Tumgik
victorialismo · 8 months
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Última mensagem
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É óbvio que eu vou sobreviver.
Mas o buraco que você deixa é inegável.
A verdade é que eu sempre soube que a nossa história teria esse tipo de fim.
Eu vou levar minhas coisas, meus sentimentos, minhas histórias e até minhas piadas internas dentro de uma caixinha, pedir um Uber e ir embora sem alarde, sem briga e de cabeça erguida.
Eu vou cuidar dessa ferida, arrumar minha mobília e fazer de outro lugar meu lar.
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victorialismo · 10 months
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Eu vou te apagar dentro de mim
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Eu vou fingir que nada aconteceu. Que você não me acolheu, que meu riso não é seu.
Eu vou apagar nossas conversas gigantescas, deletar da minha cabeça nossas piadas internas e passar reto por todos os bichinhos fofos que eu encontrar pela rua.
Eu vou omitir o seu afeto, fingir que meu coração anda quieto e que eu poderia passar mais quantas mil horas fosse olhando pra você com ou sem nossos óculos de grau.
Eu vou fingir que não te amo e não te quero só pra mim.
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victorialismo · 10 months
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O nosso talvez tem tantos porquês
Que me faltam palavras - mas nunca sentimentos - pra dizer
Que aqui do outro lado é cinza sem você
Me machuca prever
Que aquela foi a última vez
E que a carta, com remetente
Resposta não vai receber
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victorialismo · 11 months
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A quem virá
Vem, bagunça o meu lado da cama.
Talvez eu precise de bagunça mesmo, depois de passar tanto tempo fugindo de sentir qualquer coisa. Colorir minha vida com o caos do problema pode ser a melhor coisa que você vai fazer por mim. Me inunde com os seus dilemas e as suas crises: eu não vou achar que você é apegado demais à sua mãe ou que você é velho demais pra não largar esse videogame.
Vem, conversa comigo a noite toda.
A verdade é que ninguém cuidou de mim até hoje e só com você, mesmo de longe, eu abracei um abraço que me acolhia. O meu terror não te assustou, muito pelo contrário, sinto que você entendeu o peso de acessar o outro lado do meu sorriso.
Vem, mastiga alto do meu lado.
Porque eu tenho fome de viver com você e dividir meus dias - até mesmo os mais tediosos. Eu quero rir das bobeiras, chorar os dramas e viver todas as pequenas alegrias do seu lado. Eu quero ver você crescer e envelhecer comigo.
Vem, escreve a sua vida com a minha.
Com você o sorriso é mais largo, o riso é mais longo, o abraço é mais quente. Eu preciso de mais do que uma crônica escrito do seu lado - eu preciso do para sempre.
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victorialismo · 2 years
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Para viver mais
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Eu cheguei a te contar que eu não entendia bem o significado da morte na vida de alguém, que eu nunca tinha lidado com um falecimento próximo e que, por isso, não entendia bem o processo do luto. Você me disse que não tinha medo da morte, porque sua mãe acreditava em outros planos, onde as pessoas provavelmente são mais felizes lá sem as dores terrenas e, por mais que você não acreditasse muito nisso, essa possibilidade lhe trazia paz.
Ainda é difícil processar que você não está mais aqui.
Por mais que a dor exista apenas no coração de quem fica e que gente tenha aceitado naquela madrugada a visão bonita do pós-morte da sua mãe, eu queria que os seus planos, os quais você me confidenciou tantos, não ficassem órfãos de pai. Eu não fazia mais parte da sua vida, mas não consigo evitar de fantasiar uma realidade alternativa, como nos filmes que a gente assistia junto, na qual você não partiu.
Eu queria que você tivesse terminado seu mestrado, que você tivesse subido cada vez mais na sua carreira e crescesse na velocidade dos seus sonhos. Queria que você assoprasse as 28, 38, 48, enfim, todas as velas que a gente vê as pessoas assoprando nos aniversários em filmes, rodeadas pelos familiares, deixando o legado de vida dentro das pessoas que você ama.
