Tumgik
gaolivet · 2 years
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Feliz dia delas.
Eu sei que a vida não é fácil e que mesmo lamentando muito de coisas que para mim são cruciais, eu teria muitos outros motivos para agradecer.
Não é real desejar por um amor seja verdadeiro, ainda que seja um pedido simples. Eu sei que as pessoas partem da nossa vida e que não temos outra escolha a não ser aceitar e torcer, para que a sua falta seja menos dolorosa com o tempo.
Se fosse apenas pelo sentimento da ausência de amor, talvez eu pudesse me sentir um pouco menos infeliz ou frustrada. Mas tem um sentimento de solidão que me persegue, há uma família complicada e pessoas que me cercam que nunca entendem a minha real perspectiva do mundo, porque para elas, provavelmente a vida foi mais gentil.
Hoje eu me sinto sufocada por tantos motivos e preocupações que tenho para o meu curto prazo. Bem agora, sentada escrevendo isso, eu me sinto exausta pelos relacionamentos vagos que tive onde apenas eu senti todo o carinho da relação. Mas eu não sei, olhando cansada para tudo o que me vem acontecendo, mesmo sem dormir direito, sem comer direito e sem conseguir me cuidar como eu gostaria, talvez eu deva te agradecer por ter partido. Por ela estar no lugar que nunca imaginei que não pudesse ser meu.
De uma forma bem estranha, eu sinto que você me livrou de uma grande coisa. Ainda penso nisso com tristeza por não sido como eu sonhei, mas com uma felicidade que está me crescendo e que eu rezo para que floresça um dia.
Então obrigada por ter me gerado uma depressão péssima, por ter me feito duvidar de mim e no quão sou capaz, por cada lagrima que eu derramei por você. Ainda vazia, eu sinto o quanto eu sou resiliente e ainda permaneço boa, mesmo não tendo ninguém como porto seguro, tomando todas as decisões sozinha, chorando escondida e tentando roubar todo o tempo que consigo para me dedicar em mim.
Eu estou voltando a enxergar que eu mereço muito e que talvez toda esta desgraça tenha me servido para me mostrar que na real, sempre foi você que nunca me foi suficiente.
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gaolivet · 2 years
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Eu li em algum lugar enquanto estudava psicologia de que o tempo máximo para a mente humana conseguir sentir raiva é de 90 segundos. Já desconfiei de cara. Eu consigo passar semanas irritada. A verdade é que, conseguimos raciocinar 90 segundo de pura raiva e todo o tempo a mais é porque projetamos lembrar sobre o que aconteceu para ocasionar o tempo inicial. Assim os 90 segundos viram facilmente 10 minutos, 10 dias ou até você lembrar com força o suficiente para ainda se importar com o fato que te causou esse sentimento. A mente humana tem outra curiosidade interessante que ajuda a explicar muitas coisas pequenas que acontecem no nosso dia a dia e que se tornam furacões. Não sabemos diferenciar biologicamente um pensamento de um acontecimento. O que torna ambos origem de um mesmo sentimento. E isso só me faz pensar em como somos todos uma raça de idiotas.
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gaolivet · 2 years
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Na maioria das vezes precisamos aceitar de que o tempo passa rápido demais e leva com ele pessoas que não farão parte do presente. Não é por mal. É que a conveniência e o hábito tornam os indivíduos mais próximos, mas que a falta também os afasta. Sem que haja maiores motivos. É preciso dar valor nas relações boas que são construídas durante o decorrer da nossa história. Apreciar os bons momentos. Evitar os desentendimentos e ter a consciência disso antes que o tempo se esgote.
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gaolivet · 2 years
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Só nos lembramos do que não queríamos lembrar quando nossa lembrança passa a ser outra.
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gaolivet · 2 years
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Olá amigos! Estou migrando minha conta para esse link de cima, me ajudaria muito se começassem a me seguir e a acompanhar tudo por lá!
Precisava alternar o meu blog principal mas como não é possível estarei começando do zero. Hoje somos um pouco mais de 1000 seguidores por aqui, conto muito com vocês por lá
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gaolivet · 2 years
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Você não deveria estar aqui
Com você eu realmente não pensei que chegaria o dia em que eu tivesse que escrever sobre para manter vivo as boas memórias que tivemos.
