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#da perda a liberdade...
misshcrror · 3 months
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              𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐇𝐎𝐑𝐑𝐎𝐑: ──── YASEMIN's point of view ;
“the investigation is to find the crime, whereas the spying is to commit the crime.” part 001. // @silencehq
Yasemin sempre teve uma relação ambígua com o medo e o terror. Não tinha o hábito de fazer de uma morte algo tão taciturno apesar de entender o pesar de perder um parente, um irmão, uma mãe. Sua infância foi marcada por histórias sombrias e desenhos macabros de sua mãe, então pareceu fácil desenvolver uma conexão com o lado mais obscuro da existência. Enquanto muitos temiam o desconhecido, Yasemin parecia ser atraída por ele, como se encontrasse conforto na escuridão que habitava sua mente.
O pânico dos outros na festa? Jamais manifestaria em voz alta a satisfação de sentir certo prazer em ver pessoas aterrorizadas, o que entrava numa dualidade totalmente complexa para Yasemin. Por um lado, ela entendia a gravidade da situação, mas por outro, não conseguia deixar de sentir uma pontada de excitação diante do pânico que reinava entre os semideuses. Era como se uma parte dela se alimentasse da energia caótica que permeava o ambiente, uma parte que ela própria mal compreendia. Embora se considerasse parte do acampamento depois de tantos anos e valorizasse os laços que havia construído ali, ela sempre se sentiu um pouco à parte, como se houvesse uma barreira invisível separando-a dos outros. A falta de liberdade para usar plenamente seus poderes era um exemplo da frustração. Enquanto via outros semideuses explorando seus dons sem restrições, como manipular água para ajudar, ou usar magia para erguer telhados, ela se sentia aprisionada por suas próprias habilidades.
No caos que se seguiu à festa clandestina, o chalé de Deimos foi palco de uma devastação tanto quanto os outros. Os destroços espalhados pelo chão, os móveis danificados e a parede de seu quarto cedida. No meio da confusão, Yasemin lutava para encontrar uma lembrança de sua mãe, algo que sempre trazia um pouco de conforto. Foi então que ela percebeu a ausência da corrente que sua mãe lhe deixara como herança. Sempre pensou que dentro do acampamento, de seu chalé, seus pertences estariam mais seguros do que quando saísse em missões ou simplesmente para treinos na arena. Mas a falta da corrente era como um soco no estômago para Yasemin, uma perda tangível. Além disso, o livro dedicado a ela, o primeiro manuscrito do primeiro lançado por sua mãe continham palavras escritas a mão, estava completamente arruinado. Enterrado no lodaçal, tinha grama grudada e pequenas partículas de terra caíram quando o livro fora erguido. Felizmente ainda parecia legível para leitura, embora as imagens estivessem desbotadas, culpa puramente de Yasemin de sempre utilizá-lo numa tentativa de deixar a memória de sua mãe vivida em sua própria mente.
"Que a escuridão que nos cerca nunca apague a luz que brilha dentro de você. Você é mais forte do que imagina, e sempre estarei ao seu lado, mesmo quando as sombras parecem mais densas. Com amor, sua mãe."
Yasemin passou os dedos pela caligrafia torta de sua mãe, soltando um suspiro profundo. Precisava achar a corrente. Aquelas palavras escritas pela sua mãe agora pareciam distantes, perdidas em meio à bagunça que dominava o chalé. O assunto era urgente para si e se tornou ainda mais quando notou que sua guitarra também estava danificada. ❝ ― Ah, qual é ❞ ― Acabou emitindo mais alto do que pensou, trazendo a atenção para um de seus irmãos que rapidamente voltou a trabalhar em erguer novamente o chalé. Iria atrás da corrente na hora certa e já tinha ideia de que talvez ela não tivesse se perdido, e sim que havia sido roubada. Cuidaria disso depois. 
Lidar com a guitarra e a necessidade de substituir o instrumento se tornou a urgência do momento. Sair do acampamento naquele momento era proibido, uma regra que Yasemin entendia e respeitava, por mais difícil que fosse para ela aceitar. No entanto, a ideia de conversar com Quíron começou a se formar em sua mente como uma esperança. Talvez pudesse enviar um pedido online para encomenda de uma nova e pedir que alguém o entregasse na estrada, sem que ela precisasse sair do perímetro seguro do acampamento. Era uma ideia improvável e bem ridícula? Sim, total, mas Yasemin estava disposta a tentar qualquer coisa para recuperar um pouco daquilo que tinha perdido. Foi por isso que saiu às pressas do seu chalé para a Casa Grande, se deparando com o semideus recém reclamado de Hades saindo de lá. Seus olhos fixaram-se no rapaz, tentando decifrá-lo. Havia algo na maneira como ele se movia, algo nos seus olhos, que a deixava intranquila. Isso era muito raro. Quíron surgiu logo atrás, surpreso por ver Yasemin ali que ignorou a presença de Petrus e disparou em falar toda a sua ideia ridícula prontamente negada, mas o que realmente chamou sua atenção fora o fato de que o centauro parecia mais interessado em ver os passos de Petrus caminhando para longe dali do que falar com ela. Um ato discreto, mas que foi o suficiente para Yasemin querer iniciar sua investigação particular a cerca do semideus tão esquisito.
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backtorest-rp · 5 months
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              ◜ when you were young and your heart was an open book you used to say: live and let live but if this ever changing world in which we're living makes you give in and cry . . . say : live and let die ᆞ
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— Veja só se não é KATHERINE CRAWFORD LEWIS caminhando pelas ruas de Foxburg! Por ter QUARENTA E CINCO ANOS, ela está bem conservada; deve ser por causa do vinho. Se não me engano, ela trabalha como EMPREENDEDORA E PROPRIETÁRIA DA POUSADA FOXBURG INN, e é a melhor na área. Que sorte tê-la como vizinho!
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℘                   HEADCANONS             : 
I. A aconchegante pousada Foxburg Inn foi concebida por Paul Lewis, após uma visita à encantadora cidade que a fez se apaixonar perdidamente por ela. Foi ali que construiu não apenas o negócio dos seus sonhos, como também sua família, enraizando-se no charmoso destino localizado na Pensilvânia. Todos reconheciam a pousada como um dos melhores locais de descanso e conforto em Foxburg, um reflexo de todo o amor empregado em sua idealização, e assim continua até os dias atuais.
II. Mantendo erguido e ativo o patrimônio da família, o filho único de Paul assumiu o comando do estabelecimento no momento em que o homem já não conseguia mais administrá-lo sozinho, logo contando também com o auxílio de sua mulher, com quem trouxera ao mundo a adorável Katherine, a herdeira do casal. Desse modo, o legado nos Lewis permanecia vivo e mais fortificado do que nunca, continuando a encantar os moradores e visitantes de Foxburg.
III. Criada com muito carinho e respeito, a liberdade foi concedida a Katherine para que fizesse suas próprias escolhas para sua vida. E quando alcançou a maioridade, decidiu fazer um intercâmbio para fora do país, uma aventura que culminou em muitas outras. Com as oportunidades batendo em sua porta, conheceu diversos lugares e pessoas, acumulando conhecimento e cultura. Ciente de que essa não poderia ser sua rotina para o resto da vida, retornou para os Estados Unidos, assim iniciando seus estudos na faculdade.
IV. Ainda distante da cidade natal e de sua família, sacrificou-se por alguns anos, concluindo seu curso de administração. Usando os contatos e conexões construídas com o tempo como grandes aliados, logo viu-se envolvida no universo do empreendedorismo, onde encontrou muito sucesso profissional, também graças a sua personalidade atrevida e encantadora. Katherine parecia ter encontrado sua vocação.
V. Seus planos sofreram mudanças, porém, após a notícia acerca do adoecimento do patriarca da família, o que a levou de volta a Foxburg. Com sua chegada à cidade, tudo pareceu se desenrolar com uma velocidade vertiginosa, sequer dando a ela a chance de assimilar as perdas e responsabilidades que surgiam subitamente em seu caminho. O amor entre o casal Crawford era tão intenso, que a mulher resistiu apenas alguns dias sem o companheiro ao seu lado, logo reunindo-se a ele no desconhecido descanso eterno.
VI. Inesperadamente incumbida de administrar a pousada pertencente à sua família, Katherine mudou-se de volta para Foxburg, onde vem se reerguendo lentamente, reconstruindo sua vida enquanto renova aquilo que sempre esteve presente na cidade. Mantém em paralelo seus projetos pessoais, continuando a viajar pelo país em busca de oportunidades, mas também investindo em empreendimentos locais.
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℘                   TRIVIA             : 
Retornou à cidade há três anos apenas, e ainda se sente em um período de adaptação.
Ressente o retorno à Foxburg, pois além de acreditar que sua vida encontra-se fora da cidade, também se sente acompanhada e assombrada pelas lembranças dos falecidos pais. Apesar disso, não consegue reunir forças para se desfazer dos negócios da família.
É um tanto solitária e reclusa. Apesar de ter a opção de residir na pousada que administra, optou por morar em um imenso casarão, que se encontra isolado em uma região mais calma da cidade.
( esta página estará em constante alteração. )
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seamusteach · 8 months
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࿐*:・゚ MEET SEAMUS TEACH !!!
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SEAN TEALE — Por Glinda e sua varinha mágica! Olha só se não é SEAMUS TEACH caminhando pelos corredores da TORRE DOS PESADELOS. Por ser filho de BARBA NEGRA, é previsto que ele deseje seguir caminhos parecidos com o dos pais. Ao menos, é o que se espera de alguém com VINTE E SEIS, mas primeiro ele precisará concluir o MÓDULO II, para depois se assemelhar como um conto de fadas. (wanted connections)
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⚑ DISCOVER THE STORY OF PIRATE SEAMUS.
Seu nascimento foi marcado pela perda - sua mãe, a única mulher que o temido Barba Negra já amou verdadeiramente, morreu durante o parto. Desde o princípio, Seamus carregava o peso de uma história interrompida. Sua mãe representava a única conexão verdadeira que Barba Negra já tivera, e sua perda criou um abismo entre pai e filho. Nascido nas águas turbulentas do mar, ele foi criado nas sombras da fama e crueldade de seu pai, um dos piratas mais temidos e respeitados. Seamus cresceu a bordo do Queen Anne's Revenge, testemunhando os horrores e triunfos da vida pirata desde tenra idade. A sua infância foi definida por paradoxos - a liberdade do oceano contrastava com o peso da reputação de seu pai.
A figura de Barba Negra, embora fascinante, era ao mesmo tempo intimidante e distante. Seamus buscava entender por que seu pai o desdenhava constantemente, por que sua aprovação parecia tão inatingível. Ele desejava desesperadamente ganhar um olhar de orgulho, mas a indiferença de Barba Negra criava uma amargura cada vez mais profunda em seu coração. Entretanto, à medida que a amargura crescera dentro dele, uma ideia sinistra começara a se infiltrar em sua mente atormentada. Seamus, desesperado por ganhar o amor e aprovação de Barba Negra, começou a acreditar que a única maneira de conquistar o coração de seu pai era superar seus feitos cruéis. Ele começou a pensar que, para ser amado pelo homem que sempre o desdenhara, precisaria se tornar ainda mais implacável, realizar feitos ainda mais cruéis e temíveis do que os de Barba Negra.
A infância de Seamus Teach foi uma jornada de contradições, uma luta para encontrar seu próprio caminho em meio à sombra de um legado formidável e assustador. Sua busca pela aprovação de um pai distante e a necessidade de compreender sua própria história moldaram sua personalidade complexa e determinada. A história de Seamus é uma narrativa de desafios, amadurecimento e a eterna busca por um lugar onde ele pudesse se encontrar, independente das sombras que o cercavam.
⚑ GET TO KNOW SEAMUS' PERSONALITY.
Resiliência e Determinação. Desde seus primeiros momentos a bordo do Queen Anne's Revenge, Seamus demonstrou uma resiliência notável. Enfrentando as adversidades de uma infância cercada por pirataria e violência, ele desenvolveu uma determinação inabalável para superar obstáculos. Essa determinação o transformou em um indivíduo teimoso e incansável, sempre disposto a enfrentar desafios de frente, mesmo quando pareciam insuperáveis.
Complexo de Superioridade e Cautela Astuta. O complexo de superioridade de Seamus é uma máscara que ele veste para provar seu valor. Ele constantemente busca vantagens e deseja superar os outros para conquistar a aprovação que sempre lhe escapou. Sua astúcia é uma ferramenta que desenvolveu para encontrar vantagens mesmo nas situações mais difíceis, tornando-se um estrategista habilidoso e cauteloso.
Muros em torno de si. Ao longo dos anos, Seamus construiu muros emocionais ao seu redor como uma forma de se proteger das decepções e do desdém. Ele se tornou relutante em mostrar vulnerabilidade ou compartilhar seus verdadeiros sentimentos, temendo que isso pudesse ser visto como fraqueza.
Busca por Redenção. Embora a amargura dominasse a personalidade de Seamus, havia uma faísca de esperança enterrada profundamente dentro dele. Ele ansiava por encontrar um caminho para a redenção, para reconciliar sua busca incessante por aprovação com uma sensação de realização interior. Essa busca por redenção o impulsionava a buscar significado além das façanhas superficiais.
Crueldade e Sarcasmo. Ele muitas vezes se refugia na crueldade e no sarcasmo como formas de defesa, criando uma fachada de desapego em meio ao turbilhão de suas emoções. A busca por redenção continua a ser uma força motriz subjacente, mas sua natureza cruel é um lembrete de que ele é um produto de suas experiências ásperas.
⚑ FEEL THE POWER OF TEACH.
Clonagem. Permite que crie cópias idênticas de objetos inanimados, seres vivos e até mesmo de si mesmo. Essas cópias possuem as mesmas características em termos de aparência, massa e habilidades. Seamus pode usar esse poder para aumentar sua força numérica em batalhas, realizar tarefas complexas simultaneamente, criar estratégias táticas surpreendentes, explorar territórios perigosos de maneira segura.
As cópias criadas por Seamus podem tem uma vida útil limitada. Elas podem começar a desaparecer ou se desintegrar após um certo período de tempo, o que adiciona urgência às decisões que Seamus deve tomar ao usar seu poder. A multiplicação de objetos, seres vivos e habilidades requer energia e recursos. Seamus pode encontrar-se esgotado depois de criar um grande número de cópias ou duplicatas complexas. Isso adiciona uma dimensão estratégica à sua habilidade, pois ele precisa equilibrar cuidadosamente o uso de seu poder com sua reserva de energia.
⚑ WHERE'S YOUR DAEMON, SEAMUS?