A garota cheia de doçura no olhar e cicatrizes na vida merecia que você a assumisse para o mundo, com todas as cafonices que a paixão pede e a dedicação e cuidado que o amor merece. Ela merecia que vocês andassem de mãos dadas pelo shopping e que tomassem sol juntos nas Maldivas.
A sua irmã merecia mais tempo para te regar de amor, colocar sua foto com os gatinhos em todos os fundos de tela que ela tivesse a chance. Vocês mereciam viajar mais juntos, criar ainda mais memórias juntos.
Seus amigos - esse bando que eu amava odiar - mereciam mais mesas de bar com você! Eles mereciam você como convidado em mais festas de casamento e aniversários dos filhos, onde vocês fariam uma rodinha, cada um com uma cerveja na mão, e dariam risada lembrando da época da faculdade.
Seus alunos mereciam mais explanações de um professor que amava o que fazia e não poupava tempo, nem esforços, para encantá-los com a beleza da ciência que você amava.
Falando em ciência, essa perdeu um pesquisador que merecia ter tido mais tempo para entender esse mundo tão caótico e desigual.
Há exatamente um ano, eu perdi alguém que deixou dentro de mim lembranças de um período jovem, inocente e despreocupado, mas que merecia viver mais.
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victorialismo · 3 years
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Match
O instante dilatou quando eu te conheci. Foi um daqueles momentos que você sente que alguém importante entra na sua vida. Eu senti a cadência mudando, os planetas opostos se alinhando. Aquele tipo de coisa que você não explica, mas que você sente que te atingiu em cheio. Tem cheiro, gosto, mas é difícil dar nome. Eu tava confortável na minha superficialidade, contente em conhecer todo dia novas pessoas e novos corpos e novas mentes e novos membros, mas alguma coisa em você parecia ser maior que a liquidez dessas relações.
Eu, que sempre tive medo do afeto, me vi confortável em construí-lo por você. No começo era puro tesão, mas com o tempo eu queria poder fazer QUALQUER coisa com você, das compras no mercado, até passar uma tarde de bobeira do seu lado. Queria te ver simplesmente rindo das minhas bobagens ou simplesmente traçando o futuro.
Eu não sei explicar o que isso é, ou pra onde todo esse sentimento vai, mas eu sei que ele não acaba aqui. Eu ainda vou fazer da nossa voz uma só nota.
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victorialismo · 3 years
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Eu tinha 18 anos, você tinha 20.
Eu era vestibulanda e você era plantonista.
Num Madrugadão do cursinho, eu acabei reparando em você. Lembro de perguntar para todos os professores que eu tinha amizade se você tinha namorada e a resposta foi não.
Dei um jeito de você ir na festa de uma república de professores do projeto e nosso primeiro beijo foi na piscina. Nossos amigos fizeram o maior tumulto quando a cena aconteceu, e a gente ali, meio sem saber como reagir hahahahaha
Você me pediu em namoro 7 vezes, eu recusei 6 - não porque eu não quisesse namorar você, mas tinha medo do novo, ainda que esse novo tivesse olhos tão doces e cuidasse tão bem de mim.
Foi meu primeiro namoro e o seu também, então obviamente fizemos todas as cafonices que a ocasião pedia: aliança de compromisso, status no Facebook, fotos bonitinhas e declarações de amor no mural. Músicas românticas, cartinhas de amor em todo mesversário e muita demonstração pública de afeto. A gente brigava por cada idiotice, o que significava que a gente fazia as pazes o tempo todo, também. Faltar na aula pra ficar falando besteira com você era tão divertido, principalmente quando era aula daquele professor que a gente amava detestar.
Você me apresentou o seu mundinho de guerras épicas, heróis medievais e criaturas mágicas. Você aprendeu a fazer charuto de folha de uva porque eu amava e te enchia o saco pra aprender a fazer. Viajamos juntos, seguramos o cabelo um do outro em fins de festa, ajoelhamos para cantar Boate Azul.
