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#ceticismo e desconfiança
adriano-ferreira · 16 days
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Fake News, Desinformação e Liberdade de Expressão Digital
As Fake News são notícias falsas que enganam e manipulam a opinião pública. Elas são caracterizadas pela intenção deliberada de disseminar informações que são comprovadamente falsas, mas que são apresentadas com a aparência de notícias jornalísticas legítimas. Eugênio Bucci, professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP, define fake news como “a falsificação da forma notícia”,…
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alura · 2 years
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AMNÉSIA
Capítulo II
Apesar de todo o ceticismo de Kagome, o plano de Inuyasha deu certo no final.
Como o hanyou presumira, o carro que ela aparentemente dirigia na noite em que foi encontrada vagando na floresta, foi localizado há alguns quilômetros da cabana de Inuyasha. Ela supostamente havia saído da estrada, rolado descido um barranco e batido em uma árvore. A causa do acidente, era desconhecida, e não havia muito mais no veículo que pudesse esclarecer o assunto, ou sua vida.
Uma pequena mala com roupas foi tudo o que encontraram, a qual foi devolvida para Kagome e estava, atualmente, no porta-malas da caminhonete de Inuyasha.
A mulher remexeu-se, no banco do carona, sua mente lhe dizendo o quanto havia sido irresponsável aceitar a ajuda de um estranho num plano que envolvia mentir para a polícia.
Ela estava cética no início, especialmente porque teve que inventar uma série de falsas memórias. Sua presença na floresta, foi justificada na suposta tentativa de recuperar o emprego de babá com uma das famílias milionárias que possuía casa de férias algumas milhas adiante.
A história foi comprada com desconfiança, e apesar do temor de Kagome, Inuyasha insistiu que ela só precisava evitar cair no sistema por agora. Se depois descobrissem falhas em sua história, ela poderia muito bem contar a verdade, que temia cair no sistema e mentiu para proteger seu bebê. Com certeza, seria mais facil comprovar sua capacidade mental, se ela fosse descoberta apenas depois de ter restabelecido a própria vida, com um novo emprego e tudo.
Isso é, se a história fosse descoberta.
Tratando-se de um acidente, não haveria muito para a polícia investigar, de qualquer maneira.
Essa última constatação deu confiança a Kagome e fez com que ela aceitasse seguir o plano traçado pelo hanyou.
Novamente, ela estava ciente que estava agindo conforme as orientações de um desconhecido, mas era um desconhecido que não parecia ter qualquer interesse nela. Estava, naquele momento, levando-a à rodoviária do vilarejo para que ela seguisse para onde quisesse.
E embora isso parecesse muito melhor do que uma casa assistencial, Kagome não conseguiu evitar que o pânico se elevasse no momento em que chegaram ao seu destino.
— Pronto — Inuyasha resmungou, de maneira brusca. — Quer ajuda para carregar as malas? — indagou, enquanto retirava o cinto de segurança.
Kagome encarou o hanyou por um momento, suficiente apenas para apreciar o dourado dos olhos rígidos.
Não havia empatia ali. Não havia calor ou gentileza.
Então, porque repentinamente ela sentia que deixá-lo era tão errado?
— Por favor, não me abandona — pediu, despindo-se completamente do próprio orgulho.
Os lábios de Inuyasha se apertaram e Kagome se retraiu por um instante, mas o pânico a motivou a continuar.
— Eu não tenho a menor ideia de onde ir. Não sei se tenho casa, lugar para viver. Eu sei que posso trabalhar, mas isso é tão assustador — deslanchou a falar, enquanto caía no choro. — Por favor, me leva com você! Eu limpo, cozinho, faço qualquer coisa que quiser! Só não me deixa! — implorou.
As mãos em garras de Inuyasha apertaram o volante, enquanto ele desviava seus olhos duros para frente.
— O que te faz pensar que eu posso ficar com você? — perguntou bruscamente.
Só então, a mente de Kagome clareou para a realidade: ela não sabia nada sobre Inuyasha.
Tudo bem, ele havia passado algum tempo em seu quarto de hospital nos últimos dias e não usava aliança, mas e se ele fosse casado? E se ele estivesse em um relacionamento? Que tipo de mulher aceitaria a situação que ela estava propondo a ele?
— Você vai ficar fora do meu caminho — a voz desprovida de emoção do outro a puxou de seus pensamentos e, por um segundo, Kagome sentiu a esperança crescer em seu interior.
Ele estava aceitando o pedido dela?
— Vai ajudar no que puder em casa, porque ninguém come de graça. Mas isso é temporário — alertou ele. — Na primeira oportunidade, você cai fora — concluiu, e imediatamente Kagome meneou a cabeça positivamente, enquanto o alívio lhe inundava.
Evidentemente contrariado, Inuyasha ligou a caminhonete, passou a marcha com brusquidão e começou a se afastar do vilarejo, por uma das estradas que cortavam a floresta.
Kagome tentou prestar atenção no percurso, mas a única coisa em que conseguia se concentrar, após um breve momento de consolo em saber que não mais estaria desabrigada, era um novo tipo de desespero.
Porque ela estava indo para casa de Inuyasha, um completo desconhecido.
E ela havia basicamente prometido fazer tudo o que ele quisesse em troca de abrigo.
Sentindo o rosto corar com as próprias palavras, enquanto imaginava se o hanyou que dirigia ao seu lado havia interpretado algo diferente do que havia proposto, Kagome tentou decifrar se havia feito aquilo por um motivo além do desespero da perspectiva de ficar desabrigada.
Porque a amnésia não fez com que perdesse a inteligência, aparentemente. Todos os sinais eram óbvios em relação ao perigo daquela situação.
Mas então, porque havia, lá no fundo, algo que dizia que ela poderia confiar no meio-yokai de cabelos prateados? Seria intuição? Instinto?
Suas divagações seguiram enquanto desviavam da estrada principal para outra sem pavimento, que se embrenhava cada vez mais na floresta, e cessaram apenas quando a caminhonete parou aos fundos da cabana.
Kagome mal conteve o alívio e suspirou.
Ao menos, ele a tinha levado para casa. Se quisesse fazer algo de ruim com ela, era mais lógico que parasse em algum ponto da floresta.
— Você sabe, eu poderia usar a cabana e depois desovar seu corpo em algum lugar. Tenho certeza que conseguiria fazer de modo que ninguém percebesse — Inuyasha comentou, enquanto caminhavam em direção à construção rústica, os poucos pertences de Kagome divididos entre eles.
A mulher congelou no lugar, encarando-o de olhos arregalados, enquanto a boca abria e fechava sem emitir som algum.
O hanyou riu ironicamente.
— Você é tão fácil de ler — zombou. — Meu comentário foi apenas para mostrar isso. E também para dizer que sim, essa foi uma péssima ideia. Tem sorte de um maníaco não ter cruzado seu caminho — concluiu, antes de continuar seu percurso, deixando-a para trás.
Com o coração disparado, Kagome o seguiu desajeitadamente, enquanto ele contornava a cabana.
Agora, à luz do dia e sem a névoa de sua mente confusa, ela conseguia avaliar melhor o local, que parecia ter saído diretamente de um conto.
Em vez de tábuas, as paredes eram construídas com toras em cor natural, o que dava um aspecto ainda mais rude à edificação, que não tinha o formato de quadrado único tradicional de uma cabana, mas se desdobrava em alguns anexos, lembrando mais a configuração de uma casa que podia abrigar uma pequena família.
O telhado era escuro e sustentava alguns painéis solares, o único item cuja modernidade destoava do ar pitoresco da construção, acentuado pelas trepadeiras que erguiam-se pelas paredes e se espalhavam na parte superior. Em meio as telhas escuras, erguiam-se outros anexos que constituíam o segundo andar, espaços evidentemente menores que o primeiro patamar, mas que pareciam poder acomodar tranquilamente ao menos dois quartos confortáveis.
O olhar de Kagome pendia entre a cabana e a vegetação que crescia majestosamente em volta, quando alcançaram a varanda dianteira, que se estendia pelo anexo principal da casa.
Inuyasha subiu os degraus de madeira enquanto apanhava as chaves do bolso, com a qual destrancou com fluidez a porta principal. Limpando as botas brevemente no tapete, adentrou, deixando as coisas de Kagome ao lado da porta, antes de jogar-se em uma das poltronas que ladeavam a lareira de pedra e cobrir o rosto com o antebraço, o couro do estofado rangendo para acomodá-lo.
Não que a mulher o conhecesse há muito tempo para ter parâmetros de comparação, mas ele parecia menos feliz que nunca.
Timidamente e sem ter certeza do que fazer consigo mesma, Kagome acomodou a bolsa que carregava ao lado dos itens que ele havia largado e observou ao redor.
O interior era decorado tão rusticamente quanto o exterior sugeria, com todos os móveis, armários e cômodas talhados em madeira escura, mas era agradável ao olhar.
Duas poltronas castanhas e um sofá verde escuro de três lugares, contornavam a lareira de pedra, que tinha poucas miniaturas em madeira decorando-a. A TV de tela plana estava fixada logo acima, uma boa estratégia para manter os espectadores confortáveis e aquecidos. A escada para o andar superior, podia ser vista atrás das poltronas e era construída da mesma madeira que as paredes, assim como o corrimão de finas colunas.
À direita de Kagome, separada por um amplo arco que não servia para nada mais além de demarcar a divisão de espaços, sem prejudicar a visão entre um cômodo e outro, estava a cozinha, que parecia bem equipada, apesar da configuração antiquada de manter todos os eletrodomésticos junto a uma só parede.
A mesa de jantar, com suas quatro cadeiras, aparentava cumprir melhor a divisão de ambientes entre a sala e a cozinha, que o arco em si.
Havia ainda duas porta aos fundos da cozinha, e Kagome só pode supor que uma levava para fora, enquanto outra deveria abrigar a lavanderia ou o banheiro.
Os olhos castanhos curiosos da mulher também estudaram as treliças de madeira que se estendiam em sustentação ao telhado, nos espaços que não eram ocupados pelo segundo piso.
Além do essencial, Kagome ainda notou as cortinas de um branco translúcido, presentes nas três janelas que avistou no andar inferior, assim como na toalha de mesa em xadrez vermelho e branco, que combinavam com os panos de prato em padrão. Não pareciam detalhes com que Inuyasha se importaria, mas estavam ali.
— Vai ficar parada aí o dia todo? — a voz rude de Inuyasha a tirou de suas divagações. — O almoço não se faz sozinho — resmungou ele.
Kagome piscou, levemente atordoada, ao passo que o outro rolou os olhos dourados para cima.
— Você disse que trabalharia em troca de abrigo. É melhor começar, porque eu estou com fome — avisou, caminhando em direção à porta da frente.
— Onde você vai? — questionou, ansiosa.
— Trabalhar — resmungou ele. — É bom que o almoço esteja pronto quando eu voltar — disse por fim, antes de sair pela porta e batê-la.
Kagome reprimiu a onda de raiva que percorreu seu interior, lembrando-se que ela é que havia se colocado naquela situação.
De fato, não podia lamentar a própria sorte, visto que todas as dicas que recebera da personalidade de Inuyasha, indicavam que ele era um homem antiquado, rude e grosso. E ainda assim, acabou por lhe pedir abrigo, de modo que teria que engolir o próprio orgulho e fazer algumas concessões enquanto permanecesse ali.
Orgulho.
A palavra se repetiu em sua mente.
Kagome não fazia ideia de quem era, mas aparentemente não era fã de homens com a atitude semelhante a de Inuyasha.
— Talvez eu seja feminista — murmurou, contemplando novamente a ironia de conseguir lembrar-se de um conceito de movimento social, mas nada a respeito da própria vida.
Suspirando desanimada, caminhou para a cozinha a fim de começar o almoço.
Kagome observou, um tanto orgulhosa de si, o modo como Inuyasha passou os olhos pela macarronada e pelas almôndegas, como se procurasse algo para reclamar. No fim, nada disse, apenas sentando-se à mesa para se servir imediatamente.
A mulher seguiu o exemplo e sentou-se diante dele, o que fez com que Inuyasha arqueasse levemente as sobrancelhas. Kagome retesou, por um instante, mas como ele não falou nada, começou a encher o próprio prato.
— No que você trabalha? — questionou, curiosa, uma vez que estavam no meio do nada e Inuyasha não tinha pegado o carro para sair e voltar.
O hanyou inspirou profundamente, como se apenas o som da voz dela a irritasse até o limite. Novamente, Kagome viu-se retraída.
— Eu tenho uma madeireira — disse por fim.
— Aqui perto? — incentivada pela resposta, seguiu perguntando, curiosa.
— Algumas centenas de metros daqui — respondeu, vagamente.
— E você tem funcionários? O lugar parece tão isolado… — seguiu questionando e divagando.
— Uma pessoa que tem a capacidade de trabalho de dez homens não precisa de funcionários para manter uma madeireira — disse, imediatamente enchendo a boca com uma garfada de macarrão, sinalizando que não queria mais conversar.
Kagome estava prestes a fazer o mesmo, quando Inuyasha cuspiu a comida no prato, sendo acometido por um acesso de tosse em seguida.
— Mulher estúpida! — xingou ele, após quase o minuto inteiro que levou para se recuperar. — Você colocou pimenta no molho! — alegou, de forma acusatória.
Kagome arregalou os olhos, sem saber onde estava o problema naquilo.
— Foi só uma pitada. Eu pensei que ficaria mais saboroso se queimasse um pouco — justificou, temerosa.
— Um pouco? — Inuyasha zombou. — Inu yokais não suportam nada apimentado — gritou.
Kagome abaixou a cabeça, constrangida.
— Eu não tinha como saber — defendeu-se, erguendo os olhos novamente.
Inuyasha pareceu estudá-la por um minuto, antes de expirar, contrariado.
— Claro que não — disse por fim, antes de apanhar um pacote de macarrão instantâneo no armário e colocar a água para ferver.
Chateada, Kagome seguiu comendo do prato que havia servido, apesar da perda de apetite. Ela pensou em deixar o prato e se afastar, mas lembrou a si mesma que estava grávida e precisava se alimentar.
“E eu quase havia me esquecido disso”, pensou, impressionada consigo mesma, sentindo-se ainda menor.
Afinal, Inuyasha não estava abrigando apenas uma mulher, mas uma mulher grávida.
E ela, que havia prometido ficar fora do caminho dele, conseguiu estragar o almoço no primeiro dia.
Fantástico.
O restante do dia seguiu sem outros problemas.
Inuyasha retornou para a madeireira e Kagome não o viu novamente, até que anoitecesse.
Antes que esse momento chegasse, ela havia limpado cada canto que pudesse alcançar do andar inferior da cabana: lavou a louça, esfregou os eletrodomésticos, tirou o pó dos móveis, varreu e passou pano.
Ela até mesmo cogitava uma maneira de alcançar as vigas de madeira para que pudesse espaná-las também, pela lógica, cuidar primeiro do andar superior.
Com receio, Kagome subiu as escadas, as quais já havia limpado, degrau por degrau, em sua tentativa de adiar o máximo possível a subida.
Porque embora Inuyasha não tenha proibido seu acesso a qualquer cômodo da casa, presumia que seu quarto ficava no segundo andar, e que ele não comemoraria exatamente a ideia de tê-la perto de suas coisas.
Mas bem, se ela fosse passar algum tempo ali, teria que subir em algum momento, certo?
Confiante nessa lógica, terminou de transpor os degraus, deparando-se com um pequeno corredor, com uma porta à esquerda, duas à direita e uma janela ao fundo.
Deduzindo que o lado com a porta única correspondia ao quarto principal, Kagome decidiu começar pelas duas outras portas, deparando-se com o banheiro e o escritório, os quais limpou tão minuciosamente quanto podia, sem retirar os pertences de Inuyasha do lugar.
Ela saia para o corredor, imaginando se deveria entrar no quarto de Inuyasha para limpar, quando deparou-se com o hanyou, terminando de subir a escada.
O meio-yokai a encarou por alguns segundos, antes de declarar:
— Você só tem autorização para entrar no meu quarto para limpar. Limpe o chão e os móveis, sem tirar as minhas coisas do lugar. O mesmo vale para o escritório.
Inuyasha mal havia terminado de falar, quando cruzou o corredor em direção ao banheiro, deixando-a sozinha.
Dando de ombros, Kagome correu para o quarto de Inuyasha, confiante na missão impossível de limpá-lo antes que saísse do banho.
Obviamente, não conseguiu, e foi com terror que assistiu o hanyou irromper porta adentro, com nada mais que uma toalha cobrindo sua modéstia.
— Fora — rosnou ele, e Kagome não perdeu tempo em obedecer.
A visão do torso nu e molhado de Inuyasha ainda assombrava sua mente, quando ela decidiu ocupar sua cabeça e seus esforços no jantar.
Rapidamente, cozinhou uma sopa, prestando atenção redobrada nos temperos, para não adicionar nada que pudesse incomodar o paladar peculiar do hanyou.
Inuyasha desceu para comer, os cabelos ainda úmidos e uma toalha ao redor dos ombros, e Kagome aproveitou o momento para subir e terminar de limpar o quarto principal.
Quando retornou, o meio-yokai terminava seu prato, e a mulher mal conseguiu reprimir a sensação de alívio, por ao menos ter obtido sucesso no jantar.
— Só há um quarto na casa — Inuyasha anunciou, enquanto ela se servia.
— Eu percebi — respondeu simplesmente.
— Isso quer dizer que você dorme no sofá — continuou ele, com sua indiferença costumeira.
Kagome assentiu levemente e pôs-se a comer.