O tormento do fracasso não se limita ao ovo que permanece inerte, ele se estende para os que não conseguiram despertar a magia que transformaria um ser em um protetor feroz. Seamus Teach se encontra nesse círculo de sombras, embora ele faça o possível para esconder as feridas infligidas por essa realidade dura. Ele não possui um dragão, mas ergue muros de indiferença ao seu redor, como um escudo. Finge que a ligação entre humano e dragão, essa relação íntima que é tão celebrada, é mera fraqueza. Ele nega a importância de um dragão protetor, como se isso fosse algo abaixo dele.
Porém, a fachada rígida que Seamus construiu não esconde a verdade interna. A ausência de um dragão o atormenta mais do que está disposto a admitir. A ideia de uma criatura majestosa, disposta a lutar ao seu lado, a protegê-lo e compartilhar um laço inquebrável, o assombra. Por mais que ele tente convencer a si mesmo e aos outros de que isso não importa, é exatamente o que o consome.
⚑ THE NEW LIFE THAT WILL BEGIN.
Conto: Desforro como Jamie, o feroz.
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Portugal tem uma dívida enorme para com esta Senhora traduzida em França, Espanha e Alemanha e agraciada com grau Chevalier dans L’Ordre des Palmes Académiques pelo então primeiro ministro francês (e futuro presidente da república) Jacques Chirac e pelo Presidente da República Federal da Alemanha Richard von Weizsäcker com a Verdienstkreuz 1. Klasse.
Escreveu que era juiz de si mesma e não se absolvia. Diz agora que tem 80 anos e ninguém acredita. É uma honra IMENSA tê-la aqui. Ora leiam!
[Em tempos de isolamento social ouso interpelar várias personalidades das artes e das ciências (e em outros domínios). Publicarei uma entrevista por dia ficando arquivada neste mural num álbum – Galego Armado Em Proust – criado para o efeito, podendo ser consultado sempre que queiram. Esta é a vigésima segunda entrevista].
‘[…] Outrora dancei até às cinco, até às sete, mas já namorava, e era com o meu marido. Também já com ele ia ao Hot Club, a cave dos melhores do mundo, e ficava por lá a ouvir Jazz, ou Bossa Nova, pela noite fora. Era a minha segunda vida, de noitadas e boémias…’.
1. Qual é a primeira memória que tem? Que tempo foi esse? _ Primeiras memórias: na antiga École Française de Lisboa, tinha eu três anos, a festinha de fim de ano. Por essa mesma altura brincar no pátio Bagatela, um verdadeiro pátio de vendedeiras, (nada do que é hoje como moderno edifício de luxo) com os meninos do primeiro andar, nossos vizinhos do prédio: o Vasco e a Guidinha. Será que ainda existe hoje? E os meninos?
2. Ainda se lembra do nome do primeiro namorado? _. Lembro, mas não digo.
3. Quem gostaria de ter sido aos 15 anos? E agora? _. Aos quinze anos queria fazer ballet, em Paris, com uma professora russa. Agora quero ser uma avó feliz.
4. Quem e como são os seus amigos? _ São amigos, está tudo dito.
5. É uma mulher que chora? _ Quando li O Monte dos Vendavais chorei que me fartei (tinha 17 anos); e voltei a chorar quando mais tarde vi o filme. Mas não digamos chorar, e sim comover-se. Sim, comovo-me, quando alguma coisa me toca profundamente. Pode ser o Requiem de Bach, ou o sofrimento e a perda de alguém que me seja querido.
6. Qual é o seu maior medo? _. Que sofram à minha volta. Que não venha a morrer em paz.
7. De quem mais sente falta? _ Sinto a falta de todos, quando não estão: marido, filhos, netos, amigos...
8. Qual é a sua característica mais marcante? _. Outros dirão melhor do que eu. Mas eu diria o gosto de estudar, de escrever, de trabalhar. Trabalhar é algo que considero privilégio. E que nunca falte algum sentido de humor. Não procuro respostas, são mais interrogações.
9. Qual é a sua característica que mais detesta? _ Ter carradas de alergias, a quase tudo. Uma maçada.
10. E a que mais antipatiza nos outros? _ A estupidez e a má educação.
11. Como é que lida com a frustração? _ Primeiro sofro, é uma contrariedade. Depois sigo em frente.
12. O que é que demarca o território da intimidade? _ A liberdade de ter um espaço e um tempo só nossos.
13. Que pessoa viva mais admira? _ O meu marido, um homem excecional, a vários títulos. Quando o conheci jogava hóquei em patins e tocava contrabaixo. E tinha duas paixões, o Jazz e a Bossa-Nova. Ainda hoje.
14. E a que mais despreza? _ Não desprezo ninguém, já não tenho idade para isso.
15. Qual é a qualidade que mais aprecia numa mulher? _ A inteligência e a elegância discreta.
16. E num homem? _ A cultura e o carácter. Mas tanto na mulher como no homem, a amizade leal e a capacidade de rir, mais de si do que dos outros.
17. É doce a sensação de ser mulher? _ Doce porquê? Para a mulher tudo é tão mais difícil...
18. Que mulher gostaria de ver como Presidente da República de Portugal? _ Não há mulher à vista...outrora teria sido a Prof. Teresa Santa-Clara Gomes, da Faculdade de Letras, de quem herdei a paixão pela Cultura Alemã. Uma mulher excepcional, muito à frente daquele tempo.
19. Como interpreta a frase "Não sou racista, tenho até amigos negros"? _ Uma frase infeliz. O racismo, como os outros ismos, que são vários, mostram que ainda não se evoluiu o necessário.
20. O antropólogo José Pereira Bastos defendeu que Portugal devia pedir desculpa aos ciganos. Exagero do investigador? _ Patetice, está na moda escolher e comentar os temas ditos fracturantes. As comunidades ciganas são antigas, os seus hábitos nómadas estão a evoluir, e o que é preciso é que a sociedade (o Estado) lhes garanta saúde, educação, trabalho e o respeito que todos em sociedade merecem.
21. O que responderia a quem que lhe perguntasse ‘A minha filha sente-se um rapaz. O que posso fazer?’ _. Deve ir a um bom Psicólogo, aconselhar-se com ele, dizer que idade tem a sua filha, seguir o acompanhamento feito, voltando lá já com ela, e ver depois o que sucederia. Há casos e casos.
22. Em 2020 feminismo é sinónimo de …? _ Pode ser de tanta coisa...até de ignorância, porque houve um momento histórico bem conhecido, de luta por direitos elementares negados às mulheres, mas estamos no século XXI e a fome no mundo é para mim um problema maior do que esse. Ou o do clima. Ou o da continuação de abuso dos direitos humanos, em todos, crianças e homens, não apenas nas mulheres.
23. Eu não vou em touradas! E a Yvette Centeno? _ Não vou, mas já fui algumas vezes, outrora. Gosto de ver na televisão a Tourada à Portuguesa, cavalos magníficos que desafiam o touro, cavaleiros trajados a rigor, e de grande “Arte”no toureio. Por trás desse espectáculo protege-se uma espécie ibérica, o touro, outra espécie nossa, o cavalo lusitano, e desenvolve-se paisagem e produção agrícola que dá trabalho a muita gente. Não aprecio o ser contra por ser contra. Ou são todos vegan e não comem bifinho de lombo, ainda que de vaca?
24. Laura Ferreira dos Santos na sua luta “pelo direito a morrer com dignidade” implorava “só peço o direito a não morrer aos bocadinhos.”. Eutanásia, crime ou compaixão? _ Eutanásia é um assunto científico, médico, com dimensão ética complexa, não vou dar opinião, porque a exigência de um envolve vários à sua volta. Hoje sabemos que não se morre com sofrimento, e há ainda a opção do testamento vital. Uma coisa é pedir que nos matem, outra que não nos deixem sofrer.
25. Eu preocupo-me muito com os animais, mas ser vegan não será um pouco exagerado? _. Para mim é exagerado, por várias razões, prejudica a saúde, em crianças e adultos, com o tempo; e é tão mais caro...ser vegan é por vezes outra maneira de ser diferente.
26. ‘Nasceu-te um filho. Não conhecerás, jamais, a extrema solidão da vida…’, versos de Jorge de Sena. Subscreve? _ Não. A Mécia, sua mulher de nove filhos é que poderia dizer isso...os filhos não são coisa nossa, são vidas outras, autónomas, tanto exemplo de pais ou mães com filhos e votados à extrema solidão da vida. Sena: um desabafo poético...
27. Já se sentiu roubada no seu tempo para escrever? _ Já. A vida não pára, à volta de um escritor. Mas não se trata bem de ser roubada, é antes interrompida...a escrita recupera-se, a vida nem por isso.
28. Quais são os seus escritores preferidos? E os poetas? _ São muitos, mas alguns deixaram marcas, conforme a idade em que os li: Prévert, quando era jovem, Michaux mais tarde, e René Char, Baudelaire e Rimbaud, já como estudiosa, Goethe, por razões óbvias, é a razão do meu doutoramento, os do Bauhaus, os surrealistas, são muitos e ainda leio muito, leio sempre. E faltam ainda outros, de vários continentes. Dos que traduzi (também traduzo) o mais influente foi Paul Celan. Depurei a minha escrita, ao lê-lo.
29. Alexandre O’Neill disse que achava muito mais tocante para um poeta o aperto de mão de um leitor que a crítica de um crítico. E a Yvette Centeno? _ Uma conversa, sim. Mas há críticas (raras) que nos leem por dentro. E isso faz-nos bem, sentir que comunicámos. Mas não escrevo para a crítica, quem escreve arrisca-se ao bom e ao mau, é assim, e deve continuar o seu caminho sem dar importância ao que se diga.
30. Um verso de que goste muito? _ De Sophia: ia e vinha / e a cada coisa perguntava / que nome tinha.
31. Quem é o seu compositor preferido? _ Mozart; e Wagner...
32. Com quem dançaria até às 5 da madrugada? _. Outrora dancei até às cinco, até às sete, mas já namorava, e era com o meu marido. Também já com ele ia ao Hot Club, a cave dos melhores do mundo, e ficava por lá a ouvir Jazz, ou Bossa Nova, pela noite fora. Era a minha segunda vida, de noitadas e boémias.
33. Qual é o seu maior arrependimento? _ Não tenho. Escolhi a vida que vivo (excepto este corona –vírus!). Ah, lamento não ter aprendido polaco, quando a minha mãe era viva.
34. Qual é o seu actual estado de espírito? _. Sinto que fui uma privilegiada. Vivi entre duas pátrias, Portugal e França. E sempre ligada às artes. Queria escrever, escrevo. Casei, tive filhos, tenho netos, tenho amigos, mesmo os de longe, aos oitenta anos não posso pedir mais nada.
35. Ainda se morre por amor ou isso só acontece nos poemas de Teresa Horta? _. Cada qual, poeta ou não, saberá dizer melhor. A Teresa Horta ainda está viva e escreve...poderá responder.
36. Qual a actriz que gostaria que a representasse num filme sobre si? _ Marina Vlady (mas não é do seu tempo…)
37. Uma palavra de que goste. _. Uma? Depois de tantas por aqui? Amizade.
38. Um poema que seja seu. _ “Toda a arte é limiar / toda a arte é limite”
39. Depois deste suplicio que pergunta gostaria de me fazer? _. Como é que isto lhe passou pela cabeça, Luís? Efeitos do confinamento??? E que método vais usar? Freud, Jung, Lacan, Tomatis?
Foi um privilégio ter contado consigo, muito obrigado Professora Yvette Centeno!
Luís Galego, 16.04.2020
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zaluh · 1 year
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o auge dos meus vinte e poucos anos
a essa altura do campeonato, no auge dos meus vinte e poucos anos, eu já imaginava que o buraco da minha alma teria sido tampado,  com álcool, sexo, amores banais e uma conta bancária que me permitisse viver aventuras. e se eu escolhesse um caminho mais são, talvez com yoga, meditação e comida ancestral.
na adolescência, eu sonhava incansavelmente com esse momento, esperando pela janela um futuro eu que nunca chegou. um eu que tivesse mais liberdade para ser a si mesma. amável e amada. sorridente e grande. e assim, que fizesse coisa de gente grande.
eu achei que nessa hora eu iria viver livremente e conquistar o mundo, seja pelo meu ativismo social, pela minha escrita ou pela minha loucura meio cazuza meio fernanda young. eu achava que o mundo se tornaria pequeno e eu iria deslizar por tudo e todos com maestria, como quem já conhece o caminho. ou pelo menos como alguém que não tem medo do caminho. eu nunca imaginei que minhas conquistas seriam grandiosas, mas que pelo menos sentiria o sabor delas.
como um cristão num corpo pagão, eu tinha certeza que todas as perdas algum dia fariam sentido e eu seria recompensada divinamente por tanto sofrimento. eu juro que no meio do caminho, algumas coisas também sugeriram que isso estava acontecendo e eu fui caindo na lábia do destino. 
o fato é que eu nunca achei que ainda iria me encontrar aqui, se sentindo pequena e incapaz. parada em um lugar sufocante que desprezo. se sentindo apenas uma garota sem um lugar no mundo e questionando todas as decisões tomadas, pensando que escolhi o pior caminho possível e caí num poço. um poço bem fundo e difícil de sair. eu só achava que eu estava caindo num paraíso e me encontro aqui, num inferno mundano. um inferno que comprei o ingresso para entrar e agora não me deixam sair. 
eu me achava tão rebelde e segura de si, e hoje tudo que vejo é uma pessoa acanhada, com medo de dar um passo e viver o que quer que seja. uma amiga até falou que eu sou um caracol com medo de sair da concha. e olha que essa casa nem é tão confortável assim. aqui dentro também aperta e dói. eu nem tenho tanto espaço e toda vez que tento sair um pouquinho para respirar, um ar letal parece me sufocar. 
quando eu era mais nova, eu não tinha medo de nada e vivia muito mais intensamente. e mesmo assim, parecia que eu era mais prudente do que sou hoje. até os meus atos sacanas eram minimamente calculados para eu sair ilesa. nessa época florida, eu falava o que eu sentia para quem fosse, eu parecia perseguir os meus sonhos e correr riscos. e até quando as coisas davam errado, eu vivia o sofrimento plenamente e me colocava disposta à viver novas histórias.