Foram com você todas as minhas primeiras vezes da vida adulta e eu não poderia ter companhia melhor.
Até que um dia a minha vida e a sua tomaram direções opostas: você foi explorar o Norte, e eu fui aprender a andar com as próprias pernas.
Sempre foi difícil explicar o nosso término, mas ontem, enquanto eu questionava Deus sobre a sua partida, catatônica, Ele me explicou: a sua missão na Terra era ser o MELHOR irmão, o MELHOR amigo, o MELHOR filho e o MELHOR professor. Hoje eu sinto o seu amor e o seu carinho através das pessoas que você amou, das vidas que você tocou. Você deixou um legado de amizade, lealdade e amor em todos nós.
Dizem que o primeiro amor é o mais sincero e o mais bonito na vida de uma pessoa: que sorte a minha o meu ter sido o seu! ❤️
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victorialismo · 3 years
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A quem partiu
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Quando eu te conheci, não queria ser mais eu. Tirei de algum lugar inseguro de dentro de mim que eu não seria levada à sério no mundo dos adultos sendo quem eu era. Eu nunca fui de seguir as regras e seu ofício é exatamente delinear por onde se deve caminhar.
Parecia certo, e eu falava isso para todos que questionavam o nosso caso.
O seu mundo todo parecia certo, enquanto o meu parecia tão torto. Eu queria sair de mim e entrar em você.
Seu mundo é feito de retas, malhas, mapas. Você anda na linha e orgulha disso. Seu corte é cirúrgico, sua análise é calculada. Você nunca precisou se esforçar de verdade para conseguir alguma coisa, então, sua comemoração é insípida. Sem grito, sem graça.
Você não sonha, não ri, não chora, não morre.
Você gosta de ser visto como frio, mas a verdade é que você só é morno, mesmo. Insosso, monótono, medíocre.
Meu mundo tem som e fúria, guerra e paz.
É feito das histórias que vivi, das que escutei, das que escrevi e das que ainda vou viver. Eu choro, eu grito, eu falo alto; eu gargalho a ponto de perder o ar. Eu tenho essa mistura de sangue e brilho nos olhos. Eu vivo da minha criatividade, busco refúgio na minha imaginação e meu fio condutor é feito de letras; redondas demais, grandes demais, vivas demais.
Nesse choque de mundos suas retas me atropelaram como um trem que passa por cima de alguém, alguém que assim como eu, cismou em andar na linha. Eu fui, pouco a pouco, dissolvendo minhas histórias, abafando meu grito, azeitando meu discurso. Perdi o brilho, congelei o sangue. Fui me anulando aos poucos. "Porque quando eu jurei teu amor eu traí a mim mesmo" eu canto hoje como lembrete do que eu fiz comigo, do que eu vivi contigo.
O problema é que uma pessoa não consegue negar a própria natureza por muito tempo. Uma hora ou outra o sapato aperta e, esse relacionamento era uma roupa que já não me servia mais.
Eu poderia ter seguido o script, me aventurando às escondidas e mantido a instituição do nosso relacionamento intacta, mas eu estava tão cansada de viver essa encenação que ateei fogo no castelo inteiro; castelo esse que só me murou, nunca me protegeu.
Eu rasguei seus mapas, quebrei suas bússolas, entortei suas retas. Me descolonizei das suas demarcações e dali eu corri pra nunca mais voltar.
Desanexada de você, comecei a navegar em mim. Fui apresentada não a quem eu era, mas quem eu poderia me tornar. O vazio deixado por você só mostrou todo o meu potencial.
Hoje eu não sigo a estrada, eu abro meu próprio caminho.