Eu não tenho argumentos suficientes para colocar a culpa de não ter durado em algum de nós, mesmo sabendo que nessa história ela devia ter atribuída apenas a você, mesmo assim, não consigo fazer. Eu escrevo isso em uma noite de sábado, após não ter conseguido assistir a série que víamos juntos mesmo após um mês sem você. Mesmo sabendo que neste pequeno tempo você já está comprometido com outra pessoa. Mesmo neste tão pouco tempo.
Você conseguiu me machucar de formas que eu não consigo encontrar palavras para descrever. Talvez algo entre a inconformidade e a solidão fariam mais sentido. Escrevo enquanto ouço a sua banda favorita, que era e continua sendo minha também.
Eu me esforço para que minhas lembranças sobre as pessoas com que me relacionei e não tiveram um final feliz sejam recordadas pelo seu melhor lado, com você é tão difícil pensar no passado sem que eu sinta uma pontada. Talvez por ter realmente gostado de você, talvez pelos planos que fizemos ou talvez apenas pela forma como você rasgou o meu ego.
O que me machuca hoje é pensar na saudade que eu sinto de você nos meus dias e em como eu te queria por perto para compartilhar sobre as coisas mais simples que acontecem na minha vida, e olha, como você faz falta. Eu estou seguindo minha vida como um capítulo novo, novos desafios e novas amizades, mas toda vez que penso nos episódios anteriores todo o sentimento me volta como um soco. Você colocou um ponto final em uma história que eu estaria tão feliz vivendo. Então sim, eu ainda digo que me machuca pois machuca saber que eu conheci alguém por quem eu sentia tanto orgulho nunca ter sentido que eu lhe seria suficiente.
O que eu planejava escrever sobre você estaria mais perto de lindos votos, algumas brincadeiras e regras de convivência para nossa casa, futuros aprendizados para nossos filhos hipotéticos e o treinamento diário do nosso cachorro. Para qualquer pessoa que ler isto, não saberá como são reais estas palavras como você saberia. No passado.
Você tem tantos defeitos, cara. Eu gostei de você mesmo sabendo de vários deles. Você era muito mais do que os outros homens com quem eu já estive, era meu amigo. Essa é a parte, de longe, que mais me dói saber que eu nunca mais terei. Mesmo sendo da sua vontade, iria me despedaçar tanto saber que o homem por quem eu me apaixonei e estaria disposta a morar junto em outro país ainda conversa comigo para suprir sua carência, mas está dormindo todas as noites com outra pessoa. Como eu disse, não consigo expressar com palavras como é sentir isso.
Eu espero que o tempo me seja generoso em me fazer feliz antes de eu ter que acompanhar toda sua trajetória, que seria comigo, com ela. Que o tempo consiga me amparar e me ajudar a me sentir menos sozinha, porque você sabe, o quanto você preenchia as minhas lacunas.
Essa parte eu não quero que você saiba, eu não quero me relacionar novamente com um homem depois de ter te conhecido. Não ainda. Mesmo não entendendo como você conseguiu colocar “incrível” e “sinto muito” na mesma frase para mim, eu não estou pronta para passar por isso de novo, sabe? Talvez eu te odeie um pouco por isso, mas é só porque eu tentaria encaixar um outro alguém em um lugar que eu ainda estaria reservando, com esperanças, que seria seu um dia. E nós, e eu, sei que não será.
Quero lembrar apenas da vez que você disse que estava gostando de mim e queria ter um relacionamento bom para nós, em como você disse que acreditava que seriamos felizes juntos, em como cresceríamos profissionalmente juntos e como criaríamos nosso mural de capelos de faculdade na sala. Essa parte, me faz enxugar as lágrimas nos trechos acima. Apenas ela. Eu me senti completa aquele dia e espero me sentir dessa forma de novo, um dia.
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gaolivet · 3 years
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Quatro meses depois de você
Você foi o meu amor mais bonito.
Eu não esperava que seria tão bom ser acolhida por você, ser cuidada, respeitada e tão admirada. Eu não sabia o quão bom era se sentir dessa forma.
Você não é o cara que olham e desejam logo de cara, é muito difícil se entregar para você porque eu sabia, que se fizesse, eu seria totalmente sua. Você é a pessoa mais linda que eu já conheci e isso nada diz sobre a sua aparência.
