O Mundo Gira
Se mede grau e urgência pelo ruído
Uma métrica que contempla silêncio como conforto
E a sinfônica dos desconcertos urbanos, civilização
Atravessar o abandono com duas tempestades nos dedos
Deslizam portas, com ternura
Pés se arrastam com cansaço
Um evento moderno e intrusivo
Idealizar traições pelo som
É um esporte, cílios afiando cortes
Toda a matéria orgânica organizada
Para pertencer a massa de amido
Humedecer as mãos com lágrimas
Pássaros rondam a janela
Como se espreitassem vislumbres
Pássaros rodam tuas máquinas
Como cavalos domesticados em carrosséis
Eis você, desfiando o pudor
Colorindoo álibis com cores pastosas
Um beijo desalinhado, a argila desta estação
Um desejo morre dia sim, dia não
Moldar o soluço para esconder ossadas
Barganhar antes de cabeça de peixes
Um pomar de flores desdobravéis
Antes que seja tarde, aterre o por do sol em mim
Como uma hóstia-tigre passivo-agressiva
Amedronta visitas indesejáveis
Invejando-as como um novo mundo
Gargalhando liberdade enquanto cala a fome
É outra vez, um recorto ébrio
Arrancando nomes com delicadeza
Apertar o corpo como se fosse um pernil
Servir interpretações falhas para o jantar...
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Pare de idolatrar a sua dor.
t.
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"Eu tenho a risada alta... E não sei controlar, porquê quando algo acontece e desperta meu sorriso, eu só quero aproveitar o momento sem ter que por limite. Gosto de músicas agitadas, gosto de ter algo que me distraia da confusão do dia a dia nem que seja por míseros 3 minutos, e ao mesmo tempo que me agite pra eu poder lembrar que o mundo não é feito só de derrotas, e sim pedacinhos de pequenas conquistas diárias que eu mesma tenho que juntar, como um quebra cabeças. Gosto de cachorro, porquê prezo pela lealdade dos verdadeiros amigos, daqueles que amo. Eu sou assim, e um monte de outras coisinhas mais. Sou de intensidades, o pouco para mim não serve."
— Sarah Lima.
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Apenas viver.
Eu gosto do rosa.
E gosto do azul.
Eu gosto do clichê,
Mas também do original.
Gosto do velho...
E fico encantada com o novo.
Uns chamam de indecisão,
Eu chamo de viver.
Se estou mudando,
Estou vivendo.
Se estou opinando,
Estou vivendo.
Se sinto sentimentos,
Viva estou.
Se tenho paixões,
Viva estou.
Se gosto de arriscar,
Viva estou.
Ops, errei.
Olha lá, eu vivendo novamente
Mais uma fase surpreendente,
Vendo tudo recomeçar
Após um bom dia escutar.
Autora: Eduarda Hofmann
Dedico esse texto a todos aqueles que estão se descobrindo como seres livres. Livres para mudar, livres para seguir novos conceitos.
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Meu mal
Aiai, quem diria q eu estaria apaixonado, ou melhor perdidamente apaixonado, novamente. Logo eu q já sofri tanto por essa razão. Devo ser burro ou bobo por ainda acreditar no amor.
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pó.
meu Deus, meu Deus
quero dizer tantas coisas
engalfinham-se verbos na minha garganta
fico ajoelhada entre o travesseiro
e a espada
que desabafos,
que lágrimas abatidas!
meus olhos fechados dançam dentro
da pálpebra,
e quando vejo dentro da pálpebra
o chão nunca é o chão da minha casa
meu sofrimento não é o meu teto,
- repito olhando para o espelho -
amarro meus dedos em asas novas
sei que minha enfermidade é essa
que, de súbito, é suspiro lamurioso.
que mortes tenho sentido,
que mortes!
reescreverei meus tesouros,
minha boca recostada no ouvido do pó
e minha orelha pendurada na porta.
minha boca recostada nas mãos
e também no ouvido de Deus
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Alegoria
Ouvia da janela
Um qualquer zé-ruela
A gritar por vender
Uma dúzia qualquer
Enquanto o sol regurgitava
Sua ira intransigente
Em um descompasso
Me via num amasso
Com os ladrilhos dali
Me recuperei à andar
E notei mais que um
Talvez uma dúzia
Do que chamavam de alegria
Era o que vendia
Aquele tal de zé-ruela?
