representar um determinado e importante período da existência, o que nos leva a teoria dos setênios, criada pelo filósofo croata Rudolf Steiner (1861-1925)para ver a vida sobre este viés peculiar, dividindo em períodos de mudanças tanto físicas quanto psicológicas. Um tempo que surge de muitas observações da natureza e seus ritmos, o que faz com que a vivência anterior balize a posterior. De certa forma, condiz com o aprendizado fotográfico, pois sem a vivência não há enriquecimento nem filosófico nem técnico, e a autora mostra dominar ambas nas diferentes etapas por que passa.
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Trabalhos fotográficos longos, normalmente são os que dão melhor resultado, seja ele qual for. Entretanto, quando tratamos de um relacionamento social, íntimo e familiar, é um requisito essencial. Lembramos do trabalho da própria Irmina Walczak, ou de outros autores, como o francês Alain Laboile com suas filhas, o da americana Sally Mann com seu livro Immediate Family (Aperture, 1992) e inclusive a novaiorquina Tina Barney e sua vida cotidiana, embora com métodos de criação muito diferentes.
   Ao idealizar sua experiência em imagens, Paula Brandão caminha por diferentes searas. Fundamentalmente e por consequência, é um registro afetivo de suas filhas e de si mesma. Entretanto, como afirma o fotógrafo e curador paulista Marcelo Greco, um dos editores do livro, a fotografia desde seus primórdios traz o dilema de retratar a realidade ou representar a mesma, através de um processo interno de seu autor.
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Neste aspecto, ela difere e muito de alguns fotógrafos aqui citados, ao esquivar-se de problematizar o assunto, como por exemplo, na obra de Sally Mann. No entanto, lembramos de Marcelo Greco quando acerta ao lembrar que nesse processo as complexidades não deixam de ficar intensas. Assim, contemplamos a dramatização de certas imagens pela composição e cor densas e saturadas criada habilmente pela autora. Igualmente quando o referente nos mobiliza emocionalmente e na difícil tarefa quando afetos e as emoções trazidos por entes queridos são transformados em personagens de um fazer poético, como pensa o editor.
   Sally Mann descreve suas fotografias como "Um meio supersticioso de evitar danos reais à família." Muitas das imagens que formaram seu livro Immediate Family mostravam estes na fazenda da família - nus, feridos ou em outras posições vulneráveis. No entanto, o cenário e suas lembranças históricas formalizam parte dessa tensão que nos provoca, o que não  ocorre, afortunadamente, em Efêmera, cuja tônica acontece mais nos diálogos entre personagens e autora, que mantêm fortemente seus estilemas, fornecendo fluidez ao conjunto e sem sumarizar sua proposta.
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Nesta relação entre autora e personagens, Irmina Walczak aponta com precisão que "as fotografias são reveladas em várias camadas para representar um leque complexo e completo de emoções e sensações." Paula Brandão, segundo ela, nos coloca no balanço constante entre a angústia e prazer, entre desejo e realidade." que podemos observar nas expressões e gestos das crianças, e em algumas tonalidades mais dramáticas captadas, como por exemplo, o céu cor de rosa é confrontado com o sono da tarde da filha. Acrescento aqui uma imagem mais antiga, parcialmente craquelada pelos fungos, de sua mãe ou avó, ou de uma borboleta na pedra, que nos conduz à alegoria de sua extrema efemeridade.
   Sobre seu processo de criação, Marcelo Greco nota que este transita "por uma linha tênue e nebulosa que separa o discurso pessoal - nem por isso menos importante- do discurso universal que se projeta atingindo de forma distinta e infinita os outros." Neste aspecto voltamos a Steiner quando pensamos no desenvolvimento das crianças onde a liberdade e as descobertas são primordiais para que estas se conheçam e entendam suas limitações, os rituais de passagem, a sua busca pela autonomia, que por sua vez depende das outras pessoas. Certamente as imagens projetam também a própria vivência da autora, nos despertando mais uma vez para a fotografia em contraposição a inefabilidade, por mais paradoxal que se formule no ato solitário de se apertar um botão da câmera.
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Evocando a escritora e teórica visual americana Johanna Drucker em seu ótimo Temporal Photography (Philpapers,2010) é interessante pensarmos que o momento "imobilizado" da fotografia sempre nos faz lembrar de uma espécie de ficção. A noção de um determinado momento, como entidade discreta, à parte do tempo contínuo, desaparece como conceito à medida que mudamos. Em Efêmera, até mesmo um simples snapshot torna-se um acontecimento. A imagem fotográfica não é simplesmente um corte de uma sequência de eventos que se desdobram, mas uma demonstração de incompletude. É um momento em que o pensar ontológico contribui significativamente para o plano epistemológico, o que se reflete nas atraentes imagens deste livro.
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Imagens © Paula Brandão  Texto © Juan Esteves
Dados técnicos:
Capa dura, impresso em papel Eurobulk pela gráfica Ipsis, projeto gráfico da Rios-Greco, digitalização e tratamento de imagens do Estúdio 321, edição bilíngue, português- inglês, com tiragem de 500 exemplares.
  Para adquirir o livro: www.editoraorigem.com.br
www.lovelyhouse.com.br
@rios.greco.fotografia
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edu20sexual · 3 years
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Referências bibliográficas
CARVALHO, L. G. L.; JARDIM, M.C.; GUIMARÃES, A. P. M. Educação sexual na perspectiva dos temas transversais: uma revisão de literatura. Educacionais, v.7, n.2, p.19-29, 2019. DOI. Disponível em: <http://sustenere.co/index.php/educationis/article/view/CBPC2318-3047.2019.002.0003/1834>. Acesso em: 25/06/20.
Barbosa, Luciana U. Facilidades e dificuldades da educação sexual na escola: percepções de professores da educação básica Disponível em <http://www.periodicos.univasf.edu.br/index.php/revasf/article/view/515/355>. Acesso em: 25/06/20.
GESSER, M., Oltramari, L. C., Cord, D., & Nuernberg, A. H, et al. Psicologia escolar e formação continuada de professores em gênero e sexualidade. Disponível em: <http://psicologiaeeducacao.ubi.pt/Files/Other/Artigos%20OnLine/2020V1/V3N1%20-%205.pdf >. Acesso em: 25/06/20.
G14PLAY, Profissão Repórter Educação Sexual. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=e7OBAZoOEJk >. Acesso em: 25/06/20.
APPLE, M. W, et al. Ideologia e currículo. Disponível em:
< http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em: 25/06/20.
FUTURA. Precisamos superar o mito de que a educação sexual pode erotizar crianças. Disponível em: < https://www.futura.org.br/educacao-sexual-na-infancia/ >. Acesso em: 25/06/20.
PUTTI, Alexandre. Educação sexual para crianças: qual é a melhor forma de tratar o tema?. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/diversidade/educacao-sexual-para-criancas-qual-e-a-melhor-forma-de-tratar-o-tema/>. Acesso em: 25/06/20.
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RIBEIRO, Geise; COELHO C, Ana. Educação Sexual potencializa o combate aos crimes sexuais contra crianças e adolescentes. Disponível em: <https://www3.ufrb.edu.br/reverso/educacao-sexual-potencializa-o-combate-aos-crimes-sexuais-contra-criancas-e-adolescentes/>. Acesso em: 25/06/20.
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MARINI, Eduardo. Benefícios e dificuldades de implantar projetos de educação sexual nas escolas. Disponível em:
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DARC, Larissa. Por que é importante falar de educação sexual nas escolas. Disponível em: <https://www.google.com.br/amp/s/ponte.org/por-que-e-importante-falar-de-educacao-sexual-nas-escolas/amp/>. Acesso em: 26/06/20.
YANES, Adriana. Um crime entre nós. Disponível em:
< https://www.videocamp.com/pt/movies/um-crime-entre-nos>. Acesso em: 26/06/20.
CHILDHOOD. Educação sexual para a prevenção do abuso sexual de crianças e adolescentes. Disponível em: https://www.childhood.org.br/educacao-sexual-para-a-prevencao-do-abuso-sexual-de-criancas-e-adolescentes. Acesso em 10 de julho de 2020
RIBEIRO, Geise; COELHO C, Ana. Educação Sexual potencializa o combate aos crimes sexuais contra crianças e adolescentes. Disponível em: <https://www3.ufrb.edu.br/reverso/educacao-sexual-potencializa-o-combate-aos-crimes-sexuais-contra-criancas-e-adolescentes/>. Acesso em: 25/06/20.
AGLIO, Débora D. D.; GARCIA, Ainda C. L. Uma experiência de educação sexual na pré-escola. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X1997000100008. Acesso em 10 de julho de 2020.
CONSONI, Marilia P. Educação sexual na educação sexual infantil e ensino fundamental: recursos e materiais didáticos disponíveis. Disponível em: file:///C:/Users/Maria%20Luiza/Downloads/ConsoniMariliaPasqualotto_TCC%20(1).pdf. Acesso em 8 de agosto de 2020.
DACARO, Carolina. Criança, sexualidade e formação de professores. Articulações históricas e possibilidades pedagógicas. Disponível em: file:///C:/Users/Maria%20Luiza/Downloads/DacaroCarolina_TCC.pdf. Acesso em 8 de agosto de 2020.
KESLEY Pricilla. Para que serve a educação sexual na escola?. Disponível em: <https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/para-que-serve-a-educacao-sexual-na-escola/>. Acesso em: 26/06/20.
ADORNO, T. & HORKHEIMER, M, et al. Dialética do esclarecimento (fragmentos filosóficos). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro102.pdf>. Acesso em: 26/06/20.
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BRAGA, Eliane Rose Maio, et al. Sexualidade infantil: a importância da formação de professores (as) na questão de gênero. Disponível em:
<http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/1105/800>. Acesso em: 26/06/20.
BRASIL. Decreto-Lei 6.286, de 5 de Dezembro de 2007. Institui o Programa de Saúde na Escola – PSE, e dá outras providências. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei 9.394/1996. 2. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2010. Art. 4, p. 271-273. Disponível em: <https://www.uespi.br/prop/siteantigo/XSIMPOSIO/TRABALHOS/INICIACAO/Ciencias%20da%20Educacao/A%20EDUCACAO%20SEXUAL%20EM%20ESCOLAS%20DA%20REDE%20PUBLICA%20DE%20ENSINO%20DE%20TERESINA%20(PI).pdf>. Acesso em: 26/06/20.
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ovnihoje · 4 years
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"The Phenomenon": Novo filme documentário mostra que não estamos sós (trailer legendado)
“The Phenomenon”: Novo filme documentário mostra que não estamos sós (trailer legendado)
The Phenomenon‘ contará com entrevistas nunca antes vistas de arquivos, com importantes autoridades do governo.
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A questão de estarmos sozinhos no universo continua sendo um dos maiores enigmas filosóficos de nosso tempo, mas existe um número crescente de pessoas – inclusive altos – oficiais militares e do governo – que acreditam que já fomos visitados por alienígenas.
No vindouro…
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cachorrodivagador · 1 month
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O amor é lindo, leve e sem expectativas exageradas, eu não exijo nada de quem eu amo, não espero gentileza ou educação exacerbada ou indevida... Eu acredito que amor não acaba mesmo quando a relação acaba, eu tenho uma amiga que eu amo, não converso muito com ela mas não é um problema, afinal eu amo ela e não exijo correspondência por parte dela. Viva e deixe viver, mantenha essas palavras frescas na mente e você não se decepcionará com ninguém.
