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#absolvição
jusdecisum · 2 years
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Cabem embargos infringentes para o Plenário do STF contra decisão condenatória proferida em ação penal de competência de Turma do STF se 2 Ministros votaram pela absolvição
Cabem embargos infringentes para o Plenário do STF contra decisão condenatória proferida em ação penal de competência de Turma do STF se 2 Ministros votaram pela absolvição
sexta-feira, 22 de junho de 2018 EMBARGOS INFRINGENTES NO CPC Estamos aqui tratando de processo penal. Por isso, não confunda o que for dito com o processo civil. O CPC/1973 previa um recurso também chamado de embargos infringentes (art. 530). Ocorre que o CPC/2015 acabou com a existência dos embargos infringentes no processo civil. EMBARGOS INFRINGENTES NO CPP Previsão O CPP prevê a…
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edsonjnovaes · 1 year
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E se a solução for extinguir a polícia?
As revoltas de maio e junho de 2020 forçaram os Estados Unidos a um ajuste de contas com a profunda marca impressa pelo racismo na sociedade. O linchamento público de George Floyd [ocorrido em 25 de maio] perfurou o véu da segregação, que acoberta a realidade de que milhões de afro-estadunidenses vivem sob o peso sempre crescente da morte. Dezenas de milhares de pessoas negras vitimadas pela…
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temumaneurose · 1 year
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Eu acredito nos ufólogos
e no meu vizinho que jurou ter visto Jesus
desenhado numa xícara
eu acredito no espiritualismo
e no perdão limpinho dos humanos
imundos
eu acredito na absolvição absoluta
e nas vidas passadas em que eu era incrédula e infeliz
eu acredito nos florais que tomo antes de dormir
e até no sonho premonitório em que eu sobrevivia a tantas mortes e ainda continuava de pé
eu acredito na pólvora se espalhando
e no agrotóxico invadindo meu estômago
eu acredito no poder da simpatia
se eu der três pulinhos
talvez
eu acredite em você.
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yooyeonsik · 6 days
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❛ you've been playing with me! ❜ + ❛ i have nothing to say to you. ❜ (@yangnaseon)
Ele sabia que esse momento chegaria mais cedo ou mais tarde. No que ele estava pensando fingindo ser seu irmão, afinal? Claro que seria descoberto e ninguém jamais aceitaria bem o fato de ter sido enganado. Mais um terrível erro para a crescente lista de decisões de merda tomadas por Yeonsik. Mas como ele poderia evitar? @yangnaseon provou ser tudo que sua mãe jamais foi e o encontrou em um momento terrivelmente frágil também, demonstrando tanto amor, sentimento sempre ausente em sua vida que, embora ele soubesse ser direcionado ao seu gêmeo e não a si, o rapaz acabou se apegando. Sem considerar as consequências de seus atos, deixou Naseon acreditar que ele era, na verdade, Joonshi, inventando todo tipo de desculpas para justificar os momentos em que sua atuação falhava e, mesmo que tenha durado pouco, ele foi completamente feliz naquele ínterim. Finalmente tinha alguém que o amava, o ouvia, cuidava e se preocupava com ele... só que não. Não esperava que seu irmão o fosse desmascarar de forma tão abrupta e a frieza de Naseon direcionada a ele, agora que sabia a verdade, fazia seu coração contrair e contorcer dolorosamente. Claro... sempre foi assim. Nunca havia espaço para ambos, e ele nunca era o escolhido. "Eu sinto muito, hyun-... Naseon-ssi. Nunca foi minha intenção..." Sua voz, já fraca e trêmula, agarrou na garganta que parecia estar sendo espremida por uma mão invisível. Yeonsik sentiu os olhos arderem antes que lágrimas se formassem ali, mas engoliu o choro. Que direito ele tinha? Ele não era a vítima. Esperava que Naseon pudesse perdoá-lo um dia, ansiava por compreensão... compaixão! Mas não ousou pedir aquilo que julgava não merecer. Ele já havia abusado demais da boa vontade do outro e só lhe restava respeitar sua decisão mesmo que quisesse gritar e implorar por absolvição. Sem saber o que mais poderia dizer em sua defesa, Yeonsik silenciou-se em seu sofrimento, abaixou a cabeça e deixou o lugar.
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Angela Davis discursa na Universidade de Sofia na República Popular da Bulgária alguns meses após sua absolvição da acusação de sequestro e assassinato, em 1972. A faixa no fundo diz "Amizade entre os povos".
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nossasenhoraaparecida · 8 months
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🙏✝️10 DE SETEMBRO✝️🙏
🙏✝️São Nicolau de Tolentino, protetor das almas do purgatório✝️🙏
✝️Origens✝️
Nicolau nasceu nas Marcas, em 1245, na diocese de Fermo. Ainda adolescente, conheceu os Agostinianos e foi atraído pela vida monacal, à qual se consagrou em Tolentino. Foi um asceta de sorriso amável, de longas orações e jejuns, sempre acompanhados pela simpatia e a caridade.
✝️Infância e Juventude✝️
Desde os sete anos de idade, suas preocupações eram as orações, o jejum e uma enorme compaixão pelos menos favorecidos. Nisso se resumiu sua vida: penitência, amor e dedicação aos pobres. Virtudes alinhadas a uma fé incondicional em Nosso Senhor e na Virgem Maria. Aos quatorze anos, foi viver na comunidade dos agostinianos de Castelo de Santo Ângelo, como oblato, isto é, sem fazer os votos perpétuos, mas obedecendo às Regras. Mais tarde, ingressou na Ordem e, no ano de 1274, foi ordenado sacerdote.