às vezes fico pensando que todas as minhas fichas de felicidade plena já foram gastas e daqui para frente é só isso. como se a vida tivesse sempre gosto de iogurte natural: eu comeria, mas não é gostoso. agora tudo o que eu faço é fugir de mim e me acuar em um canto, tudo para que eu fique cada dia menor e mais imperturbável. para que o meu eu seja cada vez mais imperceptível e eu só exista. e eu só viva uma vida mais ou menos e consiga sobreviver as horas em que estou acordada. sem que ninguém me interrompa, sem que ninguém tente abrir as minhas portas, sem que ninguém me convide para uma viagem da vida. tudo para que eu não sofra mais ou para que eu não seja mais uma garotinha indefensável. 
nesse lugar pequeno, ninguém me vê e ninguém me escuta. mas mesmo que, fantasiosamente, inalcançável ao sofrimento, eu me sinto claustrofóbica nessa vidinha que não reflete a minha verdade. ou a minha vaidade. eu queria apenas que a goteira acima da minha cabeça cessasse de me importunar. eu queria me identificar com o que vejo nos meus reflexos e nas minhas ações, para que eu pudesse ter a certeza de que as minhas decisões me levaram para um caminho melhor, ou pelo menos para o único caminho viável. só assim eu iria honrar com o meu eu do passado e viver a vida que me é possível. talvez dessa forma eu conseguiria me desembaralhar dos nós que criei. e o que deixei de criar. assim, se eu pelo menos conseguisse aceitar os meus passos, eu talvez finalmente conseguisse respirar acima da superfície. sem medo de afundar.
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petiteblasee · 21 days
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A Odisseia de Kehinde | Um Defeito de Cor - Ana Maria Gonçalves
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"Um Defeito de Cor" é um romance histórico escrito por Ana Maria Gonçalves, publicado em 2006, que acompanha a jornada de Kehinde, uma africana escravizada no Brasil do século XIX. Trazida ainda criança da África, a história da protagonista é marcada por uma série de eventos traumáticos, desde a sua separação da mãe até os abusos e injustiças que enfrenta ao longo de sua vida como escrava no Brasil. Através dos olhos de Kehinde, somos confrontados com questões de identidade, pertencimento e justiça num contexto completamente desfavorável. Sendo uma personagem com uma forte ligação com o espiritual, e este definindo o caminho longo que ela deveria seguir, o livro é dividido em cinco partes, cada uma marcando uma fase significativa da vida da protagonista, Kehinde, e sua jornada através da escravidão no Brasil. Essas partes são:
Infância na África: parte inicial que retrata a infância de Kehinde em sua aldeia na África, juntamente com sua mãe, avó e irmãos, antes de ser capturada e vendida como escrava.
Ilha de Itaparica: recém chegada na Bahia, é levada para a Ilha de Itaparica, onde conhece e entende não apenas a brutalidade do sistema, mas também a humanidade e a resistência dos escravizados. Aqui, mesmo diante dos abusos, sua base familiar brasileira é formada.
Salvador: na grande capital, Kehinde amplia seu conhecimento a respeito do mundo em quem vive e seu amadurecimento imposto e natural encontra lugar para ela se estabelecer como alguém importante na sociedade e na luta pela liberdade através de sua participação em movimentos de resistência contra a opressão dos senhores de escravos.
Jornada pelo Brasil: após diversas perdas, Kehinde viaja para os demais estados do Brasil, entre eles Rio de Janeiro, São Paulo e Maranhão e Minas Gerais, para se reconectar com suas raízes espirituais e a busca pelo filho perdido. Nessa vigem, que parece ser eterna, vive novas experiências e encontra novos desafios em sua luta pela liberdade e dignidade.
Reencontro e Redenção: Kehinde retorna à África em busca de quem era para poder retornar ainda mais forte na sua busca pelo filho amado perdido.
Essas partes estruturam a narrativa do romance, proporcionando uma visão abrangente da vida de Kehinde e das condições sociais e históricas do Brasil durante o período da escravidão, e nos dá dimensão da grandeza da história de uma mulher que, ao longo do retrato de sua vida, resgata a história do povo afro-brasileiro, tirando os da passividade e trazendo personagens resilientes que anseiam a liberdade e luta contra as adversidades. O romance foi inspirado na vida de Luísa Mahin, uma revolucionária brasileira no século XIX, mãe do advogado abolicionista Luís Gama, e que pouco sabendo sobre sua história real, muitas foram as possiblidades. Não procurei saber além disso para não lidar com spoilers, principalmente sobre a vida do Luís antes dele se tornar advogado, e recomendo que façam o mesmo. Diante de tudo isso, confesso: a leitura não foi nada fácil.  O romance revela ao longo das mais de 800 páginas a brutalidade do sistema, e acompanhar isso acontecendo das formas mais perversas, é devastador. A resistência e luta por liberdade é muito bem explorada, mas nenhuma vitória é conquistada sem grandes perdas, e a Kehinde sabe bem disso. Essa é a história de uma mãe em busca do seu filho, mas também a história de uma vida que buscou ir além da sobrevivência num contexto onde a existência era vista como nada. A Kehinde é uma personagem cheia de defeitos e não esconde nenhum, até justificando ser por isso que perdeu tanto na vida. Mas o que pôde fazer para ter controle sobre a própria vida e ser vista como uma pessoa de respeito, ela fez. Nesse meio, mostrou que a vingança vem, e é merecida, e que qualquer lição necessária não precisa ser acompanhada de tanto horror, pois ela nasceu para a grandeza.
Com o passar dos anos, o tom da narrativa também vai amadurecendo, e foi muito interessante acompanha-la sendo mais verdadeira com ela mesma e com o mundo. Ela não faz rodeios quanto aos seus pecados e aos dos outros e, mesmo sentindo certa culpa em viver diante da busca, não se arrepende. Quando ela cita que toda a história é uma carta escrita para que o filho a conheça, o coração vai apertando com a possibilidade dela nunca o encontrar para poder dizer tudo pessoalmente, e tudo acaba até de forma abrupta. Muitas vezes parei a leitura e considerei que muita coisa ali poderia ter sido descartada, mas depois de viver de forma tão grandiosa, superando os obstáculos colocados na vida terrena e espiritual, não julgarei muito a falação de uma idosa nas últimas. O fim não me deixou desolada - apesar de não ter terminado com a visão que ela tanto queria - porque o destino do filho se provou e ele foi feliz. Diante disso, só me resta sonhar com ele lendo a vida da mãe e se orgulhando de ter em tão pouco tempo juntos, tanto dela para construir tudo que ele construiu e foi.
Recomendo!
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miyakohirawa · 3 months
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Olá. Minha prima tava praticando lei da suposição comigo, mas ela desistiu e eu continuei sozinha. Hoje ela me mandou mensagem dizendo a lei da atração funciona bem melhor e até deu exemplos de umas coisinhas que ela queria e não conseguiu com lei da suposição, mas conseguiu com lei da atração. Gosto da lei da suposição por ser uma coisa sem crenças limitantes, sem precisar tá com a vibração bacana pra manifestar, mas a lei da atração tá funcionando melhor (segundo minha prima). Não queria parar com a lei da suposição porque gosto da sensação de liberdade pra manifestar o que quiser. O que você recomenda que eu faça? Um exemplo: Queria manifestar não ir pro curso, aí falei:" não vou, foda-se" acabei precisando ir mesmo assim (lei da suposição)
Aí com a lei da atração eu fiz o apelo ao universo e eu consegui faltar um dia do curso. Contei isso pra minha prima e ela disse que é porque a lei da atração é real, a da suposição não. Ela até falou que gastamos tempo se dedicando a lei da suposição pra nada. Tô com medo de ela estar certa😭
olá, tudo bem?
na Lei da Suposição, tudo se manifesta conforme o seu sentimento, ou seja, tudo depende do seu sentimento sobre o que você quer, sentir a realização daquele desejo. Os resultados da sua prima, da visão da lei da suposição foram manifestações que vieram dela mesma, pois ela sentia que a "lei da atração" que estava realizando seus desejos, sendo que era ela e o sentimento de realização que a mesma sentia, além da fé.
Eu te digo, a LOA é real e funciona. Como já foi dito antes, muitos usuários complicam a lei, sendo que é fácil e descomplicada, porque é sentir o seu desejo realizado. Feche os olhos agora e imagine você com o seu desejo, o que você sente ao se imaginar com o que quer? é isso que deve ser feito, viver em sua mente sabendo que aquilo já está ali.
Eu vejo muitas pessoas indo atrás de conhecimento com outros usuários de LOA, sendo que o mais recomendado é ir atrás da verdadeira fonte, e vocês sabem quem é. Tem leituras de Neville e Edward no meu perfil, ler e entender não vai ser perda de tempo. Você já tem tudo o que você quer.
Eu como ser humana confesso que tenho recaídas com a LOA, mas eu apenas me levanto e sigo em frente, converso comigo mesma me motivando e me ajudando. Eu já manifestei o que eu queria apesar dessas recaídas. Lembre-se, é você por você.
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naap · 7 months
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carta aberta pro meu irmão
Oi… nem sei mais como te chamar, sabia? Eu sinto muito por isso. 
Eu sinto uma necessidade imensa de me expressar e por mais difícil que seja isso pra mim hoje eu vou abrir meu coração pra você. 
O tempo é relativo, eu sei. Mas até quando você vai aceitar a vida que tem? Quanto tempo mais vai ser necessário pra você acordar e sair da matrix que lhe foi imposta? Você merece mais que isso, você merece ser feliz, livre, sentir-se merecedor do que é bom. Você, alquimista que é, merece criar a sua realidade do melhor jeito que você sempre sonhou, sem ter que usar as pessoas de escada. Sem ter que depender da perda ou do sofrimento de ninguém. Você pode trilhar esse caminho da felicidade com as suas próprias decisões e ações. 
Antes de qualquer coisa, eu queria te dizer que eu sempre estive ao seu lado. Muitas vezes eu acreditei ter vindo pra esse mundo só pra te ajudar, mas eu falho sem saber o que fazer. Isso precisa vir de você. Você precisa entender que essa realidade é totalmente falsa e ilusória, o bom mesmo é ser feliz, e pra ter a felicidade você precisa mudar tudo. Começar do zero, tomar o controle da sua vida, idealizar e alcançar o seu objetivo com raizes fortes. 
Tem algumas coisas que eu aprendi nesse tempo que eu queria muito compartilhar com você, a primeira é que o lugar e as pessoas que você está rodeado irá determinar aonde você vai chegar, vamos ser sinceros, essas pessoas que você se relaciona não vão te levar a prosperidade, você só vai cair ao lado deles. Se isso não for um sinal pra você trocar seu círculo de amizade eu não sei o que é. A segunda coisa é que: trabalhar não é incrível o tempo todo, trabalho é extremamente desgastante, te cansa, toma seu “tempo livre” mas nada ( n a d a ) se compara a liberdade de ter seu próprio dinheiro, de poder se planejar e fazer as coisas que você quer ( e eu tô dizendo também em relação a você ser pai, você hoje tem a possibilidade de ser o que eu e você não tivemos. Você pode ser diferente com elas.) cara, fala sério, que saco que é você ter que esperar que os outros te ajudem com qualquer coisa. Eu sei que você vai contra o sistema, mas usa ele ao seu favor. Você pode ganhar seu salário e ir investindo 50 reais por mês em Bitcoin que seja, eu já vi gente fazer 3mil de 50 reais. Você não precisa agir de má fé com as pessoas, você pode fazer dinheiro sem precisar causar nenhum sofrimento a ninguém. Eu não sou perfeita, você sabe muito bem, mas eu quero que você seja feliz também, Fê. Do que me adianta eu ter vencido a depressão se meu irmão está aceitando se relacionar com essa menina feia que só vai te dar o que ela tem a oferecer? Ela nunca vai te fazer feliz, Fê. A Jade é um ser humano podre. Você tem uma família que te ama e mal pode esperar pra te ver brilhando também. Mas como eu disse, isso tem que partir de você. 
Você tem que tomar controle da sua vida, se limpar, deixar as coisas boas entrarem e as ruins irem pra longe. Eu carrego comigo algo que diz assim “se eu preciso mentir sobre algo, é pq eu não tenho orgulho da verdade. Então eu não vou fazer pq eu quero ter orgulho de mim.” Deixa a opinião dos outros, tenha orgulho de si. Você é incrível, só tá meio perdido. 
Não vou me prolongar, espero que você tenha entendido o que eu quis dizer. Eu te amo mas não sou idiota, só quero comigo quem me faz bem e brilha. Então se liga, hein.
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yourheartmyheart · 11 months
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Michael Evans Behling – Por Glinda e sua varinha mágica! Olha só se não é HUNTER OF HEARTS caminhando pelos corredores da torre DOS PESADELOS. Por ser filho da RAINHA DE COPAS, é previsto que ele deseje seguir caminhos parecidos com o dos pais. Ao menos, é o que se espera de alguém com VINTE E CINCO, mas primeiro ele precisará concluir o MÓDULO II, para depois se assemelhar como um conto de fadas.
Características: leal, caótico, divertido e petulante. Alinhamento: Caótico, neutro. Signo: Gêmeos Comida favorita: torta de frutas vermelhas Bebida favorita: Licor de Ervas Passatempos: Jogar dragonball, jogar jogos de cartas, fazer algo que proibido, encontrar alguma festa. Damon. Extra: Lateral dos Escorpiões Damon: Ace um dragão esguio com escamas reluzentes furta cor que refletem a luz, à noite suas escamas se tornam mais escuras como se fossem negras. Seus olhos iluminados refletem um azul glacial, como uma geleira que guarda uma luz dentro de si. O animal tem uma postura bastante protetora em relação à Hunter, talvez por isso não guarde críticas e ironias esperando fortalecer seu protegido.  Poder: Card Magic, ter um vislumbre acerca do futuro é apenas parte da capacidade do Príncipe de Copas,ele libera sua magia através das cartas do tarot, utilizando os arcanos para obter uma variedade de efeitos, como utilizar o ás de espadas para invocar uma espada, ou utilizar as outras cartas desse naipe para lançar lâminas afiadas contra os inimigos, os efeitos mágicos podem variar de acordo com as combinações das cartas o rapaz utiliza, mas isso ainda está em fase de teste, por vezes é pego surpreendido por um revés de suas próprias cartas. Tem-se que o maior ponto fraco de seu poder é que ele depende das cartas, além disso, o uso exagerado das cartas causa perda temporária em suas habilidades, não passando as cartas de simples lâminas de cartões de papel.
Background:
Certamente um dos mistérios que rondam o reino vermelho e o País das Maravilhas é o nascimento do primeiro filho da rainha de Copas. Diversas são as teorias, desde nascimento mágico, adoção voluntária ou sequestro de recém nascido. Há também aqueles que pensam saber quem é o pai do menino, mas sem qualquer critério. Uns dizem como ele se assemelha ao chapeleiro maluco, outros de como ele poderia ser filho da lebre de março ou até mesmo do absolem, apenas não há heresia maior do que dizer que ele seria um filho da Rainha Branca. Seja qual for sua teoria, é melhor não dizer em voz alta, qualquer um que questione a origem de Hunter está sentenciado pela Rainha de Copas a perder a cabeça.
Ser filho de uma mãe megalomaníaca e narcisista pode se esperar que seja um tanto complicado e de fato é, mas também não foi tão ruim quanto se pode esperar, o medo velado do retorno de Alice, bem como a preocupação excessiva com golpes de estado, dava ao pequeno Hunter liberdade para se espreitar pelo reino e fazer o que ele queria.