— Jean Rodrigues Gattino
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bilgates · 3 years
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'Por que Lady Gaga é exemplo de genialidade e Michael Phelps, não': o que os gênios têm em comum, segundo professor de Yale
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De acordo com o historiador musical Craig Wright, no início de seu curso, a maioria de seus alunos diz que gostaria de ser gênios, mas quando terminam, poucos continuam a expressar tal desejo. Por quê? Elon Musk, Virginia Woolf, Lady Gaga e Albert Einstein são exemplos de gênios do passado e do presente segundo Wright Getty Images via BBC Ludwig van Beethoven tinha problemas para somar e nunca aprendeu a multiplicar ou dividir. Pablo Picasso não sabia o alfabeto, Walt Disney adormecia na sala de aula e Virgina Woolf não tinha permissão para ir à escola, apesar de seus irmãos terem sido mandados para a prestigiosa Universidade de Cambridge. Charles Darwin estava indo tão mal na escola que seu pai até disse que ele seria um constrangimento para a família e Albert Einstein se formou em física em quarto lugar em sua geração… de um total de cinco alunos. Cada um deles não estaria à altura dos padrões acadêmicos de hoje e, ainda assim, todos entraram para a história por sua genialidade nas artes ou na ciência. Mesmo muitos dos gênios de hoje – como Bill Gates, Bob Dylan ou Oprah Winfrey – abandonaram a escola e ainda assim alcançaram sucesso e reconhecimento em suas respectivas áreas. “O QI (Quociente de Inteligência) e as notas acadêmicas são supervalorizados”, diz à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC, o historiador musical americano Craig Wright, que passou mais de duas décadas estudando as personalidades mais brilhantes da história e do presente. Wright acaba de publicar o livro “The Hidden Habits of Genius: Beyond Talent, IQ, and Grit—Unlocking the Secrets of Greatness” (“Os Hábitos Ocultos dos Gênios—Além do talento, QI e coragem, revelando os segredos da grandeza”), no qual detalha 14 traços que os gênios têm em comum. Acontece que essa lista não inclui outras características usualmente associadas às conquistas excepcionais da humanidade, como possuir um enorme talento. A definição de gênio varia de acordo com “a quem você pergunta e quando”, reconhece Wright. Segundo o especialista, “um gênio é uma pessoa com extraordinários poderes mentais cujas obras ou conceitos originais mudam a sociedade de uma maneira significativa para melhor ou para pior em todas as culturas e ao longo do tempo”. Craig Wright pesquisa gênios há mais de duas décadas Arquivo Pessoal via BBC Ele até desenvolveu uma “fórmula de gênio”: G = S x N x D. Ou seja, gênio (G) é igual a quão significativo (S) é seu impacto ou mudança, multiplicado pelo número (N) de pessoas impactadas e por sua duração (D) no tempo. Em outras palavras, para Wright, os maiores gênios são aqueles que causam o maior impacto sobre a maioria das pessoas e por mais tempo. Nos anos em que lecionou o chamado “curso de gênio” na Universidade de Yale (Estados Unidos), Wright viu os alunos franzirem a testa ao ouvi-lo dizer que a cantora pop Lady Gaga é um exemplo contemporâneo de gênio ou que o atleta com mais medalhas olímpicas da história, o nadador Michael Phelps, não. Ele também testemunhou seus alunos levantarem a mão quando foram questionados no primeiro dia de aula se gostariam de ser gênios. No fim do curso, no entanto, apenas muito poucos continuaram a expressar tal desejo. Confira a seguir os principais trechos da entrevista. BBC News Mundo: A palavra “gênio” é definida nos dicionários como quem possui “extraordinária capacidade mental de criar ou inventar coisas novas e admiráveis”. O que o sr. acha disso? Craig Wright: Acho que é uma definição limitada. É o que eu chamaria de “gênio potencial”, porque tem potencial para se tornar um gênio, mas ainda não é. Os dicionaristas que escreveram essa definição estão dizendo que tudo que você precisa fazer é ser capaz de usar seu cérebro para criar ideias originais, incluindo o criador que mantém a ideia para si mesmo. Isso é algo que podemos discutir e, para tanto, gostaria de invocar a imagem de um Albert Einstein sozinho em uma ilha abandonada. Estando lá poderia ocorrer a ele que E = mc², ele poderia conceber a teoria da relatividade geral e assim por diante, mas não conseguiria comunicar suas ideias a ninguém e, portanto, nunca ouviríamos falar de Albert Einstein. Se Einstein tivesse pensado em suas grandes teorias enquanto estava sozinho em uma ilha deserta e não pudesse comunicá-las a ninguém, ele ainda seria um gênio? Getty Images via BBC Pela definição que encontramos nos dicionários, Einstein ainda seria um gênio. Pela minha definição, não, porque não teria impacto em ninguém no mundo. Então, isso é algo que abre uma espécie de debate filosófico. BBC News Mundo: Como, então, o sr. definiria um gênio? Wright: Como explico em meu livro, o QI é superestimado. Testes de QI padronizados são uma forma de medir uma habilidade particular que é herdada em grande parte. Ao estudar esses grandes indivíduos ao longo dos séculos, você pode ver que eles eram inteligentes, mas não teriam necessariamente alcançado um resultado superalto – digamos, 140 ou 150 – em um teste de QI. Nesse sentido, costumo usar os vencedores do Prêmio Nobel como exemplo de referência: houve premiados com QIs de 115, 120 ou qualquer outro. Em outras palavras, você precisa de um QI acima da média para entrar no jogo. Mas há uma série de outros fatores e motivações que estão, no longo prazo, realmente impulsionando alguém para a grandeza e dando-lhe a capacidade de mudar o mundo. Lady Gaga é uma “pessoa altamente diversificada que é criativa em um amplo campo”, argumenta Wright Getty Images via BBC Acabei de passar cinco dias gloriosos com três adolescentes de 16, 14 e quase 13 anos. Todos têm notas muito boas e estão estudando para essas provas; o objetivo é poder entrar nas melhores instituições de ensino. Aí falei para eles que talvez as notas não fossem tão importantes, que deveriam sair para explorar o mundo, fazer atividades diferentes, errar, cair e ter que se levantar… Mas seus pais – meu filho e sua esposa – me disseram que eu estava transmitindo a meus netos a mensagem errada, que o objetivo deles era apenas encorajá-los a tirar boas notas. Então, agora os pais me veem como uma má influência (risos). Mas a verdade é que penso que hoje se exerce demasiada pressão sobre os jovens, pois os critérios que utilizamos para medir a sua excelência como pessoas estão errados. BBC News Mundo: O que as pessoas deveriam fazer para criar filhos gênios ou se tornar um? Wright: Acho que o mais importante é o esforço, mas o que faz você trabalhar duro? Porque na verdade o esforço não é um motor em si mesmo, mas a manifestação externa de outras motivações internas. A paixão é um motor que se manifesta como um trabalho árduo e que pode ir do amor a algo à obsessão. Então, diria que é importante estimular as paixões. A outra coisa que notei em muitas dessas grandes mentes é que elas são estudiosas, que sabem sobre diferentes áreas. Num dos capítulos do meu livro, falo sobre a fábula da raposa e do porco-espinho: a raposa sabe muito sobre coisas diferentes e o porco-espinho, muito sobre apenas uma coisa. Então, que tipo de pessoa você é: alguém que sabe muito de tudo ou muito de um pouco? A maioria dessas pessoas, de uma forma ou de outra, têm o chamado pensamento lateral. Elas vêem coisas diferentes ao mesmo tempo porque tiveram várias experiências e, como resultado, podem combinar elementos diferentes que outras pessoas não conseguiam porque são aparentemente diferentes. Portanto, se você está criando filhos, é importante expô-los a diferentes experiências: se eles gostam de ciência, você pode encorajá-los a ler romances; caso se interessem por política, talvez possam aprender a pintar. Os pais que forçam seus filhos a se concentrar em uma atividade para ser o melhor nadador olímpico ou o próximo Prêmio Nobel de Física estão errando. Jack Ma, fundador do Alibaba e homem mais rico da China, fez o exame nacional (“gaokao”) e acertou 19 pontos em 120 em matemática em sua segunda tentativa Getty Images via BBC Não saberemos qual é a sua paixão, a menos que tenham experiências diferentes. E, como diz o ditado, se você ama o que faz, não terá que trabalhar um único dia de sua vida. BBC News Mundo: Quem são exemplos de gênios contemporâneos de acordo com sua definição e quais tendem a surpreender mais seus alunos? Wright: Existem vários, mas Elon Musk é o gênio arquetípico que faz coisas aparentemente malucas e em uma diversidade de áreas com a The Boring Company, Hyperloop, SolarCity, Tesla, SpaceX… É o exemplo definitivo do estudioso fazendo uma revolução de várias maneiras diferentes. Mas quem são alguns dos gênios inesperados? Se eu menciono, por exemplo, Kanye West, Lady Gaga ou Dolly Parton, alguém vai balançar a cabeça em negação e me perguntar se estou brincando. Dolly Parton é um caso muito interessante porque é uma pessoa muito inteligente que, ironicamente, adotou a imagem de “loira burra”. É uma espécie de cavalo de Tróia. Ela construiu seu próprio império e continua a fazê-lo. Ela é um modelo de como uma mulher de negócios deve atuar no mundo do entretenimento hoje. E, ao mesmo tempo, nos encanta por compor certos tipos de canções e trazer o som country para as correntes musicais mais populares. Para Wright, cantora country Dolly Parton é um exemplo de gênio como artista e mulher de negócios Getty Images via BBC Portanto, é possível dizer que Dolly Parton é de enorme importância, principalmente para as mulheres brancas pobres na América, e que seu impacto é significativo em relação ao número de pessoas que ouvem sua música. Resta saber quanto tempo isso vai durar. Depois, há casos como Michael Phelps. Quer dizer, alguém na França reinstituiu as Olimpíadas da Grécia antiga e apenas disse quais esportes incluiriam e um deles era natação. Aí ficou estabelecido que iriam competir no estilo livre, costas, peito e borboleta, nos 100 metros, 200 metros e tudo mais. Michael entra na piscina e descobre que está indo e voltando na mesma pista muito mais rápido do que todos os outros. Mas alguém vai conseguir eventualmente nadar mais rápido do que ele, porque há uma seleção de tipos de corpo que são necessários, porque a nutrição está melhorando e talvez o treinamento também esteja se aprimorando. Mas os dicionaristas têm razão: aqui não há componente intelectual. É quase como um hamster em uma gaiola indo cada vez mais rápido. Gosto de pensar que ser um gênio é mais do que ser um hamster em uma gaiola ou um nadador em uma piscina. BBC News Mundo: Por que o sr. acha que a maioria dos seus alunos de Yale, depois de estudar esses gênios, não querem mais ser como eles? Wright: O problema com essas grandes mentes é que muitas vezes são muito destrutivas para os que as cercam, porque são tão apaixonadas que se tornam obsessivas. A única coisa em que podem se concentrar é em alcançar seu próprio objetivo mental, porque acreditam que vão mudar o mundo. Elas acham que precisam consertar algo e que só elas podem fazer isso. São pessoas muito ambiciosas que colocam muita pressão sobre si mesmas e, às vezes, sobre os outros. Elas podem se tornar muito exigentes com os outros e subestimá-los. Portanto, pode não ser agradável trabalhar para esses gênios. São coisas que você pode ouvir sobre Jeff Bezos, Elon Musk ou Bill Gates, por exemplo. Então, acredito que a maioria das pessoas, ao passar pelo curso de gênio, se pergunta: “Realmente quero ser assim? Quero mudar o mundo para um grande número de pessoas ou quero que o ambiente humano ao meu redor seja o melhor para todos?” E esse é realmente o tema mais profundo por trás de seu livro também… O segredo do meu livro é que a maioria de nós não vai mudar o mundo de nenhuma maneira significativa. No entanto, aprender sobre o que essas pessoas fizeram nos leva a pensar em coisas mais importantes nas quais todos podemos agir: como viver nossas vidas em relação às outras pessoas, como ser mais produtivos ou mais criativos. Porque os gênios já estão obcecados com o que fazem e vão decolar de qualquer maneira. Enquanto isso, o restante de nós tem a oportunidade de pensar sobre como queremos viver e ajustar nossas vidas com base nisso. Os 14 hábitos ou traços de personalidade dos gênios, de acordo com Craig Wright Ética de trabalho Resiliência Originalidade Imaginação como a de uma criança Curiosidade insaciável Paixão Desajuste criativo Rebeldia Pensamento que ultrapassa fronteiras (ou ser como a raposa) Ação oposta ou pensar o contrário Preparação Obsessão Descontração Concentração
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PITÁGORAS DE SAMOS
Boa noite coleguinhas! Como prometido ontem hoje falaremos do grande Pitágoras, iniciamos a apresentação com algumas sentenças pitagóricas:
- Todas as coisas se assemelham aos números.
- Educai as crianças e não será preciso punir os homens.
- Quem não domina a si mesmo não encontra a liberdade. - Faz aquilo que achares justo mesmo que o outro pense diferente. - Quem fala semeia, quem escuta colhe. - Ajude os outros com a carga, mas não a carregues por eles. - A vida é como um espetáculo, entramos nele, vemos o que ele nos mostra e dele saímos no final. - Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo e tudo fazer bem.