✝️Semeador da Palavra de Deus✝️
Nicolau possuía carisma e dons especiais. Sua pregação era alegre e consoladora na Providência Divina, o que tornava seus sermões empolgantes. Tinha um grande poder de persuasão, pelo seu modo simples e humilde de viver e praticar a fé, sempre na oração e na penitência, cheio de alegria em Cristo.
Com seu exemplo, levava os fiéis a praticar a penitência, a visitar os doentes e encarcerados e a dar assistência aos pobres. Essa mobilização de pessoas em torno do ideal de levar consolo e a Palavra de Deus aos necessitados dava-lhe grande satisfação e alegria.
✝️Vida Penitente✝️
Comia tão pouco, que ficou doente. O seu prior quis dar-lhe um pouco de carne, mas em vão. Chamou-se o prior geral. Nicolau, vencido pela santa obediência que professava, consentiu e engoliu um pedacinho: “Já obedeci, não me aborreçam mais com gulodices”. E Deus curou-o, jejuava a pão e água às segundas, quartas, sextas-feiras e sábados em honra a Maria Santíssima.
Tanta austeridade trouxe-lhe dores articulares do estômago e da cabeça e ainda perturbações na vista. Perguntava a si mesmo se tanto rigor agradava ou não a Deus, mas o Senhor apareceu-lhe em sonho e confortou-o.
Caindo ele de novo doente, curou-se, por indicação de Nossa Senhora, comendo um pedaço de pão molhado em água, depois de fazer o sinal da cruz. Daí veio o costume de benzer pães em honra de São Nicolau, destinados a robustecer os fracos. Nicolau trazia sobre a pele cadeias metálicas, tecidos ásperos e irritantes. Rezava entre as horas canônicas, a que era notavelmente fiel: de completas ao canto do galo, de matinas até a aurora, da Missa (se não tinha confissões) até terça, e de noite até às vésperas (se não tinha obrigações impostas pela obediência). Rezava na Igreja, perto dum altar ou na cela.
✝️Apóstolo do Confessionário✝️
Em 1275, devido à saúde debilitada, foi para o Convento de Tolentino, onde se fixou definitivamente. Lá, veio a tornar-se um dos apóstolos do confessionário mais significativos da Igreja. Passava horas repleto de compaixão para com todas as misérias humanas. A fama de seus conselhos e de sua santidade trazia para a paróquia fiéis de todas as regiões ansiosos pelo seu consolo e absolvição. A incondicional obediência, o desapego aos bens materiais, a humildade e a modéstia foram as constantes de sua vida, sendo amado e respeitado por seus irmãos da Ordem.
✝️Páscoa✝️
No dia 10 de setembro de 1305, ele fez sua última prece e entregou seu espírito nas mãos do Senhor, antes de completar sessenta anos de idade. Foi enterrado na sepultura da capela onde se tornara célebre confessor e celebrava suas missas. O local tornou-se meta de peregrinação, e os milagres atribuídos a ele não cessaram de ocorrer, atingindo os nossos dias.
✝️Via de Santificação✝️
No ano de 1446, São Nicolau de Tolentino foi finalmente canonizado pelo Papa Eugênio IV. A festa dedicada ao santo foi mantida para o dia de sua morte.
✝️Corpo Incorrupto✝️
A prodigiosa notícia que temos de São Nicolau de Tolentino diz que, quarenta anos após sua morte, seu corpo foi encontrado ainda em total estado de conservação. Na ocasião, durante os exames, começou a jorrar sangue dos seus braços, para o espanto de todos. Mesmo depois de muitos anos, os ferimentos sangravam de tempos em tempos. Esse milagre a ele atribuído fez crescer sua fama de santidade por toda a Europa e propagou-se por todo o mundo católico.
🙏✝️Minha oração✝️🙏
“São Nicolau, recorro a ti pelas almas dos meus familiares, aqueles que já faleceram e estão no purgatório esperando a sua purificação. Que alcancemos, pela tua intercessão, a salvação das famílias e dos pecadores. A ti recorremos e pedimos. Amém!”
🙏✝️São Nicolau de Tolentino, rogai por nós!✝️🙏
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Talheres II
É possível observar presenças Perseverando olhares entre folhas Incansavelmente possuindo olhos mágicos Assistindo danças intoxicadas de pele Significativamente lhe recebo, desconhecida A tal visita permeia meus sonhos sublimes Maculada de hematomas, tens meu corpo teu refém Eu a encontro em suas vestes talhadas de roxo Há certa representação de asas maiúsculas Vislumbres se preferir, das preferências de deus Mutáveis, eis aves, eis a paz, eis o exílio Corroendo tuas retinas tão frágeis Repentinamente, folhetins endurecem Tipicamente fatídico, adere a tríade Romance, proteção e absolvição Aos crimes de desleixo, flores O mistério asfixia álibis, marcas e outras manchas Conserte e prometa, como um teatro, ensaie Contrastes e estranhezas diversas varridas Para dentro das frestas de unhas quebradiças Donos a gritos são efeitos tardios e rarefeitos aos preconceitos Escondidos, negados, amaldiçoados, resistidos, endossados, Envolver o interesse na graça da normalização, não fale Apenas entregue-se, redima-se para ser absorvido quando necessário Tal proximidade soprada como parto de deus Revestido de pólvora, containers e falsificação Quem controla a interpretação, controla a figuração Autoafirma-se ao velar a esperança de toda a gente A catástrofe é pop, a catástrofe é inesperada Quem diria, que agiríamos como Virgílios Apresentando a terra do inferno como um lote atrativo Para investimentos sem indagações e narrativas natimortas
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euamooblog · 1 year
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MISCELÂNEA
A pluralidade me emociona. Seres são de diferentes maneiras de ser. Por isso, talvez, eu mesma resista em ser apenas uma, e mais ainda resista em ser um conjunto de várias igual aos outros conjuntos de tantos. Encontramos semelhantes, com eles partilhamos identificações, mas jamais seremos idênticos - e são os detalhes, tão particulares, que definem a nossa assinatura no mundo. Ainda que haja coincidências no caminho, cada pessoa se acede e se apaga por suas próprias razões. Para mim, é o lindo da vida.