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victorialismo · 7 years
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São quase quatro da manhã. Meu coração está disparado, com medo de tirar sangue amanhã, com medo de ir mal na prova do dia seguinte, com medo de não conseguir entregar o TCC mês que vem, com medo de não enxergar um futuro próximo. A ansiedade é uma roleta russa onde nenhum tambor do revólver está recheado com uma bala, mas todas as vezes que aperto o gatilho, meus miolos explodem em direção à parede. O medo do amanhã e as dores de ontem não me permitem ter um hoje - fico paralisada por horas, olhando para o teto pintado de branco, que ameaça a cair em cima de mim caso eu me mova ao invés de me proteger do relento. O meu corpo trabalha contra mim; meu cérebro provoca reações químicas que se subvertem ao meu comando, meu coração bate como uma bomba relógio dentro do meu peito e meu corpo sucumbe em dor e lágrimas. Lá fora a vida é um sábado feliz; aqui dentro, um domingo sangrento.
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victorialismo · 7 years
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A diferença entre estar com um homem e um moleque é que, enquanto o moleque te vê como empecilho para alcançar os objetivos dele, um homem quer alcançar seus objetivos com você.
Victorialismo
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victorialismo · 8 years
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Sim.
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(vai ter música pra acompanhar o texto SIM! XD)
Eu não quero viver sob a sombra cor de anis das dores do meu passado e recuso-me a deixar de viver por medo da morte. A vida não é exatamente sobre altos e baixos? Qual é o ponto de declinar um pedido tão puro, tão sincero, por medo das feridas antigas ganharem irmãs gêmeas?
Por isso, hoje, eu te digo sim.
Digo sim aos encontros inesperados em filas de bebedouro, aos olhares repletos de cumplicidade que só a gente entende em meio à multidão. Digo sim ao seu chimarrão fazendo par com minha enorme xícara de café-com-leite; digo sim ao seu barco de racionalidade e equilíbrio inoxidável mergulhando no meu mar repleto de incertezas e ideias mirabolantes.
Aceito o risco de mais mil noites mal dormidas, mas de dias sonhando acordada, porque eu sei e você também sabe que um encontro desse não acontece todo dia e não surge na vida de todo mundo.  Abraço com felicidade as primeiras vezes que ainda teremos juntos e torço para permanecerem tão doces e memoráveis quanto as que já colecionamos em tão pouco tempo.
Acato com respeito as ironias do destino e percebo que alguns momentos da nossa vida - ainda mais os doloridos, como tal - precisam se repetir para nos livrarmos de traumas que a minha jornada trouxe; agradeço também aos mesmos traumas, pois graças às feridas que ganhei, sou doce para você como nunca fui para ninguém. 
2016 é o melhor ano que eu já vivi nessa minha (ainda) curta passagem pela vida e você foi um dos melhores presentes que recebi. O avesso, de fato, se mostrou como o meu lado certo e, sinto que essa viagem por mim mesma será longa. Já que você gosta tanto de percorrer longas distâncias, vem comigo?
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victorialismo · 8 years
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Mesa pra um, por favor!
(É música de dar clima que o povo quer, é música de clima que o povo gosta)
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O ano é 1998.
Eu, no alto dos meus quatro anos, brigo com um menino da minha sala e dou um tapa nele. Minha professora, confusa, me pergunta o que ele fez. Respondo, colérica: “Ele queria namorar comigo, tia!”
E desde então, me tornei a garota do “Você não sente falta/vontade de namorar? Uma menina bonita assim, solteira?”
Mas namorar quem, gente? Qualquer um que te dê a mão? 
 A sociedade simplesmente não aceita uma pessoa que fique perfeitamente bem sozinha; aquele puto do Tom Jobim também não facilitou, e os finais de novela/série/filme com casamento na última cena muito menos. Mas deixa eu contar um segredo pra vocês: É possível ser feliz sozinho. É saudável ser feliz sozinho. Faz bem pra caramba ser feliz sozinho. Você realmente precisa ser feliz sozinho se quer ser genuinamente feliz.
Já parou pra pensar o quão doentio é depositar toda a responsabilidade da sua felicidade em alguém que você mal conhece? Alguém que é humano e pode muito bem te desapontar sem nem perceber ou, realmente, te machucar de propósito? 