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Nada mal hein as frases de Pitágoras, o que acharam? Vamos conhecer um pouquinho mais, vem comigo.
Pitágoras foi um importante matemático e filósofo grego. Nasceu no ano de 570 a.C. na ilha de Samos, na região da Ásia Menor (Magna Grécia). Provavelmente, morreu em 497 ou 496 a.C. em Metaponto (região sul da Itália). Embora sua biografia seja marcada por diversas lendas e fatos não comprovados pela História, temos dados e informações importantes sobre sua vida.
Pitágoras é considerado o primeiro matemático puro. Mas é muito difícil saber o que de real aconteceu na vida deste pensador e o que são lendas imaginárias. Toda a tradição de sua escola e os seus ensinamentos eram feitos oralmente, portanto nada ficou escrito deste período tão importante.
Os primeiros trabalhos escritos que citam a escola e o pensamento de Pitágoras só são encontrados cem anos após a sua morte. Aqueles que estudaram a vida de Pitágoras e se dedicaram a escrever sua biografia, dizem que é possível saber que ele costumava repetir muito para seus alunos a frase: “todas as coisas se assemelham a números”.
Com 18 anos de idade, Pitágoras já conhecia e dominava muitos conhecimentos matemáticos e filosóficos da época. Através de estudos astronômicos, afirmava que o planeta Terra era esférico e suspenso no Espaço (idéia pouco conhecida na época). Encontrou uma certa ordem no universo, observando que as estrelas, assim como a Terra, giravam ao redor do Sol.
Recebeu muita influência científica e filosófica dos filósofos gregos Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes.
Pouco sabemos de Pitágoras e sua escola e isso se deve também ao fato de que ela tinha muitas regras sigilosas que protegiam  os seus segredos. Os iniciados na Escola Pitagórica cumpriam regras de silêncio. O filósofo e matemático Pitágoras, além de fundador e líder, era visto como profeta. A escola praticava rituais de purificação através do estudo de Geometria, Aritmética, Música e Astronomia. Acreditavam na metempsicose, ou seja, a transmigração da alma de um corpo para o outro após a morte. Acreditavam portanto na reencarnação e na imortalidade da alma. Havia regras de lealdade entre os membros da escola e os bens materiais eram distribuídos comunitariamente. Eles viviam de modo austero e obedientes às regras da escola. Eram proibidos de comer carne e beber vinho.
A Escola Pitagórica santificava a vida. Eles também se interessavam por diversas questões filosóficas e tinham profundo interesse intelectual sobre diversas questões. Dentre essas questões destaca-se a matemática a aritmética  a geometria e a música. Eles criaram relação da matemática com assuntos abstratos como a justiça, desenvolvendo assim um misticismo em torno dos números. Os números constituíam a essência de todas as coisas. O mundo era governado pelas mesmas estruturas matemáticas que governam os números pois eles simbolizavam a harmonia. Essa harmonia ou ordem eles perceberam analisando os astros e a natureza. Para eles o cosmos é organizado através de uma ordem matemática e a prova disso são os movimentos perfeitos das estrelas, as mudanças de estações e a alternância entre o dia e a noite. Assim como o dia e a noite, existem diversos opostos no mundo, o que concilia a oposição entre eles é o princípio da harmonia e o princípio da harmonia é regido pelos números. O mundo foi formado no centro do universo, lá existe um fogo central a quem eles chamam de mãe dos deuses e é neste fogo central que são formados todos os corpos celestes. Em torno do fogo central movem-se, do oeste para o leste, dez corpos celestes.  Pitágoras foi quem criou a palavra "Filósofo" e "Matemática". A harmonia matemática pode ser obtida também na música.
Donald esteve com Pitágoras assistam o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=66l6MBQgcRg
 Pitágoras descobriu que se dividirmos uma corda em determinadas proporções vamos obter vibrações proporcionais que vão formar a harmonia das notas musicais. Se dividirmos essas notas em determinadas frações e a combinarmos com as notas simples, vamos obter sons harmoniosos. Já frações diferentes produzem sons não harmônicos. Como todos os corpos que se movem velozmente produzem som, isso acontece também com os corpos celestes. O movimento dos astros produz o som correspondente a uma oitava. Este som não é percebido pelas pessoas pois nós o ouvimos desde que nascemos e nossos ouvidos não são próprios para percebê-los. Em seus estudos eles concluíram também que a terra é redonda e que gira em seu eixo.
Outra grande descoberta geométrica dos pitagóricos é a relação entre os lados do triângulo retângulo. É o que conhecemos hoje por Teorema de Pitágoras: No triângulo retângulo, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. 
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A metafísica de Pitágoras também tinha por base a matemática. Como os números formam todas as coisas, inclusive a alma, esta se libertaria através do intelecto. O intelecto da pessoa para libertar a alma tem que descobrir a estrutura numérica das coisas pois nesta estrutura está a harmonia. Os números não são os símbolos, mas o que eles representam. Para ele o número 10 era místico pois continha em si os quatro elementos que tudo formam, a terra o fogo a água e o ar. Cada um desses elementos é representado por um número e a sua soma 1+2+3+4 forma o 10 que é a base do nosso sistema numérico decimal. O número 1 simboliza a razão, 2 a opinião, 4 a justiça e 5 o casamento. 1 significa também o ponto, 2 a linha, 3 a superfície e 4 o volume. Outra descoberta dos pitagóricos são os números perfeitos que são os números cuja soma de seus divisores, exceto ele mesmo, resulta no próprio número. Ex: o 6 é dividido por 1,2 e 3, e a soma dos três divisores é 6. O 28 é dividido por 1,2,4,7 e 14 e a soma dos divisores é 28. Eles descobriram também que certas grandezas não podem ser representadas por um número inteiro nem por uma fração de números inteiros. Essas grandezas eles denominaram inexprimível. Isso gerou uma crise entre eles que fundamentavam tudo nos números e na matemática. Fizeram juramento de nunca revelar esse segredo a ninguém mas a notícia espalhou-se e os números irracionais foram revelados ao mundo.
Pitágoras acreditava que no mundo, todas as coisas são números e que a libertação das almas só se daria através de um esforço unicamente mental e intelectual. Para ele, a purificação da alma se dá a partir da descoberta destes números e de seu entendimento de que a alma é uma unidade harmônica.Principais descobertas de Pitágoras
Para finalizar o resumo sobre Pitágoras, vamos apontar rapidamente quais foram as principais descobertas do grupo que fazia parte de sua escola. Todos voltados aos números:
 Números Figurados
 Números Perfeitos
 Teorema de Pitágoras
Pitágoras foi expulso de Crotona e passou a morar em Metaponto onde morreu provavelmente em 496 a.C. Além de não deixar nenhum registro  do seu trabalho, sua escola em Crotona foi destruída por rivais políticos e a maioria dos membros foi morta. Os sobreviventes dispersaram-se pela Grécia e continuaram a divulgar a filosofia da religião dos números.  
Que pena estamos finalizando, mas você pode continuar, vejam agora os vídeos e alguns exercícios, esperamos que tenham gostado bjusss até amanhã!!!
Vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=bS-D0XeFMPQ
https://www.youtube.com/watch?v=vvUNRlbIjJ8
http://www.colegionomelini.com.br/midia/arquivos/2014/10/c67c8dceecfe0ad4c2b4b2d330d21741.pdf Fontes:
https://www.suapesquisa.com/pesquisa/pitagoras.htm
https://www.resumoescolar.com.br/matematica/resumo-sobre-pitagoras/
https://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.estudokids.com.br/wp-content/uploads/2014/07/teorema-de-pitagoras.jpg&imgrefurl=https://www.estudokids.com.br/teorema-de-pitagoras/&h=972&w=1187&tbnid=jz_NmrhCeJKDdM:&q=teorema+de+pitagoras&tbnh=163&tbnw=200&usg=__3DyQHHbKprpSp1iDK4O9-Lx_C98%3D&vet=10ahUKEwjjrtrAprHbAhUKEpAKHfymAgUQ_B0IygEwEw..i&docid=Qk0oYoYI-zcWEM&itg=1&sa=X&ved=0ahUKEwjjrtrAprHbAhUKEpAKHfymAgUQ_B0IygEwEw
http://www.filosofia.com.br/historia_show.php?id=12
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profcarlosloiola · 4 years
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RUDOLF STEINER
Os enigmas da filosofia
Apresentado como um esboço em sua história
1900/1914
ARQUIVO ONLINE RUDOLF STEINER
2020
Prefácio à nova edição em 1923
Prefácio à nova edição em 1918
Prefácio 1914
PRIMEIRO VOLUME
Para uma orientação sobre as diretrizes de apresentação
A visão de mundo dos pensadores gregos
A vida do pensamento desde o início da era cristã até Johannes Scotus Erigena
A visão de mundo na Idade Média
As Visões de Mundo da Era Moderna e da Evolução do Pensamento
A Era de Kant e Goethe
Os clássicos do mundo e da concepção de vida
Visões de mundo reacionárias
Visões de mundo radicais
Prefácio à nova edição em 1923
Quando, por ocasião de sua segunda edição em 1914, ampliei meu livro Visões de Mundo e da Vida no XIX ( Welt- und Lebensanschauungen im neunzehnten Jahrhundert ), o resultado foi o presente volume, Die Rätsel der Philosophie. Neste livro pretendo mostrar os elementos das visões de mundo que aparecem historicamente e que movem o observador contemporâneo desses enigmas para experiências de maior profundidade de consciência ao encontrar os sentimentos com os quais foram experienciados pelos pensadores do passado. Tal aprofundamento dos sentimentos é de profunda satisfação para quem está engajado em uma luta filosófica. O que em sua mente está se esforçando, é fortalecido pelo fato de que ele vê como esse esforço tomou forma em pensadores anteriores, a quem a vida concedia pontos de vista que podiam estar próximos ou distantes dos seus. Desta forma, pretendo neste livro servir aqueles que precisam de uma apresentação do desenvolvimento da filosofia como um complemento aos seus próprios caminhos de pensamento. Tal suplemento será valioso para qualquer um que, em seu próprio modo de pensar, deseja sentir-se em harmonia com o trabalho intelectual da humanidade, e, também de quem gostaria de ver que o trabalho de seus próprios pensamentos tem suas raízes em uma necessidade universal da alma humana. Ele pode compreender isso quando permite que os elementos essenciais das concepções históricas do mundo se desdobrem diante de seus olhos, e, também para aqueles que precisam de uma apresentação do devir da filosofia como um complemento às suas próprias maneiras de pensar. Para muitos observadores, no entanto, essa exibição tem um efeito depressivo. Isso faz com que a dúvida invada suas mentes. Eles veem os pensadores do passado contradizendo seus antecessores que, por sua vez, contradizem seus sucessores. É minha intenção, por conta deste processo, mostrar como este aspecto deprimente é extinto por outro elemento. Vamos considerar dois pensadores. À primeira vista, a contradição de seus pensamentos nos parece dolorosa.  Levemos esses pensamentos sob uma inspeção mais próxima. Achamos que ambos os pensadores direcionam sua atenção para reinos inteiramente diferentes do mundo. Suponha que um pensador tenha desenvolvido em si mesmo o estado de espírito que se concentra no modo em que os pensamentos se desdobram na tecelagem ou trama interior da alma. Para ele, torna-se um enigma de como esses processos internos da alma podem se tornar decisivos em uma cognição concernente à natureza do mundo externo. Este ponto de partida emprestará uma cor especial a todo o pensamento dele. Ele falará de maneira vigorosa da atividade criativa da vida do pensamento. Assim, tudo o que ele diz será colorido pelo idealismo. Um segundo pensador volta sua atenção para os processos acessíveis à percepção sensorial externa. Os processos de pensamento através dos quais ele mantém esses eventos externos na percepção cognitiva não entram em si mesmos em sua energia específica no campo de sua consciência. Ele dará uma volta aos enigmas do universo que os colocarão em um ambiente de pensamento no qual o próprio chão do mundo aparecerá em uma forma que tenha semelhança com o mundo dos sentidos.
Se alguém aborda a gênese histórica dessas visões de mundo conflitantes com pressuposições que resultam de tal orientação de pensamento, pode-se superar o efeito mortífero que essas perspectivas de mundo têm umas sobre as outras e elevar o ponto de vista a um nível do qual elas aparecem em apoio mútuo.