Embora a ideia de estar sempre compactuando com os outros seja muito sedutora, porque me encontrar em alguém parece autenticar o meu ego, o mundo não precisa ser o meu espelho, tampouco eu pretendo ser o espelho do mundo. Ao contrário: sou autêntica quando consigo chegar à minha essência. Estamos aqui, também, para que consigamos aprender a compreensão através do que nos distingue. Afora as lutas sociais coletivas, verdadeiramente necessárias, toda padronização me soa tóxica. Um desserviço emocional, que nada nos ensina além do delírio desesperado do pertencimento. É bom se sentir acolhido. Mas pertencer a que? Para que? Por que? Qual rei mandou?
Desde menina, nunca pertenci a nada nem a ninguém. A indefinição seria então o meu caminho. Nem branca, nem preta, nem indígena. Doida, mas sã (ou sã, mas doida). Nem puta, nem santa (mas puta, e também santa, a depender de quem definia). Sexualizada, mas romântica de dar dó, coitada. Burra e sabida, dependendo do parâmetro. Os poemas que eu, adolescente, escrevia, já ouvi que “só podiam ser traduções de poemas gringos”, não podiam ser meus, já que eu parecia meio superficial, contente da vida. Mas, ao mesmo tempo, um tanto melancólica para se dizer “feliz”. Profunda ou exibida? Intelectual, jamais; artista, tampouco, já que eu não ganhava dinheiro com arte, não movimentava máquina nenhuma. A palavra que mais escutei sair da boca dos homens: exótica. “Exótica”, no dicionário, quer dizer “estrangeira; importada”. Mas estrangeira eu também não era (inclusive, se o Brasil tivesse uma cara, bem poderia ser a minha).
Enfim, nunca pertenci a coisa alguma. E deve ser por isso que, quando eu era pequena, o meu avô, homem bastante sensível, apelidou-me de “absoluta”, o que, no dicionário, significa “que se apresenta como acabada; plena”, e também “que recebeu absolvição; perdoada; inocentada”. Porém, eu não me perdoava por me sentir meio oca por dentro, e a luta constante que travei comigo mesma, para caber dentro de alguma coisa que eu nem sabia o que era, veio me adoecendo ao longo dos anos. Eu queria ter dito ao meu avô que a tal plenitude demoraria mais que o esperado, que o que ele já via em mim, na verdade, era um vislumbre. Custou. Agora, talvez, comece a entender que o vazio também é um lugar de pertencimento. Aprendo que os desejos variam.
O prazer de cada um de nós mora em casas - para não dizer países, para não dizer mundos - diferentes. Somos, então, singulares, e mesmo quando somos a soma de referências, nunca há uma soma igual a outra. O que me faz feliz pode não fazer o meu amigo feliz; o que completa o meu amigo pode não me completar - e eu não preciso estar socialmente distante do outro para que essa diferença se acentue. Às vezes, dois irmãos, nascidos do mesmo pai e da mesma mãe, que tenham recebido a mesma educação e as mesmas oportunidades, crescem e se tornam pessoas totalmente opostas.
Não existem regras para existir, a não ser aquela, básica, do respeito que se deve ter em meio à essa mistura toda. A aceitação do outro começa na aceitação de si - mas, se não sabemos quem somos, como poderemos aceitar o que somos? E, se nada somos - ou a nada nos julgamos pertencer, como é o meu caso -, por que não instituir o “nada” como sendo a própria coisa?
Chamavam-se “alternativos” os que não eram “estes”, mas “aqueles”. No boom da contracultura, isso ficou mais evidenciado: eram os que quebravam as regras estéticas vigentes, ditadas pela burguesia, e rompiam com a regularidade de suas famílias de classe média. Hoje, o lugar-comum mediano continua comum e mediano, e tudo o que era “diferente”, “alternativo”, parece-me, a cada dia, ganhar ares de reprodução. Vão todos aos mesmos locais. Falam todos sobre os mesmos assuntos. Vestem-se, inclusive, de modo muito parecido. Mesmo corte de cabelo. Mesmas músicas na playlist.