Nos seus braços eu me senti em casa como nunca tinha me sentido antes. Eu só queria que o tempo nunca mais parasse quando estávamos juntos na rede.
Eu amei conhecer cada parte sua, suas paixões, músicas, nome das plantas que quando você anunciou que não ficaria eu não tinha motivos para sentir raiva de você depois de sentir tanto. Eu só me perguntava onde foi que eu errei, o que te faltou, porque você não me escolheu?
Mas, só de eu ter sido uma opção em algum momento, eu preferi que você partisse em paz e sem o peso que sua escolha já tinha deixado.
Você foi o meu amor mais lindo mas também o mais rápido. Ainda que não pra mim. Com você eu realmente aprendi o que é ser amada e o que é amar alguém, e não falo de mim nessa segunda parte.
Eu sei que você se apaixonou por ela, de outro estado, e uma grande parte minha pensava que era só a sua vontade de querer provar que tinha a conquistado, para depois partir. Eu nunca previ que você realmente a veria. Que viajaria para ver-la.
Por mais que doa agora saber que você, mesmo depois de ter prometido que não se afastaria, parou de seguir nas redes sociais e de ver que você está, agora no Rio de Janeiro com ela eu consigo te admirar ainda mais.
Eu não quero você, pois você seria metade. Mas quero muito tudo o que representa, quero alguém que viaje por mim e espero que ele tenha tudo o que você me ofereceu e um pouco mais. Eu só quero achar um outro de você, por sorte, de novo na vida e me sentir de novo em casa.
Prometi que não choraria de novo por você depois da nossa última grande conversa, mas é impossível agora. Eu amo quem você é, queria que soubesse mas hoje não faz mais diferença. Eu amo o que fez por mim. Eu quero muito que você seja imensamente feliz com ela, pois você merece alguém que te faça sentir o que você me ofereceu.
Você é a pessoa mais linda que eu pude conhecer.
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gaolivet · 3 years
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Obrigada por me inspirar a escrever de novo
O que venho buscando é muito mais do que eu preciso. Mas, foram as escolhas que engoli com prazer e as mudanças que aceitei que me abriram os olhos para este caminho.
Este estável e inseguro caminho de olhar muito mais do que o meu horizonte, ainda jovem ao nascer de um Sol, me permite enxergar. Este caminho, a primeira vista, é uma rua de bairro florida onde se ouvem apenas os pássaros. Quando por ela eu ando, um misto de felicidade e confusão me invadem. A felicidade é pela tamanha admiração, tanto pela sua forma quanto pela graça que todos aqueles anos a deu. A confusão é por saber que naquela rua só se permitem pássaros e que a experiência dela de me ter é uma vasta memória que, com o tempo, o canto dos pássaros e o farfalhar das arvores apagarão.
A pergunta mais obvia seria então, mas porque eu desejaria andar justamente por esta rua? Há tantas outras onde eu melhor me encaxaria... Ah, é exatamente ai que mora a minha emoção (perdição). Ainda que eu andasses por outras, iguais a primeira seriam. A fé que nelas enxergo é precoce à minha pouca idade, clara como o Sol de todas aquelas tardes e absurdamente gostosa de ser sentida. Contudo, como tudo que é muito, uma hora transborda e, toda aquela glória se afasta na intenção de se esvair daquela fiel indesejável para o tempo. Mas, eu a sinto forte e ardente, sinto a tristeza por ter enganado a mim mesma e por me permitir sentir demais, sinto a alegria por ter sentido tudo de forma completa e um vazio que a distancia dela começa a rasgar. Um profundo aperto no peito me invade, me solta suspiros e me deixa as margens de querer chorar, mas nada me acontece. O aperto é cada vez mais intenso e a tristeza cada vez mais forte e ainda sim, nada me acontece.
Durante a trajetória que tive naquela tão bela paisagem que me força a abandonar, me sinto grata pelas sensações boas que ela me proporcionou enquanto me deixava por ela caminhar. E eu andei, corri e ainda não me exaustei o como queria, não ouvi o som dos pássaros o quanto desejaria, mas eu sei que, no fundo sempre me foi mais do que precisava olhar. A minha alegria à ela será duradoura como o Sol que a aquece todos os dias, à ela, será passageira. Ainda com muita dor pela ansiedade da atitude dela em me expulsar, me sinto grata pelas memórias que construí neste processo e que mesmo sem nenhum registro delas, as guardarei por muitos e muitos anos com estes dois grandes sentimentos. Guardarei, se possível, pela minha vida. Ainda que a ela signifique tão pouco.