Tornou-se um exímio espadachim através das aulas que fora obrigado a ter com o valete de copas, também adorava jogos de baralho e azar que aprendera com o cavaleiro. 
O nascimento da irmã mais nova, trouxe ainda mais alívio para o rapaz, visto que a pequena tornou-se a menina dos olhos de sua mãe, entretanto como nem tudo são rosas, Hunter era punido sempre que sua irmã se machucava, pois era seu dever cuidar dela.
No fim de tudo o que o Príncipe de Copas desejava era ser livre, não queria se preocupar com golpes de estados, planejar vinganças, ou salvar princesas presas em torres, a grande rinha de vilões e mocinhos era para o garoto uma grande tolice, mas também era o destino ao qual estava preso, e se essa era sua, preferia estar ao lado dos vitoriosos… descobrir o futuro ao qual estava fadado, foi sem dúvidas um grande banho de água fria, se o seu destino era tornar-se uma pedra, sua única escolha era esquecer o futuro e viver cada momento de sua vida como se fosse o último, carpe diem.
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frutify · 1 year
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A teoria das 12 camadas da personalidade de Olavo de Carvalho é uma tentativa de explicar o desenvolvimento humano a partir de diferentes níveis de autoconsciência, motivação e sofrimento. Cada camada abrange toda a personalidade e corresponde a uma fase da vida ou a um objetivo existencial. As camadas podem ser integrativas, quando fecham a personalidade em um quadro definido, ou divisivas, quando abrem a personalidade para novas influências e desafios. Segundo a teoria, as 12 camadas são:
Caráter: É a camada integrativa que corresponde ao corpo físico e à herança genética. É o que está dado desde o nascimento e determina as características básicas da pessoa, como temperamento, saúde, aparência, etc. O objetivo dessa camada é sobreviver e adaptar-se ao meio ambiente. O sofrimento dessa camada é causado por doenças, acidentes, violências ou limitações físicas.
Hábitos: É a camada divisiva que corresponde à aquisição de habilidades e rotinas que facilitam a vida cotidiana. É o que se aprende por imitação, repetição ou treinamento. O objetivo dessa camada é automatizar as ações e economizar energia. O sofrimento dessa camada é causado por vícios, compulsões, dependências ou dificuldades de aprendizagem.
Sentimentos: É a camada integrativa que corresponde à expressão das emoções e afetos que ligam a pessoa aos outros seres. É o que se sente por simpatia, empatia ou antipatia. O objetivo dessa camada é estabelecer vínculos e satisfazer as necessidades emocionais. O sofrimento dessa camada é causado por solidão, rejeição, traição ou perda.
Imaginação: É a camada divisiva que corresponde à criação de imagens mentais que representam a realidade ou a fantasia. É o que se imagina por curiosidade, criatividade ou ilusão. O objetivo dessa camada é explorar novas possibilidades e ampliar os horizontes. O sofrimento dessa camada é causado por medos, frustrações, delírios ou alucinações.
Razão: É a camada integrativa que corresponde ao uso da lógica e da linguagem para compreender e comunicar a realidade. É o que se pensa por raciocínio, argumentação ou demonstração. O objetivo dessa camada é organizar o conhecimento e resolver problemas. O sofrimento dessa camada é causado por ignorância, confusão, erro ou contradição.
Vontade: É a camada divisiva que corresponde à escolha consciente dos meios para alcançar os fins desejados. É o que se quer por decisão, intenção ou propósito. O objetivo dessa camada é agir com liberdade e responsabilidade. O sofrimento dessa camada é causado por indecisão, hesitação, arrependimento ou culpa.
Personalidade: É a camada integrativa que corresponde à formação de uma identidade própria e distinta dos outros. É o que se é por autoconhecimento, autoestima ou autoafirmação. O objetivo dessa camada é definir quem se é e o que se quer ser. O sofrimento dessa camada é causado por insegurança, inferioridade, complexos ou crises.
Papel social: É a camada divisiva que corresponde à adaptação às normas e expectativas da sociedade em que se vive. É o que se faz por conveniência, conformidade ou rebeldia. O objetivo dessa camada é desempenhar uma função útil e reconhecida pelos outros. O sofrimento dessa camada é causado por conflitos, injustiças, opressões ou marginalizações.
Vocação: É a camada integrativa que corresponde à descoberta de um sentido maior para a existência e de uma missão pessoal a cumprir. É o que se busca por inspiração, aspiração ou realização. O objetivo dessa camada é contribuir para um bem comum e transcendente aos interesses individuais ou coletivos. O sofrimento dessa camada é causado por dúvidas, desvios, obstáculos ou fracassos.
Consciência: É a camada divisiva que corresponde ao despertar para uma realidade mais profunda e abrangente do que a aparente e imediata. É o que se percebe por intuição, contemplação ou iluminação. O objetivo dessa camada é expandir a percepção e superar os limites do ego e do mundo sensível. O sofrimento dessa camada é causado por alienação, cegueira, ilusão ou engano.
Espírito: É a camada integrativa que corresponde à união com o princípio supremo da existência, seja ele chamado de Deus, Absoluto, Ser ou outro nome qualquer. É o que se ama por fé, devoção ou entrega. O objetivo dessa camada é participar da plenitude e da perfeição divinas. O sofrimento dessa camada é causado por separação, pecado, mal ou inferno.
Nirvana: É a camada divisiva que corresponde à dissolução de toda forma de individualidade e dualidade na vacuidade absoluta e indiferenciada da realidade última. É o que se alcança por renúncia, extinção ou libertação. O objetivo dessa camada é anular todo sofrimento e toda existência condicionada.
Essas são as 12 camadas da personalidade segundo Olavo de Carvalho.
Cabe ressaltar que essa teoria não pretende ser uma descrição exaustiva ou definitiva do ser humano, mas apenas uma ferramenta heurística para facilitar o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal.
Espero ter esclarecido sua dúvida.
Se quiser saber mais sobre esse assunto ou outros temas relacionados à filosofia, cultura e política brasileira, recomendo assistir aos conteúdos gratuitos da Brasil Paralelo.
Um abraço! 😊
Origem: conversa com o Bing, 12/05/2023 (1) As 12 camadas da personalidade - Olavo de Carvalho. https://olavodecarvalho.org/wp-content/uploads/2017/06/As-12-Camadas-da-Personalidade.pdf. (2) As 12 Camadas da Personalidade Humana [Olavo de Carvalho] - Brasil Paralelo. https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/12-camadas-da-personalidade. (3) As Doze Camadas da Personalidade - Olavo de Carvalho. https://olavodecarvalho.org/as-doze-camadas-da-personalidade/.
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claudiosuenaga · 1 year
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Estamos sob a égide dos Senhores Supremos?
Por Cláudio Suenaga
Em um belo dia, de forma inesperada, imensas naves reluzentes surgem sobre as principais capitais do mundo, respondendo à velha questão se somos ou não a única espécie inteligente no Universo. Seus ocupantes, chamados de Senhores Supremos, detentores de uma tecnologia e de conhecimentos muito mais avançados, assumem o controle total da Terra de forma pacífica e em pouco tempo erradicam a ignorância, a pobreza e a guerra, inaugurando uma Era de Ouro. Porém, várias dúvidas passam a assombrar a humanidade: quem seriam os Senhores Supremos e quais seriam suas verdadeiras intenções? Qual o preço a pagar pela utopia? Como ficam a liberdade, a identidade e a cultura humanas? As respostas para essas questões eram muito mais aterradoras do que se poderia supor, ainda mais quando, cinco décadas após sua chegada, revelam sua aparência, idêntica à das imagens tradicionais do folclore cristão de demônios: grandes bípedes com cascos fendidos, asas de couro, chifres e caudas farpadas.
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Há 70 anos, o escritor de ficção científica britânico Arthur Charles Clarke (1917-2008) revelava em Childhood’s End (O Fim da Infância), o que viriam a ser os alicerces do mundo concernentes a uma nova ordem instaurada por extraterrestres chamados de “Senhores Supremos” (Overlords). Imersos que estamos em uma distopia totalitária que dia a dia vai sub-reptícia e escancaradamente eliminando excedentes populacionais e hordas de indesejáveis, enquanto brinda os resistentes com a erradicação de seus últimos resquícios de humanidade e, por conseguinte, de consciência individual, seria lícito perguntar se Clarke não teria nos alertado quanto ao nosso inevitável destino, ele que antecipou com precisão as telecomunicações instantâneas por satélites e internet, a inteligência artificial (“que iria acabar superando seus criadores”) e até mesmo as pílulas anticoncepcionais e os testes de DNA, conforme este trecho de O Fim da Infância:
“O modelo de moralidade sexual, se é que podemos dizer que existia um só modelo, havia se alterado de maneira radical. Tinha sido praticamente despedaçado por duas invenções, que foram, por ironia, de origem cem por cento humana e nada deviam aos Senhores Supremos. A primeira foi um contraceptivo oral totalmente seguro. A segunda, um método, igualmente infalível, de identificação do pai de qualquer criança, tão preciso quanto impressões digitais.”
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O enredo da invasão alienígena pacífica da Terra de Clarkecomeça na época da Guerra Fria, prevê corretamente uma corrida espacial entre os Estados Unidos e a União Soviética e a proeminência dos cientistas de foguetes alemães em ambos os programas espaciais, se projeta para o nosso tempo e culmina um pouco mais à frente, enquadrando-se, portanto, em nosso cronograma ou na Agenda dos Senhores Supremos, em um paralelo estupefaciente.
O nosso planeta, segundo Clarke, tem sido desde então governado por esses Senhores Supremos, seres de uma inteligência e tecnologia muito superiores que de imediato impedem que a humanidade se autodestrua, erradicando a fome, a pobreza, a ignorância e as doenças e trazendo segurança, paz, conforto, estabilidade e prosperidade. Uma Era de Ouro é inaugurada, mas às custas da crescente perda da liberdade (de “controlar nossas próprias vidas, guiadas por Deus”), identidade, cultura, iniciativa, criatividade e vigorosidade humanas.
A esta altura, muitos já substituíram Deus por extraterrestres,certos de que constituem uma mais lógica e até completa explicação para nossas origens. Outros continuam aferrados à crença na existência pura de um Deus único e divino e entreveem sinais e significados diabólicos em todas as ações atribuías aos Senhores Supremos, tomando-os como falso profetas. Para estes, os ETs são o prenúncio da chegada do Anticristo, e por conseguinte do Apocalipse e do fim do mundo, de modo que a humanidade precisa ser avisada da verdade o quanto antes e enquanto ainda é tempo.
A chegada dos Senhores Senhores se deu sem um aviso prévio e de maneira inesperada, quando os Estados Unidos e a União Soviética competiam para lançar a primeira espaçonave em órbita para fins militares. Foi quando gigantescas, majestáticas, reluzentes e silenciosas naves alienígenas subitamente se posicionaram acima das principais cidades da Terra. A simples constatação de que a humanidade não era a única espécie inteligente no Universo, por si só faz cessar todos os conflitos. Durante seis dias – os mesmos que Deus levou para completar sua criação –, elas permaneceram flutuado, impassíveis e imóveis, até que anunciaram que estavam assumindo a supervisão dos assuntos internacionais para evitar a extinção da humanidade:
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“Dentro daquelas naves paradas e silenciosas, mestres em psicologia estudavam as reações da humanidade. Quando a curva de tensão atingisse o máximo, entrariam em ação. Foi assim que, no sexto dia, Karellen, supervisor encarregado da Terra, se deu a conhecer ao mundo através de uma transmissão que cobriu todas as frequências radiofônicas. Falou num inglês tão perfeito, que deu início a uma controvérsia destinada a dividir toda uma geração de um lado a outro do Atlântico. O contexto de sua fala foi ainda mais surpreendente do que sua emissão. Era a obra de um autêntico gênio, mostrando um domínio completo e absoluto dos assuntos humanos. Não podia haver dúvida de que sua erudição e seu virtuosismo, os estarrecedores aspectos de um conhecimento ainda inexplorado, tinham o fim deliberado de convencer os homens de que estavam na presença de um extraordinário poder intelectual. Quando Karellen terminara, as nações da Terra souberam que seus dias de precária soberania haviam chegado ao fim. Os governos internos, locais, continuariam retendo os seus poderes, mas, no campo mais amplo dos assuntos internacionais, as decisões supremas não mais caberiam aos humanos. Argumentações, protestos, tudo era inútil. Dificilmente se poderia esperar que todas as nações do mundo se submetessem docilmente a uma tal limitação de seus poderes. Contudo, a resistência ativa apresentava sérias dificuldades, pois a destruição das naves dos Senhores Supremos, mesmo que possível, aniquilaria as cidades situadas abaixo delas.”
A inspiração para essa imagem das naves pairando sobre as cidades, veio a Clarke durante a Batalha da Grã-Bretanha (de 10 de julho até 31 de outubro de 1940) na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em um entardecer em uma colina que tinha vista para Londres, quando soltaram vários balões barragem prateados que “capturavam os últimos raios do Sol e se pareciam com uma frota de naves alienígenas” suspensa sobre a cidade. A Batalha da Grã-Bretanha foi uma das mais importantes da Segunda Guerra, travada entre a Luftwaffe e a Força Aérea Britânica (RAF – Royal Air Force), que representou o primeiro movimento alemão com o objetivo de invadir as ilhas britânicas. Os balões barragem eram balões enormes utilizados como defesa contra aviões. Eles possuíam um cabo que os ligava ao solo ou a edifícios e que servia como obstáculo contra aviões. Algumas versões carregavam pequenas cargas explosivas. Clark lembra que sua primeira ideia para a história se originou dessa cena, com os balões gigantes se tornando naves alienígenas no romance.
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Balões barragem flutuando sobre Londres durante a Batalha da Grã-Bretanha, uma das mais importantes da Segunda Guerra Mundial, travada entre a Luftwaffe e a RAF, que representou o primeiro movimento alemão com o objetivo de invadir as ilhas britânicas. O Palácio de Buckingham e o Memorial Victoria podem ser vistos. Foto: Fatos Militares.
A humanidade acabou aceitando a presença dos Senhores Supremos “como parte da ordem natural das coisas, e em um espaço de tempo surpreendentemente curto, o choque inicial passou e o mundo continuou como antes”:
“No primeiro ano de sua chegada, o advento dos Senhores Supremos tinha feito menos diferença do que seria de esperar para a vida dos humanos. Sua sombra estava em todo lado, mas era uma sombra discreta. Embora fossem poucas as grandes cidades da Terra onde os homens não pudessem ver uma das naves prateadas reluzindo contra o zênite, passado algum tempo elas começaram a ser encaradas com naturalidade, como se fossem o sol, a lua ou simples nuvens. A maioria dos homens provavelmente não se dava conta de que os seus cada vez melhores padrões de vida se deviam aos Senhores Supremos. Quando paravam para pensar nisso – o que era raro – percebiam que aquelas naves silenciosas tinham trazido a paz ao mundo pela primeira vez na história e sentiam-se gratos.”