E transbordava dela
Mais penetrante que àquela ira
Que me levara aos ladrilhos
Revirei os bolsos em agonia
Alegria, Alegria
Por anos já não vendiam
Essa tal iguaria
Aos céus supliquei
Por um trocado retifiquei
E aos meus pés vinha
O tal do zé-ruela
E me deixava um sorriso
Muito mais que um riso
Com o qual os recebia
E então me vendia
Sem trocado algum
Aquela tal alegoria
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Ser intensa doí de mais. Me rasga a alma e a mente, ser intensa é sentir a dor rasgando o peito seja pela saudade, seja pela raiva e pedir a sua mente para não ser levada pela correnteza dos sentimentos. Nos espaços vagos de minha mente tento encontar a calmaria e o equilíbrio que precisso,para não me doer ou me rasgar mais ainda, seja lá pelo o que for. Ser calmo tem um preço, que na maioria das vezes é engolir muitas coisas a seco e ser explosivo o preço a pagar é mais alto, aguentar as consequencias da raiva exacerbada. Por isso digo e repito, minha calma esconde uma tempestade.
Morgana Lunna D.
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Engula o que sente
Ta bom, vou fingir que eu não sinto.
Vou fingir que não tô com saudade.
Vou fingir que é só sexo.
Não, não vou olhar nos seus olhos.
Você desvia o olhar, tem medo
Medo da gente se gostar
De eu te gostar
Já gosto.
Você não gosta, até queria gostar.
Mas não, não pode.
Ta bom, vou procurar outros corpos.
Vou fingir que nao tô com saudade.
Vou procurar outro sexo.
Que tenha olhos nos olhos
E que ele possa me olhar, sem medo.
Sem medo do que pode acontecer.
Quero que a gente se goste.
Quero gostar
Como gosto de você, até tento.
Mas não, não dá.
Ta bom, então eu volto pros seus braços.
E me entrego inteira a essa saudade.
Que pra você é só sexo.
Sem sentimento, sem olhar.
E eu entendo seu medo.
Aceito a minha dor.
Aceito que não vai ter amor.
Não vai ter gostar.
Quero que se declare pra mim, até tinha esperanças.
Mas não, isso não vai acontecer.
- Escrito por: R. P.
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Sujeito Composto/Sujeito Íntimo Secular
Falta muito para voltar a pesar a terra
Das presas vis escorrendo uma lágrima translúcida
As lágrimas castram sua vasta química
Em nome profano de uma substância de êxtase
A prática estabelece a suspensão dos sentidos
A prática simula mortes ineficazes
Em cada lar dessa terra tropical
Elefantes são moldados ao lado da mobília
O movimento é uma síntese dos cavalos
O coice a tal coisa chamada amor
O corpo transmuta-se viagem
Outra vez, esta elegante controvérsia
O trâmite que carrega caravelas
Cada sobra desta dor, cada promessa dessa dor
É um território inexplorado que forma a América
Tão cadavérica por ceiar sob o peso de chacinas
Há sete anos eu dancei com desertos
Há sete dias eu refiz meus passos
Há sete meses eu inundei palácios
Há sete minutos em morri em seus braços
A cada dois dedos de dose nesse copo
Ousava fabricar noites americanas
O céu cruzado de uma cicatriz
Recentemente contemplada
Eu tenho colocado seu nome
Em cada bebida que ingeri
Em cada carapuça que vesti
Em cada perfume que guardei
Todo poeta é orgulhoso
Seu critério confessa vaidade
Eu pensei que tivesse vencido
Naquela vez que sorri sem motivo...
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Eu me devo desculpas, por todas as coisas que deixei de viver por medo do que os outros iriam pensar. Me devo paciência, por todas as vezes que tentei controlar o que não dependia só de mim. Me devo amor, por ter deixado pessoas tomarem meu lugar no meu próprio coração.
Sarah Lima.
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rimas para meu avô.
meu vô dizia assim,
quando eu era ainda menininha
“coragem, que bobagem”
sentir tanto medo de coisa tão pequenina
o tambor no meu peito doía
respirava fundo, em dobro
recompondo cada nota revolvida
até hoje me lembro do osso de sua mão
esticado o braço parecia o arco dum violino
meu coração pulava em semifusas
mas ele parecia não temer nada com seus olhos de felino
penso em Deus quando penso no vovô.