Hegel e Haeckel, considerados lado a lado, apresentarão à primeira vista a mais perfeita contradição. Penetrando na filosofia de Hegel, pode-se ir junto com ele no caminho ao qual um homem que vive inteiramente em pensamentos está vinculado. Ele sente o elemento pensamento como algo que o capacita a compreender seu próprio ser como real. Confrontada com a natureza, surge nele a questão da relação em que se encontra em relação ao mundo do pensamento. Será possível seguir sua mente se puder sentir o que é relativamente justificado e frutífero em tal disposição mental. Se alguém pudesse entrar nos pensamentos de Haeckel, pode segui-lo novamente parte do caminho. Haeckel só consegue ver o que os sentidos captam e como isso muda. O que é e muda desta maneira ele pode reconhecer como sua realidade, e ele só fica satisfeito quando é capaz de compreender todo o ser humano, incluindo sua atividade de pensamento, sob esse conceito de ser e transformação. Agora, deixe Haeckel olhar para Hegel como uma pessoa que lança conceitos sem sentido e arejados sem levar em conta a realidade. Conceda que Hegel, poderia ter vivido para conhecer Haeckel, teria visto nele uma pessoa que era completamente cega para a verdadeira realidade. Assim, quem for capaz de entrar em ambos os modos de pensar encontrará na filosofia de Hegel a possibilidade de fortalecer seu poder de pensamento ativo e espontâneo. No modo de pensar de Haeckel, ele encontrará a possibilidade de se tornar consciente das relações entre formações distantes da natureza que tendem a levantar questões significativas na mente do homem. Colocados lado a lado e medidos um contra o outro dessa maneira, Hegel e Haeckel não mais nos conduzirão ao ceticismo opressivo, mas nos permitirão reconhecer como brotos da vida, e que são enviados de cantos muito diferentes do universo.
Esses são os fundamentos em que o método da minha apresentação tem suas raízes. Não pretendo ocultar as contradições da história da filosofia, mas pretendo mostrar o que permanece válido apesar das contradições.
O fato de Hegel e Haeckel serem tratados neste livro para revelar o que é positivo e não negativo em ambos pode, na minha opinião, ser criticado como errôneo apenas por alguém que é incapaz de ver como é proveitoso tal tratamento do positivo. Deixe-me adicionar mais algumas palavras sobre algo que não se refere ao conteúdo do livro, mas que, no entanto, está conectado a ele. Este livro pertence aos meus trabalhos referidos por pessoas que afirmam encontrar contradições no curso do meu desenvolvimento filosófico. Apesar do fato de eu saber que tais reprovações não são motivadas pela vontade de buscar a verdade, eu as responderei brevemente. Tais críticos sustentam que o capítulo sobre Haeckel dá a impressão de ter sido escrito por um seguidor ortodoxo de Haeckel. Quem ler no mesmo livro o que é dito sobre Hegel, achará difícil sustentar essa afirmação. Superficialmente considerado, pode parecer, no entanto, que uma pessoa que escreveu sobre Haeckel, como eu neste livro, tenha passado por uma transformação completa do espírito, quando publicou mais tarde livros como Conhecimento do Mundo Superior e Sua Realização, Ciência Oculta, etc.
Mas a questão só é vista sob a luz certa se nos lembrarmos de que minhas obras posteriores, que parecem contradizer minhas anteriores, são baseadas em uma percepção espiritual intuitiva do mundo espiritual. Quem pretende adquirir ou preservar para si uma intuição desse tipo, deve desenvolver a capacidade de reprimir suas próprias simpatias e antipatias e entregar-se com perfeita objetividade ao tema de sua contemplação. Ele deve realmente, ao apresentar o modo de pensar de Haeckel, e ser capaz de ser completamente absorvido por ele. É precisamente deste poder de se render ao objeto que ele deriva a intuição espiritual. Meu método de apresentação das várias concepções do mundo tem sua origem na minha orientação para uma intuição espiritual. Não seria necessário ter realmente entrado no modo materialista de pensar meramente para teorizar sobre o espírito. Para esse propósito, é suficiente simplesmente mostrar todas as razões justificáveis ​​contra o materialismo e apresentar este modo de pensar, revelando seus aspectos injustificados. Mas, para efetuar a intuição espiritual, não se pode proceder dessa maneira. É preciso ser capaz de pensar idealisticamente com o idealista e materialísticamente com o materialista. Pois somente assim será despertada a faculdade da alma que pode se tornar ativa na intuição espiritual.
Contra isso, há objeções que podem ser levantadas e que, em tal tratamento, o conteúdo do livro perderia sua unidade. Eu não sou dessa opinião. Um relato histórico se tornará mais fiel quanto mais se permitir que os fenômenos falem por si mesmos. Não pode ser tarefa de uma apresentação histórica combater o materialismo ou distorcê-lo em uma caricatura, pois dentro de seus limites é justificado. É certo representar materialisticamente os processos do mundo que têm uma causa material. Nós só nos perdemos quando não chegamos ao insight que surge quando, ao perseguirmos os processos materiais, somos finalmente levados à concepção do espírito. Sustentar que o cérebro não é uma condição necessária de nosso pensamento na medida em que está relacionado à percepção sensorial é um erro.
Goetheanum em Dornach, perto de Basileia,
novembro de 1923 / Rudolf Steiner
Prefácio à nova edição de 1918
Os pensamentos a partir dos quais a apresentação do conteúdo deste livro cresceu e que formam seu suporte básico foram indicados no Prefácio da edição de 1914 a seguir. Então, ao que foi dito, gostaria de acrescentar algo relacionado a uma questão que vive mais ou menos conscientemente na alma de alguém que recorre a um livro sobre os enigmas da filosofia. É a questão da relação da contemplação filosófica com a vida imediata. Todo pensamento filosófico que não é exigido por esta vida está condenado a permanecer estéril, mesmo que atraia por algum tempo alguns leitores de inclinação contemplativa. Um pensamento frutífero deve ter suas raízes nos processos de desenvolvimento que a humanidade como um todo tem que sofrer no curso de sua evolução histórica. Quem quer que pretenda descrever a história da evolução do pensamento filosófico de qualquer tipo de ponto de vista pode, para esse propósito apenas, confiar nos pensamentos que são exigidos pela própria vida. Eles devem ser pensamentos que, quando levados à conduta da vida, penetrarão o homem de tal maneira que ele obtenha delas energias capazes de direcionar seu conhecimento. Eles devem se tornar seus conselheiros e ajudantes na tarefa de sua existência. Exatamente porque a humanidade precisa de tais pensamentos, é que visões filosóficas do mundo passaram a existir. Se fosse possível dominar a vida sem eles, o homem nunca teria sido internamente justificado para pensar nos "Enigmas da Filosofia". Uma época que não está disposta a pensar tais pensamentos mostra através deste fato meramente que não sente a necessidade de formar a vida humana de tal maneira que ela possa realmente se desdobrar em todas as direções de acordo com seu destino original. Mas para tal desinclinação, uma pesada penalidade deve ser paga no curso da evolução humana. A vida permanece subdesenvolvida em tais eras, e os homens não percebem seu estado doentio porque não estão dispostos a reconhecer as demandas que, no entanto, continuam a existir profundamente enraizadas dentro deles e que simplesmente não conseguem satisfazer. A idade seguinte mostra o efeito de tal negligência. Os netos encontram na formação de uma vida atrofiada algo que foi causado pela omissão dos avós. Essa omissão da era anterior transformou-se na vida tardia imperfeita no tempo em que os netos se encontram colocados. Na vida como um todo, a filosofia deve governar. É possível pecar contra essa exigência, mas é inevitável que esse pecado produza seus efeitos.
Somente entenderemos o curso do desenvolvimento do pensamento filosófico, a existência dos "Enigmas da Filosofia", se tivermos um sentimento do significado de que a contemplação filosófica do mundo possui para uma existência humana completa e plena. Foi com tal sentimento que escrevi sobre o desenvolvimento dos enigmas da filosofia. Eu tentei mostrar através da apresentação deste desenvolvimento que tal sentimento é justificado interiormente.
Contra esse sentimento, surgirá desde o início, nas mentes de alguns leitores, uma certa objeção que, à primeira vista, parece estar baseada em fatos. A contemplação filosófica supostamente é uma necessidade da vida, mas, apesar disso, o esforço do pensamento humano no curso de seu desenvolvimento não produz soluções claras e bem definidas para os enigmas da filosofia. Pelo contrário, eles são ambíguos e aparentemente contraditórios. Há muitas análises históricas que tentam explicar as contradições apenas aparentes por meio de ideias superficialmente formadas de caráter evolutivo. Eles não são convincentes. Para encontrar o caminho neste campo, a evolução deve ser levada muito mais a sério do que normalmente é o caso. É preciso chegar à percepção de que não pode haver qualquer pensamento que seja capaz de resolver os enigmas do universo de uma vez por todas de uma maneira abrangente. Tal é a natureza do pensamento humano que uma ideia recém-descoberta logo se transformará em um novo enigma. Quanto mais significativa for a ideia, mais luz ela produzirá por um certo tempo; quanto mais enigmático, mais questionável se tornará na era seguinte.
Quem quiser ver a história do desenvolvimento do pensamento humano a partir de um ponto de vista frutífero deve ser capaz de admirar a grandeza de uma ideia em uma época e, ainda assim, ser capaz de produzir o mesmo entusiasmo ao observar essa ideia, revelando sua deficiência no período posterior. Ele também deve ser capaz de aceitar o pensamento de que o modo de pensar ao qual ele mesmo se liga será substituído no futuro por um inteiramente diferente. Esse pensamento não deve desviá-lo de reconhecer plenamente a "verdade" da visão que ele conquistou para si mesmo. A disposição da mente que está inclinada a acreditar que os pensamentos de um tempo anterior foram descartados como imperfeitos pelos “perfeitos” da época atual, não ajuda em compreender a evolução filosófica da humanidade.
Eu tentei compreender o curso do desenvolvimento do pensamento humano compreendendo o significado do fato de que a era seguinte contradiz filosoficamente a precedente. Na exposição introdutória, “Para uma orientação sobre as diretrizes de apresentação” ( Zur Orientierung über die Leitlinien der Darstellung ), eu afirmei quais ideias tornam tal compreensão possível. As ideias são de tal natureza que necessariamente encontrarão muita resistência. À primeira vista, eles terão a aparência de algo que acabou de me ocorrer e que agora eu queria forçar de uma maneira fantástica todo o curso da história da filosofia. Não obstante, só posso esperar que se descubra que as ideias não são pensadas como preconcebidas e então sobrepostas à visão do desenvolvimento filosófico, mas que foram obtidas da mesma forma em que o cientista natural encontra suas leis. Eles têm sua fonte na observação da evolução da filosofia. Não se tem o direito de rejeitar os resultados de uma observação porque eles estão em desacordo com as ideias que alguém aceita como certas por causa de algum tipo de inclinação do pensamento sem observação. A oposição à minha apresentação será baseada na negação supersticiosa da existência de forças na história humana que se manifestam em certas eras específicas e dominam efetivamente o desenvolvimento do pensamento humano de maneira significativa e necessária. Eu tive que aceitar tais forças porque a observação deste desenvolvimento havia provado sua existência para mim, e porque esta observação me tornou aparente o fato de que a história da filosofia só se tornará uma ciência se não recuarmos de reconhecer as forças deste tipo.
Parece-me então, que só é possível obter uma atitude defensável em relação aos enigmas da filosofia, frutíferos para a vida atual, se conhecermos as forças que dominaram as eras do passado. Na história do pensamento, mais do que em qualquer outro ramo da reflexão histórica, é necessário deixar o presente crescer no passado. Pois, na compreensão daquelas ideias que satisfazem a demanda do presente, temos a base para o insight que espalha a luz certa sobre o passado. O pensador que é incapaz de obter um ponto de vista filosófico adequado aos impulsos dominantes de sua própria idade também será incapaz de descobrir o significado da vida intelectual do passado. Deixarei aqui a questão indecisa se, em algum outro campo de reflexão histórica, uma apresentação pode ser frutífera, de modo que não tenha, pelo menos, uma imagem da situação atual neste campo como fundamento. No campo da história do pensamento, tal procedimento seria sem sentido. Aqui o objeto da reflexão deve necessariamente estar conectado com a vida imediata, e essa vida, na qual o pensamento se torna real como prática da vida, só pode ser a do presente.