Como bons liberais da velha cepa, os Senhores Supremos interferem minimamente nos assuntos humanos, permitindo que estes conduzam seus negócios à sua maneira. Direta e abertamente, intervêm apenas duas vezes: na África do Sul, onde, algum tempo antes de sua chegada, o apartheid havia entrado em colapso e sido substituído por uma perseguição selvagem à minoria branca; e na Espanha, onde acabaram com as touradas.
A guerra ia se tornando uma vaga lembrança que se diluía no passado. As cidades tinham sido reconstruídas, abandonadas ou deixadas como cidades-museus. A produção tornara-se quase totalmente automatizada: “as fábricas-robôs produziam bens de consumo em tão grande escala, que todas as necessidades comuns à vida eram virtualmente gratuitas. Os homens trabalhavam apenas para obter os artigos de luxo que desejavam – ou não trabalhavam.”
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O mundo tornara-se um Estado único: “Os antigos nomes dos velhos países ainda eram usados, mas só como zonas postais.” Assim Clarke descreve essa utopia:
“Não havia ninguém na Terra que não falasse inglês, que não soubesse ler, que não tivesse um aparelho de televisão, que não pudesse ir ao outro lado do planeta em vinte e quatro horas no máximo... O crime praticamente desaparecera. Tornara-se ao mesmo tempo desnecessário e impossível. Quando ninguém sente falta de nada, não há por que roubar. Além do mais, todos os criminosos em potencial sabiam que não conseguiriam escapar à vigilância dos Senhores Supremos. Nos primeiros tempos de seu domínio, eles haviam interferido de maneira tão eficaz em favor da lei e da ordem, que a lição nunca mais fora esquecida. Os crimes passionais, embora não inteiramente extintos, eram quase desconhecidos. Com a remoção de grande parte de seus problemas psicológicos, a humanidade estava muito mais sensata e menos irracional. O que nas eras anteriores se chamaria vício, agora não passava de excentricidade – ou, na pior das hipóteses, maus costumes.”
Aquele ritmo louco que caracterizara o século XX havia diminuído e a vida agora era mais calma e tranquila: 
"O homem ocidental reaprendera – o que o resto do mundo jamais esquecera – que o ócio não era pecado, desde que não degenerasse na preguiça. Fossem quais fossem os problemas que o futuro pudesse trazer, o tempo ainda não pesava nas mãos da humanidade.”
Por outro lado, a nova sociedade tinha muito mais mobilidade: 
“Graças à perfeição do transporte aéreo, todo mundo podia ir para onde quisesse quando bem desejasse. [...] O carro aéreo não tinha asas, nem quaisquer superfícies visíveis de controle. Até mesmo as lâminas giratórias dos velhos helicópteros haviam desaparecido. Contudo, o homem não descobrira a antigravidade; só os Senhores Supremos detinham esse segredo.”
As religiões, como seria de esperar, perderem o sentido com a chegada dos Senhores Supremos, e a humanidade tornara-se inteiramente secular:
“De todas as fés religiosas que haviam existido antes da chegada dos Senhores Supremos, apenas uma forma de budismo purificado – talvez a mais austera das religiões – sobrevivia ainda. Os credos baseados em milagres e revelações tinham caído por terra. [...] No espaço de alguns dias, todos os inúmeros messias da humanidade tinham perdido a divindade. À luz fria e desapaixonada da verdade, crenças que haviam sustentado milhões de pessoas, durante dois mil anos, evaporaram-se como o orvalho matinal. Todo o bem e todo o mal que tinham provocado foram, de uma hora para a outra, empurrados para o passado, destituídos de qualquer poder. A humanidade perdera seus velhos deuses. Era agora suficientemente velha para precisar de deuses novos.”
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Crédito: Syfy.
A queda das religiões fez-se acompanhar, antitética e simultaneamente, pela da ciência, das artes e da cultura em geral: 
“Havia muitos técnicos, mas poucos se aventuravam para além das fronteiras do conhecimento humano. A curiosidade persistia e havia tempo para explorá-la, mas faltava o estímulo para as pesquisas científicas fundamentais. Parecia fútil passar toda uma vida pesquisando segredos que sem dúvida os Senhores Supremos já tinham desvendado eras antes. Esse declínio fora parcialmente disfarçado por uma enorme florescência das ciências descritivas, como a zoologia, a botânica e a astronomia de observatório. Nunca houvera tantos cientistas amadores coligindo fatos para seu próprio gáudio; mas havia poucos teóricos correlacionando esses fatos. O fim das lutas e dos conflitos de todas as espécies fora também o fim virtual da arte criadora. Havia miríades de executantes, amadores e profissionais, mas nenhuma obra significativa nos campos da literatura, da música, da pintura ou da escultura viera à luz durante toda uma geração. O mundo continuava vivendo das glórias de um passado que jamais voltaria. Ninguém se preocupava com isso, exceto alguns filósofos. A raça humana estava por demais interessada em saborear a recém-descoberta liberdade, para ver além dos prazeres do presente. A utopia chegara finalmente; a sua novidade não fora ainda ameaçada pelo inimigo supremo de todas as utopias – o tédio.”
Em suma, “sob muitos aspectos, o aparecimento dos Senhores Supremos criara mais problemas do que resolvera”, e quando acabaram com muitas coisas más, muitas das boas foram-se junto:
“O mundo é agora plácido, incaracterístico e culturalmente morto; nada de realmente novo foi criado desde a chegada dos Senhores Supremos. E a razão é mais do que óbvia. Não há mais nada por que lutar e existem demasiadas distrações e diversões.”
Clarke parece estar descrevendo a profusão de ofertas desse gênero do mundo atual, sorvida diariamente por muitos bilhões para os quais é mais fácil receber pronto do que buscar saber: 
“Já pensou que, todos os dias, umas quinhentas horas de rádio e televisão são transmitidas pelos vários canais? Se uma pessoa resolvesse não dormir e não fazer mais nada, mesmo assim não poderia acompanhar mais do que um vigésimo dos diversos tipos de diversão que nos são apresentados ao mero girar de um botão! Não admira que as pessoas se venham transformando em esponjas passivas – absorvendo e não criando. Sabia que o tempo médio passado por uma pessoa em frente da televisão é, agora, de três horas por dia? Em breve as pessoas não terão mais vida própria. Vão passar a vida acompanhando os diversos seriados e novelas apresentados pela televisão!”
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Crédito: Getty Images.
Os Senhores Supremos que tinham respostas e soluções para tudo, paradoxalmente não viam nesse declínio um problema, e mesmo com sua formidável inteligência, pareciam não compreender que estavam destruindo a alma humana. E a humanidade, “acostumada que estava a confiar neles e a aceitar, sem questionar, o seu altruísmo sobre-humano”, permaneceu impassível. Os Senhores Supremos querem ajudar a humanidade, mas criam algumas restrições a esta, como a continuidade da exploração do espaço:
“Um século antes, o homem pusera o pé na escada, que o levaria às estrelas. Nesse exato momento – teria sido coincidência? – a porta de acesso aos planetas fora-lhe fechada na cara. Os Senhores Supremos haviam imposto poucas proibições a qualquer forma da atividade humana (as guerras eram, talvez, a maior exceção), mas as pesquisas espaciais tinham praticamente cessado. O desafio apresentado pela ciência dos Senhores Supremos era demasiado grande. Momentaneamente, ao menos, o Homem perdera o ânimo e voltara-se para outros campos de atividade. Não havia sentido em desenvolver a construção de foguetes espaciais, quando os Senhores Supremos tinham meios de propulsão infinitamente superiores, baseados em princípios de que nunca haviam dado, sequer, uma ideia. O homem continuava, portanto, a ser um prisioneiro de seu próprio planeta. Um planeta muito mais justo, mas muito menor do que um século antes. Ao abolirem a guerra, a fome e a doença, os Senhores Supremos tinham também abolido o espírito de aventura.”
A expectativa era a de que os Senhores Supremos, envoltos por ares misteriosos, se deixassem ver e desembarcassem das suas reluzentes naves totalmente lisas e sem quaisquer emendas. Mas, cinco anos depois, a humanidade continuava esperando, assombrada pela dúvida quanto às verdadeiras intenções dos Senhores Supremos e até quando suas políticas iriam coincidir com o bem-estar dos homens.
O Senhor Supremo Karellen, o “Supervisor da Terra”, que fala por trás de uma tela de vidro unilateral apenas para Rikki Stormgren, o Secretário-Geral das Nações Unidas, diz a ele que os Senhores Supremos só se revelarão em 50 anos, quando a humanidade terá se acostumado com a presença deles. Stormgren contrabandeia um dispositivo para a nave de Karellen em uma tentativa de ver a sua verdadeira forma. Ele consegue vê-lo parcialmente, fica chocado e opta por ficar em silêncio, ciente dos graves problemas que adviriam caso suas aparências fossem expostas naquele momento.
Os Senhores Supremos precisavam antes garantir que os seus planos a longo prazo fossem implementados, e o primeiro passo, “naturalmente”, seria a criação de um “Estado Mundial”, isso mesmo. Eis mais um acerto preciso de Clarke, ou melhor dizendo, anúncio, como se ele já soubesse desses planos, maçom que era e coligado aos Senhores Supremos deste mundo. A mudança seria feita de modo tão “imperceptível” que poucos se dariam conta quando ela se realizasse, e “depois disso, haverá um período de lenta consolidação, enquanto sua raça se prepara para nos conhecer. E então chegará o dia que lhes prometemos.”
E quando esse dia finalmente chegou, no início do século XXI, 
“Havia apenas uma nave, agora, flutuando sobre Nova York. Na realidade, como o mundo acabava de descobrir, as naves que se viam sobre as outras cidades do homem nunca tinham existido. No dia anterior, a grande frota dos Senhores Supremos dissolvera-se no nada, dispersando-se como se fosse neblina, sob o orvalho da manhã. [...] As grandes naves não tinham, então, sido mais do que símbolos e agora o mundo sabia que todas, menos uma, não haviam passado de naves-fantasmas. Contudo, com sua presença apenas, tinham mudado a história da Terra. Agora, sua tarefa estava terminada e o que se haviam proposto repercutiria por séculos e séculos.”
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Crédito: Syfy.
Seria esta mais uma “antevisão” de Clarke que se confirmará, ou seja, o uso da tecnologia Blue Beam (Raio Azul) para projetar holograficamente uma falsa invasão alienígena nos céus que colocará a população amedrontada à inteira mercê dos governos e dos verdadeiros “Senhores Supremos”?
“As naves de abastecimento, indo e vindo pelo espaço distante, tinham sido reais; mas as nuvens prateadas que haviam pairado, durante toda uma vida, sobre quase todas as capitais da Terra, tinham sido uma ilusão. Como essa ilusão fora criada, ninguém sabia dizer, mas parecia que cada uma dessas naves não passara de uma imagem da nave de Karellen. Não fora, porém, apenas um jogo de luzes, pois até o radar tinha sido logrado, e havia ainda homens vivos que juravam ter ouvido o estrépito do ar sendo rasgado pela frota, ao penetrar nos céus da Terra.”
Assim como no livro a população foi sendo ao longo de cinquenta anos sutilmente condicionada – a “ponto de quase não ser reconhecida” – a aceitar os Senhores Supremos, por mais aterradora que fossem suas aparências, para o que “tudo de que se precisa é um conhecimento profundo da estrutura social, uma visão clara do objetivo em mente e poder”, nós também temos sido nas últimas décadas pela mídia e pela indústria cultural e de entretenimento, a ponto de hoje todos aceitarem placidamente e sem impedimentos a ideia de contato e convivência com seres de outros planetas.
O ardil psicológico usado por Karellen foi o de ter convidado duas crianças para serem as primeiras a vê-lo e interagirem diretamente com ele:
“Acenando alegremente para a multidão e para os pais aflitos – que, demasiado tarde, tinham provavelmente se lembrado da lenda do flautista de Hammelin – as crianças começaram a subir rapidamente a íngreme encosta. Mas suas pernas não se mexiam e logo se tornou claro que seus corpos estavam inclinados em ângulo reto com a estranha prancha, que parecia ter uma gravidade própria, capaz de neutralizar a da Terra. As crianças estavam ainda gozando aquela estranha experiência e imaginando o que as estaria atraindo para cima, quando desapareceram no interior da nave. Um grande silêncio caiu sobre o mundo inteiro durante vinte segundos – embora, mais tarde, ninguém pudesse acreditar que tão pouco tempo se tivesse passado. Então, a escuridão da grande abertura deu a impressão de avançar, e Karellen surgiu à luz do sol. O menino estava sentado em seu braço esquerdo, a menina, no direito – ambos demasiado ocupados brincando com as asas de Karellen, para repararem na multidão que os olhava. Foi um tributo à psicologia dos Senhores Supremos e a todos aqueles anos de cuidadosa preparação o fato de apenas algumas pessoas terem desmaiado. E, ainda, em todo o mundo, foram poucas as pessoas que sentiram o antigo terror perpassar-lhes, por um horrível instante, a mente, antes que a razão o banisse para sempre. Não era uma ilusão. As asas encouradas, os pequenos chifres, a cauda eriçada – nada faltava. A mais terrível de todas as lendas criara vida, emergira do passado desconhecido. E, contudo, lá estava, sorrindo, numa majestade de ébano, com a luz do sol fazendo brilhar o seu tremendo corpo e uma criança humana confiantemente pousada em cada braço.”
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Crédito: Syfy.
Sim, a compleição de Karellen era idêntica à dos demônios medievais, estando além, portanto, de qualquer uma que poderia ser imaginada ou aceita, embora se explicasse o temor e a repulsa que sentíamos por eles por uma espécie de “memória racial”: 
“Presumia-se, naturalmente, que os Senhores Supremos, ou seres da mesma espécie, tinham entrado em violento conflito com o homem primitivo. O encontro devia ter ocorrido num passado remoto, pois não deixara vestígios na história. Era outro enigma, para cuja solução Karellen não ajudava em nada. [...] Talvez achassem a Terra fisicamente desconfortável para seu tamanho, e a existência de asas indicava que vinham de um mundo de gravidade bem mais baixa. Nunca eram vistos sem um cinturão cheio de mecanismos complicados que, conforme se acreditava, controlava-lhes o peso e permitiam comunicar-se uns com os outros. A luz do sol resultava-lhes dolorosa e nunca ficavam mais de uns poucos segundos expostos a ela. Quando tinham que ficar ao ar livre durante um espaço maior de tempo, usavam óculos escuros, que lhes davam uma aparência algo incongruente. Embora parecessem capazes de respirar o ar terrestre, carregavam às vezes pequenos cilindros de gás, que utilizavam ocasionalmente.”