Largando o prato na pia, Inuyasha deixou o ambiente e subiu, retornando um par de minutos depois carregando um cobertor, um travesseiro e um par de lençóis, os quais deixou sobre o sofá.
— Há toalhas no banheiro, caso precise — avisou, antes de subir novamente, e Kagome deduziu corretamente que não mais o veria naquele dia.
A mulher terminou o jantar com calma, lavou os pratos e subiu, desejando poder desfrutar de um banho na banheira que havia esfregado arduamente mais cedo, antes de dormir.
Enquanto a água quente enchia a banheira, certificou-se que a porta estava trancada, antes de tirar toda a roupa.
Aguardando a água chegar em um nível aceitável, deparou-se com o seu reflexo nu, no espelho.
Kagome havia se familiarizado novamente com seu rosto, mas o mesmo não podia ser dito em relação ao seu corpo.
Com estranhamento, estudou-o, tanto quanto conseguia visualizar no espelho da pia.
As sardas nos ombros.
A cintura delgada.
Os seios volumosos o suficiente para encher suas próprias mãos.
O dia de trabalho havia passado, e agora não havia mais nada para distrair Kagome do fato que ela era uma desconhecida para si mesma.
Lamentando a própria sorte, prendeu os cabelos e entrou na água quente, mal conseguindo impedir que as lágrimas rolassem por seu rosto.
Inuyasha havia lhe concedido abrigo, mas havia sido claro em estabelecer que a situação era temporária. Kagome teria que deixar sua cabana e estabelecer um rumo para a própria vida e para a vida de seu filho.
Contendo o próprio desespero, lembrou-se que nada daquilo precisaria ser feito naquela noite.
Naquela noite, ela tinha um teto para dormir.
Um pouco mais calma, terminou o banho e saiu da água, secando-se e vestindo o pijama de flanela verde que havia resgatado pouco antes dentre as poucas coisas que tinha em sua mala.
Exausta, desceu, forrou o sofá e enfiou-se embaixo do grosso cobertor xadrez, aconchegando-se enquanto aguardava o sono apagá-la.
Dentre as preocupações com seu destino e a angústia de não saber quem era, uma imagem distraiu-a, retornando aos seus pensamentos: a figura do torso nu e molhado de Inuyasha.
Repentinamente aquecida, Kagome remexeu-se, incomodada.
Mesmo com tantos problemas em que estava afundada, suas prioridades pareciam invertidas.
Com um estalo de língua, zombou de si mesma.
Não deveria focar em Inuyasha, mas em uma maneira de salvar a si mesma.
Afinal, ele não tinha demonstrado qualquer interesse nela, de qualquer jeito.
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huracanxgodoycruz · 1 month
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Avaliações da plataforma
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Feedback dos usuários
Feedback dos Usuários: A Chave para o Sucesso de Qualquer Negócio Online
O feedback dos usuários é uma parte crucial de qualquer empreendimento online bem-sucedido. Ele oferece insights valiosos sobre a experiência do usuário, ajudando as empresas a entenderem o que estão fazendo certo e onde podem melhorar. Neste artigo, exploraremos a importância do feedback dos usuários e como ele pode impactar positivamente os negócios online.
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Em resumo, o feedback dos usuários é essencial para o sucesso de qualquer negócio online. Ao valorizar as opiniões de seus clientes e usar esses insights para orientar suas decisões, as empresas podem criar produtos e serviços que atendam às necessidades do mercado e mantenham os clientes satisfeitos a longo prazo. Portanto, é fundamental que as empresas incorporem uma estratégia robusta de feedback dos usuários em suas operações online.
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lucianaperfetto · 2 months
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“Você Merece um Amor Verdadeiro: Desarme-se e Seja Feliz!”
Abra seu coração para a autenticidade do amor verdadeiro Inúmeras vezes, em nossa jornada de vida, criamos muralhas emocionais com a premissa de que isso nos protege de dores e desilusões. Com frequência, nos blindamos com sentimentos de desconfiança, medo de entrega, ceticismo e dúvidas. No entanto, essa estratégia de autoproteção se revela uma armadilha, […] O post “Você Merece um Amor Verdadeiro: Desarme-se e Seja Feliz!” apareceu primeiro em Psicóloga Luciana Perfetto .
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tradermeximas · 2 months
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Investir dinheiro online é uma prática cada vez mais comum, mas com tantas opções disponíveis, a pergunta que muitos se fazem é: Exnova paga mesmo? Neste artigo, exploraremos a fundo essa questão, revelando detalhes sobre a Exnova, suas características, benefícios e o que os investidores têm a dizer sobre essa plataforma. O Que é a Exnova e Como Funciona? Antes de responder à pergunta crucial sobre se a Exnova paga mesmo, é essencial entender o que é essa plataforma e como ela opera. A Exnova baseia-se no mercado de opções binárias, uma forma de investimento que tem ganhado destaque nos últimos anos. Em termos simples, o mercado de opções binárias envolve fazer apostas na valorização ou desvalorização de ativos. A Exnova, como plataforma desse mercado, oferece ferramentas avançadas de análise gráfica e uma variedade impressionante de mais de 250 ativos para os investidores escolherem. Existe Desconfiança em Relação à Exnova? [pokareview_bonusbox id="175176" layout="style1" show_review_link="false" score_style="percentage"] Muitas pessoas hesitam em investir em plataformas online, especialmente aquelas relacionadas a opções binárias, devido a desconfianças sobre a legitimidade e eficácia dessas operações. A dúvida mais comum é se a Exnova paga mesmo ou se é apenas mais uma tentativa de golpe. É importante abordar essas preocupações e destacar que, embora haja ceticismo inicial, a Exnova tem ganhado a confiança de muitos investidores. Essa confiança é construída não apenas por promessas, mas pelos resultados reais que os usuários estão obtendo. Como Usar a Exnova no Celular e no Computador? A acessibilidade é uma consideração fundamental para muitos investidores, e a Exnova atende a essa necessidade, oferecendo suporte tanto para dispositivos móveis quanto para computadores. Para aqueles que se perguntam como usar a Exnova no celular, o processo é simples: basta fazer o download do aplicativo na loja de aplicativos correspondente. Para usuários de computadores, a Exnova é compatível com vários navegadores de internet, proporcionando uma experiência de negociação flexível. A simplicidade de uso, especialmente para iniciantes, é uma característica que muitos destacam ao avaliar a Exnova. A Exnova Paga Mesmo? As Evidências dos Investidores Chegou o momento crucial de responder à pergunta principal: a Exnova paga mesmo? Ao analisar relatos e depoimentos de investidores reais, fica evidente que muitos têm experimentado ganhos significativos por meio dessa plataforma. Um dos pontos destacados pelos usuários é a opção de criar uma conta de treinamento com $10.000 para praticar sem gastar dinheiro real. Isso oferece uma oportunidade valiosa para os investidores se familiarizarem com a plataforma antes de comprometerem seus fundos. Além disso, a Exnova proporciona a chance de começar com um investimento inicial modesto de apenas $10. Para muitos, isso representa uma entrada acessível no mundo dos investimentos online, permitindo que até mesmo aqueles com orçamentos mais limitados participem. Os Benefícios da Exnova: Conta de Treinamento, Investimento Inicial Baixo e Lucro de 99% Ao explorar os benefícios oferecidos pela Exnova, fica claro por que tantos investidores estão otimistas quanto à sua eficácia. Aqui estão alguns desses benefícios: Conta de Treinamento com mais de $10.000: A capacidade de praticar e aprimorar habilidades sem arriscar dinheiro real é um recurso valorizado por muitos usuários. Investimento Inicial Baixo: Com a exigência mínima de investimento de apenas $10, a Exnova torna os investimentos acessíveis para uma ampla gama de investidores. Lucro de 99%: A possibilidade de obter lucros de até 99% é uma oferta atrativa para aqueles que buscam retornos substanciais em seus investimentos. A Comunidade de Traders e a Experiência Coletiva [pokareview_bonusbox id="175176" layout="style1" show_review_link="false" score_style="percentage"] Outro aspecto que contribui para a credibilidade da Exnova é a comunidade de traders que ela cultiva.
A plataforma oferece aos investidores acesso a uma comunidade ativa onde estratégias são compartilhadas, e os membros aprendem uns com os outros. Essa troca de conhecimento não apenas enriquece a experiência do usuário, mas também reforça a ideia de que a Exnova não é apenas uma plataforma, mas uma comunidade de investidores que estão alcançando sucesso. O que é Exnova? A Exnova é uma plataforma de investimentos online que opera no mercado de opções binárias. Ela oferece aos investidores a oportunidade de apostar na valorização ou desvalorização de diversos ativos. A Exnova é Confiável? Embora haja confiança crescente entre alguns investidores, a Exnova é menos conhecida em comparação com outras plataformas estabelecidas. Recomenda-se realizar uma pesquisa detalhada e começar com uma conta de treinamento para avaliar sua confiabilidade pessoalmente. Como Funciona a Exnova? A Exnova baseia-se no mercado de opções binárias, onde os investidores fazem apostas na direção futura dos preços dos ativos. A plataforma oferece ferramentas de análise gráfica e uma variedade de ativos para os usuários escolherem. Exnova é uma Fraude? Não há evidências claras de fraude, mas a desconfiança é comum em plataformas menos conhecidas. Aconselha-se aos investidores proceder com cautela, começar com investimentos mínimos e monitorar cuidadosamente seus resultados. Quais São os Requisitos para Começar a Investir na Exnova? Geralmente, é necessário criar uma conta na Exnova, realizar um depósito mínimo (geralmente $10), e, se desejar, utilizar a conta de treinamento para praticar estratégias antes de investir dinheiro real. Exnova Paga Mesmo? Alguns investidores relatam ganhos reais com a Exnova, mas os resultados podem variar. A plataforma oferece a opção de uma conta de treinamento para praticar sem riscos antes de se comprometer com investimentos reais. Como é a Experiência de Usar a Exnova no Celular? A Exnova oferece uma experiência de negociação móvel através de seu aplicativo para celular. Os usuários podem baixar o aplicativo nas lojas de aplicativos correspondentes e desfrutar de recursos similares aos disponíveis na versão para desktop. Exnova é Disponível em Quais Países? As restrições geográficas podem variar. Recomenda-se verificar as informações fornecidas pela Exnova ou entrar em contato com o suporte ao cliente para obter detalhes sobre a disponibilidade em determinadas regiões. Qual é o Depósito Mínimo na Exnova? O depósito mínimo na Exnova geralmente é de $10, o que torna a plataforma acessível para investidores com diferentes orçamentos. Existe uma Comunidade de Traders na Exnova? Sim, a Exnova promove uma comunidade ativa de traders. Os investidores têm a oportunidade de compartilhar estratégias, discutir tendências de mercado e aprender uns com os outros. Conclusão: A Exnova Paga Mesmo e Vale a Pena Investir? Ao analisar todas as informações disponíveis e considerar a experiência dos investidores, a resposta à pergunta "A Exnova paga mesmo?" parece ser afirmativa. Muitos investidores têm testemunhado ganhos reais e experimentado os benefícios oferecidos pela plataforma. Entretanto, vale a pena lembrar que todo investimento envolve riscos, e os resultados podem variar. Antes de decidir investir, é aconselhável realizar sua própria pesquisa, entender completamente como a plataforma funciona e, se possível, começar com a conta de treinamento para se familiarizar. A Exnova, com sua abordagem amigável para iniciantes, opções de investimento flexíveis e relatos positivos de seus usuários, certamente se destaca como uma opção a ser considerada por aqueles que desejam explorar o emocionante mundo dos investimentos online.
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featuringallie · 8 months
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nome: katerina romanova (pseudônimo), kira vassiliev (nome de nascença)
idade: 26 anos
naturalidade: lastrilha, mitica (ancestralidade de auranos, reincarnação de cleiona)
traços positivos: gentileza, paciência, coragem, resiliência, lealdade.
traços negativos: ceticismo, rancor, manipulação, desconfiança, ardilosidade.
HISTÓRIA.
Em um mundo onde o equilíbrio um dia fora tão celebrado, era quase irônico, mas dolorosamente concordante com a natureza humana, que a incarnação de uma deusa tivesse de viver em tamanha solitude. Com até mesmo sua própria origem baseada em mentiras e violência, Katerina foi moldada desde o berço para ser o trunfo perfeito, arquitetada milimetricamente para saber somente as partes convenientes da história. Arrancada dos braços de sua mãe tão logo que fora cortado seu cordão umbilical, passou sua vida toda confinada numa propriedade longínqua e isolada, cuidada por guardas feito a prisioneira que verdadeiramente era. A ela foi dito que era filha do rei daquela próspera e rica terra, que era mantida ali somente por sua própria proteção depois de ter sofrido um atentado quando recém-nascida. Porém, nunca sequer conheceu o homem que tantos diziam não poupar esforços para mantê-la segura e nem todos os discursos bem articulados do mundo podiam conter a revolta, ainda que velada, de ser privada de sair dali. 
Do mundo além conhecia apenas histórias, contadas por seu professor e por sua guardiã, os únicos que pareciam se importar verdadeiramente com a pequena Katerina. Longe do olhar imediato dos guardas, ensinavam a ela além do que lhes era emcubido; história, geografia, ciências, mapas, compadecidos com a curiosa garota dos olhos gentis que nunca conhecera o mundo lá fora, que merecia mais do que ser tratada apenas como uma prisioneira. Conforme crescia, Katerina manteve seu encanto ao mesmo passo que se revelava como uma jovem cada vez mais ardilosa, com talento para esgueirar-se por janelas e portas entreabertas, explorar o bosque que cercava a torre, tudo isso com atenção para retornar a tempo de ninguém sequer perceber sua ausência. Sempre testando sutilmente os limites daqueles ao seu redor, seus guardiões não pensaram nada demais quando ela começou a fazer perguntas mais específicas sobre o mar, o terreno, as matas que os cercavam. Sua falta de recursos era compensada por uma paciência inesgotável e resiliente, mesmo quando muitas vezes sentia seus dedos formigarem com uma energia exótica e seu peito apertar com uma estranha ansiedade. Passava seus dias estudando e as outras treinando e aprimorando qualquer habilidade que pudesse vir a ser útil. 
Mesmo eternamente paciente, Katerina sabia a hora de agir. Quando começou a perceber as movimentações agitadas pela propriedade e os sussurros que antecipavam a chegada de um comboio, ficava cada vez mais evidente que a areia de sua ampulheta vinha se esgotando. Quando revelou o plano de fuga para seus guardiões, virtualmente as únicas pessoas com quem se importava no mundo, tinha toda a intenção de levá-los junto consigo; aproveitariam a distração para se esgueirar pelo bosque circundante e escapar pelo litoral a alguns quilômetros adiante. Seria uma janela de oportunidade estreita, mas Katerina havia arquitetado a empreitada por tantos anos que estava confiante que conseguiriam. O que ela não contava, entretanto, é que os guardiões nunca estivessem planejando de fato acompanhá-la. Já idosos e desprovidos da agilidade que um dia já tiveram, o objetivo deles era claro e único: servir de distração suficiente para que a jovem pudesse escapar, ainda que isso lhes custasse a vida. Portanto, foi exatamente isso que transpassou, os acontecimentos se desenrolando de maneira tão apertada que Katerina pôde fazer pouco mais do que assistir o sacrifício das únicas pessoas que já haviam zelado por ela, do outro lado do bosque enquanto os dois atrasavam os guardas que a perseguiam. 
Sozinha e anestesiada, a única coisa que permitiu com que Katerina seguisse em frente com o plano foi tê-lo memorizado de tal maneira que este se tornara automático. Assim que chegou à costa, depois de dois dias extremos na mata fechada, se esgueirou para dentro do primeiro grande navio que avistou no porto, com toda intenção de deixar aquela terra amaldiçoada para trás. 
PERSONALIDADE.
Com a maioria das pessoas, Katerina é naturalmente reservada e um tanto cética – herança de sua criação em isolamento quase que completo –, embora não seja rude; pelo contrário, muitas vezes apresenta uma gentileza em desacordo com toda a dureza que viveu. Inteligente e perspicaz, possui um senso de justiça bastante apurado e frequentemente se faz ouvida quando pensa testemunhar algo equivocado. Valoriza liberdade acima de tudo, direito do qual sempre foi privada, e acredita que lealdade é uma virtude essencial; sua fidelidade, entretanto, não é dada livre ou levianamente, e só deposita esse tipo de fé em quem julga ser realmente bom. Por toda a sua natureza discreta e sóbria, honestidade é uma de suas falhas: é praticamente capaz de mentir diretamente, por isso tem de recorrer a outros métodos para conseguir se esgueirar por onde precisa.
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letrascriativas · 2 years
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Narcisismo: da Grécia Antiga aos dias modernos
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O narcisismo é um transtorno de personalidade caracterizado por um senso inflado de autoimportância, necessidade de atenção e admiração excessivas e falta de empatia pelos outros. É uma forma de comportamento orientado pelo ego que pode ser visto tanto em ambientes individuais quanto em grupos. Acredita-se que o narcisismo tenha se originado na Grécia Antiga com a história de Narciso, um jovem que se apaixonou por seu próprio reflexo. O termo "narcisismo" foi cunhado pela primeira vez por Sigmund Freud em seu ensaio "Sobre o narcisismo" (1914).
Narcisismo na Grécia Antiga
O narcisismo foi descrito pela primeira vez na mitologia grega, onde o jovem Narciso se apaixonou por seu próprio reflexo em uma piscina de água. Esta história tem sido usada para descrever os perigos da autoabsorção e os perigos de estar apaixonado por si mesmo. Embora o narcisismo não seja um fenômeno novo, tornou-se cada vez mais prevalente na cultura ocidental, onde o individualismo e a autopromoção são altamente valorizados. Isso levou a uma maior compreensão do narcisismo e seus efeitos sobre os indivíduos e relacionamentos.