Parece óbvia esta discussão, mas é tanto o quanto ainda se mata e morre, literalmente, por conta das diferenças. É tanto o quanto vão se apagando singularidades, às vezes em um discurso despretensioso. É tanto o quanto vamos nos enlatando para que caibamos em espaços cada vez mais estreitos. São muitas as exigências sociais. E é enorme o quanto que, assim, vão-se embora potencialidades e belezas genuínas. Inconscientes, passamos a nos violentar, em troca de um “fazer parte” bastante injusto. A vida é muito mais bela em sua vastidão. Comportamentos, gostos, estilos, corpos, sonhos, vivências, alegrias, abismos - mundo mundo vasto mundo, como é vasto este mundo, já dizia o poeta, e mais vasto ainda é mesmo o nosso coração.
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#quaseumaredaçãoescolar
#textinhoinocente
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_Às vezes a única solução possível é uma prece...
_Uma prece para uma dor que (parece) que nada cura...
_Uma prece para alguém que a nossa mão não alcança...
_Uma prece por uma resposta que (ainda) não veio...
_Uma prece, quando tudo que sentimos não tem palavra nesse mundo que expresse.
_Uma prece para a Santa Paciência...
_Nos dias que é difícil conviver conosco mesmos...
_Aqueles dias, que nos autossabotamos sem sequer uma desculpa aceitável.
_Uma prece...
_Como única solução...
_Como absolvição...
_Pros dramas que compõem a história da vida de cada um...
_Uma prece como desabafo,
_Como um suspiro profundo...
_Na ânsia de aliviar o cansaço...
_Na esperança que isso nos motive o passo.
🙏🏼✨🩵
🖋AD
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twsanctis · 1 year
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unholy; pov #01 - parte 1
tw: ofensa a igreja e fé cristã 
alemanha. outubro, 2021
⠀⠀⠀⠀⠀ter ligação com o vaticano era estranho. as pessoas esperavam coisas de você - troca de segredos, favores e, principalmente, que seguisse as regras. theodosia não tinha problemas em seguir as regras, mas tinha problemas em ser fiel a algo que não acreditava. a sua vida toda esteve dentro da igreja, era católica de nascimento, indo a escola dominical e cultuando um deus justo e que deu livre arbítrio, mas que também punia se fizessem o uso dele de modo contrário ao esperado. no mínimo, conflituoso para a cabeça de uma criança compreendendo o mundo. fingiu muito bem, por anos, apenas pela sua mãe.
⠀⠀⠀⠀⠀ aquela noite era propícia para aquilo. a única que se permitiria fazer péssimas escolhas, tomar decisões baseadas em anseios e egocentrismo. claro que a herdeira não era perfeita, tampouco se via como tal, mas havia sido criada para que tudo que fizesse, deveria ser com excelência. calma, foco e cuidado. e, em menos de dezoito horas, ela estava pronta para abandonar qualquer honra em troca de se perder.
⠀⠀⠀⠀⠀a porta do mazda bateu com mais força do que a princesa esperava quando saiu do veículo. voltar para a alemanha em fora de época era estranho, mas necessário, devido as condições de sua mãe. não eram férias, longe disso, via mais como uma dispensa para que pudesse se despedir de tempos em tempos. passou o arco da majestosa catedral de berlim, fazendo o sinal da cruz após molhar sutilmente o dedo na água benta disposta logo na entrada. 
⠀⠀⠀⠀⠀era enorme, o ar dos pulmões pareciam se esvair caso ficasse tempo demais apreciando as obras de arte e suas peculiaridades. o cheiro de incenso queimando preenchia o ar e as vozes das fiéis não passavam de um burburinho de onde estava, onde provavelmente deveriam estar falando coisas de igreja. haviam poucas coisas que a di sanctis gostava em uma igreja e nenhuma delas incluía os sermões, as missas tediosas e aqueles que procuravam o sagrado como forma de absolvição no domingo, para fazer tudo novamente de segunda a sábado. mas o silêncio, ah!, esse era como em nenhum outro lugar.
⠀⠀⠀⠀⠀seguindo o corredor a esquerda, depois de passar algumas salas administrativas, havia uma fileira de confessionários. pela vasta experiência, sabia que não havia ninguém ali. todavia, checou se as luzes estavam apagadas e as portas fechadas. seus pés a levaram até a última cabine, um cubículo que devido ao seu tamanho era até que confortável ficar de joelhos. o odor de madeira velha, quiçá pútrida, preencheu suas narinas e teve que conter as memórias de suas confissões quando crian��a. 
⠀⠀⠀⠀⠀a tela de vime estava escura, indicando que não havia ninguém ali. thea gostava daqueles momentos sozinha, mesmo que não não existisse em seu imaginário, acreditava que assim ninguém podia julgá-la além d’ela mesma. suas mãos se apertaram, soltando um audível suspiro.
⠀⠀⠀⠀⠀— perdoe-me, padre, pois eu pequei. —  a voz saiu tão baixa, quase um sussurro. não tinha vergonha de seus feitos, mas ditos em voz alta, pareciam horrendos. parecia mais fácil pedir perdão para alguém que não estava ali, sequer podia a ouvir. — tenho andando pelo caminho das trevas, pois nele encontro algum alento para a minha alma já corrompida. sei que tudo o que eu disser serão apenas desculpas pelo meu comportamento degenerado... — respirou fundo, apertando ainda mais os nós dos dedos. nenhuma penitência ainda seria a suficiente. — é mais fácil conversar, confessar, quando ninguém pode julgar meus atos, minhas razões.
⠀⠀⠀⠀⠀um estrondo vindo do salão principal fez com que theodosia erguesse a cabeça e olhasse em direção. pareceu um livro, talvez uma bíblia, caindo das mãos de um fiel. seu coração pego de surpresa saltou de dentro do peito, batendo descompensado.  