Supôs-se que vistos de longe 
“por selvagens ignorantes e apavorados, os Senhores Supremos podiam ter sido tomados por homens alados, dando origem ao retrato convencional do Demônio.” De perto, porém, não se podia classificá-los em nenhuma árvore evolutiva conhecida, ou seja, “os Senhores Supremos não eram nem mamíferos, nem insetos, nem répteis. Não se tinha sequer a certeza de que fossem vertebrados: sua carapaça dura podia muito bem ser a sua única forma de sustentação. [...] O famoso esporão da cauda, mais que uma ponta de flecha, parecia antes um grande diamante achatado. Seu propósito, dizia-se, era dar estabilidade ao voo, como as penas da cauda de uma ave. Baseando-se nos escassos fatos conhecidos e em suposições como aquelas, os cientistas tinham concluído que os Senhores Supremos provinham de um mundo de baixa gravidade e atmosfera muito densa.”
Clarke chega a sugerir que os Senhores Supremos fossem clones:
“Ninguém jamais conseguira distinguir ao certo um Senhor Supremo do outro. Todos pareciam saídos do mesmo molde. E talvez, graças a um processo biológico desconhecido, fossem mesmo.”
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Arte de Franco Brambilla. 
A “problemática reprodutiva” dos Senhores Supremos evoca o Admirável Mundo Novo (1932) de Aldous Huxley, em que as crianças são fabricadas em frascos de vidro e criadas em centros especializados, ao passo que a viviparidade – termo científico utilizado intencionalmente por Huxley em referência à horrível obrigação animal de passar por um ventre feminino para nascer – é vista como algo infame e do passado, persistindo apenas em estado de vergonhosa sobrevivência em algumas reservas de selvagens. Na distopia de Huxley, o apogeu da civilização corresponde à implementação da esterilização generalizada, sucedida pelo desaparecimento da família, do casamento e de todas as formas de relação de parentesco, que se tornam obscenidades. Os Senhores Supremos revelam ser estéreis, não passando de “parteiras”: 
“Apesar de todos os seus poderes e de seu brilho, os Senhores Supremos estavam numa espécie de beco sem saída evolutivo. Eram uma raça nobre e grande, superior, em quase todos os aspectos, à humanidade; entretanto, não tinham futuro e tinham consciência disso.”
Toda aquela bondade e benevolência veio com um preço, que aos poucos começa a ser pago pela humanidade. As crianças, até então fora de questão, passam a ser objetos de grande interesse dos Senhores Supremos, que já tinham se revelado interessados ​​em pesquisas psíquicas como parte do estudo antropológico dos seres humanos. Quando se pensa nos conhecimentos científicos dos Senhores Supremos, chega a parecer estranho que eles se interessem por fenômenos psíquicos.
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Crédito: Syfy.
Rupert Boyce, um prolífico colecionador de livros sobre o assunto, permite que um Senhor Supremo chamado Rashaverak estude esses livros na biblioteca de sua casa. Para impressionar seus amigos com a presença de Rashaverak, Boyce dá uma festa, durante a qual ele usa um tabuleiro Ouija comumente usado para conjuração de espíritos e demônios, em uma meta-referência à presença demoníaca do Senhor Supremo. Jan Rodricks, um astrofísico e cunhado de Rupert, pergunta o nome da estrela natal dos Senhores Supremos. A futura esposa de George Greggson, Jean, desmaia quando o tabuleiro Ouija revela um número que não tem significado para a maioria dos convidados. Então Jan o reconhece como um número de um catálogo estelar e descobre que é consistente com a direção em que as naves de suprimento dos Senhores Supremos aparecem e desaparecem. Com a ajuda de um amigo oceanógrafo, Jan embarca em uma nave de suprimentos dos Senhores Supremos e viaja 40 anos-luz até seu planeta natal. Devido à dilatação do tempo da relatividade especial em velocidades próximas à da luz, o tempo decorrido na nave é de apenas algumas semanas, enquanto na Terra decorrem 80 anos.
Embora o homem comum lhes fosse grato pelo que tinham feito em prol do mundo, é claro que os Senhores Supremos não agradam a uma certa porção que forma um grupo de resistência chamado a Liga da Liberdade. Os que percebem que a inovação humana está sendo suprimida e que a cultura está se tornando estagnada, estabelecem a Nova Atenas, uma colônia em uma ilha no meio do Oceano Pacífico dedicada às artes criativas, à qual se juntam George e Jean Greggson. Os Senhores Supremos escondem um interesse especial pelos filhos dos Greggsons, Jeffrey e Jennifer Anne, e intervêm para salvar a vida de Jeffrey quando um tsunami atinge a ilha. Os Senhores Supremos os têm observado desde o incidente com o tabuleiro Ouija, que revelou a semente da futura transformação oculta dentro de Jean.
Bem mais de um século após a chegada dos Senhores Supremos, crianças humanas, começando com os Greggsons, começaram a exibir clarividência e poderes telecinéticos. Aquilo não era um patamar além no degrau evolucionário, mas o começo do fim da civilização, o fim de tudo o que os homens tinham conseguido desde o começo dos tempos:
“No espaço de alguns dias, a humanidade perdera seu futuro, pois o coração de qualquer raça é destruído e sua vontade de viver desaparece, quando os filhos lhe são tirados. Não houve pânico, como teria acontecido um século antes. O mundo estava como que entorpecido, com as grandes cidades paradas e silenciosas. Apenas as indústrias vitais continuavam funcionando. Era como se o planeta estivesse de luto, chorando por tudo o que nunca mais haveria de vir. E então, como fizera certa vez, numa era já esquecida, Karellen falou pela última vez à humanidade.
– Meu trabalho aqui está quase terminado – disse a voz de Karellen, através de um milhão de rádios. – Por fim, após cem anos, posso lhes dizer qual foi esse trabalho. Tivemos que esconder muitas coisas de vocês, da mesma forma que nos escondemos durante a metade de nossa estada na Terra. Sei que muitos de vocês achavam isso desnecessário. Já se acostumaram a nossa presença, não podem imaginar como seus ancestrais teriam reagido a ela. Mas, pelo menos, podem entender o que nos levou a nos escondermos, saber que tínhamos um motivo para o que fizemos. O segredo máximo que escondemos de vocês foi o objetivo de nossa vinda à Terra, coisa sobre a qual vocês nunca se cansaram de especular. Não podíamos revelá-lo porque o segredo não nos pertencia.”
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Arte de Vincent Di Fate. 
Como um autêntico “mensageiro da decepção”, para usar um termo de Jacques Vallée, Karellen admite que a estada deles se baseou “num VASTO ENGANO, NUM ESCONDER DE VERDADES” para que seus objetivos fossem alcançados. As peças faltantes começam a aparecer aí e vamos compreendendo de fato no que consistia o plano dos alienígenas, não propriamente deles, mas no que já havia sido planejado há tempos pela “Mente Suprema” de toda a Criação:
“Para entender, precisam voltar ao passado e recuperar muita coisa que seus ancestrais teriam achado familiar, mas que vocês esqueceram – e que nós, em verdade, deliberadamente os ajudamos a esquecer, pois toda a nossa estada aqui se baseou num vasto engano, num esconder de verdades que vocês não estavam preparados para enfrentar. [...] Vocês descartaram todas as superstições; a ciência era a única religião da humanidade, [...] o destruidor de todas as outras crenças. As que ainda existiam, quando nós chegamos, já estavam moribundas. A opinião geral era de que a ciência podia explicar tudo. [...] Não obstante, seus místicos, embora perdidos nas próprias ilusões, viram parte da verdade. Há poderes mentais e poderes extramentais que sua ciência nunca poderia ter abrigado sem ficar definitivamente abalada. Através das idades, tem-se sabido de inúmeros fenômenos estranhos – telecinésia, telepatia, precognição – a que vocês deram nomes, mas que nunca conseguiram explicar. A princípio, a ciência ignorou-os, chegou mesmo a negar-lhes a existência, apesar do testemunho de cinco mil anos. Mas eles existem e nenhuma teoria do universo pode estar completa sem mencioná-los. E por isso viemos – ou melhor, fomos enviados – à Terra. Interrompemos seu desenvolvimento em todos os níveis culturais, mas principalmente no campo das pesquisas dos fenômenos paranormais. Tenho perfeita consciência de que também inibimos, pelo contraste entre nossas civilizações, todas as outras formas de realizações criativas. Mas isso foi um efeito secundário e não tem importância. Agora, devo dizer-lhes algo que vocês talvez achem surpreendente ou mesmo incrível. Todas essas potencialidades, todos esses poderes latentes, nós não os possuímos nem os compreendemos. Nossos intelectos são muito mais potentes do que os seus, mas existe algo em suas mentes que sempre nos escapou. Desde que chegamos à Terra que os estamos estudando. Aprendemos muito e vamos aprender ainda mais, mas duvido que alguma vez descubramos toda a verdade. Nossas raças têm muito em comum, e por isso fomos escolhidos para essa tarefa. Sob outros aspectos, representamos os fins de duas evoluções diferentes. Nossas mentes chegaram ao fim de seu desenvolvimento. O mesmo, em sua forma atual, aconteceu com as suas. Contudo, vocês podem dar o pulo para próximo estágio e é nisso que reside a diferença entre nós. Nossas potencialidades estão exaustas, mas as suas ainda não foram exploradas. Estão relacionadas, de um modo que nós não entendemos, com os poderes que mencionei – os poderes que estão agora despertando em seu mundo."
Karellen admite que tudo o que fizeram para trazer paz e justiça e melhorar o padrão de vida na Terra, foi para afastar a humanidade da verdade e assim cumprir o objetivo determinado pela Mente Suprema:
“Somos seus guardiães – e nada mais. Várias vezes vocês devem ter querido saber qual a posição que minha raça ocupava na hierarquia do Universo. Assim como estamos acima de vocês, também há algo acima de nós, servindo-se de nós para seus próprios fins. Nunca descobrimos o que é, embora há séculos sejamos seu instrumento e não ousemos desobedecer-lhe. Temos recebido ordens, ido para mundos em estágio primitivo de civilização, guiando-os por uma estrada que nunca poderemos trilhar – a estrada pela qual vocês estão agora seguindo. Repetidas vezes estudamos o processo que ajudamos a promover, esperando poder aprender a escapar de nossas limitações. Mas só conseguimos vislumbrar os vagos contornos da verdade. Vocês nos deram o nome de Senhores Supremos sem fazerem ideia da ironia desse título. Acima de nós está a Mente Suprema, utilizando-nos como o oleiro usa seu torno. E sua raça é a argila que está sendo torneada. Acreditamos – embora não passe de uma teoria – que a Mente Suprema esteja procurando crescer, estender seus poderes e aumentar seu conhecimento do universo. A essa altura, deve ser a soma de muitas raças e ter deixado muito para trás a tirania da matéria. Tem consciência da inteligência, onde quer que ela esteja. Quando soube que vocês estavam quase prontos, mandou-nos para cá, a fim de prepará-los para a transformação que ora vai acontecer.”
Como Rashaverak explica, o tempo da humanidade como uma raça composta de indivíduos únicos com uma identidade concreta está chegando ao fim. As mentes das crianças se comunicam e se fundem em uma única e vasta consciência de grupo. Se o Pacífico secasse, as ilhas que o pontilhavam perderiam sua identidade como ilhas e se tornariam parte de um novo continente; da mesma forma, os filhos deixam de ser os indivíduos que os pais conheceram e passam a ser outra coisa, completamente alheios ao “velho tipo de humano”.
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Crédito: Syfy.
Para a segurança das crianças transformadas – e também porque é doloroso para seus pais ver no que elas se tornaram – elas são segregadas em um continente à parte. Não nascem mais crianças humanas e muitos pais morrem ou se suicidam. Os membros da Nova Atenas se destroem com uma bomba atômica:
“Mas outros, que tinham olhado mais para o futuro do que para o passado, e haviam perdido tudo o que fazia a vida digna de ser vivida, não desejavam ficar. Partiram sozinhos ou com amigos, segundo sua natureza. Foi assim com Atenas. A ilha nascera do fogo; no fogo escolheu morrer. Os que desejavam partir, partiram, mas a maioria ficou, para esperar o fim entre os fragmentos de seus sonhos despedaçados.”
Jan Rodricks sai da hibernação na nave de suprimentos e chega ao planeta dos Senhores Supremos. Os Senhores Supremos permitem a ele um vislumbre de como a Supermente se comunica com eles. Quando Jan retorna à Terra, aproximadamente 80 anos após sua partida no tempo terrestre, ele encontra um planeta alterado inesperadamente. A humanidade efetivamente se extinguiu e ele é agora o último homem vivo. Centenas de milhões de crianças – não cabendo mais no que Rodricks define como “humano”  – permanecem no continente em quarentena, tendo se tornado uma única inteligência se preparando para se juntar à Mente Suprema:
“Foi então que Jan lhes viu os rostos. Engoliu em seco e forçou-se a continuar olhando. Eram mais vazios do que os rostos dos mortos, pois até um cadáver tem alguma marca lavrada pelo tempo em suas feições, que fala apesar dos lábios inertes. Naqueles rostos, não havia mais emoção ou sentimento do que na expressão de uma cobra ou de um inseto. Os próprios Senhores Supremos eram mais humanos do que eles.
– Você está procurando por algo que já não existe – disse Karellen. Lembre-se, eles não têm mais identidade do que as células de seu corpo. Mas, unidos, formam algo muito maior que você.”
Alguns Senhores Supremos permanecem na Terra para estudar as crianças a uma distância segura. Quando as crianças evoluídas alteram mentalmente a rotação da Lua e fazem outras manipulações planetárias, torna-se muito perigoso permanecer. Os Senhores Supremos que partem se oferecem para levar Rodricks com eles, mas ele escolhe ficar para testemunhar o fim da Terra e transmitir um relatório do que vê.
Antes de partirem, Rodricks pergunta a Rashaverak que encontro os Senhores Supremos tiveram com a humanidade no passado, de acordo com a suposição de que o medo que os humanos tinham de sua forma “demoníaca” era devido a um encontro traumático com eles no passado distante; mas Rashaverak explica que o medo primordial experimentado pelos humanos não era devido a uma memória racial, mas a uma premonição racial do papel dos Senhores Supremos em sua metamorfose:
“Você já teve a prova de que o tempo é muito mais complexo do que sua ciência poderia imaginar. Porque essa memória, essa recordação, não era do passado e sim do futuro – dos anos finais, quando sua raça soube que tudo terminara. Fizemos o que pudemos, mas não foi um fim fácil. E, por estarmos presentes, identificamo-nos com a morte de sua raça. Sim, embora ela só fosse ocorrer dali a dez mil anos! Era como se um eco distorcido tivesse reverberado pelo círculo fechado do tempo, do futuro até o passado. Não chamemos a isso recordação e sim premonição.