Narciso como um arquétipo
Narciso é um arquétipo de narcisismo. Já vimos que ele representa a autoabsorção e a obsessão com a própria imagem. Narciso é uma figura trágica, pois ele acabou se afogando em seu próprio reflexo. Ele simboliza o perigo do narcisismo, que pode levar à autodestruição. No entanto, Narciso também é uma figura romântica, pois ele representa a busca do ser humano por amor próprio. Narciso é um complexo arquétipo que nos relata uma história muito velha: a busca por amor próprio. A Grécia Antiga era uma época em que o amor próprio não era considerado uma virtude. Na verdade, o amor próprio era visto com ceticismo e desconfiança. Amor próprio significava egoísmo, vaidade e ambição. Para os gregos antigos, a imagem que um individuo tinha de si mesmo estava completamente fora do normal. Um ser humano normalmente se via com um certo grau de autoadmiração, mas não com uma obsessão patológica com a beleza. O narcisismo entrou na psique grega através das mitologias que eles contavam. Narciso era um jovem que vivia sozinho, num lugar solitário no sudeste da Itália chamado Sicília. Um dia, enquanto andava pela floresta, ele encontrou uma fonte com água limpa. Este era o único espelho que existia no mundo naquela época. Ele se viu refletido na água e ficou tão impressionado com o seu próprio reflexo que quase se afogou. Então Hades o ressuscitou para que pudesse sofrer por toda a eternidade e ele continuou a buscar o amor próprio até a sua morte finalmente.
O narcisismo nos dias modernos
Narcisismo é um conceito que vem da Grécia Antiga, mas que certamente está presente nos dias modernos. Por ser caracterizado pelo amor próprio exagerado e pelo desejo de ser admirado pelos outros, as pessoas narcisistas tendem a se envolver em atividades que lhes trarão a atenção dos outros, como o esporte ou a música. Elas também podem se tornar viciadas em aplicativos de mídia social, como o Instagram, para mostrar aos outros como eles são "lindos" e "maravilhosos". Apesar disso, as pessoas narcisistas não se aceitam como elas realmente são. Em vez disso, elas veem a si mesmas como sendo mais inteligentes, mais talentosas e mais atraentes do que são na verdade. O narcisismo também as leva a acreditar que os outros estão atrás deles o tempo todo. Em um sentido mais amplo, o narcisismo pode afetar uma pessoa toda, visto que ela pode se achar melhor do que outras pessoas e isso pode causar problemas em relações interpessoais.
Como o narcisismo afeta as relações
O narcisismo pode então ser considerado um transtorno de personalidade que existe desde a Grécia antiga. O termo vem do mito grego de Narciso, que se apaixonou por seu próprio reflexo e acabou morrendo porque não conseguia se afastar dele. Hoje, o narcisismo é frequentemente usado para descrever pessoas excessivamente egocêntricas e sem empatia pelos outros. Embora o narcisismo possa ser um traço positivo em algumas situações, como quando leva alguém a alcançar grandes coisas, também pode ter efeitos negativos nos relacionamentos. Com pessoas narcisistas pode ser difícil de conviver, pois muitas vezes são críticas e julgadoras. Elas também podem tirar vantagem dos outros e não estarem dispostas a se comprometer. Uma recomendação para quem está em um relacionamento com um narciso e pensa em terminá-lo, é fazê-lo de um modo gentil. Isso porque as pessoas narcisistas muitas vezes podem ser muito sensíveis no que diz respeito ao seu ego. Isolá-los e deixá-los com raiva só fará com que eles se sintam mais culpados e infelizes, tornando mais difícil o processo de cura.
Características mais evidentes da personalidade narcisista
As pessoas que são narcisistas tendem a se preocupar com sua própria aparência, sucesso e poder. Eles geralmente buscam admiração e aprovação dos outros e podem se ofender facilmente. Os narcisistas podem ser difíceis de lidar porque muitas vezes não têm empatia e são incapazes de ver as coisas da perspectiva de outra pessoa. Embora o narcisismo seja frequentemente considerado um traço negativo, também há alguns aspectos positivos. Os narcisistas são muitas vezes muito ambiciosos e motivados, assim eles vão buscar realizar seus objetivos. Eles também podem ser muito confiantes e seguros de si, o que os torna frequentemente bem-sucedidos. Estes traços positivos podem ser atribuídos a desempenho superior da amígdala, uma parte do cérebro que regula a emoção. A amígdala é muito mais ativa entre as pessoas narcisistas, o que pode explicar porque elas podem ser tão ambiciosas e confiantes. No entanto, o narcisismo pode também ser muito prejudicial. As pessoas narcisistas são muito concentradas em si próprias, tanto que frequentemente magoam outras pessoas. Elas também podem sofrer muito quando as suas expectativas são frustradas (como quando alguém faz um comentário desabonador sobre o seu corpo). A autoestima das pessoas narcisistas também pode sofrer muito, quando elas não conseguem alcançar o que querem. Por isso, é importante entender como o narcisismo se desenvolve na infância.
O narcisismo na infância
Muitas vezes, o narcisismo na infância é visto como um problema, pois pode levar às crianças se tornarem adultos egocêntricos e insensíveis aos outros. No entanto, alguns especialistas afirmam que um pouco de narcisismo é saudável na infância, já que ajuda as crianças a se adaptarem à vida. O problema surge quando esse sentimento se torna exagerado. Então, o que é exatamente o narcisismo? É um sentimento de autoaprovação e admiração, ou uma atitude em que as pessoas achincalham as outras e se sentem superiores? Na verdade, é um pouco dos dois. O narcisismo é uma atitude em que as pessoas acham que são especial, gostam de se admirar no espelho e sentem pouca empatia por outras pessoas. Um estudo realizado com crianças mostrou que elas podem apenas imitar o narcisismo em adultos, não desenvolvendo o sentimento verdadeiro. Então, é natural que as crianças se encaixem nesta definição. Um indivíduo narcísico pode ser identificado quando ele fala sobre si mesmo e se admira no espelho repetidamente, sem se importar com os outros. Logo, para evitar o tamanho do problema do narcisismo na infância, os pais devem limitar a quantidade de atenção que dão a seus filhos e fazer elogios sinceros, que são muito bem-vindos. Entre adolescentes, um estudo realizado com adolescentes mostrou que eles são menos narcísicos do que crianças pequenas, o que não é surpreendente. No entanto, quando adolescentes se tornam adultos egocêntricos e insensíveis ao sofrimento dos outros, isso é realmente preocupante. Para os pais, é importante identificar esse comportamento e interromper antes que ele se torne um problema. Um adolescente que se acha melhor do que seus amigos e família ou que faz show para os outros pode estar sendo narcísico. Além disso, um estudo com bebês mostrou que eles são mais felizes quando veem imagens de bebês diferentes do que à imagem de si próprio. Isso mostra o quanto as crianças têm dificuldade em admirar a si mesmos. Um dos principais fatores que levam as pessoas a ter sentimentos de narcisismo são suas famílias. Normalmente, isso acontece quando uma das figuras parentais é egocêntrica e excessivamente afetuosa consigo mesma. Isso porque as crianças, em tese, são amorosas e não julgam os pais. Portanto, eles normalmente aceitam o "amplo" ego dos pais revelando admiração. Outra razão pela qual adolescentes se tornam narcísicos é devido ao estilo de educação que os pais adotam. Se os pais são exageradamente autoritários ou permissivos, também existe uma grande chance de os filhos se tornarem narcísicos.
Conclusão
Após a análise do comportamento do narcisista em diferentes contextos históricos, fica claro que o narcisismo não é uma doença moderna. A personalidade narcisista tem sido descrita em textos antigos e é possível identificar traços de narcisismo em várias culturas. No entanto, o aumento na prevalência de transtornos relacionados ao narcisismo pode ser atribuído às pressões sociais que existem nos dias modernos. Essa é pelo menos uma explicação sobre o assunto. Read the full article
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marrcat13-blog · 4 years
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O mundo está cheio de informações relativas de conhecimento cientifico fazendo parte de nossas vidas, em estratégias de venda, para chamar atenção para algum tipo de programa etc, por isso temos que saber do que se trata o conhecimento e o que o torna cientifico, primeiramente, para termos um conhecimento cientifico, temos que estar cientes de que podemos ser falhos e de que nada é certeza, e que mesmo sabendo que se é falho, aquela informação naquele momento se tornou útil por ter evidências necessárias para comprovar tal teoria.
Tendência para acreditar naquilo que queremos acreditar
Acontece, que acreditamos no que queremos acreditar, juntando nossas crenças a realidade que o mundo nos apresenta, temos uma tendência a acreditar em assuntos que nos deixam em conformismo, do qual não pode ser comprovado mas ao mesmo tempo não pode ser negado.O conhecimento cientifico tem como característica além de demonstrar ser falho, o ceticismo. O ceticismo nos traz a capacidade de fazer o exercício de desconfiança e questionamento sobre algo, porém não devemos deixar esse pensamento cético ser extremista, pois pode impedir que novas ideias entrem em nossos pensamentos. Ou seja, é útil termos uma visão critica  e de certa forma filosófica para confrontar o que achamos que sabemos sobre o universo.
Apreender a Ciência
Como compreender a ciência sendo ela mutável? Mostrando-nos algo hoje que pode ser mudado amanhã? Para compreender o conhecimento cientifico, temos que ir além dos conceitos, das histórias e ideias. Aprender sobre a ciência é aprender que ela vai além de crenças das quais nos é empregada com certeza sem chances de mudança. Atualmente, a ciência tem ganhado mais destaque entre a população, esse interesse vem dos institutos educacionais introduzindo-a em seus currículos, nos noticiários, etc. Mesmo com esse grande interesse, ainda existe uma grande falta de informações sobre essa área. Por isso há muita dúvida ainda do porquê há tantas mudanças sobre tantas pesquisas e confirmações cientificas. Esse livro nos traz a oportunidade de uma discussão entre a ciência e as crenças.
Além do banco escolar
O conhecimento cientifico está muito associado frenquentemente a formação escolar assim tem a tendência de restringir a ciência em algumas áreas da vida, por conta disso, torna-se algo limitante. Uma coisa extremamente errada, pois de forma alguma a ciência e o conhecimento cientifico se torna limitante. Diante da má compreensão existente, é normal aparecer argumentos que dizem que a ciência tira a beleza do universo. Mas para assumir uma visão bonita sobre a ciência e o universo, temos que desmistificar a falsa visão da ciência associada a coisas chatas, como separação em sala de aula, coisas chatas da vida profissional, etc. Sendo assim podemos ver mais beleza na ciência e no conhecimento, do que em uma pintura iluminista. Um cientista tem que fazer exercícios diários de citicismo, algo paradoxal e difícil, mas importante e necessário, uma visão cética nos traz menos preconceito, mais tolerância, religiosa ou politica, maior diálogo e compreensão.
Conclusão
Esse primeiro capítulo nos mostrou como a quantidade de informações sobre o conhecimento cientifico é escassa. Também mostrou que acreditamos no que queremos, e como o pensamento cientifico deve se manter cético para conseguir ir além.
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oteosofoiniciante · 3 years
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03 de Janeiro de 2021 às 00:04 – Cuiabá-MT
Desde criança sou alguém "estranho", meus pais, avós, tios e professores nunca puderam me entender. Sempre fui considerado, no mínimo, excêntrico e ao longo da vida ganhei diversos adjetivos, alguns palatáveis e outros um tanto quanto cruéis. Na infância sempre fui uma criança quieta e tímida, mas muito curiosa: desde a mais tenra idade carregava um universo de perguntas e um espanto angustiante ante os mistérios da vida. Lembro-me que tudo começou aos 04 anos de idade, quando fui ao velório de um desconhecido - sim, me lembro com detalhes - acompanhado de minha avó materna. Ao ver o corpo daquele senhor inerte, perguntei a minha querida avó por quanto tempo ele ficaria ali deitado, dormindo, enquanto os outros o observavam. Então, após uma longa explicação de que tal homem não dormia, mas estava morto, descobri que não éramos eternos e que não iríamos viver pelos séculos neste corpo evanescente. Daí em diante, a incógnita da morte fixou-se em minha mente juvenil tal como um espectro lúgubre e mudo que, para minha futura libertação, me perseguiria irresolutamente, infatigavelmente, até os 22 anos; daí em diante, iniciou-se a minha longa e angustiante caminhada em busca de respostas: por qual razão morremos? Se todos vamos morrer, então qual é o sentido da vida? Há algum objetivo ou fim a se alcançar que não seja meramente passageiro? Estamos entregues ao acaso e o universo é filho da coincidência? O que há depois da morte? Há um Deus? Há um céu e recompensas? Há um inferno e castigos?
Assim dizem meus pais, que por volta dos 06 anos fui levado ao psicólogo várias vezes, pois achavam-me muito “incomum” e que cultivava gostos um tanto macabros para garotos da minha idade. Lembro-me de passar tardes inteiras pesquisando sobre múmias egípcias, métodos de mumificação, nome e aparência de deidades, hieróglifos e símbolos funerários. Cheguei a fazer minha avó paterna comprar enciclopédias sobre egiptologia e a levar-me à uma exposição de múmias e artefatos antigos. O Egito e a sua magia enchiam-me o coração de alegria e ao mesmo tempo instigavam-me a querer saber sempre mais sobre a morte, sua passagem e o além-túmulo.
 Houve um episódio em que cheguei a ser expulso da casa de um vizinho, pois ao longo de vários dias atrapalhei sua noite de descanso com o choro de pavor dos filhos atormentados pelas imagens de múmias egípcias já ressecadas e escuras há séculos pelo trabalho do tempo. Obviamente, eu não o fazia por maldade, só queria mostrar aquele mundo mágico e cheio de mistérios para as outras crianças. Eu não podia saber, naquela idade, que aquilo que era tão normal para mim, era, na verdade, perturbador até mesmo para os mais velhos.
Daí em diante, as coisas continuaram a acontecer de forma pouco comum. Transcorri os anos enxergando sombras e espectros me encarando de longe; de madrugada, vendo figuras negras de capas vermelhas e pretas de pé ao lado da TV – houve uma noite em que minha irmã, ao acordar, pôde enxergar exatamente a mesma figura usando cartola vermelha e capa preta; sentindo a opressão ou a leveza dos ambientes com os quais eu me relacionava. Tudo durou até mais ou menos os 10 anos de idade, depois disso tive uma vida relativamente “comum”.
Fiz todo esse trajeto buscando respostas relacionando-me com a religião dos cristãos protestantes. Tanto que os 15 anos fui aceito como aspirante ao Sagrado Ministério e antes de completar 16 fui enviado para o Seminário em São Paulo, onde a angústia, a loucura, a ansiedade, a depressão e o desespero perseguiram-me do começo ao fim, pois do mesmo modo como os cristãos são bons para colocar perguntas sempre novas, são também brilhantes para fugir das respostas mais coerentes e conviver com as quimeras do supralapsarianismo e predestinação.
Louco de desespero e medo, diante das incoerências teológicas dos teístas, fui obrigado a abandonar o seminário e, por honestidade e coerência, a deixar a igreja e o Deus cristão. Assim, tornei-me ateu, pois vasculhando o universo cristão não pude encontrar respostas, apenas mentiras e ilusões.
Ao retornar do Seminário permaneci por dois anos tentando me recuperar da depressão e ansiedade. Tomei todos os tipos de remédio, fiz uma dúzia de tratamentos e ao mesmo tempo mergulhei sem medo nas profundezas do ceticismo e do materialismo. Em meio ao álcool, drogas e noitadas li desesperadamente todos os títulos relacionados à divulgação científica em física, astronomia, cosmologia e biologia. Ao mesmo tempo devorei Schopenhauer, Nietzsche, Camus e Kierkegaard e no meio de todo esse redemoinho de informações eu me afundei mais e mais até desejar a morte, a loucura e a miséria total. Encontrei um abrigo muito frágil, mas que me foi suficiente para não deixar a vida. A literatura brasileira, os romances e clássicos de vários países, as fantasias, os contos de horror, a poesia e, marcando o começo de um novo ciclo, Marx.
Assim, tornei-me não somente um ateu, mas diante da grandeza estupenda do Marxismo, encontrei uma vez mais um sentido para a vida que não fosse o nada, tornei-me materialista histórico-dialético. Então, iniciou-se mais uma longa caminhada de estudos: não escapou-me um só livro de Marx e Engels, assim como li boa parte das obras de Lênin, Gramsci, Trotsky e etc.
Depois de se passar um longo período de imersão no Marxismo, voltei à tona com várias perguntas, uma dúzia de desconfianças e algumas certezas, sendo uma delas de que a base metafísica do marxismo era falha. No entanto, ao invés de abandonar o barco depois de descobrir o seu furo, o que é do meu feitio, decidi por continuar ali forçando-me a aceitar tudo como se fosse verdade absoluta. Afinal, precisava de um bom tempo para me recuperar de mais uma desilusão até ter forças para quebrar, desde as bases, tudo o que eu considerava ser real para, só então, recomeçar minha empreitada do zero.
Nos bastidores de tudo isso, estudei e participei de várias religiões no intuito de encontrar alguma coisa nelas que me desse alguma pista, mas em todas as tentativas frustrei-me ainda mais e apeguei-me, por isso, com mais força ao materialismo. Não satisfeito, mesmo com um olho no marxismo e outro na filosofia, deixei de lado “O Capital” e dediquei-me ao estudo frenético da metafisica antiga.