⠀⠀⠀⠀⠀— não preciso ser expurgada, apenas dizer isso, aliviar meu peso. —  admitiu, com a voz pesando, como se fosse chorar. — o que tem de errado comigo? por que eu sou esse monstro que se esconde nas sombras, gostando do que faço? — segredos eram suas armas mais valiosas, mas eram seus, morreriam consigo. nem mesmo uma arma apontada em sua cabeça faria com o que sabia fosse expressado em palavras. — a mentira é ruim, sei disso, mas como posso eu, apenas uma jovem, gostar delas? é tão mais fácil quando penso que prefiro explicar uma mentira do que assumir a verdade.
⠀⠀⠀⠀⠀o soluço estava emperrado, pedindo espaço. apesar das lágrimas brotarem em seus olhos, ficaram pairando na linha d’água. os pensamentos haviam desalinhado, perdidos entre racionalidade e sentimentos. colocou um punho dentro do outro, fazendo força nos joelhos. a saia permitiria que as marcas de encaixe da madeira ficasse impressas na pele, por um tempo.
⠀⠀⠀⠀⠀— eu não compreendo ou entendo porque, mas sinto que algumas coisas tem mais emoção quando são segredos. apenas meus. —  baixou a cabeça entre os braços, fitando a pele branca e o chão, depois dela. — e o pior de tudo, me sinto solitária. sempre fui.
⠀⠀⠀⠀⠀haviam muitas coisas que ninguém sabia sobre a princesa da alemanha, mas era evidente que ela gostava da sua privacidade. mesmo que ficasse sozinha, havia algo na solidão que a agradava momentaneamente. depois de um tempo, perdia o sentido de ter se isolado. era um ciclo vicioso, meio desenfado, de ter todos aqueles sentimentos em extremos.
⠀⠀⠀⠀⠀— peço perdão por ter usado o nome de deus, nosso senhor, em vão. por mais vezes que posso contar. por ter mentido à minha mãe e ter me entregue a libidinagem antes do meu casamento, com uma, ou algumas, pessoas que não eram o meu prometido. —  aquilo era uma dentre das coisas mais leves que ela deveria ter feito dentro das semanas que ficou longe de casa. dividir o tempo entre a academia e as vindas a alemanha eram opostas. ali, em sua terra natal, era a princesa, o rosto e esperança da população. na arp, era quem havia construído para ser.
⠀⠀⠀⠀⠀não iria mudar, tinha consciência daquilo. todavia, ao menos havia expelido tudo que a consumia. ao menos estava tentando, de um modo desviado, fazer a coisa certa. o silêncio se instalou, de modo cruel, tomando toda a vitalidade do local. theodosia engoliu o nó que havia se formado em sua garganta, recostando as nádegas em seus tornozelos.
⠀⠀⠀⠀⠀— você gosta do que você faz? —  a voz atravessou o ouvido da morena como um lufada de ar intensa. ergueu a cabeça, buscando da onde vinha.
⠀⠀⠀⠀⠀o susto fora grande que sequer pensou, ficando de pé. de olhos abertos, assustados, encarou através do vime.
⠀⠀⠀⠀⠀— quem é você? o que está fazendo aqui? —  a voz - masculina - veio de dentro. ele estava ali o tempo todo. ouviu tudo o que ela tinha dito. theodosia moveu em seus pés em direção para sair, o ruído da madeira a entregando.
⠀⠀⠀⠀⠀— não vá, por favor. —  implorou, como se estivesse com medo. ela estava. ele sabia quem ela era. — não imaginei que você fosse começar a confessar, mas... fiquei intrigado. e quanto mais você falava, mais eu queria ouvir. prometo que nada disso saíra daqui. e-eu nem tenho para quem contar.
⠀⠀⠀⠀⠀e do que aquilo importava? ela havia dito tudo, ou quase, para um completo desconhecido - de modo unilateral. duvidava que o estranho do outro lado não soubesse quem ela fosse, ainda mais depois de tudo. seu rosto, sua voz, eram conhecidos e ela esteve o tempo todo ali, contando as coisas mais sórdidas que nem mesmo xavier ou neslihan sabiam. será que era um dos teólogos ou um padre novo? ela estava ferrada, era a única coisa que sabia. quem que que fosse aquela pessoa, ela estava em apuros. 
⠀⠀⠀⠀⠀— esteve ai o tempo todo? —  questionou, apreensiva sobre a resposta que receberia. — o quanto você ouviu?
⠀⠀⠀⠀⠀— creio que tempo o suficiente para saber que você não é o que demonstra ser, não é mesmo, princesa?! —  claro que ele sabia quem ela era. como pode ser tão burra a esse ponto? — penso sempre em como vocês, nobres, tem a vida entediante ao ponto de fazer coisas tão mundanas quanto nós, reles plebeus. 
⠀⠀⠀⠀⠀o tom usado por ele na palavra plebeu denotava um desgosto por tudo que ela representava. por mais que theodosia gostasse de um mistério, ela preferia estar no comando. sempre. gostava de ser quem se divertia com alguém, não ao contrário. o homem desconhecido tinha toda sua atenção. sem intenção, talvez, mas agora ouvia atentamente. os ofegos antes de prosseguir, a voz sussurrada, como a sentença saiu cuidadosamente se esgueirando entre a provocação maldosa e um flerte. desejou ter sido corajosa o suficiente para adentrar, mas algo a fez permanecer, imóvel, com as mãos ainda cruzadas em frente ao corpo. 