Era difícil assimilar a ideia e Jan ficou um momento em silêncio. No entanto, já devia estar preparado, pois tivera provas suficientes de que causa e acontecimento podiam inverter sua sequência normal. Devia haver uma memória racial, independente do tempo. Para ela, futuro e passado eram como que a mesma coisa. Era por isso que, milhares de anos atrás, os homens já tinham vislumbrado uma imagem distorcida dos Senhores Supremos, através de uma névoa de medo e terror. 
– Agora entendo  –  disse o último homem.”
Os Senhores Supremos estão ansiosos para escapar de seu próprio beco sem saída evolutivo estudando a Supermente, então as informações de Rodricks são potencialmente de grande valor para eles. Karellen olha para trás, para o retrocesso do Sistema Solar, e faz uma saudação final à espécie humana. Por rádio, Rodricks descreve uma vasta coluna em chamas ascendendo do planeta. Conforme a coluna desaparece, Rodricks experimenta uma profunda sensação de vazio quando as crianças vão embora. Então, os objetos materiais e a própria Terra começam a se dissolver em transparência. Rodricks não relata medo, mas uma poderosa sensação de realização. A Terra evapora em um flash de luz:
“A Terra está se dissolvendo, já quase não tenho peso. Vocês tinham razão: eles acabaram de brincar com os seus joguetes. Só faltam alguns segundos. As montanhas já estão se dissolvendo, como se fossem anéis de fumaça. Adeus, Karellen, Rashaverak, tenho pena de vocês. Embora não consiga entender, eu vi o fim de minha raça. Tudo o que nós alcançamos subiu em direção às estrelas. Talvez fosse isso o que as velhas religiões queriam dizer. Mas numa coisa erraram: pensavam que a humanidade era muito importante, mas somos apenas uma raça em... vocês sabem quantas? Só que agora nos transformamos em algo que vocês nunca serão.”
Em seu pacto com os Senhores Supremos, a humanidade perdeu não só sua identidade, cultura e existência independente, mas sua própria alma. Como no mito de Fausto, o preço pela boa vida, aquele que os Senhores Supremos não comentaram, seria o mais caro de todos.
A narrativa de Arthur C. Clarke nos faz refletir sobre o quanto estamos à mercê de nós mesmos e que embora pareça haver muitos caminhos, na verdade há apenas um. Mais do que escrever obras de ficção científica circunscritas à mitologia ocidental contemporânea, no sentido antropológico do termo, Clarke dedicava-se a expandir ao máximo as perspectivas do futuro antecipando nosso inevitável e previamente traçado destino. O fim de nossa “infância” ou de nossos inacabados questionamentos sem os quais é impossível ir adiante, é transcendência da humanidade, que se converge no mesmo final de 2001: Uma Odisseia do Espaço. Havia só um acontecimento reservado à humanidade, e esse acontecimento não teve lugar na aurora da história, mas no seu fim.
Várias tentativas de adaptar O Fim da Infância como um filme ou minissérie foram feitas. O diretor Stanley Kubrick manifestou interesse na adaptação durante a década de 1960, mas em vez disso optou por adaptar o conto “The Sentinel”, que mais tarde se tornou 2001 (1968). Roland Emmerich fez a chegada de seus aliens em Independence Day (1996) lembrar bastante a de O Fim da Infância. Em 1997, a BBC produziu uma dramatização de duas horas para o rádio de Childhood’s End, adaptada por Tony Mulholland. O Syfy Channel produziu uma minissérie para a televisão de três partes e quatro horas de Childhood’s End, que foi transmitida de 14 a 16 de dezembro de 2015.
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db-ltda · 6 months
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Uma aparte de mim...
Quem diria que passado o furor da juventude eu faria gosto em refrear-me tantas vezes e em tantas coisas.
Diferente do que pensava eu sobre a liberdade, na verdade entendi que a revolta e a reação imediata que me tomava em certos contextos, era uma prisão na qual em vez de agir conscientemente, eu era empurrado a repetir tantas coisas como se nunca houvesse me desligado do passado.
Tomado pela intenção infantil de ser chamado de adulto, eu contrapunha minhas verdadeiras intenções e a fonte imanente de meu ser, não sabia ruminar com calma tantos pensamentos e sentimentos sanguíneamente manifestados.
Se algo hoje me deixa perplexo, é como a consciência de si revela com o tempo uma proporçao irônica da vida.
Você muitas vezes disse-me para me acalmar, fazendo nada enquanto rolava ininterruptamente a tela de seu celular. 
Você deitava-se cedo, as vezes até mesmo a tarde e lá ficava, como um cadáver moribundo de quem muito fez durante o dia, ainda que só tenha lavado dois copos, dois pratos, duas facas e dois garfos.
Sua pele macia e seu cheiro doce, repousavam junto a teias de aranha enquanto o universo parecia conspirar contra qualuquer das minhas intenções em progredir.
Aferroado em dobrar o mundo a minha maneira, afastado de ti e perdendo o precioso tempo de desfrutar de tua carne, eu revoltava-me com toda a potência de minha inquietude incessante, tentando entender por que diabos tu deixava brilhar o sol fora de casa, enquanto mergulhava-se em cobertores como quem se anula de existir.
Mal sabia eu que apartado de ti, sem tua doce quietude, minha mente conturbada refletiria em minha vida tornando o mundo em algo tão destrutivo, quanto uma guerra que nunca acaba.
Dobro-me a aceitar que em sua inocência e medo do mundo, tu detinha do segredo mais profundo da vida, ainda que sem perceber.
Hoje meu coração chora ao nas memorias de nós, eu fitar teus olhos singelos e tua boca muda frente a minha infindável sensação de que o mundo está prestes a acabar.
Ele não chora tua perda, nem tão pouco a tua falta, ele chora por ter perdido esse pouco de paz que até então, a tua presença humildemente me presenteava.
Nem de longe desejo igualar-me a ti em tua postura omissa frente as barbáries irrefreaveis do mundo, nem tão pouco anseio por tê-la em meus braços como se completassemos um ao outro por inteiro justamente por sermos opostos.
Se a saudade bate e o arrependimento inunda minha casa vazia, é porque recordo-me ainda que sem querer, das coisas simples e singelas que me proporcionava tua companhia.
Só agora e nesta continua luta interna contra o meu acelero sem fim, é que aprendi a degustar a lembrança do aroma que exalava em casa quando tu saia do banho, ou então, o sabor do simples sanduíche que estava pronto quando eu levantava-me da cama.
Continue longe de mim por favor, pois é só afastado de ti que a paz é mesmo paz e não um desespero contido, que a tranquilidade não é ignorar que o mundo continua a atropelar-nos a todo momento.
Obrigado por ter me deixado ir, pois se não tivesse sido arrancada de mim a contragosto, eu jamais poderia conviver comigo tempo o suficiente, para aprender por mim mesmo a me proporcionar isso que me fora arrancado.
É isso que tu és…
Uma parte de mim que não conhecia até que me foi tirada!
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sosoawayrpg · 7 months
Note
Que tipos de personalidades vcs gostariam de ver no rp? Mods e players
uau agora você me pegou porquê temos muita diversidades aqui
mas vamos lá
Eu sou um acadêmico e passei a maior parte da minha vida estudando. Eu não gosto de sujar minhas mãos e acho que tenho tenho uma resposta para qualquer pergunta.
Eu sou educado e respeitoso e um pouco ingênuo. Fui criado pela minha avó e quase não saí da minha cidade. Eu não fico muito a vontade em contato com culturas diferentes.
Eu tenho uma aparência comum e me misturo fácil com as pessoas. Eu sempre conheço alguém que pode me ajudar.
Eu fui criado na floresta proibida. Tenho a ginga do malandro e acho muito difícil alguém me passar a perna. Eu me misturo bem com as pessoas do lado obscuro da vida.
Eu sou místico. Sou obcecado com a magia e com tudo o que é oculto ou misterioso. Não posso perder uma chance de ir atrás de uma pista sobre um item mágico ou antigo cemitério esquecido. Eu gostaria de viver para sempre.
Eu sou um investigador. Observo bem os detalhes e sei ler as pessoas. Já trabalhei na guarda da cidade e por isso é difícil escapar de mim.
Eu sou um colecionador de histórias. Não posso perder a chance de ficar sabendo de tudo e gosto de interferir na vida alheia. Pra ajudar, claro.
Eu sou uma pessoa nobre e meu objetivo é levar o bem para todo reino. Eu não tolero a injustiça. Meu sonho é derrotar um dragão.
Eu sou muito apegado a minha cidade/floresta/clã/família. Sou filho de um líder do meu povo e me sinto responsável. Eu faria qualquer coisa para defender a minha gente.
Eu sou um líder, mas sempre levo em conta a opinião do meu grupo. Sou uma pessoa confiável e me considero bastante sensato. Eu não gosto de ficar sozinho.
Eu sofri uma grande perda quando era jovem, o que me transformou num lobo solitário. Eu sou desconfiado com quem não conheço, mas posso ser um grande amigo para aqueles que me conhecem de verdade. Eu estou pesquisando o paradeiro de alguém em especial.
Eu sou um fanfarrão. Expansivo por natureza, gosto de cantar e beber e não dispenso uma boa taverna. Sou uma pessoa animada e gosto de me considerar um otimista.
Eu sou um conquistador que está sempre flertando. Não perco a chance de perseguir um novo romance e estou freqüentemente apaixonado. Sou boêmio.
Eu venho de uma família de heróis. Isso está no meu sangue e eu tenho confiança de que não vou falhar. Eu tendo a atrair os problemas para o meu lado.
Eu sou uma pessoa urbana. Gosto do conforto da cidade e mosquitos e barracas realmente me incomodam. Para mim não há nada melhor do que um bom banho ou uma refeição bem preparada.
Eu sou um amante da música e das artes. Sou um espírito livre e um pouco avoado, mas me considero culto. Eu tenho um lado artístico.
Eu sou uma pessoa simples. Cresci em uma tribo ou entre os povos bárbaros e me sinto bem na natureza. Eu não gosto das pessoas da cidade e acho que um aventureiro não precisa de excessos ou luxos. O céu sobre a minha cabeça e a liberdade são meus tesouros mais estimados.
Eu sou um aventureiro, um caçador de emoções. Estou sempre curioso e em busca de tesouros. Tenho uma facilidade enorme para atrair problemas, mas acho que consigo me safar de qualquer coisa.
Eu sou o mais devoto seguidor do meu deus e tento agir pelo que acho que são seus desígnios. Tento ser a sua imagem.
Eu quero deixar minha marca no mundo. Eu sou o filho de pessoas simples, mas meu grande sonho é que as minhas histórias fiquem conhecidas no mundo inteiro e passem de geração para geração.
Eu sou uma pessoa incomum. Tenho alguma característica ou traço físico muito peculiar. Eu tenho uma aura de mistério que deixa as pessoas desconfiadas.
Eu sou destemido e acredito que a força bruta é a solução para a maioria das coisas. Não gosto de discutir demais, sou uma pessoa de ação. Eu sou levado facilmente pelas emoções e os outros me consideram um pouco impulsivo.
Eu sou um protetor. Sou um defensor por natureza e estou sempre disposto a defender meus amigos e as pessoas em dificuldade. Eu não gosto de violência desnecessária.
Eu sou um conservador. Eu acho que as pessoas não mudam e posso ser um pouco preconceituoso à primeira vista. Eu não acredito em qualquer pessoa e estou sempre desconfiado.
Eu sou uma pessoa cautelosa. Eu ando pelas sombras, gosto da noite e prefiro agir com precisão, apenas na hora certa. Meus amigos não me acham muito corajoso, mas na verdade eu evito os problemas.
Eu sou uma pessoa que evita esforços desnecessários. Meus amigos reclamam que sou preguiçoso e que está crescendo a minha barriga. Mas meu mote é que sempre há um jeito mais fácil, mesmo que isso inclua contar uma mentirinha.
Eu fui um grande destaque nos esportes e sou uma pessoa um pouco competitiva. Eu gosto de disputas e de ter bom desempenho em qualquer situação onde minhas capacidades são postas a prova.
Eu gosto de tática e disciplina. Sou uma pessoa metódica e detesto covardia, mas também não gosto de impulsividade.
Eu tenho uma missão. Estou procurando uma pessoa ou item perdido e preciso encontrar pessoas que me ajudem nesta iniciativa.
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glimm-wolf · 7 months
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Você não ouviu os rumores? GLIMMER da família EWING está em Crystal Cove para cumprir seu destino, em seu SEGUNDO ano na Mystery Academy e está no MÓDULO LEWIS. GLIMMER tem VINTE E QUATRO e se parece muito com MELISA DONGEL. Eu também ouvi falar que a EWING pode ser bastante DETERMINADA E SEDUTORA, mas também ARROGANTE E MANIPULADORA, de qualquer forma só o tempo vai dizer, boa sorte GLIM, que a coragem dos heróis de Crystal Cove estejam com vocês.
"Nasceram quando não se esperava." Era assim que sua mãe tivera dito em algum momento de sua infância, Glimmer foi a filha mais velha, mesmo que por alguns minutos de diferença, de Clover Ewing, e bem, seu pai, ele não era verdadeiramente seu pai, mas tivera sido ele a versão que sempre conhecera, não que estivesse reclamando, afinal, era muito bom ter alguém para realizar todas as suas vontades desde muito cedo... o que era o que sempre acontecia quando se tratava de Glimmer Ewing, uma personalidade forte se instalava em um corpo tão pequeno, moldada pelas características maternas, com uma pitada... ainda mais afiada e inconvenientemente apimentada.
Glimmer apesar de olhos azuis convidativos e um cabelo loiro volumoso, não era o anjo que aparentava, muito pelo contrário, existia algo dentro de si que não lhe dava tanto prazer quando realizava boas ações, tudo era tão cansativo e uma imensa perda de tempo, mas em uma família dourada, sendo uma suposta filha dourada, a mesma deveria se portar como tal, mesmo que seus olhos se revirassem com certa frequência. Clover tivera problemas no início de sua adolescência quando sua querida filha fugiu de uma das aulas no colégio para comprar roupas, ou quando tivera acendido um cigarro em plena sala de aula para saber como era o sabor, quiçá quando fora vista em um encontro com alguém inapropriado... Melhorando brevemente, por óbvios motivos de: Glimmer era boa demais para aquele tipo de afronta, ela já tinha seu ciclo de amizades restrito, e maldoso o suficiente para com aqueles a quem julgava inapropriados... Pelo menos era assim que pensava, até que seus planos foram abaixo em uma noite de lua cheia.