Quantos relacionamentos nascidos da pura carência vão ter que acabar de forma dolorosa, abusiva, pra gente entender que a felicidade tem que ser algo muito maior que a foto de casal no Facebook? Não me levem a mal, eu sinto falta todos os dias de ter alguém pra compartilhar as minhas vitórias, sei o quão bom pode ser ter um suporte pra dividir as dores, porém, caminhar sozinha também é muito bom. 
A gente precisa entender o nosso interior, responder os porquês do coração, se (re)descobrir e traçar nossos sonhos pra ficarmos bem, e até mesmo fazermos bem pra alguém. Ficar sozinho te oferece o luxo de ser deliciosamente egoísta e focar em você e no que realmente quer e precisa. Assim, somos felizes. Assim não aceitamos menos do que merecemos na vida. Assim encontramos alguém legal pra compartilhar as aflições e êxitos; entendemos que o espaço de cada um deve ser respeitado e que ciúmes é uma grande besteira. 
As pessoas precisam, urgentemente, parar de terceirizar as responsabilidades próprias e se relacionar por pura carência. Banalizar o amor é pecado, mas, pecado maior ainda é banalizar o amor próprio. 
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victorialismo · 8 years
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24 Velas
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(Aquela música pra dar o clima que vocês adoram)
É inútil tentar explicar pra alguém o que aconteceu entre nós. 
As rugosidades de um relacionamento são íntimas demais para alguém de fora entender. Chega a ser prepotente o ar de quem tenta explicar as causas do nosso fim. Nem a gente entende, não é mesmo? Eu não sei apontar os motivos do nosso término, mas sei demonstrar o que não causou nosso fim: falta de amor. A gente se amou do primeiro ao último dia e até depois dele. A gente permanece deixando rastros desse amor pelo chão, mas negando ele pelos lábios.
O problema é que hoje é seu aniversário. 
E especialmente hoje eu senti mais forte o vazio que ficou aqui dentro. 
Você com certeza vai ficar chateado por não te mandar nada nessa data. Não vai demonstrar, obviamente; afinal, um aquário pra tubarões costuma ter vidro blindado e revestimento de ferro. No final das contas, você vai fingir que nada aconteceu, porque assim é mais fácil, você não precisa expor o que tem aí dentro. 
O foda é que eu sei o que tem aí. Antes de você adotar essa política ridícula de se tornar ainda mais fechado e arredio, você costumava me contar os seus segredos, lembra? Não foram seus bróders que te aguentaram homesicking quando você encarava o inverno mais ao norte do planeta. Não foram os parças que te deram colo e ouvidos quando sua vontade era de fugir da cidade e ir direto pro seu lugar favorito nas montanhas. Não é seu melhor amigo de mais de uma década que pega no ar as suas angústias. Não é sua irmã que vira a noite conversando com você pela internet.  
Nenhum deles te conhece de verdade. 
Pesa nas minhas costas ser a única pessoa que conseguiu nadar do seu lado, e sabe por quê? porque a sua encenação de “tá tudo bem, eu não sinto nada” não me convence. Seus olhos são tão maiores que os seus lábios e eles te traem. Eles me olham cheios de alegria, daquele jeito bonito que quando o sol bate, se tornam esverdeados. Eles se convertem em lágrimas quando escutam alguma música que te faz lembrar de mim. 
Mas por que você faz assim? 
Você não é um cavaleiro medieval das suas histórias favoritas, não precisa usar essa armadura. Qual que é o problema de viver o que se sente? Não só isso tudo que a gente tem, mas em todos os aspectos da sua vida. Seu coração é tão bom e repleto de coisas bonitas; você é uma das pessoas mais inteligentes e criativas que eu conheço. Só que ninguém vê, você não permite que ninguém testemunhe isso.
Enquanto isso, prefere sentir o gosto de plástico das relações fast-food, ser subjugado, ser incompreendido… Me dói, muito mais que não te ter, perceber que todo esse potencial é desperdiçado por puro medo. E medo de quê? Eu te garanto, dói mais ficar trancado dentro de si que respirar o ar puro daqui de fora.