Ao encontrar uma nova base para reconstruir o meu “mundo”, tive coragem suficiente para abandonar aos poucos toda a parafernália vermelha e dar um salto metafísico – tendo por base os ombros de Platão e Aristóteles. Mirei no BEM platônico e acertei o cerne da teosofia, Helena P. Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica e “portadora” do conhecimento oculto no mundo ocidental.
Daí em diante encontrei todas as respostas para as perguntas que me perseguiram durante a vida e, mesmo ganhando mais uma centena de dúvidas, sigo tendo a certeza de que um dia poderei resolvê-las, uma vez que agora assento-me sobre uma base indestrutível que perdurará pelos séculos dos séculos.
Muitos podem pensar que depois de todo esse vai e vem agora me encontro em absoluto conforto no braços do Ocultismo. Ora, engana-se o pobre homem que pensar assim, pois se há um “lugar” em que não há conforto, este lugar é a teosofia. Isso não quer dizer que vivo em constante perturbação, angústia, desespero e medo da morte, não! Livrei-me de tudo isso e agora posso dedicar-me verdadeiramente à busca pela Verdade.
Por outro lado, novos desafios surgiram no horizonte do Absoluto e todos eles estão impregnados pelo auto sacrifício, extrema disciplina, pureza, ascetismo, renúncia e profundo altruísmo. Dia após dia uma nova questão apresenta-se diante de mim imperiosa e frenética, louca para ser resolvida. Tenho passado por dificuldades monstruosas e dilemas que me tiram o sono.
Fica para amanhã...
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Resenha~~ O CEMITÉRIO - Stephen King
   Quando comecei a pesquisar sobre Stephen King, quase todos blogueiros e youtubers indicavam O Cemitério para começar a ler o Rei do Terror. E meu primeiro contato com o autor me fez entender o porquê de ser tão adorado e reconhecido. Nesse livro, vamos conhecer a narrativa macabra e sombria a qual King nos envolve. Não só a história me encantou, mas também sua escrita. A mesma história contada com outras palavras não soaria tão perturbadora quanto soou.
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  Sinopse  
   Louis Creed se muda com sua esposa, Rachel, e seus dois filhos, Ellie e Cage. No território de sua nova casa, o médico vai encontrar uma trilha que abre caminho para um cemitério de bichos, onde as crianças que moram e moraram nas redondezas desta cidadezinha pacata enterravam seus animais de estimação com túmulos improvisados, muitas vezes mortos por caminhões da rodovia com marcante presença na história.
   O gato de sua filha morre atropelado na famigerada rodovia. Ao enterrá-lo, não demora muito para que Church apareça vivo de repente, sendo vivo uma palavra muito forte para descrever sue estado. A partir daí amigo e vizinho de Louis, Crandall revela um outro lado do cemitério, um lado perigoso, corrompido pelo mal.
   “ O solo do coração de um homem é mais empedernido..., como o solo no velho cemitério micmac. Mas um homem planat o que pode.. e cuida do que plantou”
  Impressões do Livro   
   A morte estará constantemente presente no livro. Isso não surpreende depois que lemos o titulo, realmente. Todos os personagens terão uma relação própria com a morte, cada personagem a trata de maneira diferente, seja com normalidade ou com repulsa e medo; de um médico até uma mulher com um grande trauma. Veremos isso nos questionamentos que Ellie faz aos pais ou nos vizinhos idosos que já naturalizaram o inevitável. Quando alguém querido morre é difícil se conformar, e com a oportunidade de revivê-los, os recursos podem ser bem tentadores; até descobrir que é melhor aceitar o fim do que já passou.
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   Até a metade do livro, Stephen King estará nos apresentando a vida dos Creed, nos situando naquele meio, e nos levará a conhecer a fundo os personagens; nos aproximamos deles e observamos como o terror irá afetar a família. De início a história é lenta, e por certo momento tudo parece estar bem. MAS você, meu caro leitor, sabe que nada está bem. Cercando os momentos felizes e rotineiros, estamos sempre com a sensação de que algo está errado, de que algo ruim irá acontecer. A construção dessa atmosfera mórbida se deve a discretos elementos que será precisamente espalhado pela história; sejam eles descrições um tanto bizarras, medos e desconfianças de Louis. Mas um dos elementos que mais me chamou atenção foi o conhecimento em medicina do narrador.
   “Alguma coisa o despertou muito mais tarde, uma pancada suficientemente alta para fazê-lo se sentar na cama, achando que Ellie podia ter caído ou o berço de Cage desabado. Mas a lua saiu de trás de uma nuvem, inundou o quarto com uma luz branca, fria, e ele viu Victor Pascow de pé no vão da porta. A pancada fora de Pascow abrindo de repente a porta.”
   Louis é um médico cético, o melhor que haveria para narrar uma história sobrenatural, não é mesmo? Lendo o livro, perceberá como a formação médica irá contribuir para a narrativa, com pensamentos técnicos e macabros que vem a sua mente culta. Seu conhecimento sobre o corpo e a mente pode alivia-lo ou amedronta-lo; e quando os acontecimentos contradizem seu ceticismo, a falta de resposta e explicações cientificas o apavora.
   “O que está havendo?, ele se perguntou, confuso e assustado. O coração disparava, o couro cabeludo parecia gélido e subitamente pequeno demais para cobrir o crânio; podia sentir a onda repentina de adrenalina avançando por trás dos olhos. Os olhos realmente se arregalam quando o medo é extremo, ele sabia; não apenas se dilatam, mas se tornam salientes. Que diabo é isto? Fantasmas? Meu Deus, parece que alguma coisa realmente roçou em mim neste corredor, uma coisa que eu quase vi”
   Depois de certo ponto é impossível abandonar a leitura. Quando o sobrenatural começa a moldar o destino dos personagens, cria-se uma tensão insuportável ao vê-los tentando vencer as forças desconhecidas que atuam contra eles, forças que irão testar a sanidade e a persistência deles. E o que são essas forças? Ninguém sabe. Só sei que minhas unhas foram roídas até a raiz.
   “É seu lugar, um lugar secreto. Ele pertence a você e você pertence a ele.[...] O que você pretende fazer mais tarde, Louis, quando o vento soprar com força no meio da noite e a lua estender um caminho branco através dos bosques até aquele lugar?”
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rpmtrevo-blog · 4 years
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Trabalho de Geografia/Sociologia/Filosofia Colégio Trevo 1°EM B
Filosofia
A Grécia que se deu a mais ou menos 2600 anos atrás da região da Junia, o império grego ele tinha se espalhado pelo pelo Mar Mediterrâneo pelo mar Egeu então e até por parte ali da Península Itálica então a gente não tem uma referência muito certa do que seria a Grécia naquela época sem dispensar a Grécia de hoje esses pensadores da Júnia eles estavam fazendo pela primeira vez no ocidente uma busca racional pela or virgem de todo universo pela origem de todo o mundo toda a Constituição de tudo em contraposição aos mitos as mitologias por isso o que eles estavam fazendo era chamado de cosmologia o nome desse primeiro período da filosofia antiga gente era pré-socrático ou cosmológico tá porque a gente tá falando de pensadores aqui do lado o início de tudo anteriores a Sócrates a gente vai ver daqui a pouco Por que Sócrates marca filosofia antiga e na que a gente tem pensadores como Tales.
 Tales de Mileto primeiro filósofo anaximandro anaxímenes e Pitágoras de Samos entre outros segundo período da filosofia antiga, o período chamado período socrático ou antropológico tá aqui entra em cena a figura de Sócrates que ele vai operar uma mudança que estava sendo feito na sua filosofia até então, Sócrates vai introduzir questões humanos relacionadas a vida do ser humano e as marcas que o ser humano deixa no mundo portanto há uma mudança completa de foco, aquele foco que antes estava na entender a origem de tudo, agora é entender o que o ser humano fez a partir desse universo, o seu discípulo Platão, ele vai deixar os escritos sobre Sócrates no chamados diálogo socráticos para posteridade e vai desenvolver mais algumas teorias em relação por exemplo conhecimento na teoria do conhecimento de Platão que distingue ali um mundo material de um mundo imaterial no mundo material ele seria imperfeito mundo em material super sensível seria perfeito e etc. O que chamou de mundo das ideias e Aristóteles que foi discípulo de Platão, ele faz ali uma espécie de sistematização geral e de classificação da filosofia desenvolvida.
 A doxa é a opinião, o nível de conhecimento que fica na superficialidade, não se preocupando em determinar como as coisas são nelas mesmas, e sim apenas perpetuar discursos que passam de geração em geração.
Já a episteme é o conhecimento, é a "crença verdadeira justificada". Baseia-se não na tradição, no "ouvir dizer" ou na superfície, e sim em um raciocínio de caráter reflexivo, que rejeita tudo aquilo que não for demonstrado e demonstrável. Ela está no fundamento de todo conhecimento científico.
A Teoria das Ideias ou Teoria das Formas é um conjunto de conceitos filosóficos criado por Platão, na Grécia Antiga. Esta teoria declara que a realidade mais fundamental é composta de ideias ou formas abstratas, mas substanciais. Para ele estas ideias ou formas são os únicos objetos capazes de oferecer verdadeiro conhecimento. A teoria foi desenvolvida em vários de seus diálogos como uma tentativa de resolver o problema dos universais. Os filósofos pré-socráticos, desde Tales, notaram que a aparência das coisas mudava e começaram a se perguntar o que a coisa que muda realmente é. A resposta é: substância - aquilo que permanece, mesmo na mudança, seria a coisa realmente existente. Então, o conceito de aparência foi questionado: o que seria a forma e como estaria relacionada com a substância?
Platão usa outras palavras para designar aquilo que é tradicionalmente chamado forma ou ideia: idéa, morphē, eîdos e parádeigma, além de génos, phýsis e ousía. Segundo a teoria platônica, as formas (ou ideias), que são abstratas, não materiais, eternas e imutáveis, é que seriam dotadas do maior grau de realidade - e não o mundo material, mutável, conhecido por nós através das sensações. As formas ou essências das coisas seriam independentes dos objetos comuns - cujo ser e cujas propriedades participariam das essências, porém não grau inferior. Platão fala dessas entidades através dos personagens dos seus diálogos (sobretudo Sócrates), os quais algumas vezes sugerem que somente o estudo das formas poderia levar ao conhecimento verdadeiro. Platão também se refere às formas em A República, quando propõe uma possível solução para o problema dos universais.
 Para Aristóteles, as ciências são a busca das causas e princípios primeiros da realidade com um fim em si mesma. Isso significa que o homem busca esse tipo de saber para aperfeiçoar seu raciocínio e sua alma, não para algum fim ou com utilidade (em vista de). É a busca do universal. Então, como Aristóteles classificas as ciências:
Ciências produtivas – que visam à fabricação de algum utensílio (p.ex.: sapatos, roupas, vasos, etc.);
Ciências práticas – que usam o saber para uma ação ou com a finalidade moral (ética e política);
Ciências teoréticas – que buscam o saber pelo saber, independente de um fim ou utilidade (metafísica, física, matemática e psicologia).
A abstração é a operação mediante a qual alguma coisa é escolhida como objeto de percepção, atenção, observação, consideração, pesquisa, estudo, etc. É isolada de outras coisas com que está numa relação maior. Ela é inerente a qualquer procedimento cognitivo. Segundo Aristóteles, o processo todo do conhecimento pode ser descrito com ela; sendo que Tomás de Aquino reduz todo o conhecimento intelectual à operação de abstrações. O homem cria por abstração.
É o ato de separar mentalmente um ou mais elementos de uma totalidade complexa (coisa, representação, fato), os quais só mentalmente podem subsistir fora dessa totalidade
O ceticismo é caracterizado, acima de tudo, pela dúvida e pela desconfiança em relação à capacidade humana de conhecer as coisas como elas são nelas mesmas, fundamentando-se em uma dúvida total que rejeita tudo aquilo que não pode ser afirmado acima de quaisquer suspeitas.
Já o neoplatonismo, defendido por filósofos como Aquino, resgatava o platonismo, a divisão em dois mundos e o associava às perspectivas cristãs de bom e mal, puro e impuro.
Sempre almejando a sabedoria e mais ainda a verdade, Agostinho de Hipona passou por diversas experiências filosóficas, desde seu materialismo racionalista, passando pelo ceticismo, até sua substituição por uma concepção espiritualista. Porém, nunca negou a existência de Deus. Estas experiências fizeram com que o filósofo cristão amadurecesse bastante, inclusive no que diz respeito às Sagradas Escrituras, que passou a compreender de forma mais significativa e profunda.
Em princípio, Agostinho havia se integrado à seita Maniqueísta, uma doutrina persa que pregava a existência de dois polos equivalentes e em permanente luta no universo: o Bem e o Mal. Perceba que segundo esse modo de pensar, além de existirem, isto é, possuírem realidades concretas, esses elementos têm o mesmo valor ou a mesma força. Assim, os cristãos representavam os adeptos do Bem e os pagãos e bárbaros, os do Mal.
No entanto, foi no neoplatonismo que Agostinho percebeu a existência das coisas incorpóreas, reorientando sua busca em um sentido transcendente. Segundo interpretações de Platão, o Mal não existe enquanto entidade, só o Bem como ideia ontológica por excelência. O Mal não é uma realidade, é um juízo e uma ação errôneos por ignorância. A partir daí, Agostinho verificou que todas as coisas são boas, porque são obras de Deus e que o Mal é culpa da forma como utilizamos o livre arbítrio. Mas verificou também que todos buscam a felicidade e o Bem (pensamentos semelhantes aos de Sócrates!). Eis, então, o problema: como reconhecer o Bem e a felicidade? Agostinho constatou, pois, que a felicidade somente se encontra em Deus, o Bem Supremo, e que nós temos esse conhecimento em nosso íntimo, de forma confusa.
Desse modo, Agostinho estabelece uma ordem de perfeição, uma graduação ou distinção dos seres para alcançar esse conhecimento que nos levaria a uma vida beata. O corpo é mortal e a alma é seu princípio de vida. Esta distinção vai dos seres inanimados e passa pelos vegetais, animais até o homem. Mas não termina aqui. Acima da razão (do homem) ainda há verdades que não dependem da subjetividade, pois suas leis são universais e necessárias: as matemáticas, a estética e a moral. Só acima destas está Deus, que as cria, ordena e possibilita o seu conhecimento, que deve, agora, ser buscado na interioridade do homem.
A filosofia islâmica ou árabe faz parte dos chamados "estudos islâmicos". Os filósofos desse ramo buscam alcançar uma harmonia entre os ensinamentos religiosos do Islão e a razão. De um ponto de vista Ocidental, a filosofia islâmica teve o grande mérito de despertar a renovação filosófica da cultura medieval.
Avicena (Bucara, 980 — Hamadã, 1037) foi um célebre filósofo e médico persa da Idade Média. Avicena foi o maior filósofo islâmico do período. Elaborou um vasto sistema filosófico, continuando a tradição aristotélico-platônica de Alquindi e Alfarábi - este último, o mais antigo e conhecido entre os filósofos islâmicos do século X.
Pressupondo a unidade da filosofia, Avicena procurou conciliar as doutrinas de Platão e Aristóteles. Utilizou-se das ideias aristotélicas para provar a existência de Deus, alegando que, Nele, existência e essência são iguais: Deus é igual à sua essência e fonte do ser de outras coisas.
Sua influência no Oriente não foi duradoura devido à oposição dos teólogos ortodoxos. No Ocidente, contudo, Avicena foi decisivo para a difusão do pensamento de Aristóteles nos séculos XII e XIII, tendo influenciado filósofos posteriores, como Duns Scotus, Alberto Magno e Tomás de Aquino, que nutriam grande admiração por ele.
Averróis (Córdoba, 1126 — Marraquexe, 1198) foi um filósofo, médico e polímata muçulmano andalusino. Membro de uma família de juristas, estudou medicina e filosofia. É um dos maiores conhecedores e comentaristas de Aristóteles. Aliás, o próprio Aristóteles foi redescoberto na Europa graças aos árabes, e os comentários de Averróis muito contribuíram para a recepção do pensamento aristotélico. Averróis também se ocupou com astronomia e direito canônico muçulmano.
Sua filosofia é um misto de aristotelismo com algumas nuanças platônicas. A influência aristotélica se revela em sua ideia da existência do mundo de modo independente de Deus (ambos são coeternos) e de que também não existe providência divina. Já seu platonismo aparece em sua concepção de que a inteligência, fora dos seres, existe como unidade impessoal.
Tomás de Aquino, em italiano Tommaso d'Aquino (Roccasecca, 1225 – Fossanova, 7 de março de 1274), foi um frade católico da Ordem dos Pregadores (dominicano) italiano cujas obras tiveram enorme influência na teologia e na filosofia, principalmente na tradição conhecida como Escolástica, e que, por isso, é conhecido como "Doctor Angelicus", "Doctor Communis" e "Doctor Universalis". "Aquino" é uma referência ao condado de Aquino, uma região que foi propriedade de sua família até 1137.
Ele foi o mais importante proponente clássico da teologia natural e o pai do tomismo. Sua influência no pensamento ocidental é considerável e muito da filosofia moderna foi concebida como desenvolvimento ou oposição de suas ideias, particularmente na ética, lei natural, metafísica e teoria política. Ao contrário de muitas correntes da Igreja na época, Tomás abraçou as ideias de Aristóteles - a quem ele se referia como "o Filósofo" - e tentou sintetizar a filosofia aristotélica com os princípios do cristianismo. As obras mais conhecidas de Tomás são a "Suma Teológica" (em latim: Summa Theologiae) e a "Suma contra os Gentios" (Summa contra Gentiles). Seus comentários sobre as Escrituras e sobre Aristóteles também são parte importante de seu corpus literário. Além disso, Tomás se distingue por seus hinos eucarísticos, que ainda hoje fazem parte da liturgia da Igreja.