Com estas palavras, pretendo caracterizar o sentimento pelo qual essa apresentação dos enigmas da filosofia cresceu. Devido ao curto período de tempo, desde a última edição, não há ocasião para alterações ou acréscimos ao conteúdo do livro.
Rudolf Steiner
Maio 1918
Prefácio da edição de 1914
Eu não tive a sensação de estar escrevendo um “livro do século” para marcar o início do século XX, quando comecei a delinear as Concepções do Mundo e da Vida do século XIX, que apareceu em 1901. O convite para apresentar este livro como uma contribuição para uma coleção de obras filosóficas só me proporcionou o desafio de resumir os resultados dos desenvolvimentos filosóficos até a era de Kant, na qual eu havia chegado há muito tempo, e que eu, pretendia publicar. Quando uma nova edição do livro tornou se necessária e quando reexaminei seu conteúdo, tomei consciência do fato de que somente através de uma ampliação considerável do quanto como ela foi originalmente dada, eu poderia deixar completamente claro o que eu pretendia mostrar. Naquela época, limitava-me à caracterização dos últimos cento e trinta anos de desenvolvimento filosófico. Tal limitação é justificável porque esse período constitui, de fato, uma totalidade completa que é fechada em si mesma e pode ser retratada como tal, mesmo que não se pretenda escrever um “livro do século”. Mas as visões filosóficas do século passado viveram dentro de mim de tal maneira que, ao apresentar seus problemas filosóficos, senti como ressonâncias em minha alma as soluções que haviam sido tentadas desde o início do curso da história da filosofia. Essa sensação apareceu com mais intensidade quando retomei a revisão do livro para uma nova edição. Isso indica a razão pela qual o resultado não foi tanto uma nova edição, mas um novo livro.
Para ter certeza, o conteúdo do livro antigo foi essencialmente preservado palavra por palavra, mas foi introduzido por um breve relato do desenvolvimento filosófico desde o século VI a.C. No segundo volume, a caracterização das sucessivas filosofias será continuada no tempo presente. Além disso, as breves observações no final do segundo volume, intitulado “Visão esquemática da antroposofia”, foram estendidas para uma apresentação detalhada das possibilidades filosóficas do presente. Objeções podem ser levantadas contra a composição do livro, porque as partes da versão anterior não foram encurtadas, ao passo que a caracterização das filosofias do século VI a. C. ao século XIX d. C. foi dada apenas no esboço mais curto. Mas desde que meu objetivo é dar não só um breve resumo da história dos problemas filosóficos, mas para discutir esses problemas e a tentativa de sua solução por meio de seu tratamento histórico, considerei correto reter a descrição mais detalhada do último período. O modo de abordagem em que essas questões foram vistas e apresentadas pelos filósofos do século XIX ainda está próximo das tendências do pensamento e das necessidades filosóficas do nosso tempo. O que precede esse período tem o mesmo significado para a vida da alma moderna apenas na medida em que espalha luz no último intervalo de tempo. A Perspectiva no final do segundo volume teve sua origem na mesma intenção, a saber, de desenvolver através da narrativa da história da filosofia, a própria filosofia.
O leitor perderá algumas coisas neste livro que ele poderia procurar em uma história da filosofia - as visões de Hobbes e outros, por exemplo. Meu objetivo, no entanto, não era enumerar todas as opiniões filosóficas, mas apresentar o curso do desenvolvimento dos problemas filosóficos. Em tal apresentação, é inapropriado registrar uma opinião filosófica do passado se seus pontos essenciais foram caracterizados em outra conexão.
Quem quiser encontrar também neste livro uma nova prova de que “mudei” meus pontos de vista ao longo dos anos provavelmente nem mesmo será dissuadido de tal “opinião” se eu lhe indicar que a apresentação dos pontos de vista filosóficos que eu dei no mundo e nas concepções de vida foi, com certeza, ampliado e complementado, mas o conteúdo do livro anterior foi incorporado ao novo em todos os pontos essenciais e, literalmente inalterado. As pequenas mudanças que ocorrem em algumas passagens pareciam ser necessárias para mim, não porque eu senti a necessidade depois de quinze anos de apresentar alguns pontos de forma diferente, mas porque eu achei que alterar um modo de expressão era exigido pela conexão mais abrangente em que aqui e ali surge um pensamento no novo livro, enquanto no antigo tal conexão não foi dada. Haverá, no entanto, sempre pessoas que gostam de interpretar contradições entre os sucessivos escritos de uma pessoa, porque eles não podem ou não desejam considerar a extensão certamente admissível do desenvolvimento do pensamento de tal pessoa. O fato de que em tal extensão muito é expressa diferentemente em anos posteriores certamente não pode constituir uma contradição se não se quer dizer por coerência que a última expressão deveria ser uma mera cópia da anterior, mas está pronta para observar um desenvolvimento consistente de uma pessoa. A fim de evitar o veredicto de “mudança de visão” dos críticos que não consideram este fato, seria necessário reiterar, quando se trata de pensamentos, as mesmas palavras repetidas vezes.
Abril de 1914 / Rudolf Steiner
Parte I
Para uma orientação sobre as diretrizes de apresentação
Se seguirmos o trabalho da mente investida pelo homem em suas tentativas de resolver o enigma do mundo e da vida, as palavras “Conhece-te a ti mesmo”, que foram inscritas como um lema no templo de Apolo, elas serão sugeridas à alma em sua contemplação. A compreensão de uma concepção mundial repousa no fato de que a alma humana pode ser agitada pela contemplação dessas palavras. A natureza de um organismo vivo envolve a necessidade de sentir fome. A natureza da alma humana em um certo estágio de seu desenvolvimento provoca uma necessidade semelhante. É manifesto na necessidade de obter da vida um certo retorno espiritual que, assim como a comida satisfaz a fome, esta necessidade, de um retorno espiritual, satisfaz o desafio da alma: “Conhece a ti mesmo”. Esse sentimento pode se apoderar da alma humana com tanta força que pode ser forçado a pensar, “Então, eu só sou totalmente humano” , no verdadeiro sentido da palavra quando desenvolvo dentro de mim uma relação com o mundo e que expressa seu caráter fundamental no desafio, “Conhece a ti mesmo”. A alma pode chegar ao ponto em que considera esse sentimento como um despertar do sonho de vida que sonhava antes desta experiência particular.
Durante o primeiro período de sua vida, o homem desenvolve o poder da memória através do qual, mais tarde, recuperará suas experiências até certo momento de sua infância. O que está antes deste momento, ele se sente como um sonho de vida do qual ele acordou. A alma humana não seria o que deveria ser se o poder da memória não surgisse da fraca vida da alma da criança. De um modo semelhante, a alma humana pode, num estágio mais desenvolvido, pensar em sua experiência do desafio expresso nas palavras “Conhece-te a ti mesmo”. Pode se ter a sensação, de que uma vida da alma que não desperta de seu sonho, a vida que se desenvolveria, por meio desta experiência não corresponderá às suas potencialidades interiores.
Os filósofos têm frequentemente mostrado que estão perdidos quando perguntados sobre a natureza da filosofia no verdadeiro sentido da palavra. Uma coisa, no entanto, é certa, a saber, que é preciso ver na filosofia uma forma especial de satisfazer a necessidade da alma humana expressa no desafio “Conhece a ti mesmo”. Deste desafio, pode-se saber tão distintamente quanto se pode saber o que é a fome, embora se possa ficar perplexo para explicar o fenômeno da fome que seria satisfatório para todos.
Provavelmente foi um pensamento desse tipo que motivou Johann Gottlieb Fichte quando afirmou que a filosofia que um homem escolhe depende do tipo de homem que ele é. Animado por esse pensamento, pode-se examinar as tentativas que foram feitas no curso da história para encontrar soluções para os enigmas da filosofia. Nestas tentativas, encontrar-se-á a natureza do ser humano revelado. Pois embora o homem tente silenciar inteiramente seus interesses pessoais quando ele pretende falar como filósofo, surgirá, entretanto, numa filosofia, o que a personalidade humana pode fazer de si mesma, desdobrando aquelas forças que são mais centrais e mais originais de sí própria.
Visto desse ponto de vista, o exame das realizações filosóficas em relação aos enigmas do mundo pode excitar certas expectativas.
Podemos esperar que tal exame possa produzir resultados concernentes à natureza do desenvolvimento da alma humana, e o autor deste livro acredita que, ao explorar as visões filosóficas do ocidente, ele encontrou tais resultados. Quatro épocas distintamente discerníveis na evolução da luta filosófica da humanidade se apresentaram à sua visão. Ele tinha que reconhecer a diferença dessas épocas tão distinta quanto a diferença das espécies de um reino da natureza. Essa observação levou-o a reconhecer no reino da história do desenvolvimento filosófico do homem a existência de impulsos espirituais objetivos seguindo uma lei definida de evolução própria, independente dos homens individuais nos quais eles são observados. As realizações desses homens como filósofos aparecem assim como a manifestação desses impulsos que dirigem os cursos de eventos sob a superfície da história externa. A convicção é então sugerida que tais resultados surjam da observação imparcial dos fatos históricos, assim como a lei natural se baseia na observação dos fatos da natureza. O autor deste livro acredita que ele não foi enganado por preconceitos para apresentar uma construção arbitrária do processo histórico, mas que os fatos forçam o reconhecimento de resultados do tipo indicado.
Pode-se mostrar que, no curso evolucionário da luta filosófica da humanidade, os períodos são distinguíveis, cada um dos quais dura entre sete e oito séculos. Em cada uma dessas épocas, há um impulso distintamente diferente em ação, como se estivesse sob a superfície da história externa, enviando seus raios para as personalidades humanas e causando, assim, a evolução do modo de filosofar do homem, tomando seu próprio curso definido de desenvolvimento.
A maneira como os fatos apoiam a distinção dessas épocas deve ser mostrada no presente livro. Seu autor gostaria, na medida do possível, de deixar os fatos falarem por si mesmos. Neste ponto, ele quer oferecer algumas linhas de orientação a partir das quais, no entanto, os pensamentos expressos neste livro não foram retirados; eles são os resultados deste livro.
Pode-se considerar que essas linhas de orientação deveriam ter sido colocadas corretamente no final do livro, porque a verdade delas decorre apenas do conteúdo da apresentação completa. Eles são, no entanto, para preceder o assunto como uma declaração preliminar, porque eles justificam a estrutura interna do livro. Pois, embora fossem o resultado da pesquisa do autor, eles estavam naturalmente em sua mente antes de escrever o livro e ter seu efeito em sua forma. Para o leitor, no entanto, pode ser importante aprender, não apenas no final do livro, porque o autor apresenta seu assunto de uma determinada maneira, mas para formar seu julgamento a respeito desse método de apresentação já durante a leitura. Mas muito deve ser declarado aqui, e somente como é necessário para a compreensão do arranjo do livro.
A primeira época do desenvolvimento de visões filosóficas começa na antiguidade grega. Pode ser traçado remotamente até Pherekydes de Syros e Thales de Mileto e chega ao fim na era do cristianismo iniciante. A aspiração espiritual da humanidade nesta época mostra um caráter essencialmente diferente daquele dos tempos antigos. É a era do despertar da vida de pensamento. Antes desta era, a alma humana vivia em imagens imaginativas (simbólicas) que expressavam sua relação com o mundo e a existência.
Todas as tentativas de encontrar a vida de pensamento filosófico desenvolvida nos tempos pré-gregos falham em uma inspeção mais próxima. A filosofia genuína não pode ser datada antes da civilização grega. O que à primeira vista parece assemelhar-se ao elemento do pensamento na contemplação oriental ou egípcia do mundo prova, numa inspeção mais minuciosa, que não se trata de pensamento real, mas de concepção simbólica e parabólica. É na Grécia que a aspiração nasce para ganhar conhecimento do mundo e das suas leis por meio de um elemento que pode ser reconhecido como pensamento também na era atual. Enquanto a alma humana concebe os fenômenos do mundo através de imagens, ela se sente intimamente ligada a elas. A alma sente-se nesta fase por ser um membro do organismo mundial; não se considera uma entidade independente separada deste organismo. Quando o puro pensamento sem imaginação desperta na alma humana, a alma começa a sentir sua separação do mundo. O pensamento se torna o educador da alma para a independência.