Te perder foi, de longe, a maior dor que eu já senti na vida. Dói todo dia, dói o dia inteiro. Eu aprendi que, se eu fosse menos fechada, talvez nada disso estivesse acontecendo. Mas e você, quando vai entender que ser fechado te tranca muito mais do que preserva? Quantas coisas você ainda vai perder por ser assim? Quantos shows você ainda vai chorar em silêncio com saudades de mim? 
Nessa sociedade cada vez mais líquida, negar um amor verdadeiro é quase um pecado. Se eu pudesse te dar um presente, seria o molho das chaves que trancam tudo o que tem aí dentro. Ou um manual de instruções de como sair dessa fortaleza. Ou uma ponte que interligasse essa ilha submersa que é o seu ser até a superfície.  
Sai desse aquário. Sai que eu te ajudo a caminhar do lado de cá. 
Eu te amo demais pra ver você aí sozinho. 
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victorialismo · 8 years
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Dores de Crescimento
(Dessa vez deixei as musiquinhas pro clima no meio do texto, lidem com isso)
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Eu esqueci de contar aqui, mas a semana passada foi bem agitada: completei 22 anos, descobri que meu nome foi parar numa publicação acadêmica enorme e soube também que passei numa entrevista de emprego (meu primeiro emprego real, fora aqueles freelas que todo mundo faz na faculdade pra poder encher mais a cara) e começo a trabalhar amanhã. Dados esses fatos, acho que tá na hora de admitir. Tá na hora do mundo saber dessa triste verdade:
EU CRESCI. SOU ADULTA.
MAS QUE  MERDA, HEIN?
Foi tudo tão de repente: comecei a reparar que eu realmente não como mais chocolate ou sorvete escondido quando tô de dieta e tomo direitinho os remédios que o médico me receita, até os amargos. Agora eu acordo quando o despertador toca. Me preocupo se passo muito tempo no sol sem protetor solar e se eu não tô ficando mal demais num open bar.
Muito mais que agora destinar um olhar mais maduro às traquinagens da juventude, o que me avisou que eu não era mais criança foi o tamanho e a densidade dos meus problemas. Não é que aquele puto do John Lennon tava certo? O Paul também. A gente é deliciosamente ignorante na adolescência. Ignorante em todos os sentidos. Tudo é ferro, fogo, suor, lágrimas e espinhas. Aquela nota baixa? a maior injustiça desde a crucificação de Jesus Cristo. A sua melhor amiga ter te trocado pra ficar com o namoradinho? a maior traição desde Judas. 
O problema é que na vida adulta não são os quadris ou as pernas que crescem, são as dores. Dores essas que não cabem mais no colo da mamãe. (Aliás, se você passou a adolescência brigando com a sua mãe, se prepare pro mais profundo e amargo arrependimento, aquela mulher pode ser louca, mas é a única pessoa no mundo que coloca a sua felicidade acima da dela). 
Agora os problemas não esperam você acordar do cochilo da tarde pós-filminho pra baterem à porta. E não tem ninguém, absolutamente ninguém, que possa solucioná-los no seu lugar. E nem adianta espernear ou chorar porque você também sabe que não vai resolver de nada. O lance é encará-los de frente, de preferência rosnando de volta. 
Em tão pouco tempo eu levei tantos socos no estômago, tantos galhos podados nessa roseira tão inexperiente. Tantas dores que eram só minhas, mas que agora são nossas, compartilhadas nesses espaço abstrato que preenche concretamente a minha deficiência em expor sentimentos. 
Acho que enquanto a vida nos entrega problemas gigantescos, traz de brinde subterfúgios pra não perdermos a doçura da vida. Que nunca me falte ternura, coração ou vontade de (re)começar. E pode vir com tudo, vida de gente grande, que a gente se vira e dá conta!