Glimmer não sabe ao certo como aconteceu a primeira transformação, mas se recordava do sentimento de pavor ao ter sua pele rasgada, dando espaço aos pelos grossos e escuros em seus braços, assim como garras imensas no lugar de suas unhas, que antes sempre estiveram bem pintadas, porém, outra coisa ela poderia afirmar, e esse era o motivo que mais lhe assustava, ela gostou de ter sua verdadeira pele exposta, sentia-se bem com aquela outra face, vivenciou a liberdade e tinha certeza que depois daquela noite seria obrigada a se esconder novamente, para o bem de todos. Algo, que ninguém nunca descobrirá e que Glimmer fez questão de esconder, da quantidade mínima de pessoas que já sabiam, é que naquela mesma noite, de sua primeira transformação, ela fez o impensável, o sangue e a carne humana pareceram demasiadamente convidativas quando suas papilas gustativas encontraram aquele sabor... e o pior era que aquilo era viciante, Glimmer tivera matado um humano, tal qual sua metade, e ela também tinha gostado daquilo.
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Não foi preciso dizer que a vida mudou completamente após a primeira transformação, seu bracelete fora dado por sua mãe na esperança de que conseguisse esconder a fera dentro de si, mesmo que a lua cheia ainda continuasse sendo seu maior problema, pior ainda quando necessitava esconder tudo aquilo daqueles que sempre conviveu, Glimmer também tentava fortemente disfarçar, negando-se a sair nas noites de lua cheia, mudando de assunto com frequência sobre o motivo de nunca tirar aquele bracelete 'cafona', afinal, ela era uma estrela fashion, tal qual sua genitora e, principalmente, fingindo odiar sua própria espécie, afinal ela já não era mais uma humana, aquela parte dentro de si estava morta, apesar do seu exterior continuar impecavelmente maquiado.
Por ser meio humana e meio lobisomem, Glimmer não possuí amuletos que funcionem, então, para evitar comentários alheios sobre quem ela verdadeiramente é, já que ninguém conhece sua forma mais obscura, afirma que seu amuleto apenas ainda não mostrou qualquer habilidade mágica, mudando de assunto em seguida. Para conter sua forma animalesca, a mulher sempre usa seu bracelete afim de neutralização, isto é, quando não há lua cheia e seus olhos não encontram com o brilho da lua, e a mesma quando questionada relata ser uma herança de família e das gêmeas.
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A vida invisível de Addie LaRue
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Terminei hoje de ler essa história e preciso compartilhar o que eu achei. 
A VIDA INVISÍVEL DE ADDIE LARUE: SINOPSE
França: 1714. Addie LaRue não queria pertercer a ninguém ou a lugar nenhum. Em um momento de desespero, a jovem faz um pacto: a vida eterna, sob a condição de ser esquecida por quem a conhecer. Um piscar de olhos, e, como um sopro, Addie se vai. Uma virada de costas, e sua existência se dissipa na memória de todos.
Após tanto tempo vivendo uma existência deslumbrante, aproveitando a vida de todas as formas, fazendo uso de tantos artifícios quanto fosse possível e viajando pelo tempo e espaço, através dos séculos e continentes, da história e da arte, Addie entende seus limites e descobre – apesar de fadada ao esquecimento – até onde é capaz de ir para deixar sua marca no mundo.
Trezentos anos depois, em uma livraria, um acontecimento inesperado: Addie LaRue esbarra com um rapaz. Ele enuncia cinco palavras. Cinco palavras capazes de colocar a vida que conhecia abaixo: Eu me lembro de você.
Uma jornada inspirada no mito faustiano sobre busca e perda, eternidade e finitude e, acima de tudo, uma questão: até onde se vai para alcançar a liberdade? Best-seller do The New York Times e recomendado pelo Entertainment Weekly, A vida invisível de Addie LaRue é um livro inesquecível e que colocou V.E. Schwab entre as principais autoras de fantasia da atualidade.
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A MINHA RESENHA SOBRE ADDIE
Seria impossível resumir os 300 de vida de Addie LaRue em uma simples resenha no Tumblr, mas eu preciso tentar.
Eu tive altos e baixos lendo este livro. Muitas vezes eu não entendia todo o alvoroço por trás dessa história e como ficou tão famosa. E em outros momentos, eu via exatamente o por quê. 
Uma verdade que odeio dizer é: o livro é lento. Eu demorei um pouco mais do que o normal para terminar de ler, mas em minha teimosia por não deixar uma leitura inacabada, segui. Valeu absolutamente a pena. 
Ouso dizer uma impressão, que talvez seja só uma maneira minha de defender a história, mas eu acredito que o ritmo desse livro foi exatamente planejado pela autora. E eu te explico o por quê: um livro em ordem cronológica geralmente tem toda sua história apontada para o ponto de virada, o momento do livro em que temos a reviravolta da história, o que aqui seria provavelmente o momento em que Addie conhece Henry, a pessoa que muda completamente a sua vida. 
Porém, a autora nos leva a uma viagem no tempo, alternando entre o passado e o presente, e em vez de prosseguir a escrita em momentos de clímax, ela nos movimenta no tempo, diminuindo o ritmo da história. Talvez seja forçar um pouco a barra, mas a minha impressão é que V. R Schwab queria a gente entendesse como foi para Addie viver 300 anos. Que a vida dela não aconteceu de uma hora para outra. 
Trazendo questionamentos sobre eternidade, esse livro me fez concluir que a gente não devia perder um segundo sequer desejando outra vida. O que é mais simples falar do que fazer, eu sei muito bem, mas acho que não deixa de ser uma reflexão importante. 
Um dos pontos que amei em ler esse livro é que apesar de em alguns momentos eu achar que sabia exatamente o que ia acontecer, a autora me surpreendeu. Especialmente no final, que na minha humilde opinião, é incrível e que já valeria a pena a leitura só por ele. 
Passada toda a crise existencial que esse livro proporciona, fica aqui a minha previsão: Te prometo que você vai se apaixonar por Addie. Eu finalmente entendo todo o alvoroço. 
Um palimpsesto. Ela ainda não conhece a palavra, mas daqui a cinquenta anos, em um salão de Paris, vai ouvir pela primeira vez o conceito que designa um passado obliterado e reescrito pelo presente, e vai se lembrar deste momento em Le Mans. Um lugar que conhece bem, e que ao mesmo tempo não conhece.
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ennmaximof4 · 11 months
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BLOB
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Frederick Dukes
Mutante / Irmandade
• Aumento de Gravidade: A principal habilidade sobre-humana de Blob era tornar-se virtualmente imóvel à vontade, desde que ele estivesse em contato com o solo. Ele faz isso ligando-se à terra abaixo dele pela força de vontade, o que na verdade cria um aumento mono direcional da gravidade abaixo dele. Este campo de gravidade se estende por cerca de um metro e meio de raio a partir de seu centro de equilíbrio. Assim, se existe força suficiente para desenraizá-lo, ela ocupa o solo sob seus pés em uma área correspondente ao raio do campo. Por meio de intensa concentração, o Blob é capaz de estender o campo de gravidade abaixo dele por mais de um metro e meio.
√ Eventualmente, me ofereceram algumas opções - como um acordo 'Cara, você é bom, coroa, você é ruim'. eu escolhi caudas! - Dukes.
HISTÓRIA:
Fred Dukes, também conhecido como "Blob", é um mutante cujos poderes sobre-humanos latentes se manifestaram quando ele atingiu a puberdade. Suas principais fraquezas eram seu temperamento explosivo, falta de previsão, falta de inteligência e sua auto-estima facilmente manipulada. Pensando em si mesmo como nada mais do que, em suas próprias palavras, "uma aberração extraforte", o Blob usou seus poderes mutantes sobre-humanos como artista em um carnaval.
Os X-Men originais vieram ao carnaval em suas identidades cotidianas para convidá-lo a se encontrar com seu mentor, o professor Charles Xavier. Atraído pela bela jovem X-Men Jean Grey, o Blob aceitou, e foi com os X-Men para a Mansão de Xavier. Lá, Xavier pediu ao Blob para se juntar aos X-Men, mas o Blob recusou arrogantemente. Xavier então soube que tinha que usar seus poderes mentais para apagar o conhecimento do Blob sobre as verdadeiras identidades dos X-Men. Mas o Blob não tinha intenção de deixar isso acontecer e, após lutar contra os X-Men, escapou de volta para o carnaval.
O Blob aprendeu ao conhecer Xavier que ele próprio era um mutante poderoso sobre-humano. Acreditando-se superior às pessoas normais, o Blob dominou o carnaval. Sabendo que os X-Men o consideravam perigoso porque ele sabia quem eles realmente eram, o Blob decidiu atacá-los primeiro. Ele liderou os outros membros do carnaval em um ataque à mansão de Xavier. O Blob esperava roubar quaisquer descobertas científicas e armas especiais que os X-Men pudessem possuir e usá-las contra humanos comuns. No entanto, os X-Men derrotaram o Blob e seus aliados, e Xavier apagou suas memórias dos X-Men.
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Mais tarde, Magneto tentou recrutar o Blob para sua Irmandade de Mutantes do Mal. Um golpe severo na cabeça restaurou a memória do Blob dos X-Men, e ele se juntou à Irmandade de Magneto em um ataque contra eles. No meio da batalha, Magneto lançou um poderoso torpedo contra os X-Men, sem se importar que o Blob estivesse no caminho. Torpedos atingiram o Blob, mas não o feriram gravemente. A Irmandade escapou, e o Blob, sentindo-se traído, jurou nunca mais confiar em ninguém e voltou ao seu trabalho com o carnaval.
Eventualmente, o Blob foi recrutado por Mystique para sua nova Irmandade de Mutantes do Mal. Embora o Blob continuasse a operar independentemente da organização de Mystique desde então, ele permaneceu como membro do grupo. Mystique logo percebeu a crescente atividade anti-mutante do governo dos Estados Unidos e ofereceu os serviços da Irmandade ao governo, renomeando o grupo como "Força da Liberdade". O Blob participou da primeira missão oficial da Freedom Force para o governo: a captura de Magneto, seu ex-líder na Irmandade original.
O Blob logo se juntou a outra versão da Irmandade dos Mutantes do Mal, liderada por seu antigo companheiro de equipe da Irmandade original, o Sapo. Esta equipe foi derrotada pela equipe de ataque mutante fora da lei chamada X-Force.
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Enquanto estava no Starlite-Casino em Atlantic City, o Blob foi um dos milhares de mutantes a perder seus poderes devido ao feitiço da Feiticeira Escarlate. Sua pele não encolheu para compensar a perda de sua massa inchada, no entanto, dando-lhe enormes dobras de pele solta por todo o corpo e fazendo com que ele se tornasse suicida. De volta a Nova York, ele veio a conhecer, em um beco, Sally Floyd, que trabalhava no Ex-Mutant Diaries. Não querendo ser entrevistado, ele deu a ela a dica para investigar o Instituto Ravencroft.
Eventualmente, culpando o governo pelo Dia M, ele se juntou a outros ex-mutantes no grupo terrorista X-Cell. Depois de entrar em uma briga por engano com Rictor e Multiple Man e acertar um tiro barato em Rictor, ele roubou um carro. Com outro membro do X-Cell, Fatale. Depois de se livrar de suas dobras de pele em excesso de alguma forma e se reinventar como guru da perda de peso, ator e estrela de reality show Freddie Dukes, ele foi visto mais tarde com Magneto quando ele foi para o Alto Evolucionário para recuperar seus poderes.
Com seus poderes aparentemente restaurados pelo MGH produzido de Dazzler, ele se juntou a Mystique em suas tentativas de transformar Madripoor em um santuário mutante. Depois de ouvir que Magneto também estava na ilha, Blob o recebeu e o trouxe para conhecer Mystique. Para o choque de Blob, no entanto, Magneto reagiu violentamente ao plano, acreditando que Mystique e os outros eram traidores de suas espécies, em parte devido a permitir que o uso do hormônio do crescimento mutante corresse desenfreado nas ruas para financiar suas operações. Ele feriu gravemente Blob e a Irmandade, e saiu depois de fazer sua base desabar.
Quando a Senhorita Sinistra começou a fazer experiências com um vírus poderoso conhecido como Mothervine, ela sequestrou Blob e o testou nele. O corpo inconsciente de Fred foi deixado para trás pela Srta. Sinistra em seu laboratório para que os X-Men o encontrassem quando investigassem suas atividades. O Blob acordou logo depois que Anjo e Jimmy Hudson invadiram o laboratório e ele os atacou. Durante a luta ele manifestou uma mutação secundária causada por Mothervine, a habilidade de esticar seu corpo. No entanto, rapidamente ficou fora de controle e ele derreteu dolorosamente em uma bolha literal que desceu pelo ralo.
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Na realidade criada por Nate Gray e Life Seed, um mundo onde todos na Terra eram mutantes e os relacionamentos eram fortemente desencorajados ou ilegais, Blob era o líder do Departamento X, a força policial encarregada de investigar e prender mutantes dissidentes. Ao contrário de sua personalidade dominante, a versão de Dukes dessa realidade era uma alma gentil e atenciosa, investindo no bem-estar de sua equipe e dos mutantes em geral. Ele também era um excelente padeiro.
No dia seguinte, Blob liderou o Departamento X em uma queima controlada de uma floresta próxima, a fim de dar aos X-Men uma catástrofe para administrar. Mais tarde naquela noite, enquanto trabalhavam sozinhos, Psylocke confrontou Blob com seu conhecimento de seus sentimentos por ela, oferecendo-se para apagá-los para ele e até mesmo implantar sentimentos moderados de nojo por ela.
Dias depois, o Departamento X investigou uma denúncia de uma festa adolescente dissidente em uma antiga biblioteca em ruínas. A equipe logo descobriu um grupo de adolescentes, que Moneta insistiu que eram de fato parte de um "perigoso culto retrógrado". Embora os adolescentes inicialmente tenham optado por fugir, alguns membros de seu grupo reuniram seus companheiros para lutar contra o Departamento X, inspirados pelo revolucionário Murshid En Sabah Nur.
Depois que Nate Gray devolveu todos os mutantes às suas identidades convencionais, Blob e Psylocke foram vistos em frente a um dos portais de volta ao seu universo natal.
Blob foi um dos muitos mutantes que se juntaram à nação mutante de Krakoa após sua criação. Ele foi visto ao lado de muitos outros krakoanos observando o cadáver de Charles Xavier após sua morte nas mãos de criminosos sobre-humanos anti-mutantes que se infiltraram nas defesas de Krakoa e mataram muitos de seus residentes, incluindo Xavier. Em Krakoa, Blob também atua como barman no Green Lagoon.
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