Mas o grego antigo não experimentou o pensamento como o homem moderno. Este é um fato que pode ser facilmente esquecido. Uma visão genuína da vida de pensamento do grego antigo revelará a diferença essencial. A experiência do pensamento do grego antigo é comparável à nossa experiência de percepção, à nossa experiência de “vermelho” ou “amarelo”. Assim como hoje atribuímos uma cor ou um tom perceptivo a uma “coisa”, o grego antigo percebe o pensamento no mundo das coisas e como aderindo a elas. É por essa razão que o pensamento naquele tempo ainda é o elo de ligação entre a alma e o mundo. O processo de separação entre alma e mundo está apenas começando; ainda não foi concluído. Certamente, a alma sente o pensamento dentro de si, mas deve ser da opinião de tê-la recebido do mundo e, portanto, pode esperar que a solução dos enigmas do mundo a partir de sua experiência de pensamento. É nesse tipo de experiência de pensamento que procede o desenvolvimento filosófico que começa com Pherekydes e Tales, culmina em Platão e Aristóteles e depois desaparece até o seu término no início do cristianismo, das correntes subjacentes da evolução espiritual. Um novo período começa com o alvorecer da era cristã. A alma humana agora não pode mais sentir o pensamento como uma percepção do mundo exterior. Agora, ele se sente pensado como o produto de seu próprio ser (interno). Um impulso muito mais poderoso, do que a corrente de pensamentos, agora irradia para a alma das correntes mais profundas do processo criativo espiritual. É somente agora que a autoconsciência desperta na humanidade de uma forma adequada à verdadeira natureza dessa autoconsciência. O que os homens haviam experimentado a esse respeito antes daquela época, tinham realmente sido apenas precursores de fenômenos antecipatórios do que se deveria, em seu sentido mais profundo, chamar a autoconsciência interiormente experimentada.
É de se esperar que uma história futura de evolução espiritual chame esse tempo de “A Era do Despertar da Autoconsciência”. Só agora o homem se torna no verdadeiro sentido da “palavra consciente de todo o escopo de sua vida da alma, o “Ego”. O peso total deste fato é mais instintivamente sentido do que distintamente conhecido pelos espíritos filosóficos da época. Todas as aspirações filosóficas dessa época conservam esse caráter geral até a época de Scotus Erigena.
Os filósofos deste período estão completamente submersos em concepções religiosas com seu pensamento filosófico. Através desse tipo de formação de pensamento, a alma humana, encontrando-se em uma autoconsciência desperta inteiramente deixada aos seus próprios recursos, esforça-se para obter a consciência de sua submersão na vida do organismo mundial. O pensamento torna-se um mero meio de expressar a convicção sobre a relação da alma do homem com o mundo que se adquiriu de fontes religiosas. Mergulhada nessa visão, nutrida por concepções religiosas, a vida é vista como a semente de uma planta na alma da terra, até que ela se rompe na luz.
Na filosofia grega, a vida do pensamento desdobra suas próprias forças internas. Leva a alma humana ao ponto de sentir sua autodependência. Então, das profundezas da vida espiritual, um elemento se rompe na humanidade que é fundamentalmente diferente da vida de pensamento - um elemento que encheu a alma com uma nova experiência interior, com a consciência de ser um mundo em si, repousando em seu ponto de gravitação interior. Assim, a autoconsciência é primeiramente experimentada, mas ainda não é concebida sob a forma de pensamento. A vida do pensamento continua a ser desenvolvida, escondida e abrigada no calor da consciência religiosa. Deste modo, passam se os primeiros setecentos ou oitocentos anos após a fundação do cristianismo.
O próximo período mostra um caráter totalmente diferente. Os principais filósofos sentem o despertar da energia da vida do pensamento. Durante séculos, a alma humana consolidou-se internamente através da experiência de sua autodependência. Começa agora a procurar o que pode reivindicar como seu autocontrole mais íntimo. Descobre que esta é a sua vida de pensamento. Tudo o mais é dado de fora; o pensamento é sentido como algo que a alma tem que produzir a partir de sua própria profundidade, isto é, a alma está presente em plena consciência neste processo de produção. O impulso surge na alma para ganhar em pensamento um conhecimento através do qual ele pode se iluminar sobre sua própria relação com o mundo. Como algo pode ser expresso na vida de pensamento que não é em si apenas o produto da alma? Isso se torna a questão dos filósofos daquela época. As tendências espirituais do nominalismo, do realismo, do escolasticismo e do misticismo medieval revelam esse caráter fundamental da filosofia dessa época. A alma humana tenta examinar sua vida de pensamento em relação ao seu conteúdo da realidade.
Com o encerramento deste terceiro período, o caráter do empreendimento filosófico muda. A autoconsciência da alma foi fortalecida através de um trabalho centenário realizado no exame da realidade da vida do pensamento. Aprendemos a sentir a vida do pensamento como algo profundamente relacionado à própria natureza da alma e a experimentar nesta união uma segurança interna da existência. Como marca desse estágio de desenvolvimento, brilha como uma estrela brilhante no firmamento do espírito, as palavras “penso, logo existo”, que foram ditas por Descartes (1596 - 1650). Sente-se a alma fluindo na vida do pensamento e, na consciência dessa corrente, acredita-se que se experimenta a verdadeira natureza da própria alma. O representante daquela época sente-se tão seguro dentro dessa existência, reconhecido na vida do pensamento, que chega à convicção de que o verdadeiro conhecimento só pode ser um conhecimento que é experimentado da mesma maneira que a alma experimenta a vida pensada baseando-se em sua própria fundação. Isso se torna o ponto de vista de Spinoza (1632 - 1677).
Surgem agora filosofias que moldam a imagem do mundo, e de como deve ser imaginado quando a alma humana autoconsciente , concebida pela vida do pensamento, pode ter sua posição adequada dentro desse mundo. Como o mundo deve ser representado para que dentro dele possa ser pensado que a alma humana corresponda adequadamente ao conceito necessário da autoconsciência? Isso se torna a questão que, numa observação imparcial, encontramos no fundo da filosofia de Giordano Bruno (1548 - 1600). É também distintamente a questão para a qual Leibnitz (1646 - 1716) procura a resposta.
Com concepções de uma imagem do mundo que surge de tal questão, a quarta época na evolução da visão filosófica do mundo começa. Nossa idade atual está aproximadamente no meio desta época. Este livro quer mostrar até que ponto o conhecimento filosófico avançou na concepção de um quadro de mundo no qual a alma autoconsciente pode encontrar um lugar tão seguro, de modo que possa entender seu próprio significado e sentido dentro do mundo existente.
Quando, na primeira época de busca filosófica, a filosofia derivou seus poderes do despertar da vida do pensamento, a alma humana foi estimulada pela esperança de adquirir um conhecimento de um mundo ao qual pertence com sua verdadeira natureza, que não se limita à vida manifesta através do corpo dos sentidos.
Na quarta época, as ciências naturais emergentes acrescentam uma visão da natureza à imagem filosófica do mundo que gradualmente percebe sua própria base independente. À medida que essa imagem da natureza se desenvolve, ela não retém nada de um mundo no qual o ego autoconsciente (a alma humana experimentando a si mesma como uma entidade autoconsciente) deve se reconhecer. Na primeira época, a alma humana começa a se desprender da experiencia do mundo externo e a desenvolver um conhecimento preocupado com a vida interior da alma. Essa vida da alma independente encontra seu poder no elemento do despertar do pensamento. No quarto período, surge uma imagem da natureza que se desprendeu da vida interior da alma. A tendência surge para pensar a natureza de tal maneira que nada possa ser misturado em sua concepção que tenha derivado da alma e não exclusivamente da própria natureza. Assim, a alma é, neste período, expulsa da natureza e com suas experiências internas confinadas ao seu mundo subjetivo. A alma não está prestes a ser forçada a admitir que tudo o que pode ganhar como conhecimento, pode por si só ter um significado apenas para si mesmo. Não pode encontrar em si nada que aponte para um mundo em que essa alma possa ter suas raízes com seu verdadeiro ser. Pois na imagem  da natureza não pode encontrar nenhum vestígio de si mesmo.
A evolução da vida do pensamento prosseguiu por quatro épocas. No primeiro, o pensamento é experimentado como uma percepção vinda de fora. Nesta fase, a alma humana encontra sua autodependência através do processo de pensamento. No segundo período, o pensamento esgotara seu poder nessa direção. A alma agora se torna mais forte na experiência de sua própria entidade. O pensamento em si agora vive mais em segundo plano e se mistura ao autoconhecimento. Não pode mais ser considerado como se fosse uma percepção externa. A alma se acostuma a experimentá-lo como seu próprio produto. Deve chegar à questão de o que este produto da atividade da alma interior tem a ver com um mundo externo. O terceiro período passa à luz dessa questão. Os filósofos desenvolvem uma vida cognitiva que testa o pensamento em relação ao seu poder interior. A força filosófica do período se manifesta como uma vida no elemento do pensamento como tal, como um poder de trabalhar através do pensamento em sua própria essência. No curso dessa época, a vida filosófica aumenta em sua capacidade de dominar o elemento do pensamento. No início do quarto período, a autoconsciência cognitiva, com base em sua posse de pensamento, passa a formar uma visão filosófica do mundo. Essa imagem é agora desafiada por uma imagem da natureza que se recusa a aceitar qualquer elemento dessa autoconsciência. A alma autoconsciente, confrontada com essa imagem da natureza, sente como sua questão fundamental, “Como obtenho uma visão de mundo em que tanto o mundo interior com sua verdadeira essência e a natureza externa, está firmemente enraizado ao mesmo tempo?" O impulso causado por essa pergunta domina a evolução filosófica desde o início do quarto período; os próprios filósofos podem estar mais ou menos conscientes desse fato. Este é também o impulso mais importante da vida filosófica da era atual. Neste livro, os fatos devem ser caracterizados que mostram o efeito desse impulso. O primeiro volume do livro é apresentar o desenvolvimento filosófico até meados do século XIX; o segundo seguirá esse desenvolvimento até o presente momento. É para mostrar no final como a evolução filosófica leva a alma a aspectos em direção a uma futura vida humana em cognição. Com isso, a alma deve ser capaz de desenvolver uma imagem do mundo a partir de sua própria autoconsciência, na qual seu verdadeiro ser pode ser concebido simultaneamente com a imagem da natureza que é o resultado do desenvolvimento científico moderno. Uma perspectiva filosófica futura adequada ao presente deveria ser revelada neste livro a partir da evolução histórica da visão filosófica do mundo.
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coletivoplano · 3 years
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O Plano é Cozinhar e Servir
Como não deixar passar em branco o aniversário do nosso coletivo? Nós, que reivindicamos o direito a ocupação do espaço público com liberdade há três anos. Quem foi da Sepulveda para o Anfiteatro Pôr do Sol com a gente? Ou quem viu a polícia dar com os burros n’água ao nos abordar na praça da Matriz e tomarem uma autorização nos queixos. Hein? Quanto história, hein bonitas?
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O momento é sério e não podemos mais estar na rua :’(, mas nem por isso deixaremos de festejar nossa existência. Diferente de todas as festas que realizamos até aqui, essa não exigirá de ninguém a exposição ao risco da repressão do estado. Ainda assim, criamos uma parceria com a Associação Cozinhar e Servir, que assim como nós é novinha com apenas três anos na atividade. Elas fazem um trabalho em excelência de assistência às pessoas em extrema vulnerabilidade na rua. Durante a pandemia elas seguem vivonas e provendo alimento pra uma galera. Satisfação define de nossa parte, poder colaborar com um projeto tão importante e conectado com o nosso ambiente, a rua. 
A saudade da música e dos nossos rostinhos, vocês poderão matar no sábado via Shotigun.live . Mas é preciso mais: e nós contamos com todas, pois unidas somos mais fortes. Criamos uma campanha de arrecadação de dinheiros que será revertida para a Cozinhar e Servir continuar ajudando quem está na rua em necessidade real. Você pode acessar e contribuir nesse link aqui. GENTE, todo valor é bem vindo, e serião, colem com a gente!
Para que todas conheçam um pouco mais a entidade, convidamos o Bruno Barros, que foi responsável por esse link(S2), para fazer uma matéria especial e ele trocou uma ideia sincera com o Levy Anderson, que é um dos fundadores e coordenador da Cozinhar e Servir.