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victorialismo · 8 years
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O Valor Real
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Eu nunca contei pra vocês, mas eu amo Economia. Amo mesmo. Poderia passar horas conversando sobre as variações da Bolsa de Valores de Tóquio (que inclusive é a Tōkyō Shōken Torihikijo XD) ou sobre a relação entre as crises econômicas dos últimos 50 anos. É o que eu quero estudar pro resto da vida, porque sei que posso ajudar as pessoas assim. Eu sou daquelas que pensa no custo/benefício de tudo o que compro ou penso em comprar, vejo as minhas relações intepessoais como investimentos e me pergunto se vale a pena expor tudo o que eu sinto. 
Só que todos os livros e guias de Economia esqueceram de me contar uma coisinha : A gente só descobre o real valor das coisas quando perde elas. 
E quando a gente perde uma coisa valiosa, dói. 
A minha dor é diária. Às vezes eu sonho que passou, que eu não preciso mais temer pelos desdobramentos que a vida proporciona, mas eu abro os olhos e olho do lado da minha cama, olho meu dedo anelar da mão direita ou ainda o porta-retrato da minha escrivaninha e encontro a mesma coisa: nada. 
Então eu me lembro de quando esses espaços eram cheios; repletos de sentimentos e memórias, piadas internas e carinhos. Me lembro do quão feliz eu era e nem me dava conta disso - muito pelo contrário, eu fingia não ser, fazia joguinhos idiotas e arranhava uma coisa tão bonita, pura e rara de se ver hoje em dia. 
Eu quero acreditar que esse sentimento ainda está dentro de mim porque essa história ainda não acabou. Deus não seria cruel para me fazer sofrer por tanto tempo. Eu quero acreditar que eu tô passando por isso pra aprender com os meus erros e refletir sobre tudo o que eu fiz. É essa fé que me faz acordar todos os dias de manhã e não ter o mesmo fim dos investidores da Bolsa de NY depois do crash de 29. 
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victorialismo · 8 years
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O tempo e a roseira
(Aquela musiquinha pré-texto pra dar um climinha)
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Há exatamente um ano atrás, eu:
Perdi o amor da minha vida
Perdi a bolsa que eu recebia na faculdade
Perdi a vaga do projeto de extensão que eu fazia parte
Perdi a pesquisa que eu desenvolvia
Perdi o interesse pela licenciatura do meu curso
Tudo isso no mês de dezembro. Eu perdi toda a minha referência de ser. Eu não tinha mais objetivos traçados, eu nem sabia mais o que fazer depois de abrir os olhos de manhã. Pela primeira vez nos meus vinte anos de existência eu não senti o gosto do Natal - muito pelo contrário, eu chorei como nunca na noite de Natal. Não era dor, era um buraco que parecia não ter tampa que o fechasse; era olhar pra dentro de mim e não sentir nada. 
Eu tava no meio de um “E agora, José?” pessoal. Só que na minha versão, até a água no aquário tinha acabado. Sorte que eu respiro fora d’água, também.
Mas sabe qual a melhor parte de perder tudo? É que a gente não tem NADA a perder. A gente faz tudo o que dá na telha; meio por curiosidade, meio por necessidade de preencher esse vazio que surgiu na nossa vida. Nesse ano eu fiz muita coisa: algumas (muitas) besteiras, alguns progressos e muitas, MUITAS descobertas. 
Em 2015 eu fui mais forte do que nunca. Eu virei mesa, dei a cara à tapa; eu apontei dedo na cara, falei verdades que estavam entaladas dentro de mim. Eu experimentei tantos sentimentos e sensações novas e descobri que eu sou muito mais do que imaginava - e quer saber? eu gostei do que eu vi. Por mais que eu tenha sofrido pra caramba, eu nunca fechei um ano tão orgulhosa de mim mesma quanto 2015. E se esse orgulho fosse um Oscar, eu dedicaria ele à todas as minhas perdas do ano anterior.
Esse fim de semana eu fui pro interior de Minas Gerais, onde meus pais nasceram e cresceram. Lá, escutei uma senhora nascida no campo, muito sábia, dizer uma coisa:
“Quando a roseira tá feia, a gente precisa podar ela pra dar flores mais bonitas na próxima estação. Deus faz a mesma coisa com a gente, né? Ás vezes a gente perde coisas pra florescer mais bonito”  
Essa frase não saiu da minha cabeça desde então. Há um ano atrás, eu jamais pensaria em um dia agradecer por toda a dor que eu senti, mas foi graças à ela que eu repensei e aprendi tanta coisa na minha vida. 