Tomás é venerado como santo pela Igreja Católica e é tido como o professor modelo para os que estudam para o sacerdócio por ter atingido a expressão máxima tanto da razão natural quanto da teologia especulativa. O estudo de suas obras há muito tempo tem sido o cerne do programa de estudos obrigatórios para os que buscam as ordens sagradas (como padres e diáconos) e também para os que se dedicam à formação religiosa em disciplinas como filosofia católica, teologia, história, liturgia e direito canônico. Tomás foi também proclamado Doutor da Igreja por Pio V em 1568. Sobre ele, declarou Bento XV.
  Sociologia
 Processo de socialização
 O questionamento sobre o que é necessário para vivermos em sociedade foi e ainda é objeto de reflexões da Sociologia, da Filosofia, da Antropologia e da Psicologia. Embora seja um tema muito debatido, não há uma resposta fácil à questão da preponderância do aspecto biológico ou do aspecto cultural no modo como os seres humanos vivem socialmente. Será que o ser humano é apenas mais um organismo vivo predeterminado biologicamente, desenvolvendo-se ao longo de sua vida sem significativas mudanças advindas de estímulos sociais externos? Ou será que a caracterização de sua personalidade é muito mais influenciada por questões psicológicas, sociais e culturais?
 Apesar de nascermos com capacidades cognitivas e sociais prévias, não necessariamente vamos desenvolvê-las, pois, para aprendermos a viver em sociedade, é preciso a interação com outros indivíduos. As capacidades cognitivas referem-se ao potencial que o indivíduo tem de conhecer o ambiente que o cerca com base em suas próprias experiências, ou seja, apreender o mundo, resolver problemas, identificar e classificar objetos e conceitos abstratos. Já as capacidades sociais referem-se ao potencial que os seres humanos têm de interagir com os demais, assimilar as regras de convivência e se adaptar à vida em sociedade.
 Isso quer dizer que, embora tenhamos a capacidade de nos adaptar à sociedade, necessitamos desenvolver tal potencial ao longo de nossa vida, de forma gradativa, por meio da incorporação de práticas e costumes do grupo social em que estamos inseridos. Assim, é possível dizer que, na formação da identidade do indivíduo, existe a cooperação mútua entre os aspectos biológico e social.
 Instituições sociais
 Em meio ao processo de socialização, diversas instituições sociais (ver Conceitos sociológicos) atuam estabelecendo modelos e referências de comportamento para os indivíduos, tais como a família, a escola, o trabalho, a religião e a mídia. Os ambientes em que estamos inseridos desde nossa mais tenra idade influenciam nossa maneira de ver o mundo. Familiares, amigos, vizinhos, professores, colegas de trabalho e meios de comunicação – como a televisão e a internet – são importantes agentes no processo de socialização dos indivíduos, pois se constituem como o meio de transmissão social de valores, modos de vida, regras sociais, papéis sociais (ver Conceitos sociológicos) e modelos de comportamento.
 Para Durkheim, o termo educação não se refere apenas à assimilação de conhecimentos formais realizados por meio da instituição escolar. A educação tem um aspecto mais abrangente, incluindo a assimilação de hábitos, normas de conduta, formas de agir, de pensar e de sentir, inseridos desde a infância até o final da vida adulta.
 Em nossa sociedade, a socialização opera-se inicialmente na família, passa a ser sistematizada na escola e, posteriormente, na universidade e no mercado de trabalho. É pelo processo de socialização que o “ser individual” se transforma em “ser social”. Os processos contínuos de socialização, que são em essência educativos, podem ser divididos em duas fases distintas: socialização primária e socialização secundária.
   Socialização primária
 De modo geral, a família é o primeiro agente responsável por inserir a criança no meio social. A socialização primária é aquela que ocorre ainda na infância, e é por meio dela que o indivíduo se torna membro da sociedade. Nesse contexto, a família é o principal agente da socialização primária, uma vez que, em geral, se encarrega da proteção e da educação da criança.
 Para o indivíduo, a socialização primária tem valor mais relevante, pois corresponde à estrutura básica de formação do ser social. Pais e familiares buscam inicialmente desenvolver na criança determinados hábitos e padrões de comportamento que representem os modos considerados socialmente adequados de agir, andar, alimentar-se, vestir-se e falar. A socialização primária corresponde, portanto, ao primeiro mundo do indivíduo, no qual ele é adaptado ao contexto social em que vive.
 Um bom exemplo da influência da família na delimitação dos futuros papéis sociais dos indivíduos refere-se às carreiras profissionais. É comum os filhos seguirem a profissão dos pais ou da família, principalmente quando se trata de áreas como Medicina, Direito e Engenharia.
 Nas questões de gênero, também é possível identificar, com clareza, essas formas de socialização como maneiras de diferenciação social entre os indivíduos. Nas brincadeiras infantis, por exemplo, há, geralmente, expectativas quanto aos papéis sociais do gênero masculino ou feminino.  
 Socialização secundária    
 Corresponde ao processo subsequente à socialização primária e introduz um indivíduo já socializado em novas experiências e interações sociais para além dos vínculos familiares. Como é frequente em nossa sociedade que a criança seja inserida desde muito cedo na escola, muitas vezes, a socialização secundária pode ocorrer paralelamente à socialização primária. Além disso, constata-se a existência de outros agentes de socialização na formação do indivíduo, tais como os amigos, os meios de comunicação, os clubes e as associações esportivas ou culturais, as comunidades religiosas e o ambiente de trabalho.
 A socialização secundária se constrói cotidianamente, conforme os indivíduos transitam pelas instituições sociais que compõem a sociedade e adquirem novos papéis sociais. Assim, os diversos aspectos dessa socialização são essenciais para a formação da identidade do indivíduo, modificando sua auto percepção e seu relacionamento com os demais.
 Instituição escolar na formação dos indivíduos
 Em nossa sociedade, a escola é, sem dúvida, a principal instituição social responsável pela socialização secundária dos indivíduos. Nos últimos anos, verificou-se o aumento do número de pessoas que frequentam instituições escolares nas sociedades modernas, processo denominado universalização do ensino.
  Trabalho e socialização
 O trabalho assume uma dimensão socializadora na medida em que estabelece oportunidades diárias de interação social e de construção das identidades profissionais. Os indivíduos passam a se inserir profissionalmente em determinados espaços de trabalho, como órgãos estatais, escritórios, indústrias e comércio, que se caracterizam pelas interações sociais especializadas e cotidianas.
 Papel das mídias na formação dos indivíduos
 As mídias são todas as instituições sociais que representam os meios de comunicação de massa das sociedades modernas. Trata-se do conjunto de mídias escritas (jornais, revistas, etc.), digitais (internet e suas redes sociais), televisivas, radiofônicas, cinematográficas e teatrais. O conjunto dessas estruturas de comunicação de massa representa as mídias como instituição de socialização cultural em virtude de seus efeitos e de sua atuação na mentalidade dos indivíduos.
Instituição religiosa na socialização
 As religiões são um sistema de crenças e práticas relacionadas àquilo que é sagrado, místico e divino, das quais são derivadas determinadas representações, normas e comportamentos morais. As religiões têm um potencial socializador ao darem significados que não se limitam às barreiras científicas, mas abrangem aspectos emocionais e subjetivos. Abordam temas que não se explicam apenas pela razão, mas que necessitam de uma expressão de fé por parte dos devotos ou seguidores. Estão providas de símbolos, práticas e crenças compartilhados socialmente e que passam a ser interiorizados pelos indivíduos em suas ações cotidianas.
 Origens da escola tradicional
A educação é um conceito amplo e envolve o modo como os indivíduos são integrados à sociedade pelas gerações adultas. Ao longo dos séculos XVIII e XIX, a escola surge como instituição na qual são postos em prática alguns aspectos discutidos nas ciências da educação. Ao contrário da educação realizada no âmbito da família, a escola tradicional se diferencia por sua intervenção voltada à formação dos indivíduos com base no fornecimento de determinadas competências cognitivas, sociais, morais e físicas.
 A instituição escolar correspondente ao modelo atual é fruto de diversas transformações sociais. Historicamente, a ascensão da burguesia e a consolidação do movimento iluminista modificaram o ideal educativo do ser humano. Conforme ocorria a modificação estrutural da sociedade e a divisão do trabalho social se tornava ainda mais complexa, havia a necessidade de modificar o modelo educacional das novas gerações a fim de transmitir conhecimentos mais sofisticados.
 Portanto, observa-se, desde o início do Iluminismo, uma contradição em torno da questão da educação: era necessário educar o povo, mas não demasiadamente, de modo que pudesse se emancipar. Para se constituir em instituição formadora de cidadãos úteis ao sistema produtivo, a escola deveria estar ao alcance de todos. Assim, os iluministas passaram a defender a escola gratuita, organizada pela ação estatal, laica e universal.
 Desse modo, a instituição escolar criada após as revoluções industriais e burguesas dos séculos XVII e XVIII tinha por objetivo estabelecer um método geral e sistematizado de educação de crianças e adolescentes, com objetivos e procedimentos previamente definidos. Assim, as crianças e os adolescentes eram classificados com base em sua faixa etária, submetidos a um programa de ensino e a métodos avaliativos previamente definidos pelos profissionais da educação. Enquanto o programa de ensino. Ou currículo define as competências e os conhecimentos correspondentes às faixas etárias dos alunos, os métodos avaliativos permitem mensurar o grau de aprendizado deles.
 Transformações sociais e tecnológicas na cultura escolar
 A concepção de escola tradicional correspondia a uma instituição socializadora que agia no sentido de moldar os indivíduos de acordo com os parâmetros sociais preestabelecidos. As instituições escolares estiveram, por um longo período, voltadas à formação dos indivíduos conforme os valores e as práticas disseminados socialmente, visando à manutenção da ordem social estabelecida, bem como das desigualdades sociais. Assim, durante todo o século XIX e parte do século XX, a escola esteve voltada primordialmente à formação da classe trabalhadora, criando nos indivíduos formas de pensar e agir que estivessem em conformidade com o sistema produtivo industrial.
 Com o passar do tempo e as contínuas transformações sociais, tal modelo de escola, voltado unicamente à formação da classe trabalhadora, passou a ser contestado por educadores, sociólogos e teóricos da educação. Assim, a escola acabou perdendo a dimensão de instituição disciplinar e autoritária, que não respeitava as particularidades nem os conhecimentos dos alunos, e começou a assumir a função de instituição voltada à formação de cidadãos autônomos. A escola passou a aproximar a teoria da prática e se adaptou aos novos tempos, tornando-se mais democrática e menos impositiva e/ou autoritária.
 Por esse motivo, as escolas têm passado por uma série de reformulações curriculares. Muitas delas adotaram métodos centrados no aprendizado dos alunos, instigando a participação ainda mais ativa desses sujeitos e desenvolvendo suas habilidades individuais. A escola que antes visava padronizar e disciplinar os alunos passou a ser repensada como instituição responsável por fornecer uma formação integral e problematizadora. A própria noção de socialização na escola, que anteriormente implicava a interiorização passiva de regras e condutas, foi modificada e agora é entendida como um processo no qual o indivíduo tem uma postura ativa.
 A escola na formação dos indivíduos
 A escola foi inicialmente projetada para massificar os alunos, ou seja, padronizar os modos de agir e pensar. Tal padronização era considerada necessária para a formação de indivíduos integrados à sociedade capitalista. Mas será que, em vez de reproduzir tão somente os valores e as regras sociais, a escola também pode ser espaço para a emancipação dos indivíduos? Ela é apenas uma instituição que visa manter a ordem dos indivíduos na sociedade ou também permite que eles desenvolvam habilidades para serem livres e autônomos em suas escolhas?
 Para responder a tais questões, é preciso fazer uma análise por diversos ângulos. Não existe uma função única e consensual da escola, por mais que esta corresponda aos interesses da sociedade em que se insere. Vivemos em uma sociedade repleta de contradições, que também são expressas na instituição escolar. Desse modo, a escola tanto pode representar a transformação da sociedade quanto ser o mero mecanismo de reprodução desta.
 Escola como mecanismo de reprodução das desigualdades sociais
 Pierre Bourdieu (1930-2002), sociólogo e filósofo francês, compreendia a escola como instituição a serviço da reprodução e da legitimação dos interesses das classes dominantes. Assim, não seria um espaço neutro, que visaria unicamente à transmissão de conhecimentos universais e hierarquicamente superiores. Pelo contrário, seria o mecanismo pelo qual as classes dominantes imporiam às classes dominadas os conteúdos considerados mais significativos. Essa concepção é denominada pelo autor de arbitrário cultural, ou seja, a seleção dos conteúdos a serem transmitidos aos alunos corresponde à cultura das classes dominantes.
 A cultura escolar, para ser reconhecida como legítima, deve transmitir a noção de neutralidade, para que alunos e professores não suspeitem dos interesses ocultos no currículo escolar. A cultura consagrada e transmitida pela escola não seria de fato superior a nenhuma outra, sendo apenas uma escolha arbitrária e, portanto, questionável. Em geral, a cultura das classes mais privilegiadas acaba por se impor diante das demais, assumindo o papel de cultura dominante.
 Na perspectiva de Pierre Bourdieu, a escola tenderia a ignorar a diferença existente entre os capitais culturais dos alunos, reproduzindo as desigualdades sociais. Imagine, por exemplo, um aluno do Ensino Fundamental que não tenha contato com qualquer cosa sobre o Egito Antigo, e outro que tenha acesso a todos os recursos necessários. Provavelmente, ao estudar o tema na aula de História, aquele aluno com conhecimentos prévios sobre o assunto, vai se expressar melhor a respeito do conteúdo, enquanto o aluno que não teve contato com nada não irá. Para ele, o conhecimento vai se apresentar, ainda mais distante da sua realidade do que para o colega.
 Escola: espaço de reprodução ou de emancipação social?
 É possível compreender a escola como espaço que permite o acesso aos conhecimentos legitimados, considerados socialmente relevantes, e que propicia a aquisição de diplomas e a inserção no mercado de trabalho. Ao contrário da crítica realizada por Pierre Bourdieu acerca das desigualdades sociais na escola, tal instituição também pode ser vista como responsável por transmitir aos alunos o acesso aos bens culturais. Desse modo, ao propiciar a aquisição de diplomas, muito provavelmente a escola também possibilitaria a mobilidade social dos indivíduos, uma vez que dá acesso a níveis mais elevados de escolaridade e, consequentemente, pode vir a aumentar a renda individual.
Quando nos referimos ao caráter socializador da instituição escolar, temos de compreender, para além da incorporação de hábitos e padrões de comportamento sociais, a relação com as pessoas à nossa volta e com aqueles que consideramos diferentes de nós.
 A escola é um espaço marcado tanto pela diferença quanto pela contradição. Vivemos em uma sociedade, por vezes, intolerante, preconceituosa e violenta em relação àqueles que fogem aos padrões de comportamento ou aos modos de aceitação social e temos a tendência de reproduzir as práticas sociais vivenciadas diretamente.  Obviamente, a escola, como instituição pertencente à sociedade, também é marcada pelos conflitos, pela reprodução de práticas discriminatórias, pela intolerância e, até mesmo, pela violência.
 Geografia
 Evolução do Sistema Solar iniciou-se há cerca de 4,568 x 109 anos com o colapso gravitacional de uma pequena parte de uma nuvem molecular. A maior parte da massa colapsada ficou no centro, formando o Sol, enquanto que o resto achatou, devido à força gravitacional, tornando-se num disco protoplanetário, que mais tarde viria a formar os planetas, luas, asteroides e outros corpos menores do sistema solar.
Esse modelo é conhecido por hipótese nebular e foi inicialmente desenvolvido no século XVIII por Emanuel Swedenborg, Immanuel Kant e Pierre Simon Laplace. O desenvolvimento desta teoria teve um grande impacto noutras disciplinas científicas, como a astronomia, física, geologia e planetologia. Desde o início da era espacial na década de 50 e da descoberta de exoplanetas na década de 90, o modelo têm sido testado e melhorado para que possa explicar as novas observações.
O Sistema Solar evoluiu bastante desde o momento da sua formação. Muitas das luas se formaram a partir de discos circulares de poeira e gás, à volta dos planetas parceiros, enquanto que outras se pensa terem-se formado de forma independente e, mais tarde, foram capturadas por planetas. Há ainda quem defenda a hipótese de que algumas luas, tal como a da Terra, Lua, se formaram a partir de um grande impacto. As colisões entre corpos têm sempre ocorrido até ao presente e foram fundamentais para a evolução do Sistema Solar. As posições dos planetas foram várias vezes deslocadas, tendo estes mudado de lugar. Pensa-se agora que esta migração planetária seja responsável por grande parte da evolução inicial do Sistema Solar.
Daqui a cerca de 5 mil milhões de anos, o Sol irá arrefecer e expandir-se até muitas vezes o seu diâmetro atual (tornando-se uma gigante vermelha), antes de perder para o espaço as suas camadas exteriores numa nebulosa planetária e de deixar para trás os restos estelares conhecidos por anã branca. Num futuro muito distante, a passagem de estrelas, por ação da gravidade, irá moldar a sequência de planetas em redor do Sol. Alguns dos planetas serão destruídos, outros ejetados para o espaço interestelar. Finalmente, passados bilhões de anos, é provável que se encontre o Sol sem um dos corpos originais a orbitá-lo.