Leiam, reflitam, contribuam e no sábado nos vemos todas bem lindas, cada uma da sua casa <3
___________
por Bbruno / LabXP
fotos: arquivo Cozinhar e Servir
Do modo como fomos pegas pela pandemia de coronavírus, se mostra urgente uma ascensão do senso de responsabilidade social. Obrigatoriamente fomos conduzidas para uma melhor atenção ao nosso entorno, o que se aplica desde os cuidados com quem compartilhamos os espaços de estar, até as pessoas com quem escolhemos estabelecer práticas de responsabilidade para um convívio em comunidade além do lar ou do condomínio. Ainda no primeiro mês de pandemia quando tivemos de parar, à época sem saber quase nada do grau de impacto e do tempo nessa condição, foram muitos os players, grandes grupos empresariais, e milhões de iniciativas da sociedade civil que se dedicaram a condicionar à uma maior parcela de pessoas a condição de permanecer em casa, a fim de preservar as pessoas do risco eminente da covid-19. 
Fundada em 2017, a associação Cozinhar e Servir se dedica a assistência de pessoas em situação de vulnerabilidade social nas ruas. O atendimento antes realizado semanalmente, aos domingos embaixo do viaduto Tiradentes, Silva Só com Protásio Alves, foi proibido por questões de segurança a fim de evitar aglomerações. A saída foi o coletivo direcionar sua atuação indo ao encontro das pessoas onde elas estão na rua. Levy Anderson é um dos fundadores da Cozinhar e Servir e ponte para conexão do Coletivo Plano com a entidade. A Cozinhar e Servir se mantém na rua distribuindo refeições, cobertores e máscaras todos os dias desde 23 de março. 
Agente social 24h por dia, Levy encontrou convergência ao ingressar no Agulha onde a empresa busca integrar imigrantes em suas equipes de trabalho. “Na abertura do Bar quando cheguei já tinha o Mekenzi, um haitiano que ficou quase um ano. Depois o Abdú, senegalês que atuou como freelancer. As iniciativas vieram do Eduardo, um dos sócios”, conta. Nessa conversa, ele fala um pouco da sua inserção na atuação social, o que se mistura em sua formação de consciência, o trabalho da Cozinhar e Servir e de aspectos amplos que atravessam o voluntariado.
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Bbruno: Como tu está?
LEVY: Não dá pra dizer que se está bem, né? Muitas coisas acontecendo, pessoas mortas. Mas no pedacinho que o universo me destinou eu tô bem, estou com saúde. A máxima do “é um dia após o outro” nunca valeu tanto, né?
Como está a rotina com o projeto?
Essa semana eu parei. Tem muita coisa acontecendo. O projeto vai fazer três anos, então não é o recorte do momento. Tem uma estrada percorrida. E a gente trabalha com pessoas. Então é preciso observar os fenômenos sociais que envolvem a população de rua. Por exemplo, a quebra de paradigma no sentido de não ser apenas um movimento assistencialista. Porque também trago em mim a ruptura com a igreja tem muito tempo. Quando perdemos a mãe, tínhamos 12 anos e foi a primeira ruptura. Digo isso pois historicamente o assistencialismo vem da religião cristã. Então eu penso nesses fenômenos sociais de uma outra ótica. Não é só um prato de comida. Eu quero tirar a pessoa de lá. Fazer com que ela recupere toda a cor que ela perdeu, porque na última fronteira na rua, as pessoas são invisíveis. Então a busca é para criarmos mecanismos e começar a devolver pra ela aquele brilho, a cor da existência. 
Sim. Penso que tendo isso por princípio ocorram quebras nos fluxos internos nos grupos de trabalho também. 
Então, nem todo mundo pensa assim, sabe? E é difícil tu migrar da área assistencial onde se tem processos em que tu só estende a mão e dá um prato de comida para um processo mais longo de investigação e percepção do outro. Que é contínuo que vai te trazer movimento todos os dias da semana. E pra sempre na tua vida. Então, frente a tudo isso, essa semana fiquei mais em casa. Mas todo dia falo com um, amarro com outro, apresento um. Toco pra outro. Não consegui sair com o Melissandro que é um parceiro, pra distribuir cobertor. Nesse início de inverno, com essa mudança abrupta que teve de clima, frio e chuva, é preciso se preservar. Pois se o agente não cuida da sua saúde física e mental, mas sobretudo da física nesse caso, ele ferra e não consegue operacionalizar.
Comuniquei nos pontos “Oh gurizada, semana que vem não venho”. E tô pensando um monte de coisa. Também porque eu nunca tinha ficado em casa desde o dia 23 de março. E agora talvez, eu esteja sofrendo o que todo mundo sofreu. 
Sim, também imagino que isso seja o reflexo do baque em se manter ativo todos esses dias, em contato com muitas pessoas em realidades adversamente difíceis. Importante ter um tempo só. 
Sempre fui mais filosófico e pensativo. Tenho essa força pra fora, mas também tenho essa força pra dentro. Gosto de filosofia. Só que hoje esse sozinho tem muitas outras variáveis. Fiquei sabendo na quinta-feira que um tio de uma amiga, morador de rua, morreu. Chorei. Uma série de fatores. Por eu estar dentro da causa, e ter muitos conhecidos lá. Por eu ter essa empatia. Mas também porque é um ser humano, entende? Na questão macro, um pra 70mil é pouca coisa, talvez, mas pra mim não. Se morre um, pra mim é como se morresse um universo gigantesco. Então tô nesse momento, reflexivo. Sem saber o que vai acontecer ali na frente. Mas sei meu papel social.
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Claro, entendo que pelo fato dos seus movimentos, sobretudo da Cozinhar e Servir, serem coletivos, há espaço pra isso, pois mesmo na tua ausência, não terá uma interrupção na assistência.
Minha principal observação e justificativa pra andar coletivamente, é a capacidade que o coletivo tem em transformar. Se eu sozinho consigo fazer um, coletivamente eu consigo fazer 100. Então, esse é o grande diferencial de tu andar coletivamente. Porque se não, vou te dizer que muitas vezes eu andaria só. Porque tem um processo, uma lógica. Em grupo nem todo mundo nas práticas do voluntariado se volta pro seu próprio desenvolvimento tecnicamente ou para o desenvolvimento coletivo. Acredito, que as pessoas deveriam ser primeiramente ensinadas a andarem sozinhas para depois andarem coletivamente. Andar sozinho é tu olhar pra ti, teu autoconhecimento, te desenvolver, saber tuas forças e fraquezas e quiçá poder se conectar ao outro e ao coletivo. Primeiro aprender a se conhecer para depois conhecer o outro.
E se conectar sã, né?
Só que não nos ensinam a pensar. O mundo é uma grande indústria. Ele é fábrica. Repetição. Porque muitas pessoas hoje no isolamento estão sofrendo? Porque elas nunca pensaram a sua questão existencial. Nunca pensaram sobre as baleias, o pôr do sol, as estrelas. E quando elas se veem nesse emaranhado de informações, coisas boas, coisas ruins e até coisas bonitas, entram em choque e não conseguem. E aí precisam de pessoas que te ensinem a pensar. Terapia é só uma pessoa que te conduz. E que não vai te falar o que você tem que fazer. Quem vai fazer é tu.
Perfeito. E como tu percebe o avanço da consciência social por empresas e até organizações da sociedade civil nesse estágio crítico?
É o momento que a gente vem passando. De se conectar e se aliar. De se quebrou a corrente, tentar retomar. E de conversar com o diferente. Na verdade, quem faz o contracorrente são os cabeças de bagre. E isso não precisa nem citar aqui no nosso diálogo. Mas a galera que está em transformação e que tem uma cabeça um pouco fora do lugar, está tendo uma boa chance de contato com uma realidade mais ampla do que temos enquanto sociedade. Entendo que o mundo está se reconectando. Aprendendo a dar um passo pra trás. Eu acho, penso. Pelo menos no momento da pandemia. É um fenômeno. “Ah, na pandemia vou ser mais humilde”. Quando acabar a pandemia eu acho que volta tudo ao normal. Mas como a pandemia vai durar, então vamos conversar, né? Se depois alguém quiser sair do barco e voltar a ser o mesmo otário de sempre, paciência. Mas que nesse momento a gente se conecte, faça bons negócios e que todo mundo se respeite, né meu?
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Acredito que o impacto da pandemia, a depender de onde se olha, possa determinar um marco de despertar para consciência social, pelo menos por uma visão mais ampla. Do meu lugar, entendo que o fomento das pautas sociais são uma via de reconstrução do que ficou, né? E que no caso do lugar de onde tu atua, é um processo constante há tempo. Mas que de independente de onde se esteja, é possível compreender que o momento é complexo e requer comprometimento.
Na verdade, as nossas análises se tornam mais complexas nesse momento. Quando a gente tem um perfil analítico e a gente se envolve com projetos que podem transformar. Ou a nossa capacidade crítica. O que menos a gente precisa ser agora é crítico, né? A gente precisa ter mais um perfil de acolher, mediar pontes.
Acredito na necessidade da confluência, e tem várias coisas que tem me instigado a pensar. Mas tem um momento que tem crítica sim, que é o de usar a nossa capacidade de analisar fatos e dados postos. Até para que a gente não caia em armadilhas e restabeleça a antiga norma, nada justa e pouco orientada pelo social enquanto o valor ou a necessidade de valorar o indivíduo dependendo de onde ele habita. E falo isso numa visão limitada e generalista, a partir do recorte negro, pobre e dissidente pela maioria dos lugares que eu circulo. Particularmente, não atuo como crítico. Acredito sim que posicionamento é crítico. Entendo exercer minha crítica ao escolher com quem trabalho, me alio ou endosso, entende?
Claro. 
E entendo que o momento é da necessidade de conectar e articular ações como essa. Como viemos acompanhando por diversas marcas, acredito que esse “modo de comunicar” orientado pelo social se mantenha por algum tempo, mesmo para iniativas menores. Pois num momento como esse em que noto players, sejam marcas ou pessoas que exerciam influência a partir da ocupação de espaços de poder estão calados, talvez se orientar pelo social os possa dar axé de fala. 
Sim. É sobre isso. Exatamente. A necessidade de dar um passo pra trás, né? Porque a gente vive numa sociedade em que as pessoas acham que é sempre dando passo pra frente. Como se o passo pra frente fosse mais importante do que tu pensar o eu. O eu as vezes não precisa estar em movimento, ele pode estar parado. A gente trabalha numa perspectiva de políticas afirmativas. Se tu tentar andar sempre pra frente, não vai ir a lugar nenhum. Porque tu não está sozinho. Se os manos não me permitirem eu ter acesso e se eu não fizer os meus movimentos de andar pra trás, eu não vou acessar. Porque lá na rua eles só andam pra frente. E a frente é violenta. E todo mundo quer se defender, seja da violência física, seja da violência da fome. As violências sociais do estado. Então se eu tento me conectar com o cara com a mesma impulsonalidade que ajo na minha vida, não vou conseguir. Porque lá é muito mais impulsivo, lá é muito mais forte. Então muitas vezes a gente vai se conectar dando passos pra trás. Mas sabendo onde tu quer chegar lá na frente. Não tenho problema nenhum em dizer: “desculpa, mano”, tá ligado? 
Mas talvez, o passo pra trás está pela compreensão do tempo pelo modo o qual ele era. Porque nós estamos falando em ficar parados. Não é nem pro lado. É só ficar parado e compreender o seu entorno. Então quando o teu entorno estiver saudável, e aqui a gente pode pensar um pouco sobre sustentabilidade também. Mas me fala um pouco da formação da Cozinhar e Servir.
Nós fazíamos parte de um outro voluntariado e nos conhecemos lá. E num determinado momento não ficou legal pra mim por pensar questões maiores em relação ao auxílio a pessoas em situação de vulnerabilidade, mas também porque as gestões do projeto, de pessoas e financeira não era boa. Saí e procurei o Rogério que é o principal parceiro ao lado da Adriana, então convidamos a Ilda que é co-fundadora conosco, e que já faz um trabalho há mais de 30 anos na rua. Então ela encomendou uma pesquisa com a galera, a fim de achar um viaduto e os guris na rua acharam o da Silva Só. Pegamos um fogão e umas panelas e começamos a executar em outubro de 2017. Quando alguns colegas falaram em fazer um novo projeto, acabaram saindo mais 20 pessoas conosco. E começamos. Na cadeia organizacional ficam sempre Rogério, Adri, Ilda e eu mais a frente. Já no final do primeiro ano surgiu a oportunidade de registrar a associação, então criamos um corpo diretivo formado por Rogério, Adri, Ilda, Felipinho que é um voluntário que também veio do outro projeto, e eu. 