⠀⠀⠀⠀⠀— gostei de ter ouvido sobre seus segredos. —  confessou. ele parecia respirar forte, como se o ar tivesse dificuldade de atravessar o nariz e ir em direção ao pulmão. 
⠀⠀⠀⠀⠀— costuma ouvir a confissão dos outros sem ter vergonha de se esconder? —  retrucou, em forma de pergunta.
⠀⠀⠀⠀⠀— na verdade, não. essa é a primeira vez que alguém diz coisas sórdidas para mim sob uma penumbra. não acha sexy? —  instigou e theodosia pode ver a curvatura dos lábios fazer um sorriso. 
⠀⠀⠀⠀⠀a resposta ousada saiu tão rápido que a princesa ficou intrigada. ela sequer havia parado para prestar a atenção nele. a voz era grave, rouca, pesada. considerou ser de alguém que talvez fumasse, mas não sentiu o cheiro de nicotina assim que entrou ali. poderia ser um homem mais velho, mas o jeito que a provocava era de modo juvenil. talvez tivesse a sua idade ou fosse até mesmo mais novo. 
⠀⠀⠀⠀⠀— irei guardar os seus segredos. —  ele tornou a dizer. talvez o tempo de resposta tivesse se estendido demais. —  você será um dos meus também.
⠀⠀⠀⠀⠀— você tem segredos? —  theodosia voltou a questionar. era tudo o que tinha naquele momento, perguntas ao desconhecido misterioso. 
⠀⠀⠀⠀⠀a resposta não veio, nem mesmo depois de alguns segundos. a herdeira se inclinou para frente, vendo que não havia mais uma sombra na penumbra. ela ficou de pé, puxando a cortina e olhando para os lados. olhou para dentro novamente, onde estava o rapaz. vazio. como ele havia saído tão rápido? na nave da catedral, apenas alguns fiéis em volta do padre Klein, mas nenhum deles parecia ser o seu ouvinte secreto.
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paulomarr · 1 year
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Esquizofrênicos
Nosso beijo não irá se renovar.
Pedirei absolvição pelo meu pecado
em te perder?
Quem nos Céus ouvirá?
O quarto escuro se tornou
meu castigo,
sem a luz dos teus olhos.
Tropeço na escuridão
e caio sobre os pedaços
de nosso coração.
Nosso beijo não irá se renovar
até a próxima Primavera.
Quantos anos faltam para nós?
Vou cantar enquanto
a chama em mim me queima.
E me torno um fantasma
em seu mundo a chorar
sob sua sombra.
Não há perdão sem castigo
e nem história que nos torne livres.
Minha alma e coração estão esquizofrênicos enquanto
bebo da fonte da saudade.
Paulo Marcos
#lardapoesia
#ingripdesire
#pensamentosemusicas
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lucas-ss · 2 years
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Eu procuro ser otimista e tento pensar que a situação não é tão ruim quanto parece. “ Estou fazendo drama de novo” eu sei. Digo para mim mesmo. Mas, a realidade é que a última vez que eu senti uma felicidade extasiante e verossímil foi quando estávamos juntos. Agora, eu sinto uma solidão de fundo do mar. Para ser mais específico: a solidão de uma caverna estreita, escura e subaquática. De nada adianta gritar, pois ninguém irá ouvir. Estou flutuando num abismo gélido e claustrofóbico. Existe absolvição? Existe poesia? Existe salvação? Algum dia voltarei a ver a luz alegre da manhã? Eu não sei… Apenas gostaria de não estar tão, tão só, tão sem você!
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22.12.2022 (02:54)
Olho à minha volta e sei que não mereço nada disso. À minha volta, tudo se afigura como uma página em branco. Nova, segura, inconspícua, uma tela sob a qual temos total controlo. O chão verde convive respeitavelmente com as subtis sugestões do azul, que nada nas paixões do vermelho, guardião do saber.  Finjo que aprendo com eles, que se este é o meu quarto seguramente tem que ser à minha imagem, que eu sou como me vejo neles. Sei que me minto: sei que o meu chão é um prado lamacento e entufado; sei que o meu azul é errático, que diz o que quer e não quero o que diz, a toda e qualquer pessoa que demonstre que quer ouvir com o mínimo de desinvestimento pessoal…; sei que sou fingidamente apaixonada por tantos outros e plenamente insciente de mim, sem amor mais profundo do que o do fingimento em si. E ainda assim, olho em volta neste quarto e tento-me sentir em casa. Racionalizo (caio nos mesmos vícios) todas as minhas ansiedades, ponho fé nisto como lugar hermeticamente selado onde os meus erros não me poderão apanhar. Reconto na mente, fazendo muita questão de sentir brutalmente o sabor das sílabas dos seus nomes, a quem contei do Pecado. Falo disso pedindo absolvição desinteressada, como quem não quer a coisa, como se não criasse um vazio no meu corpo que me faz suplicar pelo silêncio. 