O planeta Terra possui aproximadamente 4,6 bilhões de anos, o que pode ser considerado muito tempo, a depender do referencial. Para nós, seres humanos, esse tempo é quase que inimaginável, uma vez que nossa existência no mundo data de algumas centenas de milhares de anos. A invenção da escrita e a constituição das primeiras civilizações, por sua vez, são ainda mais recentes, iniciando-se há cerca de sete mil anos ou até menos.
Em razão dessa brutal diferença de tempo, torna-se importante estabelecer a distinção entre a escala de tempo geológico e a escala de tempo histórico. O tempo geológico refere-se ao processo de surgimento, formação e transformação do planeta Terra. O tempo histórico, por sua vez, faz referência ao surgimento das civilizações humanas e sua capacidade de comunicação escrita.
 Para se ter uma noção aproximada do quanto a existência do ser humano é um mero episódio recente no tempo geológico da Terra, utilizamos algumas analogias. Por exemplo, se toda a história do planeta fosse resumida nas vinte e quatro horas de um dia, a existência da humanidade teria ocorrido nos últimos três segundos desse mesmo dia. Por isso, quando falamos em uma formação de relevo geologicamente antiga, estamos dizendo que ela se formou há alguns poucos milhares de anos, provavelmente em uma das últimas eras geológicas.
Os minerais são substâncias encontradas na natureza, formados por uma composição química equilibrada, resultante de milhões de anos de processos inorgânicos (ação do calor, pressão, etc). Todos os minerais são sólidos, como feldspato, mica, quartzo. A água, apesar de ter fonte mineral, não é um minério, assim como o mercúrio (que é líquido em temperatura ambiente).
As rochas são formadas por dois ou mais minerais agrupados. Existem três classificações para as rochas, de acordo com a sua formação: magmáticas, sedimentares e metamórficas.
Rochas Magmáticas
As rochas magmáticas, ou ígneas, como também são chamadas, são formadas pelo magma solidificado expelido por vulcões, e ainda podem ser subdivididas em dois tipos: intrusivas e extrusivas;
Rochas magmáticas intrusivas
São as rochas formadas pelo magma que se solidificou em grandes profundidades. O granito é uma das variedades desse tipo de rocha. No Brasil, algumas serras são formadas de granito, como a da Mantiqueira, do Mar, e algumas serras do Planalto Residual Norte-Amazônico.
Rochas magmáticas extrusivas
São as rochas que são formadas pelo magma solidificado na superfície. Um exemplo de rocha extrusiva é o basalto.
Rochas Sedimentares
São formadas através da sedimentação de partículas de outras rochas existentes ou de materiais orgânicos. As rochas sedimentares podem ser divididas em três tipos: clásticas, orgânicas e químicas.
Clásticas
Também chamada de rochas sedimentares detríticas, são formadas por detritos de outras rochas antigas. Como exemplo de rocha clástica, existe o Arenito, Tilito, etc.
 Orgânicas
As rochas sedimentares orgânicas são formadas por restos de animais e vegetais mortos, que vão se acumulando em alguns locais, e através de grande pressão e temperatura, dão origem á rochas e minerais como calcário, carvão mineral, petróleo, etc.
Químicas
São formadas quando o líquido (água) onde os sedimentos de rocha estão dispersos, se torna saturado. As rochas químicas em geral formam cristais. Ex: calcita, aragonita, dolomita, estalactites e estalagmites.
Rochas Metamórficas
As rochas metamórficas são rochas que sofreram alterações na sua estrutura em decorrência de altas pressões e temperaturas. Exemplos de rochas metamórficas são o mármore, quartzito (de onde é extraído o quartzo), etc.
 A Terra é formada por três camadas:
Crosta terrestre: camada mais superficial, de estrutura relativamente fina e bastante rochosa.
Manto: localizada abaixo da crosta, apresenta propriedades sólidas.
Núcleo: camada mais interna e quente da Terra. Apresenta duas porções:
Núcleo externo: formado por níquel e ferro líquido.
Núcleo interno: também formado de níquel, mas com ferro sólido.
As camadas da Terra e suas respectivas proporções
 Crosta terrestre
A crosta terrestre é a parte mais externa da Terra, que envolve todo o planeta e onde vivemos. Essa camada é formada por rochas ricas em silício, magnésio e alumínio.
Essa camada apresenta de 0 a 40 km de espessura, variando entre os continentes e os oceanos.
A crosta é formada por grandes porções sólidas denominadas de placas tectônicas, que se movem lentamente sobre o manto terrestre.
A região denominada de Descontinuidade de Mohorovicic, divide a crosta do manto terrestre.
  Manto
O manto é a camada mais extensa, localizada abaixo da crosta da Terra. Ela é formada por diferentes tipos de rochas, como silício e magnésio, que permanecem em estado líquido como consequência do calor emanado pelo núcleo.
O manto é dividido em duas camadas: manto superior e manto inferior. O manto inferior permanece em elevadas temperaturas, atingindo até 2.000 º C. Ele pode chegar até 3 mil quilômetros de profundidade a partir da litosfera.
A litosfera, formada pela crosta terrestre e manto superior, tem pelo menos 70 quilômetros de espessura logo abaixo os continentes e quase 10 quilômetros na parte abaixo dos oceânicos.
Ela é dividida em grandes porções denominadas placas tectônicas que se movem lentamente sobre o manto terrestre.
As rochas da litosfera são divididas em rochas magmáticas ou ígneas, formadas pelo magma que se solidifica; rochas sedimentares, formadas pelas erosões e rochas metamórficas, que são formadas por rochas magmáticas e sedimentares.
A Descontinuidade de Gutenberg divide a região do manto e do núcleo.
Núcleo
O núcleo corresponde a quase um terço de toda a massa terrestre. É composto, principalmente, pelos metais ferro e níquel. Por isso, o núcleo também pode ser chamado de nife, devido a presença destes dois elementos químicos.
Essa camada é dividida em núcleo interno e externo. A temperatura do núcleo externo apresenta entre 2.900 a 5.100 km, é mais fluido e suas temperaturas variam entre 3.000º C e 3.800º C. O núcleo interno possui 5.100 a 6.370 km, sendo sólido.
Somente em 2013, os cientistas conseguiram precisar a temperatura no núcleo da Terra, que pode chegar a 6.000 ºC, a mesma que o Sol.
Segundo os cientistas, a temperatura do núcleo terrestre é tão alta que o ferro pode ser levado ao estado líquido. O material, contudo, volta para o estado sólido em decorrência da pressão, que o faz se agrupar novamente.
 Placas tectônicas são grandes blocos rochosos semirrígidos que compõem a crosta terrestre. A Terra divide-se em quatorze principais placas tectônicas, as quais se movimentam sobre o manto de forma lenta e contínua, podendo aproximar-se ou se afastar umas das outras.
A movimentação das placas resulta na formação de montanhas, fossas oceânicas, atividades vulcânicas, terremotos e tsunamis.
 Teoria das Placas Tectônicas
Em 1913, Alfred Wegener apresentou a Teoria da Deriva Continental, que afirma que, há milhões de anos, as massas de Terra formavam um único supercontinente, chamado Pangeia. Essa teoria foi confirmada por sua sucessora, a chamada Teoria das Placas Tectônicas.
A Teoria das Placas tectônicas parte do pressuposto de que a crosta terrestre está dividida em grandes blocos semirrígidos, ou seja, em placas que abrangem os continentes e o fundo oceânico. Essas placas movimentam-se sobre o magma, impulsionadas por forças vindas do no interior da Terra. Portanto, a superfície terrestre não é uma placa imóvel, como era falado no passado.
Principais placas tectônicas
O planeta Terra está dividido em 52 placas tectônicas, sendo 14 principais e 38 menores. Como exemplos de placas principais, podemos citar a Placa Sul-Americana, a Placa do Pacífico e a Placa Australiana. As menores podem ser exemplificadas pela Placa do Ande do Norte, Placa da Carolina e Placa das Marianas.
  Placa  tectônica
Localização
Placa  Sul-Americana
Abrange  a América do Sul e estende-se até a Dorsal Mesoatlântica.
Sua  fronteira leste faz limite divergente com a Placa Africana; ao sul, faz  limite com a Placa Antártica e com a Placa Scotia; a oeste, faz limite  convergente com a Placa de Nazca; e ao norte, limita-se com a Placa  Caribenha.
Placa  de Nazca
Localiza-se  à esquerda da Placa Sul-Americana. O choque entre essas duas placas formou a  Cordilheira dos Andes.
Placa  do Pacífico
Abrange  boa parte do Oceano Pacífico.
Limita-se  ao norte com a Placa do Explorador, com a Placa Juan de Fuca e com a Placa de  Gorda.
Seu  limite com a Placa Norte-Americana resultou na falha de San Andres.
Placa  Euro-Asiática
Abrange  parte da Eurásia e limita-se com a Placa Africana e a Placa da Índia.
Separa-se  da Placa Norte-Americana pela Dorsal Mesoatlântica.
    Tipos de placas
Oceânicas: encontram-se no assolho oceânico.
Continentais: situam-se sob os continentes.
Oceânicas e continentais: situam-se sob o continente e no assoalho oceânico.
 O relevo é caracterizado como o conjunto de variações de nível da superfície terrestre. Os agentes formadores do relevo são responsáveis por um processo contínuo e dinâmico na transformação morfológica, sendo classificados em agentes internos (tectonismo, abalos sísmicos e vulcanismo) e agentes externos (vento, chuvas, neve, alternâncias de temperatura, seres vivos, etc.).
As forças externas, também chamadas de forças exógenas, têm função importantíssima na formação do relevo, assim como as forças internas. O intemperismo físico atua no processo de “desgaste” das superfícies rochosas. Esse fenômeno consiste na alteração das rochas em razão da alternância da temperatura, em que o calor provoca a dilatação das rochas; e o frio, a contração. A repetição desse processo durante anos modela o relevo.
As águas das chuvas e dos rios, a neve e o vento também são agentes modeladores do relevo. A água pode alterar a composição das rochas, causando o intemperismo químico. Com isso, ocorre a desagregação das rochas, que podem se romper ou desencadear erosões. A ação dos ventos também contribui para a aceleração desse processo.
No entanto, atualmente o homem é o principal responsável pelas modificações no relevo. A expansão das áreas urbanas, a construção de rodovias, escavação para a exploração de minerais, entre tantas outras atividades antrópicas atuam de forma significativa na formação e modelagem do relevo.
Bases geológicas e grandes compartimentos
do relevo mundial atual
 As formas do relevo são erguidas e destruídas, revelando uma dinamicidade das paisagens geralmente constatada no decorrer de longos períodos do tempo geológico. Atualmente, o território brasileiro é desprovido de grandes altitudes. Contudo em regiões que se localizam sobre as áreas de colisão de Placas Tectônicas, despontam as mais altas cordilheiras do globo na atualidade. Sua formação corresponde aos dobramentos modernos, iniciados aproximadamente no começo da Era Cenozoica.
 A análise criteriosa das atuais formas de relevo sugere que estas passaram por grandes transformações e que, em um futuro geológico, elas também estarão modificadas em relação ao cenário atual.
 O arcabouço geológico, que também pode ser definido pelas macroestruturas geológicas ou, simplesmente, como bases geológicas, é o conjunto de diferentes tipos de rochas e dos processos que criaram a configuração dos terrenos de uma região.  As macroestruturas geológicas das diferentes regiões do mundo podem ser divididas em três grupos.
 Escudos cristalinos: conjuntos de rochas mais antigas formadas na Era Pré-Cambriana e em parte da Era Paleozoica.
 Bacias sedimentares: estruturas rochosas formadas pela deposição de sedimentos, ou seja, resíduos de rochas mais antigas que, no decorrer de milhões de anos, preenchem superfícies mais baixas (depressões ou bacias).
 Dobramentos modernos, terciários ou cenozoicos: originados por pressões tectônicas, próprios da movimentação e da colisão de placas litosféricas, os dobramentos modernos constituem os cinturões móveis, que se caracterizam pela elevada altitude e pela intensa movimentação tectônica.
 Relevos sul-americano e brasileiro
 Bases geológicas sul-americanas e brasileiras
 Uma travessia aérea da América do Sul, de leste para oeste (por exemplo, ao longo do paralelo de 20° S), expõe de forma bem elucidativa três dos principais conjuntos geológicos que compõem o relevo da América do Sul:
• no leste, desde a costa do Atlântico, situam-se planaltos de origem geológica bastante antiga (pré-cambriana) e desgastados por longos processos erosivos;
 • na região central, no interior do continente, predominam baixos planaltos e planícies formados por sucessivas deposições de sedimentos;
 • no oeste, eleva-se a Cordilheira dos Andes, formada por dobramentos desde o início da Era Cenozoica, recente na escala geológica do tempo.
 Os diferentes conjuntos de relevo que se alternam entre o oriente e o ocidente da América do Sul se modelaram a partir do arcabouço geológico que estrutura o continente.
Bases geológicas e recursos minerais do Brasil
 Atualmente, destaca-se a exploração do cobre, principalmente no subsolo do Deserto do Atacama, no norte do Chile e no sul do Peru. No Brasil, durante o Período Colonial, iniciou-se a extração mais intensa de minerais, com destaque para a exploração do ouro, do diamante e de esmeraldas, em Minas Gerais e no Centro-Oeste do país.
 Denominam-se recursos minerais aqueles que são destinados a servir como matéria prima e cuja extração é técnica e economicamente viável. No subsolo brasileiro, os recursos minerais são retirados tanto nos escudos cristalinos quanto nas bacias sedimentares.
 Nas áreas de mineração, contudo, os impactos ambientais são grandes, com a ocorrência de contaminação do solo, dos rios e da atmosfera, além do acúmulo de rejeitos da mineração, ou seja, resíduos rochosos que não são economicamente aproveitados. Em relação aos trabalhadores do setor de mineração, alguns dos aspectos mais preocupantes correspondem à saúde e à segurança do trabalho nas áreas de extração.
 Relevo sul-americano e suas influências
  Observe, no mapa físico da América do Sul, como as planícies, os planaltos e as cordilheiras de modo geral dispõem-se em eixos longitudinais, ou seja, no sentido norte-sul. Confira também como se destaca, ao longo de toda  a sua  extensão ocidental,  a Cordilheira  dos  Andes. Desde  sua  gênese, no  início  da  Era Cenozoica,  a  cadeia de  montanhas se impõe. Afinal, desde então, sedimentos provenientes dos Andes têm contribuído para formar a Planície Amazônica. Além dessa contribuição geológica, destacam-se outras interações ambientais das montanhas andinas.
 • O Amazonas, mais extenso e volumoso rio do mundo, tem sua nascente na Cordilheira dos Andes e nela percorre o primeiro terço de seu curso. Em seu percurso, retira, transporta e deposita sedimentos derivados dos Andes, que são espalhados, principalmente sobre as várzeas, nas margens do rio em território brasileiro.
 • Delimita biomas: em seu lado oriental, desenvolve-se a Floresta Amazônica e, na estreita faixa situada entre o Oceano Pacífico e a encosta ocidental dos Andes, há várias outras formações vegetais, entre elas as existentes no Deserto do Atacama.
 • Direciona a circulação das massas de ar: o ar úmido que se forma sobre o Oceano Atlântico e a Floresta Amazônica causa um grande volume de chuva na face leste da cordilheira. Massas de ar polar avançam da Patagônia em direção ao norte, barradas a oeste pela cadeia de montanhas que também impede que as massas de ar úmido do Atlântico alcancem a face oeste dos Andes, contribuindo para a presença do Deserto do Atacama.
 Em parte dessas planícies, a navegação fluvial é uma prática utilizada há séculos pelas populações indígenas, bem como desde os tempos coloniais para escoar riquezas do interior do continente
Nas planícies e nos vales fluviais, intensas chuvas, sobretudo no verão, ocasionam enchentes, quando o volume da água dos rios extravasa das margens, invadindo áreas rurais e urbanas.
Menos comum, porém muito impactante, é o que pode ocorrer em vales localizados próximo a vulcões ativos quando se forma o lahar, espécie de lama vulcânica. O lahar origina-se quando materiais liberados por um vulcão, como as cinzas e outros resíduos, misturam-se à neve, derretendo-a. O resultado é uma enxurrada de lama que desce rapidamente pelos flancos da montanha e toma o vale dos rios.
Compartimentos do relevo brasileiro
Acima das estruturas geológicas, dispõe-se o relevo, conjunto das formas da superfície terrestre que se encontram ora elevadas, ora mais baixas; às vezes planas, outras irregulares. O estudo do relevo, de suas formas e de sua dinâmica é o objeto da Geomorfologia, um dos campos da Geografia.
Com o passar do tempo geológico, as formas do relevo são moldadas e esculpidas pela contínua e, muitas vezes, conjunta ação de agentes internos (endógenos) e externos (exógenos). Na superfície do território brasileiro – situado sobre a Plataforma Sul-Americana, cuja estabilidade já foi destacada –, nos ��ltimos milhões de anos, as formas de relevo têm sido transformadas quase exclusivamente graças à ação conjunta de forças externas.
A classificação de Aroldo de Azevedo, datada do fim da década de 1940, determinou grandes áreas de características geomorfológicas de certa homogeneidade.
Já a classificação de Aziz Ab’Sáber, realizada cerca de uma década após a de Aroldo de Azevedo, levou em consideração a influência das condições climáticas do passado (paleoclimas) na formação do relevo.