é quase como maracugina;
meus pés podem estar na lama
dentro, fôlego de vida
(calma, vai passar)
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Meio mundo
ㅤㅤ
Neste quarto escuro
No teto apagado
Na parede do meu lado
Ouço alto e claro
ㅤㅤ
Minhas lágrimas já não molham
O travesseiro se acostumou
A ouvir as histórias de quem amou
E nem percebe que meus olhos choram
ㅤㅤ
Este quarto conhece teu rosto
Este quarto conhece teu cheiro
Este quarto conhece tua risada
E neste quarto nem mesmo você pisou
ㅤㅤ
Neste meu quarto pequeno
De luz precária e chão molhado
Pelas inúmeras lágrimas que derramei
Foi nele que descobri quem você é
ㅤㅤ
Ela é o travesseiro
É a parede escura
É o motivo do meu choro
É a coisa mais linda e pura
ㅤㅤ
Solidão é a pior das minha manias
Pensar em ti já virou outra delas
Deitado no chão a pensar nas coisas
Que coisas, senão as dela?
ㅤㅤ
Me arrama longe deste quarto imundo
Deste chão frio e moribundo
Me salva aos poucos e me traz ao mundo
Seca minhas lágrimas ao som esquisito de fundo
ㅤㅤ
Agora mesmo estou ouvindo aquela música
Que me traz mais perto de você
Para que você possa me ver
Para que eu possa a solidão esquecer
ㅤㅤ
Mas não passa de um quarto escuro
Na solidão mais pura e profunda
Como um cosmonauta em órbita
Longe das mágoas e das tuas ancas
ㅤㅤ
Queria ter alguém para escutar meu choro
Alguém para me segurar nos ombros
Queria ter você aqui, neste quarto vazio
Queria estar meio mundo mais perto.
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E você se foi. Você se foi da mesma maneira que uma pluma da poeira pousa em meu corpo, mas é só bater um vento que ela voa. Você se foi da mesma maneira que uma folha ressecada do outono cai de seu galho e vai parar no asfalto. Você se foi como aquelas visitas que só batem na tua porta pra dar um oi, perguntar se ta tudo bem e sair correndo porque ta atrasado.
Você se foi.
E sinceramente, eu não sei se fiquei, acho que eu fui também.
A parte que mais doeu de tudo isso é saber que tu partiu tendo em mente nunca mais voltar. E quando digo nunca mais voltar, é nunca mais olhar em meus olhos e cogitar em voltarmos ser eu e você. Nós.
Eu odeio despedidas programadas, mas também não gosto de fazer as últimas coisas sem saber que serão as últimas vezes. Eu não lembro do teu último abraço, nem do último beijo, muito menos do teu último olhar.
E isso me machuca, porque é como se eu tivesse programado uma parte vazia do meu coração pra armazenar as diversas “últimas”. Mas o espaço ta vazio. Livre. Assim como você.
Que tenhas uma boa viajem, e não se esqueça de levar a bagagem.
Odeio ficar com objetos pessoais.
Principalmente corações.
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Estranhos conhecidos
É, a gente se encontrou de novo hoje, e mais uma vez, senti crescer em mim todo o amor que pensava já ter enterrado. Nunca acaba de fato, sempre tem mais um pouco escondido. Porém preciso reconhecer o meu mérito, nesses sete dias de distância eu juro que nem pensei em você, não tanto, e quase não lembrei de nós
Deveria ter uma lei que impedisse pessoas que frequentam o mesmo ambiente de se apaixonarem ou se envolverem. Mas eu sei, que foi justamente isso que nos aproximou, ou melhor que me aproximou de você. Porque agora entendo, que fui eu quem quis isso. Você não me pediu, você não insistiu, mas eu fui correndo né? Foi só te olhar e pronto, eu já era sua. Fui eu mesma que criei essa teia, em que só eu me prendi.
E agora eu tenho que te ver, quase que todo dia e engolir a seco todas as vontades que você me causa. Eu sei que já refiz a minha vida, voltei pro meu lugar, do qual nunca deveria ter saído. E infelizmente, eu sei da existência dela, uma menina boa o bastante pra você. Eu nunca fui né? Também escolheria ela, porque eu conheço bem esse caos que mora em mim e imagino o quanto te assustou.
Mas é assim que a vida é: encontros, desencontros, in��cios, términos. No nosso caso, um constante reencontro de um final mal digerido desse amor que se quer começou. Eu não estou te esquecendo, só estou me acostumando. Assim como fomos um dia, novamente somos, apenas estranhos. As memórias vão perdendo a vivacidade, os sentimentos perdem o sentido. Até que enfim tenhamos nos desconhecido.
- Escrito por: R. P.
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