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paulinhocouto · 1 year
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. Deixo-me levar, não resisto, derradeira solução. Solto no ar, invisto, na minha absolvição. Alçado às alturas num céu tão escuro com um aperto no coração, há tempos procuro, agora vejo, salvadora abdução. https://www.instagram.com/p/CoDwXWPJnpd/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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amor-barato · 2 years
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Comovo-me em excesso, por natureza, e por ofício, acho medonho alguém viver sem paixões. Imaginei-me diante de um cérebro, cérebro enorme. O resto do corpo minguava, tinha fracas exigências, funcionava para levar um pouco de sangue à poderosa máquina. A voz calma narrava-me cenas de arrepiar - e não se elevava, escorria dos beiços finos, banhava o sorriso permanente como um fio de água gelada. Ao deixar a sala de tortura, Sérgio mexia-se a custo: andava nas pontas dos pés feridos, arrastando os sapatos, os calcanhares fora dos tacões: a rigidez do couro magoava-lhe a carne viva, sangrenta. Num corredor enxergara de longe a cabeça da mulher. E enviara-lhe um aceno, tentara apagar no rosto qualquer vestígio de padecimento. Ouvindo isso, falei no ódio que ele devia experimentar. Olhou-me atônito:
-Ódio? A quem?
-Aos indivíduos que o supliciaram, já se vê.
-Mas são instrumentos, sussurrou a criatura singular.
-Aos que os dirigem. Aos responsáveis por isso.
-Não há responsáveis, todos são instrumentos.
Na verdade ele tinha razão. Contudo, se me houvessem atormentado, não me livraria da cólera, pediria todas as desgraças para os meus carrascos.
-Se lhe aparecesse meio de vingar-se, não se vingaria?
-Que lembrança!
Guardei silêncio um instante, depois tornei:
-Sou um bárbaro, Sérgio, vim das brenhas. Você é civilizado, civilizado até demais. Diga-me cá. Admitamos que o fascismo fosse pelos ares, rebentasse aí uma revolução dos diabos e nos convidassem para julgar sujeitos que nos tivessem flagelado ou mandado flagelar. Você estaria nesse júri? Teria serenidade para decidir?
-Por que não? Que tem a justiça com os meus casos particulares?
-Eu me daria por suspeito. Não esqueceria os açoites e a deformação dos pés. Se de nenhum modo pudesse esquivar-me, nem estudaria o processo: votaria talvez pela absolvição, com receio de não ser imparcial.
O russo não agasalhava tais escrúpulos: absolveria ou condenaria, insensível, examinando os autos.
-Se você acaso chegasse ao poder, conservaria os seus inimigos nos cargos, Sérgio?
-Não tenho inimigos. Conservaria os que se revelassem úteis.
-Bem. Essa impassibilidade me assusta. Apesar de sermos antípodas, fizemos boa camaradagem. Mas suponho que você não hesitaria em mandar-me para a forca se considerasse isto indispensável.
-Efectivamente, respondeu Sérgio carregando no c. Boa-noite. Vou dormir.
Estendeu-se na cama agreste, enfileirada com a minha junto ao muro, cruzou as mãos no peito. Ao cabo de um minuto ressonava leve, a boca descerrada a exibir os longos dentes irregulares.
Graciliano Ramos, Memórias do Cárcere
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shinymoonbird · 2 years
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23 de Janeiro, 1937            Talk (Conversa) 349.  
O CAMINHO DE SRI SANKARA PARA A SALVAÇÃO ATRAVÉS DA DISCRIMINAÇÃO
Um Comentário De Bhagavan Sri Ramana Maharshi
(Na presente edição de The Vision (A Visão) é publicada a seguinte nota, sendo a tradução feita pelo Sr. S. Krishna, M.A., do prefácio de Sri Ramana Maharshi à sua tradução de Viveka Chudamani de Sri Sankara ou "A Jóia Suprema de Discriminação").
Todos os seres no mundo desejam ser sempre felizes, livre da mancha da tristeza; e desejam livrar-se de doenças físicas que não são da sua verdadeira natureza. Além disso, cada um nutre o maior amor por si mesmo: e esse amor não é possível na ausência de felicidade. No sono profundo, embora desprovido de tudo, tem-se a experiência de ser feliz. No entanto, devido à ignorância da real natureza do nosso próprio ser, que é a própria felicidade, as pessoas debatem-se no vasto oceano da existência material abandonando o caminho certo que leva à felicidade e agem com a crença equivocada de que o caminho para ser feliz consiste na obtenção dos prazeres deste e do outro mundo.
UM GUIA SEGURO: Mas, infelizmente, aquela felicidade que não tem a mancha da tristeza não é realizada. É precisamente com o propósito de apontar o caminho direto para a felicidade que Deus Shiva assumiu a aparência de Sri Sankaracharya, escreveu os comentários sobre os Institutos Trinos (Prasthana Traya) do Vedanta, que exaltam a excelência dessa bem-aventurança; e demonstrou isso pelo seu próprio exemplo na vida. Esses comentários, no entanto, são de pouca utilidade para aqueles buscadores ardentes que pretendem realizar a bem-aventurança da absolvição, mas não têm a erudição para os estudar.
É para tais pessoas que Sri Sankara revelou a essência dos comentários neste pequeno tratado, "A Jóia Suprema de Discriminação", explicando com detalhe os pontos que devem ser compreendidos por aqueles que buscam a absolvição e, assim, direcionando-os para o verdadeiro e direto caminho.