Uma revolução na classificação do relevo brasileiro ocorreu a partir da análise de imagens de radar obtidas por via aérea, que cobriram a superfície brasileira entre 1970 e 1985.
Por meio desses recursos, Jurandyr Ross realizou, no fim do século XX, uma nova classificação de unidades do relevo. Nela, predominam os baixos planaltos e as depressões, situados sobre escudos cristalinos e bacias sedimentares. Apesar da preponderância de planaltos, em virtude da antiguidade dos terrenos, as altitudes no Brasil são modestas – apenas 3% da superfície brasileira apresenta altitudes superiores a 900 m. As planícies, tanto a costeira quanto as fluviais, de formação bastante recente (do período quaternário), ocupam estreitas faixas, limitadas por depressões, planaltos ou serras.
Principais formas do relevo brasileiro
Planaltos: formas de relevo, ora relativamente planas, ora irregulares, caracterizadas pelo predomínio dos processos erosivos em relação à sedimentação. Os planaltos podem ser encontrados sobre estruturas geológicas cristalinas ou bacias sedimentares. Sobre os planaltos, em diversas áreas do país, assentam-se serras, com seus cumes geralmente arredondados, e chapadas, com topos aplainados e encostas bastante íngremes.
Planícies: superfícies, situadas sobre bacias sedimentares recentes, que se apresentam bem aplainadas. Nas planícies, predominam os processos de deposição de sedimentos em relação aos erosivos. As mais extensas planícies, geralmente, apresentam altitudes inferiores a 200 metros.
Depressões: superfícies relativamente planas e, ao mesmo tempo, suavemente inclinadas que circundam os planaltos, formadas por duradouros processos erosivos. As depressões ocorrem, principalmente, sobre estruturas sedimentares.
Dinâmica do relevo brasileiro
De modo geral, as formas da superfície terrestre guardam em suas características vestígios de um passado cujos ambientes eram muito diferentes dos atuais. Isso revela quanto o relevo é dinâmico e como os fenômenos atuam para sua transformação.
Há mais de dois milhões de anos, não ocorre atividade vulcânica sobre terras brasileiras. As últimas erupções vulcânicas aconteceram nos arquipélagos de Trindade e Martim Vaz, além de Fernando de Noronha e dos Penedos de São Pedro e São Paulo. Na parte continental do território, a atividade vulcânica se deu há muito mais tempo. Durante a Era Mesozoica, uma extensa região compreendida entre o sul do atual estado de Goiás e o norte do Rio Grande do Sul, além de parte da Argentina e do Paraguai, foi palco de grandes derrames de magma. Ao longo dessa área, relacionadas a esses derrames, há diversas estâncias de águas termais sulfurosas.
Quanto à ocorrência de grandes terremotos, o Brasil, por situar-se na porção central da Placa Sul-Americana, não apresenta áreas de risco. A maioria dos tremores que ocorrem em território nacional resulta da reacomodação de terrenos no subsolo, tendo, portanto, menor magnitude e sendo muito menos destrutivos. O maior tremor já registrado ocorreu no município de Porto dos Gaúchos, no Mato Grosso, em 1955, atingindo 6,2 na escala Richter.
Por que ocorrem terremotos?
A litosfera terrestre está em permanente dinâmica e sob a atuação de diversas forças tectônicas e sísmicas. Quando submetidas a pressões de deslocamento lateral ou vertical, as placas tendem a reacomodar-se, provocando abalos sísmicos ou, como são mais conhecidos, simplesmente terremotos. Quando esse fenômeno ocorre no mar, também pode ser chamado de maremoto.
O local exato, dentro da crosta terrestre, onde ocorre o terremoto é chamado de hipocentro. O ponto da superfície situado acima do hipocentro é o epicentro. Desse ponto, propagam-se, pela crosta terrestre, ondas sísmicas.
Os terremotos  que  ocorrem em  virtude  de pequenas  falhas  geológicas ou  acomodação  de terrenos  no  subsolo, em geral, são bem menos destrutivos que aqueles produzidos pelo choque entre Placas Tectônicas, nas zonas de convergência (sejam elas de subducção, sejam de obducção), ou quando elas se atritam umas nas outras, nas zonas de transformação
Diferentes impactos sociais
Os impactos produzidos pelas violentas catástrofes naturais, sejam elas decorrentes de outras causas (furacões, deslizamentos de encostas, tornados, erupções vulcânicas, secas ou cheias prolongadas, etc.), sejam particularmente o caso dos grandes terremotos e tsunamis, revelam a fragilidade humana diante das forças da natureza.
A vulnerabilidade das sociedades aos efeitos desses episódios, no entanto, é relativa. Países de economia mais forte e com menor índice de pobreza entre seus habitantes, mesmo quando situados em áreas de risco, tendem a enfrentar melhor essas catástrofes, minimizando as perdas humanas e materiais. Por outro lado, se o cenário é oposto, os efeitos podem ser ainda mais devastadores.
Nesse sentido, apesar de os terremotos e tsunamis provocarem danos materiais e ceifarem grande quantidade de vidas, os efeitos diferem muito de acordo com as condições socioeconômicas da região atingida. A força da natureza pode ser implacável, atingindo ricos e pobres, mas certamente os efeitos para os mais vulneráveis são bem mais devastadores.
Como se formam os vulcões?
Nos limites entre as Placas Tectônicas, por configurarem locais onde a crosta terrestre encontra-se rachada, também ocorre expressiva atividade vulcânica. O vulcanismo, no entanto, ao contrário dos grandes terremotos, não está restrito aos locais em que há colisão entre placas, podendo ocorrer também nas zonas de divergência. Por isso, é comum haver vulcões ao longo das dorsais oceânicas.
Quanto à atividade, os vulcões podem ser classificados em ativos, dormentes ou extintos. No entanto, tal classificação deve ser tomada com reservas, considerando que o intervalo entre as erupções pode demorar até milhões de anos, dificultando que, no curto período de seu tempo histórico, a humanidade possa contabilizar tais fenômenos com exatidão. Além disso, elas têm durações variáveis e irregulares. Há vulcões, como o Stromboli, na Itália, que estão em permanente erupção há mais de mil anos. Já o Kilawea, no Havaí, que está em erupção desde janeiro de 1983, é considerado o vulcão mais ativo do mundo na atualidade.
Em alguns casos, no entanto, a dinâmica das forças da natureza, conduzindo silenciosamente as câmaras magmáticas ao limite da pressão interna, dificulta que se percebam os sinais de uma erupção iminente. Um bom exemplo disso foi a tragédia de Cracatoa, o vulcão que a originou era, até então, considerado extinto.
Consequências do vulcanismo
Os perigos associados às erupções vulcânicas são vários:
 • a lava que escorre pelas encostas do vulcão pode atingir povoados e
cidades a quilômetros de distância, destruindo tudo em seu caminho;
 •os gases tóxicos emitidos, em especial o SO2 (dióxido de enxofre), são nocivos à saúde e provocam a ocorrência de chuvas ácidas;
 • as partículas provenientes da erupção que ficam em suspensão na atmosfera podem atuar refletindo a radiação solar de volta para o espaço, diminuindo a quantidade de energia que atinge a superfície terrestre e alterando o clima, trazendo sérias consequências à agricultura;
• podem ocorrer explosões de expressiva magnitude, como a que houve em Cracatoa, gerando outros efeitos diversos, como tsunamis e terremotos.
Dentre outros.
O caso do Círculo de Fogo
As regiões situadas nos limites de convergência das Placas Tectônicas são as que apresentam as maiores atividades tectônicas na crosta terrestre. Além disso, o Oceano Pacífico apresenta litorais ativos pelo fato de a Placa do Pacífico estar mergulhando sob os continentes e as placas que a delimitam, caracterizando zonas de subsunção.
Tais fatores explicam a expressiva ocorrência de terremotos e tsunamis, bem como a presença de elevado número de vulcões ativos ao longo das margens do Oceano Pacífico, além de a maioria dos terremotos ocorrerem lá.
O lado positivo do vulcanismo
Apesar de todos os inconvenientes, viver próximo a vulcões também tem seu lado positivo quando as sociedades utilizam técnicas para desfrutar das condições existentes. Países como a Islândia – que, por se situar exatamente sobre a Dorsal Mesoatlântica, conta com vários vulcões ativos – exploram largamente a energia geotérmica.
Na Islândia, além da geração de energia, a presença de vulcões, gêiseres e estações de águas termais impulsiona fortemente a indústria do turismo. Em alguns locais, as duas atividades (produção de energia e turismo) podem coexistir, usufruindo do mesmo território.
Áreas de risco no Brasil: a questão da ocupação em encostas
O território brasileiro pode não ser atingido por erupções vulcânicas, terremotos avassaladores ou tsunamis, no entanto, uma significativa parcela de sua população vive em áreas de risco por outros fatores naturais. Trata-se da combinação, principalmente nas regiões situadas próximas à costa, da elevada pluviosidade (típica de alguns dos tipos climáticos aqui existentes) com a presença de muitas áreas serranas.
Encostas de montanhas são terrenos sensíveis e apresentam possibilidade de ocorrência de deslizamentos de terra. As serras litorâneas brasileiras são naturalmente sujeitas a deslizamentos em virtude da inclinação dos terrenos e do excesso de umidade, que torna os solos mais instáveis. Na Serra do Mar, por exemplo, independentemente das ações antrópicas, sempre houve deslizamentos.
Colégio Trevo Itupeva 1°EM B
Renan do Prado Miziara N:13
Victor Ostanelo Barros N:17
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ciberteologia · 5 years
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1. Teorias da Contemporaneidade
Conceito: Modernidade Líquida
Termo criado por Zygmunt Bauman (1925-2017) retrata a transição da modernidade para a pós-modernidade. A modernidade líquida é caracterizada pela efemeridade das identidades, relações, valores e ideais. A sociedade líquida é pautada pelo individualismo e desapego. Tudo se transforma de forma imprevisível e, exatamente por ser tão volúvel, se torna rapidamente obsoleto.
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A Incredulidade de São Tomé - Caravaggio
Na modernidade líquida, a fluidez e a instabilidade são as principais características das relações, instituições e valores do mundo contemporâneo. E com a fé não é diferente. O ato de crer ainda existe, porém com o risco de ser desvinculado do contexto “sagrado”, com um tom de fundamentalismo. Através da arte é possível resumir toda a profissão de fé presente na modernidade líquida com a obra de Caravaggio.
A obra pintada há mais de 400 anos retrata com perfeição o ceticismo e a secularização que a sociedade vive atualmente. Os indivíduos põe em xeque as questões religiosas ao questionarem as crenças e valores estabelecidos, vivendo em inquirição constante. Entretanto, colocar o dedo na ferida como São Tomé, em tempo de modernidade líquida, ainda é um referencial para se acreditar.
Se por um lado esse gesto revela uma desconfiança, por outro auxilia a evitar um ‘crença cega’, pois se confirmará que o crucificado é o ressuscitado. Tal fato representa essencialmente o que Santo Anselmo de Cantuária quis dizer com “fides quaerens intellectum”: a fé que busca a intelecção. As pessoas estão em buscas constantes pela verdade e por aquilo que ainda não tem explicação, utilizando da razão para explicar a religião, como é o caso do espiritismo.
Assim, a divindade flui junto com a modernidade, porém, em uma época em que os valores são tão efêmeros quanto os significados, a sociedade se torna cada vez mais niilista e sem perspectivas. Segundo dados do IBGE, a população brasileira está se tornando cada vez mais secularizada. Desde de 1970, o índice de ateus no Brasil cresceu mais de 10%. Já entre os cristãos, o número de católicos caiu de 91,8% para 64,6% e os evangélicos subiram 17%.
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A modernidade líquida, então, forma indivíduos com identidades fluídas, reunidas em torno de uma religiosidade midiatizada formada por um conjunto de práticas cômodas e personalizadas. Assim, há o risco de se equivocar ao pensar que o sagrado/religioso estão ao alcance do mouse, ou seja, de que está ‘à disposição de um ‘consumidor’ no momento da necessidade.
Por: Giovanna Moura | PP2B
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renaultportugal · 5 years
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NOVO RENAULT ZOE: A NOVA REFERÊNCIA ENTRE OS ELÉTRICOS!
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O Novo Renault ZOE está a chegar a Portugal! Com preços a partir de 23.690€*, tem argumentos de sobra para converter os céticos à mobilidade elétrica e ser uma extraordinária opção para aqueles que já se renderam aos incontestáveis argumentos da tecnologia, mas que pretendem fazer um “upgrade” tecnológico e de autonomia – e são quase 400 quilómetros que o Novo Renault ZOE reivindica. Ou seja, uma proposta verdadeiramente ímpar também porque é o automóvel elétrico que propõe mais e diferentes soluções de carregamento das baterias. Mas tratando-se de um Novo Renault ZOE, destaque, igualmente, para as mais modernas linhas exteriores e para a autêntica revolução operada no habitáculo: novo design, novos materiais (muitos deles resultantes de reciclagem) e uma impressionante lista de equipamentos tecnológicos e de segurança. Por tudo isto, o Novo Renault ZOE é a nova referência dos automóveis elétricos acessíveis...
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Quando, em 2011, a Renault teve a ousadia de lançar no mercado uma versão 100% elétrica do Renault Fluence e do Renault Kangoo, o sentimento generalizado não era de desconfiança, mas sim de total ceticismo em relação à aposta da Renault. Era fácil encontrar quem afirmasse convictamente: “a mobilidade do futuro nunca será elétrica”!
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Ironia do destino… Hoje, os dedos de uma mão serão suficientes para contabilizar os construtores que ainda não anunciaram as suas propostas elétricas…
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E se, no início da década, a Renault teve a coragem, a ousadia, a visão e a capacidade tecnológica de antecipar que a mobilidade do futuro teria necessariamente de passar pela completa eletrificação, hoje apresenta-se no mercado com um capital tecnológico e de experiência que é exclusivo de quem, há quase uma década, foi visionário e que assumiu o risco e a aposta.
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Por isso, é que, em apenas sete anos, a autonomia do Renault ZOE quase que triplicou. Por curiosidade, as mais de 160.000 unidades matriculadas até hoje, já percorreram mais de 10 400 trajetos Terra/Lua… sem emitir um único grama de CO2 durante a utilização!
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E se o Novo Renault ZOE é a expressão máxima do “know-how” da marca na tecnologia zero emissões, a verdade é que a autonomia é só um dos seus argumentos, como se pode constatar nas linhas que se seguem…
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DESIGN EXTERIOR MAIS MODERNO E DESPORTIVO
É indiscutível… O design do Novo Renault ZOE confere-lhe um ar ainda mais moderno e com uma imagem até mais desportiva. Aliás, toda a frente foi redesenhada, com destaque para a nova grelha, para as duas entradas de ar em forma de guelra colocadas nas extremidades do novo para-choques, para os novos faróis 100% LED com a famosa assinatura em forma de “C”, bem como para os novos faróis de nevoeiro. Os diversos pormenores e elementos cromados contribuem para a imagem distinta.
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Também na traseira, os faróis herdam a tecnologia 100% LED, com benefícios óbvios ao nível da visibilidade, mas também da imagem moderna e tecnológica do conjunto, até pelo facto da iluminação dos piscas ser agora dinâmica, projetando a luz do centro para o exterior.
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AUTÊNTICA REVOLUÇÃO NO HABITÁCULO
Mas se a imagem exterior evoluiu, no habitáculo é caso para falar em revolução no sentido estrito da expressão. A rutura com o passado é total! O Novo Renault ZOE nada tem a ver com o antecessor: do design, aos materiais, aos acabamentos, aos equipamentos tecnológicos, tudo é novo.
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Até a posição de condução foi substancialmente melhorada e uma vez aos comandos do Novo Renault ZOE sobressai, desde logo, o quadro de instrumentos TFT de 10 polegadas. Com funcionalidades e definições sem paralelo no segmento, impressiona pela quantidade e sofisticação da informação que proporciona, pelas múltiplas possibilidades de personalização e, claro, pelo ambiente tecnológico.
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Mas é no ecrã tátil multimédia de 9,3 polegadas que está o centro tecnológico do Novo Renault ZOE. Colocado em posição central, destaca-se pelas dimensões, pela extensa lista de aplicações e serviços conectados que disponibiliza e pela forma intuitiva como se acede aos variados menus do mais evoluído sistema multimédia EASY-LINK. Além disso, permite ligar um smartphone e replicar as suas aplicações, através dos sistemas Apple CarPlay e Android Auto.
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TECNOLÓGICO E CONECTADO
Quanto ao sistema de navegação, saliente-se que foi desenvolvido para sugerir os percursos que melhor potenciam a eficiência energética, bem como fornecer a localização dos postos de carregamento das baterias e – não menos importante – confirmar, em tempo real, aqueles que efetivamente estão disponíveis para a operação de carregamento.
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Por outro lado, sublinhe-se que o sistema multimédia Renault EASY Link está preparado para estabelecer ligação direta com a aplicação MY Renault. Deste modo, através de um smartphone é possível gerir o Novo Renault ZOE à distância: verificar o nível da bateria e o estado da carga, elaborar um plano de carregamento durante os períodos de imobilização, iniciar ou programar o aquecimento ou o ar condicionado para atingir a temperatura ideal de 21°C no momento da partida, sem penalizar a autonomia, mas também visualizar o raio de ação num mapa. O planeador de trajeto, que faz parte de MY Renault, estabelece uma rota onde são indicados os pontos de carregamento mais adaptados e o tempo total de viagem, incluindo a duração da operação de carregamento.