Dessa lista, eu só quero o primeiro item de volta. Agora eu tô mais pronta do que nunca para tê-lo da forma que ele merece. Mas isso só aconteceu porque eu o perdi. 
Que a gente aprenda a lidar com a dor e com os aprendizados que a vida nos oferece. Por rosas mais bonitas em nós hoje, amanhã, em 2016…todos os dias.
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victorialismo · 8 years
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Nadando com tubarões
(Escutem essa lindeza enquanto lêem o texto, garanto que vai ser legal ♥)
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Eu nunca fui do tipo romântica, sabe? Quando eu era criança, a minha irmã mais velha - essa sim, a maior romântica que eu conheço -  sempre me levava na loja de brinquedos e tentava me convencer a escolher a Barbie Noiva, Barbie Princesa de Sei Lá Onde, mas eu sempre preferi as Barbies de cabelo colorido, roupas descoladonas de couro e que, aparentemente, estavam vivendo muito bem sem um Ken na vida delas. E eu meio que levei isso pra vida. 
Sendo assim, me apaixonei apenas duas vezes na vida. A primeira foi no início da adolescência, por um garoto que fazia teatro comigo. Ele era fofo, um ano mais velho que eu e gostava de filmes de espionagem; mas eu era criança e fugia da possibilidade de materializar essa paixonite platônica. Hoje eu vejo que ele também gostava de mim, mas como eu nunca deixei isso transparecer, acabou voltando com a namoradinha que amava o fato dele ser riquinho e ir pra Disney todo ano.
De qualquer forma, não teria dado certo. Ele era muito solto no mundo, muito aberto, falante e eu sempre achei charmoso o mistério dos meninos mais retraídos. 
Até que um belo dia, eu descobri que alguns aquários podem ser mais profundos que oceanos. Tão profundos que alguns tubarões passam a vida toda ali. E eu, apesar de tudo, deixei essa minha caixinha de vidro chocar-se com a dele. Pela primeira vez na vida, entendi porque as pessoas gostavam tanto de músicas de amor e porque os Beatles ficaram tão ricos. 
A gente tinha nosso universo particular - um aquário só nosso, onde as pessoas até podiam nos observar de fora, mas nunca entenderiam o acontecia ali dentro. Mas eu vou contar pra você: ERA BOM DEMAIS! Conhecer alguém que tenha a mesma alma livre, mas reservada como a minha, fez eu me sentir menos sozinha e esquisita no mundo. 
Porém, a vida gosta de complicar as coisas, de zoar com a nossa cara.
Tubarões precisam migrar. Pessoas que vivem em aquários não sabem lidar com sentimentos. Sentimentos precisam ser liberados, trabalhados e discutidos, para que não se transformem em ressentimentos. A inabilidade de lidar com sentimentos gera ressentimento. Ressentimento estraga tudo.
Faz um ano que esse aquário gigante que eu vivia se quebrou. E até hoje eu não sei lidar com isso. Eu tentei negar, tentei odiá-lo, tentei ignorá-lo. Eu guardei todos os cacos dessa relação naquele baú que todo aquário tem, sabe? Mas esses baús não têm cadeado, então era inevitável que mais dia, menos dia, ele abrisse com tudo. 
E eu ainda não encontrei um idioma que tivesse uma palavra capaz de definir a dor que eu sinto. Dói vê-lo nadando em águas tão próximas às minhas, mas ao mesmo tempo tão longe. Dói escutar tanta gente me falando que eu não sou a única desse par que ainda tem sentimentos, mas saber que a culpa e a dor fizeram esse outro aquário agora ser blindado. E, finalmente: dói viver uma vida onde ele não esteja mais presente, assim como dói viver longe da vida dele. 
Eu avisei pra você que viver num aquário era uma merda.
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