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Um belo salto coletivo, da discordância em um organismo torto para formação de um novo saúdavel. 
Se a gente parar pra analisar, eu diria que todo mundo que se conecta ao voluntariado tem uma capacidade de fazer o bem pra alguém. Rogério e Adri estão há mais de 20 anos no voluntariado, Ilda há mais de 30 e eu vou completar meu quarto ano me conectando com o coletivo. Mas todos nós em algum momento já fizemos algo sozinho. 
Sim, e eu acompanho tua busca há dois anos e vou te falar que nunca te vi como voluntário, mas sim como agente social para muito além da associação.
Só ano passado eu fiz seis cursos voltados à população de rua e gestão de projetos. Me formei como educador social. Tudo tentando me conectar e entender a lógica do outro lado. Como que eu posso melhorar a minha relação com quem tá do outro lado? Eu sou meio. De que maneira eu vou fazer essa transição das pessoas que precisam se movimentar de uma zona pra outra? Então eu comecei a buscar a me conectar com a galera do Serviço Social, de Gestão. Quando isso não acontece de maneira uniforme, a estrutura deixa de ficar homogênea. Se tu trabalha habilidades e competências e começa a distribuir tarefas, às vezes tu melhora. Mas como a vida é tão corrida no voluntariado, a gente corre a semana inteira para executar uma ação no domingo, nem todo mundo tem esse tempo. O próprio fato de a gente poder chegar e dedicar parte da vida para o voluntariado é uma contraposição do modelo capital. Do mundo capital que te cobra resultado e te gera expectativa. Então quando tu consegue perceber e organizar a tua relação com o capital, tu consegue chegar lá pra fazer alguma coisa. Não necessariamente tu precisa estar no ápice do que o capital estabeleceu, mas no ápice do teu pensamento, da organização das coisas e de como elas podem funcionar. 
Entendo também que essa visão te dá maleabilidade de jogar com as capacidades e limitações das pessoas com quem você colabora. O que por fim, é positivo. 
Por sorte meus parceiros são bem desenvolvidos. Agora antes da pandemia, Rogério e Adri iriam fazer um curso de boas práticas, já mais preocupados com a questão da cozinha. Rogério é um representante comercial, então domina bem a gestão das planilhas, os planejamentos. E eu, como desde o outro projeto, passei um pouco em cada área, o que mais me conecta a transformação é tá na ponta. Estar na rua, com os manos e com as minas. Trabalhando as políticas afirmativas, dando reconhecimento para um público dissidente, fazendo a conexão quando um cara falta com o respeito para uma mulher trans, por exemplo, e na hora eu chamo ele e digo ‘mano, respeita as minas’. Ou quando eu vou de rosa e o cara zoa, eu falo, ‘mano, é só uma cor’.
  Balizar aspectos de comunicação, respeito e até de assimilação entre as pessoas é um desafio e tanto, né?
Busco me conectar com esse universo de transformação consciente disso. As vezes é falta de informação e às vezes só por um ajuste. Porque o que mais a gente tem na rua é a falta de cognitividade. Pois muitas pessoas simplesmente não aprenderam. Também, não adianta dizer que, nós por não estarmos em uma situação de rua, aprendemos. Mentira. Se a gente for olhar a pirâmide, se vê que quanto mais lá em cima, o cara vai negligenciar boas relações e maneiras de como se comportar e como se conectar pra baixo. Então o meu papel muitas vezes é identificar lá no mano e na mina, qual a falta de estrutura, as falhas cognitivas e tentar alimentar, para poder fazer com que a pessoa se situe, consiga conviver melhor, consiga respeitar e entender as diferenças. Ano passado eu fui com uma bandeirinha do orgulho LGBTQI+ amarrada na cintura, e tava massa, mas os caras não me reconheciam. Quase três anos com eles na rua e parecia que aquela bandeira me tornou invisível. E eu tive que me aproximar e explicar, ‘mano, isso aqui é uma bandeira que traz a diversidade, e nada melhor do que nós nesse momento tão diverso pensar sobre isso. São só cores que trazem outro elemento do viver’. Então eu tento fazer essas conexões, sabe? E assim, isso gera trabalho, e até algum desconforto. Às vezes as pessoas não entendem. Quando tu assume um papel como eu procuro assumir, que é o de estar lá na fila, na ponta, me misturando, quebrando paradigmas entre o assistencialismo e as questões do serviço social e das políticas sociais. 
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Sim, né? O descrédito que pode vir das próprias pessoas que estão a nossa volta, né? Que ao invés de se questionar, desestimula quem tenta fazer diferente.
Tem cara que não quer romper. Porque pra romper, ele tem que repensar o seu lugar de fala, de onde que ele veio, o seu Deus, e ninguém quer romper com isso. Mas eu me dou a liberdade de romper, porque sou um indivíduo e tenho a minha liberdade. E por ser um dos criadores do projeto também. E muitas vezes a minha principal tarefa é mostrar para os meus parceiros que organizam isso também, a necessidade da gente se atentar a essas questões.
Sem contar na diferença do diálogo e do avanço das métricas com quem chega apenas para o final de semana, certo? 
Se a gente olhar, o voluntário cumpre um ciclo. Ele chega, permanece, alguns ficam e muitos vão. E o que traz ele pro voluntariado? Pode ser uma perda, uma dívida com seu divino, pode ser a busca de algum elemento para melhorar a sua condição de ser. Então o universo do voluntariado é muito complexo. A Cozinhar e Servir depende dos seus voluntários. E como é que tu faz para que essas pessoas se conectem, atendam e se comprometa? Um recurso é a comunicação.
Considerando esses perfis e os impactos sofridos apontado por você até a chegada ao voluntariado, entendo o espaço do voluntariado também como um espaço de cura. Onde por meio do compartilhamento de uma comunidade/ ou de um senso de comunidade, exista uma perspectiva de igualdade. Ou seja algo, ou um reconhecimento que você levaria algum tempo de terapia para alcançar, talvez. 
Eu penso que da mesma maneira que a gente cuida do agente externo, com o bom atendimento e o acolhimento com quem está em situação de rua, a gente tem que fazer pra dentro, porque são pessoas. E eu não tô criando a roda. Quando a gente vai trabalhar questões de endomarketing e gestão de pessoas, isso já está posto. A gente percebe quando as pessoas que chegam para o voluntariado, às vezes, tem tanta debilidades do que as pessoas que estão na zona de risco. Então é preciso acolher e dar atenção também. Não posso dizer que todo mundo faça isso na Cozinhar e Servir, por exemplo, pois isso são habilidades e às vezes são competências que a gente vai desenvolvendo. No meu caso sempre foi uma habilidade, pois desde piá ao me conectar com as pessoas eu tentei mais escutar do que falar. Ser um bom ouvinte. Então quando chegam as pessoas e elas estão com problemas, eu as vezes consigo identificar, dar um abraço, estreitar o relacionamento, porque isso são elementos que vão fazer com que essa pessoa volte. Porque o viaduto e a rua é um cenário que não faz as pessoas voltarem. Porque chove, porque faz frio, porque tem pessoas que não estão dentro de um padrão social. Porque tem cheiro ruim, tem violência. Então se tu não tem um bom tempero interno que são conectar pessoas dentro de uma bolha, elas não voltam. Mas se as pessoas conseguem se relacionar internamente, elas voltam. 
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Você consegue apontar um perfil do voluntariado da Cozinhar e Servir?
A Cozinhar e Servir tem uma característica boa que é de mais de 95% são mulheres. Uma parcela de 20% entre 56 e 60 anos, que são um grupo a fim de estudo que é um público que nasceu pressionada pela sociedade.
As vezes a gente fica preso na imagem da ponta dos projetos sociais ou na entrega final, só que existe todo um processo até chegar na ponta. Porque quando tu abre uma panela, ou vai cortar um alimento, ali começa como vai resultar na ponta. A maneira como é higienizado, o carinho pelo alimento, a assepsia das panelas, a organização. Tudo isso vai resultar na ponta, porque o alimento é energia. Se tu fizer um alimento ruim, se tu for cozinhar com raiva, tu cortar aquela cebola sem vontade, em algum momento essa energia vai ser difundida no alimento. Isso é fato. Então a gente tenta fazer e propagar princípios de carinho e amor para buscar organizar todo o fluxo.
Sobre o futuro do indivíduo?
Talvez morar na Bahia e trabalhar com mulheres em hortas comunitárias. Em algum momento quero me conectar com mulheres idosas. Mas tamo aí, na atividade. Sigo conectando pessoas, projetos. 
Te agradeço a conversa irmão. Acredito que a gente se faz pelo caminho. E é só do espaço de segurança formado no encontro com o outro que a gente pode alcançar alguma formulação à troca. 
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caiosilvabrasil · 4 years
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Parte o jornalista José Luiz Vieira, criador da Motor 3
O jornalismo automobilístico perdeu mais um de seus ícones no último dia 19. José Luiz Vieira, que assinava as iniciais “JLV” em grande veículos de comunicação especializados, como Auto Esporte e a revista Motor 3, criada por ele, foi vítima de uma parada cardiorrespiratória.
Aos 88 anos, o engenheiro, que se formou nos Estados Unidos na década de 50, partiu de sua casa, em Grana Viana, Cotia.
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Projeto Nasser: um carro em homenagem ao jornalista
Museu da Honda: a história de um apaixonado por velocidade
10 mulheres geniais que revolucionaram o setor automobilístico
Seu primeiro emprego como jornalista foi na Revista de Automóveis, do Rio de Janeiro. Depois, fez nascer a Status Motor e criou a Motor 3 – publicada de 1980 a 1987 e reconhecida pelo conteúdo diferenciado.
Nos últimos anos de carreira, JLV publicava sua coluna na maioria das mais importantes publicações do setor no Brasil. No meio tempo, escreveu diversos livros sobre automóveis e escreveu para a Auto Esporte. Os textos refletiam aquilo que José Luiz Vieira pensava: carro é assunto sério – e alegre.
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José Luiz Vieira deixa mulher, filho e dois netos
De acordo com o jornalista Marco Antônio Oliveira, os frutos de JLV tratavam os veículos como um tema amplo, sociológico, filosófico, não apenas como máquinas.
“JLV era algo raro, um engenheiro de verdade com uma grande afinidade com a escrita e com suas emoções. Ler JLV era entrar em suas ideias, seus amores automobilísticos, sua vida particular até, muitas vezes”, concluiu o profissional e fã.
Foto Arquivo Pessoal | Reprodução
O post Parte o jornalista José Luiz Vieira, criador da Motor 3 apareceu primeiro em AutoPapo.
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renatosampaio101 · 4 years
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Parte o jornalista José Luiz Vieira, criador da Motor 3
O jornalismo automobilístico perdeu mais um de seus ícones no último dia 19. José Luiz Vieira, que assinava as iniciais “JLV” em grande veículos de comunicação especializados, como Auto Esporte e a revista Motor 3, criada por ele, foi vítima de uma parada cardiorrespiratória.
Aos 88 anos, o engenheiro, que se formou nos Estados Unidos na década de 50, partiu de sua casa, em Grana Viana, Cotia.
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Nos últimos anos de carreira, JLV publicava sua coluna na maioria das mais importantes publicações do setor no Brasil. No meio tempo, escreveu diversos livros sobre automóveis e escreveu para a Auto Esporte. Os textos refletiam aquilo que José Luiz Vieira pensava: carro é assunto sério – e alegre.
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José Luiz Vieira deixa mulher, filho e dois netos
De acordo com o jornalista Marco Antônio Oliveira, os frutos de JLV tratavam os veículos como um tema amplo, sociológico, filosófico, não apenas como máquinas.
“JLV era algo raro, um engenheiro de verdade com uma grande afinidade com a escrita e com suas emoções. Ler JLV era entrar em suas ideias, seus amores automobilísticos, sua vida particular até, muitas vezes”, concluiu o profissional e fã.
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