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Ainda sobre a redesenhada e funcional consola central, há lugar a várias novidades tecnológicas desenvolvidas pela Renault, como o travão de estacionamento assistido, o carregador por indução de smartphones e a alavanca de velocidades eletrónica «e-shifter», que é comandada por um simples impulso.
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ENORMES PROGRESSOS NA QUALIDADE PERCECIONADA
Mas para além da componente tecnológica, o interior do Novo Renault ZOE caracteriza-se pelos extraordinários progressos na qualidade dos acabamentos e dos materiais, alguns deles (consoante as versões) produzidos com base em matérias-primas recicladas. O inovador tecido dos estofos (igualmente utilizado na zona superior do tablier e em grande parte da área da consola central), bem como as várias zonas com plástico polipropileno são disso exemplo.
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A habitabilidade é outro dos argumentos do Novo Renault ZOE, até pelo facto da plataforma em que assenta ter sido desenvolvida exclusivamente para um automóvel elétrico. Os 338 litros da capacidade da mala confirmam-no.
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PRAZER DE CONDUÇÃO REFORÇADO COM O NOVO MOTOR R135
O Novo Renault ZOE é sinónimo de acrescido prazer de condução. A primeira sensação é do reforço do silêncio a bordo. É que apesar da total ausência de ruído que carateriza um motor elétrico em funcionamento, a Renault investiu bastante no isolamento acústico, de forma a atenuar os efeitos da poluição sonora do ambiente exterior.
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Depois, porque apesar do motor R110 de 80 kW (equivalente a 110 cavalos num motor de combustão) também estar disponível, o Novo Renault ZOE estreia o novo motor R135 de 100 kW.
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Um motor 100% desenvolvido pela Renault, com uma potência equivalente a 135 cavalos e com um binário de 235 Nm. Ou seja, um motor ainda mais interessante para a condução do dia-a-dia, por ser consideravelmente mais rápido que o bloco R110, tanto nos arranques como nas recuperações e são os números que o confirmam: menos de 10 segundos para ir dos 0 aos 100 km/h; enquanto para chegar dos 80 aos 120 km/h apenas precisa de 7,1 segundos. Ou seja, menos 2,2 segundos do que as versões com o motor R110!
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É POSSÍVEL “ESQUECER” O PEDAL DE TRAVÃO
Mas o prazer de condução pode também ser sinónimo de mais conforto... O Novo Renault ZOE inaugura um novo modo de condução, que praticamente dispensa o recurso ao pedal de travão por parte do condutor, com tudo o que isso representa em termos de conforto, seja no ambiente urbano ou fora dele. Com efeito, a partir de agora, é possível selecionar o tradicional modo D na alavanca «e-shifter» ou, em opção, o modo B. Nestas circunstâncias, assim que o acelerador deixa de ser pressionado, o automóvel desacelera de forma bastante mais acentuada, quase que tornando desnecessário o recurso ao pedal de travão.
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VASTA OFERTA DE TECNOLOGIAS DE AJUDA À CONDUÇÃO (ADAS)
E como condução deve ser também sinónimo de segurança, o Novo Renault ZOE disponibiliza um vasto conjunto de tecnologias de ajudas de condução (ADAS), de que são exemplo: alerta de excesso de velocidade; sistema de travagem de emergência ativa; alerta de transposição involuntária de via; sistema de assistência na transposição involuntária da via; estacionamento mãos livres; radar de estacionamento dianteiro, traseiro e lateral; reconhecimento dos painéis de sinalização; comutação automática das luzes; alerta de ângulo morto e sistema de ajuda ao arranque em subida. Ou seja, a garantia de viagens ainda mais seguras, mas igualmente relaxantes, como só um automóvel elétrico como o Novo Renault ZOE consegue proporcionar. 
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MAIS AUTONOMIA COM A BATERIA Z.E. 50
E, como não podia deixar de ser, uma das maiores novidades do Novo Renault ZOE é a nova bateria Z.E 50 de 52 kWh, que oferece 395 quilómetros de autonomia WLTP, a maior autonomia de todos os automóveis elétricos acessíveis e apenas reivindicada por automóveis elétricos de segmentos bem superiores.
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É importante sublinhar que nova bateria Z.E. 50 resulta da capacidade tecnológica da Renault e da experiência acumulada ao longo desta década na mobilidade zero emissões. E que apesar da muito superior capacidade energética, no chassis, ocupa precisa exatamente a mesma área que a bateria Z.E. 40.
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Além disso, se o cliente adquirir o Novo Renault ZOE com a opção de aluguer, a bateria Z.E. 50 tem uma garantida vitalícia, sendo que, um dia, pode mesmo ser reutilizada para armazenamento de energia estacionária.
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Com a nova bateria Z.E. 50, o Novo Renault ZOE tem argumentos técnicos que lhe conferem o estatuto de proposta única e nova referência entre os automóveis elétricos.
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PROPOSTA ÚNICA EM SOLUÇÕES E RAPIDEZ DE CARREGAMENTOS
Por exemplo, é a única proposta do mercado que oferece o carregamento AC até 22 kW e o carregamento DC até 50 kW!
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Num posto de corrente contínua (DC), até 50 kW, o Novo Renault ZOE só precisa de 30 minutos de carregamento para ganhar a energia necessária para percorrer cerca de 150 quilómetros. Uma funcionalidade inédita e 100% desenvolvida pela Renault.
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Se a opção recair nos mais comuns postos de carregamento público de 22 kW, o Novo Renault ZOE recupera até 125 quilómetros de autonomia numa hora. Sublinhe-se que, com a capacidade que tem de tirar o máximo partido de postos com esta potência, o Novo Renault ZOE é o automóvel elétrico de carregamento mais rápido do mercado. Uma versatilidade única que se deve ao revolucionário carregador Camaleão, uma tecnologia patenteada pela Renault.
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Por último, mas não menos importante, até por se tratar da solução que é usada com mais frequência: o vulgar carregamento em casa ou no local de trabalho. Com a simples instalação de uma Wallbox de 7 kW, o Novo Renault ZOE só precisa de 9h25 para carregar as baterias dos 0 aos 100%, ou de 8 horas para ganhar cerca de 300 quilómetro de autonomia. Ou seja, é possível assegurar um carregamento completo numa noite! E ao carregar o automóvel no imóvel da residência, o utilizador consegue programar o horário de carregamento, por exemplo, para o período em que a tarifa praticada pelo fornecedor de energia elétrica for mais barata, isto no caso de ter contratualizada uma tarifa bi-horária.
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Mas os argumentos não se esgotam na versatilidade que resulta da oferta de diferentes possibilidades de carregamento…
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CUSTOS DE UTILIZAÇÃO IMBATÍVEIS!
Um automóvel elétrico não é apenas sinónimo de zero emissões em funcionamento. É também sinónimo de imbatíveis custos de utilização! Com um consumo de 17 kW aos 100 quilómetros, o Novo Renault ZOE custa qualquer coisa como 3,4€ em energia elétrica e isto tendo em conta o valor de 0,2€ kW em tarifa doméstica.
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Um automóvel diesel para percorrer os mesmos 100 quilómetros custa quase o triplo, como confirmam as contas: com um consumo de 6l/100 km e o litro de gasóleo a 1,45€, percorrer 100 quilómetros obriga a uma despesa de 8,7€.
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Numa quilometragem média anual de 20.000 km a diferença entre o custo do “combustível” entre um ZOE ou um modelo equivalente diesel cifra-se em mais de 1.000€, um valor bastante significativo.
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E estas contas que nem tiveram em conta a possibilidade dos carregamentos serem efetuados em tarifa bi-horária, em que o custo do kW reduz sensivelmente para metade.
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Mas não são apenas os custos do combustível que são (muito) favoráveis a um automóvel 100% elétrico. Também os custos associados à manutenção de um automóvel elétrico são, em regra, entre 20% a 30% inferiores aos de qualquer automóvel equipado com um motor de combustão.
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UM AUTOMÓVEL ELÉTRICO ACESSÍVEL
O Novo Renault ZOE chega à Rede de Concessionários em meados de novembro, com um preço a partir de 23.690€ em regime de aluguer da bateria Z.E. 40 e com o motor R110. Com a bateria incluída, o valor é de 31.990€. Com o novo motor R135, associado à bateria Z.E. 50, o Novo Renault ZOE poderá ser adquirido a partir de 26.190€ (em regime de aluguer da bateria) ou de 34.990€ (bateria incluída).
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* Os valores de duração e de distância mencionados são calculados com base nos resultados obtidos pelo Novo ZOE durante o processo de homologação WLTP que visa representar as condições de utilização reais dos veículos. No entanto, não têm em conta o tipo de trajeto escolhido após o carregamento. O tempo de carregamento e a autonomia recuperada dependem também da temperatura, do desgaste da bateria, da potência fornecida pelo posto de abastecimento, do estilo de condução e no nível de carga da bateria. Saiba mais sobre o Novo Renault ZOE em https://www.renault.pt/veiculos-eletricos/novo-zoe.html
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lucianaperfetto · 2 months
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“Você Merece um Amor Verdadeiro: Desarme-se e Seja Feliz!”
Desarme-se emocionalmente: Você merece um amor verdadeiro Em nossas trajetórias de vida, muitas vezes construímos muralhas emocionais com a intenção de nos proteger de possíveis dores e decepções. Guarnecemo-nos com a desconfiança, tememos a entrega genuína, encaramos o novo com ceticismo e nos afogamos em um mar de incertezas. Porém, essa estratégia autodefensiva pode se […] O post “Você Merece um Amor Verdadeiro: Desarme-se e Seja Feliz!” apareceu primeiro em Psicóloga Luciana Perfetto .
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tradermeximas · 2 months
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Investir dinheiro online é uma prática cada vez mais comum, mas com tantas opções disponíveis, a pergunta que muitos se fazem é: Exnova paga mesmo? Neste artigo, exploraremos a fundo essa questão, revelando detalhes sobre a Exnova, suas características, benefícios e o que os investidores têm a dizer sobre essa plataforma. O Que é a Exnova e Como Funciona? Antes de responder à pergunta crucial sobre se a Exnova paga mesmo, é essencial entender o que é essa plataforma e como ela opera. A Exnova baseia-se no mercado de opções binárias, uma forma de investimento que tem ganhado destaque nos últimos anos. Em termos simples, o mercado de opções binárias envolve fazer apostas na valorização ou desvalorização de ativos. A Exnova, como plataforma desse mercado, oferece ferramentas avançadas de análise gráfica e uma variedade impressionante de mais de 250 ativos para os investidores escolherem. Existe Desconfiança em Relação à Exnova? [pokareview_bonusbox id="175176" layout="style1" show_review_link="false" score_style="percentage"] Muitas pessoas hesitam em investir em plataformas online, especialmente aquelas relacionadas a opções binárias, devido a desconfianças sobre a legitimidade e eficácia dessas operações. A dúvida mais comum é se a Exnova paga mesmo ou se é apenas mais uma tentativa de golpe. É importante abordar essas preocupações e destacar que, embora haja ceticismo inicial, a Exnova tem ganhado a confiança de muitos investidores. Essa confiança é construída não apenas por promessas, mas pelos resultados reais que os usuários estão obtendo. Como Usar a Exnova no Celular e no Computador? A acessibilidade é uma consideração fundamental para muitos investidores, e a Exnova atende a essa necessidade, oferecendo suporte tanto para dispositivos móveis quanto para computadores. Para aqueles que se perguntam como usar a Exnova no celular, o processo é simples: basta fazer o download do aplicativo na loja de aplicativos correspondente. Para usuários de computadores, a Exnova é compatível com vários navegadores de internet, proporcionando uma experiência de negociação flexível. A simplicidade de uso, especialmente para iniciantes, é uma característica que muitos destacam ao avaliar a Exnova. A Exnova Paga Mesmo? As Evidências dos Investidores Chegou o momento crucial de responder à pergunta principal: a Exnova paga mesmo? Ao analisar relatos e depoimentos de investidores reais, fica evidente que muitos têm experimentado ganhos significativos por meio dessa plataforma. Um dos pontos destacados pelos usuários é a opção de criar uma conta de treinamento com $10.000 para praticar sem gastar dinheiro real. Isso oferece uma oportunidade valiosa para os investidores se familiarizarem com a plataforma antes de comprometerem seus fundos. Além disso, a Exnova proporciona a chance de começar com um investimento inicial modesto de apenas $10. Para muitos, isso representa uma entrada acessível no mundo dos investimentos online, permitindo que até mesmo aqueles com orçamentos mais limitados participem. Os Benefícios da Exnova: Conta de Treinamento, Investimento Inicial Baixo e Lucro de 99% Ao explorar os benefícios oferecidos pela Exnova, fica claro por que tantos investidores estão otimistas quanto à sua eficácia. Aqui estão alguns desses benefícios: Conta de Treinamento com mais de $10.000: A capacidade de praticar e aprimorar habilidades sem arriscar dinheiro real é um recurso valorizado por muitos usuários. Investimento Inicial Baixo: Com a exigência mínima de investimento de apenas $10, a Exnova torna os investimentos acessíveis para uma ampla gama de investidores. Lucro de 99%: A possibilidade de obter lucros de até 99% é uma oferta atrativa para aqueles que buscam retornos substanciais em seus investimentos. A Comunidade de Traders e a Experiência Coletiva [pokareview_bonusbox id="175176" layout="style1" show_review_link="false" score_style="percentage"] Outro aspecto que contribui para a credibilidade da Exnova é a comunidade de traders que ela cultiva.
A plataforma oferece aos investidores acesso a uma comunidade ativa onde estratégias são compartilhadas, e os membros aprendem uns com os outros. Essa troca de conhecimento não apenas enriquece a experiência do usuário, mas também reforça a ideia de que a Exnova não é apenas uma plataforma, mas uma comunidade de investidores que estão alcançando sucesso. O que é Exnova? A Exnova é uma plataforma de investimentos online que opera no mercado de opções binárias. Ela oferece aos investidores a oportunidade de apostar na valorização ou desvalorização de diversos ativos. A Exnova é Confiável? Embora haja confiança crescente entre alguns investidores, a Exnova é menos conhecida em comparação com outras plataformas estabelecidas. Recomenda-se realizar uma pesquisa detalhada e começar com uma conta de treinamento para avaliar sua confiabilidade pessoalmente. Como Funciona a Exnova? A Exnova baseia-se no mercado de opções binárias, onde os investidores fazem apostas na direção futura dos preços dos ativos. A plataforma oferece ferramentas de análise gráfica e uma variedade de ativos para os usuários escolherem. Exnova é uma Fraude? Não há evidências claras de fraude, mas a desconfiança é comum em plataformas menos conhecidas. Aconselha-se aos investidores proceder com cautela, começar com investimentos mínimos e monitorar cuidadosamente seus resultados. Quais São os Requisitos para Começar a Investir na Exnova? Geralmente, é necessário criar uma conta na Exnova, realizar um depósito mínimo (geralmente $10), e, se desejar, utilizar a conta de treinamento para praticar estratégias antes de investir dinheiro real. Exnova Paga Mesmo? Alguns investidores relatam ganhos reais com a Exnova, mas os resultados podem variar. A plataforma oferece a opção de uma conta de treinamento para praticar sem riscos antes de se comprometer com investimentos reais. Como é a Experiência de Usar a Exnova no Celular? A Exnova oferece uma experiência de negociação móvel através de seu aplicativo para celular. Os usuários podem baixar o aplicativo nas lojas de aplicativos correspondentes e desfrutar de recursos similares aos disponíveis na versão para desktop. Exnova é Disponível em Quais Países? As restrições geográficas podem variar. Recomenda-se verificar as informações fornecidas pela Exnova ou entrar em contato com o suporte ao cliente para obter detalhes sobre a disponibilidade em determinadas regiões. Qual é o Depósito Mínimo na Exnova? O depósito mínimo na Exnova geralmente é de $10, o que torna a plataforma acessível para investidores com diferentes orçamentos. Existe uma Comunidade de Traders na Exnova? Sim, a Exnova promove uma comunidade ativa de traders. Os investidores têm a oportunidade de compartilhar estratégias, discutir tendências de mercado e aprender uns com os outros. Conclusão: A Exnova Paga Mesmo e Vale a Pena Investir? Ao analisar todas as informações disponíveis e considerar a experiência dos investidores, a resposta à pergunta "A Exnova paga mesmo?" parece ser afirmativa. Muitos investidores têm testemunhado ganhos reais e experimentado os benefícios oferecidos pela plataforma. Entretanto, vale a pena lembrar que todo investimento envolve riscos, e os resultados podem variar. Antes de decidir investir, é aconselhável realizar sua própria pesquisa, entender completamente como a plataforma funciona e, se possível, começar com a conta de treinamento para se familiarizar. A Exnova, com sua abordagem amigável para iniciantes, opções de investimento flexíveis e relatos positivos de seus usuários, certamente se destaca como uma opção a ser considerada por aqueles que desejam explorar o emocionante mundo dos investimentos online.
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carlospereirajunior · 2 years
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A VIRTUDE DO CETICISMO
O ceticismo nos proporciona um contentamento severo com a precariedade das premissas e verdades que sustentam as convenções dos nossos erros. Nos adaptamos à um permanente estado de desconfiança em relação as configurações culturais vigentes. Sabemos de antemão que vivemos da miséria de práticas discursivas e significações precárias. Não existem verdades sagradas e muito menos convicções absolutas. O conhecimento é o constante esforço de desaprender, de desdizer e desfazer o valor das coisas. O conhecimento torna impossível toda paixão, toda forma de amor.
Carlos Pereira Jr
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