Á todos os mais lindos caminhos que não me cabem.
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gaolivet · 4 years
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Ainda que sob as paredes daquela casa não houvesse nada além do meu corpo, de alguma forma, eu não me sinto sozinha da forma como era quando criança. Aquela vontade sagaz de infringir as normas da casa, fazer coisas escondidas e se deliciar na alegria inocente pelo não permitido já não me pertence mais. Não há delitos para se cometer ou vontades que façam valer a pena matar, não há felicidade em beber ou comer os doces escondida. O vazio da ausência humana se preenche com as responsabilidades e com o bom senso. Será que depois de tantos anos eu me esqueci como é se sentir feliz com coisas pequenas ou será que após todos estes anos eu enfim tenha lotado o ambiente de mim a ponto de não caber mais nada no espaço? Talvez eu devesse ter guardado um cigarro ou outro dentro de uma bolsa para acender quando todos saíssem, talvez. Talvez eu fumasse no banho mesmo com todos aqui sem me preocupar muito com os julgamentos. O lado ruim de ser adulto é que não há mais tanto desejo assim por querer quebrar algumas regras, a ausência passa a ser comum, não havendo mais motivos para sua contemplação. Há conforto no vazio, na zona segura de não precisar se relacionar e apenas colocar os fones sem notar quando a ausência se torna presença. Ainda que sob aquelas paredes só houvesse a mim, me sentia imersa em uma paz infantil. Dentro das mesmas regras conhecidas, com algumas ideias e desejos em mente vencidos pela preguiça de sua arquitetura.
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gaolivet · 4 years
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gaolivet · 4 years
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Mais uma tirinha por aqui.
Quando chegar a 1000k eu publico mais um texto autoral, tá pertinho ❤️
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gaolivet · 4 years
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Tudo virou motivo mas nada é razão.
- Gabrielle Olivares @olivaresgabrielle
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gaolivet · 4 years
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Quarentena. Outra vez.
A rotina era cansativa, saia de manhã e voltava apenas no final do dia. Era muito de tudo acontecendo e pouco sendo degustado. A atenção pairava naquilo tudo que não tínhamos e por lá ficava horas e horas do dia, roubando a produtividade para si com a alusão de sonho que breve me aconteceria.
Os casos iam fluindo com o tempo, alguns por ele se deixavam levar. Outros, com ele ganhavam mais confiança, firmando o chão ao que pisamos delicado. O monótono agitado assim prosseguia, com um entra e sai de gente, com a cabeça quente, sono desajustado, barulho alto todo dia. Dia após dia. Até que quando a pausa, enfim, chegava era pequena demais para tudo o que a precedia. Como pudera dormir mais com tanta coisa que havia prometido a mim, como se permitir ter ócio na medida exata, sem folgar demais para que o pecado da preguiça passasse. Tudo era muito para pensar. Até que, por motivo ou razão algum, os hábitos resolveram mudar.
Lentamente, trabalhamos de casa na primeira semana, sem sentir muito a diferença. Segunda. Terceira. Um mês. A vontade era de sair à fora, um pouquinho, encontrar os colegas do escritório e usar a voz que já estava empoeirada. Semana após. Vontade da multidão, se pegar pensando no que era o normal, o fervor, toda a falta de tempo que ocupava os pensamentos havia explanado como uma gotícula de água na roupa do varal. Evaporou com o tempo. Com a temperatura do corpo, agora gelado, pedindo, quase que desesperadamente, para se molhar.
Pássaros passados pareciam não voar. Um sob o outro, alvoroçados, em multidão. Um, se ao acaso te desse mais de suas horas, te retornava esperança, como se tudo fosse acabar em breve e seu reencontro permanecesse por anos. Mas, pássaros passados sempre possuem um motivo por assim serem, caso não seria presente. E toda esta neblina que trazem consigo cega a quem disto se esquece. São os reflexos da quarentena, tanto para quem se faz como o animal como para quem é abatido pelo seu regresso. É breve, por mais que se esqueça. É breve toda a confusão e conflito interno, todo fio cruzado, enrolado e cortado. Estes meus, seus, pensamentos são breves até quando este anormal se (re) transformar no novo presente.