APRENDER NÃO VAI RESULTAR: Sri Sankara abre o tema observando que é realmente difícil atingir o nascimento humano, e deve-se (tendo-o alcançado) lutar pela realização da bem-aventurança da libertação, que é verdadeiramente a natureza do nosso ser. Somente por jnana ou Conhecimento é realizada esta bem-aventurança, e jnana é alcançada apenas por meio de vichara ou investigação constante. Para conhecer este método de investigação, diz Sri Sankara, deve-se buscar o favor de um Guru, e passa a descrever as qualidades do Guru e de seu sishya e como este último deve se aproximar e servir ao seu mestre. Ele enfatiza ainda que, para realizar a bem-aventurança da libertação, o nosso esforço individual é um fator essencial. O mero aprendizado de livros nunca produz essa bem-aventurança que só pode ser alcançada através da investigação ou vichara, que consiste em sravana ou atenção devotada aos preceitos do Guru, manana ou contemplação profunda e Nididhyasana ou o cultivo de permanência constante no Ser.
OS TRÊS CAMINHOS: Os três corpos - físico, subtil e causal - são não-eu e são irreais. O Ser, ou 'Eu', é bem diferente deles. É devido à ignorância que o sentimento do Ser ou noção de “Eu” é erradamente atribuído àquilo que não é o Ser, e isso de facto é escravidão. Como da ignorância surge a escravidão, do Conhecimento resulta a libertação. Saber disso pelo Guru é sravana.
Rejeitar os três corpos que consistem nos cinco invólucros (físico, vital, mental, intelectual e bem-aventurado) como não ‘eu’ e extrair através da subtil investigação de “Quem sou eu?” - assim como a folha central da erva é delicadamente desenrolada da sua espiral - aquilo que é diferente de todos os três corpos e existe como um e universal no coração como Aham ou 'Eu' e denotado pelas palavras Tvam (no dictum das Escrituras - 'Tat-tvam-asi' - Isso tu és). Este processo de investigação subtil é manana ou contemplação profunda.
A BEATITUDE: O mundo de nome e forma é apenas um adjunto de Sat ou Brahman, e, não sendo diferente dele, é rejeitado como tal, e afirmado como nada mais senão Brahman. A instrução do Guru ao discípulo da Mahavakya, Tat-tvam-asi, que declara a identidade do Ser e do Supremo, é upadesa. O discípulo é então instruído a permanecer na bem-aventurança de Aham-Brahman - 'Eu' o Absoluto. Não obstante, as velhas tendências da mente brotam espessas e fortes e formam uma obstrução (a esse estado de bem-aventurança). Essas tendências são tríplices, e o egoísmo, que é a sua raiz, floresce na consciência exteriorizada e diferenciadora causada pelas forças de vikshepa ou dissipação (devido a rajas) e avarana ou velamento (devido a tamas).
AGITANDO A MENTE: Instalar a mente firmemente no coração até que essas forças sejam destruídas e despertar com vigilância inabalável e incessante a tendência verdadeira e cognata que é característica do Atman e é expressa pelos dicta, Aham Brahmasmi (Eu sou Brahman), e Brahmaivaham (somente Brahman sou eu) é denominado nididhyasana ou atmanusandhana, isto é, constância no Ser. Isso também é chamado de Bhakti, Yoga e Dhyana.
Atmanusandhana tem sido comparado a bater a coalhada para extrair manteiga, a mente sendo comparada à vara de bater, o coração à coalhada e a prática da constância no Ser ao processo de bater. Assim como ao bater, a manteiga de coalhada é extraída, e por fricção o fogo é aceso, da mesma forma, pela inabalável constância vigilante no Ser, incessante como o fluxo ininterrupto do fio de óleo, é gerado o transe natural ou imutável ou nirvikalpa samadhi, que prontamente e espontaneamente produz aquela percepção direta, imediata, desobstruída e universal de Brahman, que é ao mesmo tempo Conhecimento e Experiência e que transcende tempo e espaço.
FELICIDADE ILIMITADA: Isso é Realização do Ser, Auto-Realização; e assim é cortado o hridaya-granthi ou o Nó do Coração. As falsas delusões da ignorância, as tendências viciosas e antigas da mente, que constituem esse nó, são destruídas. Todas as dúvidas são dissipadas e a escravidão do Karma é cortada.
Assim Sri Sankara descreveu, neste “A Jóia Suprema de Discriminação”, samadhi ou transe transcendente, que é a felicidade ilimitada da libertação, além da dúvida e da dualidade, e ao mesmo tempo indicou os meios para a sua realização. Realizar esse estado de libertação da dualidade é o summum bonum da vida: e somente aquele que o conquistou é um jivanmukta (o libertado enquanto ainda vivo), e não aquele que tem apenas uma compreensão teórica do que constitui purushartha ou o fim desejado e alvo do esforço humano.
LIBERDADE FINAL: Assim definindo um jivanmukta, ele é declarado livre das amarras dos tríplices Karmas (sanchita, agami e prarabdha). O discípulo que chegou a este estágio relata então a sua experiência pessoal. O liberto é livre de facto para agir como bem entender, e quando deixa o corpo mortal, alcança a absolvição e não retorna a este “nascimento que é morte”.
Sri Sankara descreve assim a Realização que conota libertação como dupla, ou seja, jivanmukti e videha mukti mencionadas acima. Além disso, neste pequeno tratado, escrito na forma de um diálogo entre um Guru e seu discípulo, ele considerou muitos tópicos relevantes.
~ Talks With Sri Ramana Maharshi - Talk 349 (pdf)
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