Ressignificar. As horas do dia, a atenção e a distração. Sem provar do que já se passou, pisando no estranho vigente o sentindo como inteiro, com toda sua reação. Deixar que o coração bata forte, deixar que o ar se esvaia, com que a pernas tremam e a mão soe. Sabes a sensação, ela não lhe é inimiga e nem ao menos nova. Permitir usar suas cores como solução. Depois do segundo mês, vem a deturpação. Alguns dias com 26 horas outros com no máximo 6, sem razão. Desejo do toque na pele, do ar, do som alto, da comida temperada por um estranho, tudo ao mesmo tempo, sem ordem. Sem relevância. E ainda enquanto escrevo, fujo de tudo e mais, com outra coisa não planejada, e os minutos, um a um, não param de passar. O primeiro nem sinto, é só um mesmo. O segundo, na mesma, eu posso. Foram 10, 20 e me confundo, porque não parei antes?
É tanto de tudo acontecendo e tudo sendo engolido sem digestão. Não parei para pensar no tempo, mas há muito dele aqui para usar. E o uso, errado, modificando o que era suficiente ao que já era demais. A atenção paira em tudo, tudo menos o necessário, e por lá ficava horas e horas do dia, roubando a produtividade para si com a alusão de um sonho que breve me acontecerá.
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gaolivet · 4 years
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Mais uma pra coleção
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gaolivet · 4 years
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gaolivet · 4 years
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Estava no bar, naquela quarta-feira, como quem não te conhecesse. A música agradável e o seu sorriso não demoraram para que chegassem ao pé do meu ouvido, ritmados. A conversa era contagiante, algo do que você dizia parecia engraçado para mim e você sabia disto. As cadeiras do balcão do bar giravam, eu usava um vestido justo o suficiente para manter minhas pernas fechadas e confortável o suficiente para não me vulgarizar. A cor não importava, eu tinha tomado sua atenção mesmo antes de tentar. Não foi a bebida, talvez tenha sido o calor da nossa situação, me encontrava embriagada de uma curiosidade que me tomava. E você, é você sabia. Entre as formas de que você me beija, ainda não selecionei qual se fora a melhor naquele momento para ser eleita como a primeira e memorável; tinham mãos nas minhas, na nuca e nas pernas, bastante da sua língua no meu rosto, ouvido e ... pois é, ali mesmo sentada frente ao balcão do bar. São os momentos em que tudo some, não é mesmo? Você não se ouve ou se vê bem, tudo que importa é toque na pele e os pelos do braço se arrepiando a cada nova melodia. O cheiro do perfume, da bebida, da boca, tudo, fica guardado. Naquela noite ou alguns dias depois, a continuação. De uma forma estranha, o intervalo entre os dias tem relação com o que se sucede (ou não). No meu pensado, tudo ficou menos engessado com o tempo, rápido, que se passou. Já era domingo de outra semana, tinham peças minhas no seu quarto e tudo voltava à noite do bar. As mil e uma possibilidades para aquele fim e tudo o que de mais as seguiram. Estava no bar, naquela terça como quem nunca havia saído de casa. Como quem não te conhecesse.
Nosso encontro imaginário.
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gaolivet · 4 years
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Quarentena
Esperavam vazias as ruas da cidade que não dormia
mas quem realmente não dormia eram as pessoas
As que não saem, igualmente se consideram trancadas
E será que estão erradas?
Aquelas ruas – costumavam se encher de cores – coloriram-se de preto e cinza
As cores do luto de quem não pode ir à luta, mas por ela teve o seu fim
Buscavam palavras que consolassem, abaixaram a cabeça buscando perdão
Em algumas peles, o meu repudio pulsa, mas de nada serve, de nada ensina e de nada transforma
Nos olhares poucos, vê se o silencio do despreparo, a aceitação
No de muitos outros, o medo e a esperança, que só trazem frustração.
Pelas rezas e orações, navegam ondas furiosas na clemencia de um passado presente
Esperam que o normal retorne as casas e às vidas que não se foram levadas, manchadas vidas de história
mas que normal os referem? este normal desigual e passivo
O normal estranho, este, é o que chamaremos de vida quando a cidade reacender suas luzes
Luzes de pessoas mortas, que não dormiram até que tudo voltasse
Ao normal.
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